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Diagnostico Cenarios e Acoes para o Setor de Telecomunicacoes No Brasil PDF
Diagnostico Cenarios e Acoes para o Setor de Telecomunicacoes No Brasil PDF
Julho de 2011
CONFIDENCIAL
Sumário
O momento atual da economia brasileira traz oportunidades únicas que precisam ser
exploradas com o devido planejamento e reflexão para
que os resultados sejam duradouros. O planejamento setorial necessita
manter coerência com o propósito
Os esforços necessários, tanto públicos como de ampliação do uso dos serviços
privados, precisam estar alinhados para construir a de telecomunicações,
No final de 2010, 38.210 localidades eram servidas pelo Serviço Telefônico Fixo
Comutado (16.652 com acessos individuais), em função da realização das metas do
Plano Geral de Metas de Universalização do STFC (PGMU); no final de 2009 eram
37.543 localidades e, em 1992, 16.950.
No final de 2010:
Até abril de 2011, 5.565
97,2% dos Municípios já contavam com o municípios brasileiros
Serviço de Comunicações Móveis (Celular), contavam com infraestrutura
contra 65,4 % em 2007. de banda larga fixa e 1.497
com banda larga móvel (3G).
81,1% da população brasileira já era atendida
Fonte: Telebrasil (abril/2011)
pelo serviço de banda larga móvel.
Cumpre assinalar que a maior parcela desta carga tributária é imposta pelos Governos
Estaduais (ICMS sobre Serviços de Comunicações), indo em direção contrária à
Política de Universalização dos Serviços de Telecomunicações adotada pelo Governo
Federal, pois, onerando o valor pago pelo consumidor, inibem o acesso dos usuários
de menor renda aos serviços.
PRINCIPAIS DESAFIOS
Muito já se avançou nos serviços de telecomunicações. Para que mais serviços possam
ser disponibilizados, com maior qualidade, a um número crescente de usuários, é
preciso construir uma estrutura de incentivos alinhada entre agentes públicos (Federal,
Estadual e Municipal) e privados (investidores e consumidores).
Condicionantes
econômicos
Aspectos
macroeconômicos,
institucionais,
jurídicos e
regulatórios,
“Custo Brasil”.
Investimentos Demanda
Ciclo de negócios, Condições
uso de tecnologia socioeconômicas,
adequada, necessidades,
acesso à preferências e
infraestrutura. incentivos.
Elaboração: LCA.
Por outro lado, a disponibilização de oferta de serviços para as classes de renda mais
baixa carece de outras estratégias para viabilizar o acesso e uso dos serviços. Atender
ao segundo público não pode inviabilizar o atendimento do primeiro (por meio, por
exemplo, de metas não condizentes com investimentos sustentáveis no longo prazo).
Inviabilizar a oferta de serviços voltados para os maiores estratos de renda alijaria o
Brasil das fronteiras tecnológicas já existentes em outras economias, afetando, em
última instância, a competitividade da economia no mercado internacional.
O planejamento setorial não pode ocorrer de modo segmentado e estanque, sem que
se considerem as relações entre os diferentes serviços, cada vez mais relevantes por
conta da convergência entre plataformas e tecnologias que possibilitam a prestação de
um mesmo serviço por diferentes arranjos (Figura 2).
Internet
MMDS, FWA, Spread Spectrum
ISP
backhaul quadruple play
ERB/CCC
1G, 2G, 2,5G e 3G telefonia móvel
banda larga móvel
espectro de radiofrequência
ISP
backhaul triple play
central banda larga fixa
telefônica
backbone (STFC)
TUP
tv por assinatura
headend
cabo coaxial (antena)
exploração industrial de linha dedicada (EILD) outras redes: FTTH (fibra), HFC (fibra/coaxial)
Elaboração: LCA
(a)
Os ANEXOS e o Glossário apresentam as características e definições dos termos apresentados nesta
figura, de acordo com serviço.
Nesse contexto, são vários os desafios atuais para cada modalidade de serviço de
telecomunicações.
serviços em condições de ampliar o uso e não intensificada ainda mais com o desenho
adotado para o leilão da Banda H e a
apenas o acesso? Ou seja, como criar
permissão para MVNO. O modelo atual
condições para simultaneamente ampliar o
para disponibilização de espectro prioriza
uso, por meio de serviços mais acessíveis
o pagamento pela infraestrutura, indo em
mas sem comprometer a rentabilização dos
direção contrária aos propósitos da
investimentos -– que precisam ser mantidos massificação do serviço.
constantemente em patamar elevado, para
que se acompanhe os avanços tecnológicos do setor?
A superação desses desafios envolve ações que passam pelas três esferas
destacadas na Figura 1. Para além da coerência com a Figura 1, as proposições
precisam atentar para as características da Figura 2, de forma que o marco regulatório
não privilegie, penalize ou restrinja uma determinada tecnologia, sob pena de se
MODELO DE GAPs
3 Juan Navas-Sabater et al., Telecommunications and Information Services for the Poor: Toward a Strategy for
Universal Access, The World Bank Discussion Paper No. 432, 2002. Disponível em: http://rru.worldbank.org/Papers
Links/Universal-Service/. Acesso em 03/03/2010.
Mapear adequadamente as
necessidades de cada região,
em termos de oferta e
demanda, é fundamental para
que esforços públicos e
privados sejam otimizados por
meio da eleição dos melhores
instrumentos de incentivo em
cada situação.
Elaboração: LCA.
Elegeu-se banda larga como principal serviço de análise visto que, no atual cenário de
convergência, expandir tal serviço tem reflexos nos demais. Além disso, dado o
momento de formulação do Plano Nacional de Banda Larga junto ao Governo, o
presente trabalho espera trazer contribuições à sua elaboração.
A escolha pela utilização de dados municipais se justifica por ser a menor área
geográfica para qual existem dados públicos que podem ser utilizados como forma de
identificar a infraestrutura instalada e o potencial de demanda. Todavia, é certo que
um maior nível de granulidade das informações tornaria mais precisa a classificação
de regiões geográficas segundo as dimensões consideradas pela metodologia4.
Para classificar os municípios pelo critério da demanda, foi utilizado um indicador com
base no índice de desenvolvimento humano municipal (IDHM)5, calculado pelo PNUD6
com dados do CENSO de 20007. Foi dado peso de 80% para o IDH Renda e 20% para
o IDH Educação, sendo excluída a dimensão de saúde.
4 Essa limitação, em termos práticos, faz com que as regiões geográficas sejam classificadas sempre em
consonância com o município da qual fazem parte, mesmo que suas características possibilitassem outra
classificação (esse pode ser é o caso de bairros pobres em municípios de alta renda, por exemplo). Ou
seja, a metodologia considera que as áreas sejam homogêneas porém é sabido que pode haver regiões
com características de “áreas brancas” mesmo estando localizadas em “áreas pretas”.
5 O IDH utiliza três dimensões em seu cômputo: saúde, renda e educação, todas com o mesmo peso.
7 Para atualizar as informações, foi utilizada a variação dos indicadores estaduais, aplicados aos
municípios, calculados a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios, do IBGE.
8 Para cada um dos eixos Entre 0 e 2 o município é classificado como branco, entre 2 e 4 como cinza
claro, entre 4 e 6 como cinza, entre 6 e 8 como cinza escuro e entre 8 e 10 como preto.
220 Municípios
1,9 milhões de hab. (1,0%)
renda per capita: R$ 3,7 mil
2220 Municípios
27,3 milhões de hab. (14,3%)
renda per capita: R$ 5 mil
2645 Municípios
55,0 milhões de hab. (28,9%)
renda per capita: R$ 11,2 mil
462 Municípios
60,6 milhões de hab. (31,8%)
renda per capita: R$ 17,9 mil
45 Municípios
45,8 milhões de hab. (24,0%)
renda per capita: R$ 26,5 mil
Elaboração: LCA.
Elaboração: LCA.
A figura abaixo decompõe o papel de cada uma dessas alavancas no cenário sem
alavancas para os anos 2014 e 2020. Em ambos o papel da tendência temporal é o
mais representativo.
9 A projeção do IDH modificado (sem longevidade, considerando-se apenas renda e escolaridade) foi
realizada a partir de Asher, Jana; Daponte, Beth Osborne (September 2010). "A hypothetical Cohort
Model of Human Development". Human Development Research Paper 2010/40. United Nations
Development Programme. p. 40–42 Disponível em: http://hdr.undp.org/en/reports/global/hdr2010/papers
/HDRP_2010_40.pdf; Acesso em 01/05/2011
Elaboração: LCA.
O Cenário Referenciado, por sua vez, tem por base os indicadores de penetração do
serviço para países selecionados (dados da União Internacional de Telecomunicações
– UIT – do inglês, International Telecommunication Union – ITU) para a definição de
hipóteses de evolução dos acessos. No caso, considerou-se que o número de acessos
fixos e móveis por habitante no Brasil deverá atingir patamares de penetração
atualmente apresentados por países mais desenvolvidos. A maior saturação destes
mercados na próxima década, aliada à massificação do acesso no Brasil, colaboraria
para a redução tanto das disparidades regionais (internas) quanto da distância que
separa o padrão de consumo e acesso brasileiro e o de países da Ásia/OCDE.
74.3
Referenciado Inercial
80
46.7
60
40
21.5
20
Venezuela
Alemanha
Argentina
Noruega
Brasil (2020) - Referenciado
Argélia
Rússia
China
India
Portugal
Holanda
França
Estados Unidos
República Checa
Turquia
México
Reino Unido
Bélgica
Espanha
Malásia
África do Sul
Cingapura
Suécia
Dinamarca
Grécia
Canadá
Polônia
Colômbia
Japão
Austrália
Hungria
Chile
Itália
Coréia do Sul
Tailândia
Brasil (2011)
Fonte: UIT. Elaboração: LCA.
Área Preta
47,1 18,0
2011 32,8 17,3 17,7
100
1.013
Cenário 61,4 97,6
Com Alavancas (+87,2%) (+197,5%) 0 0 0
2014 2020
Área Branca 57,0
39,7
0,6
2011 3,3
0
90,2
2.369
Cenário
12,9 30,4 (+196,9%)
Com Alavancas (+2.050%) (+4.967%)
0
5,7 4,1
2014 2020
Elaboração: LCA.
Acessos coletivos
Expansão de Telecentros e apoio
a lanhouses (com subsídio)
Alta Renda Baixa Renda
Elaboração: LCA.
Recursos públicos
(recursos diretos, financiamento
e infraestrutura) para expansão
da oferta dos serviços
Desoneração de
equipamentos , materiais e Aplicação de fundos setoriais
serviços de instalação de
fibra óptica e rádio
Disponibilização Imediata de Espectro (700 MHz – 2,5 GHz); PLC 116
Transparência e redução do Risco Regulatório; Flexibilização regulatória;
Restrições ambientais e urbanísticas; Direitos de passagem e de uso do solo
Condições para redução de CAPEX o OPEX (oferta de pacotes de serviços - bundles)
Muita
Pouca Infraestrutura
Infraestrutura
Elaboração: LCA.
Este trabalho foi solicitado à LCA pelo SINDITELEBRASIL com o objetivo de, a partir
de um diagnóstico do setor de telecomunicações no Brasil e a definição de cenários
para expansão de banda larga até 2020, definir um conjunto de ações que possibilite a
atração de investimentos e a ampliação da oferta de forma condizente com os
cenários de demanda definidos.
Elegeu-se o serviço de banda larga como o principal tema do estudo visto que, no
atual cenário convergente, espera-se que ao expandir o serviço de banda larga no
Brasil os demais serviços de telecomunicações também sejam beneficiados. Antes,
ainda, a expansão da banda larga passa, obrigatoriamente, pelo desenvolvimento dos
demais serviços.
O presente trabalho é composto por cinco seções, incluindo esta Introdução. A seção
seguinte apresenta o contexto e perspectivas da economia brasileira, tanto em relação
ao ambiente institucional, como aspectos conjunturais, com especial atenção dada ao
mercado consumidor.
O planejamento setorial não pode ocorrer de modo segmentado e estanque, sem que
se considerem as relações entre os diferentes serviços, cada vez mais relevantes por
conta da convergência entre plataformas e tecnologias que possibilitam a prestação de
um mesmo serviço por diferentes arranjos.
A partir do arcabouço apresentado foi feita uma aplicação para o serviço de banda
larga no Brasil, que deu suporte à elaboração de cenários de penetração e seu custo
associado.
Nos últimos anos, excluindo-se o ano logo após a eclosão da crise econômica nos
EUA em setembro de 200810, o crescimento da economia brasileira tem sido
consistente. O crescimento médio no triênio 2006-2008 foi de 5,5% a.a. e a
recuperação de outubro de 2009 a dezembro de 2010 teve um crescimento médio de
7,0% a.a (Gráfico 8).
8,0
7,1
6,7 6,77,0
6,2 6,3 6,1
6,4 6,4 6,5
6,1
6,0 5,5 5,1 5,0 5,0
4,7 4,8
4,2 4,2 4,3 4,3
4,0
3,3
2,3
2,1 2,1 1,9
2,0
0,9 0,9 0,8
0,6
0,0
out/03
out/04
out/05
out/06
out/07
out/08
out/09
out/10
abr/03
jul/03
abr/04
jul/04
abr/05
jul/05
abr/06
jul/06
abr/07
jul/07
abr/08
jul/08
abr/09
jul/09
abr/10
jul/10
jan/03
jan/04
jan/05
jan/06
jan/07
jan/08
jan/09
jan/10
-2,8
-3,0
-4,0
14,0
12,0
10,0
8,0
6,0
4,0
2,0
0,0
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
-2,0
Argentina Brasil Chile China Rússia EUA
Fonte: World Economic Outlook Database, outubro de 2010 (Disponível em: http://www.imf.org/external/
pubs/ft/weo/2010/02/weodata/index.aspx, acesso em 22/03/2011). Elaboração: LCA.
(a)
Crescimento de 2010 estimado.
0,05
3,86%
0,04
0,03
0,02
0,01 0,72%
0,10%
0
-0,01
-0,70%
-1,08% -1,13% -1,19%
-0,02 -1,55%
-0,03
-0,04
-3,68%
-4,07%
-0,05
Fonte: Índice de preços ao consumidor: FMI e Bloomberg; Taxas de juros mundiais – Target Rate: Banco
Mundial. Elaboração LCA.
Esse quadro, para além de encarecer investimentos, valoriza a moeda nacional visto
que a alta rentabilidade proporcionada pela renda fixa no País atrai investidores
estrangeiros (Gráfico 11).
4,00 200
180
3,50
Nominal Ef etiva*
160
3,00
140
2,50
120
2,00
100
1,50 80
out/03
out/04
out/05
out/06
out/07
out/08
out/09
out/10
abr/03
jul/03
abr/04
jul/04
abr/05
jul/05
abr/06
jul/06
abr/07
jul/07
abr/08
jul/08
abr/09
jul/09
abr/10
jul/10
jan/03
jan/04
jan/05
jan/06
jan/07
jan/08
jan/09
jan/10
jan/11
Fonte: Bloomberg e MDIC para elaboração da taxa efetiva. Elaboração: LCA.
(a)
Taxa de Câmbio Efetiva no eixo secundário. Cesta com 23 países: EUA, Canadá, México, Alemanha,
Bélgica-Luxemburgo, Espanha, França, Itália, Países-Baixos, Reino Unido, Argentina, Uruguai, Paraguai,
Chile, Venezuela, Japão, China, Coreia do Sul, Taiwan, Hong-kong, Austrália, Rússia e Índia.
3,0
2,0
1,0
0,0
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
O Brasil cresce, com estabilidade monetária, às custas de elevada taxa de juros que
onera investimento e atrai recursos externos. Estes, por sua vez, acabam por valorizar
o Real frente ao dólar. As perspectivas de crescimento econômico se mantém para os
próximos anos, como mostra o gráfico acima, que apresenta a evolução do PIB
brasileiro segundo estimativas da LCA.
A projeção da massa de renda real anual para os próximos anos indica que essa
tendência de crescimento se mantém. Entre 2011 e 2016 a massa de renda real anual
deverá crescer, em média, R$ 79 bilhões ao ano, chegando a R$ 2,1 trilhões, como
mostra o gráfico abaixo.
2.511
Crescimento de 122,68% 2.410
2.313
2.226
2.142
2.064
1.983
1.904
1.824
1.728
1.665
1.557
1.491
1.415
1.339
1.261
1.199
1.133
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Para analisar o impacto que o crescimento da renda terá sobre o consumo, também é
importante compreender de que maneira este é distribuído entre as camadas sociais.
Como os indivíduos de menor renda tendem a consumir uma parcela maior de seu
orçamento (maior propensão marginal a consumir), um crescimento de renda dessa
parcela da população deve estimular o consumo mais acentuadamente.
Nesse contexto, vale ressaltar que a massa de renda real das classes mais baixas
foram as que apresentaram o maior crescimento no período: entre 2003 e 2010 a
12 A PME é realizada pelo IBGE em seis regiões metropolitanas: Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro,
Salvador e São Paulo. Os dados mostrados no presente trabalho são calibrados pela PNAD para refletir informações
do Brasil como um todo, e não apenas dessas seis regiões.
Entre 2010 e 2020, o crescimento da massa de renda real entre as classes mais
pobres deve continuar em ritmo mais acelerado. Segundo projeções da LCA a massa
de renda real deve crescer 73% nas classes D/E, 52% na classe C, e 42% nas classes
A/B (Gráfico 15).
2.511
Entre 2002 e 2010, o Brasil
1.983 experimentou um
1.665 crescimento da massa real
de renda de 40,3%.
1.187
Fonte: PME e PNAD.
Elaboração e Projeção : LCA.
14 Os critérios da LCA utilizados na determinação das classes são os seguintes: classes A/B são os 29% mais ricos,
classe C os 33% seguintes e as classes D/E os 38% de menor renda.
80
75
70 Crescimento da massa
64
60
real de renda das classes
52 D/E supera em quase 2x a
50
43 43 evolução das classes A/B
40
33 Fonte: PME e PNAD.
30 Elaboração e Projeção: LCA .
20
10
0
Classes A e B Classe C Classes D e E
2002 -2010 2010 -2020
Com isso, o índice de desigualdade de renda (Gini)15 caiu de 0,58 para 0,54 entre 2003
e 2009.
Entre os principais fatores responsáveis por essa dinâmica na renda brasileira, está a
criação e expansão de programas como o Bolsa Família. Em 2010 o programa Bolsa
Família atendeu aproximadamente 13 milhões de famílias, e concedeu quase R$ 15
bilhões em benefícios (Gráfico 16).
15 “Mede o grau de desigualdade na distribuição da renda domiciliar per capita entre os indivíduos. Seu valor pode
variar teoricamente desde 0, quando não há desigualdade (as rendas de todos os indivíduos têm o mesmo valor), até
1, quando a desigualdade é máxima (apenas um indivíduo detém toda a renda da sociedade e a renda de todos os
outros indivíduos é nula)”. Fonte: IPEA Data (Disponível em: http://www.ipeadata.gov.br/. Último acesso em
17/03/2011).
10.871
11.000
9.973
15,0
3.000
5,0
1.000
- -1.000
600
500
400
300
200
100
0
jul-03
jul-04
jul-05
jul-06
jul-07
jul-08
jul-09
jul-10
jan-03
jan-04
jan-05
jan-06
jan-07
jan-08
jan-09
jan-10
Fonte: IPEA – Indicadores Macroeconômicos (acesso em ipeadata no dia 22/03/2011). Elaboração: LCA
Consultores
* Série em reais (R$) constantes do último mês, elaborada pelo IPEA, deflacionando-se o salário mínimo
nominal pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do IBGE a partir de março de 1979. Para
períodos anteriores, os deflatores utilizados foram o IGPC-Mtb (jan/1948-mar/1979), o IPC-RJ/FGV
(jan/1944-jan/1948) e o IPC-SP/Fipe (jul/1940-jan/1944). O salário mínimo urbano foi instituído no Brasil
por decreto-lei do presidente Getúlio Vargas, durante a ditadura do Estado Novo, e começou a vigorar em
julho de 1940, com valores diferenciados entre estados e sub-regiões. Em 1943, foi incorporado à
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e, em 1963, foi estendido ao campo por meio do Estatuto do
Trabalhador Rural. Foi nacionalmente unificado em maio de 1984, mas, desde 2000, a Lei Complementar
103 permite que os estados fixem pisos estaduais superiores ao mínimo nacional. Os dados desta série
para o período em que a legislação federal definia faixas diversificadas referem-se sempre ao maior
salário mínimo vigente no país. Quanto ao período anterior à unificação (IPEADATA).
