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FACULDADE DE MACAPÁ

RESUMO
FUNDAMENTOS DE MENSURAÇÃO EM SAÚDE MENTAL

Josiel Ferreira1
Rosenir Lemos2
Alessandra Oliveira3
APRESENTAÇÃO

A elaboração e a aplicação de instrumentos de avaliação foi impulsionada, a partir do


surgimento dos pscicofarmácos em 1960. Assim, a psicometria como ciência surge ao fim do século
XIX, trazendo consigo estudos experimentais em psicologia. Compreende-se conforme texto, que a
partir do momento que se percebe a necessidade de se mensurar, por meio de instrumentos com
capacidade de detectar mudanças sintomatológica de medicamentos, dado a intervenção terapêutica,
e com uso de uma metodologia específica para seleção de pacientes. Neste sentido, a psicometria
vem a se apresentar como disciplina própria de estudo, que se utiliza de técnicas estatísticas com
suas complexidades, contudo, traz em seu arcabolso, mais originalidade e efetividade à mensuração.
O texto revela neste cenário, importantes perguntas as quais são levantadas a serem abordadas sobre
o presente tema, as quais seriam por que, para que e como se usar instrumentos de avaliação? Pois,
como validar um instrumento? Ou como escolher e utiliza-lo?

RESUMO

Inicialmente pensou-se no uso de escalas de avaliação em todas as pesquisas garantiria o


rigor científicos que ajudou a incorporar essa disciplina na prática clínica. Ensaios clínicos, tanto na
área de psicofarmacologia como na área de epidemiologia/saúde pública, o que se poderia pensar
como forma de sanar vários problemas na pesquisa clínica e na avaliação de significativa amostras
populacionais. Porém, após mais de meio século da introdução dos primeiros instrumentos,
compreende-se haver a necessidade de uma ampla disseminação do conhecimento, tanto de cunho
teórico como a prática, para que se faça da melhor forma possível sua utilização.
Termos como, “Escalas”, “questionários”, “inventários”, “entrevistas” e “instrumentos” de
avaliação estariam presentes há tempos no vocabulário de clínicos e pesquisadores brasileiros de
diversas áreas. Enquanto muitos acreditam que os instrumentos de avaliação são úteis, contudo,
outros não saberiam responder de forma precisa sobre, para que sua utilidade e em quais condições,
usar os instrumentos de avaliação. Quais seriam as vantagens e desvantagens benéficas para o
clínico, pesquisador e paciente neste processo?
O termo “validação” é frequentemente usado. Diz-se que “é preciso validar uma escala antes
de usá-la numa pesquisa”. Além da mera tradução de um instrumento, deve-se também validar uma
escala antes de aplicá-la a um idioma/ambiente diferente do original, neste sentido, muitos
pesquisadores reconhecem tal realidade. Na prática, este processo não parece tão evidente. A
questão é como validar um instrumento? Existem questões relevantes a serem consideradas neste
processo, em como se traduzir um instrumento de validação, na sua metodologia utilizada, como
também a população-alvo, o número de pessoas e testes estatísticos a serem usados.

