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SÃO PAULO
2017
DAYLE LUMI SUGAHARA
SÃO PAULO
2017
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DAYLE LUMI SUGAHARA
BANCA EXAMINADORA
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Co-Orientador
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Dayle Lumi Sugahara
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DEDICATÓRIA
Quero dedicar essa monografia a todas pessoas que sofrem de ansiedade, esse mal que afeta
milhares de pessoas, uns em uma escala menor que outros, espero que de alguma forma possa
ajudar a amenizar os sintomas da ansiedade através da Acupuntura sistêmica e Auriculoterapia
ou Auriculopuntura.
O importante é saber que existe um tratamento para a ansiedade.
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AGRADECIMENTOS
Quero agradecer primeiramente à Deus pela força, fé e inspiração para não desistir e finalizar
o curso, mesmo com tantos obstáculos encontrados pelo caminho. Quero agradecer minha
família, meu namorado, meus amigos que me apoiaram e me incentivaram a todo instante.
Quero agradecer também pela paciência, calma e ajuda que tive do meu orientador e
coordenador João Carlos Felix que aceitou me orientar e ajudar a realizar minha monografia.
Vou deixando aqui o meu MUITO OBRIGADA!
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RESUMO
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ABSTRACT
Introduction: According to the Ministry of Health (2011) anxiety encourages the individual to
take action, when in excess causes that action is not taken, preventing the individual from
moving forward. According to Maciocia (2014), anxiety includes emotional states of fear and
worry, which are two of the seven emotions of Chinese Medicine (CM). Being that the degree
of anxiety or fear will depend on the cause. Thus, from the understanding that anxiety is a
symptom, parallels can be drawn between Western knowledge and Chinese Medicine (CM),
where, when comparing the described symptoms, it is possible to identify what the classic
Chinese treatises wrote about What is now called anxiety, and thus, to perform the treatment
by the principles of Chinese Medicine (CM) (Silva, 2010). Objective: To discuss anxiety in
Western Medicine and Chinese Medicine (CM) and the points used for treatment through
Systemic Acupuncture and Auriculotherapy. Method: Simple bibliographic review using the
Scielo database, Lilacs, books, articles, etc. All languages were considered and there was no
specific time to search. Conclusion: It has been concluded that studies and research on anxiety
are still needed, a symptom that seems simple can cause serious damage to a person's life.
Acupuncture can help reduce symptoms as long as the person is able to identify and adequately
express the signs and symptoms that anxiety causes you. Even with Acupuncture being part of
SUS's National Policy on Integrative and Complementary Practices (NPICP), this problem is
still not seen as a villain.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 8
2. OBJETIVOS 9
3. METODOLOGIA 10
4. RESULTADO 11
4.1 Ansiedade na Medicina Ocidental 11
4.2 Ansiedade na Medicina Chinesa 15
4.2.1 Entidades das doenças chinesas correspondentes à ansiedade 17
4.2.2 Qi rebelde do Vaso Penetrador (Chong Mai) 17
4.2.3 Palpitações nos diagnósticos chineses 19
4.2.4 Diferença entre mente desalojada e mente obstruída na ansiedade19
4.3 Pontos de Acupuntura para o tratamento da ansiedade 24
4.4 Pontos Auriculares no tratamento da ansiedade 28
5. CONCLUSÃO 31
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 32
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1. Introdução
De acordo com o Ministério da Saúde (2011) a ansiedade possui diversos termos não
técnicos como: aflição, angústia, perturbação do espírito causada pela incerteza, relação com
qualquer contexto de perigo, etc. Onde devemos entender que é um fenômeno que pode tanto
nos beneficiar como nos prejudicar, vai depender da intensidade e da circunstância que poderá
se tornar patológica, ou seja, prejudicial no funcionamento psíquico (mental) e somático
(corporal).
Segundo Maciocia (2014), a ansiedade inclui estados emocionais de medo e
preocupação, que são duas das sete emoções da Medicina Chinesa (MC). Sendo que o grau da
ansiedade ou medo vai depender da causa.
