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LEVA-ME À
VERDADE
DESFAZENDO O EGO
1
LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
NOUK SANCHEZ
E TOMAS VIEIRA
LEVA-ME
À VERDADE
D E S F A Z E N D O O E G O
Tradução de
M;Thereza de Barros Camargo
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
por
Maria Thereza de Barros Camargo
Ilustração:
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
A P R E S E N T A Ç Ã O
LEVA-ME À VERDADE – Desfazendo o Ego
“Um bom mapa mostrará a você como alcançar seu destino, irá alertá-lo quanto
aos caminhos sem saída, e outros perigos, enquanto destaca maravilhosas vistas,
e panoramas, ao longo do percurso. Os autores fizeram esse mapa; um caminho
preciso através dos vales soturnos do ego, para a terra santa iluminada do Ser
Unificado. É um excelente guia e manual, de alguém que, em campo, testou
cada página.” Robert Rabbin, palestrante, escritor, fundador do Falar em
Tempo Real, autor de O Eixo Sagrado: Vivendo em seu Ser Real; Ecos do
Silêncio: Despertando o Espírito Meditativo; Acendendo a Alma em
Trabalho: Comando aos Místicos.
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
CONTEÚDO
Apresentação
Prólogo
Reconhecimentos
Prefácio
A respeito de Um Curso em Milagres
A respeito dos autores
A respeito da tradutora
Lista de Termos
Ilustrações
Capítulo 1 Uma iniciativa infinita
Por que agora?
A Evolução da Espiritualidade como começamos?
Capítulo 2 O Ser-ego: feito através de projeções
Que é o Ser-ego?
Pensamento e Projeção
Livre Arbítrio
Medo e Agora
Julgamento
Um equivocado sentido de perda do Ser, nossa Identidade, para “Eu”, “Me”,
“Mim” e “Meu”
A Teoria do Bracelete
Capítulo 3 O Ser Unificado: Criado através da Extensão
Eu não sei meus melhores interesses
A Ilusão do Ataque
Dar Inconsciente
O Poder da Humildade
A Certeza
O Estado Infinito de Céu
A “a Ínfima Idéia maluca” expande
A Verdade é Verdadeira e Nada Mais é Verdade
Aceitando a Realidade do Ego: Amando O Que É
A Grande Escapada: Compromisso com a Libertação
O Medidor de Culpa
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O primeiro passo
O veneno da projeção
A ausência de culpa
Dar é receber: Desfazendo o conceito “conseguir”
Reforma do relacionamento
Soltar o ego: Necessidades e Desejos
Estágio 2 Dando a partida
Que as condições que causam meu medo sejam removidas
Tempo, pensamento e emoção
Tempo
Pensamento
Emoção
Uma visão impessoal
Tentação de negar e evitar
Saindo do Estágio 2: “Você verá quando crer nele.”
Contemplação e Meditação
Estágio 3 Um período de desapego
A árvore do julgamento
Perdão e responsabilidade
O Ser Unificado
Abrindo caminho
O que em verdade queremos
A Decisão
Estágio 4 Assentando
Reunindo companheiros poderosos
Busca espiritual e Verdade
Estágio 5 Certeza Absoluta via um período de instabilidade
Da preferência à Confiança total
Vigilância
Possíveis Mudanças
Estágio 6 Um período de Conquistas
Capítulo 7 Orientação no caminho
Nós temos cada um propósito específico
A Vontade Unificada
O que tememos na soltura do ego?
Oração
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
PRÓLOGO
GARY RENARD é o autor dos livros que estão como dos mais vendidos em
todo o mundo, O Desaparecimento do Universo, Conversa direta sobre ilusões,
vidas passadas, religião, sexo, política, os segredos do universo e os milagres
do perdão (Ibis Libris Editora, 2008) e Sua Realidade Imortal – Como romper
do círculo vicioso de nascimento e morte de uma vez por todas (Ibis Libris
Editora, em preparação).
LEVA-ME À VERDADE não é apenas um livro, mas uma revelação.
Quando me pediram pela primeira vez para escrever um Prólogo para esse livro,
fiquei interessado porque, pela correspondência com um dos autores, Nouk
Sanchez, se tornara claro que ela era uma professora espiritualmente bem
dotada que sabia do que estava falando, e tinha uma boa idéia de como
comunicar seu conhecimento. Estou sempre interessado em excelentes
professores espirituais. Mas foi unicamente lendo esse livro que me tornei
entusiasmado. O texto de Nouk Sanchez e Tomas Vieira é intransigente,
interessante e tremendamente consistente.
Se você pensa que consistência não seja importante, então você deveria
perguntar-se, quão consistente é o mundo? A resposta é claramente que ele não
é muito consistente. Isso é porque lhe falta um canal genuinamente claro para
um sistema de pensamento que unicamente consiga provir de uma Fonte mais
alta.
Como se reconhece isso? Unicamente através de observação e, o que é
mais importante, por experiência espiritual. Os ensinamentos do Divino Espírito
Santo, como o revelado através da obra prima espiritual como Um Curso em
Milagres,1que é brilhantemente discutido neste livro, no final revelará o fato de
que, a despeito de milhares de coisas que aparentemos ter de escolher neste
mundo, há apenas realmente duas coisas a escolher, e só uma delas é real. Isso
pode, à primeira vista, parecer simples, e, mesmo assim, é simples. Mas, em
verdade, em termos de mundo, escolher essa única coisa real, não é fácil. De
fato, torna-se difícil, e apenas por meio de prática, e disciplina, que a única
escolha significativa consegue ser feita, consistentemente. Quanto mais você lê
e entende as observações de grandes professores, como Nouk e Tomas, mais
fácil essa decisão mais importante se tornará.
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Wapnick, Ken., Absence from Felicity: The Story of Helen Schucman and Her Writing
of A Course in Miracles, N.T. – Ausente da felicidade: A história de Helen Schucman e
sua escrita de Um Curso em Milagres, livro sem publicação em português, até esta
data.
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2
Riso, Don Richard, e Russ Hudson, The Wisdom of the Enneagram. N.T.- A Sabedoria
do Eneagrama, 3ª edição, São Paulo, Brasil: Cultriz, 2005.
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Shakespeare, William, Hamlet, Ato I, Cena 5.
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RECONHECIMENTOS
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Fundação para Paz Interior, Um Curso em Milagres, UCEM, M-4.I.A.h;10-11
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PREFÁCIO
Nem tudo do ego precisa estar aniquilado para chegar à iluminação. Enquanto
ainda, aparentemente, usamos o corpo, precisamos de uma nesga de ego
restante, para operar nesta realidade, a que chamamos vida. O que é
dramaticamente diferente a respeito dessa nesga remanescente, entretanto, é que
isso, mesmo restante, já está totalmente entregue ao comando da Inspiração
Universal. Nenhuma parte da vontade da pessoa alguma vez se porá em conflito
com a realidade, em algum momento que seja. Há confiança absoluta de que,
não importa o que, a Sabedoria existe e prevalece todo o tempo.
A parte do ego que necessita eliminação é, basicamente, uma
mixórdia intrincada de apegos emocionais antigos. Quando pensamos a respeito
disso, que todo sofrimento e perda é derivado de alguma forma de apego
emocional, por exemplo, relacionamentos, carreiras, valores, opiniões e objetos,
nos abismamos. Essas coisas, quando ameaçadas, conseguem ocasionar dor
emocional de todo tipo, desde aborrecimentos ínfimos até completa devastação.
Nossos desejos também são nascidos desse fundamento disfuncional. O que
pensamos precisar, e sentir, emerge de uma ilusão. O ego é, realmente, uma
central emocional que, equivocadamente, cremos ser o “Eu” a quem chamamos
“eu mesmo.” Conseguimos perguntar a nós mesmos o que, ou quem, restaria se
conseguíssemos retirar de nós e entregar todos nossos apegos emocionais?
Imaginemos que nós, de boa vontade, destacássemos de nós mesmos todas
nossas crenças, e nos lançássemos numa queda livre, de confiança total no
processo de Desfazimento, qual seria o resultado?
Somos emocionalmente apegados a tantas coisas de que nem temos
conhecimento. Um exemplo é o apego à crença de que conhecemos nossos
maiores interesses. Quando olhamos para ela de uma perspectiva mais elevada,
a idéia fica toda absurda. Se o “eu,” que aceitamos como nossa identidade, é
feito puramente de apegos emocionais, então tudo que ele deseja, ou evita, será,
absolutamente, dominado, influenciado por esses apegos. Nessa identidade
chamada “eu”, não há lugar para a Inspiração Universal trabalhar seus milagres,
nenhuma confiança para convidar o amor consciente se manifestar e,
certamente, nenhuma graça pela qual receber seus dons. A coleção de apegos
emocionais chamada “eu” sempre faz o que faz melhor protegendo
obsessivamente seu status, a qualquer preço, mesmo se isso signifique morte
física. Esse “eu”, a despeito de sua aparente necessidade de amor, é,
secretamente, conservado vivo por uma semente fundamental: a separação.
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Se supomos que Deus seja todo amor, porque então somos capazes de
ser tão sem amor? A resposta é que Deus não criou essa realidade que temos
diante de nossos olhos; nós a criamos! Nós viemos do estado original de todo
amor, que é nenhuma dor, nenhuma perda, nenhum medo e nenhuma
separação. Éramos um, e ainda somos, além da vida ilusória que escolhemos
viver. Não tínhamos necessidade de tempo, de espaço ou matéria, porque esses
foram manifestados na separação. Estávamos enlevadamente contentes como
um que é, até que decidimos experienciar algo mais. A experiência que
convocamos é “dualidade,” significando dois-cidade ou outro-cidade, em vez de
uni-cidade. Nessa realidade temos o conceito de bom vs. mau, acima vs. abaixo,
grande vs. pequeno, muito vs. pouco, e assim por diante, numa relação
infindável. O “eu” se concebe separado de todos, e de tudo. No estado de ego
verdadeiramente cremos que temos necessidades que podem vir a ser satisfeitas,
ou não, e que somos vulneráveis à perda.
Essas crenças são responsáveis por algumas idéias bem absurdas,
incluindo a popular interpretação equivocada de que o amor consegue tornar-se
ódio. Se isso, alguma vez, for verdade para nós temos de nos perguntar “quem”
teve a experiência? Quem percebeu que o amor desintegrou e se tornou ódio?
Se alguma vez tivermos essa experiência então conseguiríamos estar
absolutamente certos que somos perfeitos candidatos ao processo de
“desfazimento do ego.” Unicamente o ego crê que amor consiga diminuir, ou
ser transformado em ódio. O amor é desconhecido através do ego. Amor não é
um sentimento, não é uma experiência, e não consegue ser buscado. Tentar
chegar a conhecer o amor, enquanto ainda se crê convencido de que somos
quem pensamos ser, é como pular de um edifício de sessenta andares
convencido de que iremos voar. Até que estejamos preparados a tomar o
caminho para desfazer a percepção do ego, não saberemos quem realmente
somos, ou qual é nosso verdadeiro propósito, nesta vida.
LEVA-ME À VERDADE não é um livro religioso, nem ele aponta para
qualquer religião, como sendo o meio para liberação. Seus ensinamentos não
têm qualquer filiação com qualquer sistema de crença particular. Encorajamos
você a se decidir em sua mente quanto à Verdade contida nas páginas que se
seguem. A Verdade vai repercutir dentro de você. Ela nem sempre se apresenta
a si mesma como paz; algumas vezes se exprime a si mesma como resistência e
muitas vezes como algo que parece um desafio mas, bem no fundo, soa sempre
correta. Todos nós conhecemos a Verdade. Bem profundo dentro de nós
mesmos, todos a reconhecemos porque, em nosso âmago, somos Verdade,
Amor, Alegria e Paz.
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
5
Foundation for Inner Peace, A Course in Miracles, ed. rev. Nova York: Viking, 1996;
Fundação para Paz Interior, Um Curso em Milagres, ed. rev. São Paulo: Abalone, 2006.
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realidade, nos separar dela, fazer uma identidade separada – o ego, o mundo e o
universo cósmico material do espaço e do tempo. Mas a separação é uma
impossibilidade total que só aparenta ter acontecido em nossas mentes; com a
nossa Realidade verdadeira nada aconteceu.
Ainda assim nós piamente cremos que realmente fizemos isto, nos
separamos do Pai perfeito. Nós pensamos que jogamos fora a nossa felicidade
para sempre. Então, para reduzir nossa responsabilidade, projetamos a causa de
nosso sofrimento sobre o mundo, as pessoas e Deus, produzindo as ilusões de
que alguém, ou algo, nos roubou a nossa felicidade, parecendo que eles sejam
os culpados de nossas perdas, dores, sofrimento, dificuldades, tropeços e
problemas. Isso sustenta, nutre e estimula nossa solução ilusória: mudar o
mundo, mudar as pessoas, pegar de volta o que foi nos roubado. Mas essa nossa
"solução", é um ataque, que só faz repetir e manter o problema original que, na
Realidade não existe.
Nós – ilusoriamente – perdemos contato com a Realidade e, assim,
precisamos da ajuda do Divino Espírito Santo para que a nossa sanidade mental
seja restabelecida. A mensagem do Curso é que nunca pecamos, nunca
mudamos coisa alguma da Verdade de Deus. Nós precisamos somente mudar
esse entendimento em nossas mentes. Para mudar essa nossa percepção
equivocada, e torná-la verdadeira, temos que entregar nossas ilusões à Verdade
do Espírito Santo. Sua solução é:
perdoe o mundo e as pessoas pelo que não fizeram.
Estendendo o perdão para outros, nós também somos perdoados. Esta se torna
nossa única função. O perdão também desfaz os muros que nos separam das
pessoas, permitindo-nos vivenciar o fato de que nós somos todos só Um.
Tendo o perdão como nossa ferramenta, e o Divino Espírito Santo como
nosso Guia, viajamos para a verdadeira percepção, que é a nossa meta. Quando
nós e o mundo inteiro atingirmos a verdadeira percepção, que o Curso chama de
mundo real, o próprio Deus dará o passo final e nos levará de volta para casa, de
onde, em verdade, jamais saímos.
A nossa única função neste mundo é, então, ajudar a cura da mente dos
outros, coisa que conseguimos ao curar as nossas próprias mentes, com as quais
curamos a dos outros. Cuidar de algo – negócio, carreira, nossa vida, ou o que
quer que seja, significa primeiro ouvir e responder à Vontade do Pai,
transmitida a nós pelo Divino Espírito Santo – a Voz por Deus – por nossa
sensação intuitiva, depois atender o que Ele nos diz, sem jamais duvidar, daí
manter em tudo e com todos, o tempo todo, Amor, Alegria e Paz pelo perdão, e
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aí, então, ir cuidar de qualquer outro assunto prático, que requeira atenção na
ilusão do mundo. A prioridade é nessa ordem.
Vendido em livrarias especializadas, é disponível no Brasil, em capa
dura, pode ser encomendado nos seguintes locais:
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MANTENHA CONTATO
www.takemetotruth.com
e-mail info@takemetotruth.com
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A respeito da TRADUTORA
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MANTENHA CONTATO
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LISTA DE TERMOS
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ILUSTRAÇÕES
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CAPÍTULO 1
O que é aquele algo esquivo, que estamos sempre buscando, mas que, de
alguma maneira, nunca encontramos? Será felicidade? Se pensarmos a seu
respeito, muito do que nos trouxe felicidade no passado, também nos causou
dor, por sua perda, ou mudança. E, o que seja que esteja nos fazendo feliz está,
continuamente, sob risco de possível perda, ou mudança. Então, o que você
pensa que fará você feliz? Para sempre?
O que nos traria permanente felicidade, que também não fosse
suscetível de risco de perda, destruição ou mudança, e daí nos causasse dor, ou
sofrimento? Dinheiro? Relacionamentos e romance? Filhos? Família?
Descendência? Amigos? Um lar? Local ou cidade onde mora? Carreira? Status?
Causa? Cargo? Condecorações? Fama? Prêmios? Nossos valores? Crenças?
Opiniões? Reconhecimento? Ou aprovação?
Tudo isso, mesmo gratificante, consegue nos causar dor e sofrimento;
mesmo assim cegamente os perseguimos em nossa busca de felicidade
duradoura. A verdade é que o que seja que nos traga felicidade, satisfação e
contentamento, cedo ou tarde nos causa dor. Esse é o universalmente chamado
”fato da vida.’
Se a felicidade, uma vez tida como também a causa de dor, é
reconhecida como a qualidade caprichosa e frágil que é, então porque
existimos? O que vem a ser esse algo enganador que, desesperadamente,
buscamos, sem jamais encontrar? O que é esse vazio, que ainda consegue ser
sentido, até mesmo após a conquista de uma meta? O que essa assombrada
sensação de incompletude tenta nos dizer?
Isso está em todos nós, todo o tempo; entretanto, nos mantemos tão
distraídos, tão ocupados pela vida que, dificilmente, nos atrevemos a sintonizar
nisso e ouvir, profunda ou intencionalmente, seu chamado. Isso usualmente se
apresenta em diferentes épocas de nossa vida, acenando a nós para nos
questionarmos a nós mesmos, nossos valores e nossas vidas. Infelizmente, mais
frequentemente nos decidimos a confrontar isso quando nos vemos diante de
extrema dor, ou sofrimento. A crise tende a nos fazer parar o tempo suficiente
para questionar a vida, e seu significado.
A pergunta é, “Pelo que ansiamos tão profundamente?” E a resposta não
vem na forma que esperamos. A resposta é, “Ansiamos, profundamente, por
uma comunhão, infinita e absoluta, com o próprio Amor.” A experiência que
buscamos, que afinal sacie toda nossa fome física, emocional, mental e
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Small, Jaquelyn, The Sacred Purpose of Being Human, [O Propósito Sagrado de ser
Humano] Introdução, 26-27 N.T. – Livro sem publicação em português. Observamos
que a tese no livro, por admitir uma intenção de buscar “um mundo melhor” diverge do
sistema de pensamento de Um Curso em Milagres que ensina que “não tens de mudar o
mundo, só a tua mente”.
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psique, exigindo ser conhecido. Não mais nos vemos a nós mesmos como meros
egos necessitando de serem estabelecidos; estamos retirando a coberta de uma
verdade mais profunda de nosso ser, compreendendo (tornando real) que somos
tanto humanos, na aparência, como divinos, na essência. ...Ambos os lados de
nossa natureza têm de ser tornados legítimos agora, ou jamais nos sentiremos
íntegros.
“Viajando o caminho do despertar, afinal aprendemos que ser ‘apenas
humano’ não satisfaz mais nossa alma. É muito tentador experimentar ser
‘apenas espiritual,’ e elevar-nos acima de nossos problemas humanos, mas isso
não funciona, também. Nunca conseguimos transcender coisa alguma da qual
não somos curados e integrados em nossa vida pessoal.”7
A Fonte, ou o conceito do Criador, não é um Ser lá fora, em algum
lugar, separado de nós. É importante que qualquer idéia representando a Fonte,
como uma entidade separada Que nos julgue, de alguma maneira, seja
totalmente rejeitada. Para o propósito da presença do Amor ser compreendida,
por qualquer um de nós, temos de primeiro estar dispostos a abdicar toda noção
de um Deus separado, julgador e punitivo, agora e para todo o sempre. Crer que
a Fonte esteja fora e/ou acima de nós, nos torna desamparados. O conceito de
uma Fonte separada de nós nos enfraquece e nos nega nossa herança, por
direito, como um co-criador.
Para sermos verdadeiramente libertados e para introduzir, tanto pessoal
como globalmente, a paz, precisamos nos tornar cônscios de nossa
inconsciência. Só então conseguimos que medos e limitações sejam desfeitos.
Sensações de desconfortos agudos, qualquer senso de urgência sem nome, ou
insaciável sede de preenchimento, de falta ou carência, são todos sinais de um
chamado interior mais profundo. A dor da ignorância, de não saber que temos
estado, há muito tempo, inconscientes, está se tornando demasiada para
suportar. O fim do sofrimento e do caos se tornará nossa realidade, quando for
resgatada, e vencida, nossa percepção limitada de quem somos nós, o que seja a
Fonte, e o propósito a cumprir, pelo qual fomos divinamente criados.
7
N.T. – Small, Jacquelyn, The Sacred Purpose of Being Human, [O Propósito Secreto
de Ser Humano], p. 45-6. Livro sem publicação em português.
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8
T-19.IV.C.5:6 UCEM
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-x-x-x-x-x-x-x-x-x-.
9
T-18.V.h UCEM
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CAPÍTULO 2
O SER-EGO:
FEITO ATRAVÉS DE PROJEÇÃO
Que é o ser-ego?
Como mencionado antes, o ser-ego foi feito no ponto de separação que, há éons
passados, tivemos ‘idéia’ de pedir. No início havia apenas uma Vontade, e essa
era a expressão de eterna dádiva de Si Mesma, ou Amor Infinito, da Fonte. Com
a aparente formação do ser-ego, veio a aparente divisão de nossas mentes, e
aparentemente nos esquecemos de nossa Natureza Unificada, em favor de uma
falsa imagem que fizemos de nós mesmos, baseada na crença de separação,
medo e caos.
Vejamos o que faz a aparente entidade do ser-ego e o que
aparentemente faz funcionar seu sistema de crença para desaprender, desfazer e
tornarmo-nos, de novo, íntegros, reconquistando a Confiança. O ser-ego é um
aparente sistema de crença causado pela massa de culpa adquirida por
intermédio da aparente separação.
Na aparência, o ser-ego, inconscientemente, está em direta oposição ao
nosso Ser Unificado. Ele sabe que se separou da Fonte, e passa sua existência
em veemente negação de sua aparente traição. É assim que toda a dualidade
nasceu como bem e mal, e o estado de constante de busca do prazer e de fuga
da dor. O ser-ego se faz mais conhecido a nós por intermédio das preocupações,
que são os julgamentos e desejos, que injeta em nossa mente. A maioria, senão
todos os sofrimentos, são causados por essas suas distrações e experiências, ao
longo das emoções dolorosas. Entretanto, não ficamos conscientes desse
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11
N.T. – E-pI.16, UCEM
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N.T. – E-pI.1-19 UCEM
13
N.T. – T-13.V.3:5, UCEM
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14
N.T. – E-pI.2, UCEM
15
N.T. – E-pI.22, UCEM
16
N.T. – E-pI.19, UCEM
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17
Wolf, Fred Alen, Matter into Feeling, {Matéria em Sentimento}, p. 148. N.T. –
Livro sem publicação em português, até esta data.
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N.T. – Eu mesma, antes de estudar o Curso, engolfada numa felicidade incompleta,
dizia que “a vida tem uma dívida comigo”... frase dramática, para uma novela
romântica,...mas inverídica.
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Livre Arbítrio
A Fonte criou o Estado Infinito (Céu, ou nirvana) que é eterno, e intocado por
nosso aparente estado de separação, no tempo e no espaço. Quando
aparentamos ter nos separado, adormecemos, e mergulhamos num sonho. Nosso
Ser Unificado pertence, e sempre pertencerá, ao Estado Infinito, mesmo que
nossa evolução terrena seja uma experiência de sonho. O mundo que vemos,
com os olhos do corpo, aparenta existir fora, e independente, de nossas mentes.
Toda forma de medo, inclusive raiva, ataque, carência e ansiedade, é sempre
fragmento projetado de nosso sonho e, portanto, consegue ser curado, por meio
de nosso despertar. Entretanto, enquanto crermos que esse sonho seja real,
nosso ser-ego é o diretor soberano de todas nossas experiências.
Ao tempo da aparente separação, quando nossas mentes pareceram se
fragmentar, fizemos uma vontade, ou intenção, que se moveu no sentido
contrário da Expressão Infinita da presença do Amor. Essa é a vontade de nosso
ínfimo ser, ou ser-ego.
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N.T. – Essas inconsistência, dúvida e conflito nada mais nem nada menos é que falta
de fé, ou sermos “bule,” aquele que é de ‘pô-ca-fé.’
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
lentes do medo, conseguimos ver claramente que tudo que ocorre em nossa vida
é significativo e, perfeitamente, não randômico. Isso é explicado na seguinte
citação de Um Curso em Milagres:
O que deixarias de aceitar se apenas soubesses que tudo o que acontece,
todos os eventos, passados, presentes e por vir, são gentilmente planejados
por Aquele Cujo único propósito é o teu bem? (E-pI.135.18:1)
Medo e Agora
Um Curso em Milagres explica que há apenas dois estados, amor e medo.
O oposto do amor é o medo, mas o que tudo abrange não tem opostos. (T-
In.1:8)
O primeiro é o estado natural e original, de nosso Ser Unificado único. O
segundo, o medo, é o nosso estado falso, ilusório e impermanente, algo
manufaturado por nossa mente separada.
O Amor, mesmo imortal, só consegue florescer, e ser sentido, e
experienciado, na ausência do medo, porque medo, mesmo irreal, distorce nossa
ego-percepção, e nos cega com uma nuvem de confusão. Amor sendo –
aparentemente – oposto do medo, é uma essência infindável, que só conhece
como se estender, ou compartilhar a si próprio e, fazendo, isso ele aumenta, e
fortalece, tanto para o doador como o recebedor. A maioria de nós foi
condicionada a conhecer o medo, mais do que Amor, porque isso é no que a
nossa cultura mais investe.
O medo nos engana, distrai, conturba e perturba, em estados de
confusão, ansiedade e temor. Esperamos desmistificar seu jogo ilusório, e
prover uma alternativa poderosa para seu intento delusório, neste livro.
Quase todo o medo que experienciamos é desnecessário, e debilitante.
O único medo real que podemos necessitar ouvir, e atender, é alguma ameaça
física imediata, e imprevista, instintiva e, muitas vezes, sem tempo para pensar.
