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MANUAL

DE APOIO

Curso/Unidade:
Itinerários e Circuitos Turísticos

Código da Unidade (se aplicável): Carga horária:


4327 25 Horas de Formação

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Índice
OBJETIVOS DO CURSO .................................................................................................................................... 3
Objetivo Geral: ...................................................................................................................................................... 3
Objetivos Específicos: .......................................................................................................................................... 3
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS:................................................................................................................... 4
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ............................................................................................................... 24

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OBJETIVOS DO CURSO
Objetivo Geral:
 Identificar os diferentes tipos e formas de itinerários turísticos.
 Realizar uma proposta de projeto de itinerário turístico.
 Criar um projeto de itinerário turístico, tendo em conta os atrativos e produtos da região.

Objetivos Específicos:
No final da formação os formandos deverão ser capazes de:
 Enumerar, de cor, 5 tipos e formas de itinerários turísticos;
 Descrever, sem recurso ao manual de apoio, em 10 minutos as fases de organização de um itinerário;
 Desenhar, utilizando o material da apoio da formação,em 60 minutos, um projeto de itinerário turístico tendo
em conta os atrativos e produtos da região.

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CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS:
1. Conceitos e terminologias
2. Planeamento e conceção de itinerários turísticos
2.1. Objetivos e características de um itinerário turístico
2.2. Recursos afetos à conceção de itinerários
2.3. Fases de organização de um itinerário
2.4. Execução de um traçado
2.5. Experimentação do itinerário planeado
3. Divulgação e comercialização de um itinerário

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INTRODUÇÃO:
Pretende-se com esta unidade de formação chamar a atenção dos formandos para a importância da criação de itinerários e
circuitos turísticos como fatores de estruturação da oferta turística respondendo às novas motivações da procura e, deste
modo, contribuir para a promoção e divulgação dos recursos turísticos com expressão regional e/ou nacional.
Os formandos poderão apresentar um projeto de itinerário turístico que privilegie a promoção de atrativos e produtos com
relevância no âmbito do contexto turístico atual.

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DESENVOLVIMENTO
1. Conceitos e terminologias
O conceito de itinerário confunde-se muitas vezes com outros termos que podem ter diferentes leituras.
Itinerário - Descrição de um caminho ou de uma rota especificando os lugares de passagem e propondo uma série de
atividades e serviços durante a sua duração. (Gomez e Quijano, 1992). Definição que poderá englobar Circuito, Visita e Rota.
Circuito - Entende-se aquela viagem combinada em que intervêm vários serviços: transportes, alojamento, guia, ..., que se
realiza de acordo com um itinerário programado e com um desenho circular sempre que seja possível (o ponto departida e
de chegada serão coincidentes), de modo a que se passe por um caminho anteriormente percorrido. (Picazo, 1996)
Conjunto de caminhos e visitas que se complementam constituindo um itinerário fechado, que tem inicio e término no mesmo
local.
Visita - Reconhecimento, exame ou inspeção de um lugar de paragem incluído em um itinerário. A visita representa cada uma
das paragens que compõem um itinerário.
Rota - Sinónimo de itinerários, em sentido restrito, em que a saída e a chegada não são coincidentes no mesmo ponto. O
conceito de Rota e Itinerário podem ser considerados sinónimos embora seja de realçar o facto de Rota estar associada a
uma direção, a um percurso dirigido. Por outro lado, o conceito de Rota tem sido usado preferencialmente em termos
institucionais e promocionais. Relativamente ao conceito de Roteiro está quase sempre associado a uma descrição, mais ou
menos exaustiva, dos aspetos mais relevantes da viagem e, particularmente, dos principais locais de interesse turístico.
Forfait - Nome técnico utilizado para um tipo de Itinerário organizado cujo preço inclui todos os serviços. Dentro deste podemos
distinguir Forfait para a Oferta –viagens programadas para serem posteriormente vendidas pelos retalhistas – e Forfait para
a Procura – viagens organizadas à medida do cliente. (Gomez e Quijano, 1992).

Definições no contexto das agências de viagens


Decreto-Lei nº.41 248, de 31 de agosto de 1957
Entende-se por circuito turístico o transporte de excursionistas em autocarro, intra ou extramuros das localidades, realizado
periódica e regularmente, segundo horários, itinerários e tarifas aprovadas pelos serviços de turismo (da atividade das
agências de viagens / art.º. 10-1).
Decreto-Lei nº.198/93, de 27 de maio
Entende-se por viagem organizada a combinação prévia, por um preço tudo incluído, de transporte, alojamento ou outros
serviços turísticos não subsidiários daqueles, que sejam uma parte significativa da viagem organizada (termo «viagem
organizada» substitui «circuitos turísticos» e «excursões» - Preâmbulo)
Decreto-Lei nº.12/99, de 11 de janeiro
São viagens turísticas as que combinam dois dos serviços seguintes: transporte; alojamento; serviços turísticos não
subsidiários do transporte (das viagens turísticas: noção e espécies – Capítulo IV / Artº. 17-1). São viagens organizadas as
viagens turísticas que, combinando previamente dois dos serviços seguintes, sejam vendidas ou propostas para venda a um
preço com tudo incluído, quando excedam vinte e quatro horas ou incluam uma dormida: transporte; alojamento; serviços
turísticos não subsidiários dos transportes (Artº.17-2).