Fonte: IBGE – POF. Elaboração: LCA com base no Working Paper 08/197 (FMI).
Alguns bens duráveis aumentaram sua penetração nos domicílios brasileiros. Exemplo
emblemático dessa alteração foi a evolução da penetração de aparelho de DVD entre
as POF 2002/2003 e 2008/2009, que aumentou em 54 pontos percentuais, enquanto
que TV preto e branco, por exemplo, teve queda significativa (55 pontos percentuais
entre 1987/88 e 2008/09).
16 A utilização da PNAD de 2008, que não é a mais atual, se justifica porque há um questionário suplementar sobre
acesso à internet.
19 Também é possível o acesso à internet por outros meios, por exemplo, acessos móveis (modems 3G,
smartphones). Entretanto a PNAD não traz informações sobre o acesso de internet por esses outros meios.
Baixa penetração de
computadores afeta conexão à Classes E/D
Internet
Domicílios com com
Domicílios com Computador Internet
Computador conectado à Internet Sem 59%
13% computador Com
2001 2001 69% computador
20 Nos exercícios nos quais se utiliza dados da POF ou PNAD as classes são definidas com base na renda total
domiciliar. Os critérios utilizados são os seguintes: classes A/B são os 29% mais ricos, classe C os 33% seguintes e as
classes D/E os 38% de menor renda.
Chama atenção a baixa utilização do acesso público gratuito, mesmo entre os mais
pobres, dentre os quais apenas 6,7% utilizam essa forma. Em contrapartida, observa-se
um expressivo uso de locais públicos pagos. Este comportamento indica que há uma
insuficiência de oferta, ou uma oferta de pior qualidade, de locais de acesso público
gratuitos. Seja qual for o caso, infere-se que há um grande espaço para melhoria
na oferta dos serviços desses espaços públicos gratuitos, como por exemplo, os
Telecentros.
Outra informação que pode ser extraída da PNAD 2008 é o motivo pelo qual os
indivíduos não utilizam internet. Entre as principais razões apontadas estão: “não tinha
acesso a microcomputador” e “não sabia utilizar a internet” (Tabela 4). Ambos os
motivos são mais significativos entre as classes mais pobres, o que é esperado, dado
que se trata de um grupo de indivíduos com um menor poder aquisitivo e com um
menor grau de instrução. Esse resultado corrobora a importância que deve ser dada
às questões de acesso a microcomputador e treinamento para o uso do serviço no
âmbito das discussões sobre massificação da banda larga no Brasil.
A média atribuída ao Brasil nesse quesito coloca o país abaixo não só da média de
economias desenvolvidas, como a japonesa e a norte-americana, como também da
média mundial e da América Latina, e abaixo ainda de alguns países da América do
Sul, como Chile e Uruguai (Gráfico 19).
21 O relatório “The Global Competitiveness Report 2010/2011” (GCR), elaborado pelo World Economic Forum (WEF),
em pesquisa que classifica, de modo semelhante ao Doing Business, diversas economias do mundo em termos de
suas competitividades, coloca o Brasil nas últimas posições de seu ranking Para esta avaliação, o WEF faz uma
pesquisa entre 139 países analisando 111 variáveis, para as quais são atribuídas notas de 1 a 7.
6,0
6 5,8 5,7
5
4,5
4,3
4,1
4 3,8 3,8
0
Japão EUA Chile Uruguai Médial Média Am. BRIC Brasil
Mundial Latina
123
105
93
84 87
76
62 63
5,9
6 5,7 5,6
5
4,4
4,0
3,9
4
3,2
2,9
3
0
EUA Japão Chile Uruguai Médial Média Am. BRIC Brasil
Mundial Latina
Nos próximos anos o país será sede de grandes eventos, como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos
Olímpicos de 2016. Com a proximidade desses grandes eventos, intensifica-se a necessidade de
investimentos na infraestrutura do país, inclusive sob orientações e exigências das instituições
responsáveis: a FIFA (Fédération Internationale de Football Association) e o COI (Comitê Olímpico
Internacional).
(A)
Segundo a FIFA , no que diz respeito à infraestrutura das A FIFA exige que todos os
telecomunicações dos estádios, deve ser garantido o acesso aos estádios tenham acesso aos
serviços de internet de banda larga e telefonia – que assegurem a serviços de banda larga,
alta demanda de capacidade e tráfego – e ao serviço de televisão – telefonia e transmissão
que assegure uma estrutura dedicada, principalmente, à digital.
transmissão dos jogos e a toda a imprensa.
Na última Copa do Mundo, em 2010, na África do Sul, a FIFA exigiu também a necessidade de
(B)
transmissão digital de todos os jogos Da mesma forma, a Football Media Services (FMS), agência
(c)
exclusiva da FIFA, garante, em documento oficial , que os 64 jogos da Copa do Mundo de 2014 no Brasil
também estarão disponíveis no formato HD.
O Governo da África do Sul gastou R300 milhões com investimentos em telecomunicações e broadcast
(d)
para a Copa do Mundo de 2010, o que equivale a aproximadamente R$ 70 milhões , correspondente a
1,07% do investimento total realizado pelo governo para o evento (R28 bilhões, que equivalem a R$6,7
(e)
bilhões) . Desses investimentos destacaram-se:
Uma rede dedicada ligando os dez estádios da África do Sul às redes de transmissão do mundo.
Construção de um International Broadcast Center (nodo central das transmissões dos estádios) e
centros de mídia em cada um dos estádios.
Construção de uma estrutura de fibra ótica, para ligar os estádios ao Broadcast Center.
Há algumas outras linhas de crédito que afetam o setor, mas de forma indireta. Por
exemplo, o BNDES PMAT23, que atende municípios no financiamento de
equipamentos de informática e novas tecnologias. Adicionalmente, a instituição possui
financiamentos voltados especialmente à Copa d Mundo, a linha denominada BNDES
ProCopa24 proporciona crédito para reforma e construção de arenas e hotéis.
23 Modernização da Administração Tributária e de Gestão dos Setores Sociais Básicos. Informações disponíveis em:
<http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Institucional/Apoio_Financeiro/Progra
mas_e_Fundos/PMAT/pmat.html>. Acesso em 15/03/2011.
Crédito de R$ 5,2 bilhões concedido à CEF para aplicação por entes públicos em
saneamento ambiental e habitação popular.
Segundo relatório Doing Business 2011, Brasil tem amplo espaço para melhorar nos itens
“Facilidade para Fazer Negócios”.
É composto por três critérios: (i) número de procedimentos para obter licenças; (ii) tempo para
obter a licença de construção; e (iii) custo dessa obtenção. Entre 183 países, o Brasil está
classificado atualmente na 112º posição, tendo piorado cinco posições em relação à
classificação de 2008. Quando comparado com a América Latina e com a OCDE, o Brasil é o
pior colocado em todos esses critérios.
Registro de propriedade
Assim como a avaliação do critério acima, o índice de facilidade para obtenção do registro de
propriedade é composto por 3 critérios: número de procedimentos, tempo e custo para
registrar.
Em 2008, por esse critério, o Brasil se encontrava na 110ª colocação, e hoje passou para a
122ª colocação, também apresentando uma piora relativa. Entretanto, ao contrário do
observado com os quesitos que compõem o critério de obtenção de alvará de construção, ao
menos aqui observamos que o Brasil situa-se melhor na comparação do critério tempo com a
América Latina, e melhor na comparação do critério custo tanto com a América Latina como
diante dos países da OCDE. O número de procedimentos necessários para o registro de uma
propriedade ainda é significativamente maior no Brasil.
Registro de Propriedade
Obtenção de crédito
O índice de obtenção de crédito tem como base 4 subindicadores. O primeiro deles, o índice de
eficiência dos direitos legais, considera até que ponto as leis sobre garantias e falências
Obtenção de Crédito
Pagamentos de impostos
Para avaliar o quesito pagamento de impostos, o relatório Doing Business utiliza 6 indicadores:
(i) número total de pagamentos de imposto por ano; (ii) o tempo gasto para preparar, arquivar e
pagar (ou reter) o imposto de renda das empresas, o imposto sobre o valor agregado e as
contribuições de previdência social (em horas por ano); (iii) o valor dos impostos sobre lucros
pagos pelas empresas; (iv) valor dos impostos e das contribuições obrigatórias sobre mão de
obra pagos pelas empresas; (v) o valor dos impostos e das contribuições (não incluídos nas
categorias de impostos sobre lucros ou mão de obra) obrigatórias pagos pelas empresas; e (vi)
o valor de todos os tributos como um percentual do lucro comercial. Entre 183 países, o Brasil
encontra-se na 152ª posição nesse quesito.Em 2008, o Brasil ocupava a 137ª colocação.
Na comparação abaixo, pode-se observar que o Brasil perde em quase todos os indicadores
utilizados para os países da América Latina e da OCDE.
Cumprimento de contratos
Para avaliar o item “cumprimento dos contratos”, o relatório Doing Business utiliza 3
indicadores: (i) número de procedimentos para resolver um processo que envolve tribunal; (ii)
tempo que leva a resolução de um contrato; e (iii) custo dos procedimentos. A posição
brasileira no ranking geral entre 183 países, que parte da ponderação com peso igual para os 3
indicadores, passou de 106 em 2008 para 98 atualmente, mas isso em função da piora de
alguns países e não de alguma evolução, já que os indicadores do Brasil não se modificaram
no período.