Vamos para uma resposta “lutar ou fugir,” como nossos ancestrais faziam
quando, de repente, enfrentavam um animal feroz faminto. Esse tipo de medo
“emergencial” é uma resposta inerente para garantir e manter a sobrevivência
física. Hoje em dia, raramente enfrentamos o medo emergencial. O tipo de
medo a que, mais provavelmente, estamos expostos é de natureza psicológica.
Ele só consegue afluir e sobreviver se ponderamos o passado, ou o futuro.
Todos os medos, usualmente, brotam de nossos pensamentos, nos projetando
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
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N.T. – Toda crença destrutiva é baseada no medo e levada a cabo pela falta de querer.
Quem quer vai, quem não quer fica. “Quando há um querer, o caminho aparece.”
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
Julgamento
Julgamento é um assunto que a maioria de nós entende equivocado. Ele é uma
qualidade valorizada do ser-ego, mesmo que todo seu fundamento, e o seu
transcurso, seja baseado em ilusão. Todo julgamento que o ser-ego faz, vem de
uma auto-imagem distorcida que, constantemente, busca prazer, enquanto tenta
fugir da dor. Ele crê ter-se criado a si próprio, e seja separado da Fonte, e todos
seus julgamentos são dirigidos no sentido de manter essa separação intacta e
inalterada. Como consegue o ser-ego possivelmente julgar corretamente? Ele
teria de ter um conhecimento Infinito, e atenção abrangente do passado,
presente e futuro. Seria requerido conhecer, antecipadamente, todos os efeitos
de seu julgamento em todos e tudo, neles e com eles, de todas as maneiras
possíveis. Precisaria estar plenamente ciente de nosso mais íntimo intento, em
todos os tempos, e em todos os lugares e circunstâncias. O ser-ego julgaria
como “mau,” ou trágico, um desastre que matasse milhares de pessoas. Por ser
ele baseado em separação e caos, ele não tem qualquer capacidade de perceber
qualquer milagre subjacente, ou ver a verdade que criamos, ou a realidade,
inclusive desastres trágicos, que percebemos. O ser-ego jamais invocará a sua
responsabilidade por criar a realidade, e sempre projetará culpa e acusação fora
de si mesmo, sobre a Fonte, pessoas, fatos ou circunstâncias.
O julgamento de “bom” para uma pessoa, pode ser “mau’ para outra. E
o que possa ter sido um “bom” julgamento uma vez, pode ser percebido como
“mau” numa outra vez. O julgamento do ser-ego é imprevisível e perigoso,
ilusório e danoso.
Usamos o julgamento todo o dia, mas o julgamento do ser-ego é sempre
baseado em projeções ilusórias, percebidas fora de nós. Quando atentamos para
isso, pode ser que nos tornemos mais cuidadosos quando tirarmos conclusões
apressadas a respeito dos outros. Não vemos os outros como íntegros; só vemos
um fragmento da pessoa, e o nosso ser-ego projeta esse fragmento tão
defeituosa e erradamente quanto ele descarta a realidade. Nosso ego projeta, em
pessoas que encontramos, qualidades, e defeitos, que podem, ou não, ser reais,
com o que distorce a realidade. Somos criados desde bebês a ser caçadores de
erros, pensando que ajudamos os outros com “crítica construtiva”. Tudo isso só
nos mantém num estado limitado que bloqueia estarmos cônscios da presença
do Amor, do Ser Unificado.
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21
Adyashanti, Emptiness Dancing, p.18,20. N.T. – Vazio Dançante, livro sem
publicação em português.
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22
N.T. –T-in.2:2, UCEM
23
Tolle, Eckart, A New Earth, [Uma Nova Terra], p.68
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A teoria Bracelete
O ego, como um sistema de pensamento equivocado, pode ser equiparado a um
bracelete de múltiplas contas, com cada conta representando uma crença
errônea (Figura 2.3). Essas contas se consistem de ambos, o consciente e o
inconsciente, muitos dos quais brotam de herança ancestral, raça, tribo, nação,
cultura, e/ou família. Condicionamentos passados, educação, experiências, e
24
N.T. – Se queremos nos descrever em termos de ilusão, que sejamos então uma ilusão
boa, benéfica, como Sou o próprio carnaval... por estar desfilando numa escola de
samba, vá lá que seja. Ilusão por ilusão, prefira as de contentamento e efusão.
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-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-
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CAPÍTULO 3
O S E R U N I F I C A D O :
CRIADO ATRAVÉS DA EXTENSÃO
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A ilusão de Ataque
Uma das crenças mais fundamentais que requer total reversão, e nada menos
que isso, é a crença em ataque, em todas as formas concebíveis. Para
começarmos a reconhecer quem somos nós na Verdade, temos de estar
disponíveis a abdicar a noção, profundamente assestada, e enraizada, de que
somos todos separados, e diferentes, uns dos outros. Em nosso âmago, somos
todos um só, e o mesmo, tendo sido todos criados absolutamente no Amor, pelo
próprio Amor Infinito, pela Fonte. Nossa missão agora é redescobrir nossa
conexão, uns com os outros, e com a Fonte; temos de alcançar o total
conhecimento de que, de fato, somos só e unicamente Amor. Nossa missão é
alcançada pela relembrança de ver o Ser-Sagrado em todos, e em cada um, ao
nosso redor. Eles são decisivos para nossa própria cura e inteireza.
25
N.T. – E-pI.24.h, UCEM
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vai ter de abrir mão disso. Para o ser-ego, dar significa perder algo. Ele não tem
a mínima idéia de que “todo dar, verdadeiramente, é receber.”
O QUE QUER QUE DEMOS, CONSERVAMOS; essa é uma verdade
universal. Exemplo disso é: se temos a intenção de perdoar alguém que
amamos, escolhendo desconsiderar um erro, em retorno recebemos essa mesma
dádiva que oferecemos. Podemos não ficar conscientes disso, naquele momento,
mas, cada um e todos os atos de perdão que praticamos, libera-nos,
imensamente, enriquecendo nossas vidas de modos e maneiras que antes jamais
conseguiremos imaginar.
Se, por outro lado, culparmos, ou condenarmos, outro, estamos, de fato,
também, dando algo. Isso também conservaremos. Nesse instante, estamos
dando julgamento, raiva, ataque, e culpa. O princípio dar é receber, nesse caso,
permanece exatamente o mesmo; o que quer que projetemos, ou dermos a outra
pessoa, invariavelmente acumulamos internamente. Feiúra dada, retorna como
feiúra, e aquele tipo de caos consegue ser visto ocorrendo em miríades de
formas ao longo da vida.
Como dissemos, anteriormente, todo pensar é uma causa. Não há
pensamentos neutros [ineficientes, inconseqüentes, inócuos ou nulos]. Se cada
pensamento que temos causa – necessária e obrigatoriamente – um efeito, você
consegue imaginar qual seria o efeito cumulativo de fazer, ou ter feito, milhares
de julgamentos falsos? Especialmente agora que nos damos conta de que tudo
que damos – tanto de bom como de mau – retorna à sua fonte? Não há como
escapar dessa verdade, que não tem exceção. Aliás de nenhuma Verdade
escapamos. Entretanto, conseguimos decidir a ser preparados, antecipadamente,
a respeito disso, e melhorar imediatamente, a nós mesmos, e nossa qualidade de
vida, mantendo-nos atentos quanto a nossos pensamentos, sensações e ações.
Simplesmente parando quando a raiva surja,26 e decidindo-nos a observar
nossos pensamentos, emoções, sentimentos e sensações – para ‘escolhê-los
outra vez’ – é uma liberação maravilhosa. Dando-se conta de que você não é
seus pensamentos, nem suas sensações, e que você consegue eleger se
desconectar – do pensamento e/ou da sensação – e se observar é,
provavelmente, a maneira mais rápida de transformar sua vida. Esse processo
será discutido em detalhe na seção “O Momento Agora”.
Em cada, e em todo, encontro que temos com outro, nos é dada a
oportunidade tanto de ou nos aprisionar, ou liberar, a nós mesmos.
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N.T. – Fazer um “stop”, (parada) como diria Gurdjieff, para se observar e, se preciso,
“escolher outra vez.”
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Dar Inconsciente
Há alguns de nós, entretanto, que dão ao ponto de cometer erro. Há alguns que
apenas não conseguem dizer “não” e tornam suas vida um infindável ato de dar.
A freqüente sensação que acompanha todo esse dar é exaustão, ressentimento
ocasional, e talvez uma inconfortável sensação de ser usado, manipulado, sem
se dar conta da fonte desse desconforto.
Há algumas marcas registradas desse dar inconsciente, que você pode
reconhecer como seu próprio comportamento. Esses incluem uma necessidade,
ou impulso, de dar, antes que a outra pessoa até mesmo se dê conta de que
precise, ou queira, algo. O doador inconsciente – ou compulsivo – tenta
estabelecer uma conexão com o recebedor que, no final, se torna co-dependente.
Isso é baseado no doador querendo ser necessário, ou em busca de aprovação.
Por ser intenção inconsciente do doador de se tornar necessário, o ato de dar
vem de um senso de carência ou vazio. Invariavelmente o doador atrairá os que
usam, e abusam disso, ou tipos de personalidade de vítima clássica. O ciclo de
dar e receber é enfraquecedor, para ambas as pessoas, porque esse dar não vem
do amor, um intento sem ego. Quando num auto-inquérito encontramos que
nossa motivação subjacente por dar é para receber reconhecimento, aprovação
ou elogio ou desejo de tornar-se necessário, então o dar se torna condicional,
especial e, inconscientemente, demanda pagamento, ou retribuição, mesmo que
não seja monetário.
Curar esse tipo de dar disfuncional requer responsabilidade pessoal;
requer reconhecimento desse comportamento, e aceitação da responsabilidade
por essa verdade, antes da cura. Secundariamente, temos de confiar esse mau
hábito à Inspiração Universal, por conscientemente mudar nossa atenção a cada
caso, onde formos tentados a retornar a esse dar disfuncional. Quando a
urgência familiar seja sentida, nos tornamos o observador, e mentalmente
comandemos nosso caminho, ao longo do encontro. Mantenhamo-nos no
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O Poder da Humildade
O Ser Unificado é um infindável armazém de Alta Sabedoria, que a maioria de
nós ainda não descobriu, ao qual, também ainda, nem se rendeu. É uma casa de
força de Verdade, e conhecimento, além do reino finito intelectual, porque é o
receptor direto das intenções miraculosas da Fonte. Quanto mais retirarmos as
camadas da percepção do ser-ego, mais forte se torna nossa capacidade de
estender e receber Amor, Alegria, Paz, visão interior e entendimento. Ataque,
em qualquer forma, não é parte da realidade do Ser Unificado, nem tão pouco a
defesa. A defesa em si mesma é a crença de que o ataque seja real e, portanto,
precisa do contra-ataque da defesa. O ser real, e verdadeiro, nunca consegue ser
atacado e, portanto, não requer qualquer defesa.
O ser-ego investiu muito nessa imagem. Isso inclui idéias, crenças,
opiniões, pessoas e coisas. Ele guarda isso intencionalmente, e está em vigília
por qualquer ameaça de perda, ou mudança, percebida em qualquer um deles,
então usa a defesa como sua resistência à mudança.
A humildade contém o poder da indefensibilidade. Somente o ser-ego
precisa se defender, para manter seu sistema de pensamento insano. Sua defesa
total emerge quando sua identidade fica ameaçada, por nossa possível
descoberta da ilusão despropositada que ela é. Só a ilusão necessita defesa
porque, se a ilusão de qualquer tipo fosse para remover completamente a defesa,
o que restaria? Sendo que a ilusão não mais fica protegida, muito simplesmente,
a única essência que possivelmente restaria é o Amor. A experiência de pôr de
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lado o ego é, puramente, o descartar de defesas que haviam, até agora, protegido
nossas ilusões, todas elas, inclusive a imagem de nosso ser-ego. Abdicar defesas
significa reconhecer e abraçar a Verdade, que é o Amor em ação.
O descartar do ego não seria necessário se agora, sem demora,
conseguíssemos plenamente abraçar a verdadeira humildade. O ser-ego é como
uma fortaleza, pronta para batalhar contra qualquer um, ou qualquer coisa, que
ameace desestabilizar sua matriz de poder. Precisamos fazer a seguinte
pergunta, “O que nosso ser-ego está protegendo?”, e “Que valor – ou
gratificação – existe em manter tal gigantesca ilusão, que nos bloqueia
experienciar o enlevo extático da presença do Amor?” Se nos rendêssemos, de
todo coração, ao reconhecimento de que nosso mais valioso trunfo é a
humildade, nos tornaríamos iluminados nesse mesmo instante. Se apenas
abraçássemos a humildade, tanto a intensidade, como a duração, da experiência
de liberação do ego seria diminuída.
Temos necessidade de encorajar a presença, consciente e extrema, da
própria honestidade para ganhar humildade. Isso significa erradicar o desejo do
ser-ego de dirigir, produzir ou justificar, nossos pensamentos, sentimentos,
sensações e respostas, todos em seu favor, através de consistente vigília e
atenção. A chave aqui é manter a atenção sadia plena, enquanto exercite o
discernimento, e não usar o julgamento e a condenação, que fomentam a culpa.
Nossa vulnerabilidade é nossa força, quando considerada sob a
perspectiva da Fonte. Não apenas conseguimos nos permitir nos tornar mais
vulneráveis, mas temos de ser mais vulneráveis, se vamos aprender que as
defesas do ser-ego são sem sentido, e cresce a confiança na sabedoria da
Vontade Unificada, trabalhando através e ao redor de nós. Todas as áreas dentro
de nós, e em nossa vida, que consciente, ou inconscientemente, defendemos são
ilusões! Nossos corpos, valores, crenças e status, e o que mais haja, tudo é
ilusão.
Se conseguirmos apenas nos refrear de nos defender, e mantivermos
atenção firme ao momento presente, para assegurar o evolver da Verdade,
alcançamos visão interior e Paz. Mais uma camada de ilusão será removida e
nós daremos até mesmo mais outro gigantesco passo adiante na reconquista de
nosso Ser Unificado e da vida de enlevo que ansiamos.
Certeza
Há apenas duas aparentes realidades neste mundo e, uma delas, é ilusão. Há só
medo, ou amor. Onde houver medo não consegue haver amor. Onde há amor,
medo não há. São mutuamente excludentes. Há, em qualquer momento
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em que circunstância, ou que pessoas pareçam nos rodear, pois a cada dado
momento, nós temos o poder – absoluto e irretorquível – de escolher, em plena
liberdade intangível, nossa experiência. Ou deixamos a experiência definir
nossa realidade interior, ou escolhemos a única Realidade que, verdadeiramente,
existe, a Realidade da Paz.
Nossos pensamentos, e crenças, são a causa de qualquer estado
emocional, ansiedade ou conflito, tranqüilidade ou paz, que venhamos a sentir.
Inconscientemente, carregamos conosco pensamentos de medo e de ameaça, ou
de amor e confiança, todo o tempo, porque ainda não compreendemos o poder
de nossas crenças não investigadas. Se estamos com pressa de chegar ao
emprego, e há um engarrafamento no trânsito, nossa resposta usual, e imediata,
é ansiedade. Por quê? Porque a realidade apresenta a demora no tráfego.
Fisicamente, nada há a fazer para mudar isso, mas o pensamento do ser-ego nos
impulsiona para uma ansiedade instantânea, como um gatilho automático. Por
quê? Há apenas uma razão básica: porque, rigidamente, o ser-ego resiste à
realidade aparente. O ser-ego diz que “O que é” está errado. Para o ser-ego, “O
que é,” supostamente não é para ocorrer, desde que conflite com nossa própria
vontade, naquele momento, local ou circunstância. Quantas vezes por dia
ficamos diante desses miniconflitos e desapontamentos? Um problema a
resolver, um pneu furado no trafego intenso, nosso parceiro nos deixa na mão,
ou que seja. Isso é a realidade aparente como ocorre a cada e todo dia. Temos de
controlar o quanto essa realidade aparente se apresenta, a cada dado momento.
Entretanto, temos de nos aperceber de que estamos bem, e, exatamente, no
controle de nossas próprias reações, diante de nossa realidade aparente.
O livro de Byron Katie, Amar o que é, contém um processo muito
simples, e fortalecedor, que nos oferece uma estratégia, dia-a-dia e minuto-a-
minuto, de enxergar através de ilusões. Seu sistema é chamado O Trabalho (ver
o Apêndice I) e é baseado em quatro perguntas, que visam expor que a Verdade
que está no fim é o Amor. O Trabalho nos capacita a identificar, e desmontar,
as crenças incapacitantes que nos provocam reações de ansiedade, raiva e
depressão. Sua descoberta, como um ‘quebra-gelos’ nos ajuda a clarear e a
ajustar nosso pensar, levando-nos à paz dentro de nós mesmos, e a todos nossos
relacionamentos.
Katie identifica:
“há [unicamente] três tipos de negócio no universo: o meu, o seu e o de Deus.
(Para mim, a palavra Deus significa ‘realidade’. Realidade é Deus, porque ela
rege. Tudo que esteja fora do meu controle, do seu controle, e do controle de
quem quer que seja, digo que é encargo de Deus.)”
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Byron Katie, Living What Is, (Amando o que é), p.3-4. N.T. – Livro publicado em
português, em Portugal, Para Acabar com o Sofrimento.
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paz interior, em nossa mente, porque, em sua resistência, nos diz que a vida está
errada. E, se essa mensagem for repetida com bastante freqüência, perderemos
confiança na vida, nos outros, e em nós mesmos. Na próxima vez em que nos
encontremos desapontados com alguém, ou algo, podemos escolher ficar
conscientes de nossa resistência interior a O Que É (ver o Apêndice I,
Formulário de O Trabalho – as 4 perguntas e o ‘volta atrás’). Conseguimos
observar a reação e, gentilmente, nos relembrar, a nós mesmos, dar permissão à
Realidade, em vez de resistir a ela. Por aceitarmos O Que É, aprendemos o
significado real de Paz. Ver essa verdade confirma uma citação anterior de Um
Curso em Milagres:
...tudo o que acontece... [é] gentilmente planejado por Aquele Cujo único
propósito é o teu bem. (E-pI.135.18:1)
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28
T-27.VIII.6:2, UCEM
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N.T. – “Fora do Amor, nada é real,” OREMAS, M.Thereza de Barros Camargo, Ibis
Libris, 2007
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qualquer ofensa como real, investimos na irreal ilusão de ódio, tanto quanto o
‘ofensor.’
A separação instilou em nós um nível de culpa quase que
intransponível. Essa culpa é tão compacta, que nos impele a encarnar e
reencarnar, repetidas e repetidas vezes, pensando que, com isso, consigamos
escapar, tanto de nossa culpa, como de nosso medo de nossa Fonte. Mas, em
vez disso, o que fazemos é vê-la fora de nós, e torná-la real, crendo que seja
causada pelos outros, ou por circunstâncias externas. Daí nós julgamos,
acusamos, nos envergonhamos e culpamos. Não nos dando conta disso,
acumulamos, sobre nós, ainda mais culpa a cada reencarnação de existência,
porque ainda não estamos cônscios, e disponíveis, para olhar a Verdade face a
face, e reconhecer que, nesse sonho, há apenas Um de nós, pois somos todos só
Um. Separação e individualidade são uma só, e única, ilusão.
Em qualquer situação onde julgamento, medo, raiva, tristeza ou culpa
sejam experienciados, o único remédio é – bem de pressa – pedir à Inspiração
Universal que retorne nossos pensamentos para a mentalidade certa. “Retorna-
me à mentalidade certa,” é um pensamento, ou oração instantânea, que nos
leva – num estalar de dedos – de volta à Paz.
Há extrema simplicidade na Verdade. Verdade é Amor, e tudo que
existe – na Realidade – é Amor, e só Amor. Perceber algo outro que Amor, é
ilusão, é fantasia. Se Amor é tudo que há, que alguma vez houve, e alguma vez
haverá, então por que, no dia-a-dia, experienciamos todas as coisas menos o
Amor? Isso acontece porque isso é o que nós escolhemos experienciar!30
Uma vez dando-nos conta da Verdade de que o Amor é uma escolha, e
que a realidade é só Amor, então há, unicamente, uma escolha a nos conduzir
para a liberação, que é – sem qualquer erro – o Amor. O Amor Ativo é perdão,
onde perdão é o descartar de um erro que, no sonho do ego, realmente, nunca
ocorreu. Dessa maneira, perdão é Amor em ação. Antes, estivemos confusos,
crendo num mundo parte amor e parte ódio. Estávamos aparentemente perdidos
nos caprichos do caos, mas não mais agora.
30
N.T. – Sempre lembrar da p.477, do Texto de T-21.II, UCEM – A Responsabilidade
pelo que se vê.
31
N.T. –T-in.1:8, UCEM
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N.T. – Resistir, combater algo deste mundo ilusório, é valorá-lo, tornar real uma
ilusão, o que o fortalece. Toda campanha “contra” algo, ou alguém, nós os fortalecemos.
Após a campanha o que combatemos estará, por certo, bem mais forte. Talvez por isso
hoje – 2008 – temos a esquerda no poder, por tê-la tanto combatido na década de 60 a
90... tanto batemos na massa que o ‘bolo’ cresceu. Ignorá-la teria sido uma forma de
não fortalecê-la... por certo.
33
Byron Katie, Loving What Is (Amar O Que Éé), p.249 e 2ª capa. N.T. – Livro
publicado em português, em Portugal, Para Acabar com o Sofrimento.
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pessoa e ainda um outro modo de amar uma outra. O amor é um. O amor
não tem partes separadas nem intensidades diferentes, nele não há tipos ou
níveis, divergências ou distinções. Ele é como ele mesmo, inteiramente
imutável. Nunca se altera com uma pessoa ou uma circunstância.34 Ele é o
coração de Deus e também o de Seu Filho. (E-pI.127.1:1-6)
Qualquer sofrimento em nós, nossas vidas, ou no mundo é criado
através de nossa crença em separação, ou seja, no medo, caos, ataque, defesa, e
culpa. Qualquer pessoa que encontramos, é um encontro conosco mesmo. Tudo
que dermos ao outro nesse encontro, seja amor, ou julgamento, damos a nós
mesmos, e o fortalecemos.
Se queremos integridade e perfeita Unicidade, livre de sofrimento e
carência, de qualquer espécie, fazemos uma única escolha, o compromisso com
a Verdade, com o Amor. Reconheçamos a insanidade de crer na dualidade
amor/ódio, infinito/limitação, santidade/maldade, paz/caos, alegria/dor e
Céu/inferno. Unicamente Verdade,Amor, Alegria e Paz são reais; nada mais é.
Dizemos querer ser livres do sofrimento, mas queremos isso, de fato? Queremos
isso mais do que qualquer outra coisa? Queremos saber quem somos nós?
Ansiamos, de fato, por descobrir e cumprir nosso propósito? Estamos, em
verdade, preparados para conhecer o Amor, em sua forma Unificada e Eterna?
E, efetivamente, o que buscamos é a liberação jubilosa?
Se assim é, peça para apenas ver a Verdade e seja sedento por nada
mais senão isso, sempre. Só, então, conseguimos parar de apoiar ilusões, e
permitir que a realidade espelhe nossa Unicidade, segurança, Amor, Alegria e
Paz.
34
N.T. – Essa frase nos leva a dois versos do soneto 116 de Shakespeare, para mim o
soneto mais lindo do Bardo: “O amor não se altera com suas breves horas e dias,/Mas
sustenta-se firme até o fim das eras.” Em Shakespeare 44 Sonetos Escolhidos, Thereza
Christina Rocque da Motta, Ibis Libris, 2006.
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35
Riso, D.R. e Hudson, R., The Wisdom of the Eneagram (A Sabedoria do
Eneagrama). N.T. – Edição em português pela Cultrix, 2006
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
36
Riso, D.R. e Hudson, R. The Wisdom of the Enneagram, p.10 N.T. – Livro
publicado em português, A Sabedoria do Eneagrama, São Paulo, SP. Ed. Cultrix, 2006.
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Essência, a maneira pela qual nós nos abandonamos a nós mesmos. Nossas
personalidades atuam sobre as capacidades de nosso temperamento [humano]
inato, para desenvolver defesas e compensações, onde fomos feridos na
infância. Para sobreviver a quaisquer dificuldades encontradas a esse tempo,
sem vontade gerenciamos um repertório limitado de estratégias, auto-imagens, e
comportamentos, que nos permitiu enfrentar, e sobreviver, em nosso meio
ambiente inicial. Cada um de nós, portanto, se tornou um “perito” de uma forma
particular de enfrentamento que, se usada excessivamente, também se torna o
centro da área disfuncional de nossa personalidade.
À medida que as defesas e estratégias de nossa personalidade se tornam
mais estruturadas, elas nos causam perder o contato com nossas experiências
diretas de nós mesmos, nossa Essência. A personalidade se torna a fonte de
nossa identidade [mundana], em vez do contato com nosso Ser [divino]... Essa
perda de contato com nossa Essência causa profunda ansiedade, assumindo a
forma de uma das nove Paixões...Uma vez no lugar, essas Paixões, que
usualmente são inconscientes e invisíveis para nós, começam a atuar a
personalidade.”37
Dois de nossos maiores desafios para abraçarmos Amor, Alegria e Paz
Reais são as interpretações distorcidas do ego de pensamento e emoção.
Pensamentos e crenças incapacitantes contribuem para sérios bloqueios, e
limitações, que suportamos, e que aumentam a probabilidade de turbulência
emocional. Pensamentos e crenças incapacitantes nos separam e isolam, mais
provavelmente fazendo-nos perceber ataque e valorizar julgamentos, como um
traço que precisamos para auto proteção. Esse ciclo de projeção aumenta nosso
senso de separação, e reforça o desejo ilusório de ver, e assumir, coisas
pessoalmente.
O Eneagrama é uma excelente ferramenta de auto descoberta que ajuda
recontextualizar nossas interpretações de pensamento, crença, e emoção.
