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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL

MACHADO SOBRINHO

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SUMÁRIO

- Histórico da Fundação Educacional Machado Sobrinho .............................. 03.


- Estrutura da Fundação Educacional Machado Sobrinho............................... 06.
- Estrutura do Colégio Machado Sobrinho ....................................................... 07.
- Projeto Institucional da Fundação Educacional Machado Sobrinho.............. 08.
- Projeto Político Pedagógico do Colégio Machado Sobrinho
- Introdução.............................................................................. 10.
- Identificação da Instituição..................................................... 12.
- Objetivos da Educação Infantil............................................... 13.
- Organização do Espaço e Tempo.......................................... 15.
- Organização da Turmas..........................................................18.
- Recursos Humanos................................................................ 18.
- Organização Pedagógica........................................................20.
- Metodologia.............................................................................22.
- Avaliação Institucional............................................................ 23.
- Avaliação do Desenvolvimento das Crianças.........................25.
- Articulação com a Família e com a Comunidade....................26.
- Articulação da Educação Infantil com o Ensino Fundamental.27.
- Educação Especial..................................................................28.
- O trabalho com a Informática e o Inglês................................ 29.
- Perfil e Papel da Coordenação Pedagógica.......................... 30.
- Perfil e Papel do Serviço de Psicologia.................................. 31.
- Ensino Fundamental........................................................................................32.
- Ensino Médio...................................................................................................42.
- Observações finais..........................................................................................47.
- Bibliografia.......................................................................................................48.
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HISTÓRICO DA FUNDAÇÃO EDUCACIONAL MACHADO SOBRINHO

1909 – 2019

Em 1909, quando o Emérito Educador, Antônio Vieira de Araújo Machado


Sobrinho, lançou os fundamentos do Externato Lucindo Filho, ministrando os
cursos primário, preparatório e comercial, dava início a uma grandiosa obra
educacional, legada à juventude juiz-forana, que é, hoje, o COLÉGIO MACHADO
SOBRINHO.
Em 1912, fundou, também, o Instituto Comercial Mineiro, anexo ao Colégio
Lucindo Filho. Sua obra visava, especialmente, os jovens carentes e sequiosos
por aprender. Filantropo, o mestre Machado Sobrinho dedicou a sua vida a fazer o
bem e a criar oportunidades para a juventude menos abastada.
Até meados de 1938, a Instituição esteve sob a direção de seu fundador,
cujo falecimento ocorrera naquele ano. Passou, então, a ser dirigida pelo seu filho
mais velho, o Deputado Federal Luiz de Gonzaga Machado Sobrinho, que exerceu
suas funções até 1942 quando, por motivo de saúde, passou a direção do
educandário ao Professor Fernando de Paiva Mattos.
No ano seguinte, em 1943, o Instituto Comercial Mineiro passou a
denominar-se Escola Técnica de Comércio Machado Sobrinho, mantendo os
cursos comercial, básico e técnico em contabilidade. Mais tarde, verificando-se a
necessidade de ampliar os serviços educacionais, o Diretor resolveu restabelecer
o curso primário, o curso ginasial e o colegial.
No início de 1961, reuniram-se, sob a presidência do Professor Píndaro
José Alves Machado Sobrinho, os descendentes do saudoso educador Antônio
Vieira Araújo Machado Sobrinho, ocasião em que a Escola Técnica de Comércio,
por decisão unânime dos sócios, foi transformada em Fundação, objetivando
perpetuar o nome do Fundador, difundindo e aperfeiçoando seus ensinamentos.
A Fundação Educacional Machado Sobrinho, entidade sem fins lucrativos e
de caráter filantrópico, sucessora do Colégio Lucindo Filho e do Instituto Comercial
Mineiro, sob a dinâmica e atuante direção do Prof. Fernando de Paiva Mattos,
prosperou. Além dos cursos em funcionamento, a partir de 1969, foram criadas
Faculdades de Administração e de Ciências Contábeis.

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A melhoria do processo educacional – do Colégio e da Faculdade – estava
ligada, diretamente, à formação e valorização do corpo docente, principal
responsável pela qualidade e preparo da juventude para os embates da vida social
e profissional. Consequência natural desse aprimoramento foi o a organização do
Centro de Pós-Graduação da Faculdade Machado Sobrinho, em 1982, lançando
diversos cursos de especialização lato-sensu.
Em 1989, com a instalação das faculdades em seu campus, surgiram novas
perspectivas aos planos de expansão e desenvolvimento, transformando a
Fundação numa das mais promissoras e respeitadas Instituições de Ensino da
Cidade e da região.
Com o passar dos anos, na busca incessante por um patamar superior de
qualidade em todos os seus cursos, nos diversos segmentos em que atua, houve
a necessidade de imprimir-se novo ritmo de crescimento e modernização da
estrutura física e do quadro de colaboradores.
Com o afastamento do Prof. Fernando de Paiva Mattos, em 1997, assumiu
a Direção Executiva da Fundação, o então assistente do diretor, Miguel Luiz Detsi
Neto. Desde o início, sua gestão priorizou o desenvolvimento organizado da
Fundação, sobretudo investindo no crescimento da Faculdade e na ampliação do
Colégio, consolidando os segmentos da Educação Básica e implantando a
educação infantil, o curso pré-vestibular, o curso técnico em
Administração/Formação Gerencial, novos cursos de pós-graduação, além de
prospectar novos cursos de graduação bacharelado e tecnológica.
Visando ao pleno funcionamento da Instituição foi necessário reorganizar a
parte administrativa e pedagógica, criando-se as Diretorias Acadêmicas e as
Coordenações específicas por segmentos e/ou centros, assegurando-se, assim,
os melhores níveis de qualidade propostos para a Instituição.
Já em 2008, sob a presidência atuante do Dr. Paulo Cezar Castro
Gonçalves, a Instituição foi autorizada a funcionar com os novos cursos de
graduação bacharelado – Psicologia, Pedagogia e Engenharia de produção – e,
também, com seis cursos de graduação tecnológica – Marketing, Eventos,
Sistema para Internet, Gestão Ambiental, Gestão Comercial e Gestão Financeira.

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Com o passar dos anos, a Fundação Educacional Machado Sobrinho,
através da união e do equilíbrio de sua estrutura de gestão superior e
administrativa, aliada ao trabalho eficiente dos seus colaboradores docentes e
auxiliares de administração escolar, vem se firmando como uma das maiores e
mais destacadas Instituições de Ensino do estado de Minas Gerais.
Os próximos anos serão, sem dúvida, de muito trabalho e investimentos
consideráveis na estrutura física e de pessoal para o constante aprimoramento
dos processos de formação dos jovens, em todos os níveis educacionais, com
destaque para a implantação do PROGRAMA BILÍNGUE na Educação Infantil e
nos anos iniciais do Ensino Fundamental.

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ASSEMBLÉIA GERAL

CONSELHO DIRETOR
CONSELHO CURADOR

PRESIDÊNCIA

VICE-PRESIDÊNCIA

DIRETORIA
EXECUTIVA

COLÉGIO MACHADO FACULDADE MACHADO


SOBRINHO SOBRINHO

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DIRETORIA EXECUTIVA

Assistente da Diretoria
Executiva Setores e serviços de
apoio administrativo

CONGREGAÇÃO

DIRETORIA PEDAGÓGICA

Secretaria
Coordenações Pedagógicas:
Educação Infantil, Ensino
Fundamental e Ensino Médio

Supervisão e Orientação
Escolar

Setores e serviços de
apoio acadêmico

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PROJETO INSTITUCIONAL DA FUNDAÇÃO EDUCACIONAL MACHADO SOBRINHO

O Projeto Institucional da Fundação Educacional Machado Sobrinho foi


reestruturado, inicialmente, em 2004. Desde então, anualmente, de forma
compartilhada, Direção, Coordenação, Professores e Auxiliares Administrativos,
permanentemente, discutem as mudanças e os rumos da Instituição privilegiando
os aspectos qualitativos em detrimento aos quantitativos. É processo e produto de
trabalho democraticamente compartilhado. Aglutina os mundos real e ideal, os
quais dão significado à Fundação. Reflete e intervém nas práticas e relações
atuais - mundo real - cria e implanta práticas e relações novas - mundo ideal.

Missão
Promover um trabalho de base quantitativa e qualitativa, o qual, através da
construção e da renovação permanentes do conhecimento, atenda as
especificidades de cada segmento e vise ao pleno desenvolvimento dos
educandos e dos educadores, nos aspectos sociais, afetivos, cognitivos, éticos e
democráticos.

Vocação
Educação integrada e continuada da Escola Básica: Educação Infantil,
Ensino Fundamental e Ensino Médio.

Visão
Ser um espaço privilegiado para a construção individual e coletiva das
competências necessárias ao pleno exercício da cidadania.

Cliente
Todos que fazem parte da comunidade escolar: corpo docente, discente e
pessoal técnico-administrativo.

Princípios
 Preservar e cultivar os valores éticos e democráticos.

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 Buscar permanentemente a boa qualidade.
 Preservar e fortalecer a imagem institucional.
 Pautar as ações nos ideais de liberdade, igualdade e de solidariedade, o que
visa ao pleno desenvolvimento do educando e de seu preparo para o exercício
da cidadania.
 Estimular relações humanas e pedagógicas portadoras das qualidades
afetivas, didáticas e cognitivas.
 Estimular a difusão de conhecimentos.
 Integrar e prestar serviços à sociedade.
 Criar condições para a convivência saudável dos corpos discente, docente e
administrativo.
 Estimular o trabalho em equipe.
 Investir na formação permanente de professores e funcionários administrativos.
 Investir na preservação e na melhoria constante do espaço físico da Instituição.
 Investir na ampliação dos recursos tecnológicos.
 Integrar os segmentos pedagógicos e administrativos, através de um sistema
de comunicação eficaz.
 Aprimorar a qualidade do atendimento pessoal.

Finalidades
 Dar à comunidade escolar ciência deste documento e promover a reflexão e o
envolvimento de todos.
 Estimular a criação e a difusão da cultura.
 Consolidar a Educação Infantil como primeira etapa da Educação Básica,
respeitando a diferenciação de idade prevista na LDBEN/96.
 Garantir igualdade de tratamento, respeito às diferenças, qualidade de
atendimento e liberdade de expressão.
 Motivar o crescimento pessoal e o profissional.
 Buscar continuamente a aplicação e o desenvolvimento deste Projeto
Institucional.