Campiglia (2014) refere que os textos clássicos da Medicina Chinesa (MC) mostram as
doenças mentais como um desequilíbrio ligado ao Coração (Xin), que é a morada do Shen ou
consciência; ou ligado ao Fígado (Gan), responsável pelo fluxo de Qi e das emoções. Onde as
síndromes mais importantes incluem insônia, ansiedade, mania, depressão, histeria e psicose
que tem como base alterações do Shen (Mente), Coração (Xin) e Fígado (Gan). Tanto as
doenças mentais como os seres humanos são complexos, qualquer tentativa de classificação se
torna exagerada diante de sua real situação, onde a análise individualizada possibilita a
compreensão dos elementos constituídos em sua síndrome (CAMPIGLIA, 2004, p.119).
Para Campiglia (2004), patologias do fogo costumam ter dificuldade em ter limites, o
Fogo se relaciona ao movimento de abertura, é o pivô das doenças emocionais e mentais, ou
seja, é a morada do Shen. E a ansiedade é resposta da falta de raiz do Coração (Xin).
Silva (2010) relata que qualquer disfunção ou patologia pode ser tratada através da
acupuntura, porém, para realizar o tratamento da ansiedade através da acupuntura é algo mais
complexo, visto que na Medicina Chinesa (MC) não existe referência a essa patologia
específica, cuja nomenclatura é tipicamente Ocidental. E a própria ansiedade é um fenômeno
insuficientemente compreendido no Ocidente, pois ao mesmo tempo em que apresenta sintomas
específicos, ela pode ser entendida como sintoma de outras patologias. Sendo assim, a partir do
entendimento de que a ansiedade é um sintoma, pode-se traçar paralelos entre o conhecimento
Ocidental e a Medicina Chinesa (MC), onde ao comparar as sintomatologias descritas, é
possível identificar o que os tratados clássicos chineses escreviam sobre o que hoje é chamado
de ansiedade, e assim, realizar o tratamento pelos princípios da Medicina Chinesa (MC) (Silva,
2010).
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2. OBJETIVOS
Este estudo teve como objetivos discorrer sobre a ansiedade na Medicina Ocidental, na
Medicina Chinesa e identificar os pontos utilizados para o tratamento através da Acupuntura
sistêmica e Auriculoterapia.
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3. METODOLOGIA
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4. RESULTADO
4.1 Ansiedade na Medicina Ocidental
Goldgrub (2010) refere que a primeira teoria da ansiedade de Freud seria sob o aspecto
fisiológico, onde a primeira manifestação seria através da ação do coração e da respiração, onde
Freud diz que a primeira ansiedade será tóxica, puramente orgânica. Partindo então para a
ansiedade realista, que terá função adaptativa, ou seja, irá preparar o organismo para o medo ou
uma situação de perigo, vale lembrar que cada indivíduo possui um mecanismo de resposta para
diferentes situações. A ansiedade neurótica é inadequada e prejudicial, pode ser definida como:
-Fobias, que seria a aversão a determinadas situações, objetos, animais, pessoas, lugares,
determinados como ameaçadores;
- Histeria e “outras formas de neurose grave”, onde não há qualquer perigo externo
identificável.
Biaggio (2000) define a ansiedade como um sentimento difuso de medo, de algo que
não se sabe exatamente o que é, e que também não se tem a resposta precisa, onde pode deixar
a pessoa sem reação, e em altos níveis levar ao estresse, relacionando assim, o medo, o estresse
e a ansiedade.
Biaggio (2000) distingue o medo e a ansiedade pelo tipo de resposta que geram, o medo
em alto nível de excitação leva a fuga, e a ansiedade é um estado de medo não resolvido. A
ansiedade é gerada através de indecisão, conflito, pressões externas, expectativa de que algo
ruim vai acontecer.