Mesmo com esse avanço relativo, continuamos atrás das médias da América Latina e da
OCDE no que diz respeito ao número de procedimentos, também atrás da OCDE no quesito
duração.
Cumprimento de contrato
Isto porque, nos últimos anos, às redes subterrâneas mais antigas de saneamento
básico, energia elétrica e telefonia fixa somaram-se as redes mais modernas, de gás
encanado, TV por assinatura e fibra ótica. Já a concorrência pela utilização do espaço
aéreo (espectro de radiofrequência) como meio para serviços de telefonia móvel, TV
por assinatura e radiodifusão cresceu de forma substantiva nas últimas duas décadas.
Este movimento, perfilado pelos avanços tecnológicos e pelo aumento da demanda
pelos serviços de telecomunicações, passa invariavelmente pela regulação do uso do
espaço subterrâneo e aéreo em diversas instâncias. No que tange as municipalidades,
o respaldo constitucional autoriza a ordenação e controle do uso do solo, assim como
a cobrança de taxas de fiscalização de obras e serviços, através do estabelecimento
de leis próprias.
25 Segundo Artigo 21 da Lei 8.884/94, o Compartilhamento e o Direito de Passagem são instrumentos que visam (i) o
desenvolvimento das redes de telecomunicações e (ii) o estabelecimento do modelo competitivo, sendo certo que a
recusa injustificada pode representar infração à ordem econômica (art. 21 da Lei 8.884/94). Entretanto, o
compartilhamento de infraestrutura e o direito de passagem são institutos jurídicos distintos. Enquanto a passagem se
dá em caráter primário sobre ou sob um bem (e.g. faixa de domínio de rodovia), o compartilhamento se dá em caráter
secundário, através de um bem já instalado por um terceiro (e.g. postes e torres de energia elétrica e
telecomunicações, dutos de energia e fibra ótica, condutos de água e esgoto, gás, petróleo e óleo).
Pode-se avaliar o nível de percepção do risco regulatório entre os países através dos
resultados do Worldwide Governance Indicators Project 27
A pesquisa, elaborada pelo
Banco Mundial, fornece indicadores agregados e individuais de governança para 213
economias entre 1996 e 2009, em 6 dimensões:
Qualidade Aparato
América Latina Índice ponderado Ranking
da regulação Regulatório
Argentina -0,90 -0,66 -0,85 5º
Bolívia -0,98 -1,22 -1,03 6º
Brasil 0,18 -0,18 0,11 3º
Chile 1,50 1,25 1,45 1º
Colômbia 0,24 -0,44 0,10 4º
Equador -1,36 -1,28 -1,34 7º
Estados Unidos 1,36 1,53 1,39 2º
Fonte: Worldwide Governance Indicator – Banco Mundial. Disponível em http://info.worldbank.org/
governan ce/wgi/sc_country.asp Acesso em 21/03/2011. Elaboração: LCA.
Nota-se que o Brasil está distante 1,34 pontos do Chile (1,45 – 0,11) e -1,28 pontos
dos Estados Unidos (0,11 –1,39). Isso mostra que o Brasil não está no mesmo
patamar de risco regulatório do Chile ou dos Estados Unidos.
Ambiente Regulatório tem potencial para encarecer ou até mesmo inibir investimentos
(a)
O Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (FISTEL) tem como principais fontes de receita a Taxa de
Fiscalização de Instalação (TFI) e de Funcionamento (TFF) e tem destinação vinculada ao custeio da ANATEL com a
fiscalização de serviços. O FISTEL também acolhe 50% das receitas de outorga de concessões, permissões e
autorizações, bem como multas previstas na LGT.
(b)
O SMP é o maior contribuinte do FISTEL: toda vez que um aparelho móvel é habilitado ou ativado, as operadoras
devem recolher a TFI (R$ 26,82 por unidade), assim como pagar anualmente TFF sobre toda a planta de aparelhos
móveis ativos (R$ 13,42 por unidade) além da própria malha de torres em serviço. Segundo propõe a ANATEL, como o
2.3.3 Tributos
A carga tributária incidente sobre os produtos e serviços de telecomunicações
considera, entre outros, o PIS, COFINS, FUST, FUNTTEL e ICMS. Juntos, esses
tributos podem representar até 40% da receita bruta dos serviços de telecomunicações,
como para o caso do estado de Rondônia, que possui ICMS de 35%.
29 A partir dos anos 1970 e 1980 o paradigma ICT (Information and Communication Technologies) ganha
destaque, caracterizado por abrigar uma série de novas tecnologias e indústrias, entre elas a microeletrônica,
computadores (hardware e software), instrumentos de controle, biotecnologia e novos materiais. Esse
progresso é marcado, igualmente, pela introdução de novas formas organizacionais – consolidadas em um modelo
flexível e especializado de produção – e em novos padrões de consumo, calcados na personalização e na volatilidade
das preferências e necessidades do consumidor.
30 Segundo recomenda a OCDE (2004), a promoção de arranjos de oferta eficientes e inovativos pelo poder público
está associada a: (a) concorrência efetiva nos mercados, com liberalização da infraestrutura, redes de serviço e
aplicações em face da convergência entre plataformas tecnológicas diferentes, (b) políticas não discriminatórias e
transparentes, pautadas por neutralidade tecnológica, de modo a estimular interoperatividade, a inovação e expandir o
leque de opções, dado que a convergência de plataformas e serviços requer consistência entre esferas regulatórias
distintas; (c) políticas que encorajem o investimento privado em novas infraestruturas tecnológicas, novos conteúdo e
aplicações; (d) reconhecimento da papel primordial do setor privado na expansão da cobertura e do uso dos serviços,
complementadas por iniciativas públicas que não distorçam o mercado (OECD (2004). “Recommendation of the
Council on Broadband Development” Disponível em: www.oecd.org/dataoecd/31/38/29892925.pdf. Acesso em
16/03/2011).
TRIBUTOS FEDERAIS:
Criado em 1966 pela Lei 5.070, destina-se a custear as despesas do Governo Federal
originadas no exercício da fiscalização das telecomunicações. É composto por duas taxas:
a Taxa de Fiscalização de Instalação (TFI) e a Taxa de Fiscalização de Funcionamento
(TFF):
o A TFF, por sua vez, é devida anualmente pelas prestadoras dos serviços de
telecomunicações e corresponde a 50% do valor da TFI.
Instituído pela Lei n° 9.998/2000, destina-se a financiar parte dos custos – qual não possa
ser recuperada com a exploração eficiente do serviço – referentes ao cumprimento das
obrigações de universalização de serviços de telecomunicações. Alíquota de 1% sobre a
receita bruta mensal gerada pala prestação de serviços de telecomunicações. As contas
recebidas pelos clientes das prestadoras dos serviços de telecomunicações devem
discriminar o valor da contribuição ao FUST.
Criado em 2000 pela Lei n° 10.052, “seu objetivo é estimular o processo de inovação
TRIBUTOS ESTADUAIS:
ICMS Estados
35% Rondônia
30% Mato Grosso, Pará, Rio de Janeiro e Paraíba
29% Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná
28% Pernambuco
Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Rio Grande do Norte e
27%
Sergipe
Demais Estados (Acre, Amapá, Amazonas, Distrito Federal,
25% Espírito Santo, Minas Gerais, Piauí, Rio Grande do Sul, Roraima,
Santa Catarina, São Paulo e Tocantins)
Fonte: Teleco em http://www.teleco.com.br/tributos.asp. Data de acesso: 18/03/2011. Elaboração:
LCA.
(a)
Com base no tutorial “Tributação sobre Serviços de Telecomunicações”. Mello, J.B. & Melchior,
S.R.B. Teleco. 2003.
Fonte: II: Receita Federal – Tabela TEC. IPI: Receita Federal: Tabela TIPI. PIS/COFINS: Receita Federal,
disponível em: http://www.receita.fazenda.gov.br/pessoajuridica/pispasepcofins/IncidenciaExportServico.
htm (Último acesso em: 21/03/2011). ICMS: Secretarias da Fazenda dos estados.
(a)
Classificação NCM considerada: 8471.41.90.
(b)
Classificação NCM considerada: 8517.62.55.
(c)
Classificação NCM considerada: 8517.11.00.
(d)
Classificação NCM considerada: 8517.12.31.
(e)
Classificação NCM considerada: 8517.62.41.
(f)
A Medida Provisória nº 517 de 30 de dezembro de 2010, em seu 14º Artigo estabelece a redução a
zero das alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins incidentes sobre a receita bruta de venda
a varejo de “modems, classificados nas posições 8517.62.55, 8517.62.62 ou 8517.62.72 da TIPI (Tabela
de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados)”. Essa política foi ratificada pela Lei 12.431,
sancionada pela presidência em 27 de junho de 2011.
36 A Medida Provisória nº 517 de 30 de dezembro de 2010, em seu 14º Artigo estabelece a redução a
zero das alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre a receita bruta de
8,2 171,5
27,3 2,6
17,4
16
100
venda a varejo de “modems, classificados nas posições 8517.62.55, 8517.62.62 ou 8517.62.72 da TIPI
(Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados)”. Essa política foi ratificada pela Lei
12.431, sancionada pela presidência em 27 de junho de 2011.
70
Bangladesh
60
50
Brasil
40
30
México
África do Sul
20
Malasia
10
0
1
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
24
26
28
30
32
34
36
38
40
42
44
46
48
50
Neste contexto de alta carga tributária, em particular, incentivos fiscais têm impacto
relevante no nível de consumo, ao direcionar a alocação da renda do consumidor em
determinado segmento. Por mais que a renda das classes C/D esteja em expansão no
Brasil, as carências de consumo permanecem. Assim, estímulos via redução de
tributos geram efeitos imediatos na expansão de mercado, ao incentivar a opção do
consumidor pelo produto/serviço incentivado.
37 Katz. R.L; Flores-Roux, E. e Mariscal. J (2010) “The impacto f Taxation on the Development of the
Mobile Broadbanda Sector”.