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São viagens por medida as viagens turísticas preparadas a pedido do cliente para satisfação das solicitações por este
definidas (Artº. 17-3).

Definição de circuitos turísticos no contexto dos órgãos regionais de turismo


Decreto-Regulamentar nº.24/93, de 19 de julho
Consideram-se circuitos turísticos todos os percursos regularmente realizados cujo itinerário, meio de transporte, horários e
visitas de pontos de interesse turístico sejam determinados e anunciados previamente (da realização de circuitos turísticos
pelos órgãos regionais de turismo – Secção II / Artº. 12).

Definições no âmbito do turismo de natureza


Decreto-Regulamentar nº.18/99, de 27 de agosto
Entende-se por percurso interpretativo o caminho ou trilho devidamente sinalizado que tem como finalidade proporcionar ao
visitante, através do contacto com a natureza, o conhecimento dos valores naturais e culturais da área protegida (AP)
(definições / art.º. 2-e).
Os percursos interpretativos devem indicar o teor, a extensão, a duração, o número máximo de participantes por grupo e por
dia e os meios de transporte permitidos ou aconselháveis e ser obrigatoriamente acompanhadas por guias de natureza, ou
em alternativa por pessoal com formação adequada (requisitos específicos / Artº 5-2-d).
As rotas temáticas devem privilegiar a divulgação e promoção dos contextos mais representativos da economia, cultura e
natureza da cada AP e devem promover a utilização e a recuperação de meios de transportes tradicionais (Artº.5-f).

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2. Planeamento e conceção de itinerários turísticos
2.1. Objetivos e características de um itinerário turístico
Segundo Ferreira et al. Os itinerários surgem como uma resposta estruturada da oferta, em que experienciando um extenso
conjunto de recursos, se pode ir expandido e incorporando novos locais e atrativos, conseguindo a cada momento, que o
itinerário possa ser capaz de integrar novas experiências. Outros dos benefícios apresentados referem-se ao facto de
encorajar o desenvolvimento económico e cultural, bem como o de fomentar a melhoria das condições educacionais e cívicas
dos destinos.
Porquê iniciar um projeto de itinerário turístico? A origem da iniciativa pode ser extremamente variada:
 Criar uma nova atividade numa região que não se valorizou muito economicamente;
 Acompanhar as mutações das atividades económicas tradicionais;
 Perpetuar a salvaguarda do património local, atribuindo-lhe funções turísticas;
 Revitalizar o turismo tradicional em declínio, diversificando a oferta turística.

Tipos de itinerários turísticos


As tipologias e classificações de itinerários variam conforme o critério utilizado. Assim, podemos classificar os itinerários
segundo a motivação subjacente e, nesse sentido, segundo o tipo de produto turístico, ou segundo o tipo de transporte
utilizado. Outro tipo de classificação pode ser baseado na forma de organização.

Itinerários segundo o produto turístico


A. Desportivos
Este é um tipo de itinerário cada vez mais procurado e capaz de mover um grande número de pessoas.
Aqui podemos incluir o turista passivo, isto é, o turista espectador de eventos desportivos, por exemplo dos Jogos Olímpicos
ou o turista ativo que é sem dúvida o segmento mais importante neste tipo de itinerários. Destes podemos referir os
praticantes (ou aprendizes) de ski, windsurf, golfe, ténis, vela, caça, pesca, parapente, para-quedismo e muitas outras
atividades desportivas que despertam cada vez mais o interesse de um grande número de pessoas que procuram férias
ativas.

B. Culturais
A motivação cultural é sem dúvida das mais importantes motivações associadas ao turismo e que tem dado origem a
itinerários temáticos muito interessantes baseados nas especificidades de cada região.
De facto, a elaboração destes itinerários (e de uma maneira geral de todos os outros) deve ter em conta a autenticidade das
regiões, aquilo que as torna únicas e diferentes. Dentre deste grande grupo podemos então distinguir:
 Históricos: podem-se encontrar fios condutores históricos que dão origem a rotas interessantes, recorrendo a
lugares frequentados por pessoas de reconhecido valor, evocando personalidades e revivendo as respetivas épocas
históricas.
 Literários: rotas que tenham por base alguma personagem – escritor, poeta ou corrente literária concreta.

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 Artísticos: a arte atrai muitas pessoas. É possível, por exemplo, unir monumentos do mesmo estilo que permitam
dar uma ideia global do mesmo.
 Folclore: representações folclóricas, festivais, festas, jogos populares, bailes e festas tradicionais.
 Artesanato: as artes e ofícios tradicionais podem ser o fio condutor na conceção de uma rota.
 Gastronómicos: baseados nas tradições gastronómicas de cada região, este tipo de itinerário salienta os pratos
típicos e produtos alimentares de cada região assim como os vinhos.
 Arquitetura Popular: suscita um grande interesse as formas e modos de viver de cada região, refletidos nas
construções e conjuntos de edifícios mais representativos.
 Educacionais: nesta categoria estão incluídas todas as viagens organizadas com objetivo de aprender sobre uma
temática relacionada com conteúdos curriculares e/ou questões profissionais

C. Ecológicos ou da natureza
Este tipo de itinerários vem suscitando um interesse crescente motivado, em parte, pelo ritmo da vida moderna das grandes
cidades. O objetivo é proporcionar aos participantes o usufruto e o contacto com a natureza e valores do património natural
(e cultural) que estes espaços encerram. As Áreas Protegidas são, pelas suas características, locais privilegiados para a
realização deste tipo de itinerários o que obviamente deve ter em consideração critérios de conservação e salvaguarda dos
recursos naturais.

