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Resumo - Lições de Teoria Geral do Direito Civil (Fernando Costa Azevedo)

2. As Pessoas como Sujeitos das Relações Jurídicas


─ Os arts. 1​o​ e 2​o​ do CC/02 já demonstram o rompimento com os paradigmas do código
anterior: individualismo, patriarcalismo, patrimonialismo.
─ A ​personalidade​ civil ou jurídica da pessoa natural é a aptidão para ser titular de direitos e
deveres.
─ Personalidade jurídica não se confunde com a capacidade jurídica nem com legitimação:
● Capacidade​ jurídica é a medida da personalidade, pois representa a aptidão para
exercer direitos.
● Legitimação​ é a capacidade especial exigida em certas situações.
─ A capacidade de fato é medida em graus:
● absolutamente incapaz (art. 3​o​),
● relativamente incapaz (art. 4​o​),
● capazes (art. 5​o​).
─ Os absolutamente incapazes só podem exercer os direitos da vida civil ​através​ de seus
representantes legais (pais) ou judiciais (tutores, curadores etc.). Os relativamente
incapazes podem exercer atos da vida civil, ​desde que​ sejam acompanhados de assistentes
legais ou judiciais.
─ O fim da personalidade civil da pessoa natural ocorre com o fato jurídico denominado
morte:
● morte real (prova por meio de atestado de óbito);
● morte presumida (decretação por meio de sentença judicial de natureza declaratória,
com ou sem decretação de ausência);
● morte simultânea ou comoriência (art. 8​o​).
─ Atos jurídicos sujeitos à registro e à averbação públicos (arts. 9​o​ e 10)

3. Os Bens como Objetos das Relações Jurídicas


─ Os bens jurídicos representam os objetos de interesse (valor) das pessoas ou da
sociedade em geral e, por isso, são tutelados pela ordem jurídica.
─ Os bens jurídicos constituem, na Teoria geral da Relação Jurídica, os objetos ​mediatos
dessas relações, pois a satisfação dos direitos que os tutelam, no contexto de uma relação
jurídica, está sempre vinculada à realização de uma ​prestação​ (ação ou abstenção) de
sujeito determinado ou da própria coletividade (objeto ​imediato​).
● O direito que tutela o bem jurídico mediato chamado propriedade será satisfeito
quando houver a realização de prestação (no caso, uma abstenção da coletividade).
● O direito que tutela o bem jurídico chamado crédito será satisfeito quando houver a
realização de prestação (no caso, uma ação) de sujeito determinado, ou seja, do
devedor, fiador etc.
─ A expressão bem jurídico, enquanto objeto mediato das relações jurídicas, significa “tudo
aquilo que é protegido pelo Direito, tendo ou não conteúdo ou valoração econômica”.
─ Os bens jurídicos mediatos podem ter natureza ​patrimonial​ (com valor econômico) ou
extrapatrimonial​ (sem valor econômico).
● Bem patrimonial é espécie do gênero “bem jurídico”.
─ Dos bens considerados em si mesmo:
● Materiais (corpóreos) ou imateriais (incorpóreos) → arts. 79, 81, 82 e 84; arts. 80 e
83.
● Móveis, imóveis e semoventes.
● Fungíveis ou infungíveis (art. 85).
● Consumíveis (art. 86).
● Divisíveis (arts. 87 e 88).
● Singulares (art. 89) e coletivos (arts. 90 e 91).
─ Certos bens de natureza imaterial são equiparados aos bens materiais para os efeitos
legais (p. ex. gozar de transmissibilidade e disponibilidade). → arts. 80 e 83 tratam de bens
materiais por equiparação (ou por determinação legal).
● O direito de crédito é um bem móvel por determinação legal (art. 83, III), portanto
fungível ou não.
─ Dos bens reciprocamente considerados (art. 92)
● Principais
● Acessórios
○ Frutos (art. 95)
○ Produtos (art. 95)
○ Benfeitorias (arts. 97 e 98)
○ Pertenças (art. 93) ⇒ essencialmente principal.
○ Acessões naturais (art. 97)
─ Dos bens públicos → são bens de domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de
direito público interno. Classificam-se (art. 99):
● bens de uso comum do povo
● bens de uso especial
● bens dominicais
─ Bens de uso comum do povo, bem como os de uso especial são inalienáveis (regra
geral). Podem sofrer a incidência do procedimento de ​desafetação​, i.e., da inclusão desses
bens na categoria de bens dominicais, que podem ser alienados (regra geral) → Os bens
dominicais podem sofrer a incidência do procedimento de ​afetação​, i.e., transformá-lo em
bem bem do patrimônio público.
─ Dos bens comercializáveis e fora do comércio → existem bens fora do comércio nas
situações:
a) bens naturalmente inapropriáveis → ar, luz solar, água do mar.
b) bens legalmente inalienáveis → bens públicos de uso comum e especial, bens de
incapazes, das fundações, de famílias, tombados e terras ocupadas por índios.
c) bens indisponíveis pela vontade humana → bens deixados em testamento ou
doados, com cláusula de inalienabilidade.