Segundo Baggio (2000), Freud considerava a ansiedade diferente dos outros estados
afetivos, em que os sintomas podem incluir tremores, palpitações no coração, suor, inquietude,
distúrbios de respiração, referindo como nervosismo. Para Spielberger, outro especialista em
ansiedade, isso é chamado de traço de ansiedade, onde o indivíduo que possui um alto traço de
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ansiedade costuma ficar em um estado de ansiedade mais exacerbado em determinadas
situações, ainda mais em situações em que esse indivíduo está sendo avaliado. Mesmo uma
pessoa com baixo traço de ansiedade pode ficar em estado de ansiedade alta diante de uma
situação muito séria para ela, e uma pessoa com alto traço de ansiedade pode ficar calma diante
de uma situação difícil. O importante é tentar manter o estado de ansiedade controlado, podendo
assim, fazer com que o traço de ansiedade diminua.
Baggio (2000) refere que a ansiedade tem a sua importância na vida das pessoas, mas
sendo essa ansiedade de grau médio a moderado, pois se tivermos um prédio que está prestes a
desabar e temos uma pessoa tranquila, essa pessoa não se preocupará em sair desse prédio e
nem tirar seus familiares ou seus pertences, e no caso de uma pessoa extremamente ansiosa
pode ser que ela fique sem reação e não consiga tomar alguma atitude.
Margis et al. (2003) referem que eventos estressantes podem desencadear sintomas de
ansiedade anos antes de ser definido o transtorno de ansiedade. Onde através de estudos
realizados mostrou-se que, em adolescentes, quanto maior o nível de estresse que o jovem era
exposto, maior era a sintomatologia do nível de ansiedade. A ansiedade em adultos é vista em
diferentes situações, como por exemplo, na criação dos filhos, relações interpessoais,
relacionamento enquanto casal, manutenção do emprego, na aposentadoria, considerando como
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eventos estressores infidelidade, ameaça de separação e agressões físicas, sendo os indivíduos
envolvidos nas situações maritais humilhantes apresentarem mais sintomas que os indivíduos
controles. Já na fase da terceira idade, os maiores casos de ansiedade foram devido à morte de
seu companheiro ou familiar.
Para Baptista et al. (2005) o medo e a ansiedade podem ser definidos por uma infinidade
de medidas em cada um dos três sistemas de resposta: o que se faz, através do comportamento,
o que se pensa ou diz, através da linguagem, e o que se sente perante uma ameaça real ou
imaginária, a fisiologia. E como parte do sistema de defesa, o medo e a ansiedade, são ativadas
por situações ameaçadoras ou por perigos reais.
Baptista et al. (2005) descrevem o medo e a ansiedade como a linguagem mais utilizada
no dia-a-dia e na literatura psicológica, o termo angustia está sendo menos utilizado sendo
substituído pelo termo pânico, onde após a publicação da 3ª edição do manual de classificação
e diagnóstico da Associação Psiquiátrica Americana (APA, 1980) passou a ser mais utilizada.
O medo e a ansiedade podem parecer sinônimos, mas é considerado medo quando existe um
estímulo externo que provoca comportamento de fuga ou evitação, enquanto a ansiedade é o
estado emocional aversivo sem desencadeadores claros que, obviamente não podem ser
evitados.
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Silva (2010) relata vários estudos realizados pelas áreas da psicologia, psicanálise e da
Medicina para compreensão da ansiedade. Onde a ansiedade não é considerada um fenômeno
necessariamente patológico, e sim, uma função do organismo em que permite que o indivíduo
esteja preparado ou se prepare para responder da melhor forma possível a uma situação nova
ou uma já conhecida, e que é interpretada como potencialmente perigosa. Entretanto, se a
ansiedade atingir graus muito elevados e contínuos, esta pode ser prejudicial ao organismo, pois
deixará o organismo em constante estado de alerta, ocasionando assim, uma situação
patológica.