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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO - PPP

I- INTRODUÇÃO

“(...)ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para sua


própria produção ou a sua construção.”
Paulo Freire

A Fundação Educacional machado Sobrinho tem como princípio norteador


de sua atuação no campo educacional a ideia de que educar significa,
minimamente, oferecer a educadores e educandos possibilidades e oportunidades
para a construção de conhecimentos acerca do mundo que os cerca, constituindo-
se como sujeitos éticos. Dessa forma, o aluno é visto como sujeito ativo da prática
educativa.
A escola é um espaço privilegiado para a construção de conhecimentos
pelo aluno, considerando que, naquele ambiente, ele se encontra em constante
interação com os objetos do conhecimento, aos quais ele tem acesso pela
mediação dos professores e, também, de outros alunos com os quais interage.
Esse movimento de trocas interpessoais é que possibilita ao educando confrontar
os saberes que traz de seu meio sociocultural com outros, construindo, nesse
processo, seus conhecimentos, sua visão de mundo e seus sistemas de valores.
Nessa perspectiva, não apenas o aluno aprende, mas professores e alunos
estão, permanentemente, ensinando e aprendendo em interação e no movimento
dialógico que se estabelece entre eles e o mundo.
Conceber o aluno como sujeito do processo educacional requer, por parte
do professor, uma postura sempre aberta e atenta às necessidades, interesses e
questionamentos dos alunos. Para isso é necessário que também ele, professor,
tenha uma postura crítica frente à sua prática, buscando avaliá-la e renová-la, com
vistas ao constante aprimoramento profissional e pessoal.

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Atitudes de respeito e afetividade para com os alunos e demais
profissionais que atuam na escola, de iniciativa e otimismo diante de situações de
conflito, de respeito e acolhimento às diferenças e de compromisso com os alunos
e com a Instituição são importantes para que o professor possa constituir-se em
mediador do processo de construção de conhecimentos pelo aluno.
Assim como os docentes, os demais colaboradores que atuam na
Instituição precisam estar comprometidos com o presente Projeto Político
Pedagógico buscando, dentro das especificidades de suas funções, promover um
clima de respeito mútuo, cooperação e coesão em suas ações, de modo a
participarem do desenvolvimento de um trabalho conjunto para o alcance dos
objetivos que a Instituição persegue.
Na construção de um clima favorável à interação entre funcionários,
professores, alunos e suas famílias devem contribuir o trabalho das direções
executiva e pedagógica, coordenadores e demais setores de apoio administrativo
e acadêmico, valorizando o trabalho de docentes e funcionários e, sobretudo,
contribuindo para que mantenham uma autoestima elevada e acreditem em suas
possibilidades de ensinar e de aprender.
Todas as ações previstas nesta Proposta Pedagógica, da educação infantil
ao ensino médio, deverão estar marcadas por:

 uma visão do aluno enquanto sujeito crítico do processo de ensino-


aprendizagem;
 uma visão do professor enquanto mediador privilegiado do processo de
construção de conhecimentos pelos alunos;
 Desenvolvimento do repertório cultural como competência cognitiva;
 Desenvolvimento das competências e habilidades de linguagem,
argumentação e tecnologias;

 Desenvolvimento de habilidades sócio emocionais: autonomia e


autogestão, autoconhecimento e autocuidado, empatia e cooperação,
responsabilidades e cidadania.

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De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº
9.394/96, a educação infantil constitui-se na primeira etapa da educação básica,
tendo como finalidade “o desenvolvimento integral da criança até 5(cinco) anos de
idade em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a
ação da família e da comunidade”. Ao optar por oferecer a educação infantil, o
Colégio Machado Sobrinho objetiva assegurar oportunidades para o
desenvolvimento integral do aluno, garantindo-lhe um projeto formativo integrado
desde a educação infantil até o ensino médio.
Orientam o trabalho realizado na educação infantil do Colégio Machado
Sobrinho os princípios expressos nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação Infantil, quais sejam:

A) Princípios Éticos da Autonomia, da Responsabilidade, da Solidariedade e


do Respeito ao Bem Comum;
B) Princípios Políticos dos Direitos e Deveres de Cidadania, do Exercício da
Criticidade e do Respeito à Ordem Democrática;

C) Princípios Estéticos da Sensibilidade, da Criatividade, da Ludicidade e da


diversidade de Manifestações Artísticas e Culturais.

II- IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO

A instituição denomina-se Fundação Educacional Machado Sobrinho. Fica


situada no centro da cidade de Juiz de fora – MG., na Rua Dr. Constantino Paleta,
nº 203.
Conforme descrito no “histórico”, iniciou suas atividades em 1909
ministrando os cursos primário, preparatório e comercial, dando início, assim, a
uma grandiosa obra educacional, legada à juventude juiz-forana. A Educação
Infantil foi implantada em 1999. O seu funcionamento foi analisado e aprovado
pelo Conselho Municipal de Educação, registrado, à época, sob o nº 001, na folha
nº 001, do livro nº 01 de registro de instituições de educação infantil da Secretaria
Municipal de Educação de Juiz de Fora, em 26/11/1998.

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Com 20 anos de existência, a educação infantil no Colégio Machado
Sobrinho funciona em regime de tempo parcial, inicialmente, apenas no turno da
tarde. A partir de 2019, o segmento funcionará no período compreendido entre 13
e 18h, de 2ª à 6ª feira, admitindo-se alguns sábados letivos, conforme Calendário
Escolar, período este idêntico aos dos funcionários e professores.
As turmas são organizadas com até 20(vinte) crianças e a frequência diária
é controlada pelo corpo docente através de uma pauta bimestral.
O público atendido é predominantemente composto por crianças oriundas
de famílias da classe média da cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais. Na maioria
das vezes, os pais dessas crianças são empresários, comerciários, profissionais
liberais e empregados do setor de serviços públicos.
Essas famílias têm a expectativa de encontrar na escola um ensino de
qualidade, que possa oferecer aos seus filhos experiências capazes de contribuir
para a ampliação de seus horizontes culturais. Muitos desses responsáveis pelas
crianças são ex-alunos do Colégio Machado Sobrinho no passado, razão pela qual
buscam a escola também por razões de caráter afetivo, ligadas à lembrança de
experiências positivas que eles próprios tiveram na sua passagem pela instituição.
A composição dos grupos familiares é variada. Há crianças que vivem com
seus pais, assim como aquelas que vivem com um dos responsáveis (pai ou mãe)
e, ainda, aqueles que vivem com avós ou outros parentes próximos.

III- OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL

O Colégio Machado Sobrinho, entidade mantida pela Fundação


Educacional Machado Sobrinho, tem como finalidade a educação de crianças e
jovens, sempre inspirada nos princípios norteadores da Educação Nacional,
fixados na Constituição Brasileira e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (Lei nº 9394/96).
Pautarão suas ações, os ideais de liberdade, de solidariedade humana,
visando sempre ao pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho através da elaboração de

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um repertório saudável de conhecimentos que lhes propiciem a alegria de viver,
de amar e de servir.
Os primeiros anos de vida de uma criança representam uma etapa de
fundamental importância para seu desenvolvimento no que diz respeito aos
aspectos físicos, emocionais, sociais, afetivos, cognitivos e mentais. É nessa
etapa da vida que ela vai transpondo os limites de seu círculo familiar, passando a
conviver com outros adultos, crianças de sua idade e outras mais experientes que
ela.
A partir das relações que vai estabelecendo com os outros, a criança vai
internalizando os valores de seu grupo social e construindo sua subjetividade;
estabelecendo as bases de sua personalidade e de seu caráter. Daí a importância
de que a criança tenha a possibilidade de vivenciar experiências estimulantes, que
lhe possibilitem uma relação enriquecedora com seu meio ambiente e com as
pessoas com as quais convive. Essas experiências é que possibilitarão a
formação de um autoconceito positivo, assim como o desenvolvimento de
competências e de uma atitude positiva diante dos desafios que encontrará em
sua vida.
É importante, para a criança, a vivência de situações nas quais ela possa
desenvolver sua socialização, a partir do autoconhecimento e do conhecimento do
“outro”. Atividades que despertem seu interesse, que sejam relevantes à sua vida
e ofereçam-lhe oportunidades de desenvolver sua curiosidade, seu espírito crítico
e seu desejo de viver novas experiências possibilitarão à criança a formação de
uma atitude confiante diante de novos desafios.
A educação infantil tem como principal objetivo proporcionar à criança a
vivência dessas experiências de forma lúdica e prazerosa, pois na escola a
criança está sendo cuidada e o tempo todo interagindo com outras pessoas e com
o mundo que a cerca. Esse processo de interação da criança com o seu meio
ambiente não acontece de forma solitária. No ambiente escolar a criança, ao
mesmo tempo em que é cuidada ela interage com os objetos, interage com os
adultos com os quais convive e com colegas mais e menos experientes que ela. É
nesse processo de trocas que a criança vai se constituindo como sujeito e
construindo seus conhecimentos. Por isso, a escola pode oferecer experiências

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próprias a esse ambiente que, sendo orientadas de forma positiva, podem
proporcionar aos pequenos um desenvolvimento harmônico de suas capacidades
físicas, cognitivas e afetivas.

IV- ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO E TEMPO

O espaço físico da escola compõe-se de salas de atividades destinadas à


educação infantil, banheiros adaptados para as crianças, biblioteca de literatura
infantil, cantina, parque interno, sala de atendimento psicológico, laboratório de
informática, salas para ensino de língua estrangeira, quadra de esportes, parque
externo, sala de artes, auditório, sala multimídia com projetor e internet wifi.
Carvalho & Rubiano, citando David & Weinstein, afirmam que um ambiente
infantil adequadamente planejado deve atender a cinco funções relativas ao
desenvolvimento infantil: 1)Promover identidade pessoal; 2)Promover o
desenvolvimento de competências; 3)Promover oportunidades para crescimento;
4)Promover sensação de segurança e confiança; 5)Promover oportunidades para
contato social e privacidade.
A organização dos espaços destinados à educação infantil no Colégio
Machado Sobrinho busca atender a essas funções. As salas de atividades
destinadas à educação infantil são aquelas situadas no primeiro pavimento do
prédio do colégio, evitando, assim, que as crianças tenham que subir e descer
escadas para ter acesso a elas. O acesso às salas é feito por uma entrada
destinada, especialmente, aos pequenos, situada à esquerda da entrada principal.
Além das salas de atividades - devidamente equipadas - as crianças da
educação infantil dispõem de uma sala de brinquedos, do pátio interno (com área
coberta e descoberta) para o recreio e da quadra de esportes, na qual existe um
parquinho com tanque de areia, no qual estão colocados brinquedos fixos que
possibilitam às crianças escorregarem, balançarem-se, rolarem, pularem, terem
contato com a areia, sempre com a supervisão atenta da professora e da auxiliar
de orientação pedagógica, se for o caso. Essa área é cercada com rede de
proteção para uma maior segurança das crianças.

