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A minha aprendizagem nesta semana foi sobre as intervenções de enfermagem para

a promoção do conforto em clientes oncológicos em fase terminal. Enquadro esta


aprendizagem nas competências específicas.

Esta aprendizagem foi adquirida quando cuidei com uma cliente oncológica em fase
terminal que durante avaliação inicial encontrava-se vigil, não comunica verbalmente,
apresentava desconforto físico, dor oncológica generalizada, intensa a mobilização na escala
de fáceis, presença de restos alimentares na cavidade oral, pele desidratada, teve uma
dejecção líquida de cor amarela. Diante destes cateterizamos acesso venoso periférico,
administramos analgesia prescrita e 500ml de dextrose para reposição volémica, realizamos
cuidados de higiene intima e oral, posicionamos, realizamos a glicemia capilar com sangue
venoso e envolvemos a família nos cuidados, de modo a promover o conforto ao cliente.

Cuidados paliativos são intervenções não resolutivas, realizadas por profissionais de


saúde com a finalidade de proporcionar conforto, aliviando o sofrimento de pessoas em
estado crítico de saúde decorrente de uma doença crónica, sem perspectiva de cura (Pessoa,
2017). Nestes clientes é fundamental o enfermeiro ter como objectivo terapêutico a
promoção de conforto ao cliente e sua família, sendo que, para a mesma, as bases da
intervenção a estes doentes devem passar pela oferta de cuidados globais, pessoalizados e
contínuos, através de intervenções interdependentes como: as medidas farmacológicas e
intervenções autónomas que promovem o conforto como: cuidados corporais, entre os quais
os cuidados de higiene, protecção e hidratação da pele, cuidados de higiene oral,
posicionamentos, segurar a mão, toque terapêutico, massagem, escutar, falar com e
compreender, permitindo ao cliente e família expressar desejos, sentimentos, preferências,
interesses ou necessidades e utilizando os objectos pessoais do doente (Santos, 2013).

Diante desta aprendizagem reflecti que para promoção do conforto em situação de


fim de vida é essencial o envolvimento da equipa multidisciplinar. Nesta situação as
intervenções de enfermagem foram bem direccionadas, as medidas farmacológicas e não
farmacológica para o controlo da dor foram eficazes, assim como outras medidas de
conforto, pois a cliente não apresentava fáceis de dor e descansou por um período, na posição
dorsal a 15 graus e senti-me mais tranquilo. Sugerimos a médica para trocar a via de
administração do diclofenac de intramuscular para endovenoso e realizamos a glicemia
capilar com o sangue venoso para não provocarmos mais dor e desconforto à cliente e assim
promover de certa forma o conforto. Alguns autores recomendam a utilização da via
subcutânea (hipodermóclise) como alternativa para realização da analgesia e reposição
volémica. De formas a prestar cuidados holísticos com a cliente, podíamos ter envolvido
mais os familiares nos cuidados e de forma adequada, realizando alguns ensinos e reforço
de questões inerentes prestação de cuidados, visto que os mesmos são os cuidadores da
cliente no domicílio. Tive dificuldade em estabelecer uma relação terapêutica com a cliente
pelo tempo e por não comunicar verbalmente, então utilizei estratégias não-verbais e
explicava sobre os procedimentos sempre.

Nestes clientes mobiliza-se a teoria do conforto, das relações interpessoais e da


incerteza na doença.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Pessoa, J. (2017). Oncologia: cuidados paliativos aos pacientes oncológicos. Temas em
Saúde 17(1), 281-331. Disponível em: http://temasemsaude.com/wp-
content/uploads/2017/05/17116.pdf.

Santos, J. O. (2013). Intervenção do enfermeiro na promoção de conforto ao doente


oncológico em fim de vida, em contexto hospitalar. (Dissertação Não Publicada),
Escola Superior de Enfermagem de Lisboa: Lisboa. Disponível em:
https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/15981/1/Relat%C3%B3rio%20de%20E
st%C3%A1gio%20-%20%C3%BAltima%20vers%C3%A3o.pdf