Aprendemos a nos perceber a nós mesmos, aos outros e a vida, numa maneira
mais impessoalmente capacitadora. Confiança, Verdade e Amor crescerão em
proporção ao nosso nível de auto sabedoria, enquanto a disponibilidade e o
comprometimento aceleram nossa jornada.
Reproduzimos aqui um resumo breve de cada um dos nove tipos do
Eneagrama, tirados do livro, A Sabedoria do Eneagrama, por Don Richard Riso
e Russ Hudson:
37
Riso, D.R. e Hudson, R. The Wisdom of the Enneagram, p. 28
79
LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
“O trabalho com o Eneagrama começa quando você identifica seu tipo e começa
a entender seus tópicos dominantes.
Enquanto reconheceremos em nós mesmos comportamentos de todos os
tipos, nossas características definidas são notadas em um desses tipos ...
Mantenha em mente que as características listadas aqui são meramente alguns
pontos altos, e não representam todo o espectro de cada tipo de personalidade.
“Tipo Um: O Reformador. Tipo idealista, seguidor de princípios. Éticas e
conscienciosas, as pessoas do Tipo Um têm um senso muito claro do que seja
certo ou errado. São professores e cruzados, que sempre lutam para melhorar as
coisas, mas têm medo de errar. Organizadas, ordeiras e meticulosas, tentam
viver conforme altos padrões, mas podem resvalar para a crítica e o
perfeccionismo. Costumam ter problemas com impaciência e raiva reprimida.
Em seu aspecto mais positivo, quando se encontram na faixa saudável, são
criteriosas, ponderadas, realistas e nobres, além de moralmente heróicas.
“Tipo Dois: O Ajudador. Tipo compreensivo, voltado para o lado interpessoal.
As pessoas do Tipo Dois são amigáveis, generosas, empáticas, sinceras e
afetuosas, mas podem ser também sentimentalistas e aduladoras, esforçando-se
para agradar os outros a qualquer preço. Sua maior motivação é chegar perto
dos demais e, por isso, muitas vezes tentam tornar-se necessárias. Costumam ter
dificuldade em cuidar de si mesmas e reconhecer suas próprias necessidades.
Em seu aspecto mais positivo, quando se encontram na faixa saudável, são
altruístas e desprendidas que, incondicionalmente, amam a si mesmas e aos
demais.
“Tipo Três: O Realizador. Tipo adaptável, movido pelo sucesso. As pessoas do
Tipo Três são seguras de si, atraentes e encantadoras. Ambiciosas, competentes
e sempre prontas a agir, elas podem deixar-se orientar muito bem pelo status e
pela idéia de progredir na vida. Muitas vezes preocupam-se com a própria
imagem, e com o que os outros pensam a seu respeito. Seus problemas,
geralmente, são a paixão excessiva pelo trabalho, e a competitividade. Em seu
aspecto mais positivo, quando se encontram na faixa saudável, são pessoas
autênticas, que se aceitam como são e, de fato, representam tudo aquilo que
parecem ser: modelos que a todos inspiram.
“Tipo Quatro: O Individualista. Tipo romântico, introspectivo. As pessoas do
Tipo Quatro são atentas a si mesmas, sensíveis, calmas e reservadas. São
emocionalmente honestas e não têm medo de revelar-se como são, mas estão
sujeitas a flutuações de humor e inibições. Podem mostrar-se desdenhosas, e
agir como se não estivessem sujeitas às mesmas leis que os demais, ao mesmo
tempo em que se esquivam das pessoas por se sentirem vulneráveis, e cheias de
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
Se você deseja identificar seu tipo particular de ego, você pode ou fazer uma
contagem própria, um teste computadorizado de Eneagrama chamado RHETI
(Riso-Hudson Enneagram Type Indicator, Versão 2.5), em
http://www.enneagraminstitute.com, considerado garantir 80% de acerto e,
usualmente, leva cerca de 45 minutos para completar, ou pode completar o
questionário que vem junto com o livro.
O meio mais seguro para melhorar nossas percepções e relacionamentos
é ficar sabendo quem somos nós. O Eneagrama nos diz isso quanto a quem
somos, que personagem estamos representando na ilusão, neste sonho de
pesadelo. Sabendo ser apenas uma roupagem, uma vestimenta da representação
do personagem que somos, um roteiro com falas a ser interpretado na peça
teatral a que chamamos ‘nossa vida’, um ‘faz de conta’ ao vivo, ficamos leves,
e, então, em Paz, nos permitimos ver a nossa própria luz, e a luz nos outros,
para, juntos, iluminarmos nosso caminho de retorno, no despertar.
-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-
38
Riso, D. R. e Hudson, R., A Sabedoria do Eneagrama, Cultrix, 21-23
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LEVA-ME À VERDADE N.Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
CAPÍTULO 4
RELACIONAMENTOS DE AMOR
39
N.T. – O Amor tudo sabe, tudo conhece, tudo espera. O Amor é confiança,
segurança, firmeza, constância, paciência. O Amor não muda porque é invariável, não
sofre porque é certeza, não constrange porque é ilimitado, não acaba porque é infinito,
não morre porque é tudo que é. Emoção que assim não seja, pode ser o que for, mas não
é Amor. “Fora do Amor, nada é real.”
LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
40
Vigil, Sparo Arika, Sept. 2005
84
LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
fora. Ele entende que, nos colocarmos acima, sermos melhor que os outros, é
convocar e aumentar a culpa. O ego viceja com culpa oculta, porque ele nos
isola dos outros, de nós mesmos, e da Fonte, tornando-nos, assim, mais
dependentes de suas promessas vazias. Isso assegura um círculo de
dependência, onde nós suspiramos por “pseudo valorização,” mesmo que a
satisfação temporária que retiramos disso nos separe. Uma vez tenhamos
alcançado o que o ego queria, sentimos uma estranha sensação de vazio e, mais
uma vez, iniciamos o círculo vicioso de buscar por essa “pseudo valorização,”
em outro lugar.
Qualquer forma de competição, ou comparação, é um meio de buscar
por especialismo: se o mais inteligente, mais dotado, criativo, atlético, bonito ou
mesmo o mais doente, mais feio, mais deprimido, infeliz todas são tentativas do
ego de ser colocado à parte. O especialismo, em sua forma indissoluta, vem da
massa de culpa que adquirimos, há milênios, quando acreditamos de abalamos
o Céu e abandonamos a Fonte. A projeção nasceu disso, e continuamos a
projetar nossa culpa para fora, no mundo, aparentemente adquirindo duas
coisas: 1) nossa inocência (porque os outros se tornam culpados, e não nós); e
2) nossa retribuição (nosso ataque, pelo qual o julgamento é justificado, porque
outros nos perseguiram). Essa projeção nos capacita a compor e alcançar o
especialismo.
Agora conseguimos diferenciar entre vítima inocente e perpetrador
culpado, ou entre ganhador e perdedor, e toda gama de dualidade. Tudo que
essa acusação e competição faz é reforçar nossa própria culpa inconsciente,
confirmar a ilusão que nossa valorização é ganha externamente e, afinal, nos
estabelece, e nos mantém, como separado.
A esse tempo, em nossa evolução, certamente nós alcançamos um ponto
onde os temas básicos da vida, como pura sobrevivência e luta ou fuga por
medo, não são mais percebidos como ameaças ou motivações diárias. Uma vez
tendo sido dissipados os temas de sobrevivência imediata, nossa civilização
pareceu focalizar no indivíduo. Havendo mais tempo e inteligência, aumentou
nosso desejo por especialismo, para ser único, original, distinto, exclusivo, e
separado. Desenvolvemos uma adoração cultural, e um desejo por
individualização. Inconscientemente alimentamos, e nutrimos, essa obsessão de
agigantar especialismo, através de tantas amplamente aceitas áreas de nossas
vidas, tais como, educação, política, esportes, negócios, comércio, moda,
música, cinema, media, artes, e jogos de computador e vídeo, só para nomear
apenas alguns.
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
41
O que é iluminação, artigo principal, A Nova Iluminação, número #25. N.T. –
Andrew Cohen (n.1955) é um guru americano, professor espiritual, editor de revista,
autor, e músico que desenvolveu o que ele caracteriza como um caminho único de
transformação espiritual, que denominou Iluminação Evolucionária (Evolutionary
Enlightenment). Seus escritos estão reunidos na revista O Que é Iluminação (What Is
Enlightenment?) publicada quatro vezes ao ano pela organização internacional fundada
por ele, Ilumine já (EnlightenNext.)
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
Amor consciente
Um dos primeiros expoentes do Eneagrama foi George Ivanovich Gurdjieff. Ele
definiu três tipos de amor:
• Puramente físico, como atração sexual.
• Emocional, que muitas vezes tende a se transformar em ódio.
• Consciente, que leva à perfeição de ambos os parceiros.
Quase todos nós. por nossa cultura. estamos familiarizados com a adoração dos
dois primeiros tipos de amor: amor puramente físico, como atração sexual, e
amor emocional, que muitas vezes se torna ódio. Entretanto, o terceiro, a mais
poderosa forma de amor, o amor consciente, raramente é alguma vez
reconhecido pelo fluxo principal da média, e não é um tópico aberto à
discussão, na maioria das famílias. De fato, se pesquisarmos o público em geral,
perguntando a eles para, honestamente, descreverem “o que é o amor,”
encontraríamos que a maioria das respostas seria colorida pelo amor sexual, ou
emocional, enquanto que amor consciente ficaria tristemente irreconhecido, ou
subvalorizado.
O amor consciente é eterno, não superficial ou temporário. O amor
consciente é realmente a meta primária em qualquer relacionamento físico,
emocional ou platônico. Ele significa nos lembrarmos de que não somos
separados, que cada um de nós projeta sua própria realidade, e que qualquer
conflito, aparentemente causado pelo outro, é sempre uma oportunidade de
curar nossa percepção. O amor consciente emerge do compromisso de
experienciar, e compartilhar, amor para o bem mais alto de todos os envolvidos.
A razão pela qual tantos relacionamentos (românticos, familiares e
amigáveis) se desfazem é porque são baseados em compromissos de ganhos de
42
Idem Ibidem
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
nossos filhos. É por isso que se torna tão importante para nós nos engajarmos,
de todo coração e empenho, no desfazer de nosso sistema disfuncional de
crenças.
Busca de Amor
“Se me amas, farás o que eu quero.” É uma seção no livro de Byron Katie,
Preciso de Teu Amor – Isso é Verdade? Katie explica que o lançamento da
busca por amor e aprovação se inicia por nossos pensamentos não questionados
a respeito de necessidades e desejos. Como filhos, estimulávamos nossos pais a
nos recompensarem quando éramos bons, e nos punirem quando não
atendíamos às suas exigências.
“A criança espera de seus companheiros que queiram brincar os brinquedos
com que ela queira brincar. Se não, há uma briga, e ambos batem os pés com
força, para encontrar um adulto a quem reclamar: ‘Ele(a) não é mais meu/minha
amigo(a)!’ A crença de que um amigo seja alguém que vá fazer o que você
quer, já está plenamente ativa na criança. .. Seus pais jamais questionaram o
pensamento de que obediência é uma expressão de amor, então porque ele
questiona?” (Byron Katie, Preciso de seu Amor – Isso é Verdade?)
É por isso que a maioria de nós entra no relacionamento de amor com uma
atitude inconsciente de que
“amar-me significa que você atenderá minhas necessidades.”
Ninguém jamais nos ensinou como questionar o que queremos do amor. E não
aprendemos que questionar o que cremos é a chave para nossa liberação do
apertão de gravata de relacionamentos disfuncionais, e insatisfatórios.
43
N.T. – Alguém, ou outro, significativo – conforme explicado pelos A à tradutora – é
alguém com quem nutrimos sentimentos de oposição, temos dificuldade de
relacionamento, falta de disposição em perdoar, que desperta em nós emoções sem
amor, e por isso mesmo em quem negamos ver o Ser Unificado, divino, impedindo-nos
de nos ver, a nós mesmos também como tal, em Unicidade com ele, e com todos os
demais.
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
alimentar sua própria imagem através dessa interação. Ele não busca comunhão
e integração com todas as pessoas. Seu plano é usar alguns poucos, com quem
estabeleça um relacionamento especial, para que consiga inflar, embelezar e
reforçar sua grandiosa imagem de ser-ego. Essencialmente, o que isso produz é
fragmentar a psique, ensinar que ódio e amor conseguem coexistir, e atrair uma
abundância de culpa ao processo. Em resumo, o tipo de amor que o ego busca
não é amor, mas o reconhecimento, alimento, manutenção e reforço de seu
estado separado. Dizemos que queremos Amor, mas nossos egos,
inconscientemente, atraem escassez, ataque, julgamento, culpa e medo. Esses
todos levam à separação que, por certo, é exatamente o que o ego quer para nós.
De fato, no topo de sua lista de desejos para nós está, realmente, a morte, e ele
sabe que separação e ataque causam culpa, e culpa engendra medo. Culpa
inconsciente profunda é o perfeito “imã” da doença e da morte.
Então, aqui estamos nós, profundamente ansiando por Amor real, uma
sensação de valor, e comunhão, com nossos outros significativos. Entretanto,
nosso ego, implacavelmente, sabota nossos melhores esforços.
O ego está certo de que o amor é perigoso e esse é sempre o seu
ensinamento central. Ele nunca coloca isso desse modo, pelo contrário, todo
aquele que acredita que o ego é salvação parece estar intensamente
engajado na busca do amor. Todavia, o ego, embora encoraje ativamente a
busca do amor tem uma cláusula: não o aches. Seus ditames podem ser
então simplesmente resumidos dessa forma: “Busca e não aches.” Essa é a
única promessa que o ego te faz e a única que cumprirá. (T-12.IV.1:1-5)
Há grande conflito entre o ego e o Ser Unificado, no tema do amor. O
ego, sendo um mestre ilusionista, nos oferece uma solução que se parece com
isto: ele entrega a promessa de encontrar o amor, mas ele torna garantido que
seja um amor ego. O amor ego é saturado com especialismo, julgamento,
acusação e culpa. Ele envolve sacrifício, projeção, apego, dependência, acordos,
condições, e obrigações. A tentação final é atender seus desejos, e ele emprega
quaisquer meios tortuosos que usa para alcançar isso. Por exemplo, se nosso
parceiro nos abandona, o ego projeta raiva, acusação e, como punição, faz
sofrer: recusa amor. O ego de nosso parceiro então percebe isso como ataque, e
responde com um contra ataque, agressivo ou passivo. Inicia-se a escalada do
não amor. Não há ordem em mentalidade errada. Então a oferta de amor do ego
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
Barganhas especiais
Oferecendo liberdade, tu serás livre. Liberdade é a única dádiva que podes
oferecer aos Filhos de Deus, sendo um reconhecimento do que eles são e do
que Ele é. Liberdade é criação, porque é amor. Aquele que buscas
aprisionar, tu não amas. Por conseguinte, quando buscas aprisionar
alguém, incluindo a ti mesmo, não o amas e não podes identificar-te com
ele. Quando tu te aprisionas, estás perdendo de vista a tua verdadeira
identificação comigo e com o Pai. (T-8.IV.7:11-8:1-5)
A razão pela qual a maioria dos relacionamentos de amor especial
definha, ou colapsa, é por barganharmos inconscientemente. Isso pode parecer
de interesse menor; entretanto, isso é veneno para o amor. Para conseguirmos o
amor especial que buscamos, temos de nos engajar em algum tipo de barganha,
transação, ou troca, com a outra pessoa. Isso usualmente envolve dar de nosso
tempo, energia, atenção, amor, ou dádiva, em troca do que queremos. Tão
inocente quanto isso possa parecer, isso certamente não é ingênuo. Se queremos
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
especialismo de alguma forma, então temos de nos sacrificar por isso, como
exige o ego. Entramos num acordo inconsciente, de fato, uma barganha que
detalha o que é esperado de cada um dar ao outro, em troca pelo que cada um
recebe. Sem nos darmos conta disso, mantemos uma talha44 secreta de quem
deu o que, e quem ainda deve o que. Sob tudo isso está puramente o desejo de
tomar, ganhar, que sempre conduz à culpa.
Com freqüência não estamos cônscios do jogo de barganha que rola.
Isso instilará sempre uma sensação de culpa em nós, apesar de ser, quase toda
vez, oculto. Por exemplo, se dou algo como meu tempo, meu amor, ou uma
dádiva, meu ego raciocina inconscientemente, “Eu dei, então agora tenho
menos. E você não só tem mais do que eu agora, mas você é responsável pelo
que, em troca, perdi na transação. E, por causa disso, você é culpado, até que
me dê algo de igual, ou maior, valor, em retribuição.” Esse é o vicioso ciclo
delusório do ego. Tornamos o outro responsável pelo que o ego percebe – e
contabiliza – seja a nossa perda.
No âmago desse ‘comércio’ fica o desejo de ‘comerciar’ o
especialismo, um do outro. O ego sempre vê uma parte de alguém mais que
falte a ele, e quer trocar. Isso muitas vezes ocorre em relacionamentos de amor
romântico, quando inconscientemente permutamos nossos corações, corpos, e
vidas, em troca do aparente especialismo de nosso par. Na busca desse falso
especialismo para nos completar, sub-repticiamente entregamos nosso poder ao
nosso parceiro, e nosso parceiro faz o mesmo. Isso causa ressentimento e, no
final, através da mútua privação de poder, reprimenda e culpa, como projéteis,
são disparadas de lado a lado. Vemos aqui que essa idéia de dar e de
especialismo é puramente um truque do ego para fantasiar o ódio de amor.
Quando o alegado amor induz ansiedade, desespero, medo, julgamento e ataque,
conseguimos reconhecer que isso não é amor, mas só apego especial do ego.
Essa atração falsa, a que chamamos amor, é a razão porque tantos de nossos
relacionamentos fracassam; por serem geralmente baseados em “dar para
ganhar.” Quando esse amor especial se torna escasso com o parceiro, saímos à
cata de um relacionamento substituto, através do qual, inconscientemente,
reencenamos todo o tema do amor especial, outra vez, e outras vezes.
O relacionamento especial nunca nos dará a sensação de valor,
pertencimento, cumplicidade e intimidade pelas quais ansiamos. De fato, ele
44
N.T. – Talha - vara ou pedaço de madeira que trazia escrito, em cada uma das partes,
algumas letras ou sinais indicadores de uma dívida ou de sua quitação, ficando o
devedor com uma parte e o credor com a outra
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
está literalmente fadado a nos levar à escassez e à solidão, e com ambas, o ego
se regala.
Apaixonar-se
Apaixonar-se é amplamente crido e aceito ser uma manifestação autêntica de
amor. Entretanto, a verdade é que a experiência de se apaixonar é sempre algo
temporário. Psiquiatras falam a respeito da formação de fronteiras do ego sendo
definidas e estabelecidas, numa idade muito jovem. Quando um bebê recém
nascido chega, ele não consegue distinguir seu corpo do meio ambiente ao seu
redor. Quando sua mãe se move, ou fala, o bebê não sabe que ele próprio não
está se movendo e falando. Tudo é uno para o recém nascido, porque ele não
adquiriu um sentido de separação, ou fronteiras. À medida que o bebê cresce,
aprende que sua mãe não é ele, que ela é separada dele, algumas vezes
atenciosa, e outras vezes não. Ele começa da formar um senso de identidade,
sabendo agora que ele é um ser separado, que existe fora dos outros. Ele fica
sabendo que seu corpo é dele, assim como sua voz, sensações e pensamentos.
As fronteiras do ego representam o conhecimento desses limites, em nossas
mentes. Essas fronteiras do ego são o que verdadeiramente aprisiona, e limita,
nossa experiência de nos sentirmos plenos, amados, valiosos e apoiados.
Isolamento e solidão são seus subprodutos
Raramente na vida temos a oportunidade de experienciar a euforia e a
conexão que, invariavelmente, ocorre quando essas sólidas fronteiras do ego,
em nossa percepção, temporariamente, colapsam.
“A experiência de se apaixonar nos permite essa escapada, temporária. A
essência do fenômeno de se apaixonar é um súbito colapso de parte das
fronteiras de um ego individual, permitindo a uma pessoa unir sua identidade
com aquela da outra pessoa. A repentina liberação de si próprio de si mesmo, o
explosivo porejar de si no amado, e a dramática cessação da solidão
acompanhando esse colapso das fronteiras do ego, experienciada pela maioria
de nós como êxtase. Nós e nosso amado, ou amada, somos um! Solidão não há
mais!” (Peck, M. Scott, A Estrada Menos Viajada, 8745)
45
N.T. - Morgan Scott Peck (Nova York, 22 maio, 1936 – Connecticut, 25 set.2005)
foi um psiquiatra e autor de sucesso. Graduou-se pela Universidade de Harvard em
Cambridge, Mass. fez estudos pré-médicos na Universidade de Columbia em Nova
York, e recebeu diploma de medico da Universidade de Case Western Reserve, em
Cleveland, Ohio. Seu livro, The Road Less Traveled, publicado em 1978, é o trabalho
95
LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
mais conhecido de Peck, e o que fez sua reputação. Ele é, resumindo, uma descrição dos
atributos que compõem um ser humano completo. O livro alçou vôo e pela primeira vez
entrou para a lista de best-sellers em 1983.Em The Road Less Traveled, Peck fala da
importância da disciplina. Ele descreveu quatro aspectos da disciplina:
Gratificações Retardatárias: Sacrificantes confortos presentes por ganhos futuros.
Aceitação de responsabilidade: Aceitar a responsabilidade por suas próprias decisões.
Dedicação à verdade: Honestidade, em palavras e em atos.
Equilíbrio: Requisitos para lidar com conflitos. Scott Peck fala de uma importante
habilidade para priorizar entre diferentes requisitos -- bracketing.
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
46
N.T. – Pouco amor, ou nenhum, é o mesmo, pois não há ordem de grandeza na
realidade. Tudo é, ou não é, há ou não há, sem qualquer nível ou gradação. Isso também
vale no sonho, na ilusão. Um grão de fé, ou do que seja, é um caminhão dela. Mas um
grão de dúvida, junto à grande confiança que não seja total, a anula, como o ‘tijolo
podre’ põe abaixo a parede inteira de tijolos bons. Só o ego pesa, mede, conta, compara,
avalia, analisa, contabiliza e faz balanço, porque não ama. O Divino Espírito Santo
confia ampla, geral e irrestritamente porque só ama, e nada mais.
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
que nos desafiam a curar nosso passado. Infelizmente, por estarmos, quase
sempre, desatentos de como curar o especialismo, invariavelmente, caímos na
armadilha do amor especial. Qualquer romance desfeito, que começou com
amor e terminou em ódio, nunca foi, verdadeiramente, amor, em primeiro lugar,
porque o amor real não consegue entrar onde o especialismo seja a meta.
Ninguém jamais perdeu o Amor, porque o Amor jamais consegue ser perdido.
Se cremos que, alguma vez perdemos o Amor, merecemos ver a verdade, que o
perdido não foi o Amor, mas o especialismo.
Muitos de nós, apanhados no ilusório especialismo dos
relacionamentos, dizemos que conhecemos a pessoa que amamos e admiramos.
Se usamos lógica e razão para ver além do óbvio, conseguimos começar a
alcançar a provável possibilidade de que nem ao menos começamos a descobrir
a Suprema Realidade dessa pessoa, mais do que ela descobriu a nossa.
Se, por exemplo, a maioria de nós vive e ama, esquecida dos ditados de
nosso ego, cultivaremos, automaticamente, relacionamentos especiais, em vez
dos Unificados, porque é isso que faz o ego. Dois egos se unem num
relacionamento que usa benefícios mútuos para obscurecer o fato de que cada
um tem uma meta separada – de atrair e manter seu próprio especialismo, ao
custo de seu parceiro. Isso eles fazem totalmente, inconscientemente pensando
que, justificadamente, estão dando para receber.
O especialismo tem sido um conceito inquestionado, incontestado e,
acima de tudo, destrutivo, com o qual temos convivido, desde tenra idade (ou
desde os éons de “separação” do ego). Resumindo, toda pessoa, desde nosso
nascimento, que desonre sob o conceito de especialismo, permanecerá
assombrada como
“figuras feitas de sombra” (T-17.III.1:4)
que inconscientemente nós sobrepomos a nossos amados no presente. Quando
encontramos alguém não os/as vemos como realmente são; o que vemos é uma
soma confusa, uma mixórdia de passado que é sobreposto à Realidade dessa
pessoa que divisamos agora. Nós, literalmente, percebemos só o passado
quando estamos com pessoas.47 Raramente entramos num momento
completamente puro do agora perdoado, para ver a Verdade amorosa, além da
projeção do nosso ego. Para conscientemente suspendermos o julgamento de
nosso ego sobre o outro, para conter qualquer percepção passada, e entrar no
momento presente com elas, claras e limpas, é dar e receber a maior, mais
47
N.T. – E-pI.7, UCEM
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
Janela do Amor
A ferramenta mais poderosa que dispomos para iniciar a cura imediata do
especialismo é o momento do agora. Anteriormente, explicamos como nosso
ser-ego tem sua atenção dirigida exclusivamente tanto com pensamentos do
passado como com expectativas do futuro. Ele não consegue existir no aqui
agora porque quando nos dissolvemos no verdadeiro momento presente, saímos
do tempo e entramos na eternidade. Nesse momento não há pensamento de
passado, de tristeza e limitação. Não há superposição de projeção sobre um
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
Intimidade
Ao iniciar, ou transformar, um relacionamento especial para um relacionamento
Unificado, é útil manter em mente que essa é uma mudança radical, em direção
a águas não mapeadas. Enquanto nossa meta seja alcançar um amor consistente
e irreversível, que não consiga ser ameaçado por ninguém, nem coisa alguma, a
nós está sendo pedido abandonar todas nossas defesas do ego, inclusive suas
escusas, projeções, negações, ressentimentos, ataques e necessidades, truques e
meneios.