D. Religiosos
A Religião foi uma das primeiras motivações de viagem da Humanidade e que, nos dias de hoje continua a motivar um grande
número de pessoas a viajar para locais relacionados com as manifestações religiosas e locais de culto religioso. O Caminho
de Santiago de Compostela é, ainda hoje, um exemplo célebre, apresentando-se como um dos itinerários mais importantes
de origem religiosa tendo sido declarado pelo Conselho da Europa, o primeiro itinerário cultural europeu pela sua importante
contribuição para o desenvolvimento da cultura europeia.

E. Turismo de saúde
Os itinerários relacionados com esta temática incluem não só as termas e os equipamentos associados como também locais
relacionados com o climatismo e a talassoterapia. Estes são, de facto, produtos com um grande crescimento e que podem
ser conjugados com programas de atividades de recuperação da forma, de combate ao stress através, por exemplo da
hidroterapia, desporto, dietética e higiene da forma de viver.

F. De aventura
Associado a uma tendência crescente face a um turismo ativo em que se procura cada vez mais emoções e novas
experiências, os itinerários baseados na aventura procuram ser alternativas em que a tónica está nas atividades propostas e
na respetiva “intensidade de emoções”. Estão normalmente associados a desportos radicais e incluem uma grande variedade
de modalidades possíveis dos quais se destacam: parapente, trekking, para-quedismo, Rafting, escalada, rotas todo o terreno,
etc.

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G. Turismo social
O turismo social pretende criar as condições necessárias para que os sectores da população, que por razões económicas ou
por falta de hábito, educação ou informação, têm permanecido até ao momento fora do movimento turístico tenham assim
acesso ao turismo.

H. De férias ou de lazer
Trata-se de uma designação genérica em que a motivação principal não está relacionada com nenhum interesse específico
dos participantes. O objetivo é simplesmente sair do ambiente habitual, descansar e recuperar forças durante o período de
férias. Baseiam-se normalmente em estâncias de praia ou no interior em que se combina um alojamento fixo com excursões
e atividades nos arredores.

Itinerários segundo o meio de transporte utilizado


Cada meio de transporte utilizado imprime um carácter e um estilo de viagem diferente. Atualmente, o autocarro e o avião
são os meios mais utilizados, sendo a flexibilidade e a mobilidade as vantagens do primeiro e a velocidade e o conforto as do
segundo. O comboio e o barco têm conotações mais românticas dado que são os meios mais antigos e, por isso, também,
quando utilizados, imprimem alguma originalidade e autenticidade. Também o automóvel assume a sua importância,
principalmente quando falamos de “Autoférias”.
A. De autocarro
Há várias formas de utilização do autocarro: - Os circuitos fechados (Round Trip): aqueles que realizam a viagem completa no
autocarro, isto é, ida e volta. - Os serviços de lançadeira (Back to Back): que são utilizados por vários serviços. Quando um
autocarro leva um grupo de clientes que iniciam as suas férias pode regressar com outro que as está a acabar permitindo que
o autocarro tenha uma utilização mais eficaz reduzindo por isso os custos. Neste serviço existem várias modalidades que
passamos a descrever:
 Ida e volta no mesmo dia: serve para distâncias relativamente curtas, de modo que o primeiro grupo que parte, por
exemplo, às 08H00 chegue ao local de destino às duas da tarde enquanto que o outro grupo parte do hotel às
15H30 e chega ao local de destino às 21H30. Esta modalidade tem a vantagem de utilização plena de alojamento
e todos os serviços evitando as refeições durante as viagens e a dormida do condutor. Neste caso, terão que estar
disponíveis dois condutores e exige, por parte do hotel, uma organização muito rigorosa já que a hora de partida e
de chegada dos dois grupos coincide e pode por isso suscitar alguma confusão.
 Ida num dia e regresso no dia seguinte: mais utilizado para viagens superiores a 6 horas de duração. Comporta um
maior custo pois inclui a alimentação e o alojamento do condutor embora neste caso não seja necessário mais do
que um condutor. Por outro lado, para o hotel não é tão vantajoso pois não rentabilizam tanto o espaço.
 Mudança de autocarro a meio do caminho: está é uma solução pouco utilizada já que é incómoda para os turistas
e para a própria organização.