38 Inclui o serviço e aparelho celular. O trabalho considerou a carga tributária sobre faturamento líquido.
Em 2008, no contexto da crise financeira mundial, o governo brasileiro reduziu o Imposto sobre
Produtos Industrializados (IPI) como instrumento para aumentar a quantidade transacionada de
alguns bens. A ideia básica por trás dessa política é a de que corte de custos são repassados
ao consumidor que responde a esse estímulo aumentando o consumo do bem cujo preço
diminuiu. Isso, mesmo em meio à crise, estimulou consideravelmente o mercado brasileiro de
automóveis; móveis e eletrodomésticos.
3. Os serviços de Telecomunicações no
Brasil: características gerais; situação
atual e principais desafios
40 Economias de escala ocorrem quando o custo unitário de produção de uma unidade do produto ou de prestação de
um serviço diminui à medida que o nível de produção ou de prestação de serviço aumenta. O aumento do número de
usuários atendidos por uma mesma infraestrutura dilui os elevados investimentos incorridos na sua construção. Em um
ambiente competitivo, esta redução do custo unitário se traduz em preços menores.
41 A existência de externalidades de rede significa que a demanda de um consumidor pelo bem é estimulada pela
procura de outros consumidores pelo mesmo bem. Desta forma, juntar-se à rede torna-se valioso precisamente porque
os usuários obtêm benefícios deste sistema, ou seja, o valor de adesão de um usuário é afetado positivamente quando
outro usuário também adere e amplia a rede. Com efeito, o tamanho da base de assinantes pode influenciar na escolha
da operadora. Cumpre destacar que o regulamento do SMP impõe a exigência da interconexão e interoperabilidade
das redes móveis de comunicação, de forma a permitir que, independentemente da operadora, um consumidor consiga
comunicar-se com usuários de outras operadoras de telefonia móvel. Mas, por conta das externalidades de rede, o
consumidor pode não ser indiferente ao tamanho da base de clientes na escolha da sua operadora.
42 World Bank (2010): “Building broadband: Strategies and policies for the developing world”; World Bank, 2002,
Information and Communication Technologies: A World Bank Group Strategy, Washington, DC: World Bank.
http://siteresources.worldbank.org/INFORMATIONANDCOMMUNICATIONANDTECHNOLOGIES/ Res
ources/BuildingBroadband_cover.pdf. Acesso em 15/03/2011.
43 A ANATEL define como sendo a infraestrutura de rede de suporte do STFC para conexão em banda larga,
interligando as redes de acesso ao backbone da operadora. Como contemplado na definição acima, as redes de
backhaul correspondem a redes secundárias derivadas do backbone e, por isso, também apresentam funções
essenciais dentro de todos os serviços de telecomunicações. Elas podem ser tanto advindas de rádio digital ponto a
ponto, como de linhas privativas ou fibras óticas, em geral estas últimas destinadas ao atendimento de grandes cidades
e capitais. Além disso, conforme explica a Teleco: (i) Em redes de tecnologia wireless, o backhaul trasmite voz e dados
do site de uma célula para um switch, i.e., de uma site central para um remoto; (ii) em redes com tecnologia de satélite,
transmite dados de um ponto para o qual ele pode ser transmitido (uplinked) para o satélite; (iii) O backhaul também é
utilizado para a transmissão de dados para um backbone de rede.
Internet
MMDS, FWA, Spread Spectrum
ISP
backhaul quadruple play
ERB/CCC
1G, 2G, 2,5G e 3G telefonia móvel
banda larga móvel
espectro de radiofrequência
ISP
backhaul triple play
central banda larga fixa
telefônica
backbone (STFC)
TUP
tv por assinatura
headend
cabo coaxial (antena)
exploração industrial de linha dedicada (EILD) outras redes: FTTH (fibra), HFC (fibra/coaxial)
Elaboração: LCA
(a)
Os ANEXOS e o Glossário apresentam as características e definições dos termos apresentados nesta
figura, de acordo com serviço.
Isto pode ser quiçá mais problemático se se considerar o potencial de interferência da agência
no grau de rivalidade do mercado. Isso pode decorrer, por exemplo, da limitação do número de
agentes habilitados a explorar o serviço, ou ao estabelecimento de regras assimétricas
(obrigações, questões relativas ao fim das concessões e reversibilidade de ativos) entre
mercados regulados que, não obstante, disputam o mesmo mercado final em termos de
finalidade do serviço. Esta questão se tornará tão ou mais severa quanto maior o nível de
convergência dos serviços (e assim, dos mercados finais) e quanto maior a
segmentação/assimetria da ação regulatória. Como destaca Prado, “o advento da
convergência, atividades que anteriormente eram vistas como distintas, tais como a
transmissão de dados, comunicação telefônica e a radiodifusão de sons e imagens, passaram
a dispor de uma base tecnológica comum e compartilhável” (PRADO, 2007, p. 43). Assim, a
rigidez normativa e institucional, que não acompanha a tendência verificada pelo mercado
regulado – e especialmente dinâmico, como é o caso de Telecom – pode gerar distorções
imediatas e de longo prazo, com possíveis implicações para os níveis de investimento setorial e
equilíbrio econômico-financeiro dos players em serviço.
Em contraste, a regra da razão (rule of reason,) permite uma flexibilidade maior da norma em
sua aplicação a casos concretos, com apuração maior dos dados e elementos relativos à
conduta em conta (caso a caso). Cita-se, neste caso, o próprio CADE (Resolução n° 20, de
1999), que a partir da "análise da conduta específica, baseada no princípio da razoabilidade,
conclui-se com a ponderação entre os efeitos anticompetitivos e os possíveis benefícios ou
eficiências identificados e avaliados nos passos anteriores, com o objetivo de verificar se estes
(a)
O cálculo do HHI, por exemplo, resulta da soma dos market shares das firmas elevados ao
quadrado, isto é, HHI= , onde Si representa o market share de cada player. O número
resultante pode variar entre zero (cenário que representaria um caso de “concorrência perfeita”)
e 10.000 (no caso de uma única firma ocupar posição de monopólio). Segundo os órgãos
antitruste americanos (Horizontal Guidelines do USDoJ), são três as linhas de corte que balizam
e classificam o grau de concentração de mercado: (i) mercados com HHI menores que 1000 são
classificados como de baixa concentração; (ii) mercados com HHI entre 1000 e 1800 são
considerados com concentração moderada; e (iii) mercados com HHI acima de 1800 são
considerados concentrados.
Já ao se pensar cada uma das plataformas de forma isolada, pode-se ter em conta
não só as diferenças em termos de plataforma e sua tecnologia associada, mas
também as particularidades de cada rede (meio físico, extensão, capilaridade etc.),
entrepostos e nodos intermediários (centrais, uplinks, headends etc.) e a malha de
rede para conexão com o backbone. Isso se reflete no fato de cada plataforma abarcar
empresas dotadas de estruturas de custo distintas, cada qual alicerçada nas
vantagens e desvantagens de cada tecnologia. Conquanto partilhem da mesma
infraestrutura básica, a sujeição de cada serviço a linhas regulatórias próprias
(assimetria), em face da convergência competitiva, pode resultar no favorecimento de
uma plataforma, tecnologia ou de um serviço específico, e a um maior ou menor grau
de geração de ineficiências e distorções alocativas no setor.
Nesse contexto convergente, os próximos itens dedicam-se aos serviços STFC, SMC
e banda larga, de forma específica, buscando identificar seus principais desafios.
Neste âmbito, faz-se notar desde 2002 uma queda progressiva da parcela da receita
bruta do STFC associada aos serviços de chamadas locais. O movimento coincide
com um aumento proporcional da parcela vinculada à comunicação de dados, assim
como a manutenção da parcela vinculada a “outros serviços”, que tem como base as
receitas atreladas às chamadas de longa distância, conforme o gráfico abaixo.
(a)
Gráfico 25 – Evolução da receita bruta do STFC por serviço (%)
70
61,4 62,0 61,8
59,9 60,4
58,5
60 56,4
53,7
50,5
47,3
50 45,8
40
20
25,8
23,6
21,0
18,1
10
15,9
12,9 4,1
10,1 9,3 10,7
9,3 9,1
0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
28,4
25
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
70
64,7
60,1
56,4
56,2
55,5
55,5
60
51,9
51,3
46,8
46,7
45,8
45,0
50
44,4
44,3
42,1
41,7
41,5
41,1
41,0
39,5
37,8
40
32,9
32,4
31,2
27,9
27,5
27,5
24,9
30
24,1
23,4
20,8
20,7
18,8
18,4
17,9
16,4
20
14,1
10,5
9,4
9,2
9,1
8,7
7,7
10
4,4
3,4
2,8
1,1
0,8
0
Nova…
Estados …
República…
México
Dinamarca
Marrocos
Grécia
França
Japão
Colômbia
Alemanha
Bélgica
Noruega
Portugal
Ucrânia
China
Malásia
Nigéria
Suécia
Coréia do Sul
Holanda
Singapura
Rússia
Polônia
Argentina
Brasil
Austrália
Itália
Peru
África do Sul
Paquistão
Suíça
Canadá
Finlândia
Hungria
Chile
Venezuela
Egito
Tailândia
Bangladesh
Filipinas
Espanha
Israel
Áustria
Turquia
Argélia
Indonésia
India
Reino Unido
12 60
% da Renda per capita mensal para custear Pacote Tel Fixa (%)
% da Renda per capita mensal para custear Pacote Tel Fixa (%)
30
20
4
10
2
-
- (10)
África do…
Coréia do …
Nova…
República…
Estados…
México
Marrocos
Dinamarca
Grécia
França
Colômbia
Japão
Alemanha
China
Bélgica
Noruega
Nigéria
Brasil
Portugal
Ucrânia
Malásia
Holanda
Peru
Polônia
Itália
Austrália
Rússia
Argentina
Suécia
Singapura
Paquistão
Chile
Hungria
Egito
Venezuela
Canadá
Filipinas
Bangladesh
Tailândia
India
Indonésia
Turquia
Argélia
Áustria
Suíça
Finlândia
Espanha
Israel
Reino Unido
45
PPP (ou PPC, Paridade de Poder de Compra) é calculada com base em uma cesta única internacional
de mercadorias e serviços que é periodicamente arbitrada a partir das pesquisas de preços e composição
de gastos nos diferentes países. Para cada país, o preço da cesta internacional em moeda local é
comparado ao preço da mesma cesta em dólares americanos nos Estados Unidos, país utilizado como
referência internacional.