Se o que nós, verdadeiramente, ansiamos é um
Amor profundo e eterno, então temos de estar
Intimidade verdadeira
preparados a ajudar a remover os bloqueios à
ciência de Sua presença nos outros, bem como
vai muito além do sexo
em nós mesmos. Isso significa aprender que e de estar, física e
intimidade verdadeira vai muito além do sexo e emocionalmente,
de estar, física e emocionalmente, próximo. próximo.
Intimidade autêntica começa aprendendo a abrir mão de nossas defesas.
É por meio de abrir-se, e ousar ser honesto e vulnerável, com nossos amados
que destrancamos o Portal do Amor. Através disso ganhamos
autoconhecimento, e auto-amor. Aprendemos a confiar em nós mesmos, e na
Fonte. Duradoura intimidade autêntica vem de aprendermos a acessar nossa
própria natureza verdadeira. Entretanto, o que a maioria faz é ficar enleada,
numa fútil busca cíclica por intimidade, em breves encontros de sexo e
proximidade, tanto emocionais ou físicos. Erradamente cremos que esses
encontros comportamentais com outra pessoa nos darão o que ansiamos, mas
eles, consistentemente, não conseguem dar o que, afinal, devemos só encontrar
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
dentro de nós mesmos. É por isso que tantos sentem que o amor parece declinar
com o tempo.
Encontrar intimidade interior é alcançada exercitando o amor sem
defesa. O que quer que seja que nós, equivocadamente, pensemos precisar para
defender, ocultar ou negar em nós mesmos, acabará por negar-nos o Amor que
tão fortemente desejamos. Jett Psaris e Marlena S. Lyons falam a respeito de
intimidade:
“Ansiamos por ultrapassar a rotina, sem paixão, ou relacionamentos movidos
por conflito, mas temos medo de assumir os riscos pessoais necessários, para
nos livrar de nossa maneira auto protetora antiga de ser. Em vez disso,
escolhemos manter-nos emocionalmente seguros, confortáveis, e no controle.
Uma vez reconheçamos que todos nossos esforços para mudar o comportamento
de nosso parceiro, ou parceira, ou encontrar um “melhor’ parceiro, ou parceira,
falharam de nos prover com o que mais desejamos no relacionamento, só então
começamos o desafio de auto exploração, necessário a uma conexão profunda e
nutridora com o outro.
“No processo de aprender a tolerar nossos medos, interromper antigos
padrões defensivos, e deixar ir nossas tentativas de manipular nossos parceiros,
ou parceiras, focalizamos nossa atenção em aumentar nossa ciência nas
camadas mais profundas de nossa experiência. Descobrindo que a intimidade
começa com descobrir a nós mesmos, não com a fixação ou o controle de nós
mesmos ou de nossos parceiros, ou parceiras. Temos de nos tornar visíveis,
antes de conseguir sermos vistos. Temos de nos fazer disponíveis, antes que
nossos corações consigam ser afetados. E temos de nos fazer presentes, antes de
conseguir sermos íntimos. Quando conseguirmos abandonar todas as pretensões,
e nos relacionar com um coração indefeso, conseguimos, finalmente, descobrir a
conexão que ansiamos ter com nossos autênticos seres, e com nossos parceiros,
ou parceiras.” (Amor Sem Defesas, 11-2, Psaris, e Lyons)48
Resolução de Conflito
Mudar nosso limitado relacionamento especial para um relacionamento
Unificado envolve mudanças iniciais, e essas mudanças, a princípio, conseguem
48
N.T. – Jett Psaris e Marlena S. Lyons co-fundadoras de The Conscious Living
Center (Centro de Vivência Consciente) na área da Baía de São Francisco, e co-autoras
de Undefended Love, (Amor Sem Defesas), estudo a respeito de como habitar o espectro
pleno de sua própria humanidade. Sem publicação em português desse livro, até a data
105
LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
106
LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
• Lembrar de que todo conflito emerge ao projetarmos, para fora de nós, nossa
própria culpa submersa. Com isso nos tornamos capazes de impersonalizar
nossa reação inicial, e descartar os detalhes triviais da situação.
• Decidir a escolher paz, sabendo que a fonte real do problema percebido
nunca está fora de nós, mas em nossa mente.
O que é requerido é que, no momento do conflito, quem for o mais são
se lembra da meta, entra no momento do agora, e pede por transformação nesse
ponto.49 Isso é feito a favor de ambos, nós mesmos e nossos parceiros. Esse
processo de resolução é um que urge ser tomado muitas vezes, até que seja
desfeita a crença de que a separação e o conflito estejam fora de nós.
A meta num relacionamento Unificado é um liberar o outro. Por
liberação queremos dizer um liberar o outro da falsa percepção de que sejamos
meros humanos dualistas existindo num ambiente inseguro. Nesse
relacionamento aprendemos que nosso parceiro não está separado – de que ele,
ou ela, somos nós. Por consistente e ininterrupto descarte do ego, finalmente
conseguiremos convencer nosso parceiro de que ele, ou ela, é o Ser Infinito e
Unificado. Nosso parceiro despertará para essa Verdade e vivenciará a
percepção que comunicamos. Essa pessoa, tendo sido amada
incondicionalmente por nós, retorna para nós a dádiva da percepção de nosso
Ser Unificado. Juntos descobrimos que somos Um.
49
N.T. – Recorro sempre a uma oração: “Eu sei que nada sei, mas Ele Sabe o que é
melhor para todos nós. Por isso coloco-me em disponibilidade para que Ele faça a
Correção na mente de todos os envolvidos nessa falsa percepção. Deus é. Eu sou
Seu Filho. Tudo e todos estão perdoados, ____ inclusive. E o milagre se faz, pelo
que Lhe rendo graças. Amém” de Marcos, Professor de Deus, dirigente do grupo
UCEM da Internet, “a-cura-da-mente-e-o-retorno-a-deus,” o único grupo na net
brasileira que, de fato, ensina Um Curso em Milagres, marcos_morgado@hotmail.com.
107
LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
50
N.T. – Num encontro, seja para o que for, antes de chegar, faço o que chamo de
perdão antecipado, reconhecendo que vou me encontrar com o Filho santo do Pai, que
nosso encontro é o Instante Santo e nossas palavras fluem em união e santidade, pois
nossos interesses, da pessoa e o meu, são o mesmo, Amor, Alegria e Paz.
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
Perdão Quântico
Provavelmente a dádiva mais valiosa que conseguimos usar para transformar
nossos relacionamentos especiais em Unificados é a disponibilidade para
perdoar. O perdão real aqui tem um significado inteiramente diferente do
entendimento convencional que temos, e que o mundo tem, da palavra perdão.
A interpretação usual é vista pela perspectiva do ego: vemos primeiro que uma
pessoa pecou, e é merecedora de punição. Entretanto, decidimos perdoá-la e
livrá-la de condenação. Secundariamente, por causa do pecado, vemo-nos mais
superiores, ou especiais, por perdoá-la.
Pela perspectiva do ego, o problema com a visão do perdão é que ele,
inevitavelmente, primeiro acusa o perpetrador do pecado com o que torna o ato
pecaminoso real; daí, ao perdoá-lo, nos coloca no foco de uma luz superior por
sermos percebidos como a vítima, desamparada e inocente, de seu ato. Assim,
mais uma vez o ego acusa, julga e separa. Esse é o perdão do ego. O perdão
quântico, termo usado por Gary Renard (em A Arte do Perdão Avançado
[DVD], http://www.pathwaysoflight.org, Pathways of Light,) descreve a
experiência imensamente transformativa de um novo perdão. Essa nova forma
de perdão é uma dinâmica miraculosa contendo, dentro dele, o poder da
Inspiração Universal. Se algo consegue fazer evaporar muitos anos de dolorosa
evolução e trazer-nos, imediatamente, para um permanente Estado de
Unicidade, é o perdão verdadeiro, chamado por Gary de perdão avançado, ou,
denominado por nós, perdão quântico,
Quando praticamos o perdão quântico nos lembramos de que há apenas
duas interpretações possíveis a qualquer ato ocorrido em nossa realidade; ou o
ato corresponde a uma expressão de amor ou, não sendo amoroso, traz um
109
LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
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N.T. – Alguém, ou outro significativo é sempre alguém com quem nutrimos
sentimentos de oposição, temos dificuldade de relacionamento, a quem ainda não
perdoamos, que desperta em nós emoções sem amor, a quem negamos ver o Ser
Unificado, divino, impedindo-nos de nos ver, a nós mesmos como tal, em Unicidade
com ele.
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
Visualização útil
Imagine, por um momento, que você desfrute de um estado absolutamente
extático, e bem-aventurado, onde você, e o Amor sejam inseparáveis. Quando
um momento conturbado explode, você, de repente, é catapultado para uma
circunstância desconhecida, insegura, solitária e pré-histórica, onde a linguagem
do Amor ficou estrangeira. Você permanece ali os próximos quatorze bilhões de
anos, lutando através do processo de evolução, unicamente para chegar a esse
ponto aqui, agora mesmo. Nesse momento, um raio de reconhecimento acende
uma memória antiga de seu estado original de bem-aventurança, e você se dá
conta, por completo, de que isso é o que você tanto ansiou, desde o começo dos
tempos. Você se vira, e olha rápido a uma feição familiar, e reconhece essa
pessoa como a corporificação de sua liberação final, nesta mesma existência.
Sob esse véu de mentiras do ego encontra-se a brilhante, imutável, inocente
extensão do Amor. Essa alma está aqui, diante de você, para um único propósito
– para libertar a vocês dois pelo perdão.
Sua liberdade só depende de você, ver a Verdade onde antes viu apenas
ilusão (Figura 4.3). Que gratidão imensa você poderia ter por esse espelho
imaculado de seu próprio Ser Unificado na forma de seu parceiro?
Tu e o teu irmão estão voltando ao lar juntos, após uma longa jornada sem
significado que empreenderam um à parte do outro e que não levou a lugar
nenhum. Tu achaste o teu irmão e vós iluminareis o caminho um para o
outro. ... Um relacionamento santo é um meio de ganhar tempo. Um
instante passado junto com o teu irmão restaura o universo para ambos. ...
O tempo foi economizado para ti, porque tu e o teu irmão estão juntos. (T-
18.III.8:5-6; T-18.VII.5:2-3;6:3)
112
LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
52
N.T. – Foi a decisão conjunta de Dra. Helen Schucman e Dr. William Thetford ao
concordarem em buscar “uma melhor maneira de se relacionar”, que resultou na
canalização de Um Curso em Milagres, em Nova York, a partir de 1965.
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
nossos papéis anteriores não mais existem, e isso pode ser, a princípio, bem des-
assentador. Haverá um tempo onde nosso padrão de comportamento anterior
conflite com nosso novo compromisso com uma meta Unificada. Essa fase de
início é uma mudança bem radical, que pode ser, às vezes, sentida como
inconfortável. Temos de nos lembrar de que o que convidamos a entrar é,
diametralmente, oposto ao sistema de pensamento do ego, e que esses estão
prestes a ser tempos de confusão. Para aprender mais a respeito da evolução do
relacionar-se, veja, neste livro, a seção “O Desenvolvimento da Confiança – 6
Estágios de Desfazimento do Ego”, particularmente Estágios de 1 a 4. Pelo
Estágio 4 nós adquirimos, ou estamos em processo de adquirir, o
Relacionamento Unificado.
114
LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
53
N.T. – UCEM nos ensina que tudo já está feito, terminado e acabado, pronto e
perfeito, nada restando a ser feito, e mesmo o mundo e o cosmos material já não
existem.
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
esforço. De fato, é bom saber: os vícios é que deixam você em vez de, ao
contrário, aparentemente, você deixá-los.
Talvez tudo que desejamos, tudo que fazemos, e tudo pelo que vivemos
seja uma gigantesca “cobertura,” para a única coisa que, inequivocamente,
atende todas as nossas necessidades. Toda necessidade que temos de existir
nesta forma, no tempo e no espaço, será revelada pela única Resposta que é o
Amor, que encontraremos como sendo nós mesmos. E isso descobriremos na
maior dádiva imaginável.
-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-
117
LEVA-ME À VERDADE N.Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
Capítulo 5
DESENVOLVIMENTO
D A C O N F I A N Ç A :
O DESFAZIMENTO DO EGO
54
N.T. – E-pI.24, UCEM
LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
55
N.T. – A solução para os mais avançados nos estágios do desfazimento do ego é, de
preferência, silenciarem suas interpretações diante de iniciantes do desfazimento do ego,
para não serem mal interpretados e, por isso, em geral e com freqüência, “expelidos”
dos grupos, que é o que sucede, comumente, como já vi acontecer, várias vezes. “Falar é
prata, calar é ouro,” diz o ditado. Hoje é a minha preferência.
121
LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
1.Desfazimento
Em primeiro lugar, eles têm de passar pelo que poderia ser chamado de
“um período de desfazer.” Isso não precisa ser doloroso, mas usualmente é
experimentado assim. Parece que as coisas estão sendo tiradas de nós e
inicialmente é raro que se compreenda que o fato de que elas não têm valor
está apenas sendo reconhecido. Como é possível que a ausência de valor
seja percebida, a não ser que a pessoa esteja em uma posição na qual não
possa deixar de ver as coisas sob uma luz diferente? Ela não está ainda
num ponto em que possa fazer toda a mudança internamente. E assim, o
plano algumas vezes pede mudanças no que parecem ser circunstâncias
externas. Essas mudanças são sempre úteis. Quando o professor de Deus
tiver aprendido isso, ele passará para o segundo estádio. (M-4.I.A.3:1-8)
O primeiro estágio56 usualmente começa com um chamado de
despertar, causado por desilusão, por um relacionamento interrompido, um
acidente, uma perda, um colapso na carreira, uma crise de identidade, ou uma
morte. Isso marca uma virada no sentido de nossa busca de uma direção
diferente na vida, e se torna o nosso convite à Inspiração Universal para iniciar
o processo de Desfazimento, dentro de nossa percepção. Ocasionalmente esse
56
N.T. – O Curso registra ‘estádio’ e no livro está ‘estágio’. São sinônimos.
122
LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
estágio consegue ser trazido a nós por uma experiência espiritual, que expõe
fortemente a ausência de significado de nossa existência presente, nos
motivando, assim, a buscar um percurso mais leve, dali em diante.
Isso inicia o raiar da responsabilidade pessoal, e da possibilidade de
criar nossa própria realidade. Isso também dá início ao conflito interno do ser-
ego, como um resultado da oposição ao novo sistema de pensamento.
2.Separação
Em seguida, o Professor de Deus tem de atravessar um “período de
seleção”. Isso é sempre um tanto difícil, porque, tendo aprendido que as
mudanças em sua vida são sempre úteis, ele agora terá de decidir todas as
coisas considerando se elas são mais, ou menos, úteis. Ele vai descobrir que
muitas, se não a maior parte, das coisas que valorizava, apenas dificultarão
a sua capacidade de transferir o que aprendeu para novas situações, na
medida em que surjam. Tendo valorizado ao que realmente não tem valor,
ele não vai generalizar a lição por medo de perda e sacrifício. É preciso um
grande aprendizado para compreender que todas as coisas, eventos,
encontros e circunstâncias são úteis. Só na medida em que sejam úteis é
que qualquer grau de realidade lhes devem ser atribuído nesse mundo de
ilusões. A palavra “valor” não se aplica a nada além disso. (M-4.I.A.4:1-7)
Neste ponto começamos a aprender que mudanças são sempre úteis.
Começamos a separar o que estamos aprendendo a ver como sem valor, e a reter
só o que tenha, mesmo que ainda haja medo da perda, e do sacrifício. Aqui há
uma superposição com o Estágio 1.
3. Abandono
O terceiro estádio pelo qual o Professor de Deus tem de passar pode ser
chamado de um “período de abandono”. Se isso for interpretado como uma
desistência do desejável, engendrará enormes conflitos. Poucos Professores
de Deus escapam inteiramente dessa aflição. Não há, porém, nenhum
sentido em separar o que tem valor do que não tem, a não ser que se dê o
passo seguinte, que é óbvio. Portanto, o período intermediário pode ser
aquele no qual o Professor de Deus se sinta solicitado a sacrificar seus mais
caros interesses em nome da verdade. Ele ainda não se deu conta de quão
totalmente impossível seria tal exigência. Ele só pode aprender isso na
medida em que, de fato, desista do que não tem valor. Através disso
aprende que aonde antecipou dor, acha, ao contrário, uma feliz leveza de
123
LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
coração; onde pensou que algo lhe estava sendo pedido, acha uma dádiva
concedida para ele. (M-4.I.A.5:1-8)
Se esse estágio for visto como abandono do desejável, então enorme
conflito pode resultar. Aqui aprendemos a abandonar a disfunção de
relacionamentos especiais, e o período pode vir a ser percebido como sendo
“convocação ao sacrifício de nossos maiores interesses em nome da verdade.”57
Ao abandonar o que não tem valor aprendemos que felicidade e leveza de
coração substituem – imediata ou paulatinamente – a mágoa que previamente
podemos ter antecipado.
4.Assentamento
Agora vem um ‘período de assentamento’. Esse é um período de quietude,
no qual o Professor de Deus descansa um pouco em certa paz. Agora ele
consolida o seu aprendizado. Agora começa a ver o valor de transferir o
que aprendeu. O potencial disso é literalmente assombroso e o professor de
Deus está agora em um ponto de seu desenvolvimento no qual vê nisso a
sua saída. “Desiste do que não queres e guarda o que queres.” Como é
simples e óbvio! E como é fácil se fazer! O professor de Deus necessita desse
período de pausa. Contudo ele ainda não veio tão longe quanto imagina. No
entanto, quando estiver pronto para seguir adiante, vai com companheiros
poderosos ao seu lado. Agora ele descansa um pouco e os reúne antes de
prosseguir. Daqui para frente ele não está mais sozinho. (M-4.I.A.6)
Esse é um tempo de consolidação e aprendemos, por meio do abandono
efetivo, que não há, realmente, qualquer sacrifício. Reconhecemos o poder
desse novo sistema de pensamento, e podemos ver nosso caminho livre de todos
os obstáculos. Esse pode vir a ser um período eufórico. O conflito interior se
foi, e a paz é restaurada. Isso é quando nós usualmente reunimos companheiros
poderosos, pelo estabelecimento de Relacionamento Unificado (Santo), e
vamos, dali em frente, com eles. Ou, se estamos sós, podemos vir a encontrar
nossas companhias poderosas emergindo como a Inspiração Universal, e o
perdão Quântico.
5. Desmonte
O próximo estádio é, de fato, um “período de des-assentamento”
[desmonte]. Agora o professor de Deus tem de compreender que ele
57
M-9, UCEM
124
LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
realmente não sabia o que tinha e o que não tinha valor. Tudo o que
realmente aprendeu até aqui foi que não queria o que não tinha valor e, de
fato, queria o que tinha. Apesar disso, sua própria seleção foi sem
significado no sentido de lhe ensinar a diferença. A idéia de sacrifício, tão
central em seu próprio sistema de pensamento, fez com que fosse
impossível para ele julgar. Ele pensou ter aprendido a disponibilidade, mas
vê agora que não sabe para que serve essa disponibilidade. E agora tem de
atingir um estádio que talvez por muito, muito tempo ainda lhe seja
impossível alcançar. Precisa aprender a deixar de lado todo julgamento e
pedir apenas o que realmente quer em qualquer circunstância. Se cada
passo nessa direção não fosse tão fortemente reforçado, seria, de fato,
muito duro. (M-4.I.A.7)
Aqui aprendemos a abandonar, pôr de lado, todo julgamento, inclusive
o julgamento do que queremos, passando a pedir à Inspiração Universal para
nos revelar o que é que realmente queremos. O abandono vem a partir do tempo
que ele pareça levar para aprender a aplicar esse princípio, a cada
circunstância individual, relevante ou insignificante, que se apresente a nós. Isso
se passa quando nós – finalmente – nos rendemos, completa e totalmente, à
Vontade da Inspiração Universal, e deixamos ir todo e qualquer investimento
prévio na vontade do ser-ego.
6. Consecução
Finalmente há um ‘período de consecução’. É aqui que o aprendizado é
consolidado. Agora, o que antes era visto como meras sombras, vêm a ser
sólidas conquistas, com as quais se pode contar em todas as “emergências”,
bem como nos momentos tranqüilos. De fato, seu resultado é a
tranqüilidade, o resultado do aprendizado honesto, da consistência do
pensamento e da transferência total. Esse é o estádio da paz real, pois aqui
se reflete inteiramente o estado de Céu. Daqui em diante, o caminho para o
Céu é fácil e está aberto. De fato, é aqui. Quem poderia querer “ir” a
qualquer lugar se a paz já está completa? E quem buscaria trocar a
tranqüilidade por algo mais desejável? O que poderia ser mais desejável
que isso? (M-4.I.A.8)
A figura 5.1 indica a extensão à qual a desistência do ego, e a desistência da
identidade equivocada, ocorrem.
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
Desfazimento do ego
Para a maioria de nós, o processo de abandono do ego ocupa algum tempo, e
nós precisamos desse tempo para desfazer, ou desaprender, as crenças e
condicionamentos que edificaram, estruturaram e mantiveram nosso ser
separado. Desaprender é um passo exigido para o desvendar de nosso Ser
Unificado Infinito. Não conseguimos viver em paz, ou produtivamente,
enquanto valorizarmos algumas ilusões do ego, em detrimento da Verdade.
“Pois a Verdade é verdadeira e nada mais é verdadeiro.” (E-pI.138.4:6)
é o que encontramos e conhecemos cada vez mais e mais, à medida que
descartamos nossas pesadas limitações do ego.
Na introdução de “Os estágios do desenvolvimento da confiança – seis
estágios de desapego do ego”, falamos a respeito disso ser um processo de
desidentificação nosso com o ego, por meio do qual nós, gradual e firmemente,
compreendemos ser essa a única fonte de todo nosso sofrimento e limitação. À
medida que progredimos, usualmente temos pequeno ou nenhum
reconhecimento de nossos próprios maiores interesses porque, até agora, nosso
ego tem controlado o que, para nós, seja importante percebermos. Ele é
inerentemente incapaz de reconhecer o que tenha valor. Como conseqüência, o
tempo todo ele tenta nos convencer de valorizar insignificâncias, porque
insignificâncias fomentam a idéia de separação.
A melhor atitude a cultivar, e consistentemente praticar, é:
“Eu não percebo meus maiores interesses. ... Eu não sei para que serve
coisa alguma.” (E-pI.24 e E-pI.25)
Isso é muito importante porque as percepções de nosso ego ficam literalmente
de ponta cabeça em relação à Verdade; assim ele crê e vê uma realidade
ilusória, sem realidade alguma.
Humildade e mentalidade aberta são preciosas para nós. A jornada de
renúncia do ego nos leva impetuosamente para uma dimensão do essencial, o
não-saber para conhecer, o oposto absoluto da compulsão da necessidade de
saber e de controlar do ego. O ego não possui nenhum centro de verdade em
que se apóie. Sua compulsão por separação e especialismo é para nutrir sua
127
LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
58
N.T. – despertar acelerado ‘consciente’, podemos dizer, detalhando o entendimento
do despertar que nesta época do tempo estamos empenhados, sem necessidade premente
de nos retirarmos ou nos isolarmos da vida em comum com a humanidade, pois a nossa
‘quietude’ consegue ser alcançada no meio do tumulto e do caos, se de fato a queremos.
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
O processo de Desfazimento traz muitas provas e tarefas que nos fazem retirar
nosso investimento prévio na ilusão do ser-ego. No momento preciso em que
pedimos mais Luz em nossa vida, a Inspiração Universal responde, e
começamos a Jornada do Desfazimento. Essa é a iniciação à renúncia ao ego e
nossa subseqüente renúncia a ele. Agora aprendemos a desistir das crenças e
apegos que seriamente prejudicavam nossa percepção, e nosso potencial.
Qualquer crença prejudicada em sua função será desafiada. Qualquer
identificação equivocada com objetos, pessoas, status ou lugares aflorará, para
ser transformada. Um tempo de reestruturação é acelerado, e intensificado,
durante a fase de renúncia ao ego. Será útil lembrar-se de que esta fase é
altamente benéfica em ajudar a revelar feridas profundas ou centros de
convergência de emoções e sensações – gatilhos – que hajam, até agora,
inconscientemente, dirigido sua vida. Essa é a hora de baixar as defesas,
negativas e velhos hábitos de restrição, e começar a pedir para mergulhar na
130
LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
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N.T. – A crise curativa espiritual, assim denominada pela A. é um aparente
agravamento de sintomas da situação, que indica o início da libertação. O mesmo
sintoma se passa com o tratamento com medicação homeopática, quando nas primeiras
doses os sintomas da doença parecem se agravar, em vez de melhorarem. Se o paciente
desconhece a existência dessa crise, pode interromper a medicação, temerosamente
iludido com o agravamento dos sintomas. No desfazimento do ego, a crise curativa
espiritual seria a reação do ego pára manter o ser escravizado, ao sentir que está por
perdê-lo. Como na medicação homeopática, não interrompa o desfazimento, pois está
no caminho certo.
132
LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
60
N.T. – Randômico,a – aleatório, contingente, fortuito,
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
O Corpo
Usualmente são os nossos corpos que, na aparência, reagem à nossa renúncia
do ser-ego, e eles podem, bem como conseguem, fazer isso ficando doentes. Se
isso ocorrer, é útil saber, e se lembrar de que o corpo está apenas respondendo
às diretivas da mente do ego,61 e inconscientemente faz isso. Em qualquer
instância, quando o corpo sofre, é sempre sábio cultivar agora momentos de
atenção, e perguntar ao seu Ser Unificado,
“O que meu corpo está a me dizer? Que conflito interior estou experienciando, e
como consigo retornar à Paz?”