4. Os Fatos Jurídicos como Pressupostos das Relações Jurídicas


─ Fato jurídico é “o fato, ou complexo de fatos, sobre o qual incidiu a regra jurídica” (Pontes
de Miranda).
─ A norma jurídica (regra ou princípio) produz eficácia normativa (fenômeno da incidência)
em relação ao fato social, juridicizando-o (tornando-o fato jurídico). → Possibilidade de
eficácia jurídica, i.e., da produção de efeitos jurídicos previstos pela regra. → Ocorre no
ambiente chamado relação jurídica, i.e., na relação inter-humana, a que a regra jurídica,
incidindo sobre os fatos, torna jurídica.
─ A norma jurídica e o fato jurídico são os pressupostos (condições) para existência de
qualquer relação jurídica.
─ Classificação geral dos fatos jurídicos:
a) Fatos jurídicos stricto sensu (fatos naturais)​: produzidos sem a conduta voluntária da
pessoa humana.
b) Fatos jurídicos lato sensu (fatos humanos)​: produzidos com a conduta voluntária da
pessoa humana.
─ Dessa classificação, passamos para as ramificações:
1) Fatos jurídicos stricto sensu dividem-se em:
a) Fatos jurídicos ordinários​: fatos de acordo com uma certa ideia de ordem
(ex.: início da vida humana, início da personalidade jurídica humana, extinção
de personalidade jurídica, decurso do tempo).
b) Fatos jurídicos extraordinários​: fatos que não se enquadram com certa ideia
de ordem (ex.: caso fortuito e força maior - art. 393, CC/02).
2) Atos jurídicos lato sensu dividem-se em:
a) Atos jurídicos lícitos​: atos que a lei defere os efeitos almejados pelo agente;
praticados em conformidade com o ordenamento; produzem efeitos jurídicos
voluntários.
b) Atos jurídicos ilícitos​: em desacordo com o prescrito no ordenamento;
produzem efeitos jurídicos involuntários.
3) Atos jurídicos lícitos subdividem-se em:
a) Atos jurídicos stricto sensu (meramente lícitos)​: cujos efeitos (eficácia
jurídica) já estão predeterminados na lei. Ainda subdivididos em:
I) Atos materiais ou reais​: atuação da vontade que lhes dá existência
imediata; não têm destinatário.
II) Participações​: declaração para a ciência de intenções ou fatos; sua
existência consubstancia-se na destinação, no sentido de que o sujeito
pratica o ato para dar conhecimento a outrem de que tem certo
propósito ou de que ocorreu determinado fato.
b) Negócio jurídico​: declaração de vontade privada destinada a produzir efeitos
que o agente pretende e o direito reconhece. Tais efeitos são a constituição,
modificação ou extinção de relações jurídicas de modo vinculante, obrigatório
para as partes intervenientes.
c) Ato-fato jurídico​: atos humanos em que se leva em consideração mais os
efeitos produzidos (eficácia jurídica) do que a intenção, ou vontade, de
produzi-los.
4) Atos ilícitos subdividem-se em:
a) Atos ilícitos stricto sensu​: ato praticado com infração ao dever legal de não
lesar a outrem (art. 186, CC). É fonte do dever-sanção ou da
obrigação-sanção de indenizar.
b) Abuso de direito​: ato praticado no exercício de um direito reconhecido pelo
ordenamento jurídico, caracterizado pelo fato do excesso, segundo limites
impostos pela finalidade econômica e social, pela boa fé ou costumes (art.
187, C). Também gera o dever ou obrigação de indenizar, entretanto a
responsabilidade civil independe da apuração da culpa em sentido amplo.
c) Negócio inválido​: declaração de vontade existentes (constituídas) fora dos
limites (requisitos) estabelecidos em lei. Deve ser declarada em sentença
judicial e tem como consequência (sanção) a nulidade absoluta (arts. 166 e
167, CC) ou a nulidade relativa ou anulação (art. 171, CC) do fato negocial.
─ Os planos da