12 8.000
% da Renda per capita mensal necessário para custear Pacote de Tel Fixa
Renda per capita (PPPS$ - mensal)
7.000
Renda per capita (US$ - mensal)
% da Renda per capita mensal para custear Pacote Tel Fixa (%)
10
6.000
8 5.000
3.000
4 2.000
1.000
- (1.000)
República…
México
Marrocos
Grécia
Dinamarca
Colômbia
França
Japão
Alemanha
Bélgica
Noruega
Nigéria
Brasil
Portugal
Ucrânia
China
Malásia
Holanda
Peru
Polônia
Itália
Rússia
Argentina
Suécia
Coréia do Sul
Singapura
África do Sul
Paquistão
Hungria
Venezuela
Austrália
Canadá
Filipinas
Bangladesh
Indonésia
Egito
Argélia
Áustria
Suíça
Tailândia
Chile
Turquia
Finlândia
India
Espanha
Israel
Estados Unidos
Nova Zelândia
Reino Unido
Para tanto, temas como o aumento das obrigações das concessões e definição
da reversibilidade de ativos, importantes para qualquer contrato público, tornam-se
aqui ainda mais cruciais para nortear a decisão de investimento, notadamente na
instalação e ampliação de redes de alta capacidade (fibra ótica), capazes de
acomodar o tráfego de dados, serviços de voz e de imagem. Neste âmbito, questões
relativas à convergência dos serviços de telecomunicações e redes de nova
geração47 ganham destaque como oportunidade para rentabilizar novos
investimentos na expansão e atualização tecnológica da infraestrutura.
46 Para informações sobre as condições atuais do serviço de TV por assinatura, ver ANEXO 2.
47 As Redes de Nova Geração (ou Next Generation Network) envolvem a promoção de uma plataforma de transporte
comum e convergente para vídeo, voz e dados, com base no tráfego de pacotes digitais com endereçamento IP
(Internet Protocol).
160
141,1
139,6
138,1
133,5
140
129,7
128,8
128,3
127,4
126,3
125,7
124,8
123,9
122,1
121,1
118,3
118,0
116,6
115,3
111,7
111,6
110,2
120
109,2
105,0
102,6
96,3
94,7
93,4
92,7
100
92,0
91,9
90,6
89,1
88,1
86,8
86,7
78,5
75,4
72,7
80
72,2
69,4
66,4
61,8
60
50,6
49,7
47,9
41,7
40
29,4
27,9
20
0
Estados…
Coréia do …
África do …
República…
Nova…
Tailândia
Filipinas
Reino Unido
Holanda
Argentina
Turquia
Indonésia
Paquistão
Finlândia
Itália
Rússia
Bélgica
Austrália
França
Colômbia
México
Bangladesh
Áustria
Chile
Israel
Singapura
Polônia
Espanha
Malásia
Venezuela
Canadá
Portugal
Brasil
Alemanha
Hungria
Noruega
China
India
Japão
Suécia
Marrocos
Ucrânia
Suíça
Argélia
Peru
Egito
Nigéria
Dinamarca
Grécia
6.000 20
5.490
5.200
5.200
HHI Número de players
18
4.690
4.670
5.000
4.590
4.470
16
4.370
4.170
4.070
3.990
3.970
3.900
3.880
3.830
14
3.630
4.000
3.600
3.600
3.590
3.590
3.570
3.560
3.520
3.510
3.470
3.450
Herfindahl–Hirschman Index
3.420
3.400
número de prestadoras
3.390
3.390
3.340
3.310
3.300
3.280
12
3.210
3.200
3.150
3.100
3.060
2.940
2.900
2.890
2.830
2.790
3.000 10
2.460
2.430
2.380
2.360
2.210
9 8
1.780
2.000
6
6 6
5 5 5 5 5 5 4
1.000 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 2
2 2
0 -
Estados…
Coréia do…
República…
África do…
Nova…
Tailândia
Filipinas
Reino Unido
Argentina
Indonésia
Holanda
Turquia
Paquistão
Finlândia
Rússia
Itália
Iraque
Bélgica
França
Austrália
Colômbia
Bangladesh
México
Áustria
Chile
Israel
Canadá
Polônia
Espanha
Malásia
Singapura
Venezuela
Brasil
Portugal
India
Alemanha
Hungria
Noruega
China
Japão
Suécia
Marrocos
Nigéria
Dinamarca
Ucrânia
Argélia
Grécia
Suíça
Egito
Peru
Fonte: Bank of America/Merrill Lynch. (2010), "Global Wireless Matrix 3Q 10" (publicado em
setembro/2010). Elaboração: LCA.
O resultado deste cálculo é uma tarifa média de US$ 34,7 (Gráfico 32) ou PPP$ 42,2,
aplicando o fator de conversão de poder de compra fornecido pelo Banco Mundial.
12 60
% da Renda per capita mensal para custear Pacote Tel Móvel (%)
Preço Mensal Tel Móvel (US$ - mensal)
Preço Mensal Tel Móvel (PPP$ - mensal)
50
% da Renda per capita mensal para custear Pacote Tel Móvel (%)
10
40
6 20
10
4
2
(10)
- (20)
República…
Indonésia
Hungria
Grécia
Turquia
Argélia
França
Áustria
Argentina
Suíça
Bélgica
Singapura
Noruega
Marrocos
Venezuela
Ucrânia
Nova Zelândia
Holanda
Nigéria
India
China
Austrália
México
Tailândia
Polônia
Rússia
Suécia
Finlândia
Filipinas
Colômbia
Espanha
Canadá
Reino Unido
Alemanha
Portugal
Peru
Itália
Dinamarca
Israel
Estados Unidos
Bangladesh
Egito
Chile
Coréia do Sul
Japão
Paquistão
Malásia
Brasil
África do Sul
A UIT utiliza como base os preços brutos dos planos básicos homologados
na ANATEL, dados que não traduzem a realidade tarifária do mercado
brasileiro;
O perfil de tráfego móvel utilizado pela UIT (On net: 38%, Off net: 17% e
Móvel-Fixo: 45%) não se aplica à realidade brasileira. Segundo a última
estimativa feita pela ACEL em 2010, o Brasil apresenta um perfil baseado em
chamadas On net (On net: 65%, Off net: 5% e Móvel-Fixo: 30%);
UIT utiliza os dados de PIB (GNP) per capita do Banco Mundial de 2008
(US$ 7.350) como referência para o cálculo do custo mensal da cesta de
consumo de telefonia móvel no Brasil. Se realizássemos apenas a
atualização da renda per capita do Brasil para valores verificados ao final de
2010 (segundo dados da LCA, US$ 10.800), o custo da cesta cairia de 5,66%
(Gráfico 33) para 3,9% (usando preços brutos dos serviços apontados pela
UIT);
12 8.000
% da Renda per capita mensal para custear Pacote Tel Móvel (%)
Renda per capita (US$ - mensal) 7.000
Renda per capita (PPPS$ - mensal)
% da Renda per capita mensal para custear Pacote Tel Móvel (%)
10
6.000
8 5.000
Renda per capita mensal
4.000
3.000
4 2.000
1.000
- -1.000
Egito
Japão
Israel
Rússia
Brasil
Bangladesh
Malásia
Itália
Bélgica
Canadá
México
Nigéria
Grécia
Austrália
Áustria
Paquistão
Venezuela
Noruega
Marrocos
Hungria
Peru
Portugal
Indonésia
República Checa
Tailândia
Holanda
Dinamarca
Argentina
Chile
Coréia do Sul
Turquia
Argélia
Colômbia
Ucrânia
Espanha
Suíça
Alemanha
África do Sul
India
China
França
Nova Zelândia
Polônia
Suécia
Singapura
Filipinas
Reino Unido
Estados Unidos
Finlândia
20
40
60
80
(%)
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
Nigéria 100
Filipinas 39 Indonésia 98
Marrocos 45 Paquistão 98
Peru 93 Filipinas 98
África do Sul 94 Argélia 98
Venezuela 96 Bangladesh 97
Brasil 106
49 Minutes Of Use.
Egito 97
Argentina 108
Suíça India 96
119
Alemanha Marrocos 96
126
Coréia do Sul 3
Japão 1
Estes pontos podem ser apontados, igualmente, como fatores responsáveis
pela queda da receita média por usuário (ARPU50) da telefonia móvel ao longo
dos últimos anos. O Gráfico abaixo mostra a trajetória da ARPU que passou de
R$29,30 no primeiro trimestre de 2007 a R$ 22,70 no terceiro trimestre de
2010.
31 30,1
29,4 29,6
30 29,3
29
28 27,5 27,5 27,5
27,1
27
26
24,6 24,7
25 24,3 24,3
24
22,7 22,7 22,7
23
22
1T07
2T07
3T07
4T07
1T08
2T08
3T08
4T08
1T09
2T09
3T09
4T09
1T10
2T10
3T10
Fonte: Telebrasil, disponível em: http://www.telebrasil.org.br/saiba-mais/Temporais_4T10_mar_24_
2011.pdf; Último acesso em 25/03/2011. Elaboração: LCA
50 Receita média mensal por usuário (Average Revenue Per User), obtida dividindo-se a receita líquida de
serviços pelo número médio de celulares no período e pelo número de meses do período.