Peça por clareza, e nunca se conforme com a consciência de massa
fundada na crença do ego de que doença seja resultado do acaso. Pode haver
grande sabedoria e aprendizado por trás de cada doença, desde que haja
necessidade de experienciá-la. Como já mencionamos antes, em qualquer área
onde nosso ego possa ser abertamente identificado (tal como o corpo e os
prazeres e atrações do corpo) conseguimos esperar transformações. Por
exemplo, durante uma crise curativa, a doença pode levar a um resultado
positivo tal como deixar de fumar, emagrecer, ou entregar-se a um estilo de vida
saudável, de uma vez por todas. À medida que ganhamos maior confiança em
nosso Ser Unificado, e mais completamente renunciemos ao ego, aprendemos a
ver a perfeição e a unidade de toda pessoa, além das limitações de seus, e de
nossos, corpos.
61
N.T. – O corpo é a ‘casa' do ego...
135
LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
por vezes nos torturar, prejudicar, detêm várias chaves poderosas para nossa
liberdade e liberação. Sem esses comportamentos provocadores e desafiadores,
fica fácil para nosso ego conseguir se manter em êxtase complacente,
crescendo, no final, para um monstro de gigantescas proporções, sempre na
intenção de nossa aniquilação. Sem esses grandes professores, fica muito mais
difícil nos tornarmos cientes da existência do ser-ego. Por intermédio de nossos
encontros aprendemos tanto dos contrastes oferecidos pelo “ofensivo”
comportamento de nosso professor. À medida que prosseguimos nossa jornada,
com nossa crescente atenção, temos a oportunidade de reconhecer – e agradecer
– o valor, e a importância, dessas pessoas em nossas vidas.
Enquanto muitos de nossos maiores professores divulgam
conhecimento por intermédio da experiência de conflito, ocasionalmente
encontramos professores que nos tocam através do amor. Essas são as pessoas
extraordinárias em nossas vidas que escolhem nos perdoar e não tomar
conhecimento de nossos erros.
Qualquer pessoa em nossa vida que demonstre amor incondicional é,
talvez, o maior de todos os professores. Amar consistentemente, sem as
condições do ego, é uma experiência razoavelmente rara. Todos nós ansiamos
por aceitação e perdão incondicionais. E conhecemos a sensação incrivelmente
libertadora de ser perdoado.
O ato de perdão tem um grande e
positivo impacto em ambos, no doador e no
recebedor. Não tomar conhecimento do erro nos Não tomar
outros é a dádiva transformadora mais conhecimento do
poderosa, com o potencial de ensinar Amor, em erro nos outros
sua forma mais pura. Isso consegue ser feito é a dádiva
pela remoção dos bloqueios à ciência da transformadora
presença do Amor. No âmago de todo e em mais poderosa, com
cada ser humano há, indelével, o desejo o potencial de
imorredouro de ser amado incondicionalmente. ensinar Amor, em
Isso jamais é possível ocorrer através do ser- sua forma mais
ego, e de seus valores.
pura
Somente requer uma pessoa para transcender o ser-ego, e suspender a
dúvida, por desconsiderar os erros no outro, para realizar um Milagre. O
Milagre do perdão é a maior ferramenta de ensino disponível entre todas,
mesmo assim parece ser a mais trabalhosa a adotar, do ponto de vista do ser-
ego. Grandes professores são os que resistem pouco e estendem muito. Eles não
se defendem dela, mas são fortemente comprometidos com a Verdade.
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
percepção verdadeira, em nossa mente. Isso nos mantém vivendo num pesado
sono sedado, onde pesadelos diários parecem nos ameaçar. Ficamos, na
aparência, severamente restritos à percepção das condições, leis e medos diários
do mundo e dos que nos rodeiam, criadas por nossas próprias interpretações.
Esse é um nevoeiro, denso e pesado, no qual tentamos tolerar, e existir. A
maioria de nós é desavisada da presença aparente desse nevoeiro pesado, e o
denomina vida. Renascer para a Vida, viver fora do sono sedado da existência
do ego, só consegue, de alguma forma, ocorrer pela total desidentificação com o
ser-ego. O maior de todos os possíveis desafios, e no que toda nossa liberação
se apóia, é a renúncia ao ser-ego. Essa é, de todas mais, a conquista humana
mais poderosa, mais relevante, e por meio dela nos tornamos – outra vez – o
magnífico co-criador, vitorioso em nossa capacidade de transformações
milagrosas.
Talvez já tenhamos nos dado conta de que transcender o ego é a única
razão de termos nascido num corpo e que, até que isso seja assumido por nós,
nossa existência, a que chamamos vida, se resume a um círculo vicioso de
ilusões infindáveis. Se conseguirmos ver isso, então também veremos a
adversidade e os professores cruéis como valiosos veículos de aprendizado.
Nessa disposição conseguimos desarmar a resistência, e apressar nossa própria
transformação. Até que consigamos abandonar percepções egoísticas, estamos
sob a aparente influência de um encantamento – um bruxedo – que,
literalmente, comanda, conduz e controla nossa vida de pensamentos, crenças e
emoções que temos, através de todas suas manifestações, tais como acidentes,
conflitos e devastações.
O objetivo de desfazer o ser-ego é conseguir re-conhecer e re-valorizar
o Amor, total e plenamente. Para fazer isso temos de abandonar nossa obsessão
final pelo medo e pela culpa, junto com todas as demais ilusões. Unicamente,
então, conseguimos conhecer e receber Amor pleno. Através desse processo de
transmutação, a semente de nosso Ser Unificado se rompe e abre a dura crosta
externa do ser-ego, e é agora posto em liberdade. Ele se lança para cima, para a
superfície da terra, e é renascido, no mundo de Luz e beleza. Unicamente agora,
livre da crosta do ser-ego, consegue a semente germinar, e crescer plenamente,
em todo seu potencial.
O processo de renúncia ao ego nos traz ao ponto de absoluta confiança
na Voz da Inspiração Universal, nosso Ser Unificado. Aprendemos, então, que
não há outra Voz que nos conforte. Alinhamos todos os nossos pensamentos, e
intenções, com esse Poder e O consultamos, não apenas todos os dias, todas as
horas, mas de segundo a segundo.
138
LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
Quando fluímos e nos movemos nesse e com esse Ser Unificado, nossa
vida se torna um reflexo miraculoso desse alinhamento. Há uma paz profunda
em saber que todas as pessoas, coisas e circunstâncias estão, também, sob a
influência do alinhamento Unificado. A desistência ao ser-ego deixou de ser um
sacrifício. Como poderia ser um? Se você trocou inferno por Céu na terra,
chamaria a isso sacrifício?
Uma oração para nós, agora que estamos prontos, é dizer,
“liberta-me da ilusão e traze-me a mentalidade certa”.
Esse simples pedido, feito com sinceridade e paixão, é atendido. Por essa
oração, nosso destino fica garantido, e a orientação nos é provida a cada
segundo, de cada minuto, em nossa jornada para Casa. Uma vez transposta a
renúncia ao ego, então recuperamos maravilhosos dons, que sempre foram
nossos, sem ficarmos apegados a eles. Tudo que pensamos que iríamos perder,
em conseqüência da renúncia ao ego, retorna a nós, limpo e cristalino, despido
de suas prévias ilusões.
139
LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
62
N.T. – Andrew Cohen (n.1955) é um guru norte-americano, professor espiritual,
editor de revista, autor, e músico que desenvolveu o que ele define como um caminho
único de transformação espiritual, denominado Evolutionary Enlightenment
(Iluminação Evolucionária). Em 1988, Cohen fundou EnlightenNext (IlumineDaí), uma
rede virtual educacional e espiritual comprometida em criar uma nova cultura global.
Além disso tem pequenos grupos de estudantes localizados em várias partes do mundo.
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
que todas as pessoas e circunstâncias sejam úteis para ensinar o que seja, e o
que não seja valioso.
A experiência de renúncia ao ego nos ensina que a auto estima é,
absolutamente, sem significado, e uma pura desatenção à Verdade. Nós
realmente aprendemos isso diretamente da experiência da perda, ou
transformação, de tudo em que o ego investiu. É por isso que a auto estima,
como a conhecemos, parece ser ameaçada, ou aniquilada, pela renúncia ao ego.
Uma vez todo o ego suporte e quebre, inclusive a falsa auto estima, seja desfeita
e já não mais estejamos identificados com ilusões, nós renascemos. Agora
temos Paz interior, Verdade Infinita e, miraculosamente, capacidades
acentuadas.
Lembre-se disso: se nós estamos incorporando o conceito de desfazer o
ego, então quase que certamente as pessoas mais próximas a nós serão também
afetadas. Porque o ser-ego se sente ameaçado pela mudança, podemos encontrar
resistência nos outros. Isso é comum. Quebrar com a tendência da mente
coletiva pode revelar úteis compreensões interiores, para muitos de nossos
relacionamentos, e algumas dessas compreensões podem vir a suscitar que
sejam feitos novos ajustamentos.
Por exemplo, uma pessoa amiga antiga pode exibir um padrão de ser
uma vítima da vida, e nos damos conta de que nós, inadvertidamente, por apoiar
essa sua imagem de ser-ego, estivemos tirando o poder dessa pessoa. Dando-nos
conta disso, retiramos o apoio disfuncional, e oferecemos um outro novo apoio,
que a fortaleça mais, talvez explicando o conceito de responsabilidade pessoal.
Nossa amiga agora tem de escolher qual é o mais valioso, a amizade ou a sua
identidade de vítima. Abraçar a renúncia ao ego pode trazer mudança para
quase todas as áreas de nossa vida. Um tipo de isolamento social é, comumente,
um produto temporário dessa fase, porque estamos rompendo com crenças, e
valores, do ego coletivo.
-x-x-x-x-x-x-x-x-x-
141
LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
Capítulo 6
O DESAPEGO AO EGO:
OS SEIS ESTÁGIOS
1 Estágio 1 – Desfazimento
O começo do Estágio 1 é, muitas vezes, trazido por desilusões, de algum tipo.
Esse período de desfazimento pode ser experienciado como o auge da
supersaturação da identificação com o ser-ego, que causa uma crise iniciada por
perda, ou mudança, tais como:
Superidentificação com status na carreira, família ou sociedade.
Superidentificação com riqueza material, ou posses.
Superidentificação com imagem, corpo, personalidade.
Superidentificação com relacionamentos, românticos ou familiares.
Uma crise de saúde, ou tragédia pessoal.
Depressão, ou desespiritualização prolongada.
É mais do que provável que a fase inicial deste processo, consistente nos
Estágios 1 e 2, pareça ser um tipo de insistente toque de despertar para
mudança. Seu intento é despertar nossa atenção, exigindo de nós
questionamento de nossos valores, e acordar para o verdadeiro propósito de
nossas vidas. Vivemos nossa vida, em grande medida, inconscientemente, e
desapontamento, perda ou crise, extremas que possa haver, são, usualmente, os
únicos meios disponíveis para nos desipnotizar e nos motivar para uma ação
significativa, e mudança consistente de nossa parte.
Em primeiro lugar, freqüentemente, não estamos cientes de nossa
lealdade deslocada. Até agora, nossa percepção do mundo tem sido baseada em
separação, e nós nos valemos – quase que exclusivamente – de nosso ser-ego,
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
para obter todas as nossas respostas. Agora precisamos de uma forma melhor
para perceber nossas vidas. A fase de desilusão nos desperta para a ânsia por
significado, mais profundo, em nossas vidas. É aqui, especialmente durante esse
tempo inicial, que a confusão e o caos parecem intensificar o nosso medo.
Entretanto, essa é, realmente, a fase da grande oportunidade. Não até que nos
sintamos ameaçados, aniquilados e vulneráveis clamamos pela Fonte, e pela
Inspiração Universal. Agora buscamos por alma, e pedimos ajuda numa
intenção pura. Nossa vulnerabilidade se torna nossa força, à medida que o ser-
ego, temporariamente, é descartado, e a Verdade é, sinceramente, requisitada.
1º O Primeiro Passo
É durante os Estágios 1 e 2 que damos o primeiro passo, no sentido da auto-
realização. O primeiro passo envolve disponibilidade para:
Reconhecermos que não sabemos nada da Verdade, e preparar-nos para
demolirmos quaisquer barreiras que encontremos nesse trajeto.
Comprometer-nos a desaprender tudo que pensamos fosse a realidade,
inclusive nossa própria limitada identidade de ser-ego.
Assumirmos total responsabilidade por nosso passado, e pela realidade que
criamos, diariamente, diante de nós. Admitirmos, plenamente, que não há
lugar aqui para nenhum desamparo.
Aceitarmos que a fase inicial do processo seja capaz de trazer muitos e
diferentes medos. Sabermos que conseguimos enfrentar todos esses medos,
em lugar de evitá-los.
Compreendermos que toda mudança no sentido de auto-realização é
benéfica, mesmo se inconfortável e/ou conturbadora.
Pode ser importante notar, a respeito disso, que muitos, se não a maioria, dos
buscadores e professores espirituais, ainda não deram esse primeiro passo. Eles
conseguiram, talvez, acumular uma surpreendente quantidade de conhecimento
espiritual, entretanto, seus egos estão – ainda – intactos. As armadilhas do ego
são absoltamente espantosas, variadas e imprevistas. O ego, imediatamente, irá
desenvolver meios ardilosos com os quais aparentar iluminação, através de
ostensiva busca, e coleta, de sempre mais e mais informação, e o máximo de
erudição espiritual. O ego consegue amontoar tanta informação espiritual que
chega a enganar, quase a todos, inclusive seu dono, para se acreditar iluminado.
O ego “iluminado”, em todo seu “brilho”, entretanto, nem ao menos começou o
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
de sua vida está se esvaindo de nossa crença na ilusão de que sejamos vítimas
do mundo que vemos, e:
• que outras pessoas consigam nos atacar;
• que culpa e punição são garantidas; e
• que dar nos priva de algo.
Então quando, daqui para frente, assistirmos a uma irradiação de notícias na
TV, aquela barricada usual de más notícias, dramas, desgraças e infortúnios, nós
já conseguimos vê-las diferente. Talvez não vejamos mais pessoas envolvidas
como vítimas de aparentes perpetradores, tormentos e acidentes. Em vez disso
conseguiremos ver as vítimas como vivendo inconscientes e, assim, fazendo
suas realidades infortunadas como conseqüência.
O ser-ego pode permitir-nos, a princípio, abraçar essa idéia porque isso
não ameaça, imediatamente, sua identidade. Entretanto, deixa-nos olhar para
outro cenário que possa parecer ainda mais desafiador. Talvez seu parceiro, ou
melhor amigo, um dia, de repente, entre onde você esteja e ignore por completo
você, estando claramente zangado. Você fica intrigado, temeroso e/ou
ressentido, e pergunta: “Que está acontecendo?”; “Que há de errado?” A
resposta é, “Deixe-me sossegado. Não estou p’ra papo!” Já aí sua ansiedade se
faz notada, e seus pensamentos imediatos, provavelmente, seriam baseados em
medo: “O que foi que fiz?” “Ele/ela não me ama!” “Vou-me embora daqui!” Ou
ainda, “Temos de nos falar agora!” Num cenário dramático como esse, nós
raramente reconhecemos, ou paramos nossos pensamentos, em quietude, para
buscar clareza; usualmente nos engajamos, de pronto, em familiares
pensamentos perturbadores amedrontados, e daí reagimos, usualmente, de
maneira medrosa.
Nosso novo sistema de pensamento responderia chamando nossa
atenção, e nossa ciência, para passarmos a ser, aqui, o observador, em vez da
vítima. Ele novo sistema de pensamento nos relembraria de:
Observar, controlar e refrear nossos pensamentos e comportamento
reativos.
Lembrar-nos de O Que é; a realidade agora é que o parceiro está em
conflito. Se nossos pensamentos estão discutindo com a realidade, então nos
juntamos a ela.
Lembrar-nos de a quem diz respeito esse assunto; ao parceiro. Então,
respeitemos os desejos dele e cuidemos de, mentalmente, refrear
pensamentos que sejam assunto dele(s), e não nossos.
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
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N.T. – Arjuna Nick Ardagh, nome Nicholas Ardagh, (n. Londres, GB, 1957), é autor
de A Revolução Transluzente, palestrante, e fundador da Living Essence Foundation
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
Nossas crenças não investigadas são responsáveis por darem forma a nosso
mundo, e à maneira que nos relacionamos com nós mesmos, e com as pessoas
nele.
É neste ponto que começamos a alcançar o conceito de que nós
queremos, desejamos, determinamos, decidimos, mandamos, escolhemos,
exercemos a vontade em nossos pensamentos, e crenças; depois os projetamos
para fora, unicamente para que reflitam nossa realidade de volta para nós.
Agora – no Estágio 1 do Desfazimento – conseguimos quebrar o ciclo de
projeção, exercendo a posse, e assumindo a responsabilidade por nossa própria
mente, junto com seu poder de criar a realidade, como a vemos. Daqui em
diante, quando alguém nos ofenda, querendo, conseguimos escolher ver a
Verdade, e não responder com ataque, ou defesa. Ataque, ou defesa só reforçam
– validam, dão realidade à – nossa projeção.
Quando primeiro ajustamos nossa visão de mundo, de uma causada por
influências externas, por nossas próprias percepções, é muito provável haver
dúvida e desconforto. Toda nossa vida, equivocadamente vimos, fora de nós, o
mundo que ofende, e isso, para nós, explicava, e justificava nossa crença em
separação, ataque e defesa. Quando quer que fôssemos ameaçados,
automaticamente víamos a causa como separada, alheia e apartada de nós,
argüíamos com a realidade, e projetávamos para fora culpa, e acusação. Agora
isso tem de ser revertido. A verdade é que não há culpa, ou acusação, nem fora,
nem dentro de nós. Por isso é que é tão importante entender que não há
ninguém a acusar, nem a nós mesmos. É um princípio. É verdade que ao
abdicarmos de nossa tendência de projetar, podemos ser assaltados pela
autocrítica, e auto-acusação, porque vemos, e possuímos, pela primeira vez,
nossa própria parte no fracasso de efeitos e relacionamentos, e que –
surpreendentemente – não somos a vítima que pensávamos ser.
(Fundação Essência Viva), em Nevada City, CA., uma igreja dedicada ao “despertar da
consciência no contexto da vida corrente.” Em 1995 Ardagh desenvolveu o Living
Essence Training (Treinamento da Essência Viva), que prepara pessoas como
facilitadores dessa mudança de consciência e cultivadores da translucidez. Ardagh foi
convidado a participar da Oneness University (Universidade Unicidade), Chennai, Índia,
no inverno de 2005, e agora integra a Oneness Blessing (Unicidade da Bênção) em
todos os demais trabalhos que realiza. Ardagh é membro do Transformational
Leadership Council (Conselho de Liderança de Transformação). Ele fala em
conferências internacionais, e apareceu na TV, no radio, e na mídia escrita em doze
países. Ele também ensina nos Deeper Love Seminars (Seminários de Amor Mais
Profundo) com sua esposa norueguesa, Chameli Gad Ardagh. Eles vivem em Nevada
City, CA com seus dois filhos de seu casamento anterior.
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
Crenças destrutivas
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
Que nossa paz e felicidade existe, alguma vez, no futuro (nosso interesse)
quando:
• “Ele/ela me ame mais.”
• “Minha situação financeira progrida.”
• “Eu não esteja tão preocupado com ou cheio de trabalho.”
• “Eu encontre meu propósito na vida.”
• “Eu encontre amigos.”
• “Eu perca/ganhe peso e/ou me ponha em forma.” E, finalmente,
• “Eu ganhe a aprovação, reconhecimento ou validação que preciso,” etc..
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64
N.T. – Livro publicado em português intitulado “Para acabar com o sofrimento”,
Katie, Byron e Stephen Mitchell, ed. Estrela Polar, Portugal, 2006,
65
N.T. – Reler p. 477 do Texto de UCEM, a responsabilidade pelo que se vê.
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
O Veneno da Projeção
Falamos antes a respeito de como nossa mente partida foi formada pela
separação, e como o ser-ego, consumido pela culpa de aparentemente ter se
dividido da Fonte, tenta justificar sua existência separada. Sua ferramenta
principal, para causar a ilusão de todos e de tudo ser separado, é seu truque da
projeção. Bem literalmente, tudo que dissociamos, ou renegamos, o ser-ego
projeta para fora sobre as pessoas, situações, lugares, ou coisas. Então,
inconscientemente, nós vemos um aspecto de alguém com preguiça, raiva ou
que seja e, imediatamente, as julgamos e as vemos como separadas de nós. Os
aspectos que vemos nos outros, que nos frustram, ou enraivecem, entristecem,
ou mesmo alegram, sempre são partes, não vistas, ou não reconhecidas, de
nossa própria psique, ou personalidade. O grau pelo qual repreendemos, ou
reclamamos dos outros, é o grau pelo qual nós, secretamente, estamos agarrados
em nossa própria-verdade, nosso amor próprio. Quanto mais feiúra virmos nos
outros, mais secretamente nos apegamos à feiúra dentro de nós mesmos. Essa
não é a maneira de ganhar a liberdade.
“O que projetas, renegaste, e portanto não o crês teu.” (T-6.II.2:1)
Toda a incrível verdade sob essa projeção que fazemos, é que, enquanto
nos parece estarmos julgando os outros, considerados fora de nós, estamos
apenas, de fato, sempre julgando e condenando a nós mesmos. Toda vez que
ficamos zangados, ressentidos e frustrados com o outro, nós, inconscientemente,
estamos a atacar, unicamente, a nós mesmos. É por isso que ficamos tão
arrasados, tão sem espírito, e tão exauridos de energia, quando experienciamos
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
Ausência de Culpa
Outra forma de separação e ataque que, da mesma forma, nos envenena – até
nos matar – é a culpa. A jornada através desses estágios iniciais de
desenvolvimento da confiança parece exagerar a culpa, porque estamos
começando a assumir a responsabilidade pela vida que criamos no corpo. Como
cada vez menos acusamos alguém, ou algo, o ser-ego – muito contrariado – nos
acusa de ignorância, lerdeza e maldade, ou coisas ainda piores. Isso nos
envenena e mata tanto quanto acusarmos os outros.
Qualquer culpa se origina no ser-ego, porque ela fomenta medo, culpa,
pecado e separação. Nós nos separamos a nós mesmos do Amor e da conexão
com a Fonte, quando nos pomos em culpa. A Fonte criou apenas o Amor e nós,
com nossa mente partida, fizemos tudo que não seja Amor, Paz e Alegria.
Porque nós, não a Fonte, fizemos o sofrimento e, por tê-lo feito, temos o poder
de curá-lo, não algum dia no futuro, mas agora mesmo, neste mesmo minuto,
instantaneamente. Como? Reconhecendo, e aceitando, que decidimos a cada
momento sermos fiéis, ou ao Ser Unificado para nos curar, ou ao ser-ego, para
sofrer, ficar em dor e morrer. Qual é a qualidade de nossos pensamentos? Se
fizemos – ainda – julgamentos severos de outros, ou de nós mesmos,
simplesmente entreguemo-los, bem depressa, à Inspiração Universal. Tudo isso
é requerido neste momento, em nosso franco e sincero desejo de ficar livre do
julgamento, e de seu conseqüente veneno que ele pronta, invariável e
consistentemente, injeta – sem pestanejar – em nós.
Se sentirmos o julgamento muito difícil de abandonar, então, talvez,
estejamos viciados em ter razão. Nosso ser-ego adora, se rejubila em ter razão,
e o que é pior, em ter razão sempre. Ele quer ser visto como sendo o melhor, o
mais sabido, o mais esperto, e o mais inteligente, malandro e o que leva mais
vantagens em tudo, sempre. Entrar nos estágios iniciais de confiança significa
que temos de, acima de tudo mais, priorizar a Paz em cada e todo momento.
Isso requer de nós a vigília de nossos pensamentos, crenças. Ser observador e
fazer a escolha pela Paz onde quer que haja desafio. Por exemplo, um
companheiro de trabalho pode comportar-se com arrogância, querendo que você
reconheça que ele, ou ela, está com a razão e, portanto, superior. Você tem duas
opções, claras, marcadas e distintas:
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
reconheça isso e aceite isso para você, por agora. Você consegue, talvez, ver
que você tem uma maravilhosa oportunidade de ensinar agora, pelo exemplo,
por viver – na pele – esses princípios. Não busque aprovação externa. Aprenda
como dar a você mesmo sua própria aprovação, pois de outra forma, você
equivocadamente ficará ressentido com qualquer um que não lhe dê o que você
– por erro – acredita que precisa: aprovação alheia! Essa é uma armadilha
comum, usualmente se fazendo presente nesses estágios iniciais. É por isso que,
se estamos nos sentindo ressentidos, ou zangados, é importante pegar papel e
objeto escrevente, e fazer O Trabalho de Byron Katie e a inversão. (Apêndice I)
Isso nos traz de volta à Paz e à Realidade Ideal.
A todo instante, ouvimos na mente duas vozes interiores: a primeira, e a
mais alta, estridente, é a de nosso ser-ego; e a segunda, a mais suave, é a de
nosso Ser Unificado, a Voz da Inspiração Universal. No final, com prática, e
nosso querer, iremos, automaticamente, ouvir distintamente Sua Voz cada vez
Mais Alta e conseguir atender ao nosso Ser Unificado. Lembre-se sempre que a
voz do ser-ego projeta e a Voz do Ser Unificado estende; uma clama por medo
e separação, e a outra só concita por união e Paz.