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B. De comboio
Podemos considerar por um lado as linhas regulares, utilizadas em situações muito específicas, e os comboios turísticos que
permitem uma utilização muito diferente. Estes comboios funcionam normalmente apenas na época alta e oferecem diferentes
serviços, dependendo do itinerário: gastronomia típica, visitas, folclore, produtos regionais, etc.
São frequentemente utilizados em conjunto com outro tipo de transporte como o barco ou autocarro. Um bom exemplo de
utilização deste meio de transporte é feito na região do Douro onde é possível aliar a riqueza paisagística de região com um
conjunto de outros recursos importantes que permitem oferecer um produto turístico muito diferenciado.
C. De barco
Podemos considerar diferentes serviços: cruzeiros, onde são oferecidos pacotes com tudo incluído; aluguer de embarcações
de todo o tipo, passeios recreativos de um dia de barco, excursões marítimas e fluviais com vários serviços complementares.
D. De avião
É um dos meios mais utilizados para as longas distâncias pela sua segurança e rapidez. Podem ser utilizados as linhas
regulares e os serviços charter, muito utilizado pelos operadores turísticos na realização de programas para grandes grupos.
E. Mistos
Como é obvio, os meios de transportes referidos podem ser combinados num mesmo itinerário de forma a garantir, por um
lado, maior conforto, rapidez e flexibilidade e, por outro permitindo um aproveitamento dos recursos turísticos tendo em conta
o tipo de itinerário oferecido.
F. Alternativos
Dado que cada vez mais se procuram novas experiências e novas emoções, os meios de transporte alternativos estão a ser
também muito utilizados por parte da oferta no sentido de cativar novos públicos oferecendo produtos inovadores que têm
tido grande aceitação por parte da procura turística, cada vez mais experiente. Estamos a falar, por exemplo de itinerários
realizados em bicicletas, em veículos todo o terreno, em cavalos, balão, submarinos, a pé, etc.
Assim, podemos apresentar o seguinte quadro resumo no que concerne à classificação dos itinerários segundo o tipo de vias
utilizados:
Via rodoviária Carro próprio ou de aluguer
Limusines com motorista / guia
Táxi
Minibuses de turismo (9 a 14/16 lugares)
Autocarros de turismo de 40/50 até 75 lugares (2 pisos)
Via Marítima ou Fluvial Embarcações para curtas excursões
Cruzeiros Fluviais e Marítimos
Via ferroviária Grandes percursos
Itinerários Turísticos
Via aérea Avião para voos regulares e charter
Helicópteros e avionetas para curtas excursões
Balões de ar quente
Vias e meios combinados Ex. Fly-and-Drive

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Outras classificações
Podemos, ainda, considerar outras classificações baseadas em diferentes critérios:
Grupo I: segundo o tipo de atracões e atividades propostas
 Itinerários gerais: apresentam grande variedade de atracões.
 Itinerários especializados ou temáticos: destinados a grupos de turistas com interesses e motivações específicas,
propõem tipos de atracões também específicas.
Grupo II: segundo a forma de organização
 Itinerários lineares: quando se pernoita em meios de alojamento diferentes, isto é, o ponto de partida e de chegada
é diferente.
 Itinerários nodais: quando os pontos de partida e de chegada coincidem.
Grupo III: segundo o âmbito geográfico
 Itinerários Locais
 Itinerários Regionais
 Itinerários Nacionais
 Itinerários Internacionais
Grupo IV: segundo a duração
 Curta duração: Não implicam alojamento, meio dia (manhã ou tarde normalmente sem refeições), dia inteiro ou
noturno (com refeições incluídas opcional), visitas de cidade (ou excursões até cerca de 130/150 kms);
 Média duração: 1 ou 2 noites de alojamento e algumas refeições incluídas ou opcionais;
 Duração normal ou longa duração: tours de 1 dia ou 2 semanas que podem ser ou não combinadas com um período
de estada num só destino. Mais de 15 dias as chamadas grandes viagens, que requerem uma preparação muito
cuidada, são normalmente de custo elevado e para uma clientela específica.
Grupo V: segundo o destino
 Montanhas
 Cidades
 Praias
Grupo VI: segundo o segmento de mercado
 Culturais
 Aventura
 3ª Idade

Grupo VII: segundo o nº de participantes


 Individuais (só uma pessoa)
 Pequenos grupos (até 15 pax)
 Grandes grupos

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2.2. Recursos afetos à conceção de itinerário
Recursos turísticos
Segundo Cunha e Abrantes (2013) recursos turísticos são “Todos os bens e serviços que, por intermédio da atividade humana,
tornam possível a atividade turística e satisfazem as necessidades da procura”.
Assim, um recurso turístico poderá ser considerado como um determinado atributo de um país ou de uma região, de natureza
visual ou física, tangível ou não, quer se encontre já em plena atividade no mercado turístico quer seja considerado como
simples detentor de potencialidades turísticas a explorar acurto ou médio prazo.
Qualquer um dos itinerários definidos poderá contemplar um ou mais recursos, sejam eles primários ou secundários.
Dependendo do tipo de itinerário em causa, assim se podem identificar os recursos que apresentem maior potencial para a
sua valorização. Identifica-se, pois, uma dupla vantagem:
 Os itinerários servem para promover / divulgar recursos e, até mesmo, despertar o interesse por aqueles que ainda
não são devidamente (re)conhecidos.
Os recursos, desde que adequadamente selecionados e utilizados, valorizam os itinerários e podem toma-lo num serviço
diferenciado. Na definição de um itinerário turístico, o reconhecimento e identificação dos recursos com maior potencial de
interesse pressupõe a avaliação dos gostos e interesses da clientela e, por outro lado, um correto conhecimento sobre aposse,
possibilidades e condicionalismos de utilização do(s) recurso(s), sob pena de pôr em causa o equilíbrio de interesses entre
os agentes da oferta e da procura deste serviço.