33,6
33,0
32,7
31,8
29,9
29,4
28,7
28,2
27,7
30
24,6
23,4
22,6
19,7
19,4
19,1
18,9
18,5
16,0
20
14,8
13,6
14,2
14,1
12,8
12,6
11,8
11,1
9,7
9,5
9,4
9,3
8,6
8,5
7,0
10
6,2
6,1
4,5
4,1
4,0
3,7
3,1
2,6
0
Indonésia
Hungria
Grécia
Noruega
França
Áustria
Turquia
Argélia
Suíça
Singapura
Bélgica
Argentina
Marrocos
Holanda
Venezuela
Ucrânia
Austrália
Nova Zelândia
México
Nigéria
India
República Checa
Polônia
China
Canadá
Suécia
Finlândia
Alemanha
Rússia
Filipinas
Tailândia
Espanha
Reino Unido
Colômbia
Itália
Portugal
Israel
Peru
Estados Unidos
Iraque
Dinamarca
Chile
Egito
Bangladesh
Japão
Coréia do Sul
Malásia
Brasil
Paquistão
África do Sul
Fonte: Bank of America/Merrill Lynch. (2010), "Global Wireless Matrix 3Q 10" (publicado em
setembro/2010). Elaboração: LCA.
39
37
35
33
31,38
31
29
27
25
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Fonte: Telebrasil, disponível em: http://www.telebrasil.org.br/saiba-mais/Temporais_4T10_mar_24_
2011.pdf; Último acesso em 25/03/2011 e Teleco. Elaboração: LCA. Nota: Oi e BrT Móvel estão incluídas
no celular e nos resultados da Oi utilizados na estimativa de margem EBITDA das fixas. Não estão
incluídas CTBC, Sercomtel e GVT.
50,1
48,5
47,3
47,2
47,1
46,5
46,4
46,4
46,3
46,2
46,2
46,2
46,0
45,9
45,3
45,0
44,9
44,5
43,5
50
42,2
41,5
41,2
40,7
40,4
40,3
40,1
38,5
38,4
38,2
37,9
37,6
37,4
36,0
35,1
34,8
33,6
40
31,7
30,9
30,9
29,8
27,5
27,4
30
20,0
20
10
Nova …
Dinama…
Rep. …
Áf rica…
Estados…
Reino …
Banglad…
Colômbia
Polônia
Algéria
Áustria
Bélgica
Holanda
Indonésia
Malásia
Austrália
Brasil
México
Nigéria
Itália
Japão
Peru
Suíça
Finlândia
Portugal
Filipinas
Egito
Chile
Rússia
Canadá
Hungria
China
Suécia
Espanha
Argentina
Índia
Marrocos
Noruega
Paquistão
Coreia
Grécia
Turquia
Israel
Cingapura
França
Iraque
Tailândia
Ucrânia
Alemanha
Venezuela
Fonte: Bank of America/Merrill Lynch. (2010), "Global Wireless Matrix 3Q 10" (publicado em setembro de
2010). Elaboração: LCA.
Além da popularidade dos planos pré-pagos, uma das medidas mais recentes de
grande impacto sobre a rivalidade do setor foi a introdução da portabilidade
numérica. Desde março de 2009, o consumidor pode migrar entre operadoras sem
que seja necessário alterar seu número de telefone. Com isso, reduziu-se
consideravelmente o custo de mudança (switching cost) para o consumidor trocar de
operadora, o que reforça a competição por preço e por qualidade de atendimento,
drivers importantes do consumo deste serviço51. É o que relata o estudo realizado pelo
INCRA (Internet Content Rating Association)52: a portabilidade favorece a migração
para operadores cujas alternativas de cobertura, preço e qualidade de serviço sejam
superiores.
Um dos principais desafios do SMP nesse contexto é implementar ações que viabilizem
a expansão do uso do serviço, visto que rivalidade e acesso já estão assegurados.
51 Cumpre destacar que o propósito principal da portabilidade é impor rivalidade ao mercado. Ou seja, tornar a troca
de operadora por parte do consumidor uma ameaça crível é capaz de disciplinar preços e incrementar a qualidade do
serviço, de forma que a eficácia da portabilidade não se mede pelos seus pedidos de efetivação em si.A fidelização do
consumidor a uma determinada operadora, mesmo com reduzidos custos de troca, é sinal de que a rivalidade no
mercado está de fato estabelecida.
52 ICRA (2009). Mobile Number Portability To Further Increase Competitive Intensity. Disponível em http://ww
w.icra.in/Files/PDF/SpecialComments/2009-December-Mobile-Portability.pdf, acessada em 18/02/2009.
“While auctions have been used to assign spectrum to different users, they still involve
a prior centralized allocation of bands of spectrum to particular uses. Economically,
this can lead to an inefficient use of spectrum. A user of a particular frequency
band (e.g. for 3G services) might have a much higher willingness to‐ pay for
neighboring spectrum than the current user of that neighboring spectrum (e.g. a
broadcaster or the military). […] An auction of spectrum rights, however, is preceded
by an allocation of spectrum. The government usually allocates a fixed band of
spectrum to the relevant services. Further, the government usually decides on the
number of licenses that it will auction within this band. So the price paid at the auction
and the level of ex post competition in the relevant wireless services are determined
by the amount of spectrum and the number of licenses the government initially
allocates to the service. While the auction creates competition for the scarce
spectrum, it does not allow the market to determine the optimal form of
competition.” (p. 249-250; grifos nossos)
54 O encarecimento do espectro tem sido notável nas últimas licitações das faixas de radiofrequência. No primeiro
leilão de frequências 3G (F, G, I e J), realizado em dezembro de 2007, foram arrecadados R$ 5,34 bilhões: um ágio
médio de 86,67% sobre os preços iniciais. Para o caso mais recente da banda H e sobras de faixa (dezembro de
2010), a disputa pelos lotes (com participação limitada dos maiores players, Claro, Oi, Tim e Vivo) gerou uma
arrecadação total de R$ 2.73 bilhões, um ágio médio de 143,8% sobre o preço inicial divulgado pela ANATEL.
55 Segundo documento da SEAE intitulado “Sobre o uso eficiente do espectro eletromagnético” (Documento de
Trabalho nº 42, Dezembro/2006, p.10-11), “é preciso ter em mente que o valor do lance vencedor pode não representar
necessariamente o atendimento ao interesse público. A valorização da licença advirá de outras variáveis, como
principalmente a flexibilidade na utilização da banda correspondente. Uma vez que seu titular disponha de
prerrogativas para extrair o máximo de riqueza desse recurso, as eficiências geradas constituir-se-ão em salutar
benefício para a coletividade, na forma da oferta de serviços mais baratos e de melhor qualidade. Assim, o real valor
econômico de uma determinada banda de radiofrequência deve ser auferido não pelo preço que uma incumbente teve
que pagar para obter sua licença, e sim pela maneira como ele poderá utilizá-la. Permitir o uso mais dinâmico das
ondas radioelétricas pode promover um aproveitamento mais eficiente desse recurso”.
56 Gans, J.S., King, S.P., Wright, J., (2005). Wireless Communications. in Majumdar, S.K., Vogelsang, I., Cave, M.E.
(Eds.), Handbook of Telecommunications Economics, Vol. 2, Amsterdam etc.: North-Holland Elsevier, p. 241-285.
Tal como recomenda o documento da SEAE, o esforço das autoridades brasileiras deve
ser concentrado na promoção de um melhor aproveitamento do espectro de
radiofrequência, através da flexibilização e neutralidade tecnológica das normas
inerentes ao seu uso – licenças menos rígidas que permitam aos titulares otimizar e
escalonar seu uso de acordo com as tecnologias disponíveis mais eficientes e com a
dinâmica própria da demanda pelos serviços móveis.
57 A título de exemplo, sabe-se da expectativa da ANATEL no tocante às primeiras redes de quarta geração de
telefonia celular (4G – baseadas no padrão Long Term Evolution, o LTE), que devem estar operacionais até 2013, de
forma a acomodar as demandas de dados e velocidade associadas aos grandes eventos que o Brasil sediará em 2014
(Copa do Mundo) e 2016 (Jogos Olímpicos). A necessidade de investir em um curto espaço de tempo (três anos) em
uma nova família tecnológica (4G) coincide, entretanto, com a própria fase de expansão dos serviços que serão
sucedidos (3G), sem que estes tenham sido plenamente amortizados. Espera-se, portanto, que as operadoras não só
invistam nas metas atuais de capilarização da cobertura da tecnologia 3G, mas empreendam, simultaneamente,
adequações e atualizações em sua infraestrutura para atender às exigências de tráfego e velocidade do 4G. Este
cenário anacrônico de imposição dissociadas do ciclo de negócio do serviço prestado – convive, ainda, com a
morosidade na realocação das faixas do espectro reservadas para radiodifusão analógica, encarecendo o preço do
espectro e, com isso, o próprio serviço de telefonia móvel.
58 “The meaning of the term ‘broadband’ is in fact far from precise and definitions have ranged from 200 kbit/s to over
30 Mbit/s. Indeed, it is likely to continue to evolve, with what is regarded as ‘broadband’ today probably being
considered ‘narrow-band’ in a few years. But speed is only one of a set of broadband performance characteristics,
including the ‘always on’ characteristic and bandwidth symmetry. It seems that whatever definition is adopted, a single
number (whether it be 200 kbit/s or 2 Mbit/s or higher) would not be a useful definition of broadband.” (OCDE, 2003).
59 O ANEXO 4, em seu item C “Desempenho de Mercado”, apresenta dados detalhados das informações
que compõe esta seção do trabalho.
60 A Akamai elabora este relatório a partir de medições efetuadas em suas redes instaladas em 72 países
e compostas por mais de 80 mil servidores de distribuição de conteúdo, que abrangem até 30% do
Trafego Internet mundial. Deste total, mais de dois mil servidores encontram-se instalados no Brasil.
Segundo relatório da Cisco (2011)61 sobre Internet Móvel (Cisco Visual Networking
Index62), a velocidade média do serviço no país subiu de 26 Kbps em 2009 para 74
Kbps em 201063. O valor é superior à média latino-americana (50 Kbps) e de países
como China (50 Kbps) e Índia (19 Kbps), equivalente à média verificada na Ásia (74
Kbps). Cabe ressaltar que os recordes de velocidade têm sido superados facilmente a
cada ano, em todos os países, com avanço significativo da velocidade.