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─ Dos defeitos e da invalidade dos negócios jurídicos
● Parte patológica dos negócios jurídicos: seus defeitos e invalidades.
● os defeitos (ou vícios) dos negócios jurídicos são situações que o tornam passível de
anulação (art. 171,II) ⇒ pois sua existência atesta, ou uma declaração de vontade
emitida sem consciência ou liberdade, ou uma intenção de lesar credores.
● dois tipos de defeitos:
a. Defeitos de consentimento​ → a vontade das partes não deve oportunidade
de se expressar consciente e livremente. Subdividem-se em:
1. Defeitos ​internos​ de consentimento → cuja existência não se deve à
conduta da outra parte (má-fé), mas apenas à má formação da
vontade por parte do sujeito lesado.
● Erro ou ignorância​ (arts. 138 a 144) → a falsa representação,
na mente do declarante, a respeito da realidade do negócio
jurídico. ⇒ deve apresentar duas características: 1. ser
substancial; 2. ser escusável.
● Lesão​ (art. 157) → fato de uma pessoa, movida por premente
necessidade ou inexperiência, se vincular a obrigação
manifestamente desproporcional em relação a obrigação da
outra parte. ⇒ dois requerimentos: 1. subjetivo; 2. objetivo. ⇒
(natureza personalista do código; proteção da pessoa
humana).
2. Defeitos ​externos​ de consentimento → cuja existência se deve à
conduta a outra parte, i.e., à má-fé do sujeito que negocia. São:
● Dolo​ (arts. 145 a 150) → indução em erro de uma parte do
negócio jurídico. ⇒ principal ou acidental (somente o primeiro
pode ser anulado; o segundo cabe indenização).
● Coação​ (arts. 151 a 155) → constrangimento da vontade da
parte declarante, através da ameaça de violência física ou
moral, feita pelo próprio destinatário de declaração ou por
terceiro.
● Estado de perigo​ (art. 156) → fato de que o sujeito declara
assumir obrigação excessivamente onerosa, por estar sua
vontade constrangida por necessidade premente de salvar-se,
ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido do
declaratário.
b. Defeito social​ → ocorre pela constatação de que uma das partes está
causando (ou pretende causar) a diminuição do seu patrimônio para impedir
que seus bens sejam objeto de constrição judicial na satisfação dos direitos
dos credores.
● Fraude contra credores​ (arts. 158 a 165) → defeito do negócio jurídico
de alienação de bens do patrimônio do devedor insolvente.
● Os defeitos dos negócios jurídicos, mas não apenas eles, constituem situações
(fatos jurídicos) que, uma vez ocorridas e devidamente reconhecidas pelo poder
judiciário, produzem a invalidade dos negócios jurídicos em geral. Assim sendo,
devemos considerar que a natureza jurídica da invalidade é a sanção jurídica. ⇒ (há
entendimentos contrários na ciência do direito).
● Negócio jurídico inválido é aquele aquele que não preenche determinado requisito
de validade ─ geral (art. 104) ou especial (art. 108) ─ ou apresenta defeito de
consentimento ou defeito social.
● Existem dois graus de invalidade (sanções) para os negócios jurídicos:
a) Nulidade​ (arts. 166 e 167) ⇒ art. 167: “simulado é o negócio jurídico que
aparenta ter sido praticado para produzir os efeitos declarados, mas que
oculta intenção diversa de ambas as partes e prejudica terceiros não
participantes; pode ser relativa ou absoluta; causa de nulidade (e não defeito)
em ambos os casos (eticidade do código).” (Gonçalves).
b) Anulabilidade​ (art. 171) → “I - por incapacidade relativa do agente; II- Por
vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo ou fraude contra os
credores.”
● Principais distinções:

Nulidade Anulabilidade

Protege interesses de ordem pública. Protege interesses de ordem privada.

