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COMPREENSÃO E
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Prof. Álvaro Ferreira
Antes de começarmos...
...eu gostaria de explicar para você uma técnica para resolver um
tipo de questão de textos sem ler o texto. Isso mesmo! Você não vai ler
o texto. É a dica de Técnica do Senso Comum, ou Técnica da Lógica
Cotidiana. Essa dica consiste em trabalhar apenas as alternativas. Elas
dependem do Enunciado. Há enunciados que nos ajudam a prever o
que a Banca cobra sobre o que o autor quer dizer.
Primeiro você lê o enunciado da questão e, com base no seu conhecimento de
mundo, compare alternativa por alternativa. Veja qual delas tem mais a ver com o que
o enunciado da questão está mencionando. Analisando as alternativas, é possível
escolher a que mais faz sentido. Todas as provas trabalham com, pelo menos , uma
questão assim, com base na vida cotidiana.
A ideia é adquirirmos essa prática. Lembre-se
de que não são todas questões de texto assim.
Isso é só um começo! Treinaremos as primeiras
questões sem ler o texto, analisaremos as
alternativas com base no senso comum, com
base na vida cotidiana.
1) No editorial, enfatiza-se que a situação do saneamento básico no Brasil
A) evidencia um cenário desolador nas cem maiores cidades, nas quais o
mérito fica restrito ao acesso à água tratada para a população.
B) vive contradições nas diferentes regiões, pois, se há atendimento a
100% das cidades de São Paulo, nas do Pará, o índice é de apenas 5%.
C) apresenta qualidade inabalável nas capitais, mas as demais cidades
vivem sem as condições mínimas para uma rotina de qualidade.
D) denuncia as mazelas de muitas cidades nas quais os cidadãos sofrem,
principalmente, com a falta de coleta e tratamento de esgoto.
E) tem se mostrado satisfatório nas cem cidades mais populosas do país,
independentemente da região onde se localizam.
2) A frase do primeiro parágrafo “Cada vez mais, vemos apenas simulacros da
realidade” refere-se à ideia presente no texto segundo a qual
Ainda alcancei a geração que cedia o lugar às senhoras grávidas. Se uma delas
tomava o bonde, três, quatro ou cinco jovens se arremessavam. E a boa e ofegante
senhora tinha seu canto, tinha seu espaço. E, quando ia pagar a passagem, dizia o luso
condutor por trás dos bigodões: “Já está paga, já está paga!”.
E assim, num simples gesto, temos o perfil, o retrato, a alma do antigo jovem.
Hoje, não. Outro dia, fui testemunha auditiva e ocular de um episódio patético. Vinha
eu, em pé, num ônibus apinhado. Passageiros amassados uns contra os outros. Essa
promiscuidade abjeta desumanizava todo mundo. O sujeito perdia a noção da própria
identidade e tinha uma sensação de bicho engradado. Pois bem. E, de repente, o
ônibus para, e entra, exatamente, uma senhora grávida. Oitavo ou nono mês.
O ônibus estava vibrante, rumoroso de jovens estudantes. Imaginei
que esses latagões(*) iam dar uns dez lugares à mater recém-chegada.
Pois bem. Ninguém se mexeu e, repito, ninguém piou. E foi aí que
percebi subitamente tudo. Ali estava uma nova geração, sem nenhuma
semelhança com as anteriores. Durante meia hora a pobre mulher ficou
em pé, no meio da passagem. Faço uma ideia das cambalhotas que não
virou o filho. Eis o que importa destacar: – ela viajou e desceu, e não
teve a caridade de ninguém.