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RESUMO
FUNDAMENTOS DE MENSURAÇÃO EM SAÚDE MENTAL
Josiel Ferreira1
Rosenir Lemos2
Alessandra Oliveira3
APRESENTAÇÃO
RESUMO
1
Graduando em Psicologia. Faculdade de Macapá-FAMA, 2019.
2
Graduando em Psicologia. Faculdade de Macapá-FAMA, 2019.
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Graduando em Psicologia. Faculdade de Macapá-FAMA, 2019.
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Num primeiro momento, deve-se ter em mente que uma escala de avaliação em saúde
mental é um instrumento padronizado composto por um conjunto de itens para quantificar
características psíquicas, psicológicas ou comportamentais que nem sempre são observáveis. Um
sintoma, é determinado necessariamente, ante a subjetividade do paciente e/ou do avaliador. As
escalas de avaliação são apropriadas para estimar a intensidade, a frequência ou mudanças de
sintomas, não tendo função para diagnóstico clínico, pois tal é função das entrevistas diagnósticas.
A escala serve para avaliar as características clínicas de uma determinada doença,
documentar sua gravidade e nível necessário de cuidado, seu uso de forma sistemática e
padronizadas, pode auxiliar no rastreamento dos indivíduos que necessitam de tratamento,
acompanhamento ou intervenção. Além de complementar o diagnóstico clínico. As avaliações são
importantes para determinar o prognóstico e a definir para decisão de tratamento ou conduta
administrativa.
Os pacientes, se beneficiam do uso de escalas padronizadas, quando as mesmas vem
assegurar, a cobertura de sinais e sintomas e evitando a omissão associados ao problema. Uma vez
quantificados e acoplados os sintomas, de acordo com um sistema de consenso, a exemplo, o DSM
(Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais) ou CID (Classificação internacional de
doenças e problemas relacionados à saúde), há melhora na consistência das avaliações, seja ao
longo do tempo, seja entre os examinadores. É fundamental para melhorar a comunicação entre
profissionais e pacientes a uniformização da linguagem. No entanto, as escalas não são desprovidas
de desvantagens.
Deve-se considerar o aspecto dos custos implicados no seu uso, o tempo do paciente e do
clínico, a necessidade de treinamento, os gastos com a aquisição do instrumento, material e
equipamentos associados. Uso sem o devido cuidado pode, por sua vez, levar à detecção
inadequada de muitos casos sem demanda real de tratamento. Portanto, se faz necessário uma
especial atenção, sobre os custos e benefícios na aplicação de determinada escala, levando em
conta, todos os participantes na pesquisa.
Entre as propriedades atribuídas às escalas de avaliação, destacam-se a confiabilidade e a
validade. A primeira refere-se à qualidade da medida em relação a sua precisão, ou seja, um
instrumento é mais confiável quanto menor forem os erros por viés ou acaso. A segunda, refere-se à
capacidade de um instrumento de medir aquilo que ele se propõe a avaliar. Neste sentido, os
pesquisadores devem certificar que a escala realmente consegue mensurar o efeito de interesse, isto
é, o construto medido pela escala. Ambas, confiabilidade e validade, são determinadas com
diferentes metodologias.
Um instrumento que apresenta boas evidências de qualidades psicométricas em sua língua
original pode ter suas propriedades alteradas e prejudicadas ao ser traduzido para outro idioma. A
maioria das escalas utilizadas no Brasil foi construída em língua inglesa. As primeiras escalas de
avaliação aqui adotadas eram traduzidas e aplicadas em pesquisa sem estudos formais sobre suas
qualidades. Possivelmente, a necessidade de se atuar de forma competitiva no âmbito internacional
no âmbito da psicofarmacologia levou pesquisadores brasileiros a escolha da utilização de
instrumentos ainda não validados em nosso meio, a exemplo da Escala de Depressão de Hamilton,
que disseminou seu uso desde a década de 1980, recentemente (em 2014) recebeu sua merecida
validação no País.
Um dos grandes empecilhos para o progresso da pesquisa em saúde mental, seria a
dificuldade de objetivar e quantificar a psicopatologia. As escalas de avaliação não são instrumentos
de fácil utilização. Contudo, o mau uso das mesmas, aos invés de contribuir de forma construtiva,
pode a ser tornar um demolidor da potencialidade deste instrumento. Um escore total de uma escala
é uma quantificação aproximada, que nem sempre traduz a complexidade do fenômeno psíquico. O
uso da escala de avaliação, portanto, não dispensa a avaliação e a interpretação clínicas.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS