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ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO – AULA 4

CIV 247 – OBRAS DE TERRA – Prof. Romero César Gomes


Muros em Solos Reforçados – Parte I
Aula 4

 4.1 Critérios de Projeto.


 4.2 Análise da Estabilidade Externa.
 4.3 Exemplo de Projeto.
Critérios de Projeto
• Principais elementos de uma estrutura tipo MSR:
- reforços
- paramento ou face
- solo de aterro

S
H

B
Critérios de Projeto

• Metodologia Básica: determinação da geometria do


muro e do arranjo dos reforços (comprimento e
espaçamento) de forma a garantir a estabilidade do
muro quanto às rupturas interna e externa, utilizando-
se os princípios da teoria do equilíbrio limite.

• Estudos de Projeto:
- análise da estabilidade externa
- análise da estabilidade interna
- análise dos deslocamentos da face
Critérios de Projeto

 Geometria do Muro e Parâmetros de Projeto

• altura do muro
• inclinação da face
• sobrecargas atuantes
• parâmetros geotécnicos (γ,c,φ) dos solos de arrimo, do
maciço reforçado e de fundação
• condições locais do NA.
Critérios de Projeto – Problema Tipo
Critérios de Projeto

 Critérios definidos pelo projetista

• FS para as análises da estabilidade externa


• FS para a análise da estabilidade global
• recalque diferencial máximo admissível
• deslocamento horizontal máximo admissível
• vida útil do muro
Critérios de Projeto

 Pré-dimensionamento

• embutimento do muro no terreno de fundação


• definição do comprimento inicial dos reforços (igual ou
maior que 0,70H ou 2,5m, sendo H a altura de projeto do
muro); muros com geometrias e/ou carregamentos
complexos geralmente exigem maiores comprimentos de
reforços (entre 0,80 H e 1,10H).
• Desconsiderar a contribuição potencial dos empuxos
passivos (possibilidade de remoção do solo na parte
frontal do muro).
Critérios de Projeto
Critérios de Projeto
Critérios de Projeto

 Face com inclinação θ > 8º (Coulomb)

δ ≤ β e δ ≤ 2/3φ
Análise da Estabilidade Externa

Quatro potenciais mecanismos de ruptura são considerados no projeto de


dimensionamento de um MSR em termos de sua estabilidade externa:

• deslizamento pela base


• tombamento
• capacidade de carga
• estabilidade global

Devido a natureza flexível dos muros reforçados com geossintéticos:


(i) é usual a adoção de menores valores de FS nestas análises, em relação
aos projetos similares de dimensionamento de muros de concreto armado;

(ii) é praticamente inviável a possibilidade de tombamento do muro;


entretanto, o critério é comumente aplicado no sentido de garantir a
limitação das deformações laterais.
Análise da Estabilidade Externa

 Análise da Estabilidade do Maciço Reforçado

L
a) deslizamento b) tombamento c) capacidade de carga
pela base insuficiente (recalques
excessivos)
Análise da Estabilidade Externa

 Análise da Estabilidade Global

sobrecarga (q)

bloco
p remoldado terreno
natural

geossintético solo de aterro

sistema de
drenagem

fundação
Análise da Estabilidade Externa

 Deslizamento ao Longo da Base do Muro

FSd =
(a b + σ' v tgδ b )
.B > 1,5
d
Eh

FSd : FS ao deslizamento do muro pela base


Eh : componente horizontal do empuxo ativo
σ’v : tensão vertical efetiva na base do muro
ab :adesão solo reforçado/base do muro
δb: ângulo de atrito solo reforçado/base do muro
Bd : comprimento previsto dos reforços
Análise da Estabilidade Externa

 Tombamento do Muro

FST =
( γ1 H + q ) 2
.B > 2,0
T
2Ey E

FST : FS ao tombamento do muro


yE : distância vertical entre o ponto de aplicação do empuxo
e a base do muro
q : sobrecarga atuante
Bt : comprimento previsto dos reforços
Análise da Estabilidade Externa

 Tensões Atuantes na Base do Muro

Wx w + Qx q - Ey E B B
xR = e e = − xR ≤
W+Q 2 6
Análise da Estabilidade Externa

2N  3x R  2N  3x R 
(σ v )min =  − 1 > 0 (σ v )max = 2 −  < q max
B  B  B  B 

N = W + Q: força normal na base do muro


xR: distância entre o ponto de aplicação de N e o pé do muro
(σv)max : tensão vertical máxima na base do muro
(σv)min : tensão vertical mínima na base do muro
Análise da Estabilidade Externa

 Capacidade de Carga da Fundação do Muro

q max = cN c + γDN q + 1 γ f B' N γ B' = B − 2e


2

q max N
FSf = > 2,5 sendo σ =
σ B'

Ni: fatores de capacidade de carga


B’: largura equivalente da base do muro (Meyerhof, 1953)
σ: tensão vertical uniforme sobre a base equivalente
(distribuição uniforme de tensões na base do muro)
Análise da Estabilidade Externa

 Estabilidade Global FS ≥ 1,30


Análise da Estabilidade Externa

• Utilizar um método clássico de análise da estabilidade de


taludes, admitindo-se rupturas circulares ou em cunha
• A massa de solo reforçado é admitido como sendo um
corpo rígido e consideram-se apenas superfícies de
ruptura externas à massa de solo reforçado
• Para estruturas com geometrias simples, as superfícies
críticas são comumente circulares (superfícies compostas
críticas não são usuais); para geometrias complexas,
considerar também superfícies compostas
• Para FS < 1,30, aumentar os comprimentos dos reforços
ou melhorar o solo de fundação
Análise da Estabilidade Externa

 Estimativa dos Recalques

• Aplicar metodologias clássicas de análise de recalques imediatos, por


adensamento e por compressão secundária para avaliar se a magnitude
final dos mesmos é admissível para os condicionantes do projeto
• Recalques totais significativos implicam a necessidade de reavaliação
da altura do muro ou a melhoria do solo de fundação
• Recalques diferenciais significativos (maiores que 1/100) indicam a
necessidade de zoneamento da estrutura, permitindo movimentos
verticais independentes de zonas do paramento do muro (caso não
possível, promover a melhoria do solo de fundação).
Análise da Estabilidade Externa - Exemplo
10 kPa

H = 5m solo 1 solo 2

D = 7,2m Solo 3

camada rígida

solo 1: c’1 = 0; γ1 = 17 kN/m3 ; φ’1 = 32°; φ’p = 39°; δsr = 29°.


solo 2: c’2 = 6 kPa; γ2 = 19 kN/m3 ; φ’2 = 30°.
solo 3: c’3 = 0 kPa; γ3 = 20 kN/m3 ; φ’3 = 34°; δ b = 28°.
reforços: geotêxteis não tecidos: Tref = 39,2 KN/m e camadas de 0,25m de espessura.

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