Outros recursos
A utilização dos recursos turísticos não é, por si só, suficiente para dar corpo a um itinerário. É necessário, também, que a
organização conte com outros recursos, nomeadamente os recursos humanos, financeiros, técnico-materiais, informação.
A. Recursos humanos:
 Coordenador da atividade
 Guias-intérpretes
 Monitores
 Motoristas

B. Recursos financeiros:
 Fundo da própria empresa
 Venda de bilhetes (gerais ou por atividade)
 Comparticipação de entidades locais, regionais, nacionais
 Comparticipação dos participantes
 Patrocínios

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C. Recursos técnico-materiais:
 Material audiovisual
 Material para a prática de desporto
 Cartas topográficas
 Fotografias
 Bússola
 Kits

D. Recursos da informação:
A construção dos percursos deve entender-se como um estudo que deverá compreender a reflexão e investigação sobre os
fatores que interatuam no espaço: clima, relevo, fauna, flora, monumentos, etnografia, artes. Um dos pilares fundamentais da
organização de itinerários / circuitos é a informação. De preferência os locais a incluir devem ser bem conhecidos pela
entidade organizadora sendo mesmo assim necessário vários recursos de informação que passamos a indicar:
 Mapas
 Guias de alojamento dos locais a visitar
 Tarifas dos meios de alojamento
 Manuais de transporte, tarifas, horários
 Tarifas de museus, monumentos, espetáculos, etc.
 Guias / roteiros turísticos dos locais a visitar
 Agendas culturais dos locais a visitar
 Visitas ao local
Como é evidente, para além destes recursos de informação, o manancial de informação disponível na internet é cada vez
mais utilizado e constitui uma ferramenta de trabalho essencial para os promotores de itinerários. Por outro lado, as agências
de viagens dispõem de complexos sistemas de documentação informáticos que permitem também ter acesso a uma ampla
rede de informação permitindo também realizar reservas de quase todos os serviços (ex: Galileu, Amadeus, Sabre). Para
selecionar a área de implementação de um percurso de interpretação é necessário analisar algumas características que
poderão constituir fictores limitantes ou valorizadores do mesmo.

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2.3. Fases de organização de um itinerário
A elaboração e realização de um itinerário turístico são o resultado de um longo processo de estudo e análise de possibilidades
e de um conhecimento prévio de dados. A metodologia utilizada vai depender obviamente do
público alvo já que é isso que deverá determinar as várias opções bem como os serviços e atividades incluídas. Interessa,
pois, distinguir a metodologia utilizada quer se trate de um forfait para a procura (viagem por medida) ou de forfait para a
oferta (viagem organizada). A diferença fundamental é que no primeiro caso é possível saber, com algum rigor, às
necessidades do cliente e, por isso, todos os serviços são direcionados nesse sentido. No caso da viagem organizada trata-
se de conceber e desenvolver um produto que será posteriormente comercializado pelos canais de distribuição habituais e
que será dirigido a um público mais ou menos alargado.
Em ambos os casos, a organização da viagem exige profissionais especializados. Embora a metodologia de conceção seja
genericamente a mesma, importa salientar que, em termos logísticos, uma viagem organizada (ou forfait para a oferta) é
bastante mais complexo pela necessidade de planeamento e estudos prévios que exige uma vez que não se conhece de
antemão as necessidades do público alvo. Importa, ainda, referir a importância da realização de itinerários no aproveitamento
dos recursos de uma região no sentido de operacionalizar um conjunto de percursos culturais e turísticos que, em conjunto,
constituam uma apresentação razoável do património e recursos da região. Este é um dos objetivos da realização de
itinerários / circuitos / rotas feitas em parceria com instituições do sector público e privado do turismo. Neste caso, a
metodologia é orientada por objetivos muito específicos e por isso deve envolver as seguintes etapas:
 Identificação dos objetivos de elaboração do circuito;
 Identificação do mercado-alvo;
 Determinação das vantagens para o desenvolvimento da região, nomeadamente do sector turístico;
 Caracterização da região a vários níveis (económico, social, físico, turístico, etc);
 Caracterização e análise da oferta e procura turística da região (cruzamento de dados previamente levantados e
análise SWOT);
 Seleção dos elementos / atrativos que irão integrar o circuito e definição da temática, de acordo com o mercado-
alvo;
 Elaboração das várias cartas de infraestruturas (representação a cores dos vários recursos);
 Análise da carta de oferta (quantidade, qualidade, diversidade de recursos e respetiva distribuição espacial);
 Pesquisa no local (acessibilidade, disponibilidade, segurança, interesse, pedagogia, etc.);
 Definição e determinação das necessidades de intervenção ao nível das infraestruturas e atividades (animação,
etc.);
 Determinação do circuito principal e, eventualmente, de outros complementares (dependendo do interesse da oferta
e do mercado);
 Determinação do Preço do Circuito;
 Definição da estratégia de marketing:
o Produto: desenho e descrição do circuito principal e complementares (fontes documentais, lendas e
tradições, meios de transporte, acessibilidades, etc.);
o Preço: circuito, transporte, alojamento e restauração;

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o Distribuição: locais e mercados a atingir;
o Promoção: operadores, logótipo, sinalização, etc.
 Concretização do Itinerário
 Monitorização

De seguida enunciam-se algumas considerações gerais que devem ser tidas em conta na conceção de um itinerário:
 Evitar etapas quilométricas demasiado longas e seguidas;
 Não introduzir excessivo número de pontos de paragem com interesse, que podem sobrecarregar a etapa. Cada
paragem exige normalmente um mínimo de15 a 20 minutos, entre descida, subida e atividade, havendo sempre o
risco de falta de pontualidade;
 Não ajustar excessivamente o tempo deixando margens para imprevistos;
 Ter em conta os horários dos monumentos e museus, bem como de outros locais a visitar;
 Os almoços em rota para grupo devem ser programados entre as 12 e as 14horas;
 Ter em conta o dia da semana que corresponde a cada dia da viagem e prever as atividades de acordo com isso;
 Confirmar os horários dos diferentes serviços utilizados, os trâmites assim como o tempo necessário;
 Ter em atenção os tempos médios das distâncias a percorrer.