A finalidade dos cuidados paliativos é fornecer alívio para dor e outros sintomas
estressantes; reafirmar vida e a morte como processos naturais; integrar os aspectos
psicológicos, sociais e espirituais ao aspecto clínico de cuidado do paciente; não apressar ou
adiar a morte; oferecer um sistema de apoio para ajudar a família a lidar com a doença do
paciente, em seu próprio ambiente; oferecer um sistema de suporte para ajudar os pacientes
a viverem o mais ativamente possível até sua morte; usar uma abordagem interdisciplinar
para acessar necessidades clínicas e psicossociais dos pacientes e suas famílias, incluindo
aconselhamento e suporte ao luto
Os cuidados de enfermagem ao indivíduo com câncer devem ser individualizados,
pois cada fase da vida apresenta transformações fisiológicas e psíquicas. A dor e o
sofrimento manifestam-se em cada pessoa com características e intensidade diferentes. Além
disso, o paciente está fragilizado e com uma perspectiva de sobre vida reduzida, por isso
diante de um diagnóstico de uma doença neoplásica, a sua perspectiva se torna bem reduzida
e ocorre um grau de sofrimento. O enfermeiro deve promover uma maior aproximação com
esse paciente, alcançando por meio da comunicação, para identificar suas necessidades,
planejar e desenvolver ações que visem a promover melhor qualidade de vida (SILVA, 2015)

O cuidado holístico durante todo o tratamento clínico oncológico é fundamental,


considerando-se os aspectos físico, psicológico, social, econômico, cultural e espiritual,
além de preconceitos e tabus concernentes ao câncer. O enfermeiro tem papel fundamental
nos cuidados paliativos, requerendo conhecimento científico e habilidades técnicas, em
todas as etapas do atendimento, com uma comunicação adequada entre o enfermeiro e
familiares

A prudência prestada a esses pacientes terminais deve ser de maneira humanizada,


sempre tendo empatia com o doente, também serve para o acompanhante dar valor ao
significado da vida. O mesmo deve ter visão positiva, mesmo sabendo que não há mais
chances do paciente sobreviver, promover o bem estar, mantê-lo em lugar tranquilo, alegre
e agradável é uma maneira de amenizar o sofrimento do doente

o tempo necessário para promover conforto, o trabalho emocional em promover


conforto, o cuidado holístico e as necessidades de suporte educacional Relativamente ao
cuidado holístico é fundamental ajudar o doente a conseguir um conforto mental, a satisfazer
as suas necessidades emocionais e espirituais e, ainda, a apoiar e cuidar da família/prestador
de cuidados
O cuidar dos pacientes oncológicos terminais na sua totalidade dá ênfase à dor e ao
sofrimento do paciente, alcançando todas as dimensões: física, psíquica, social e espiritual
(PESSINI; BERTACHINI, 2004). Os cuidados paliativos ministrados a esses pacientes não
abreviam e nem prolongam a morte, eles aliviam a dor e o sofrimento, proporcionando
melhor qualidade de vida, até que aconteça de forma natural. Tais cuidados se iniciam com
o diagnóstico da doença e se estendem até o luto É necessária uma equipe multiprofissional
qualificada, com preparo suficiente para que haja interação e muita dedicação aos pacientes
para alcançar os resultados (Brasil, 2008).

Cuidados paliativos: aliviar a dor e outros sintomas angustiantes; afirmam a vida e


consideram a morte como um processo normal; eles não tentam acelerar ou atrasar a morte;
integrar os aspectos psicológicos e espirituais do atendimento ao paciente; oferecer um
sistema de apoio para ajudar os pacientes a viver o mais ativamente possível até a morte;
oferecer um sistema de apoio para ajudar a família a se adaptar durante a doença do paciente
e em seu próprio luto; use uma abordagem de equipe para responder às necessidades dos
pacientes e de suas famílias, incluindo apoio emocional no luto, quando indicado; melhorar
a qualidade de vida e também pode influenciar positivamente o curso da doença; eles podem
ser administrados no estágio inicial da doença, juntamente com outros tratamentos que
prolongam a vida, como quimioterapia ou radioterapia, e incluem a pesquisa necessária para
entender e gerenciar melhor as complicações clínicas angustiantes.

Segundo a definição da Organização Mundial de Saúde – OMS, revista em 2002,


“Cuidado Paliativo é uma abordagem que promove a qualidade de vida de pacientes e seus
familiares, que enfrentam doenças que ameacem a continuidade da vida, através da
prevenção e alívio do sofrimento. Requer a identificação precoce, avaliação e tratamento da
dor e outros problemas de natureza física, psicossocial e espiritual”.

Cuidados Paliativos: conceito, fundamentos e princípios

Dalva Yukie Matsumoto

A OMS publicou princípios que regem a atuação da equipe multiprofissional de


Cuidados Paliativos. 1. Promover o alívio da dor e outros sintomas desagradáveis
Desta forma é necessário conhecimento específico para a prescrição de
medicamentos, adoção de medidas não farmacológicas e abordagem dos aspectos
psicossociais e espirituais que caracterizam o “sintoma total”, plagiando o conceito de DOR
TOTAL, criado por Dame Cicely Saunders, onde todos estes fatores podem contribuir para
a exacerbação ou atenuação dos sintomas, devendo ser levados em consideração na
abordagem.

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