ISSN 0103-9830
BT/PCC/285
Conselho Editorial
Prof. Dr. Alex Abiko
Prof. Dr. Francisco Cardoso
Prof. Dr. João da Rocha Lima Jr.
Prof. Dr. Orestes Marraccini Gonçalves
Prof. Dr. Antônio Domingues de Figueiredo
Prof. Dr. Cheng Liang Yee
Coordenador Técnico
Prof. Dr. Alex Abiko
Este texto faz parte da dissertação de mestrado de mesmo título, que se encontra à disposição com
os autores ou na biblioteca da Engenharia Civil.
FICHA CATALOGRÁFICA
Just, Angelo
Descolamentos dos revestimentos cerâmicos de fachada na
cidade do Recife / A. Just, L.S. Franco. – São Paulo : EPUSP,
2001.
25 p. – (Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP, De-
partamento de Engenharia de Construção Civil, BT/PCC/285)
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Rua Serra da Canastra, 391. Bongi. Recife-PE.
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1
A cerâmica apresenta uma condutibilidade térmica (λ), em W/mºC, em torno de 0.46, bastante
inferior a outros materiais mais condutores também utilizados como revestimento externo,
como, por exemplo, o concreto armado e as argamassas de cimento e cal, que chegam a
valores de λ iguais a 1.75 e 1.05, respectivamente (FROTA, A.B.; SCHIFFER, S.R.; 1995).
procedimento, pelo menos nos primeiros anos, por parte da construtora, que,
na maioria das vezes, transfere a responsabilidade de volta para os moradores.
As atividades de manutenção preventiva2, além de exigirem recursos
bem inferiores aos necessários para recuperação, proporcionam ao imóvel uma
valorização comercial, além de melhorar a estética e incrementar segurança
aos moradores e vizinhos (CIÊNCIA, 1993).
Segundo SARAIVA (1998), a importância do estudo das patologias nos
revestimentos cerâmicos de fachada de uma edificação decorre do fato de que
todos os seus requisitos de desempenho dependem fundamentalmente da
estabilidade da fachada.
No Nordeste, há uma grande incidência de utilização desse tipo de
revestimento na fachada. GOMES et al. (1997) afirmam que cerca de 39% dos
revestimentos externos observados em edifícios com mais de cinco pavimentos
localizados na orla marítima de Maceió/AL são constituídos por placas
cerâmicas, sem considerar os casos de revestimentos mistos, onde são
observadas combinações entre dois ou mais materiais diferentes (cerâmica e
pintura, pedras e concreto aparente, etc.). De uma maneira geral, essa
tendência é observada também em outras cidades da região, especialmente
nas capitais dos estados.
Por outro lado, as condições climáticas da região são bastante
favoráveis ao aparecimento de patologias. Isso pode ser observado na figura
1.1, obtida do INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA (INMET), na qual
são mostrados os índices de temperatura, umidade relativa e insolação, em
todo o território nacional. Na figura 1.2 se apresentam curvas esquemáticas da
velocidade do vento na região Nordeste, obtida no CENTRO BRASILEIRO DE
ENERGIA EÓLICA (CBEE).
A temperatura anual média em praticamente todo o Nordeste e Norte é
superior à verificada nas demais regiões do país. Nas épocas de verão e
inverno, observam-se diferenças de 3o C e 15o C, respectivamente, entre as
temperaturas dessas regiões.
2
Segundo PEREZ (1989), atividades de manutenção corretiva visam recuperar ou corrigir
falhas apresentadas no edifício ou parte dele, e a manutenção preventiva tem a finalidade de
prever, detectar ou corrigir defeitos, evitando o aparecimento de falhas.
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'HVFULomR &$62$ &$62% &$62& &$62' &$62( &$62) &$62* &$62+ &$62, &$62-
DATA CONST 1980 1992 1997 1998 1995 1996 1992 1997 1993 1990
2
ÁREA EST (m ) 4.700 2.800 2.400 1.500 1.750 7.650 4.400 1.300 3.000 2.800
PANO PRINC. Norte Leste Leste / oeste Leste Leste Leste Leste Norte Norte Leste
ABERTURAS
Leste PCO MTO MED MTO MTO MTO MTO PCO PCO MTO
Oeste PCO PCO MED NÃO PCO PCO PCO PCO PCO PCO
Norte MTO MED MED MED MED PCO PCO MTO MTO PCO
Sul PCO MED PCO MED MED PCO PCO MTO PCO PCO
CAIXA DE Pano sul - Pano oeste - Pano sul - Pano oeste - Pano oeste - Pano oeste - Pano sul - Pano sul - Pano oeste -
Pano interno
ESCADA Vermelho Azul escuro Azul escuro Branco Cinza escuro Bege Branco Cinza claro Azul
EMBOÇO Saibro Cal Cal Cal Cal Saibro Cal Cal Saibro Saibro
PROCESSO
Dupla colagem Dupla colagem Desempeno Desempeno Dupla colagem Desempeno Desempeno Dupla colagem Dupla colagem Dupla colagem
ASSENTAM
10 x 20 cm 10 x 20 cm
DIM CERÂMICAS 6 x 23 cm 10 x 20 cm 10 x 20 cm 10 x 10 cm 20 x 20 cm 10 x 20 cm 10 x 10 cm 10 x 20 cm
10 x 10 cm 10 x 10 cm
Azul escuro Cinza escuro Preto Azul escuro
Vermelho Azul escuro Azul escuro Vermelho Vermelho Azul escuro
CORES Azul claro Vermelho Vermelho Cinza claro
branco Azul claro Verde claro Branco Bege Cinza claro
Branco Branco Branco Vermelho
Ausência de Gretamento Curva Espessura 2 Blocos Curva
Observações Junta falsa Gretamento
rejunte Junta falsa Gretamento cerâmica Gretamento 2 Blocos
POUCO PCO 0 - 15
MÉDIO MED 15 - 30
MUITO MTO > 30
7DEHOD$1È/,6(&203$5$7,9$'26(678'26'(&$626+LVWyULFRGRSUREOHPD
'HVFULomR &$62$ &$62% &$62& &$62' &$62( &$62) &$62* &$62+ &$62, &$62-
PERÍODO DE
1990 (10 anos) 1997 (5 anos) 1997 (0 ano) 1998 (0 ano) 1995 (0 ano) 1996 (0 ano) 1992 (0 ano) 1997 (0 ano) 1993 (0 ano) 1992 (2 anos)
OCORRÊNCIA.