Desenhado o produto, tem que se estabelecer a sua distribuição no tempo, isto é, as suas etapas de desenvolvimento,
fazendo uma divisão inicial das datas disponíveis que sirvam de esboço inicial para o itinerário final e estabelecendo, dia a
dia, os serviços que se vão prestar. Este projeto de itinerário requer uma elaboração minuciosa e cuidada, tendo sempre em
conta as distâncias que se vão percorrer, assim como os meios de transporte utilizados, para estabelecer uma relação lógica
entre a distância percorrida e o tempo gasto. A identificação do traçado propriamente dito requer a consulta de mapas de
estradas atualizados que permitam definir com rigor os pontos de passagem bem como o cálculo do tempo gasto. Sempre
que possível, o itinerário deve ser testado, de preferência nos mesmos dias e às mesmas horas identificadas no projeto de
itinerário.

De forma a resumir o anteriormente exposto, poderemos aqui estabelecer alguns parâmetros essenciais para a elaboração
dos itinerários
Preparação (antes de)
 Planeamento
 Desenho
 Organização
 Reservas
 Comercialização
 Vendas

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Desenvolvimento
 Acompanhamento pelo guia
 Analisar o modo como correu
Análise (depois de)
 Estudo da satisfação do cliente
 Análise dos desvios de custos
 Resultados económicos da viagem

Com o itinerário elaborado, o produto está pronto para ser vendido e, a partir daqui, começa outra fase muito importante: a
elaboração do projeto de viagem que se vai apresentar ao cliente. Esta é também uma fase crucial, uma vez que oque se
pretende vender é um produto intangível que vai chegar ao cliente através desse programa ou folheto. No caso das viagens
à medida deve ser apresentado ao cliente um programa do itinerário, isto é, uma relação detalhada e ordenada do projeto da
viagem, em que devem constar os seguintes dados:
 Itinerário exato por cada dia (onde são indicados os locais de passagem e os de paragem) e os serviços incluídos
no preço. Importa aqui referir que a indicação dos timings não deve ser demasiado rigorosa já que poderia dar azo
a eventuaisreclamações pois surgem frequentemente imprevistos que contrariam o imprevisto.
 O plano de transporte (indicando horários de saída e chegada e meios utilizados).
 O plano de alojamento (indicando os hotéis selecionados e sua categoria).
O regime alimentar e serviços adicionais (transfers, visitas à cidade, etc.). A apresentação deste documento deve ser muito
cuidadosa e atrativa. Sempre que possível, deve ser apresentado e explicado pessoalmente ao cliente para que se possam
esclarecer todas as dúvidas e eventualmente fazer alguma alteração. No que se refere às viagens organizadas, isto é, para
a oferta têm as mesmas características básicas de elaboração, com a diferença de que nestas os dados anteriores aparecem
num folheto publicitário que tenta chegar a uma procura potencial, não real e que tem formas de distribuição específicas,
como já foi referido. Por isso, a apresentação obedece a critérios específicos devendo conter, além dos distintos itinerários,
fotografias e informação geral sobre o destino em causa. É fundamental motivar primeiro o vendedor da viagem e
posteriormente o comprador da mesma. Para motivar o agente utilizam-se vários procedimentos, desde os pequenos –
almoços de trabalho até às viagens promocionais, passando pelos cocktails ou a visita do próprio promotor à agência. Ao
comprador, além de oferecer um atrativo folheto de viagens, realizam-se outro tipo de ações publicitárias (ex.: anúncios na
imprensa ou TV, descontos oferecidos por antecipara data de reserva, etc.).