A única maneira de encontrarmos verdadeira felicidade neste mundo é
aprender a dar o que precisamos para conhecer o que e quem somos, no interior
profundo. O que precisamos saber a respeito de quem somos? Nunca queremos
descobrir o que pensamos ser: nulo, imperfeito, mau, egoísta, fraco,
insubordinado, inútil, insuficiente, sujo, pervertido, desabrigado, indisciplinado,
insensível, doentio, ignorante, enganador, desonesto, sem sentimentos,
necessitado, sem valor, desamparado, estúpido, duas caras, autocentrado, ou um
traidor. Contudo, na verdade somos tão ligeiros para ver esses mesmos aspectos
em nossos sócios, parceiros, família, parentes, amigos, colegas e mesmo
desconhecidos eventualmente encontrados rapidamente até no elevador. Mesmo
quando lemos jornais ou assistimos TV, amamos passar julgamento nas pessoas,
e em situações que nada nos dizem respeito. Vemos tanta feiúra em outros e,
secreta ou publicamente, os perseguimos por isso. Será que conseguimos ver o
supinamente ridículo e fútil desse passatempo danoso? Dizemos que queremos
Amor, aceitação, entendimento e perdão; mesmo assim, nos perdemos
procurando por eles fora de nós. Por cima disso tudo, nós ainda acumulamos
veneno interior para nós mesmos, por meio de acrescentar a tudo isso
negatividade, ao projetar isso sobre os outros. Nos recusamos a dar a outros,
aberta e inquestionavelmente, o que ansiamos em amor incondicional,
entendimento, aceitação e perdão, para nós mesmos.
A maneira mais rápida de aprender o que e quem somos, é olhar por
isso nos outros. Amor Incondicional, Alegria, Paz, aceitação, entendimento e
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
perdão – isso é o que e quem somos! Nunca saberemos isso até que nos demos
conta de que cada uma das pessoas viventes é uma parte de nós; elas apenas, no
tempo e no espaço, parecem ser separadas de nós. Conseguimos vencer essa
ilusão palpável unicamente quando deixamos de ver o erro, e damos aos outros
tudo que nós, profundamente, buscamos em nós mesmos. Dessa maneira,
praticando-o literalmente, começamos a aprender quem verdadeiramente somos,
e experienciamos em nós mesmos e em relação aos outros, Amor incondicional
e Alegria profunda. Quando pararmos de ver feiúra lá fora, conseguiremos ver a
beleza da Verdade dentro da nossa própria existência – Amor.
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
“Quando você sabe que há abundância – seja do que for – você pára de
competir, disputar, com outros. Você pára de competir por amor, dinheiro, sexo,
poder, o que quer que seja, que você sinta não haver o suficiente para você.
A competição, a disputa, acaba.
Isso altera tudo. Agora, em vez de competir – disputar – com outros para
apanhar o que você quer, você começa a dar o que você quer ter. Em vez de
lutar por mais amor, você começa a dar amor. Em vez de lutar por sucesso,
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
você começa a assegurar que todos os demais sejam bem sucedidos. Em vez de
sair à cata de poder, você começa a fortalecer o poder nos outros.
Em vez de buscar – disputar – afeição, atenção, satisfação sexual, e segurança
emocional, você se põe sendo a fonte disso. De fato, tudo que você alguma vez
quis, você agora está suprindo a outros. E o surpreendente de tudo isso é que, à
medida que você dá, assim você recebe. De repente você se dá conta de que tem
mais do que você está dando.
A razão para isso é clara. Isso nada tem a ver com o fato de que o que você fez
seja ‘moralmente correto’, ou ‘espiritualmente iluminado’, ou a ‘Vontade de
Deus’66. Isso tem a ver com uma simples verdade: Não há ninguém mais no
lugar onde você se encontra!
Há apenas um de nós!”
(Comunhão com Deus, Neale Donald Walsh, p.75-6)67
66
N.T. – Se bem que seja – também – isso tudo: moralmente correto, espiritualmente
iluminado bem como a Vontade de Deus.
67
N.T. – Neale Donald Walsch (Milwaukee, 10/set/1943) é o autor norte-americano da
série de livros Conversando com Deus, dentre outros. Numa madrugada de 1992,
deprimido, ele escreveu uma carta para Deus, onde perguntava ao Criador o que fazer
para a vida dar certo. Como mágica, ouviu uma voz respondendo essa e outras questões,
que mais tarde se transformaram na série "Conversando com Deus".
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
observar, o que agora é reconhecido como de valor, mas previamente era visto
como sem valor. Crescemos muito vendo agora nossos apegos anteriores como
não apenas sem valor, mas completamente destrutivos. O contraste é uma das
maneiras da Inspiração Universal nos ajudar a encontrar a liberação de nosso
ser-ego.
Observemos nossos vícios culturais em “tomar” e “ter”. Temos alguma
vez realmente olhado para o que cremos a respeito de dar? No centro da crença
do ser-ego está – com pedra e cal – o conceito de que ter só consegue ser
adquirido por meio do apanhar. Tomar alguma coisa requer algum grau de
manipulação, e vemos isso muito claramente em relacionamentos íntimos.
Quando num relacionamento o ser-ego iguala amor à troca, e mede o amor pelo
que vê que consegue tomar. Por exemplo, se nosso parceiro está atrasado, sem
telefonar e nem explicar, como julgamos isso um ataque, negamos amor, e
respondemos com frieza, que é uma forma de contra-ataque. Entretanto, se
nosso parceiro chega em casa, ou ao encontro, à hora aprazada, e traz um
presente inesperado, respondemos com amor e felicidade.
Se nossas necessidades são atendidas, estendemos amor, e se elas forem
ameaçadas, ou não preenchidas, odiamos (recusamos amor). Então, o que
estamos ensinando pelo exemplo? Quando amamos num determinado minuto e
ficamos zangados, ou odiosos, no seguinte, estamos ensinando que amor e ódio
conseguem co-existir; que o amor é imprevisível, instável e passageiro, segundo
a satisfação, ou não, de suas necessidades. Estamos, inconscientemente,
enganchados no “tomar”, que sempre nos conduz ao desapontamento, e à
infelicidade. O ser-ego sempre busca ganhar dando um jeito, conspirando,
enfim.68 Mesmo no amor, ele ganha pela compra, sempre impondo condições ao
amor. Há um custo no ‘tomar’ o que cremos – na aparência – não ter.
A maioria dos relacionamentos chamados românticos são, sem saber,
baseados em carência. Percebido que precisamos de atenção, aprovação,
apreciação, validação e amor exteriorizado, automaticamente ficamos
zangados e frustrados quando percebemos que alguém nos nega sua atenção,
aprovação, apreciação, validação ou amor por nós – com isso não atendendo
nossas necessidades percebidas. Se acharmos que nossos parceiros não atendem
nossas necessidades, que fazemos em resposta? Retiramos nossa atenção,
aprovação, apreciação, validação e amor por eles. Primeiro percebemos o
ataque, e daí, contra-atacamos.
Em outro instante, podemos estar preparados para agradar nossos
parceiros. Entretanto, para fazermos isso, decidimos sacrificar, e não sermos
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N.T. – O famoso ‘jeitinho’, para levar vantagem, é o ego em ação.
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
Reforma do Relacionamento
Se nesta fase inicial de desenvolvimento da confiança estivermos envolvidos em
relacionamentos, temos de conhecer que eles – inevitavelmente – passarão por
transformação. Nosso sistema de pensamento do ego está lentamente sendo
substituído, por uma maneira inteiramente nova de se relacionar com o mundo.
Estamos aprendendo agora, que fomos nós que criamos o mundo que vemos, e
que dar é receber. Até agora, nossos relacionamentos foram baseados em ‘dar e
tomar’. Em conseqüência, sem dúvida, sentiremos que uma mudança penetrante
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
ocorre, ao abraçar esse novo compromisso – aprender que dar é receber. UCEM
explica que essa parte inicial na transição do relacionamento pode
“parecer perturbado, desunido e até mesmo bastante angustiante.’ (T-
17.V.3:3)
A razão pela qual primariamente sentimos essa mudança, é porque a
meta original de ganho, ou dar para tomar, fica abruptamente mudada para seu
oposto, a meta de ‘dar para receber’. Dificuldades, tais como frustrações,
confusões e raiva, podem fazer sua escalada, nessa fase inicial, porque a própria
base de nossos relacionamentos muda, ao longo da troca de seu sentido de
direção.
Muitos de nós nos perguntamos, “Porque fazer o começo dessa jornada
é tão difícil?” De acordo com UCEM, essa dificuldade inicial é necessária – por
ser útil – pela seguinte razão:
Não seria mais benigno deslocar a meta com mais lentidão, porque o
contraste seria obscurecido e o ego ganharia tempo para reinterpretar cada
passo lento de acordo com seu desejo. Só um deslocamento radical no
propósito é capaz de induzir a uma completa mudança de idéia a respeito
da razão de ser de todo o relacionamento. À medida que essa mudança se
desenvolve e é, afinal, realizada, ele cresce, passando a ser cada vez mais
benéfico e alegre. Mas no início a situação é vivenciada como muito
precária. (T-17.V.5:1-4)
Nunca avaliamos o suficiente o quanto subestimamos o que
secretamente o ego nos engana. Da mesma forma que vemos o fragmento de um
iceberg acima da linha d’água, e ignoramos o que está debaixo d’água, podemos
subestimar a enormidade da massa de ego escondida abaixo de nossa
consciência, por estar fora de nossa vista. Para desfazer o sistema de
pensamento do ser-ego, temos de, inicialmente, dar uma reviravolta, não apenas
nos óbvios fragmentos que vemos, mas muito mais importante, na gigantesca
massa que fica por baixo de nosso conhecimento consciente. Serão apresentados
a nós muitos contrastes nesse estágio inicial para que consigamos experienciar a
diferença entre nosso ser-ego e nosso Ser Unificado. Infelizmente, esse
contraste usualmente é experienciado como um conflito intenso. Esse conflito
intenso, geralmente, compele em nós um grande desejo de absolutamente mudar
nossa forma de pensar, e nossos valores. Rapidamente, vemos que não
queremos isso nos relacionamentos, e com isso nos motivamos a abraçar,
resolutamente, a mudança positiva.
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
“Esse curso não pretende ensinar mais do que o que eles aprenderam no
tempo, mas tem como objetivo economizar tempo. Podes estar tentando
seguir uma estrada muito longa para a meta que aceitaste. É extremamente
difícil atingir a Expiação lutando contra o pecado. Um esforço enorme é
gasto na tentativa de tornar santo o que é odiado e desprezado. Nem há
necessidade de toda uma vida de contemplação e de longos períodos de
meditação com o objetivo de desapegar-te do corpo. Todas essas tentativas,
em última instância, terão sucesso devido ao seu propósito. No entanto, os
meios são tediosos e consomem uma grande quantidade de tempo, pois
todos procuram a liberação no futuro, a partir de um presente estado de
indignidade e inadequação.
O teu caminho será diferente, não em relação ao propósito, mas ao
meio. Um relacionamento santo é um meio de ganhar tempo. (T-18.VII.4:5-
5:2)
Então, se estamos determinados a alcançar a Realidade Ideal, e
conquistar nossa meta de Amor, Paz e Alegria nesta existência, é sábio nos
relembrarmos, a nós mesmos, exatamente, quão valiosos – mesmo que algumas
vezes desafiadores – são nossos relacionamentos para nós, em nossa viagem
rumo à liberdade. Tenha fé em você mesmo, e em seu parceiro, nessa primeira
mudança de sentido porque, como dito anteriormente, o começo é o remendo
mais rude a ser experienciado. Uma vez vencida a confusão inicial, vemos
nossos relacionamentos crescerem em profundidade, e extensão, no sentido de
um amor tão seguro, rico e multifacetado, por nós nunca antes imaginado
possível.
No início deste capítulo demos alguns exemplos possíveis, do que
conseguiria ajudar a iniciar nossa busca de um melhor caminho. O processo
inicial pode incluir rompimento de relacionamento, crise de identidade, perda
de carreira, tragédia pessoal, ou falência na saúde. Isso pode induzir nosso
ponto crítico, porque freqüentemente servem de fatores decisivos para nos
habilitar a mudar, para o melhor, nossa mente e nossa vida.
O Estágio 1 é um período de desfazer e, como tal, usualmente tomamos
um tempo para recobrar-nos dele, freqüentemente vendo, por algum tempo, só
os aspectos negativos da experiência. Isso poderia levar meses, ou mesmo anos.
Mesmo assim, a luz de estar ciente finalmente raia em nossas mentes, e
começamos a ver que nossas mudanças, mesmo dolorosas, foram benéficas.
Essa postura de que “toda mudança é útil” é uma decisão que aprendemos a
desenvolver ao longo da viagem, cada vez mais. Gradualmente abraçamos a
Verdade de que tudo que ocorre tem lugar por uma Razão maior e quando,
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a carreira, porque não tem qualquer idéia a respeito da Verdade. Nos estágios
iniciais, ao sermos apresentados ao que precisamos [a mudança corretora],
podemos ainda não conseguir ver que isso era uma bênção disfarçada.
Quando nos sentimos vítima de nossa circunstância, Jacquelyn Small
nos lembra da Verdade:
”Se conseguirmos nos lembrar de que viemos para cá como seres espirituais
para aprender como sermos humanos (Princípio Um) [para seus 12 Princípios],
jamais confundiremos o que ocorre a nós com quem somos. Em vez disso,
intensamente nos envolvemos na vida, mesmo nos tempos dolorosos, com esta
pergunta:
‘Que lição há ali/nisso para mim?’
‘Qual é a intenção da minha alma nessa situação?’
Isso nos coloca num degrau mais alto em nossa escada evolucionária.
Conseguimos, assim, aprender a ver as coisas do alto, acima da tempestade, ao
passarmos através dela. Essa maneira de viver trabalha lindamente para almas
apaixonadas. Ela traz imenso prazer de trabalhar vendo mais o sentido sagrado,
em vez do outro de experiências mais mundanas. Isso nos faz sentir ligados à
nossa Fonte. Podemos nos apaixonar pela viagem em si mesma quando
pararmos de permitir nossas condições nos definirem.
“Não importa quão agrilhoados à rocha nos sintamos estar, em qualquer
situação, a Centelha divina em você está conduzindo você firme em direção ao
seu total desabrochar.” (Jacquelyn Small, O Propósito Secreto de Ser Humano,
p.59)69
69
N.T.– Jacquelyn Small – Terapeuta individual, autora, professora, preparadora,
consultora, terapeuta, fundou em 1975, em Austin, Texas, o Eupsychia Institute, Inc.
(Empresa Instituto Eupsíquia, pronunciado eu-psi'-ki-a) que significa “boa psique” ou
"bem estar," em grego, um programa profissional de treinamento e cura, sem fins
lucrativos, onde é diretora, baseado em psicologia da alma, e trabalho integrativo
respiratório. Graduada em psicologia, mestre em Serviço Social clínico, 1971, membro
da HEW Fellowship da Universidade do Texas, em Austin. Autora de oito livros sobre
o que pratica e ensina, dentre os quais o citado aqui, O Propósito Secreto de Ser
Humano, sem publicação em português, ainda.
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70
N.T. – Tudo só depende de você QUERER a cura. Você fez o caos, você o desfaz. É
muito simples. Quem escolhe é você; Céu ou inferno. Esteja atento à escolha. Só uma é
real.
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momento agora, onde fica a liberação do medo. Dessa maneira o ego mantém o
controle sobre nós e, o que é melhor, permite a ele não se expor.
Todo tormento, inquietação, conflito e medo que encontramos, emerge
da insegurança do ego. Por não ter um âmago real, ele tem de se defender
mantendo um controle vigilante estrito e interminável sobre tudo que percebe,
pois tudo pode, a qualquer momento, pô-lo em risco e ameaçá-lo. Qualquer
coisa que possa arriscar seu especialismo, seus apegos, suas crenças, seus
valores, suas satisfações, o ego evitará, defenderá, suprimirá, atacará,
manipulará ou disfarçará, que é sua forma de sobrevivência. A enormidade de
sua tarefa para controlar, e evitar, exposição é massiva. Ele pensa que consegue
estar no controle todo segundo, minuto e hora, vinte e quatro horas do dia, sete
dias da semana, cinqüenta e duas semanas ao ano, todos os anos de nossa vida.
Os únicos momentos em que o ego pára, por ser obrigado a isso, é
• quando estamos ativamente observando e corrigindo nossos próprios
pensamentos, crenças e reações e
• quando suspendemos todo pensamento e crença e entramos em atenta
mentalidade desperta, em relação ao momento do agora.
Uma vez desenvolvida suficientemente nossa confiança, ficamos capazes de
entender, e aceitar que nossa total liberdade repousa no abandono completo do
controle do ego sobre nós, e saber como exercê-la.
Se o ego causa todo nosso medo psicológico (aflição, angústia,
ansiedade, necessidade de controle e resistência a O Que É) então ele também
tem de ser a causa de todos nossos medos e conflitos. A Fonte e a Inspiração
Universal não conseguem ver, ou reconhecer, ilusões, e o medo é a ilusão
máxima. Por estarmos tão acostumados em crer que o medo seja real,
usualmente pedimos para que o próprio medo seja retirado, ou que seja
removido o quer que seja que percebamos ser a ameaça direta à nossa paz. Por
exemplo, podemos ter um amigo que esteja doente, e pedimos que a doença
seja curada. Ou podemos ser desafiados por uma tarefa amedrontadora, e
pedimos que a própria tarefa seja removida, ou facilitada. E, em ambos os casos
estaremos pedindo por uma negação em forma de um rogo. Pedir pelo que
parece causar o medo (os sintomas de uma doença, de uma perda, de um desafio
ou dificuldade) para ser removido não consegue ser atendido, porque o medo,
em si mesmo, é uma ilusão, e onde quer que percebamos estar a causa do medo
é, também, uma ilusão. Ilusões não conseguem ser curadas, ou erradicadas, por
torná-las reais. Se de todo coração queremos ficar livres do medo, então,
primeiro precisamos reconhecer onde a causa original sempre está, em nossas
mentes, não fora de nós, de nenhuma forma. Qualquer pessoa, coisa ou situação
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
71
N.T. – Permitir é o mesmo que pedir. Reler pg. 477 do Texto de UCEM, “A
Responsabilidade pelo que se vê.” O ego, mesmo ilusório, é ‘nutrido’ só por nós, e sua
ação só se verifica por nossa permissão, a nosso pedido, por assim querermos que sejam
as coisas, como tudo mais em nossa vida.
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Tempo
Se formos capturados pelo transcurso do tempo, então experienciaremos
resoluções e sensações de antecipação, à espera da chegada do futuro.
Investimos no futuro por crer que haverá progresso em relação ao agora. Ao
fazer isso, não conseguimos estar aqui e agora, e nos pomos, assim, deslocados
de tudo que ocorra no instante. Ausentes do agora, ficamos apartados dos
outros, de nossa circunvizinhança, da Alta Orientação e de nós mesmos.
Então, se sentirmos ansiedade ou medo, tendemos a saltar adiante à
espera do futuro, quando cremos que nos sentiremos melhor, não nos dando
conta de nosso atalho e de que a Realidade ideal está disponível só no agora,
não mais tarde, algum dia, ou no vir a ser do futuro.
Nada há do que escapar, e nem lugar algum para onde ir. O desafio que
enfrentamos é nos darmos conta de que o que quer que seja que o agora nos
apresente, isso será sempre uma oportunidade a abraçar. Nossa recompensa
chega unicamente no agora, por ficarmos cientemente presentes aqui mesmo,
exatamente agora. Todas as respostas se tornam disponíveis, exclusiva e
exatamente, nesse precioso momento único do agora. Estamos sempre
equipados com tudo que precisamos exatamente agora, para cada momento do
agora. É apenas o nosso ser-ego que vê carência ou medo e nos diz, ‘agora não
está certo, mais tarde é que será certo.’ O agora é o único momento que existe.
Pensar
Não somos nossos pensamentos, nem nossas crenças. Damos a nossos
pensamentos, e crenças, todo o significado que têm para nós, e existimos,
independentemente, do pensamento que pensamos pensar e da crença que
cremos crer. Estar livre de conflitos significa observar-nos a nós mesmos
pensando, e crendo, e não confundir nossos pensamentos, ou crenças, como se
eles fossem nós.
“Como figuras num álbum de fotografias, quando vistos objetivamente, os
pensamentos em si, e de si mesmos, são reconhecidos como sendo nada mais
que representações abstratas de eventos históricos. Cessando de cometer o erro
crucial de crer que pensamentos sejam inerentemente reais, instantaneamente
revela a verdade de quem somos nós sempre tem sido livre de e anterior à
ciência do pensamento...
Perdido e desamparadamente distraído pelo pensamento, e pela chegada
do pensar, a maioria de nós passa toda sua vida alienado de nossas próprias
profundezas e, como resultado, frequentemente experiencia um intrigante
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Sentir
72
N.T. – Em UCEM, ler lição 8, no Livro de Exercícios, p. 13.
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73
N.T. – Um Curso em Milagres, o material ditado por Jesus de Nazaré a Dra. Helen
Schucman e hoje publicado até em português. Ver nota sobre o Curso no início deste
livro.
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74
N.T. – Meditar aqui difere das várias formas de meditação conhecida, em que
imagens, idéias, sons, afirmações ou palavras sejam induzidas ao pensamento ou crença,
como forma de ‘meditar’. Aquietação contemplativa, ou meditar, então significa, de
fato, calar a mente, esvaziar a mente de tudo – pensamentos, crenças, idéias, imagens,
lembranças, orações, rezas, cantos, afirmações, ou o que seja – deixando espaço para a
Inspiração Universal (Divino Espírito Santo) Aquilo Que É assumi-la, para o Ser
Unificado Se revelar a você, em você, nos instantes em que esteja silente, quieta, em
contemplação, daí o nome ‘aquietação contemplativa’ de preferência, em vez de
meditação. Krishnamurti chama o silêncio da mente de a não-mente.
179
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75
N.T..– David R. Hawkins (n. 1927), místico norte-americano, professor, psiquiatra e
autor de Force vs. Power (Força vs. Poder) e The Eye of the I (O Olho do Eu), entre
outros livros, sem publicação em português, até esta data. Trata destacadamente do
‘mapeamento’ da veracidade ou mentira das pessoas, por um sistema matemático
empírico a que chama ‘calibração.’
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
A Árvore do Julgamento
Quase todos nossos julgamentos, senão todos, vem do ser-ego. Toda decisão
que tomamos, a cada momento, desde quando ver televisão a com quem
devemos nos casar, emerge, em primeira instância, da semente original do ego.
E o primeiro broto a aparecer rapidamente espalha as inerentes crenças
destrutivas de culpa e medo, que vêm da grão da separação.
Tudo que o ego quer, e precisa, em seu profundo âmago, é de culpa e
medo. É o que deseja e o que busca para nós, enquanto permanecemos
esquecidos de suas maquinações inconscientes. Ficamos imaginando, por que
em nossas vidas há caos, desapontamento, felicidade inconsistente? A razão
disso é porque estamos sendo dirigidos pelo ego disfuncional, cuja própria
existência depende do sustento regular de nutrição que lhe damos, tanto de
nossa culpa, quanto de nosso medo. Para a maioria de nós, de idade suficiente
para ler este livro, o primeiro broto delicado de culpa e medo por agora já se
desenvolveu numa grande e monstruosa árvore, com milhões de galhos, um
tronco de mais de metro de diâmetro e frondosa copa. Quando olhamos para
isso dessa maneira, podemos imaginar o tamanho da raiz do sistema de
pensamento do ego!
A crença fundamental do ego de que o pecado seja real e justifica
punição, é a base para seu pesado investimento em medo, culpa e julgamento.
Se fosse para abraçar a Verdade de que não há pecado, que cada equivoco é
sempre causado por um erro que puramente é “um pedido de amor, ou de
ajuda”, então não haveria nenhuma culpa! E não havendo culpa a projetar sobre
os outros, significa que seríamos destemidos e não julgadores.
O julgamento segue a culpa e o medo. Isso é um fato. E porque o
sustento do ego depende do julgamento para reforçar e manter sua culpa, a
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
última coisa que o ego alguma vez abriria mão é seu vício de julgar. Se não
houver julgamento nem culpa, isso é o fim do disfuncional ego. É importante
para nós compreender que o ego atira julgamentos para o expresso propósito de
reforçar nossa própria culpa subconsciente. Pensamos que ao ver e acusar outros
como culpados, nos sentiremos menos culpados. Esse é o pensamento invertido
do ego, sempre nos deludindo a crer em separação.
Se nos sentimos culpados isso nos leva a julgar e culpar os outros, e
assim seguimos e os julgamos e culpamos, crendo que merecem ser punidos. O
que se passa quando cremos haver negado a Fonte (o que fizemos na separação)
é que nossa mente quer
“negar a si mesma, e escapar da penalidade da negação” (T-13.in.1:5)
Ela então assume que escapará da retribuição culpando alguém outro. Esse é o
próprio fundamento da razão que pensamos precisar para julgar. Julgar é o
combustível, e o que ateia fogo é o nosso senso de separação.
Inconscientemente aceitamos o
julgamento como uma necessidade diária Julgar
quando, de fato, isso é uma pré-ocupação é o combustível
deletéria. Só imagine se não houvéssemos e o que ateia fogo
julgado, se deliberadamente desistíssemos de é o nosso
julgar. O que estaríamos deixando de fazer?
senso de separação.
Estaríamos deixando ir toda nossa queixa, raiva,
frustração, e desespero. Toda nossa culpa, Julgar é
ansiedade, solidão e vazio desapareceriam. uma pré-ocupação
O ponto decisivo é que nossa ânsia de julgar vem dedeletéria.
uma fonte insana.
O ser-ego não sabe:
• quem é ele.
• por que é ele.
• onde está ele.
• como é ele.
• que propósito tem ele.
Abandone o Julgamento
Durante o Estágio 3, lentamente, nós aprendemos que ambos os sistemas de
pensamento – do ser-ego e do Ser Unificado – não conseguem coexistir em
nossa mente. Temos de fazer uma escolha límpida, e isso significa, realmente,
entender e praticar que
“... o ataque não pode ser justificado.” (T-25.III.1:2)
Estamos, nesse estágio, com certeza suficiente para refrear julgamento/ataque,
se a aparente confrontação não for demasiadamente pessoal. Entretanto,
podemos, ocasionalmente, “perdê-la” se formos gentilmente desafiados. Se isso
ocorre, tão cedo quanto possível, invoque a MENTALIDADE CERTA e
compreenda que estamos aprendendo a abandonar o ataque em geral, o tempo
todo, não apenas na maior parte do tempo.
