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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DA MAIA

ESCOLA BÁSICA DOS 2º E 3º CICLOS DE GUEIFÃES

Português

Nome: ____________________________________________________________ Nº: ________ Turma: _____

Avaliação: ________________________________________ Data: __________________________________

O Professor: ________________________ O Encarregado de


Educação:_____________________________

GRUPO I - Compreensão do Oral

Segue estes passos:

a. Lê, com atenção, os itens abaixo.

b. Ouve a leitura da narrativa, “O pescador e a sereia”, retirada do livro “O Rouxinol e a Rosa de Óscar
Wilde, Publ. Europa-América”.

c. Responde aos itens que se seguem, indicando se as afirmações são verdadeiras ou falsas.

d. Ouve o texto pela segunda vez, para verificares melhor as tuas respostas.

1. Indica se as seguintes afirmações são verdadeiras (V) ou falsas (F).

a. O Pescador era um homem já um pouco velho e muito trabalhador.

b. Ele recolhia sempre algum peixe que, depois, vendia no mercado.

c. Uma noite, o Pescador sentiu que a rede estava mais pesada do que era costume.

d. Imediatamente pensou que tinha pescado um peixe enorme que lhe renderia bom dinheiro.

e. Sem grande esforço, conseguiu puxar a rede até à superfície.

f. Viu, então, uma Sereia adormecida na sua rede.

g. Era uma Sereia lindíssima que lhe sorriu assim que o viu.

h. O Pescador ficou cheio de admiração pela Sereia e prendeu-a nos seus braços.

i. A Sereia desejava ficar com o Pescador e, embora tenha pensado deixar o seu velho pai, receou sentir
saudades dele.
j. Ela suplicou ao Pescador que a libertasse e, em troca, far-lhe-ia um favor.

l. O Pescador libertou-a com a condição de ela vir cantar sempre que ele a chamasse.

m. Desta forma, ele mataria saudades da bela Sereia.

n. O acordo foi cumprido e, uma vez por mês, ela vinha à superfície e cantava para o Pescador.

o. Desde então nunca mais faltou peixe na rede do Pescador.

TESTE DE COMPREENSÃO ORAL

O PESCADOR E A SEREIA

Todas as noites o jovem Pescador saía para o mar e lançava as redes. Quando o vento soprava da
terra, não apanhava nada, ou apanhava muito pouco, porque era um vento áspero, de

asas negras, e altas vagas se levantavam para o defrontar; mas quando o vento soprava para a costa, o
peixe subia das profundezas do mar, nadava para as malhas da sua rede e ele levava-o para o
mercado e vendia-o. Todas as noites ele saía para o mar e uma noite a rede estava tão pesada que ele
mal podia içá-la para bordo. E, rindo, disse para consigo:

– Por certo apanhei todo o peixe do mar ou algum monstro que maravilhará os homens, ou algum ente
horrível que a grande Rainha há-de desejar.

E puxou as cordas grosseiras com todas as suas forças, até as veias se lhe marcarem nos braços,
como linhas de esmalte azul dum vaso de bronze. Puxou as cordas e cada vez se aproximava mais o
círculo das pequenas bóias de cortiça, até que, por fim, a rede veio à tona de água. Não havia lá,
porém, nenhum peixe, nem monstro, nem ente horrível, mas tão-somente uma pequena Sereia
adormecida.
Os seus cabelos eram como um velo de ouro molhado e cada cabelo separado um fio de ouro numa
taça de cristal. O corpo era branco como marfim e a cauda de prata e madrepérola. De prata e
madrepérola era a sua cauda e as algas verdes do mar enrolavam-se em volta dela; como conchas do
mar eram os seus ouvidos e os lábios como coral. As ondas frias batiam nos frios seios e o sal brilhava-
lhe nas pálpebras. Tão formosa era ela que o jovem pescador ficou cheio de admiração quando a viu,
puxou mais a rede e, debruçando-se na borda, tomou-a nos braços. E, quando lhe tocou, ela soltou um
grito como de gaivota assustada, acordou, olhou-o com os olhos de ametista cheios de terror e lutou
para se escapar. Ele, porém, apertou-a muito de encontro a si e não a deixou partir. E, quando ela viu
que não podia fugir-lhe, começou a chorar e disse-lhe:

– Peço-te que me deixes partir, porque sou a única filha dum rei e o meu pai é velho e sozinho.

Mas o Pescador respondeu-lhe:

– Não te deixarei partir sem que me prometas vir cantar para mim sempre que eu te chame, porque os
peixes adoram ouvir os vossos cantares e assim estarão sempre cheias as minhas redes.

– E realmente deixar-me-ás partir, se eu to prometer? – inquiriu a Sereia.

– Na verdade, deixar-te-ei partir – tornou o Pescador.

E ela fez-lhe a promessa que ele desejava: palavra de Sereia. Então o Pescador soltou-a dos braços e
logo ela mergulhou na água, trémula de receio. Todas as noites saía o Pescador para o mar e chamava
a Sereia e ela surgia das águas e cantava para ele.

Óscar Wilde, O Rouxinol e a Rosa, Publ. Europa-América

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