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Para o acesso das crianças à quadra, em frente ao prédio do Colégio, o
trânsito na rua é interrompido com a ajuda do porteiro, obedecendo a um
Procedimento de Travessia que envolve, além do porteiro, a professora e uma
ajudante ou uma auxiliar de orientação pedagógica, tanto na ida quanto na volta
da quadra.
Há, ainda, uma “casinha de bonecas” que favorece, na situação do
brinquedo, vivências do cotidiano familiar, desenvolvendo a sociabilidade e a
capacidade de experienciar os papéis de pai, mãe, filho etc.
As salas de atividades são organizadas de forma a propiciar às crianças a
manipulação de materiais e objetos diversificados tais como: livros de história,
massa de modelar, quebra-cabeças, brinquedos pedagógicos, entre outros. A
escolha pelo material a ser trabalhado se fará ora de acordo com a escolha da
própria criança, ora em atividades propostas e orientadas pela professora e
auxiliadas pelas ajudantes ou auxiliares de orientação pedagógica.
Basicamente, o mobiliário das salas constitui-se de:
 mesas coletivas;
 armário fechado para abrigar o material utilizado nas atividades;
 prateleiras onde são colocados os jogos e os materiais diversos aos quais as
crianças podem ter acesso livremente;
 cabideiros para a colocação do material que as crianças trazem diariamente
para a escola;
 varais e murais nos quais são expostos os trabalhos das crianças;
 mini estantes para formação dos “cantinhos” de trabalho;
 espaço livre para colocação de colchonetes para o descanso diário.
A disposição do mobiliário na sala é organizada de modo a permitir a livre
circulação das crianças com conforto e segurança e a interação entre elas, tanto
quanto as interações entre crianças e adultos, que possibilitam a construção
coletiva do conhecimento e o desenvolvimento dos aspectos afetivos.
Normas e critérios para a conservação e decoração do ambiente da sala de
atividades deverão ser estabelecidos em conjunto por professores, crianças e
ajudantes.

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Entre 13 e 18h, tempo de permanência da criança na escola, é importante
que ela tenha a oportunidade de contato com diferentes ambientes e situações
diversas, nas quais seja possível trabalhar individualmente, em grupo, com e sem
a orientação do adulto, mas sempre sob o cuidado e supervisão da professora. O
tempo, dessa forma, é distribuído entre: atividades dentro e fora da sala de
atividades; brincadeiras propostas pelo professor e outras escolhidas pelas
próprias crianças; momentos para se cuidar da higiene corporal, da alimentação e
ainda momentos de descanso. O tempo para brincar deve ser privilegiado na
rotina diária da educação infantil.
Vygotsky(1991) chama a atenção para o fato de que na atividade do
brinquedo a criança tem a possibilidade de, através da imaginação, realizar
desejos irrealizáveis, submetendo-se para isso a regras impostas por ela mesma.
“No início da idade pré-escolar, quando surgem os desejos que não podem
ser imediatamente satisfeitos ou esquecidos, e permanece ainda a
característica do estágio precedente de uma tendência para a satisfação
imediata desses desejos, o comportamento da criança muda. Para resolver
essa tensão, a criança em idade pré-escolar envolve-se num mundo ilusório
e imaginário onde os desejos não realizáveis podem ser realizados, e esse
mundo é o que chamamos de brinquedo”.(VYGOTSKY, 1991, p.106).
Além disso, o brinquedo constitui-se numa primeira forma de simbolismo
para a criança, lançando as bases do pensamento abstrato. Ao brincar, a criança
desempenha papéis e executa funções que lhe exigem comportamentos
superiores à sua idade cronológica. Isso faz com que o brinquedo represente um
importante papel no seu desenvolvimento.
Em linhas gerais, o período de permanência das crianças no ambiente
escolar é distribuído entre atividades que articulam práticas integradas de
educação e cuidado que favoreçam “a integração entre os aspectos físicos,
emocionais, afetivos, cognitivo/linguísticos e sociais da criança, entendendo que
ela é um ser completo, total e indivisível”.(BRASIL, CNE/CEB, 13/04/1999).

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V- ORGANIZAÇÃO DAS TURMAS

As turmas são organizadas no limite de 20( vinte ) crianças por sala, sendo
Maternal( 02 e 03 anos ), 1º período( 04 anos ) e 2º período( 05 anos ), cada sala
com uma professora regente, além dos professores de inglês, educação física e
informática, de acordo com o quadro de aulas semanais, além da equipe auxiliar
de orientação pedagógica.
As características das turmas e das crianças que as compõem demandam,
cada vez mais, a preocupação de ampliar o repertório cultural disponível,
oferecendo-lhes, além do acesso aos conhecimentos de ordem teórica, as
experiências de vida que extrapolem o espaço da escola, favorecendo,
especialmente, o contato dos mesmos com o patrimônio cultural mais amplo da
humanidade através de experiências significativas e prazerosas como visitas a
museus, exposições, contato com a obra de pintores, escultores, músicos etc.
As rotinas desenvolvidas na educação infantil estão voltadas para a
interação da criança com os elementos do meio ambiente, com os adultos e com
seus pares, coetâneos ou não, de modo que ela possa conhecer-se
desenvolvendo atitudes de respeito a si mesma, às demais pessoas com as quais
convive e ao meio ambiente que a cerca. Para tal, a ênfase nos trabalhos
realizados na sala de atividades e fora dela será no equilíbrio de atividades
individuais e atividades coletivas, nas quais a criança possa estar convivendo,
ensinando e aprendendo consigo e, especialmente, com seus companheiros.

VI- RECURSOS HUMANOS

O corpo docente é composto por profissionais formados em nível superior,


podendo haver especialistas, mestres ou doutores em suas áreas de atuação. A
instituição tem incentivado, igualmente, tanto através de ajuda financeira, quanto
através da flexibilização da carga horária dos docentes, a formação continuada
dos profissionais, com vistas à melhoria constante da qualidade da educação
oferecida às crianças e jovens e às suas famílias. Além disso, sempre que
possível, promove Encontros, Simpósios ou Cursos de Formação continuada,

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inclusive para a divulgação da produção acadêmica, não apenas dos professores
da instituição como também de profissionais da educação de toda a região.
O incentivo à formação continuada estende-se, também, aos funcionários
administrativos. Esses têm níveis de formação variados, que vão desde o ensino
fundamental completo ou incompleto (no caso dos profissionais de serviços
gerais) até o nível superior e, em muitos casos, até a pós-graduação. Tanto entre
os primeiros quanto entre os últimos, alguns colaboradores estão cursando ou já
concluíram estudos de nível superior na própria Fundação, em um dos cursos
oferecidos pela Faculdade Machado Sobrinho. Tal iniciativa repercute,
gradativamente, na melhoria da qualidade do trabalho desses profissionais, além
de contribuir, consequentemente, para uma maior satisfação dos mesmos e para a
construção de um autoconceito positivo.
Tanto no caso dos professores quanto no dos funcionários administrativos,
são muitos aqueles cujos filhos estudam na instituição, seja na educação básica,
seja no ensino superior. A relação que tanto as famílias dos alunos quanto as dos
professores e funcionários mantêm com a instituição faz com que a Fundação seja
referência, para muitos, como extensão de suas residências e um espaço
privilegiado para a construção de um sentimento fraternal materializado na
“Família Machadense”, expressão difundida com fulgor pelo idealizador da
Instituição - Professor Fernando de Paiva Mattos - e que esteve na base do seu
Projeto Educacional por mais de 50 anos de trabalho, ininterrupto, nesta
Fundação, e que vem sendo preservado e cultivado pela atual direção.
Entende-se que uma educação comprometida com a difusão de princípios
éticos e com a formação de seres humanos mais felizes e realizados, tanto
pessoal quanto profissionalmente, não pode prescindir de valores como a
solidariedade e a afetividade, vividos entre aqueles diretamente envolvidos no
processo educacional.
Considerando a importância e relevância do papel do professor, a
Fundação Educacional Machado Sobrinho tem se preocupado, cada vez mais,
com o processo de seleção dos docentes que vise avaliar, não apenas a
competência técnica dos profissionais, mas, principalmente, a adequação dos

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mesmos ao perfil da instituição e ao Projeto Político Pedagógico por ela
implantado.
A seleção dos professores se dá através de análise de currículo e
entrevista. São critérios da seleção, o nível de formação profissional, sua
experiência anterior e a capacidade de adequação do perfil pessoal e profissional
aos princípios e valores da Instituição.
São oferecidos aos docentes, dentro das possibilidades orçamentárias,
cursos de atualização no decorrer do ano letivo, além de estímulo para que
frequentem outros cursos que eventualmente sejam oferecidos por outras
Instituições.
Sempre que possível, a Instituição promove palestras com profissionais de
diversas áreas com o objetivo de enriquecimento da formação da comunidade
educativa. Tais palestras podem ter como público alvo grupos homogêneos e/ou
heterogêneos. O nível de abrangência dos temas tratados nas palestras
determinará sua destinação.
Essas ações, além de formação continuada, têm o objetivo de incentivar a
constituição de um corpo docente comprometido com seu papel de mediador do
processo de conhecimentos pelos alunos, capaz de compreender os processos de
desenvolvimento e aprendizagem de seus alunos e neles intervir, continuamente.