Pode ser alegada por qualquer interessado, Pode ser alegada, a princípio, pelo
ou pelo MP, ou couber (art. 168, caput). interessado (art. 177).

Não é suscetível de confirmação, nem Pode ser confirmado pelas partes (arts. 172
convalesce pelo decurso do tempo (art. e 173).
169).

Não há prazos (prescricionais ou a) Prazo de decadência de 4 anos: I -


decadenciais). quando cessar a coação; II - no dia em que
se realizou; III - no dia que cessar a
incapacidade (art. 178). b) Prazo de
decadência de 2 anos, quando a lei
dispuser que o ato é anulável, sem
estabelecer prazo (art. 179).

Sentença judicial produz eficácia (efeitos) Sentença judicial produz eficácia (efeitos)
ex tunc​ (retroativos) e ​erga omnes.​ ex nunc​ (não retroativos) e ​inter partes​.

Pode ser pronunciada de ofício pelo juiz. Não pode ser pronunciada de ofício pelo
juiz (art. 177).
─ Dos atos jurídicos lícitos: art. 185, CC/02
● regra da remissão ⇒ Construção das normas gerais sobre os atos jurídicos lícitos
(atos jurídicos stricto sensu ou meramente lícitos) → art. 185: “aos atos jurídicos
lícitos, que não sejam negócios jurídicos, aplicam-se, no que couber, as disposições
do Título anterior”. ⇒ aplica-se principalmente as regras gerais sobre validade (art.
104), representação, invalidade etc.
─ Dos atos ilícitos: o ​ato ilícito stricto sensu​ (art. 182)
● atos ilícitos lato sensu subdividem-se em: a) ato ilícito stricto sensu; b) abuso de
direito; c) negócios jurídicos inválidos ⇒ nos dois primeiros, a ilicitude do ato
acarreta o mesmo tipo de sanção, prevista no art. 927, caput: o dever de indenizar
ou responsabilidade civil.
● a existência do ato jurídico stricto sensu está associada à presença do elemento
“culpa”.
● culpa lato sensu (dolo ou culpa stricto sensu) como elemento formador do ato ilícito
stricto sensu, que vem a ser o fundamento da responsabilidade civil subjetiva.
● dano moral como espécie de dano indenizável.
● a pessoa lesada deve provar, além da lesão (dano material e/ou moral):
a) o nexo causal entre o dano e a conduta voluntária do agente;
b) a culpa lato sensu do agente, i.e., a inobservância a um dever geral de
conduta (a culpa stricto sensu, que se caracteriza pela negligência, pela
imprudência ou pela imperícia) ou a intenção de lesar outrem (o dolo).
─ Dos atos ilícitos: o ​abuso de direito​ como ato jurídico ilícito (art. 187)
● elementos caracterizadores:
a) a irregularidade (ou excesso) manifesto no ato de exercer um direito;
b) o exercício de um direito que ultrapassa limites de natureza social (finalidade
econômica e social; boa-fé ou bons costumes).
● Teoria Objetiva do Abuso de Direito, i.e., do abuso de direito como ato jurídico ilícito
não culposo.
● responsabilidade civil objetiva (independe da verificação de culpa lato sensu).
─ Dos atos ilícitos: as excludentes da ilicitude (art. 188)
● as espécies de excludentes da ilicitude (não responsabilidade) são:
a) legítima defesa → art. 188, primeira parte;
b) exercício regular de um direito → art. 188, I, in fine;
c) estado de necessidade → art. 188, II.
● o art. 188 deve ser compreendido à luz do que dispõem os arts. 929 e 930.
─ Prescrição e a decadência como fatos jurídicos que extinguem relações jurídicas
● são fatos jurídicos extintivos de determinadas relações jurídicas.
● distinção entre prescrição e decadência: “resolveu-se enumerar, na Parte geral, os
casos de prescrição, em numerus clausus, sendo as hipóteses de decadência
previstas em imediata conexão com a disposição normativa que a estabelece”
(Reale).
─ A violação do direito, a pretensão e a prescrição
● art. 189: definição de prescrição ⇒ “Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a
pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205
e 206 .”
● o direito subjetivo de alguém ─ reconhecido pela lei ou por manifestação de vontade