Baggio (2000) refere algumas técnicas para ajudar as pessoas a lidarem melhor com a
ansiedade, é chamado de terapia cognitiva e comportamental. Como por exemplo, espelhando
em outras pessoas, se tem medo de nadar, ir à uma piscina e olhar outras pessoas entrando na
piscina e nadando, como forma de incentivo de que também é capaz, de que também pode entrar
na piscina e nadar. Uma criança com medo de animais, poderá diminuir sua ansiedade ao ver
outras crianças brincando com cachorrinhos, gatinhos e outros animais. Existe a técnica para
reações fisiológicas, que consiste em respirar fundo, com calma, para relaxar os músculos.
Exercícios físicos, como caminhada, natação e outros também ajudam a relaxar. Ter
pensamentos positivos ajuda a não pensar no problema que não tem controle ou que ainda não
pode resolver tentar dominar situações que causam ansiedade pouco a pouco é uma maneira de
diminuir e controlar a ansiedade.
Goyatá et al. (2016), diz que muitas discussões foram realizadas a fim de mudar o foco
do tratamento através do uso de terapias complementares pelo Sistema Único de Saúde (SUS),
onde em 2006, no Brasil, foi homologada pela Política Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares (PNPIC), como nova estratégia para a promoção, manutenção e a recuperação
da saúde. Tendo como destaque a Acupuntura.
Para Silva (2010), a palavra ansiedade é uma palavra ocidental descrito pela Psicologia
e pela Medicina Ocidental como um estado somato-psíquico, portanto na literatura da Medicina
Chinesa (MC) é impossível encontrar descrições de tratamento para ansiedade. Na Medicina
Chinesa (MC) não existe a separação entre mente, corpo e espírito.
Para Ross (2003), a ansiedade está ligada aos canais do Coração (Xin) e do Rim (Shen),
pode estar associada as emoções como agitação, pânico e histeria, diferente da mania a
ansiedade causa uma sensação desagradável, já a mania causa um bem-estar e euforia. A
ansiedade pode ocorrer também com outros sinais do Coração (Xin), como palpitações, insônia,
palidez e extremidades frias.
A ansiedade do Coração (Xin) está baseada no medo do Rim (Shen), com sentimento
de apreensão a ansiedade apresenta com sinais físicos de tremor, frequência urinária ou
intestinos soltos (Ross, 2003).
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Através do medo pode surgir ansiedade e raiva, envolvendo o Rim (Shen), Coração
(Xin) e Fígado (Gan), e cada uma delas causar tensão mental, emocional e física, de forma que
a pessoa sinta e pareça estressada e tensa. Ocorrendo o envolvimento do Fígado (Gan) /
Vesícula Biliar (Dan), pode ocorrer o envolvimento de sentimentos adicionais como incerteza,
indecisão, irritabilidade, suscetibilidade e hipersensibilidade, assim como pode haver dores de
cabeça, rigidez ou tremores nos músculos da face, pescoço, ombros, costas e membros (ROSS,
2003).
Ross (2003) ainda fala que além da apreensão e do receio associados ao Canal do Rim
(Shen), a ansiedade pode estar ligada à preocupação com o presente e o futuro e à antecipação
de problemas que sequer acontecem, e em casos graves a insegurança se torna tão intensa que
a pessoa se perde em pensamentos de medo, preocupações e pensamentos obsessivos, que nem
reflete os acontecimentos do mundo externo.
O Canal do Pulmão (Fei) estará envolvido com o Canal do Rim (Shen) e do Coração
(Xin) em situações onde exista enorme insegurança e medo de perda (ROSS, 2003).
Segundo Ross (2003), para a Medicina Chinesa (MC) a ansiedade é uma manifestação
do distúrbio do espírito do Coração (Xin), pode ter origem do excesso, deficiência ou
estagnação.