VII- ORGANIZAÇÃO PEDAGÓGICA

A educação de crianças e jovens vem se constituindo um desafio para a


sociedade contemporânea. São muitos e diversos os discursos que têm produzido
determinadas concepções de infância e de educação, discursos esses que não
apenas revelam como produzem formas de viver e educar a infância e a juventude
contemporâneas.
Numa sociedade marcada pela rápida difusão das informações, pelo ritmo
acelerado da vida moderna, pela valorização das vivências em detrimento das
experiências, a relação dos adultos com a infância e a juventude é marcada por
alguns paradoxos. Segundo Sarmento e Pinto (1997), existe um paradoxo maior
que perpassa as iniciativas voltadas para a educação das crianças e jovens que é

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o de “às crianças ser atribuído o futuro do mundo num presente de opressão. Esta
concepção é constitutiva da infância como categoria social e exprime-se quer no
respectivo estatuto social, quer ainda no valor que lhe é atribuída pela instituição
criada por excelência para a infância: a escola.” (Sarmento e Pinto, 1997, p. 12)
Desse paradoxo maior, apontado pelos autores, derivam outros com os quais a
sociedade, de forma mais ampla, e a escola, de forma mais restrita, têm que se
haver: e que se revelam
(...) no facto de adultos desejarem e gostarem das crianças, apesar de “produzirem”
cada vez menos crianças e cada vez disporem de menos tempo e espaço para
elas; no facto de os adultos acreditarem que é bom para as crianças e os pais
estarem juntos, mas cada vez mais viverem o seu quotidiano separados uns dos
outros; no facto de os adultos valorizarem a espontaneidade das crianças, mas as
vidas das crianças serem cada vez mais submetidas às regras das instituições; no
facto de os adultos postularem que deve ser dada prioridade às crianças, mas cada
vez mais as decisões políticas e econômicas com efeito na vida das crianças serem
tomadas sem as ter em conta; no facto de haver uma maioria de adultos que
defende que o melhor para as crianças é que os seus pais assumam a maior quota-
parte de responsabilidade por elas, ao mesmo tempo que as condições estruturais
para o fazer são reduzidas; no facto de os adultos concordarem que deve ser dada
às crianças a melhor iniciação à vida, ao mesmo tempo que as crianças
permanecem longamente afastadas da vida social; no facto de os adultos
concordarem em geral que as crianças devem ser educadas para a liberdade e a
democracia, ao mesmo tempo que a organização social dos serviços para a infância
assenta geralmente no controlo e na disciplina; no facto de, sendo as escolas
consideradas pelos adultos como importantes para a sociedade, não ser
reconhecido como válido o contributo das crianças para a produção do
conhecimento; no facto de, em termos materiais, a infância ser importante para a
sociedade, mais do que para os próprios pais, ao mesmo tempo que a sociedade
deixa a maior parte das despesas ao cuidado dos pais e das crianças. (Qvortrup,
1995:9, apud Sarmento e Pinto, 1997, p. 12-13)

Esses e outros paradoxos que marcam a vivência da infância na


contemporaneidade constituem-se em pontos de reflexão pela escola com relação
a seu papel frente às crianças, jovens e suas famílias para a consecução de seus
objetivos. Apontam, ainda, a necessária integração entre escola e família, com
vistas à promoção de uma educação de qualidade.
Nesta Proposta Pedagógica firmamos nossa concepção da infância e da
juventude como categorias sociais, que produzem cultura ao mesmo tempo em
que nela são produzidas, o que afirma a importância do protagonismo da criança
nas práticas educativas que a eles são direcionadas.

21
Considerando as crianças como sujeitos sociais, que trazem para a escola a
cultura de seu meio social de origem, faz-se necessário que esta instituição abra
um leque de possibilidades para a expressão dessa cultura a partir de múltiplas
linguagens, assim como para a ampliação do repertório cultural e artístico de seus
alunos, desenvolvendo as competências cognitivas, comunicativas e sócio
emocionais de maneira bem dimensionada aos segmentos em que atua.
Coerente com essa concepção, na definição e desenvolvimento dos
Projetos de Trabalho busca-se trazer para o espaço da escola os diferentes
aspectos ligados à vida e aos interesses das crianças, assim proporcionar a elas
vivências significativas dentro e fora da escola, capazes de responder e instigar à
sua curiosidade e criatividade, tornando o espaço da escola um espaço vivo.
Os projetos são definidos a partir das necessidades e interesses manifestos
pelas crianças e sua duração é variada, dependendo do envolvimento do grupo
nas situações propostas.

VIII- METODOLOGIA

A metodologia de trabalho adotada na educação infantil baseia-se numa


concepção da criança como um ser inserido num ambiente social determinado e
fazendo parte de um contexto histórico específico. Concebe a criança como sujeito
dotado de potencialidades e características próprias, mas, acima de tudo,
pertencente a um contexto sócio histórico que participa da constituição de sua
subjetividade e de sua visão de mundo. É a partir dessa inserção da criança em
um contexto sócio cultural específico que ela constrói seus conhecimentos, em
interação com o meio e outros sujeitos com os quais interage na escola e fora
dela. Dessa forma, a criança desenvolve suas competências gerais cognitivas,
comunicativas e sócio emocionais.
Nessa perspectiva, o aluno é um sujeito ativo no seu processo de
construção de conhecimentos e todo o processo educativo deve estar pautado por
suas necessidades, interesses e motivações.
O professor deve ser um observador sensível a essas necessidades,
interesses e motivações, porém, muito mais que um mero espectador, ele deverá

22
ser um mediador no processo de interação da criança com o meio, participando
ativamente do seu processo de construção do conhecimento, oferecendo-lhe
desafios e auxiliando-a na superação dos mesmos.
Consideramos de fundamental importância não só nessa, como em todas
as etapas da vida escolar da criança, um profundo envolvimento entre a família e
a escola. Só a partir de um trabalho conjunto entre essas duas instituições torna-
se possível o alcance da meta de um desenvolvimento integral da criança. A
relação entre a escola e a família deve pautar-se pela cooperação entre ambas,
superando os limites estreitos das atitudes de cobrança mútua, para que a
educação familiar e a educação escolar tenham plena sintonia e significado para o
educando.
O contato com as famílias acontece, de forma assistemática, nos encontros
diários entre professores e responsáveis. Além deste contato assistemático,
periodicamente são realizadas reuniões com os pais, direção e coordenação,
visando a uma troca mais efetiva de opiniões e informações.
Há, também, encontros individuais bimestrais entre professores,
responsáveis e coordenação, com o objetivo de uma troca de informações e
impressões acerca do desenvolvimento das crianças. Desse modo, desejamos
cada vez mais integrar nossos professores, alunos e responsáveis, num trabalho
onde estejamos dividindo responsabilidades, anseios, sucessos, certezas e
incertezas.
Na educação infantil as atividades se desenvolvem a partir de Projetos
Temáticos em torno dos quais se organizam as experiências das crianças com
produções artístico-culturais e com os objetos do conhecimento( linguagem
escrita, conhecimento lógico-matemático, ciências naturais e sociais ). Espera-se
que as crianças possam expressar-se através de múltiplas linguagens( a dança, a
música, a gestualidade, a linguagem lógico-matemática, a linguagem escrita, as
artes plásticas, o brinquedo e etc ), com relação aos conhecimentos que vão
construindo na busca de respostas às suas curiosidades e indagações.
A Pedagogia de Projetos tem suas origens na obra de John Dewey e de
outros pensadores da chamada Pedagogia Ativa. Para Dewey, “a educação é um
processo de vida e não uma preparação para a vida futura e a escola deve

23
representar a vida presente – tão real e vital para o aluno como o que ele vive em
casa, no bairro ou no pátio”.(Dewey, 1897).

IX- AVALIAÇÃO

*AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL: A viabilização de qualquer Projeto Político


Pedagógico requer um processo constante de avaliação por parte dos sujeitos
envolvidos na aplicação deste projeto ou proposta. Pais, alunos, professores,
funcionários e direção devem, permanentemente, avaliarem o trabalho
desenvolvido, com vistas à sua reformulação sempre que se fizer necessária.
Reuniões periódicas entre os professores, coordenadores e diretores
constituem-se em instrumentos para a efetivação dessa avaliação conjunta. Tais
reuniões são divididas em momentos distintos nos quais há, inicialmente, um
encontro entre professores e direção, com vistas a uma avaliação dos aspectos
gerais relativos à Instituição como um todo e ao processo pedagógico de forma
mais ampla. Num segundo momento, professores e coordenadores reúnem-se
para estudo de textos previamente selecionados e para uma avaliação mais
detalhada do trabalho desenvolvido em cada uma das disciplinas, dos respectivos
segmentos.
As reuniões de pais, professores, coordenação e direção possibilitam a
troca constante de opiniões acerca do trabalho desenvolvido com as crianças. A
dinâmica dessas reuniões é definida em conjunto por direção, coordenação e
supervisão, se for o caso.
Outro instrumento de avaliação interna e externa importante é a pesquisa
avaliativa, uma prática que vem sendo adotada pela Instituição, periodicamente. A
pesquisa consiste num questionário enviado aos pais das crianças com questões
relativas a todos os setores da escola. A partir das respostas dadas pelos pais,
busca-se a superação das deficiências apontadas e uma consequente melhoria de
qualidade dos serviços oferecidos. A MASCI - Machado Sobrinho Consultoria
Integrada - Empresa Júnior da Faculdade Machado Sobrinho, é a responsável
pela tabulação desta pesquisa, realizando um trabalho integrado com todos os
setores do Colégio.

24
*AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DAS CRIANÇAS: De acordo com
o estabelecido na LDB, as estratégias de avaliação são organizadas “através do
acompanhamento e dos registros de etapas alcançadas nos cuidados e na
educação para crianças de 0 a 5 anos, sem o objetivo de promoção, mesmo para
o acesso ao ensino fundamental”. (BRASIL, CNE/CEB, 13/04/1999).
No Colégio Machado Sobrinho são utilizados alguns instrumentos que
permitem esse processo de acompanhamento e registro: RELATÓRIO
DESCRITIVO DA APRENDIZAGEM E DO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA:
relatório bimestral, no qual são registrados aspectos ligados a integração da
criança no grupo, as práticas de alimentação e higiene realizadas com os
pequenos, a progressiva construção da autonomia da criança e seu envolvimento
nas atividades realizadas, desenvolvimento físico, cognitivo, comunicativo e sócio
emocional; FICHA GLOBAL: ficha bimestral, na qual são registrados os objetivos
do trabalho de cada Unidade Temática e o alcance ou não desses objetivos;
PORTFÓLIO: de periodicidade bimestral, se constitui de numa coleção de
atividades especialmente significativas para a criança; FICHA DE AVALIAÇÃO DA
LÍNGUA INGLESA: ficha bimestral, na qual são registrados os objetivos e os
resultados obtidos pelas crianças.
Além desses instrumentos são registrados em fotos e vídeos diferentes
momentos do desenvolvimento dos Projetos Temáticos. Essas fotos e vídeos são
compartilhados com as crianças e suas famílias, inclusive, algumas, dispostas nas
redes sociais que a instituição utiliza, de modo que possam acompanhar o
trabalho realizado ao longo das Unidades.
Os instrumentos de avaliação permitem aos professores, às crianças e às
suas famílias o acompanhamento do trabalho realizado, assim como a definição
dos encaminhamentos necessários ao prosseguimento do mesmo com vistas ao
alcance dos objetivos propostos.
Os relatórios descritivos, as fichas globais e os portfólios são de
responsabilidade das professoras regentes. As fichas de avaliação de língua
inglesa são de responsabilidade das professoras de inglês.
Os relatórios descritivos da aprendizagem e do desenvolvimento das
crianças têm por base as observações diárias e os registros realizados no

25
decorrer do bimestre. A escola promove a entrega dos relatórios, das fichas e dos
portfólios individuais às famílias, bimestralmente, no total de 04( quatro ) por ano
letivo, sempre assinados pelo professor e pela Coordenação Pedagógica do
segmento( exceto os portfólios ).
Havendo desligamento/transferência, em qualquer época do ano, tais
relatórios descritivos são entregues às famílias para que possam ser
encaminhados à escola de destino, garantindo, assim, a continuidade dos
processos educativos vividos pela criança, conforme inciso V, do Art. 31 da Lei nº
12.796/13.
Uma cópia de cada relatório descritivo é arquivada na pasta individual da
criança.