A maneira mais perfeita de aprender essa lição é de física, mental e
sentidamente praticá-la na emoção, ciente de que,
“Para ter paz, ensina paz para aprendê-la.” (T-6.V.B.7:5)
Para sermos convencidos disso, temos de praticá-la, experienciá-la, vivê-la, e
muito, muito mesmo. À medida que demonstramos Paz, nós – de fato – a
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
1. Ver além do ego da outra pessoa. Se há conflito, veja isso apenas como
um erro causado por um ego (não real). Se você vir esse erro como real,
você mesmo, momentaneamente, perdeu sua sanidade e você próprio
validou a ilusão para si mesmo. A Verdade aqui, nesse sonho, é que essa
outra pessoa é, realmente, você mesmo e está dando a você a oportunidade
de curar sua culpa inconsciente.
“Você não está realmente aqui. Se eu penso que você seja culpado ou a casa
do problema, e se eu fabriquei você, então a culpa e o medo imaginados, por
mim, têm de estar em mim. Sendo que a separação de Deus jamais ocorreu,
eu perdôo a “ambos” de nós pelo que nós realmente nunca fizemos. Agora
há apenas inocência e eu me uno ao Divino Espírito Santo [Inspiração
Universal] em paz.” Renard, G., O Desaparecimento do Universo, pg. 256
2. Lembre-se de que qualquer ataque é puramente guiado
equivocadamente e, em verdade, é um pedido de amor, de ajuda. Isso é
uma convocação da mentalidade certa e uma oferta de Paz para você. É uma
dádiva de uma oportunidade para você escolher Amor, Paz e Céu, em vez de
ilusão, caos e inferno.
3. Compreenda a Realidade exatamente como ela é. Compreenda que
tudo em sua vida, não importa quão externa ela pareça estar, é como se
apresenta. O único controle que você tem é entender e reconhecer que “Eu
sou responsável pelo que vejo. Eu escolho os sentimentos que eu
experiencio, e eu decido quanto à meta que quero alcançar. E todas as
coisas que parecem me acontecer eu as peço e as recebo conforme pedi.”
(T-21.II.2:3-5)
nosso pensar e crer. Isso significa que estamos nos dando conta da vital
importância e atuação de nosso pensar e crer. A Vigília de nossas reações
emocional, física e mentalmente nos relembra de, regularmente, vigiar e
conferir nosso pensar e nosso crer. Se experienciamos qualquer perda de Paz –
por mais sutil e insignificante que isso possa ser – estamos aprendendo que fora
de nós, nada há que consiga nos ferir.
O Ser Unificado
Tomamos milhares de decisões todo dia, a toda hora, a todo minuto e segundo,
algumas tão pequenas que, nem ao menos, ficamos cientes delas. Uma grande
parte desse processo de liberação envolve aprender, exatamente, qual de nossas
vozes interiores é A Que se pode confiar. O ego fala primeiro, e usualmente alto
e estridente. Nosso Ser Unificado emite mais freqüentemente um sussurro, ou
transmite um sentimento sutil que, quieto e manso, nos acena suave para
levarmos em conta sua mensagem. Estamos muito condicionados a responder à
voz mais alta, ou sensação inicial, do ego. Tornar-nos peritos em OUVIR
PRIMEIRO a Ser Unificado requer paciência significativa, disposição inabalável
e prática interessada. Tome alguns momentos para mentalmente visualizar a si
mesmo em cada um dos cenários e externos, sintonizando deliberada e
firmemente na voz quieta, ao impulso, ou sentir interior. Diga, por exemplo,
você recebe um telefonema em seu dia de folga, e uma amiga chegada,
espontaneamente, pede que você a acompanhe numa excursão à tarde.
Estímulos internos lampejam porque você visualizara esse dia para fazer só o
que você realmente gosta de fazer. O que acontece então? Quais das escolhas
você fará? Não seria melhor escolher a resposta que pareça mais pacífica? O
que acontece a seguir? Qual das escolhas possíveis fazer? Tome alguns
momentos para, mentalmente, visualizar a si mesmo em cada um dos cenários.
Em cada uma das visualizações, pergunte a si mesmo, “isso me faz sentir bem?
Isso é sentir paz?” Usualmente, através desse simples exercício, indagação que
deve se tornar normal e freqüente, seu Ser Unificado fará você saber qual
escolha fazer, havendo disponibilidade se sua parte.
Complicações, interferências ocorrem, entretanto, quando há culpa
oculta, ou uma pauta, subjacente à tomada de decisão. Se em sua mente, sua
amiga deve a você ou se você deve a ela, de alguma forma, o ego é quem estará
falando. Quaisquer sinais de culpa, frustração, medo ou raiva são indicadores
definidos de que algum trabalho de tratamento interno é requerido.
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
Avanço
Desde nosso ponto crítico inicial, a primeira decisão de tomar um caminho
melhor, e a jornada complexa através dos Estágios 1 e 2, já andamos um bom.
Mesmo que estejamos ainda na fase preliminar, nosso estar cônscio progrediu
significativamente. Antes disso, podemos ter-nos sentido amalucados por tantas
pancadas na cabeça, pelos movimentos e mudanças, na maior parte internas, que
precisamos fazer para acomodar tudo. A diferença agora é que estamos muito
mais cônscios de nossas escolhas interiores, e preferimos responder ao nosso
Ser Unificado, em vez do ser-ego. Começamos a realmente valorizar a
Inspiração Universal em nós, mais do que antes. A Verdade está sendo
desenvolvida. Uma vez alcancemos o ponto onde, verdadeiramente, preferirmos
ouvir e responder ao Ser Unificado, indica que nos aproximamos da marca de
metade do caminho e, então, nosso compromisso se torna mais harmônico.
Por esse tempo experienciaremos um aprofundamento do entendimento
do sistema de pensamento do ego. A meta desse estágio é
• revelar os aspectos ocultos do ego e
• buscar o âmago de suas crenças.
Aqui é onde a mudança fundamental ocorrerá. O que geralmente ocorre durante
esta fase é a descoberta gradual de nossas próprias camadas da disfunção do
ego. Primeiro começamos a ver muitas de nossas crenças não questionadas
sendo afloradas e desfeitas, enquanto novos discernimentos interiores as
substituirão. Entretanto, à medida que viajamos no sentido do centro do sistema
de pensamento do ego, todo nosso sistema de valores é exumado, e isso pode vir
a ser bem inconfortável. Ficaremos espantados em como o ego consegue ser
tortuoso e enganador, e o processo evocará todo tipo de reações emocionais,
especialmente à medida que chegarmos cada vez mais perto do ponto central do
ego.
Todos os pensamentos de zanga, medo, raiva e frustração não são
produto de um sortimento de diferentes problemas. O ego nos embaraça com
sua insana percepção de complexidade confusa. Aprendemos, por meio de nossa
própria ego-ilusão, de que a nossa miríade de problemas gradualmente passa por
um processo de destilação pelo qual, no final, reconhecemos que há, e sempre
houve, unicamente, um dilema, e esse é o único obstáculo à presença da Paz e
do Amor em nossa vida – nossa crença em separação de Deus. Ao longo do
tempo vemos que qualquer uma delas que pareça apertar nossos botões do ego
não deve ser negada ou evitada. Se experienciamos essa familiar perda de Paz,
podemos olhar para ela como um sinal imediato de que teremos ainda trabalho a
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
A Decisão
Um Curso em Milagres chama esse ponto de
“A bifurcação da estrada.” (T-22.IV.h);
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
até este ponto caminhamos em direção à Paz, tendo encontrado alguns sérios
conflitos interiores, ao longo do percurso. Nosso conflito, por certo, foi gerado
por ainda entretermos algumas ilusões do ego, enquanto focalizamos,
principalmente, atingir a Inteireza, ambas mutuamente incompatíveis.
Entretanto, esse é o ponto no qual temos de fazer um RENOVADO COMPROMISSO
SINCERO COM A VERDADE NO SER UNIFICADO, através da orientação da
Inspiração Universal. Estamos aqui, diante da decisão, à luz de tudo que
aprendemos. Em verdade, a decisão já foi tomada, mas podemos, ainda,
escolher titubear, ou interromper, o processo por buscar um desvio (ver figura
6.3). Isso freqüentemente se manifestará como a última defesa do ego em sua
busca por especialismo que é, mais uma vez, separação. Ele convocará todos os
pontos para assegurar sua sobrevivência. Neste ponto ele jogará um az, um tema
de âmago profundo, ou crença, que embalará nossa nova confiança. Esses são
os últimos truques do ego – antes de morrer – para tentar nos manter no giro, e
evitar o agora do presente e a decisão final, nosso compromisso total, e
inequívoco, com a Verdade. Não conseguimos, nesse ponto, retornar mais.
Tudo que conseguimos fazer é seguir em frente, plena e completamente jurado à
Verdade, ou decidir estancar, por um instante, e suportar, mais um pouco, do
insano torvelinho conflitante do ego. Se optamos pelo giro podemos estar
seguros de experienciar algumas lições muito desconfortáveis e dolorosas, todas
elas maquinadas para contrastar o ser-ego com o Ser Unificado. Iremos, devido
à intensidade do desconforto, no final buscar refúgio e visitar, mais uma vez, “a
bifurcação da estrada” onde, desta vez, nossa sanidade fez a escolha única
para liberação.
A liberação vem da integração de nossa espiritualidade em nossas vidas,
através das escolhas que fazemos. Ela vem quando não mais conseguimos viver
em conflito com nosso código de ética espiritual, para um aspecto de nossas
vidas, e as regras de todo dia do ego, por outro lado. A pessoa competitiva de
negócio, que seja uma pessoa familiar amorosa, se torna o modelo para o
conflito interno e, finalmente, conflito externo e de saúde precária.
A Paz verdadeira e duradoura emerge de assumir um compromisso
sincero de viver todas e cada área de sua vida por uma única escolha, isto é, a
Verdade. A renúncia ao ego demole a obsessão do ego pela
compartimentalização de idéias em ‘de valor’ ou ‘sem valor.’ Em vez de tentar
introduzir a Verdade na vida, lancemos nossa vida totalmente na Verdade.76
Um Curso em Milagres afirma,
76
Adyashanti, Emptiness Dancing, 118
189
LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
Estágio 4 – Assentamento
4
Dos seis estágios em “O Desenvolvimento da Confiança” (M-4.I.A) só dois
são definidos como, na maioria das vezes, mais em paz e alegria. Eles são os
Estágios 4 e 6 onde, quase literalmente, nos unimos ao Amor, Paz e Alegria, e
nossas vidas são, totalmente, transformadas. Encontramos um bem merecido
descanso ao chegarmos ao Estágio 4. Reconhecemos agora uma das maiores
bênçãos referente a coisas, crenças e relacionamentos, antes valorizados e agora
190
LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
mudados, ou perdidos, não são percebidos como tendo sido sacrificados. Bem o
oposto é verdade; olhamos para trás e constatamos que todas as mudanças são
necessárias e úteis, e o legado que deixaram para nós é uma recompensa sempre
crescente. Agora nossa confiança é fortalecida, à medida que revemos o passado
e reconhecemos que todas as mudanças, mesmo que desafiadoras, nos
trouxeram ao ponto onde estamos agora. Essas mudanças nos ajudaram a nos
desidentificar com o ego, e encontramos grande alívio nisso. Esse discernimento
interior nos traz gratidão, e nossa confiança é incrementada, porque agora
sabemos que o futuro também evidenciará a fé que desenvolvemos.
Entramos num período, em muitos aspectos, eufórico, por termos
tomado uma decisão unida à Verdade, e reconhecemos que somente nós, com
nossas mentes, conseguimos fazê-la acontecer. Veremos coisas agora com tanta
clareza que o medo, e a dúvida, parecem palavras de um passado distante.
Sendo capazes de entender e apreciar o enorme salto que demos, vemos o futuro
com visão imaculada, liberta do véu do ego. Nossa Paz recém encontrada abre
caminho para muitos discernimentos internos valiosos e, talvez, uma bem-vinda
inundação de inspiração criativa flua através de nós. Suportamos o sofrimento
causado pelos três estágios de surrar nosso ego: Desfazimento; Escolha e
Separação; Renúncia. Poderíamos ser perdoados, depois de toda essa mudança
drástica, por pensar termos chegado agora ao nosso destino final de
conhecimento desperto, sem nenhuma oposição.
A primeira metade dessa viagem foi para revelação e remoção dos
bloqueios à ciência da presença do Amor, que é a Verdade. Esta segunda
metade, livre do conflito interno insano, revela a face do Amor que tanto
ansiamos ver em nós, e nos outros. Isso é a Fonte emanando em tudo que
fazemos, em todos que encontramos, e em tudo que experienciamos.
Um Curso em Milagres explica que no Estágio 4,
Contudo, ele ainda não veio tão longe quanto imagina. (M-4;I;A.6:10)
Isso vem a ser, realmente, a última estação de descanso, e há ainda um longo
caminho à frente, a fazer.
Desiste do que não queres e guarda o que queres. (M-4.I.A.6:6)
À medida que progredimos, compreendemos haver ainda muito mais a fazer,
mas recomeçamos agora com uma mente em paz, dentro de si mesma.
191
LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
192
LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
• A busca, muitas vezes, cria uma expectativa de conquista de algo que seja,
tanto no futuro e como uma experiência de valor espiritual, mais do que
revelar a Verdade de O Que É.
Podemos ficar amarrados em
experiências positivas, ou “elevação” espiritual;
Tornar-se viciado uma vez que recuem, daí caímos chapados de
em alcançar novo. Tornar-se viciado em alcançar
experiências espirituais não é Liberação, e
experiências
raramente nos levarão à Verdade.
espirituais Ocasionalmente, as eufóricas experiências,
não é Liberação freqüentemente sentidas no Estágio 4, podem
e raramente ser viciadoras. É por isso que é importante
nos levarão permanecer, para sempre, focado em pedir pela
à Verdade. Verdade, em vez de viciar-se em buscar meras
experiências.
Ainda não sabemos quem somos, ou qual é nosso Propósito. Procurar
por uma experiência chamada iluminação não vai, realmente, nos levar para lá.
O que realmente precisamos pedir e procurar por é a Verdade. A Verdade está
além de qualquer experiência, porque ela revela o Amor Infinito que nós todos
somos. Buscar experiência espiritual implica – erroneamente – que precisamos
obter algo para tornar-nos mais espiritualmente avançados. Obter é uma
maneira bonita de dizer tomar, e tornar-se é uma maneira suave de dizer que
você ainda não está lá (no agora). Ambos os significados vêm da percepção do
ego, e não são reais. O ego sabidamente, sempre que lhe permitimos, tenta se
mascarar de Inspiração Universal e, com sua capacidade navegadora, nos leva a
toda parte, exceto para o esconderijo do ego. Tudo isso é executado em nome da
busca dita espiritual.
Quando pensamos na palavra “iluminação”, tendemos a associá-la a um
processo que envolve busca persistente, aperfeiçoamento e aprendizado.
Muitos ensinamentos de hoje pintam uma visão de Auto Realização, orientada
para o futuro, focalizada na conquista de experiências espirituais, meditação
mais profunda, estados de êxtase, e mais conhecimento espiritual. Oficinas de
aprendizado espiritual, freqüentemente, incluem técnicas de enriquecimento de
nossas vidas, junto com informações em como mais profundamente “nos
conhecer”. Mesmo que toda essa informação seja positivamente manobrada, e
dirigida no sentido de nos ajudar a nos conectar com nossa natureza e propósito
mais elevados, isso não trará, de si mesmo, iluminação.
193
LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
5 Estágio 5
Absoluta Certeza trazida por um Período de Des-Assentamento
A jornada do Estágio 5 pode bem envolver um período de confusão e fadiga. A
confusão geralmente vem da re-entrada de alguns desafios anteriores, mas, desta
vez, com plena atenção. Pode ser um tipo de experiência de dejà vu. Nesta vez,
no entanto, vemos as coisas com clareza e recebemos a oportunidade de
reconhecer, tomar ciência, e interpretar a Verdade, mas sem os apegos
emocionais, e mudanças drásticas definitivas, dos Estágios 1 a 3. Diferente do
Estágio 4, onde nos sentimos totalmente conectados, o Estágio 5 pode vir a ser
77
Adyashanti, Vazio Dançante, 195-96
194
LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
nosso ego aparecerá com uma barganha e nos diz – convincente, mas mentiroso
– que podemos trabalhar em condições adversas para reconquistar uma
segurança financeira. É assim que o ego mantém seu círculo do medo, fazendo-
nos ver a falta onde, em realidade, há abundância do que é Real.
Nesse estágio podemos encontrar que
temos, na maior parte, alcançado um estado
interior de Realidade Ideal, mas nossa realidade Nosso encargo
externa no mundo ainda não alcançou o ponto é perfeita fé
desejado. Lembremos de que para “Ame O Que – certeza absoluta
É” nada está errado.
Muitas vezes, isso ainda é, simplesmente, outro contraste ocorrendo
para nos ensinar e reforçar o que já aprendemos. A nós está sendo apresentada
maravilhosa oportunidade de desconsiderarmos, efetivamente, a escassez, e com
absoluta certeza ver a única Verdade que consegue haver, que é nossa realidade
externa logo refletirá nossa abundância interna. Seja paciente, porque agora
estabelecemos internamente os princípios que aprendemos através dos Estágios
de 1 a 4. Aqui é onde aprendemos a ter absoluta certeza. Tudo ocorre em
perfeita cronometragem; cronometragem é encargo da Fonte, não nosso. Nosso
encargo é perfeita fé – certeza absoluta.78
O Estágio 5 é, usualmente, longo. Há ainda muitas lições a aprender e
muita consolidação a ser feita. Enquanto os quatro primeiros estágios exigiram
de nós reforma e ação, aqui somos desafiados a só agir quando a Inspiração
Universal nos instrua a isso. Encontraremos que nossas iniciativas não pedem
quaisquer resultados. A razão para isso é de nos ensinar duas coisas: como
desistir do controle e como permitir que a Suprema Orientação nos guie.
Qualquer resistência, por parte de nosso ego, frustrará nossa capacidade
de acessar essa maravilhosa percepção, e estado de Amor. Essa resistência vem
em forma de tentação de julgar, e controlar, independentemente, por nossa
conta, sem consultar a Inspiração Universal. Esse período nos dá tempo para nos
tornarmos peritos em rever nossos pensamentos e decisões. Treinamos, a nós
mesmos, a priorizar a Paz, especialmente em alguma escolha em relação à
percepção de ataque, ou em dar para apanhar. Questionemos, profundamente, a
intenção por trás de todas as nossas decisões, mesmo as menores, que possam
parecer inconseqüentes. Como agora já aprendemos que nenhum pensamento é
sem conseqüência, com segurança e determinação façamos por proteger, nossas
mentes, de qualquer interpretação equivocada.
78
N.T. – É o conselho que recebi de meu pai na carne: “Não duvide nunca!”, que só fui
entender plenamente depois do estudo e prática de Um Curso em Milagres.
196
LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
80
Adyashanti, Vazio Dançante, p.156.
81
N.T. – Kenneth Wapnick, 50 Princípios dos Milagres, p. 123, ambos os livros sem
publicação em português, ainda.
198
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82
N.T. – ‘Estádio’ é o mesmo que ‘estágio’. A citação tem de manter as palavras com a
grafia da tradução, em respeito ao direito autoral, por lei.
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200
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Vigília
Nos Estágios 1 e 2, enfrentamos enormes conflitos entre sistemas de
pensamento, e o Estágio 3 ainda envolveu algum conflito. Entretanto, no
Estágio 5, nosso maior desafio é o de manter atenta guarda contra qualquer
possível conflito, ou julgamento, uma vigília constante, ao que possa ameaçar
nossa Paz interior. Em qualquer ponto, ou instante, onde haja perda de Paz,
imediatamente reconheçamos tratar-se de um sinal de aviso, um pisca alerta, e
implementemos a mentalidade certa de acordo com a circunstância. Isso não é
difícil, nem é um esforço; isso é apenas um tempo onde visamos querer atuar
com consistente vigília em relação a nossos pensamentos, e crenças, para
alcançarmos um ponto onde nosso piloto-automático assuma. Uma vez ligado
nosso piloto-automático, não temos mais necessidade de estar atentos ao
conflito, ou julgamento, porque esses não farão mais parte de nossa ciência.
Este estágio envolve cura, alcançada
por nossa extensão do Amor e do Perdão. Cura,
A nossa única
nesse contexto, significa a cura de toda aparente
função neste mundo é separação, como culpa, dor, doença, ou
ajudar a cura da
mente dos outros, 201
curando nossas
próprias mentes, com
LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
Mudanças Possíveis
Quando estamos vivendo mais na Realidade Ideal, alguns ajustamentos naturais
podem ocorrer, todos eles altamente benéficos. Usualmente nos encontramos
passando muitos momentos no agora, porque não mais confiamos na pré-
ocupação do ego com o tempo e pensamentos de futuro, ou passado. Não nos
afligimos a respeito do que acabou de acontecer, ou pelo que, mais tarde, possa
vir a acontecer. Não temos a necessidade de nos afligir com o que precisamos, o
que comprar ou de como consegui-lo. Todos os dias, de toda forma,
responsáveis, cônscios e atentos, enfrentamos cada momento fazendo por atuar
conforme todas as instruções de nosso Ser Unificado. Agora sabemos que
cuidar de um negócio – ou do que quer que seja, insignificante ou relevante –
significa:
• primeiro ouvir atento, e responder à Vontade Unificada (sensação
intuitiva), depois,
• atender o que ela diz, e
• daí manter em tudo e com todos, o tempo todo, Amor, Alegria e Paz pelo
perdão, e aí, então,
202
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
de matéria sólida, e na mais elevada interpretação, não sabemos nem para o que
serve a xícara. Da mesma maneira, cada pessoa, lugar, objeto, e circunstância
com que nos deparamos não são conhecidos por nosso ser limitado.
O ego vê a nossa identidade como
completamente separada e tem um hábito
viciado de ver as coisas por uma perspectiva
Em verdade, a xícara é
extremamente estreita, restrita, unipontual e
99,9% espaço vazio, fixa. O “eu” é visto sempre como separado de
mascarado de matéria todos, de tudo e de qualquer circunstância. Ele
sólida, e na mais avalia sempre a partir da perspectiva de que
elevada interpretação, esteja separado: “Eu gosto, eu não gosto, eu
não sabemos para o que vejo, eu sinto.” Tudo que ocorre, acontece a
serve a xícara. esse “eu” que sempre se vê como separado do
que ele percebe estar engajado.
O que ocorre no Estágio 6 é que o “eu” não mais percebe separação, ou
falta, ou desigualdade. No Estágio 6, a percepção se torna inclusiva, vendo tudo
como uma parte de tudo mais, sem a menor diferenciação. A resistência, sob
toda forma, acabou.
Quando o ser-ego é liberado, uma “testemunha” profundamente
expansiva e integrada, é plenamente revelada. Essa testemunha tudo vê de
maneira multidimensional, sem restrições, tais como julgamento ou resistência.
Essa testemunha é o nosso Ser Unificado.
Nesse estado a Verdade sem rival nasce para saber que a ilusão de
individualidade é que causa todo sofrimento. Aqui vemos que somos tudo e
todos, e que tudo e todos somos nós, por todos sermos só Um. O Universo
somos nós e nós somos o Universo. No que quer que pousemos os olhos, nós
somos; o que somos, estamos vendo diante de nós.
Vemos os outros como nós e encontramos que nosso amor por eles é
indiscriminado. Não mais tomamos conhecimento do ego, e somos
magnetizados pela imensa beleza de cada alma que contemplamos.
Reconhecemos que, enquanto a maioria das pessoas está dormindo no ego, seu
Ser Unificado é Amor puro, firme e resoluto e reconhecemos que, no final,
todos despertarão do sonho de limitação e separação. Aqui está uma
compreensão interior do despertar pessoal:
“Tudo e todos no mundo eram luminosos e perfeitamente lindos. Todas as
coisas vivas se tornaram radiosas, e expressavam essa radiância em quietude e
esplendor. Ficara aparente que toda humanidade é, de fato, motivada por amor
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
interior, mas que simplesmente havia se tornado sem ciência disso; a maioria
das pessoas vive suas vidas como se fosse adormecida, sem despertar para a
percepção de quem é realmente. Todos aparentavam estar adormecidos, mas
eram incrivelmente lindos – eu estava amando todas as pessoas.” (David
R.Hawkins, Poder vs. Força, p.14)
No Estágio 6, não encontramos nenhum sobe e desce associado a “elevações”
espirituais. Aqui já não somos mais quem experiencia; nós somos a experiência.
Extrema gratidão algumas vezes nos assume, quando nos lembramos de
nosso estado original de Unicidade e, como resultado, um ímpeto Infinito de
estender Amor se torna uma ocorrência comum. Sabemos que tudo está vivo,
pulsando com energia radiante. Já não mais retratamos como feio e bonito,
morto e vivo, mas que tudo é beleza. O tempo parece diminuir a velocidade e já
desapareceu toda necessidade de planejar, controlar e manipular. Não há desejo
de esperar ou ânsia de ganhar. A Inspiração Universal é agora o nosso Piloto
Automático Sagrado que dirige nossa vida, de momento a momento. Todas as
buscas terminam, ao desdobrar contínuo de nossa existência.