O excesso que dá origem a irregularidade é o fogo. Fogo no Coração (Xin) faz com que
fique mais intensamente e irregularmente ativo, que resulta em ansiedade ou comportamento
maníaco. O fogo no Coração (Xin), com fogo do Fígado (Gan) e do Estômago (Wei)
frequentemente associados, podem surgir pela supressão das emoções ou pelo estilo de vida
extremamente agitado, estressado e desassossegado. E o fogo fleuma do Coração (Xin) é uma
forma de excesso que pode levar à ansiedade e a confusão de pensamento, linguagem e
comportamento, decorrente da deficiência e estagnação do Baço (Pi) combinado com o fogo do
Coração (Xin), que pode ser ocasionado devido estresse emocional ou excesso de fumo, álcool
e alimentos gordurosos com falta de atividade física (ROSS, 2003).
Ross (2003) fala que, a estagnação pode causar ansiedade através da estagnação do Qi,
resultante do acúmulo de fleuma que impede a livre circulação do espírito, por exemplo, a
estagnação do Qi do Coração (Xin) e do Qi do Fígado (Gan), decorrentes da estagnação
emocional pode causar distúrbio do espírito do Coração (Xin) e a hiperatividade do Yang do
Fígado (Gan).
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Quando há deficiência do Qi do Coração (Xin) e do Rim (Shen), do Yin do Coração
(Xin) e do Rim (Shen) e do Sangue (Xue) do Coração (Xin) e do Baço (Pi), ocorrerá a
ansiedade, já que o Qi, Yin e Sangue (Xue) são necessários para manter o espírito saudável. E
a ansiedade aumenta quando a energia está reduzida, logo a deficiência de sono, descanso,
excesso de trabalho, estresse, doença, nutrição deficiente, entre outros fatores que podem
comprometer a saúde, causará a deficiência no organismo (ROSS, 2003).
Na Medicina Chinesa não existe um termo que corresponda à ansiedade, mas muitas
entidades das doenças chinesas antigas se parecem com a ansiedade, e as duas principais são:
medo e palpitações (Jing Ji), pulsação de pânico (Zheng Chong). Em que o medo e as
palpitações são geralmente causados por eventos externos, como susto ou choque, eles vão e
vêm, pertencem com mais frequência à natureza de excesso. Já a pulsação de pânico não é
causada por eventos externos, sendo contínua e geralmente da natureza de deficiência e é mais
grave que o primeiro. Em casos crônicos, medo e palpitações podem se tornar pulsações de
pânico. Em casos graves, pulsações de pânico podem corresponder a ataques de pânico
(Maciocia, 2016).
Para Maciocia (2016) é a terceira condição chinesa que pode corresponder à ansiedade
e, especialmente, a ataques de pânico, essa condição do Qi rebelde do Vaso Penetrador (Chong
Mai) causando sintoma de “urgência interna” (Li Ji).
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Maciocia (2016), refere que pela representação do trajeto do Vaso Penetrador (Chong
Mai), podemos listar os possíveis sintomas do Qi rebelde do Vaso Penetrador (Chong Mai)
começando na região inferior:
- Pés frios;
- Palpitações;
- Suspiros;
- Dor de cabeça;
Para o diagnóstico do Qi rebelde do Vaso Penetrador (Chong Mai) é necessário ter pelo
menos três ou quatro sintomas de níveis diferentes, e o que faz o Qi do Vaso Penetrador (Chong
Mai) se rebelar e subir é o fato de duas condições, uma de excesso e outra mista, de excesso
deficiência. Onde o Qi do Vaso Penetrador (Chong Mai) pode se rebelar ascendentemente por
si, decorrente do estresse emocional que faz o Qi subir ou estagnar (por exemplo, raiva, raiva
reprimida, preocupação, frustração ou ressentimento), nesse caso, o Qi se rebela e sobe sozinho
e a condição é de excesso, chamado de Qi rebelde “primário” (Maciocia, 2016).