X- ARTICULAÇÃO COM A FAMÍLIA E COM A COMUNIDADE

Ao conceber o educando enquanto sujeito histórico-cultural, a escola


assume o desafio de manter-se integrada à comunidade na qual está inserida.
Essa integração se dá tanto por um movimento de trazer-se a escola as questões
relevantes à comunidade como um todo, quanto pelo movimento de levar-se as
crianças a saírem da escola para a comunidade, em atividades pedagógicas
externas, nas quais estejam em contato direto com aspectos da vida cultural,
social e política da cidade.
É enfatizada, também, tanto a partir dos conteúdos pedagógicos
trabalhados, quanto em atividades culturais desenvolvidas na escola, a
contribuição trazida por diferentes povos para a formação da cultura brasileira
(africanos, indígenas e imigrantes de diversas origens). Tal ênfase tem por
objetivo contemplar a pluralidade cultural que marca a cultura nacional,
atendendo, ainda, ao previsto na Lei nº 10.639, de 09/01/03, que indica a inclusão
da temática ”História e Cultura Afro-Brasileira” no currículo das escolas oficiais e
particulares.
A coordenação pedagógica, promove atividades culturais, de cunho
pedagógico e de lazer, dentro e fora da escola, que possibilitam às crianças um
enriquecimento de seu repertório cultural e uma vivência dos temas abordados

26
nas diferentes atividades do cotidiano escolar. Além disso, contribuem para uma
integração entre os grupos de funcionários, professores, crianças e pais, a partir
da promoção de encontros e confraternizações.
As reuniões de pais e professores, de acordo com o planejamento escolar,
com o intuito de estreitar os laços entre família e escola, são também um
importante mecanismo de integração escola/comunidade.
Outras formas de integração escola/comunidade são os mecanismos de
avaliação interna e externa da instituição, que visam levantar e, na medida do
possível, acolher as demandas da comunidade envolvida com o trabalho da
escola (crianças, pais, professores e funcionários) com relação a diversos
aspectos envolvidos na organização e funcionamento do Colégio.

XI- ARTICULAÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL COM O ENSINO FUNDAMENTAL

Espera-se que ao longo do período de permanência da criança na


educação infantil ela construa as competências gerais básicas que lhes permita:
* expressar-se através de múltiplas linguagens (dança, música,
gestualidade, artes plásticas, brincadeiras, linguagem escrita,
linguagem matemática, dentre outras);
* formular, testar, comprovar e/ou refutar hipóteses sobre
fenômenos do mundo social e cultural no qual está inserida;
* perceber e iniciar a utilização da linguagem escrita como forma de
interação entre os sujeitos em diferentes situações sociais nas
quais esta forma de linguagem está presente;
* conhecer e valorizar aspectos da cultura de seu grupo de
referência e de produções culturais da humanidade;
* acolher e valorizar as diferenças nas relações interpessoais;
* construir uma progressiva autonomia intelectual e na realização
de ações cotidianas;
* desenvolver-se nos aspectos físico, cognitivo, afetivo, construindo
uma imagem positiva de si mesmo e aprendendo a conviver com
os outros;

27
* desenvolver uma atitude positiva, crítica e criativa diante dos
desafios, confiando em suas possibilidades de superá-los;
* Conhecer e desenvolver valores relacionados à empatia,
autogestão e cidadania, proporcionais à sua idade e
amadurecimento.
Dessa forma, construídas tais competências gerais, a interação das
crianças da Educação Infantil com os alunos do ensino fundamental será natural e
garantirá os resultados pedagógicos almejados na Proposta Pedagógica daquele
segmento.

XII- EDUCAÇÃO ESPECIAL

O respeito e o acolhimento à diversidade se revelam como condições


necessárias para que tanto as crianças quanto suas famílias sintam-se bem na
instituição. Tal atitude de acolhimento se materializa em ações que têm o objetivo
de consolidar um trabalho integrado entre família e escola, promovendo
oportunidades de convívio entre docentes, crianças e familiares em momentos de
lazer e de reflexão conjunta acerca das melhores alternativas para a educação
das crianças.
Coerente com a concepção de criança enquanto sujeito do processo de
ensino-aprendizagem, esta proposta pedagógica destaca a importância e a
necessidade de acolhimento e valorização das características individuais de seus
alunos, principalmente quando essas características se traduzem em algum tipo
de necessidade educativa especial, sejam aquelas manifestas pelos ritmos
próprios de desenvolvimento e aprendizagem que cada sujeito apresenta, sejam
aquelas derivadas de algum tipo de deficiência apresentada pelo aluno, de
natureza física e/ou psicológica.
Nessa perspectiva inclusiva, o Colégio Machado Sobrinho tem desenvolvido
ações no sentido de oferecer aos seus educandos, portadores ou não de algum
tipo de deficiência, condições de acesso e progressão com sucesso em seu
processo de escolarização. Essas ações se traduzem em: humanização dos
espaços físicos da instituição e adequação dos mesmos às necessidades físicas,

28
emocionais e cognitivas dos alunos; investimento na formação de seus
profissionais; equipe de apoio auxiliar, com formação acadêmica adequada;
integração dos profissionais da escola aos profissionais que atendem os alunos
em serviços especiais externos ao ambiente acadêmico(fonoaudiólogos,
psicólogos, neurologistas e etc.), custeados pelas famílias; investimento em
equipamentos capazes de tornarem as aulas mais atrativas; trabalho de
conscientização dos alunos e suas famílias com relação à importância do
acolhimento à diferença; atuação do serviço de psicologia, dentre outras;
adequação dos instrumentos de avaliação de modo a contemplar os diferentes
ritmos de aprendizagem das crianças e as necessidades educativas especiais por
elas manifestas.
As ações acima relacionadas têm proporcionado significativos progressos
no processo de inclusão e integração de crianças com deficiência bem como
aqueles que apresentam ritmos de desenvolvimento e aprendizagem peculiares.
Na integração dessas ações exercem importante papel as coordenações
pedagógicas e o serviço de apoio psicológico, desde a definição dos PDIs, ao
acompanhamento bimestral das atividades propostas, bem como na avaliação e
relatório final.

XIII- O trabalho com a informática e o inglês na educação infantil

São oferecidas às crianças da educação infantil aulas de informática e


inglês com o objetivo de familiarizá-las com o uso de novas tecnologias e de
expandir seu repertório artístico-cultural, também na segunda língua.
As aulas de informática são oferecidas a partir dos 02 anos de idade e são
organizadas tomando como referência os Projetos Temáticos que estejam sendo
focalizados ao longo do ano letivo. Essas aulas acontecem no laboratório de
informática, onde são propostas às crianças atividades nas quais elas são
desafiadas a utilizarem o computador para fazer novas descobertas de forma
lúdica e prazerosa, de modo a perceberem a utilidade, funcionalidade e algumas
possibilidades de uso dessa ferramenta tecnológica nas suas vidas.

29
A partir de 2019, será implantado o programa bilíngue, desde o maternal,
de modo a expandir o repertório artístico-cultural das crianças. Dessa forma, as
aulas de inglês, já existentes na escola, serão ministradas em maior carga horária
semanal e em espaços equipados adequadamente. Essa implantação será
imediata na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental. A partir
dos 02( dois ) anos de idade, as crianças já desenvolveram um bom repertório oral
em sua língua materna e, portanto, estão aptas a terem o contato com uma outra
língua, a partir de situações lúdicas como jogos, dramatizações e músicas. Além
da aprendizagem da língua estrangeira são focalizadas, nesses momentos,
múltiplas formas de expressão( através do desenho, da música, da dança, da
gestualidade, da dramatização e etc).

XIV- PERFIL E PAPEL DA COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA

A organização das ações pedagógicas do Colégio Machado Sobrinho é


responsabilidade da direção pedagógica e da direção executiva em integração
com os coordenadores pedagógicos, assim divididos: coordenador de educação
infantil e anos iniciais do ensino fundamental; coordenador dos anos finais do
ensino fundamental e coordenador do ensino médio.
Assim como os professores, os coordenadores devem estar,
permanentemente, buscando um aprimoramento da prática pedagógica
desenvolvida na Instituição. Caberá a esses profissionais a tarefa de atuar como
facilitadores do trabalho dos professores, assim com integradores do trabalho
desenvolvido nos diferentes segmentos e setores da Instituição. Deverão oferecer
aos professores, com o apoio das direções pedagógica e executiva, condições
materiais e de acesso a fontes de informação que possam enriquecer a ação
docente.
Cabe, ainda, aos coordenadores pedagógicos, apoiados pela direção:
organizar palestras dirigidas a pais, alunos e professores; participar, organizar e
dirigir, quando for o caso, as reuniões pedagógicas; organizar e dirigir atividades
culturais e de lazer que envolvam alunos, famílias, professores e funcionários,
assim como incentivar e colaborar com as atividades promovidas pelos

30
professores; acompanhar o processo de ensino-aprendizagem zelando por sua
qualidade e atuando, ao lado das famílias, dos professores, da direção e demais
setores de apoio acadêmico, para solução dos problemas que porventura surjam
no percurso acadêmico dos alunos, inclusive os disciplinares.

XV- PERFIL E PAPEL DO SERVIÇO DE PSICOLOGIA

O serviço de psicologia é oferecido pela Instituição com o objetivo de


favorecer o desenvolvimento integral do aluno, pois o aspecto do desenvolvimento
sócio emocional deve ser considerado, destacadamente, no processo ensino-
aprendizagem.
Deve-se ressaltar que a função do Psicólogo Escolar é de apoio,
aconselhamento, prevenção, intervenção e encaminhamento.
As atividades desenvolvidas são: atender aos alunos que apresentem
dificuldade de relacionamento, de aprendizagem, problemas familiares, dentre
outros; atender aos pais, ou responsáveis, sempre que for solicitado por estes ou
quando necessário ao trabalho desenvolvido com o aluno; encaminhar a outro
profissional quando a situação em questão não puder ser trabalhada no âmbito da
psicologia escolar; acompanhar o aluno que realiza algum tipo de tratamento extra
escola(psicoterápico, psicopedagógico, fonoaudiólogo, neurológico...),
estabelecendo contato com o(s) profissional(is) responsável(ies); desenvolver o
trabalho de Orientação Vocacional com os alunos do Ensino Médio; promover
atividades que contribuam para o desenvolvimento integral do aluno; acompanhar
os professores e funcionários em suas dificuldades sempre que solicitada ou se
fizer necessário; intermediar as relações entre os alunos, coordenadores e
professores, quando for pertinente; propiciar reuniões para integração do grupo,
bem como para o desenvolvimento de competências e habilidades necessárias;
atuar de forma integrada junto às coordenações pedagógicas e à direção da
Instituição.