─ pode ser violado pela conduta (ação/omissão) de outrem. ⇒ Surge para o titular
do direito violado um direito subjetivo de natureza material chamado ​pretensão​, que
pode ser definido como o direito de uma pessoa exigir uma conduta de quem viola
direito reconhecido pelo ordenamento jurídico.
● a prescrição é o fato jurídico extintivo de um direito material (a pretensão) e não de
uma faculdade processual (direito à ação judicial).
─ A decadência e os direitos potestativos
● A decadência (ou caducidade) impossibilita o exercício de outra categoria de direitos
subjetivos distinta da pretensão. ⇒ São os direitos potestativos (ou formativos), i.e.,
direitos que conferem ao respectivo titular o poder de influir ou determinar mudanças
na esfera jurídica de outrem, por ato unilateral, sem que haja dever correspondente,
apenas uma sujeição.
● Direitos potestativos não se confunde com pretensão, pois nesta se exige uma
conduta do devedor, enquanto aquele opera por si, bastando seu exercício para
produzir o efeito gerador, modificativo ou extintivo, por via judicial ou extrajudicial.
● prazos prescricionais foram dispostos exclusivamente nos arts. 205 e 206; todos os
demais (previstos nas partes geral e especial) são de natureza decadencial.
─ As pretensões e os direitos potestativos não-sujeitos à prescrição e à decadência
● o titular desses direitos pode exigir de outrem determinada conduta e/ou praticar o
ato correspondente ao conteúdo do direito a qualquer tempo ⇒ “imprescritíveis”. ⇒
exemplos:
a) as que se prendem ao estado das pessoas.
b) as de exercício facultativo (ou potestativo), em que não existe direito violado,
como as determinadas a extinguir condomínio.
c) as que protegem direito de propriedade e podem ser deduzidas em juízo por
meio de ação reivindicatória.
d) as de reaver bens confiados à guarda de outrem a título de depósito , penhor
ou mandato.
e) as que protegem os direitos da personalidade.
─ A distinção entre prescrição, preclusão e perempção
● a prescrição é perda de um direito subjetivo material (pretensão)
● preclusão e perempção são fatos jurídicos extintivos de direitos (ou faculdades)
processuais.
- Preclusão: perda de uma faculdade processual, por não ter sido exercida no
momento próprio.
- Perempção: perda de direito de ação pelo autor contumaz, que deu causa a
três arquivamentos sucessivos.
─ As principais diferenças entre os prazos prescricionais e decadenciais
● ambos são fatos jurídicos cuja existência depende sempre do transcurso de um
determinado lapso temporal chamado prazo (art. 132).
● principais diferenças:
a) Prazos prescricionais apresentam-se em numerus clausus, são apenas os
previstos no art, 205 (prazo geral) e no art. 206 (prazos especiais); todos os
demais são decadenciais;
b) A contagem dos prazos prescricionais está sujeita a impedimentos (art. 197 a
201), suspensões (art. 197 a 201) ou interrupções (arts. 202 a 204); os
prazos decadenciais não sofrem nenhum desses tipos (art. 207);
c) Os prazos prescricionais (que são apenas fixados por lei), não podem ser
alterados em negócio jurídico (art. 192), ao passo que os prazos
decadenciais podem ser fixados por lei e também por negócio jurídico (art.
211).
● não há distinção entre os prazos prescricionais e decadenciais quanto ao
conhecimento ex officio pelo magistrado.
● os ​impedimentos​ são fatos que uma vez ocorridos, obstam o início da contagem do
prazo; as suspensões e as interrupções, ao contrário, são situações que obstam o
prosseguimento de prazo já em curso.
- Nas ​suspensões​, o prazo pára de correr e, finda a causa suspensiva, retorna
seu curso pelo tempo que resta para a prescrição.
- Nas ​interrupções​, que só podem ocorrer uma vez, o prazo pára de correr e
finda a causa interruptiva, reinicia do termo inicial sua contagem.

FIM

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