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Introdução
“Nem sempre é assim... muitas vezes constatamos, em relação a nossos adolescentes, muito mais
um desejo de morte do que de vida. “ Morte em relação ao sujeito que está se constituindo? Se
descobrindo como sujeito, então?
“exige de antemão um enorme esforço do sujeito pelo simples fato de que a adolescência implica
um encontro com o sexo” Encontro com o sexo – sua sexualidade? O processo de partilhar sua
sexualidade?
Esse processo pode ser difícil para os pais, visto que, perdem o local fantasioso de alteridade
diante do filho. Ou como a autora nomeia como “perda narcísica”. Dessa maneira, os pais
necessitam do entendimento das necessidades de seu filho, mesmo que discordem, para
fomentar o comportamento de escolher ou não escolher do filho. Gerar autonomia?
“não há nada mais próprio da adolescência do que poder triar: isso sim, aquilo não.”
A capacidade de triar deve então surgir a partir das referências que o sujeito enquanto
adolescente possui ao longo de suas vivências. Não necessariamente essas referências se
originam do seio familiar. Na verdade, os pais definitivamente não são sinônimos de referências
ou de “exemplo a ser seguido”. Não cabe aos pais realizarem esse papel.
A função do Outro no desenvolvimento do inconsciente: “À medida que o bebê cresce e faz suas
próprias experiências de vida, incorpora a alteridade aos poucos, de forma que ela determine
sua própria constituição”.
Em relação a esse processo, que se dá como o final da infância, o sujeito se depara com a
incorporação desse Outro da infância, que advém de suas experiências pessoais, e não precisa
mais ocupar o espaço de ser aquele sujeito idealizado por seus pais da infância, aqueles que ele
precisava manter o amor. A partir disso, estabelece-se a separação dos pais imaginários da
infância. Claro, esse processo só ocorre se o processo de incorporação a ideia de pais imaginários
ao longo do desenvolvimento da criança tenha obtido êxito.
“É por ter herdado a posição desejante de seus pais que o adolescente também já não satisfaz as
demandas deles.”
“É verdade, mas, sobretudo porque ele suporta não mais satisfazer as demandas dos pais,”
Por não suportar mais atender as demandas de seus pais, o adolescente se torna o autor de seu
próprio desejo. Ele não precisa mais mobilizar-se de acordo com a demanda do amor, para
proteger-se do desamparo. Não deve se enganar que o desamparo é inexistente, na psicanalise
esse desamparo está localizado no conceito de castração.
Ou seja: Esse processo de falta no Outro gera castração a esse adolescente que aqui se estabelece
como sujeito. Os pais, de outra maneira, também serão castrados já que os desejos relacionados
a esse adolescente não fazem parte, necessariamente, de seu desenvolvimento.
No mais, os pais representam o conforto em momentos que podem não serem favoráveis ao
desenvolvimento do adolescente. Seus papéis são imprescindíveis nesse processo de separação
da criança que faz parte do desejo parental ao sujeito que aqui se estabelece diante do seu Outro
que foi formado ao longo do seu desenvolvimento.