31
ENSINO FUNDAMENTAL
I - INTRODUÇÃO

Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei nº


9.394/96:

Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, com duração de 09( nove ) anos, gratuito
na escola pública, iniciando-se aos 06( seis ) anos de idade, terá por objetivo a
formação básica do cidadão, mediante:

I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o


pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;

II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da


tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;

III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a


aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;

IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade


humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.

Os preceitos legais acima enunciados implicam na necessidade de que o


aluno desenvolva sua capacidade de aprender, de compreender o ambiente
natural e cultural no qual está inserido e de, a partir dessa compreensão,
desenvolver seu sistema de valores, adotando uma postura de acolhimento,
respeito e aceitação dos outros.
Nessa perspectiva, o aluno é sujeito ativo de seu processo de construção
de conhecimentos e o professor um mediador desse processo.
No ensino fundamental, o Colégio Machado Sobrinho dá continuidade à
filosofia de trabalho que norteia e educação infantil, focalizando o educando como
ser total e indivisível que, portanto, precisa ser assistido de forma integral no seu
processo de desenvolvimento.
Desde o ano de 2007, o Colégio Machado Sobrinho passou a adotar o
ensino fundamental de 09 anos. Dessa forma, as crianças de 06( seis ) anos, que
até 2006 eram matriculadas no segmento da educação infantil, a partir de 2007
foram matriculadas na série inicial do ensino fundamental, denominada,

32
inicialmente, “fase introdutória”. O ensino fundamental passou, então, a ter a
seguinte estrutura:

IDADE DE SÉRIE ATÉ 2006 SÉRIE A PARTIR


REFERÊNCIA1 DE 2007
06 anos 3º.Período Fase Introdutória Anos iniciais
(educação infantil) (FI) do Ensino
07 anos 1ª. série 1ªsérie Fundamental
08 anos 2ª. série 2ª. Série
09 anos 3ª. série 3ª. Série
10 anos 4ª. série 4ª. Série
11 anos 5ª. série 5ª. Série Anos finais do
12 anos 6ª. série 6ª. Série Ensino
13 anos 7ª. série 7. série Fundamental
14 anos 8ª. série 8ª. série

A opção pela organização acima estava fundamentada em razões de


ordem prática e pedagógica. Entendemos que a ampliação do ensino fundamental
para 09 anos teve como objetivo, primordial, garantir às crianças que buscavam a
rede pública de ensino o acesso à educação já a partir dos 06 anos. Na rede
privada essa questão não se colocava, uma vez que a oferta era suficiente para
atender à demanda. Destacamos a importância de manter, em temos
pedagógicos, a estrutura de trabalho que antes se realizava com as crianças de
06 anos, marcando uma posição de que essas crianças não devam ser
precocemente escolarizadas no sentido de submetidas a práticas pedagógicas
que desconsiderem as peculiaridades de sua faixa etária. Nesse sentido, a criação
de uma Fase Introdutória deixava claro que, embora sendo parte do ensino
fundamental, essa fase guardava diferenças em relação às subsequentes.

1
A partir da 1ª. Série, as idades são referências, uma vez que pode acontecer de o aluno fazer mais de uma
vez uma mesma série ou ainda não ter completado a idade de referência quando do ingresso na série.

33
Consideramos, entretanto, que a migração da denominação 1ª. Série para
esta etapa, criando-se uma nona série, além de trazer, inicialmente, confusões de
ordem prática poderia conduzir, também, a uma interpretação de que os
conteúdos abordados com as crianças de 07 anos (antiga 1ª. Série), passariam a
ser abordados com as crianças de 06 anos, o que não corresponderia à realidade.
O termo introdutória traduzia, contudo, de forma mais satisfatória a concepção
que orientava os debates realizados com o corpo docente e com as famílias dos
alunos acerca da adoção do ensino fundamental de 09 anos, qual seja a de que
essa passagem poderia contribuir para que algumas práticas que vinham se
revelando exitosas na educação infantil pudessem ser adotadas também no
ensino fundamental, salvaguardando as especificidades da faixa etária dos alunos.
A Fase Introdutória, nesses anos, serviu de ligação entre as perspectivas e
objetivos de trabalho da educação infantil e aqueles próprios ao ensino
fundamental, fazendo uma “ponte” entre ambos e contribuindo para que essa
passagem fosse vivida de forma natural e prazerosa pelas crianças e por suas
famílias.
Vale ressaltar, no ensejo, que, gradativamente, as “séries” foram sendo
substituídas por “anos” e, consequentemente, a configuração inicial deixou de
existir e o segmento passou a ser organizado do 1o ao 9o ano, em conformidade
com a legislação em vigor.

II - O ESPAÇO FÍSICO DESTINADO AO ENSINO FUNDAMENTAL

No 1o ano, as crianças utilizam os mesmos espaços utilizados pelas


crianças da educação infantil.
Todos os alunos do ensino fundamental dispõem, além de salas de aulas
amplas e arejadas, dos seguintes espaços para o desenvolvimento das atividades
pedagógicas: laboratório de informática, sala de línguas, sala multimídia, biblioteca
infantil e biblioteca juvenil, sala de artes e quadra de esportes.
O laboratório de informática e a biblioteca juvenil podem ser utilizados fora
dos horários de aulas para pesquisas e realização de trabalhos solicitados pelos

34
professores. Em ambos os espaços, a supervisão de funcionários aptos a
auxiliarem os alunos em seus trabalhos é indispensável.
Decidir sobre as regras de utilização dos espaços, assim como desenvolver
atitudes de cuidado e preservação dos mesmos faz parte do projeto educativo da
instituição.

III - METODOLOGIA DE TRABALHO NO ENSINO FUNDAMENTAL

Conceber o aluno como sujeito ativo de seu processo de construção do


conhecimento representa a opção por uma metodologia de trabalho centrada na
atividade do mesmo e em seus interesses e motivações. É a partir da interação do
aluno com seu meio ambiente, mediado por outros alunos com os quais convive e
pelo professor, que se efetivará a meta de que esse aluno conquiste,
progressivamente, autonomia com relação aos seus processos de aprendizagem
e desenvolvimento.
Desse modo, são oferecidas ao aluno oportunidades de contato com
diversas fontes de informação e orientações sobre como essas informações
podem ser utilizadas de forma significativa em diferentes situações, assim como
ambientes ricos em estímulos.
A sala de aula deve constituir-se num espaço de trocas interpessoais, de
debate e reflexão acerca das experiências prévias de alunos e professores com
vistas ao aprendizado do novo. Devem ser valorizadas as atividades nas quais o
aluno possa estar em contato com diferentes ambientes, realizando observações,
expandindo seus horizontes culturais e desenvolvendo seu senso crítico, criativo e
estético.
No ensino fundamental, os Projetos Temáticos realizados adquirem
algumas características peculiares. Esses Projetos podem ser de dois tipos:
a) Projetos incorporados ao calendário da Instituição, que se repetem a
cada ano com diferentes enfoques. Esses projetos são: Semana
Literária, Feira de Ciências, Semana Machadense e outros;
b) Projetos desenvolvidos no âmbito de alguma disciplina ou segmento
específico (séries iniciais ou séries finais do ensino fundamental).

35
É a partir desses Projetos Temáticos que os Temas Transversais (Ética,
Pluralidade Cultural, Orientação Sexual, Saúde e, ainda, os temas locais), assim
como aspectos da História e Cultura Afro-Brasileira, se constituem em eixos de
trabalho que articulam as demais disciplinas do quadro curricular do ensino
fundamental, séries iniciais e finais, bem como são desenvolvidas as
competências gerais cognitivas, comunicativas e sócio emocionais.
A adoção de uma metodologia de trabalho centrada nos interesses e
experiências do aluno requer, também, um envolvimento ativo da família e da
comunidade na qual o aluno está inserido. Professores e pais deverão ser
parceiros no projeto de formação do cidadão crítico, criativo e bilíngue, apto a lidar
com os desafios do mundo moderno. Por essa razão, as famílias são envolvidas
nos Projetos Temáticos desenvolvidos pela escola, sendo convidadas a contribuir
na realização dos mesmos e a participar das apresentações das produções dos
alunos.

 O trabalho com a informática e o inglês no ensino fundamental

A sociedade contemporânea, marcada pelos processos de globalização e


pela difusão rápida de informações coloca à escola a demanda de preparar seus
alunos de modo a que possam usufruir os benefícios que a tecnologia traz aos
seres humanos desenvolvendo, ao mesmo tempo, uma consciência crítica com
relação aos usos dessas ferramentas e as repercussões sociais dessas
conquistas.
É dever da escola oferecer aos alunos oportunidades de contato com as
modernas tecnologias, capacitando-os para o uso das mesmas em diversas
possibilidades, no cotidiano.
O trabalho realizado em informática tem o objetivo de familiarizar o aluno
com o uso dessas tecnologias, colocando-as a serviço de seu processo de
construção de conhecimentos. Esse trabalho é realizado em integração com as
demais disciplinas que compõem o quadro curricular do ensino fundamental,

36
oferecendo novas possibilidades de abordagem tanto do conteúdo das disciplinas
quanto das questões nascidas dos Projetos de Trabalho.
A avaliação desse trabalho se faz a partir do desempenho dos alunos nas
demais disciplinas, sem atribuição de notas ou conceitos e sem o objetivo de
promoção às series ou anos posteriores.
A partir de 2019, será implantado o programa bilíngue, desde a educação
infantil, de modo a expandir o repertório artístico-cultural dos alunos, além de
alfabetizá-los na segunda língua também. Dessa forma, as aulas de inglês, já
existentes na escola, serão ministradas em maior carga horária semanal e em
espaços equipados adequadamente. Essa implantação será imediata até o 5º ano
e, gradativa, nos anos seguintes, finalizando essa etapa de implantação em 2.023
quando o 9º ano estiver, igualmente, integrado no programa bilíngue. Espera-se
que o aluno participante desse programa desde o maternal, chegue ao final do
ensino fundamental com boa fluência oral, além de dominar a escrita e a leitura da
segunda língua, inclusive estando apto a participar dos exames de certificação
internacional.
Nos anos iniciais do ensino fundamental o objetivo da disciplina é promover
uma familiaridade com a língua estrangeira, tanto oral quanto escrita, a partir de
experiências prazerosas e significativas, nas quais a língua estrangeira seja
utilizada como forma de interação entre os sujeitos.
A avaliação do trabalho realizado em língua estrangeira se faz pelo
acompanhamento e registro das etapas alcançadas pelo aluno, em seu contato
com a língua estrangeira, bem como através de trabalhos, testes e provas escritas
e orais, com atribuição de nota bimestral a partir do 2º ano.
Nos anos finais do ensino fundamental( 6o ao 9o ano ), os objetivos do
trabalho com a língua estrangeira, além daqueles expressos nos Parâmetros
Curriculares Nacionais e na base nacional comum curricular, são complementar a
formação bilíngue do aluno, de maneira que ele adquira a fluência oral, a
compreensão, o domínio da escrita e da leitura da língua.