Nesse estágio encontramos que
abandonamos nosso sentido familiar de ser- Ausência de projeção
inpirador e vemos que aquele que pensávamos
indica que não mais
ser é apenas uma mistura refogada de crenças e
antigos apegos emocionais. Quando tentamos
temos necessidade de
puxar pela memória desse ser, ficamos pasmos memória distorcida.
porque ele, realmente, apenas não existe mais!
A memória é enevoada, ou não existente. Porque aprendemos agora a
perceber, sem as lentes enlameadas do ego, vemos coisas e pessoas como elas
são, não mais distorcidas, como o ego as projetava. Ausência de projeção indica
que não mais temos necessidade de memória distorcida. É aqui que deixamos
para trás a memória sem sentido de quem éramos nós.
Maravilhamo-nos por nosso ser anterior ter-se ido, mas o que ficou
desafia qualquer definição de si próprio. Estamos mais vivos, mais presentes,
mais alegres e mais amorosos, como jamais imaginamos. Sem nenhum “ser” de
quem falar, somos todos, em toda parte, ao mesmo tempo, e ainda existindo na
terra, aparentemente, neste corpo.
No Estágio 6, já não somos mais o “eu” fabricado do ego – esse foi
abandonado para revelar o “eu” por trás e além do conceito ilusório. Ainda
retemos um fiapo de ego para que consigamos manter o corpo; entretanto esse
fiapo foi entregue inteiramente à Inspiração Universal. Esse estado é
absolutamente notável. Ele está livre da carga de nossas responsabilidades
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
intermédio. Cada palavra é energia e notamos que a única energia com a qual
nos unimos é a da Verdade; nossas conversações todas mantêm e compartilham
a essência da Verdade e do Amor. O humor aumenta sua capacidade de ser um
catalisador curativo para muitas conversações. Nada conseguimos fazer senão
ver o lado engraçado da vida e infectamos os outros com essa visão humorística
do que comumente teria uma visão problemática na existência.
Aqui, no Estágio 6, há um sentido profundo de consistente Paz,
entremeada de grandes surtos de alegria extática. Aqui nenhum medo é
possível. Sabemos que, finalmente, chegamos à nossa real e única Casa. O
mundo parece mudar sua aparência e comportamento, à medida que reflete seu
núcleo divino e original. Tudo e todos são Luz, acesa e mantida pela energia do
Amor. Tudo é infinitamente interconectado, e mesmo eventos, aparentemente
seqüenciais, revelam sua impecável sincronicidade. Através da verdadeira
percepção, nossa mentalidade certa interpreta que tudo é íntegro e completo.
Agora entendemos o sentido implícito da perfeição, e a nossa missão nos
conduz a atender a outros, no redescobrimento de suas Identidades e Propósitos,
nessa miraculosa Unicidade da qual somos todos parte e à qual, no final, todos
retornamos.
-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x
208
LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
CAPÍTULO 7
ORIENTAÇÃO NO CAMINHO
83
UCEM, Um Curso em Milagres.
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
A Vontade Unificada
O propósito de nossas vidas aqui neste mundo é de redescobrir nosso antigo
Estado Unificado, nosso Ser Unificado, e aprender como experienciar nossa
vida diária desse Ser. Nosso objetivo então é descobrir tanto nossa identidade
como nosso propósito. O processo de nos desengajarmos do ego, e o
desenvolvimento incrementado da confiança que isso gera, nos realinha,
profundamente, de forma a podermos receber a orientação direta, inconfundível,
da Inteligência Superior. Essa é a Vontade Unificada da Fonte, de onde emanam
todas as manifestações do Amor.
210
LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
84
N.T. – “Fora do amor, nada é real.”, OREMAS, Camargo, M,T,B.
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
O medo não pode ser real sem uma causa e Deus é a única Causa.
Deus é Amor e tu O queres. (T-9.I.8:1-5,9:6-7)
Além disso, a Fonte é Amor, jamais medo. Então, nossa Vontade Unificada, em
seu âmago, é o mesmo que a Fonte. Quando desejamos, queremos a partir de
nosso ego, então estamos pedindo uma ilusão, algo que, no final, nesta
realidade, sempre nos ferirá. Uma grande parte de nossos pedidos são
desconhecidamente contrários ao nosso potencial, no entanto, cegamente
buscamos realizá-los. Para piorar ainda mais as coisas, se nossos desejos não
são atendidos, nos sentimos negados, e perdemos a fé. Se pedirmos que um
desejo do ego seja atendido, temos de nos dar conta de que estamos pedindo por
coisa alguma, senão ilusão. Então, quando um desejo ficar desatendido, ou uma
agenda não funcione, considere a proteção que nos é dada, por termos
manifestado nossos desejos ilusórios. A nós sempre é dada uma segunda
oportunidade de pedir algo que seja o que verdadeiramente precisamos, e não o
que seja desejo de nosso ego.
Oração
Toda oração no sentido da remoção do medo, ou da ilusão, é sempre
respondida, no prazo que seja o mais apropriado às necessidades mais elevadas
daquele indivíduo. No grau em que o desejo e a disposição sejam expressos, no
mesmo grau o medo ou a ilusão conseguem ser removidos, ou transformados.
Podemos, entretanto, escolher não ouvir a resposta e, equivocadamente,
concluir que nosso pedido não foi respondido, especialmente quando ela não é
dada na forma esperada por nosso ego.
Qualquer oração que peça especialismo ficará irreconhecida, por que o
especialismo é uma forma de ilusão, e a Inspiração Universal não concede
ilusões. Sua função é nos ajudar a desfazer o medo e a ilusão, não reforçar, ou
confirmá-las. De fato, se nosso desejo e disposição nos levam a pedir por
quaisquer erros, ou ilusões, a serem retificados, Ela responde positivamente.
Quando nos damos conta de um erro, no pensamento, crença, ou ação,
conseguimos, e devemos, pedir à Inteligência Superior para reparar, ou curá-la.
Ela sempre trabalha no sentido de nosso maior interesse. Nossa própria
realidade de solução de problemas de nosso ego cria mais problemas (porque
não sabemos nossos próprios maiores interesses), mas aparece como se fosse
assistência; essa, por certo, é a sua natureza.
O que nos faria feliz é só o que a Inspiração Universal quer para nós. O
problema é que o ego não faz a mínima idéia do que nos faz feliz, e o que a
maioria de nós pede nasce das percepções do ego. Então, se pedimos por algo a
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O Momento Agora
À medida que caminhamos ao longo dos Estágios de Desenvolvimento da
Confiança, compreendemos que esperar por qualquer coisa é fútil, porque
sabemos, com clareza e confiança, sempre cada vez maiores, que tudo que
alguma vez precisamos já está toda conosco e inteira dentro de nós. Aquele
instante íntimo de quieta entrega ao momento do agora, a segurança de Paz, nos
relembra que este – o AGORA – é o único lugar seguro para estar. À medida
que nos alinhamos com a Vontade Unificada, torna-se óbvio para nós que
ficarmos ausentes de nós mesmos, engolfados no tempo psicológico (passado
ou futuro) e, consequentemente, fora do AGORA, nos rouba de nossos mais
preciosos bens – a Paz, o Amor e a Gratidão da eternidade e a união com A
Fonte.
Estamos tão habituados a pensar, que, provavelmente, muitos de nós
não somos familiarizados com a sensação de não pensar. A cessação do pensar
é o portal mais poderoso de ligação imediata com nosso Ser Unificado. Esse é
um veículo através do qual conseguimos, espontaneamente, receber a Sabedoria
Maior. Nada é necessariamente requerido, exceto a disponibilidade para
suspender o pensar.
Se usamos a mente construtivamente, ela atua como uma maravilhosa
ferramenta, para nos assistir em levar avante as Diretrizes Maiores que nos são
dadas de minuto-a-minuto, segundo-a-segundo, sem interrupção. Não
conseguimos conhecer essas Diretrizes, entretanto, se a mente está atuando sem
orientação. Quase todos nós sofremos por causa das fúrias de nossa mente
217
LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
85
Tolle, Eckhart, O Poder do Agora, pág.13, no orirginal.
218
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86
Tolle, Eckhard, O Poder do Agora, pg.23 (original)
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Amor, Alegria e Paz são estados de ser e, portanto, não conseguem ser
experienciados através do ser-ego. O ego depende de dualidade para tornar sua
existência real, e faz isso através do uso de emoções para contrastar as
sensações. Com o Amor, a Alegria e a Paz não há contraste possível. Eles são as
condições de nosso estado natural de ser, unicamente acessível quando o
pensar, e a crença, são suspensos, e nós e a experiência nos tornamos
inexplicável e completamente imersos na Unicidade. Esses momentos de Graça
são o portal de recuperação de nossa herança consistente de enlevo e êxtase,
dentro do reino, mesmo do tempo e do espaço.
Alguma vez, ou outra, podemos nos lembrar desse instante de imensa
Paz, Amor e Alegria. Esses momentos não conseguem ser definidos por
palavras, e sua magnitude desafia descrição. Por exemplo, o nascimento de um
bebê, um pôr de sol inspirador, uma irresistível conexão com a natureza, ou um
meigo momento de unicidade, compartilhado com a pessoa amada. O momento
presente – o agora – detém tal poder que a duras penas reconhecemos a
magnífica oportunidade que sempre temos, a cada segundo, de começar nossas
vidas de novo, outra vez. Com apenas um momento íntegro consciente,
conseguimos iniciar grande cura, dentro de nós mesmos, e do Universo.
A essência do que somos, sem a ilusão do ego, é Amor, Paz e Alegria.
Então, em realidade, cada um de nós é um fragmento sagrado do Único Ser – A
Fonte. Nesta realidade terrena imaginamos o tempo como real e limitado, e
pensamos em todos e em tudo como separado. A verdade além da ilusão é que o
tempo consegue apenas existir quando estamos sob seu encantamento, existindo
no passado lembrado, ou no futuro imaginado. Isso é o que Eckart Tolle chama
de “tempo psicológico.”87
Dissemos antes que o tempo era puramente a sucessão, um colar de
momento de agora, mas que raramente estávamos lá para experienciá-los em
plenitude. Ocupados em pensar, e em crer, quase sempre perdemos o agora
como está ocorrendo, em sua expressão completa. Portanto, se não estávamos
lá, não estávamos presentes. Para começarmos a reconhecer quem somos e
quem são todos mais e por que estamos aqui, precisamos acessar esse portal
para a mentalidade certa. É no momento do agora, brilhando de tão limpo por
não ter passado, nem futuro, que nossa verdadeira natureza é revelada. Nesse
instante não há medo de culpa, não há passado de medo e nem medo futuro; há
apenas o Ser prístino, que sempre temos sido, e sempre seremos, perenemente.
Esse Ser Unificado já foi completamente intocado, por muitos erros, e aparentes
87
Tolle, Eckhart, O Poder do Agora, p. 46 (original)
222
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88
Tolle, Eckhart, O Poder do Agora,p.41 (original).
223
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
Problemas e Agora
Quando estamos consumidos por problemas não estamos presentes no agora,
porque estamos ocupados com o tempo psicológico, entretidos no passado, ou
no futuro. O que usualmente fazemos é ter esperança que o futuro melhore, e
tentamos suportar o presente, à espera dessa hipotética melhora futura. Assim,
o presente é consumido por infortúnios. Então, fugimos da própria condição
onde a resposta e a liberdade repousam: o pacífico momento agora. O ego é
obcecado por comando, controle e resolução de problemas. Sua estratégia de
nos distrair de seu medo de nossa rendição e capacidade de deixar fluir, e nos
mover para a atenção ao momento presente, porque se ousarmos dar uma
“pausa ao ego,” todos nossos problemas se desvanecem, e nos catapultamos
para um estado de ser seguro e – o que é melhor – a salvo. Aí somos
genuinamente felizes, porque a infelicidade não consegue existir nesse lugar.
No passado havia algumas coisas que não aconteciam de acordo com o
plano. Como conseqüência, você experienciou, em diferentes ocasiões, uma
série de sensações, de desapontamento direto para devastação. Seu ego ainda
está resistindo o que aconteceu no passado. Por quê? Porque ele considera que o
que houve foi errado, e não tem valor. Ele pinta um quadro no qual você foi a
vítima de circunstâncias e, por meio dessa crença, ele alimenta sua necessidade
de controle do futuro. Quando o Agora chega, a primeira coisa que o ego faz é
resistir a O que é. Daí ele cria a “esperança,” uma mentira ‘linda’ para manter
você em movimento, assegurando-se de que você evite o agora, por focalizar
“esperanças” fluidas do futuro.89 Você consegue apenas ver como
tortuosamente o ego manobra nossa atenção, para nos fazer estar em qualquer
outra parte, mas nunca no agora. Nossa infelicidade vem por evitarmos o
agora, e isso é exatamente o que o ego quer, e gosta. Dessa maneira
permanecemos presos na armadilha delusória do método do ego de resolver
problemas, levando em conta um passado intocável e um futuro inatingido.
A verdade é que, exatamente neste mesmo momento, com problemas ou
não, tudo conosco está certo. Se mantivermos nosso foco afiado no momento
presente do agora, incorrupto pelos pensamentos, e crenças, de amanhã, ou da
semana passada, do ego, nos damos conta de que, decididamente, não somos
nossos problemas, ou as história de nossa vida. Elas apenas seguem adiante,
sem importância, nem valor. Há grande Paz a usufruir aqui, em vez disso.
Um dos grandes benefícios de acessar o agora é que isso permite que os
assim chamados problemas sejam resolvidos, sem influência egóica. O ego não
conseguiria sobreviver sem problemas, porque sua própria identidade foi feita a
89
Tolle, Eckhart, O Poder do Agora, p. 51-52 (original)
226
LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
A futilidade de Planos
Nós, bem inocentemente, cremos que planejar seja um componente construtivo,
útil e necessário, do que depende a maioria de nossas metas. Entretanto, o
desenvolver da confiança nos pede para renunciar a nossos planos,
compreendendo que os planos a partir de nosso ser-ego sempre emergem da
semente da separação.
Talvez não seja fácil perceber que planos iniciados por nós mesmos não
passam de defesas e todos foram feitos para realizar esse propósito. São o
meio pelo qual a mente assustada quer empreender a sua própria proteção,
ao custo da verdade. Isso não é difícil de reconhecer em algumas das
formas que toma o auto-engano, em que a negação da realidade é bem
228
LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
90
E-pI.24, UCEM
229
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Apelar ao não saber liberta nosso medo, e resistência, porque ambos são
produto da necessidade do ego de saber tudo. Ao admitir que não sabemos,
pedimos à Vontade Unificada para iluminar a nós, e à situação.
Suponhamos que nos sintamos medrosos, culpados, desconectados e
bravos; simplesmente observando essas sensações, e entregando-as ao não
saber, convidamos a Vontade Unificada para assumir. No trono do ego repousa
um morro massivo de culpa, que se equivale à nossa necessidade de julgar e
condenar, que é uma tentativa de deslocar esse peso da culpa. Essa sensação
permanente de ameaça parte diretamente da insistência do ego de que nos
sintamos culpados em nosso âmago, donde a obsessão do ego por controle
através de sua vontade.
Abrir para a Vontade Unificada significa que reconhecemos que a culpa
move nosso ego, nossos medos, e nossos desejos, que comunica isso ao livre
arbítrio, gerado do medo e destinado a nos separar, uns dos outros, de várias
maneiras. Com essa compreensão parece lógico passar a querer abrir mão de
nossa necessidade de controlar, julgar, e planejar, para, voluntariamente, abraçar
o processo de desenvolvimento da confiança, que se alinha perfeitamente com
nossa identidade e propósito.
Se houver planos a serem feitos, eles te serão comunicados. Talvez não
sejam os planos que pensavas serem necessários, ou as respostas para os
problemas que pensavas estar enfrentando. Mas são resposta para um
outro tipo de pergunta, que permanece sem resposta e precisa ser
respondida até que a Resposta venha a ti. (E-pI.135.23:2-4)
Uma dos maiores equívocos de percepção que fazemos é de pensar que
alinhar a mente com a Vontade Unificada significa perder algo de valor. A
palavra ‘valor’ é a única percepção equivocada aqui, porque em relação à
Verdade, perderíamos algo, sim, mas culpa, medo, e sofrimento, nem com
muita imaginação, seriam capazes de ser classificados como algo de valor.
A percepção errada é a vontade de que as coisas sejam como não são. A
realidade de todas as coisas é totalmente inócua, pois a condição de sua
realidade é a inocuidade total. ... Tu não tens de buscar a realidade. Ela
buscará a ti e te achará quando tiveres satisfeito as suas condições. ... A
integridade cura porque é da mente. Todas as formas de doença, até
mesmo a morte, são expressões físicas do medo do despertar. Elas são
tentativas de reforçar o sono por medo do acordar. ... A cura é a libertação
do medo de despertar e sua substituição pela decisão de acordar. A decisão
de acordar é o reflexo da vontade de amar, já que toda cura envolve a
substituição do medo pelo amor. (T-8.IX.2:1-2,4-5;3:1-3;5:1-2)
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
Somos Amor, só Amor, nada mais que Amor. Uma vez decidamos, de
coração inteiro, adotar a Percepção Unificada, aprenderemos abandonar, de uma
vez por todas, o sistema de pensamento do ego. Daí passaremos a ver a
realidade de todo o dia como o veículo perfeito através do qual nossa
transformação acontece. À medida que a nossa resistência a O Que é abrande,
nossa Confiança na Vontade Unificada aumenta. Ao longo da jornada
ganhamos confiança ao olharmos para trás para ver não desastre, mas,
simplesmente, o desabrochar de nosso caminho, seu único valor sendo que esse
percurso, no final, nos leva ao despertar. Então vemos a futilidade de nossa
inútil resistência à realidade, agradecidamente aceitando que seu único
propósito foi o de nos ajudar a desfazer a percepção equivocada que, por tanto
tempo, nos apartou do Amor.
Lembra-te que a Vontade de Deus já é possível e nenhuma outra coisa
jamais o será. Essa é a simples aceitação da realidade porque só isso é real.
Não podes distorcer a realidade e conhecer o que ela é. E se, de fato,
distorces a realidade, vais sentir ansiedade, depressão e, em última
instância, pânico, pois estás tentando fazer com que sejas irreal. Quando
sentes essas coisas, não tentes procurar pela verdade além de ti mesmo,
pois a verdade só pode estar dentro de ti. (T-9.I.14:1-5)
Pertencemos á Fonte; somos partes viventes do Próprio Amor. Em cada
um de nós a Inspiração Universal espera por nosso reconhecimento de nosso
próprio Ser Unificado.
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231
LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
CAPÍTULO 8
A V E R D A D E
91
N.T. – E-pI.24,UCEM
92
E-pI.31, UCEM
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
O Começo
Podemos saber e sentir que queremos Amor e liberação, mas perguntemo-nos:
estaremos preparados para abandonar o sistema de pensamento responsável por
nos fechar fora deles? Dizemos e sentimos que queremos Paz. Amor e Alegria,
mas estaremos preparados para deixar ir nossas próprias percepções de
julgamento e ataque? E sabemos e sentimos querermos experienciar
abundância, mas estaremos prontos e dispostos a soltar nossas percepções de
escassez e abraçar a Verdade de dar é receber?
A Verdade é toda poderosa. Se conseguíssemos contemplar esse
símbolo ímpar com todo intento reverente e amoroso que mobilizássemos, o
mistério por trás da palavra se tornaria conhecido a nós. A estrada que leva à
Verdade se consiste de nossa ausência de defesas. E se situa na aceitação e no
reconhecimento de O Que É, é. É o desejo de entrega à Fonte de todo controle e
sofrimento, e o despertar para a Realidade de que só há Uma Vontade e que
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
todos somos expressões dessa Única Vontade. Somos todos Um. Não há busca
a ser feita, nenhum esforço a sem aplicado, nada a ser realizado.
Há, entretanto, um sonho, do qual estamos sendo chamados a despertar;
um sonho de limitação e separação. Cada um de nós consegue despertar agora
simplesmente pela escolha da Paz. Paz é Verdade, é Amor.
Ao longo deste livro resumimos o perfil de um meio pelo qual
conseguimos todos despertar por completo para a verdade. Sua liberdade reside
dentro de você, assim como a Verdade, a Paz e o Amor, porque isso é Quem
você é.
Quando você ouvir – porque você irá ouvir, com absoluta certeza – o
Chamado à Verdade, você reunirá coragem, comprometimento e
disponibilidade suficientes para liberar o sonho, e reclamar sua herança como
um co-criador magnificente que é. Esse é o fim do sofrimento, porque todo
sofrimento é meramente o medo do despertar.
• • • • •
Tu vais lembrar-te de tudo no instante em que desejares totalmente, pois se
desejar totalmente é criar, o exercício da tua vontade terá afastado para
longe a separação e, ao mesmo tempo, terá feito a tua mente retornar para
o teu Criador e às tuas criações. Conhecendo-as, não sentirás desejo de
dormir, mas apenas desejo de estar desperto e ser contente. Os sonhos
serão impossíveis, porque só vais querer a Verdade e sendo, afinal, a tua
vontade, ela será tua. (T-10.I.4:1-3)
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
A P Ê N D I C E I
“ O T R A B A L H O ”
©2002 Byron Katie, Inc. Todos os direitos reservados. Para mais informações
a respeito de O Trabalho, visite www.thework.com
I N S T R U Ç Õ E S C O M O F A Z E R
“O TRABALHO”
1.Isso é verdade?
2.Você consegue absolutamente saber que isso é verdade?
3. Como você reage quando pensa esse pensamento?
4.Quem você seria sem o pensamento?
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
3. Como você reage quando tem esse pensamento? O que acontece quando
você pensa “Paulo deveria me entender” e ele não entende você? Você
experiencia raiva, zanga, aflição e frustração, ou o que? Você dá a ele aquele
“olhar”? Você tenta mudá-lo de alguma forma? Como se sente reagindo assim?
Esse pensamento traz para sua vida tensão, ou paz? Aquiete-se para ouvir sua
mente.
©2002 Byron Katie, Inc. Todos os direitos reservados. Para mais informações
a respeito de O Trabalho, visite www.thework.com
[Por exemplo: Estou zangado/a com Paulo porque ele não me ama. Estou
confuso/a com Paulo porque _______ ...etc.]
___________________________________________________________
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
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___________________________________________________________
2. Como você quer que ele(s) mude(m)? O que você quer que ele(s)
faça(m)?
Eu quero que________________________________________________
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___________________________________________________________
___________________________________________________________
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___________________________________________________________
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
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4. Você precisa de alguma coisa deles? O que eles/as precisar fazer para
você para tornar você feliz?
Eu preciso_________________________________________________
___________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
___________________________________________________________
______________________ é___________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
6. O que você não quer experienciar com aquela pessoa outra vez?
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___________________________________________________________
___________________________________________________________
A Inversão
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
“Nunca mais quero experienciar uma discussão com Paulo outra vez”, é
invertida para
• Aguardo com interesse experienciar uma discussão com Paulo outra vez.
Arremate de “O Trabalho”
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
APÊNDICE II
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
BIBLIOGRAFIA93
93
N.T. – A maioria doa bibliografia citada não tem publicação em português, exceto a
mencionada aqui.
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
—. Practicing the Power of Now. Novato, Calif.: New World Library, 2001.
—. Stillness Speaks. Novato, Calif.: New World Library, 2003.
—. A New Earth: Awakening to Your Life’s Purpose.
Walsch, Neale Donald. Conversando com Deus.
—. Communion with God. New York: Putnam, 2000.
—. Tomorrow’s God. New York: Atria, 2004.
—. What God Wants. New York: Atria, 2005.
Wapnick, Kenneth. A Vast Illusion: Time According with ‘A Course in
Miracles.’2ª edição, Fundação para Um Curso em Milagres, Temecula, Calif.,
1991.
—. Ending Our Resistance to Love: The Practice of ‘A Course in Miracles.’
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—. The Healing Power of Kindness, Vol.1: Releasing Judgment. Fundação para
Um Curso em Milagres, Temecula, Calif., 2004.
—. The Message of ‘A Course in Miracles’: All Are Called Few Choose to
Listen. Fundação para Um Curso em Milagres, Temecula, Calif., 1997.
—. Forgiveness and Jesus: The Meeting Placae od A Course in Miracles and
Christianity 6ª edição. Fundação para Um Curso em Milagres, Temecula, Calif.,
1998.
—. Absence from Felicity: The Story of Helen Schucman and Her Scribing of A
Course in Miracles. Fundação para Um Curso em Milagres. Temecula, Calif.,
1991.
—. The Journey Home: The Obstacles to Peace in A Course in Miracles.
Fundação para Um Curso em Milagres, Temecula, Calif., 2000.
—. Glossary Index for A Course in Miracles, 5ª edição. Fundação para Um
Curso em Milagres, Temecula, Calif., 1993.
—. The Fifty Miracle Principles of ‘A Course in Miracles’ 5ª edição. Fundação
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Wapnick, Kenneth e Gloria Wapnick. Awaken from the Dream, 2ª edição,
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—. The Most Commonly Questions Asked About ‘A Course in Miracles.’
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Watson, Alan A. The Journey Home. West Sedona, Ariz.: The Circle of
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What is Enlightenment? Magazine. Lenox, Mass: What is enlightenment?
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Wolf, Fred Alan. Mind into Matter. Needham, MA: Moment Point Press, 2001.
—. Matter into Feeling. Portsmith, NH: Moment Point Press, 2002
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LEVA-ME À VERDADE – N Sanchez e T.Vieira Trad. M.Thereza de Barros Camargo
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PAIS E FILHOS, parte I e II – K.Wapnick – Trad. M.Thereza de Barros Camargo 253
RECOMENDAÇÕES IMPORTANTES
Não faça cópias deste exemplar. É um livro protegido por direito autoral e
estamos contratados para traduzi-lo e publicá-lo no Brasil e nos países de língua
portuguesa. Esta é uma cópia de rascunho, de distribuição controlada, destinada
especialmente a estudo nos grupos de UCEM de que participa a tradutora. Por
favor, peça-as a
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