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2.4. Execução de um traçado
A duração da visita e o número de participantes devem ser previamente definidos, de modo a que os turistas apreendam o
máximo possível sobre a história do local, tradições e atrações turísticas, como também os acontecimentos culturais de modo
a obter o melhor proveito dessa experiência.
É importante um itinerário turístico apresentar um equilíbrio entre passeios turísticos, eventos sociais, atividades locais,
tempos de descanso, períodos de compras e exploração do local.
Para o dia de chegada, como regra básica, nunca se programa nada, de modo que os turistas possam descansar e desfazer
as malas, trocar dinheiro e ambientarem-se ao clima e ao fuso horário caso este seja diferente.
Como acontece com qualquer projeto de desenvolvimento, é preciso uma certa ordem entre o aparecimento da ideia e a
finalização de um plano de ação: análise das vantagens e desvantagens, avaliação do potencial, etc.
Para a execução do traçado as parcerias são indispensáveis. Como a oferta de itinerários combina componentes públicas e
privadas, é nuclear estabelecer muito cedo a montante uma parceria estreita para definir uma estratégia e um plano de ação.
Segundo as modalidades de organização de cada país, a iniciativa da reflexão compete às autoridades locais, a agências de
desenvolvimento, a associações ou aos “privados”.
De um modo geral, o itinerário recorrerá a caminhos já existentes. É raro um itinerário exigir a criação de um percurso a partir
do zero, salvo se existirem condições ou restrições excecionais: necessidades de ligar dois troços ou dois caminhos já
existentes; desaparecimento físico do caminho de origem devido à ação humana, ou por razões naturais (deslizamento de
terrenos).
Se formos buscar o exemplo de itinerários pedestres, serão necessárias obras de arranjo do caminho, frequentes, para o
adaptar à prática do passeio pedestre:
 Limpeza de silvas ou poda de árvores;
 Reforço do piso do caminho;
 Drenagem;
 Empedramentos;
 Reparação de muros;
 Realização de obras de transposição de cursos de água ou estradas.
Para qualquer tipologia de itinerários, outros equipamentos contribuirão para a funcionalidade do itinerário turístico:
 Informação legível facilmente identificável e bem localizada;
 Local de partida calmo e sem grande movimento rodoviário;
 Criação de uma zona de estacionamento no ponto de partida;
 Instalação de caixotes do lixo;
 Arranjo de zonas de piquenique;
 Instalação de dispositivos de transposição de vedações;

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A escolha de um traçado
Na definição de um traçado devem ser considerados vários critérios e devem ser conhecidas algumas regras básicas:
 Excluir as vias alcatroadas, em casos de traçados pedestres, salvo exceções muito curtas;
 Procurar a diversidade de itinerários;
 Manter a coerência a nível da dificuldade do itinerário;
 Não sobrestimar as capacidades de evolução e de orientação dos caminhantes;
 Privilegiar a qualidade das paisagens e do ambiente;
 Valorizar o património da região;
 Prever o impacto dos itinerários e evitar as zonas ecologicamente frágeis;
 Excluir os setores potencialmente perigosos.
Os traçados são por vezes concebidos diretamente em função dos objetivos fixados e da clientela visada.

Sinalética
A sinalética dos itinerários turísticos deve ter em consideração quatro tipos de sinalização para os consumidores destes
produtos:
1. Sinalização informativa (informações gerais);
2. Sinalização direcional (informa o usuário do traçado do itinerário);
3. Sinalização de perigo (avisa o usuário do perigo local);
4. Sinalização interpretativa (identifica as características e o valor de cada elemento patrimonial do itinerário).

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2.5. Experimentação do itinerário planeado
A experimentação, momento final da construção do itinerário turístico, consiste antes de mais confrontar as análises da oferta,
da procura, da concorrência e das tendências, com o objetivo de conhecer as forças e as fraquezas do território e as
oportunidades e os riscos que o seu mercado envolve.
A última confrontação destes dois elementos (forças e fraquezas/oportunidades e riscos) permitirá, então, determinar uma
“posição estratégica de sucesso” para o território.
Trata-se, acima de tudo, de realizar, com rigor e objetividade, um perfil das forças e das fraquezas do setor turístico local. As
informações provenientes da análise da oferta avaliadas por comparação com a análise da concorrência.
As forças e as fraquezas são analisadas e classificadas segundo a sua importância. Neste contexto, não convirá iludir a
questão da fraqueza da oferta turística local, tão importante par a o desenvolvimento como o conhecimento dos pontos fortes.
Esta experimentação do itinerário e conclusões a tirar, em termo de forças e fraquezas detetadas, pode ser realizado de
diferentes maneiras e segundo diferentes ângulos:
 Experimentação na ótica do cliente
É essencial saber como os clientes acolhem a oferta turística local. Para isso, pode proceder-se, por exemplo, a um inquérito
representativo, dando aos visitantes a possibilidade de se exprimirem livremente.
 Experimentação na ótica da população
A organização de grupos de reflexão, pluridisciplinares de preferência, ou de “fóruns abertos” sobre o turismo oferece às
associações locais e aos cidadãos interessados a possibilidade de participarem na avaliação das forças e das fraquezas da
sua região, depois da experimentação.
Quando se apoia numa vasta população, a iniciativa permite perceber bem as suas aspirações e materializa-las
imediatamente. A elaboração coletiva de listas das forças e das fraquezas do território é uma operação que facilita a adesão
da população ao projeto e cria condições favoráveis ao melhoramento da situação turística
A observação do terreno e os encontros com intervenientes no setor permitem muitas vezes formar um juízo mais preciso
das suas próprias forças e fraquezas, continuando a receber ideias para melhorar a oferta turística do território.
 Experimentação na ótica dos peritos
Os peritos locais e os peritos externos deveriam participar no diagnóstico: os primeiros “conhecem o terreno” e podem
comparar os indicadores locais de um ano para o outro (número de visitantes, taxa de ocupação, etc.).
Os consultores externos têm a vantagem de do recuo: o seu conhecimento do mercado permite-lhes identificar com mais
objetividade as forças e fraquezas do território, através da comparação de várias experimentações. Alem do mais, beneficiam
muitas vezes de mais credibilidade junto dos poderes políticos e dos financiadores eventuais, mesmo locais, que tendem a
tomar em consideração a sua evolução.