37
IV - A ORGANIZAÇÃO DO TEMPO NO ENSINO FUNDAMENTAL

Nos anos iniciais do ensino fundamental a organização das rotinas é um


trabalho coletivo entre alunos e professores. Essa organização visa permitir que
alunos e professores possam organizar seu dia dispondo de momentos para o
planejamento, a execução e a avaliação das atividades no cotidiano. No 1o ano, a
organização do tempo segue os mesmos parâmetros adotados com as crianças
da educação infantil, garantindo-se o tempo necessário para os jogos e as
brincadeiras.
Entre o 1º e o 5º ano, as disciplinas que compõem o quadro curricular do
segmento são ministradas pelos professores de forma integrada e interdisciplinar,
sendo as aulas distribuídas ao longo da semana de acordo com o ritmo da turma e
com os projetos em andamento, buscando-se, na organização daquelas,
privilegiar as atividades lúdicas e a exploração dos diferentes espaços da
Instituição pelos alunos.
Ao longo das aulas são alternadas atividades individuais, em grupo, em
duplas e etc, de modo que os alunos tenham a oportunidade de aprender a
trabalhar sozinhos, com autonomia e, também, coletivamente, respeitando as
regras estabelecidas pelo grupo.
Entre o 6º e o 9º ano, o tempo é divido em aulas de 50 minutos, podendo
haver aulas geminadas. É desejável que o aluno possa dispor, ao longo de seu
dia, de momentos para planejar, executar com envolvimento e avaliar suas ações
e as atividades realizadas.

V - OS PROFISSIONAIS QUE ATUAM NO ENSINO FUNDAMENTAL

Assim como na educação infantil, destaca-se, com relação ao ensino


fundamental, a importância de que os profissionais que trabalham com as crianças
e jovens do ensino fundamental sejam sensíveis às necessidades e interesses de
seus alunos. Em geral, o professor se constitui num exemplo para seus alunos,
razão pela qual é fundamental que esse profissional adote posturas éticas, uma
vez que ele ensina mais por suas ações que por suas palavras. Atitudes de

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afetividade, disponibilidade ao outro, interesse pelos processos de aprendizagem
e desenvolvimento dos alunos são fundamentais a esses mestres e fazem com
que os alunos e suas famílias sintam-se acolhidos na instituição.

VI - MECANISMOS DE AVALIAÇÃO DOS ALUNOS

No 1o ano, os critérios e instrumentos de avaliação são os mesmos utilizados


na educação infantil, considerando que, de acordo com o 3o Relatório do
Programa de Ampliação do Ensino Fundamental para nove anos publicado pelo
MEC/SEB em maio de 2006, encontramos a seguinte orientação:
Quanto à avaliação da aprendizagem no primeiro ano do ensino fundamental de
nove anos, faz-se necessário assumir como princípio que a escola deve assegurar
aprendizagem de qualidade para todos; assumir a avaliação como princípio
processual, diagnóstico, participativo, formativo, com o objetivo de redimensionar a
ação pedagógica; elaborar instrumentos e procedimentos de observação, de registro
de reflexão constante do processo de ensino-aprendizagem; romper com a prática
tradicional de avaliação limitada a resultados finais traduzidos em notas e romper,
também, com o caráter meramente classificatório(BRASIL, MEC/SEB, 2006).

Considerando o exposto acima, e, ainda, que os instrumentos de avaliação


utilizados no segmento da educação infantil possibilitam a observação, o registro a
reflexão sobre o processo de ensino-aprendizagem, sendo coerentes com a
especificidade da vivência desse processo pela criança pequena, a ficha de
acompanhamento individual, o relatório de observações do professor, a ficha
global e o portfólio individual serão, também, os instrumentos de avaliação dos
alunos no 1o ano. A esses instrumentos, não são atribuídas notas ou conceitos,
caracterizando-se por serem relatórios descritivos, que permitem o
acompanhamento dos alunos e a reflexão sobre o encaminhamento das ações
docentes com vistas à reformulação das mesmas.
Não apenas no tocante ao 1o ano, mas também nos anos posteriores do
ensino fundamental, cumpre destacar que ao avaliar o aluno o professor também
deve avaliar, em especial, o seu próprio trabalho, buscando novas formas de
conduzir suas ações. A avaliação deverá constituir-se, portanto, num processo
global, que objetive antes e acima de tudo, o pleno desenvolvimento das

39
capacidades do aluno. Não deverá constituir-se, em nenhum momento, em fator
de exclusão ou discriminação.
A partir do 2o ano do ensino fundamental, a avaliação se dá de forma
processual. Os instrumentos de avaliação utilizados visam estabelecer uma
continuidade com relação ao trabalho realizado na educação infantil e no 1º ano,
permitindo uma coerência com a perspectiva de um projeto formativo integrado do
aluno nas diversas etapas de sua escolarização. Esses instrumentos visam,
igualmente, contemplar a especificidade das ações pedagógicas que se realizam
nos anos iniciais e finais do ensino fundamental.
Constituem-se, ainda, instrumentos de avaliação os trabalhos realizados
individualmente, em duplas ou em grupos, na sala de aula e/ou em casa, testes,
provas e a participação em atividades diversas ligadas aos Projetos Temáticos.
A variedade de instrumentos avaliativos e as diversas situações de
avaliação são importantes para mensurar se o processo ensino-aprendizagem
está adequado e se as competências gerais cognitivas, comunicativas e sócio
emocionais estão sendo desenvolvidas plenamente.
A partir do 2o ano, para ser considerado apto para o ingresso no ano
posterior, o aluno deverá apresentar, em cada disciplina, exceto artes, educação
física e informática, um desempenho mínimo de 60% do total de pontos
distribuídos durante o ano letivo( são ao todo 100 pontos, divididos em 04
bimestres de 25 pontos cada um, para cada disciplina) e uma frequência, também
mínima, de 75%, no total.
Os resultados obtidos pelos alunos nos instrumentos avaliativos deverão
ser amplamente discutidos entre professores, alunos e pais, de modo que possa
haver uma retomada de aspectos que tenham se revelado falhos no processo
ensino-aprendizagem.

VII - Mecanismos de recuperação dos alunos

A avaliação, em qualquer etapa da escolarização, deve oferecer aos


professores elementos para redirecionar as ações pedagógicas, constituindo-se
em instrumento de diagnóstico das possibilidades e limites do trabalho que se

40
realiza na escola. Nesse sentido, é importante que o professor empreenda ações
que possibilitem a recuperação paralela, no dia a dia, com o objetivo de
possibilitar aos alunos que ainda não construíram as habilidades e competências
esperadas, que as construam.
A escola oferece ao aluno que alcançar resultado inferior à média( 60% ),
recuperação periódica obrigatória, a ser ministrada em outro turno,
preferencialmente, obedecidos os horários programados e o recolhimento da taxa
própria junto à tesouraria, de acordo com o calendário de inscrição.
A recuperação periódica é oferecida nos meses de agosto e setembro para
os alunos que obtiveram resultado inferior à média, levando-se em consideração o
somatório da nota do 1º( primeiro ) e do 2º( segundo ) bimestres, por disciplina. Na
recuperação, também é exigida a presença mínima de 75%, por disciplina.
Ao final da recuperação periódica é realizada uma prova com questões
relativas ao 1º( primeiro ) e ao 2º( segundo ) bimestres. Se o aluno obtiver nota
superior à bimestral, a nota será alterada no bimestre correspondente e corrigida
no boletim do 3º( terceiro ) bimestre. Caso contrário, prevalecerá a nota bimestral.
O aluno que alcançar, na soma total dos bimestres, por disciplina, entre 30
e 59 pontos será, obrigatoriamente, encaminhado à recuperação final, oferecida
após o término do ano letivo, na forma de Estudos Autônomos de Recuperação,
de acordo com o calendário escolar, respeitando-se as condições e os limites
estabelecidos no Regimento Escolar. No ensino fundamental, observar-se-á um
limite máximo de 03( três ) disciplinas para a recuperação final. Havendo uma
quarta disciplina em recuperação final, o aluno será, automaticamente,
considerado reprovado, não sendo admitido o regime de dependência.
Os mecanismos de avaliação e recuperação acima descritos têm o objetivo
de promover uma avaliação inclusiva, capaz de promover o aluno como pessoa,
oferecendo-lhe possibilidades de acompanhar seu processo de aprendizagem e
de responsabilizar-se por ele, juntamente com seus professores e sua família.

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ENSINO MÉDIO
I - INTRODUÇÃO

O contexto da globalização da economia repercute, na sociedade atual,


dentre outros fatores, no aumento vertiginoso do volume de informações à
disposição dos indivíduos, assim como uma diversidade de meios de acesso a
essas informações. Por outro lado, exige-se dos indivíduos que saibam fazer uso
criativo e crítico dessas informações, não apenas para que possam alcançar êxito
no campo profissional como, também, para que desfrutem de uma melhor
qualidade de vida e participem, produtivamente, em espaços coletivos.
Segundo documento do Ministério da Educação/ Secretaria de Educação
Básica, “no atual estágio de construção do conhecimento pela humanidade, a
dicotomia entre conhecimento geral e específico, entre ciência e técnica, ou
mesmo a visão de tecnologia como mera aplicação da ciência deve ser superada,
de tal forma que a escola incorpore a cultura técnica e a cultura geral na formação
plena dos sujeitos e na produção contínua de conhecimentos.”
(www.mec.gov.br/seb, acesso em 21/12/2006)
Considerando esse quadro, a formação do aluno em nível médio deve ter
um caráter geral, com ênfase no desenvolvimento “de capacidades de pesquisar,
buscar informações, analisá-las e selecioná-las; a capacidade de aprender, criar,
formular, ao invés do simples exercício de memorização”. (Brasil, 1998).
É preciso, igualmente, desenvolver competências gerais cognitivas,
comunicativas e sócio emocionais.