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Maciocia (2016), refere que o Qi do Vaso Penetrador (Chong Mai) pode também se
rebelar ascendentemente como consequência de deficiência deste vaso na região inferior do
abdômen. O Qi do Da Tian inferior está fraco e o Qi do Vaso Penetrador (Chong Mai) “escapa”
para cima, sendo esta uma condição mista de excesso deficiência, chamada de Qi rebelde
“secundário” do Vaso Penetrador (Chong Mai). Em que a condição de deficiência é a
deficiência de Sangue (Xue) e/ou deficiência do Rim (Shen), podendo ser Yin ou Yang. Esta
segunda condição é mais comum em mulheres.
Para diferenciar mente desalojada e mente obstruída pode ser usado a ansiedade e o
ataque de pânico para ilustrar, pois quando o indivíduo fica ansioso, ele está inquieto, mas a
Mente (Shen) não está obstruída e o insight não está afetado. E quando a Mente (Shen) fica
obstruída, há perda de insight e racionalidade, como pode ocorrer em ataques de pânico grave
(Maciocia, 2016).
Oliveira e Mejia referem que na Medicina Chinesa (MC) o estresse tem relação com a
ansiedade e a depressão é regido pelo Coração (Xin) e Mente (Shen) junto com os meridianos
Circulação e Sexo, Fígado (Gan), Estômago (Wei) e Intestino Grosso (Da Chang), onde a matriz
emocional ligada ao estresse e a ansiedade é a frustração.
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causando deficiência de Sangue (Xue) e/ou de Yin. Portanto, o calor pode agitar a Mente
(Shen), que provocará a ansiedade, e por outro lado a deficiência de Sangue (Xue) e Yin privam
a Mente de sua residência e também geram ansiedade (Maciocia, 2016).
A perda excessiva de sangue, como ocorre por exemplo durante o parto, pode causar
deficiência de Sangue (Xue), sendo que o Coração (Xin) governa o Sangue (Xue), e essa
deficiência pode gerar deficiência do Sangue (Xue) do Coração (Xin) e ansiedade (Maciocia,
2016).
E a sobrecarga de trabalho, ou seja, trabalhar muitas horas e não ter o descanso adequado
por muitos anos vai esgotar o Yin do Rim (Shen), após um período, deficiência do Yin do Rim
(Shen) afeta o Coração (Xin) causando ansiedade crônica, mas a deficiência de Yin do Rim
(Shen) pode causar ansiedade crônica por si só, sem afetar o Coração (Xin) (Maciocia, 2016).
Coração (Xin)
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O indivíduo com ansiedade em desarmonia do Coração (Xin) vai parecer perturbado e
um pouco “assombrado”, será agitado, inquieto e propenso a se movimentar rapidamente
(Maciocia, 2016).
Pulmão (Fei)
O Pulmão (Fei) é afetado por tristeza e aflição geralmente provocados por perdas. O
paciente será triste e propenso a chorar, suspirar também é sintoma característico de padrões
mentais e emocionais do Pulmão (Fei), tenderá a ser pálido e falar com voz fraca (Maciocia,
2016).
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Foto pesquisada e extraída do livro MACIOCIA, G. A PRÁTICA DA MEDICINA
CHINESA: TRATAMENTO DAS DOENÇAS COM ACUPUNTURA E ERVAS CHINESAS. P.323-340. 2
ed. Editora Roca Ltda., São Paulo, 2016.
Maciocia (2016) descreve que a tristeza e aflição esgotam o Qi, e que por esse motivo geram
deficiência de Qi, especialmente de Pulmão (Fei) e Coração (Xin). Esse fato faz o pulso ficar
fraco ou vazio. Entretanto, após algum tempo a deficiência do Qi no tórax pode também gerar
estagnação do Qi nessa região, afetando o Coração (Xin) e Pulmão (Fei). Isso poderá fazer o
pulso do Pulmão (Fei) ficar levemente tenso. Quando o Pulmão (Fei) for afetado por estagnação
do Qi, após a tristeza inicial, pode ocorrer leve ansiedade. Onde, a ansiedade do Pulmão (Fei)
na maioria das vezes é proveniente das razoes espirituais, do sentido da vida e do padecimento
existencial.