INCIDÊNCIA
Leste MTO NÃO MED NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO PCO NÃO
Oeste PCO MTO (CE) MTO MTO MTO (CE) MTO (CE) MED MTO MTO MTO (CE)
Norte NÃO MED MED MED MED PCO MED MTO MTO PCO
Sul MTO MED MTO (CE) NÃO MED PCO MED NÃO MED PCO
AC / CER AC/CER
TIPO RUPTURA AC AC AC AC AC
(descolamento) AC/EMBOÇO AC/EMBOÇO
EMBOÇO EMBOÇO EMBOÇO EMBOÇO
7DEHOD$1È/,6(&203$5$7,9$'26(678'26'(&$626&DXVDVSURYiYHLV
'HVFULomR &$62$ &$62% &$62& &$62' &$62( &$62) &$62* &$62+ &$62, &$62-
0$7(5,$,6
Absorção 2,06% 5,70% 5,98% 2,93% 4,57% 5,83% 6,15% 11,30%
EPU 0,13 ,03 ,03 0,38 ,03 0,02 0,39 0,03 0,27 ,03
Gretamento IMP (esmaltada) 6,0 6,0 6,0 / 2 NÃO 6,0 NÃO NÃO 6,0
TOTAL: 27 TOTAL: 12 TOTAL: 12 TOTAL: 12 TOTAL: 11 TOTAL: 6 TOTAL: 12 TOTAL: 12 TOTAL: 18 TOTAL: 12
ENSAIO AP: 13 AP: 3 AP: 7 AP: 8 AP: 3 AP: 6 AP: 2 AP: 2 AP: 1 AP: 8
ADERÊNCIA AC: 6 AC: 3 AC: 1 AC: 3 AC: 5 AC: 0 AC: 3 AC: 2 AC: 2 AC: 1
RP: 8 RP: 6 RP: 4 RP: 1 RP: 3 RP: 0 RP: 7 RP: 8 RP: 15 RP: 3
352-(72
JUNTAS NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO
CONC. CELULAR
OUTROS AUS. REJUNTE COR ESCURA COR ESCURA COR ESCURA COR ESCURA
JANELAS
352'8d2
7DEHOD$1È/,6(&203$5$7,9$'26(678'26'(&$6264XDGURVLQWpWLFR&DXVDV
'HVFULomR &$62$ &$62% &$62& &$62' &$62( &$62) &$62* &$62+ &$62, &$62-
0$7(5,$,6 ARG. COLANTE ARG. COLANTE ARG. COLANTE ARG. COLANTE ARG. COLANTE
EMBOÇO EMBOÇO
JUNTA JUNTA JUNTA JUNTA JUNTA JUNTA JUNTA JUNTA JUNTA JUNTA
352-(72
JUNTA CEGA FISSURAS
352'8d2
EMBOÇO EMBOÇO EMBOÇO EMBOÇO
(ruptura (ruptura (ruptura (ruptura
superficial) superficial) superficial) superficial)
0DWHULDLV
3URGXomR
3URMHWR
&216,'(5$d®(6),1$,6
5()(5Ç1&,$6%,%/,2*5È),&$6
FROTA, A.B.; SCHIFFER, S.R. 0DQXDO GH FRQIRUWR WpUPLFR São Paulo,
Studio Nobel, 1995.
MEDEIROS, J.S. Why does facade ceramic tiling fail?. In: WORLD
CONGRESS ON CERAMIC TILE QUALITY, VI. Castellón, 2000. 4XDOLFHU
Castellón, Camara Oficial do Comercio, Industria y Navegation,
2000. v.3, p.147-56.
SARAIVA, A.G. &RQWULEXLomR DR HVWXGR GH WHQV}HV GH QDWXUH]D WpUPLFD
HP VLVWHPDV GH UHYHVWLPHQWR FHUkPLFR GH IDFKDGD Brasília, 1998.
Dissertação (Mestrado). Faculdade de Tecnologia, Universidade de
Brasília.
BOLETINS TÉCNICOS PUBLICADOS