II - OBJETIVOS GERAIS

Sendo a etapa final da educação básica, no ensino médio o trabalho está


voltado para a consecução dos seguintes objetivos:
 consolidar e aprofundar os conhecimentos, as habilidades e as
atitudes adquiridos no ensino fundamental;

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 preparar para o trabalho e o exercício pleno da cidadania, na
perspectiva do aprender a aprender, de modo a estar apto a
corresponder às exigências do mundo atual;
 aprimorar o educando como pessoa humana, desenvolvendo o
senso ético e estético, com vistas a uma participação criativa,
crítica e autônoma na sociedade em que vive;
 relacionar aspectos teóricos aprendidos à prática, compreendendo
os fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos.

Esses objetivos são trabalhados e perseguidos nas diferentes disciplinas


que compõem o quadro curricular do ensino médio, a partir do trabalho integrado
das mesmas, nas três séries, levando-se em consideração, também, a preparação
para os concursos vestibulares da cidade e região.

III - METODOLOGIA DE TRABALHO NO ENSINO MÉDIO

Desenvolver no aluno a capacidade de aprender a aprender, estimular uma


postura curiosa e criativa diante dos fatos do cotidiano, relacionar aspectos
teóricos à prática, com vistas a uma inserção consciente no mundo do trabalho
são objetivos que exigem uma metodologia de trabalho que tome como ponto de
referência o aluno, suas reais necessidades e interesses. Desse modo, no ensino
médio, a metodologia adotada pauta-se por dois princípios básicos: a
interdisciplinaridade e a contextualização.
O trabalho, nas diferentes áreas de estudo, deve estar articulado de modo
que as questões referentes aos diversos conteúdos sejam abordadas de forma
orgânica, possibilitando a relação entre o saber acadêmico e aspectos vivenciais.
Para que isso seja possível, os professores devem estar em contato
frequente, sendo a Coordenação Pedagógica um elemento articulador das
diferentes disciplinas.
A introdução de novos conteúdos toma por base a observação dos
fenômenos e as experiências anteriores dos alunos, levando-os a refletir sobre

43
essas experiências de modo a construírem soluções criativas e pessoais para os
problemas apresentados.
Nesse sentido, a sala de aula deve constituir-se num espaço de trocas de
experiências e debates, de modo que possa haver uma construção coletiva de
conhecimentos. Esses conhecimentos devem levar a uma reflexão e a um
posicionamento frente à realidade. São privilegiadas as atividades nas quais os
alunos possam estar vivenciando os conhecimentos aprendidos como, por
exemplo, a visita a ambientes fora do espaço escolar, a promoção, no âmbito da
escola, de atividades que envolvam todo o corpo docente e discente na execução
de Projetos Temáticos, assim como a exposição de trabalhos desenvolvidos pelos
alunos. A ligação entre aspectos teóricos e práticos deve atender ao objetivo de
formar cidadãos reflexivos e criativos, competentes sócio emocionalmente, aptos a
lidarem criticamente com as questões de seu tempo, posicionando-se em relação
a elas e sendo capazes de criar soluções pessoais para os problemas cotidianos,
exigência principal no mundo do trabalho atual.
Na metodologia de trabalho adotada pelo Colégio Machado Sobrinho para o
ensino médio a coordenação pedagógica tem um importante papel como elemento
de apoio ao trabalho desenvolvido pelos professores, atuando junto a eles e aos
alunos na realização, também, de eventos dentro e fora da escola, oportunizando
ao aluno o contato com ambientes diversificados e estimuladores da criatividade e
da livre expressão.

IV - O ESPAÇO FÍSICO

Os espaços destinados ao ensino médio são basicamente os mesmos


utilizados pelos alunos do ensino fundamental.
Além do laboratório de informática, a sala multimídia é também um espaço
privilegiado para a diversificação das atividades que se realizam no ensino médio,
possibilitando o planejamento e realização de aulas mais criativas e motivantes.

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V - OS PROFISSIONAIS QUE ATUAM NO ENSINO MÉDIO

Assim como no ensino fundamental, no ensino médio o professor é visto


como elemento mediador privilegiado do processo de construção de
conhecimentos pelo aluno. Cabe a ele oferecer oportunidades para que o aluno
construa suas competências gerais cognitivas, comunicativas e sócio emocionais
a partir de experiências ricas, diversificadas e desafiadoras da criatividade.
Considerando que a reflexão sobre o papel do trabalho na vida do homem e
no desenvolvimento da sociedade é um tema privilegiado no currículo do ensino
médio, o professor, enquanto membro mais experiente do grupo deve estar apto a
oferecer subsídios para essa reflexão por parte dos alunos, o que requer do
professor, enquanto trabalhador, a valorização da sua atividade profissional. Para
que o professor possa estar atualizado e apto a lidar com as novas tecnologias
que fazem parte do mundo atual, é necessário que esteja, permanentemente,
refletindo sobre a sua prática e buscando meios de aprimorá-la. O corpo docente
que atua no ensino médio do Colégio Machado Sobrinho é composto por
profissionais habilitados, devidamente capacitados e comprometidos com a
Proposta Pedagógica da Instituição.

VI - A AVALIAÇÃO DO ALUNO NO ENSINO MÉDIO

No ensino médio, assim como no fundamental, a avaliação constitui-se em


elemento de valor para a condução do processo pedagógico. O aluno deve ser,
permanentemente, avaliado de modo que, a partir dos resultados percebidos pelos
professores, estes possam orientar seus trabalhos em sala de aula.
Deverão ser considerados, no processo de avaliação, aspectos cognitivos,
comunicativos e sócio emocionais, enfatizando aqueles que dizem respeito ao
desenvolvimento acadêmico do aluno, sua integração com o grupo e a sua
participação nas atividades propostas, cabendo aos professores desenvolverem
formas de registro dessas observações relativas aos alunos. O aluno deve ser
levado, também, a uma auto avaliação de seu desempenho, regularmente.

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No ensino médio os instrumentos de avaliação são definidos pelos
professores em função das especificidades das diferentes disciplinas. Esses
instrumentos podem ser, dentre outros: trabalhos, relatórios, testes, provas,
arguições, vestibulares simulados, e, também, as tarefas realizadas em casa.
Com relação à distribuição de pontos por bimestre, as regras são as
mesmas utilizadas no ensino fundamental.

VII - A RECUPERAÇÃO NO ENSINO MÉDIO

No ensino médio, adotam-se os mesmos procedimentos de recuperação


paralela, periódica e final, já informados no tópico relativo ao ensino fundamental.
Entretanto, diferentemente daquele segmento, no ensino médio o aluno pode fazer
a recuperação final em 07( sete ) disciplinas, admitindo-se o regime de
dependência, se houver reprovação final, nos limites de 02( duas ) disciplinas da
1a para a 2a série e 02( duas ) disciplinas da 2a para a 3a série, no ano seguinte.
Aos concluintes da 3a série que não lograrem êxito na recuperação final, no
ano seguinte, será(ao) oferecida(s) a disciplina(s) no sistema de progressão
parcial.

VIII - A ATUAÇÃO DO SERVIÇO DE APOIO PSICOLÓGICO

O atendimento psicológico aos alunos organiza-se, no ensino médio, do


mesmo modo que no ensino fundamental.
Cabe ressaltar, entretanto, que nesta etapa da educação básica, em função
dos interesses dos alunos e da ênfase dada aos vestibulares e ao trabalho, é feita
uma sondagem de aptidões com os alunos e de esclarecimento relativo às
diversas profissões de nível técnico e superior.
Há, igualmente, o trabalho de orientação vocacional, mediante autorização
dos pais, no caso dos alunos menores de 18 anos. O objetivo desse trabalho é
esclarecer possíveis dúvidas e ajudar o aluno a lidar com os conflitos típicos dessa
fase de sua vida, orientando-o quanto as suas opções profissionais.

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OBSERVAÇÕES FINAIS

Completam este documento, o Regimento Escolar, os planos de atividades,


as normas e orientações de funcionamento e o Contrato de Prestação de Serviços
Educacionais, naquilo em que este PPP for omisso.
Este Projeto Pedagógico foi atualizado após ampla discussão envolvendo o
corpo docente, as coordenações, a Direção Pedagógica e a Direção Executiva
considerando, também, as opiniões e experiências compartilhadas com as
crianças e pais nos diversos contatos ocorridos ao longo do ano letivo de 2018,
bem como sofreu alterações em razão das sugestões da Secretaria Municipal de
Educação.
A Direção Executiva, investida da representação legal da Fundação
Educacional Machado Sobrinho, aprova, nesta data, o presente PPP que deverá
integrar-se ao Regimento Escolar e ao Calendário Escolar para o ano de 2019 e
seguintes.

Juiz de Fora, 07 de dezembro de 2018.

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BIBLIOGRAFIA
1- BRASIL - Referencial Curricular para Educação Infantil - Ministério da Educação
e do Desporto- Secretaria de Educação Fundamental(versão preliminar) - Brasília,
1998.
2- BRASIL – Referencial Curricular para Ensino Fundamental - Ministério da
Educação e do Desporto- Secretaria de Educação Fundamental(versão preliminar)
- Brasília, 1997.
3- BRASIL – Referencial Curricular para Ensino Médio - Ministério da Educação
e do Desporto- Secretaria de Educação Fundamental(versão preliminar) - Brasília,
1998.
4- BRASIL - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96).
1996.
5- BRASIL - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 12.796/13), que
alterou a Lei nº 9.394/96.
6- BRASIL - CNE. Parecer CEB 20/2009.
7- BRASIL - BNCC - Educação Infantil.
8- BRASIL, CNE. Resolução CEB 1/99. Diário Oficial da União,. Seção 1, p. 18.
. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília, 1999
FERREIRA, Idalina Ladeira & CALDAS, Sarah P. Souza Atividades na pré-escola, Editora
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9- FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo, Paz e Terra, 1996.
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13- SARMENTO, Manuel J. & Pinto, Manuel. As crianças e a infância: definindo conceitos
delimitando o campo. In: PINTO, Manuel & SARMENTO, Manuel J. (coord.) As Crianças -
Contextos e Identidades. Braga, Portugal: Centro de Estudos da Criança, 1997.
14- SMOLKA, Ana Luiza Bustamante. A criança na fase inicial da escrita- A alfabetização
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15- VYGOTSKY, L. S. A Formação Social da Mente. São Paulo, Martins Fontes, 1991.
16- Pensamento e Linguagem. São Paulo, Martins fontes, 1991.
17 - La Imaginacion y el Arte en la Infancia (Ensayo psicológico). México: Hispánicas S.ª
de C.V., 1987.

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