Rim (Shen)
A emoção do Rim (Shen) é o medo, ela combinada com preocupação, é a mais próxima da
ansiedade. Pacientes com ansiedade do Rim (Shen) apresentam-se com olhar grave de pânico,
esquálido e com medo, pode ter compleição escura, geralmente está ligado sobre situações da
vida, o indivíduo fica profundamente pessimista, a ansiedade relativa ao Rim (Shen) e
frequentemente proveniente da culpa (Maciocia, 2016).
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Foto pesquisada e extraída do livro MACIOCIA, G. A PRÁTICA DA MEDICINA
CHINESA: TRATAMENTO DAS DOENÇAS COM ACUPUNTURA E ERVAS CHINESAS. P.323-340. 2
ed. Editora Roca Ltda., São Paulo, 2016.
Baço (Pi)
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Foto pesquisada e extraída do livro MACIOCIA, G. A PRÁTICA DA MEDICINA
CHINESA: TRATAMENTO DAS DOENÇAS COM ACUPUNTURA E ERVAS CHINESAS. P.323-340. 2
ed. Editora Roca Ltda., São Paulo, 2016.
Fígado (Gan)
Silva Filho (2016), refere os seguintes pontos através do tratamento das três agulhas:
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Yintang (ponto extra), localizado entre as duas sobrancelhas, na região da glabela. Ponto
com característica de acalmar o cliente e com capacidade sedativa.
C7 (Shenmen), localizado no aspecto anteromedial do antebraço, diretamente radial ao
tendão do músculo flexor ulnar do carpo, na prega palmar do punho. Ponto Fonte (Yuan)
do Coração (Xin) com grande capacidade de regular as funções do Órgão (Zang),
tonificar o Coração (Xin) e acalmar a Mente (Shen), função já indicada pelo próprio
nome do ponto, que é “portão da Mente (Shen)”.
BA6 (Sanyinjiao), localizado no aspecto tibial da perna, posterior à borda medial da
tíbia, 3 cun superiores à proeminência do maléolo medial. Ponto de reunião dos 3 Yin
da perna, possui capacidade de estimular o Yin Qi do corpo e favorecer a função regular
do Coração (Xin).
Silva Filho (2016) fala que os pontos C7 (Shenmen) e BA6 (Sanyinjiao) devem ser
agulhados perpendicularmente com inserção de 0,5-0,8 cun de profundidade. E o ponto Yintang
deve ser inserido de forma oblíqua para baixo de 0,3-0,5 cun de profundidade. Possui como
função tradicional de tranqüilizar a Mente (Shen) e nutrir o Yin do Coração (Xin). É indicada
principalmente para casos de inquietude e adicionalmente para insônia, condição maníaca,
estresse, agitação mental (Silva Filho, 2016).
Outro método de três agulhas segundo Silva Filho (2016), foi descrito como:
VG24 (Shenting), localizado na cabeça a 0,5 cun superior à linha anterior do cabelo,
na linha mediana anterior. Ponto conhecido como “quintal da Mente (Shen)”, como
o próprio caractere Shen, é traduzido como mente ou espírito, esse ponto estimula a
mente.
VB13 (Benshen), localizado na cabeça a 0,5 cun superior à linha anterior do cabelo,
3 cun laterais à linha mediana anterior. Como o ponto VG24 (Shenting) possui o
caractere Shen, este ponto é conhecido como “raiz da Mente (Shen)” ou “origem da
Mente (Shen)”, possui a mesma função do VG24 (Shenting) de estimular a Mente
(Shen).
Sishenzhen, localizado na cabeça a 1,5 cun anterior, posterior e laterais ao ponto
VG20 (Baihui) respectivamente. Possui o caractere Shen que já indica a função do
ponto, que é estimular a Mente (Shen).
