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b. Ouve a leitura da narrativa, “O pescador e a sereia”, retirada do livro “O Rouxinol e a Rosa de Óscar
Wilde, Publ. Europa-América”.
c. Responde aos itens que se seguem, indicando se as afirmações são verdadeiras ou falsas.
d. Ouve o texto pela segunda vez, para verificares melhor as tuas respostas.
c. Uma noite, o Pescador sentiu que a rede estava mais pesada do que era costume.
d. Imediatamente pensou que tinha pescado um peixe enorme que lhe renderia bom dinheiro.
g. Era uma Sereia lindíssima que lhe sorriu assim que o viu.
h. O Pescador ficou cheio de admiração pela Sereia e prendeu-a nos seus braços.
i. A Sereia desejava ficar com o Pescador e, embora tenha pensado deixar o seu velho pai, receou sentir
saudades dele.
j. Ela suplicou ao Pescador que a libertasse e, em troca, far-lhe-ia um favor.
l. O Pescador libertou-a com a condição de ela vir cantar sempre que ele a chamasse.
n. O acordo foi cumprido e, uma vez por mês, ela vinha à superfície e cantava para o Pescador.
O PESCADOR E A SEREIA
Todas as noites o jovem Pescador saía para o mar e lançava as redes. Quando o vento soprava da
terra, não apanhava nada, ou apanhava muito pouco, porque era um vento áspero, de
asas negras, e altas vagas se levantavam para o defrontar; mas quando o vento soprava para a costa, o
peixe subia das profundezas do mar, nadava para as malhas da sua rede e ele levava-o para o
mercado e vendia-o. Todas as noites ele saía para o mar e uma noite a rede estava tão pesada que ele
mal podia içá-la para bordo. E, rindo, disse para consigo:
– Por certo apanhei todo o peixe do mar ou algum monstro que maravilhará os homens, ou algum ente
horrível que a grande Rainha há-de desejar.
E puxou as cordas grosseiras com todas as suas forças, até as veias se lhe marcarem nos braços,
como linhas de esmalte azul dum vaso de bronze. Puxou as cordas e cada vez se aproximava mais o
círculo das pequenas bóias de cortiça, até que, por fim, a rede veio à tona de água. Não havia lá,
porém, nenhum peixe, nem monstro, nem ente horrível, mas tão-somente uma pequena Sereia
adormecida.
Os seus cabelos eram como um velo de ouro molhado e cada cabelo separado um fio de ouro numa
taça de cristal. O corpo era branco como marfim e a cauda de prata e madrepérola. De prata e
madrepérola era a sua cauda e as algas verdes do mar enrolavam-se em volta dela; como conchas do
mar eram os seus ouvidos e os lábios como coral. As ondas frias batiam nos frios seios e o sal brilhava-
lhe nas pálpebras. Tão formosa era ela que o jovem pescador ficou cheio de admiração quando a viu,
puxou mais a rede e, debruçando-se na borda, tomou-a nos braços. E, quando lhe tocou, ela soltou um
grito como de gaivota assustada, acordou, olhou-o com os olhos de ametista cheios de terror e lutou
para se escapar. Ele, porém, apertou-a muito de encontro a si e não a deixou partir. E, quando ela viu
que não podia fugir-lhe, começou a chorar e disse-lhe:
– Peço-te que me deixes partir, porque sou a única filha dum rei e o meu pai é velho e sozinho.
– Não te deixarei partir sem que me prometas vir cantar para mim sempre que eu te chame, porque os
peixes adoram ouvir os vossos cantares e assim estarão sempre cheias as minhas redes.
E ela fez-lhe a promessa que ele desejava: palavra de Sereia. Então o Pescador soltou-a dos braços e
logo ela mergulhou na água, trémula de receio. Todas as noites saía o Pescador para o mar e chamava
a Sereia e ela surgia das águas e cantava para ele.