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Graduando em Psicologia. Faculdade de Macapá-FAMA, 2019.
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Graduando em Psicologia. Faculdade de Macapá-FAMA, 2019.
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Graduando em Psicologia. Faculdade de Macapá-FAMA, 2019.
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Num primeiro momento, deve-se ter em mente que uma escala de avaliação em saúde
mental é um instrumento padronizado composto por um conjunto de itens para quantificar
características psíquicas, psicológicas ou comportamentais que nem sempre são observáveis. Um
sintoma, é determinado necessariamente, ante a subjetividade do paciente e/ou do avaliador. As
escalas de avaliação são apropriadas para estimar a intensidade, a frequência ou mudanças de
sintomas, não tendo função para diagnóstico clínico, pois tal é função das entrevistas diagnósticas.
A escala serve para avaliar as características clínicas de uma determinada doença,
documentar sua gravidade e nível necessário de cuidado, seu uso de forma sistemática e
padronizadas, pode auxiliar no rastreamento dos indivíduos que necessitam de tratamento,
acompanhamento ou intervenção. Além de complementar o diagnóstico clínico. As avaliações são
importantes para determinar o prognóstico e a definir para decisão de tratamento ou conduta
administrativa.
Os pacientes, se beneficiam do uso de escalas padronizadas, quando as mesmas vem
assegurar, a cobertura de sinais e sintomas e evitando a omissão associados ao problema. Uma vez
quantificados e acoplados os sintomas, de acordo com um sistema de consenso, a exemplo, o DSM
(Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais) ou CID (Classificação internacional de
doenças e problemas relacionados à saúde), há melhora na consistência das avaliações, seja ao
longo do tempo, seja entre os examinadores. É fundamental para melhorar a comunicação entre
profissionais e pacientes a uniformização da linguagem. No entanto, as escalas não são desprovidas
de desvantagens.
Deve-se considerar o aspecto dos custos implicados no seu uso, o tempo do paciente e do
clínico, a necessidade de treinamento, os gastos com a aquisição do instrumento, material e
equipamentos associados. Uso sem o devido cuidado pode, por sua vez, levar à detecção
inadequada de muitos casos sem demanda real de tratamento. Portanto, se faz necessário uma
especial atenção, sobre os custos e benefícios na aplicação de determinada escala, levando em
conta, todos os participantes na pesquisa.
Entre as propriedades atribuídas às escalas de avaliação, destacam-se a confiabilidade e a
validade. A primeira refere-se à qualidade da medida em relação a sua precisão, ou seja, um
instrumento é mais confiável quanto menor forem os erros por viés ou acaso. A segunda, refere-se à
capacidade de um instrumento de medir aquilo que ele se propõe a avaliar. Neste sentido, os
pesquisadores devem certificar que a escala realmente consegue mensurar o efeito de interesse, isto
é, o construto medido pela escala. Ambas, confiabilidade e validade, são determinadas com
diferentes metodologias.
Um instrumento que apresenta boas evidências de qualidades psicométricas em sua língua
original pode ter suas propriedades alteradas e prejudicadas ao ser traduzido para outro idioma. A
maioria das escalas utilizadas no Brasil foi construída em língua inglesa. As primeiras escalas de
avaliação aqui adotadas eram traduzidas e aplicadas em pesquisa sem estudos formais sobre suas
qualidades. Possivelmente, a necessidade de se atuar de forma competitiva no âmbito internacional
no âmbito da psicofarmacologia levou pesquisadores brasileiros a escolha da utilização de
instrumentos ainda não validados em nosso meio, a exemplo da Escala de Depressão de Hamilton,
que disseminou seu uso desde a década de 1980, recentemente (em 2014) recebeu sua merecida
validação no País.
Um dos grandes empecilhos para o progresso da pesquisa em saúde mental, seria a
dificuldade de objetivar e quantificar a psicopatologia. As escalas de avaliação não são instrumentos
de fácil utilização. Contudo, o mau uso das mesmas, aos invés de contribuir de forma construtiva,
pode a ser tornar um demolidor da potencialidade deste instrumento. Um escore total de uma escala
é uma quantificação aproximada, que nem sempre traduz a complexidade do fenômeno psíquico. O
uso da escala de avaliação, portanto, não dispensa a avaliação e a interpretação clínicas.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

No presente trabalho, pode-se compreender a importância da escala de avaliação como


instrumento de mensuração no âmbito da saúde mental. Entendendo que as mesmas não vem a ser
uma forma de diagnóstico, mas em se conseguir um prognóstico para se definir vias de decisão para
possível tratamento ou conduta administrativa. Avaliando as devida características de certa doença
viabilizando os caminhos a serem seguidos dentro de uma possível intervenção. Foi possível se
compreender ainda, que houveram todo um percurso para de construir este forma de instrumento de
avaliação.
Para tanto, se entende, havendo todo um processo construtivo, ganhe-se mais confiabilidade
e validade para se usar as escalas. Tais quesitos, a levaram a progredir buscando um conjunto de
instrumentos de forma confiável com menor indícios de erros e qualidade na proposta que se tem
espera na avaliação. Existe na escala de avaliação, os seus empecilhos e obstáculos que ao longo
dos tempos foram detectadas e trabalhadas para se evitar possíveis erros, ou seja, considerando a
implicação dos custos no seu uso, o tempo que envolve o paciente e o clínico, a capacitação, gastos
para se adquirir instrumentos, materiais e equipamentos atrelados neste âmbito. Assim, levando
consideração tais elementos, tal instrumento foi desenvolvido com através de um rígido processo,
para estar presente atualmente e atender pessoas no contexto de saúde mental.
Considera-se, neste processo de construção, para sua confiabilidade, ante tradução do
instrumento, mesmo se mostrando em algum momento insuficiente para se começar a usar no
Brasil, no que tange a linguística, passa por estudos rigorosos para ser para um novo ambiente e ser
válido ou equivalente no público alvo. Portanto, o texto fornece uma compreensão previa, de que há
um processo minucioso, criterioso dentro da construção da escala de avaliação. Ela não está
passível, pôde-se vê seus pontos fortes e fracos ao longo texto, como a questão da tradução, para
sua aplicabilidade, considerando certos contexto, contudo, revelando nos pontos fortes, as ações
criteriosas, que dirigem para cada ação o instrumento adequado, e que sempre há a possiblidade de
atualização, pois as escalas apresenta-se sempre neste continuo processo, o que pode contribuir na
sua confiabilidade.
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REFERÊNCIAS

GORENSTEIN, Clarice; WANG, Yuan-Pang; HUNGERBÜHLER, Ines. (orgs). Instrumento de


avaliação em saúde mental. Artmed, 2015.

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