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3. Divulgação e comercialização de um itinerário
Após a conceção do itinerário, seguem-se duas etapas complementares: a comercialização e promoção do mesmo.

Comercialização
Os agentes de comercialização podem ser:
 O produtor: reúne e vende um produto finalizado, pronto a ser consumido (deve distinguir-se do prestador).
 O operador turístico, que é grossista: compra diretamente ao produtor ou passa por um intermediário local, a agência
recetiva. Podem distinguir-se:
o Operadores turísticos generalistas
o Operadores turísticos especializados
 O retalhista, existindo vários tipos a operar no mercado:
o Agencias de viagem independentes;
o Os balcões de venda dos operadores turísticos;
o Estruturas institucionais ou com origem em instituições locais asseguram por vezes a comercialização
dos produtos relativos ao seu território (associações turísticas regionais, por exemplo).
O preço
Estabelecer o preço de venda de um produto turístico nem sempre é fácil: o preço é adotado em função do preço de custo do
produto, das características da procura e da situação da concorrência.
A primeira coisa a fazer é calcular o preço de custo do produto, integrando diferentes componentes:
 Despesas variáveis, as quais dependem do número de clientes: a restauração ou alimentação, o alojamento, etc.
 Despesas fixas, qualquer que seja o número efetivo de participantes: a remuneração do acompanhante, aluguer de
veículos, etc.
As despesas de produção, promoção e comercialização ocorrem a montante do ato de venda da prestação (ou do produto).
Se a comercialização passar por um operador turístico ou por uma agência, estes agentes chamarão a si essas ações. Se os
prestadores ou os produtores comercializam diretamente, não poderão fazer essa economia.
Por último as despesas de estrutura também fazem parte do preço de custo do produto por exemplo comprar um novo
computador para elaborar as fichas dos produtos ou os orçamentos.
Uma vez determinado o preço de custo, pode-se pensar no preço de venda. Este corresponde normalmente a uma tabela
aplicada em função de diversas variáveis:
 Época alta, média ou baixa;
 Tipo de público-alvo
 Condições de reserva
 Outras
A sazonalidade é um dos fatores que mais influencia a variação de custos dos produtos turísticos. As épocas (alta e baixa)
são normalmente, indicadas nas brochuras e apresentam diferentes características, principalmente no que diz respeito aos
preços.

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A época alta caracteriza-se pelas datas mais populares, normalmente aquelas que ocorrem durante as férias escolares para
o mercado das famílias. São frequentemente vendidas a um valor mais elevado. Esta poderá variar de acordo com diferentes
tipos de férias: Carnaval, Páscoa, Natal, Verão.
A época baixa, representada pelas datas mais acessíveis, é normalmente aquela em que a procura é mais reduzida, o que
poderá suceder durante os meses de inverno.
A margem prevista pode variar em função das necessidades e dos objetivos do agente económico: criar um novo mercado,
aumentar o volume de negócios, remunerar melhor o seu trabalho, etc. Na definição do preço de venda intervêm tamebm
apreciações sobre os niveis de preços aceitaveis pelos clientes e sobre o posicionamento em relação è concorrência.

A promoção
Pelos produtores – para a venda direta, os principais instrumentos de promoção à escala de um produtor são um bom ficheiro
de clientes e a internet. Uma boa medida para os produtores começarem é organizarem-se em rede ou em associação a fim
de, por um lado, apresentarem uma verdadeira gama de produtos aos operadores turísticos e, por outro, construírem e
otimizarem uma estratégia de promoção dos produtos.
As feiras promocionais de turismo, de cariz nacional e regional, constituem igualmente uma excelente plataforma de
divulgação da oferta local.
Pelos operadores turísticos – cada operador desenvolve a sua estratégia de promoção e comercialização.

A comunicação e promoção de um itinerário pode assumir várias formas, designadamente;


 Folhetos
 Internet e páginas web
 Suportes multimédia
 Campanhas publicitárias

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CONCLUSÃO
Este manual foi concebido para ser utilizado como suporte de apoio na Formação Modular.
Deverá servir como apoio na elaboração de exercícios práticos, em trabalhos de grupo e em situações de autoestudo,
nomeadamente no desenvolvimento de uma proposta de projeto de um itinerário turístico, uma vez que, constituem um fator
fundamental para atrair visitantes, contribuir para o aumento da visibilidade do seu património material e material e para a
melhoria da imagem do destino.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Abranja, N. (2010). Construção, Negociação, Venda e Reserva de Produtos e Serviços Turísticos. O Melhor do Turismo.
Abranja, N. (2008). Itinerários e circuitos turísticos. O Melhor do Turismo.
Cunha, L. e Abrantes, A. (2013). Introdução ao Turismo. 5ª ed. Lisboa, Lidel.
Gomez, J. e Quijano, G. (1992) Rutas e itinerários turísticos en Espana, Madrid: Editorial sintesis
MacCannell, Dean (2011) The Ethics of Sightseeing. California: University of California Press.
Ministério do Turismo (2007) Roteirização Turística. Brasil: Brasília.
Picazo, C. (1996) Assitencia Y Guia a grupos turísticos, Madrid: Editorial sintesis
Travis, A.S. (2011) Planning for Tourism, Leisure and Sustainability: International Case Studies. CABI Publishing.

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