A manipulação das agulhas dos pontos VG24 (Shenting) e VB13 (Benshen) devem ser
agulhados horizontalmente com inserção de 1-1,5 cun no sentido anterior ou posterior. O ponto
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Sishenzhen deve ser agulhado de maneira horizontal com inserção de 1-1,5 cun com as pontas
das quatro agulhas para o ponto VG20 (Baihui). As agulhas devem ser manipuladas em rotação
de maneira suave, sem que disperse ou tonifique, mas sim, que estimule o ponto, devendo ser
estimulada de 2-3 vezes durante os 30 minutos de tratamento (Silva Filho, 2016).
Para intensificar o tratamento, Mejia e Oliveira, salientam o uso da ventosa terapia, que
consiste na liberação do Qi estagnado, aumentando a irrigação e oxigenação tecidual,
eliminando assim os fatores patogênicos (vento, frio, calor e umidade), a ventosa terapia pode
ser aplicada de forma fixa ou móvel.
Rossetto (2012), fala que o tratamento da ansiedade consiste em acalmar o Coração
(Xin) utilizando os pontos Shu dorsais e Mu frontais, onde os principais pontos utilizados são:
B15 (Xinshu), VC14 (Juque), C7 (Shenmen), PC6 (Neiguan). Que utilizados em conjunto
possui a propriedade de controlar o Qi e o Sangue (Xue) do Coração (Xin).
Pontos como VC6 (Qihai), que fortalece o Qi, B20 (Pishu) e B21 (Weishu) ajustam a
função do Baço (Pi) e Estômago (Wei), que são a base para a produção de Qi e Sangue (Xue),
que poderá ser utilizado se no diagnóstico constatar a deficiência de Qi e Sangue (Xue).
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Foto extraída da internet
No estudo realizado por Prado et al. (2012), os pontos mais eficazes foi o Shenmen e
Tronco Cerebral. O ponto Shenmen, está localizado na fossa triangular da orelha, é utilizado
para analgesia, sedação e anti-inflamatório. E o ponto Tronco Cerebral está localizado na borda
superior da fossa intertrago, com função de sedação, estimulante para a mente e calmante para
o espírito.
Em um estudo realizado por Moura et al. (2015), mostrou-se que algumas práticas
integrativas e complementares como a Acupuntura tornou-se eficaz para o tratamento da
ansiedade no lugar do uso de medicamentos psicotrópicos, mais especificamente, a
Auriculoterapia.
Pois a Medicina Chinesa (MC) considera o ser humano como um todo, ou seja, a mente,
corpo e espírito são interligados e o organismo humano é considerado um campo de energia
para a escolha dos pontos auriculares, que irão equilibrar a energia do organismo. Os resultados
obtidos pelo estudo realizados por Moura et al. (2015) foram os pontos Shenmen, Fígado e
Pulmão. Houve também a utilização do ponto Relaxamento, mas não em conjunto com os
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pontos Shenmen, Fígado e/ou Pulmão. Não houve um protocolo utilizado nos estudos, nem
número de sessões aplicadas, sendo utilizada a Auriculoterapia ou a Auriculopuntura. Os
materiais mais utilizados foram as agulhas, seguidos das sementes e esferas de plástico.
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5. Conclusão
Ao realizar este estudo, foi possível concluir que a ansiedade é um sintoma que afeta
muitas pessoas, sendo ela com características e intensidades diferentes para cada indivíduo e
em diferentes faixas etárias.
Através da Acupuntura e da Auriculoterapia ou Auriculopuntura, é possível amenizar
os sintomas e em alguns casos manter de forma com que isso não atrapalhe a vida do indivíduo.
Foi possível observar que faltam pesquisas relacionadas ao tema em questão, pois na atualidade
a ansiedade é um problema de saúde pública que está sendo implantada nas UBS, mas que ainda
não é praticada na íntegra.
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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MDSL; TERRA, FS. EFEITOS DA ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DA
ANSIEDADE: REVISÃO INTEGRATIVA. Rev. Bras. Enferm [Internet]. 2016;69(3):564-
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