61 CISCO (2011). “Cisco Visual Networking Index: Global Mobile Data Traffic Forecast Update 2010–
2015” (publicado em fevereiro/2011). Disponível em:
http://www.cisco.com/en/US/solutions/collateral/ns341/ns525/ ns537/ns705/ns827/white_paper_c11-
520862.pdf. Último acesso em 25/02/2011.
62 http://www.cisco.com/en/US/solutions/collateral/ns341/ns525/ns537/ns705/ns827/white_paper_c11-
520862.pdf.
63 A velocidade reportada é baseada nos dados da aplicação GIST (Global Internet Speed Test) e no
Speedtest.com.
64 http://www.netindex.com/
65 De acordo com o site, os resultados foram obtidos pela análise de dados coletados entre 8 de fevereiro
e 9 de março de 2001, contando com 4.9757.312 IPs únicos, 19.898.155 testes, dos quais 564.997 foram
incorporados na análise. O valor final é a media do tráfego em Mbps pelos últimos 30 dias nos casos em
que a distância média entre o cliente e o servidor é menor que 300 milhas.
66 Bank of America/Merrill Lynch. (2010), "Global Wireless Matrix 3Q 10" (publicado em setembro/2010).
O ICT Price Index inclui um componente de banda larga fixa como representação do
preço do serviço tipicamente oferecido pelo país através de uma conexão de 256 Kbps,
com direito a uma quota mínima de 1 Gb de dados. A UIT deu preferência a preços de
serviços DSL (sempre que disponível), e desconsiderou custos de instalação, preço de
modems e aluguéis de linhas telefônicas. Além disso, a organização optou por uma
tarifa cheia que representasse o plano mais barato disponível, desconsiderando-
se ofertas especiais e/ou limitadas, como descontos destinados a certas áreas
geográficas ou a períodos específicos do ano.
O quadro comparativo apresenta o Brasil como 87º. no ranking mundial do ITU Price
Index (que inclui, como informado, os serviços de banda larga, telefonia móvel e fixa),
com pontuação de 4,14. Regionalmente, o índice é sensivelmente maior que os
valores das economias desenvolvidas. Quanto às economias emergentes, o país
apresenta um valor intermediário, ainda que superior aos vizinhos latino-americanos e
aos países dos BRICs.
O componente de banda larga fixa do ICT Price Index (isto é, a proporção da renda
per capita mensalizada que seria destinada à aquisição do serviço) soma 4,58 para o
caso brasileiro, valor ainda superior ao verificado nos países desenvolvidos, mas
inferior a todas médias regionais, incluindo América Latina, Leste Europeu, Ásia
Emergente e BRICs.
40 % da Renda per capita mensal para custear Pacote Banda Larga Fixa (%) 100
80
30
25
60
20 50
40
15
30
10
20
5
10
- -
República …
Estados …
India
Tailândia
Suíça
Filipinas
Egito
Polônia
Indonésia
Peru
Malásia
Hungria
Itália
Colômbia
Chile
Finlândia
Holanda
Nigéria
China
Argélia
Venezuela
Ucrânia
Turquia
Japão
Suécia
Austrália
Reino Unido
Singapura
Portugal
Coréia do Sul
Espanha
Grécia
Bélgica
África do Sul
México
Rússia
Alemanha
França
Israel
Bangladesh
Marrocos
Argentina
Áustria
Canadá
Noruega
Dinamarca
Brasil
Paquistão
Nova Zelândia
Fonte: UIT (2010), “Measuring the Information Society 2010”. Disponível em: http://www.itu.int/ITU-
D/ict/publications/idi/2010/Material/MIS_2010_without_annex_4-e. pdf. Último acesso em 14/03/2011.
Elaboração: LCA.
Por sua vez, a partir da óptica da renda, nota-se como o desempenho das economias
no ranking encontra-se fortemente correlacionado com o nível de renda de cada país,
como mostra o gráfico a seguir.
20 8.000
% da Renda per capita mensal para custear Pacote Banda Larga Fixal (%)
% da Renda per capita mensal para custear Pacote de Banda Larga Fixa (%)
14
5.000
12
10
3.000
8
2.000
6
1.000
4
2 -
- (1.000)
República …
Filipinas
Polônia
Itália
Finlândia
Colômbia
Chile
Turquia
Nigéria
China
India
Argélia
Venezuela
Suécia
Singapura
Espanha
Grécia
Bélgica
Suíça
Tailândia
Egito
México
Rússia
Alemanha
França
Áustria
Paquistão
Indonésia
Peru
Marrocos
Argentina
Malásia
Canadá
Noruega
Dinamarca
Brasil
Hungria
Nova Zelândia
Holanda
Ucrânia
Estados Unidos
Japão
Austrália
Reino Unido
África do Sul
Portugal
Coréia do Sul
Bangladesh
Fonte: UIT (2010), “Measuring the Information Society 2010”, Disponível em: http://www.itu.int/ITU-
D/ict/publications/idi/2010/Material/MIS_2010_without_annex_4-e.pdf. Último acesso em 14/03/2011.
Elaboração: LCA.
A título de exemplo, uma desoneração tributária hipotética (de 45,5%), com repasse
integral ao preço médio da assinatura da banda larga brasileira (equivalente a uma
redução de US$ 28,1 para US$ 15,37), levaria o país a avançar de 70º. para 47º. no
ranking específico de acessibilidade à banda larga, com a proporção da renda
comprometida com o serviço caindo de 4,58 para 2,51%. Em termos do ICT Price
Esta sensibilidade pode ser avaliada através do seguinte exercício: se a renda per
capita brasileira computada pela UIT fosse atualizada de US$ 7.350 (dado de 2008, do
Banco Mundial) para o patamar verificado ao final de 2010 (US$ 10.800; 46,9% maior) –
mantido o preço do serviço de US$ 28,1 – o Brasil sairia do patamar de 4,84 (70º. no
ranking de banda larga) para 3,12 (56º. lugar). No caso do ICT Price Index, o impacto de
elevação da renda afetaria todos os serviços de telecomunicações, o suficiente para
levar o país do 87º. lugar (com índice de 4,14) para o 68º. lugar (com índice de 2,81).
67 “Thus, the ICT Price Basket and the IDI are, implicitly, related: lower prices may increase access and use,
and higher levels of ICT access and use may bring down prices, with operators leveraging on economies of
scale. Additionally, higher levels of ICT uptake are usually a result of increased liberalization and competition,
both of which tend to lead to lower prices.” (UIT, Measuring the Information Society 2010, p. 53).
68 “‘Broadband’ refers to the amount of capacity or ‘bandwidth’ (or speed of data transfer) provided on a
telecommunications network.3 At present, most users dial-up to their ISP (Internet Service Provider) using a modem
over a standard PSTN connection (public switched telephone network) with a speed of 33.6 or 56 kbit/s (kilobits per
second). Because of the limit on the speed at which data can be sent via this medium, it is known as ‘narrowband’.”
(OCDE, 2003).
Na última década, muitos países focaram suas políticas na expansão dos serviços de banda
larga, incluindo aumento da velocidade de acesso, ampliação das conexões para áreas
remotas (rurais e urbanas) com o objetivo de massificar e/ou universalizar o serviço. É
importante notar que quase as totalidades dessas políticas foram lideradas pela iniciativa
privada.
No que tange aos serviços de telecomunicações, cada país promove uma política de expansão
da banda larga que se adéque às suas características iniciais (por exemplo, infraestrutura já
69
instalada, densidade demográfica, extensão territorial). Eisenach destaca ainda que as
variáveis políticas e populacionais, por exemplo, também se diferenciam muito entre os países,
tornando especialmente difícil capturar e relacionar as políticas e os efeitos para massificação
dos serviços.
Sem intenção de exaurir o tema, segue um breve retrospecto das iniciativas recentes de alguns
países:
70
EUA. Em 2010, o governo norte-americano apresentou seu Plano Nacional de Banda Larga ,
cujas principais metas são: (i) prover internet acessível com velocidade de download de 100
Mbps a 100 milhões de domicílios norte-americanos até 2020; (ii) ter a maior e mais rápida
rede sem fio e liderar o mundo na inovação de internet móvel (aumentar o espectro em 500
megahertz até 2020); (iii) garantir a toda população, até 2010, acesso a serviço de banda larga
robusta, todos devem ser capazes de adquirir o serviço se assim desejarem. Segundo o
governo, o objetivo seria não só aumentar a qualidade e velocidade dos serviços, mas também
promover o desenvolvimento das indústrias locais de telecomunicações, através da
concorrência. A consequência disso será uma América de alta performance, mais produtiva,
69 EMPIRIS (EISENACH, Jeffrey A). Broadband Policy: Learning from International Experience. Apresentado para
FCC Workshop on International Lessons em 18 de agosto de 2009. Disponível em:
http://www.naviganteconomics.com/docs/International%20Lessons%20081809.pdf (28/03/2011)
70 Informações disponíveis em: http://www.broadband.gov/plan/ (29/06/2011).
Reino Unido. Em junho de 2009, o governo britânico anunciou plano com intenção de
promover a massificação da banda larga até 2010. O programa tinha como meta a cobertura
de 15% dos domicílios britânicos que ainda não contavam com acesso à rede mundial em
velocidades a partir de 2 Mbs, através do investimento em redes de fibra óptica. O governo
considerou necessárias as parcerias público-privadas para desenvolver infraestruturas, a fim
de permitir a concorrência. O órgão regulador, Ofcom, reconheceu que a regulamentação deve
apoiar a iniciativa privada em suas decisões de investimento, alavancando o potencial de
Japão. Em 2001, o Japão desenvolveu um plano conhecido como "e-Japão", com foco em
metas ambiciosas principalmente para infraestrutura, recursos humanos, e-commerce e
segurança de rede com vistas à aceleração do desenvolvimento das telecomunicações e redes
de informação no país. Para tanto, optou pela combinação de iniciativas do setor privado e do
setor público. O governo japonês desenvolveu estratégias de espansão das TIC em conjunto
com a iniciativa privada que remodelaram a indústria ao promover a competição. O programa
foi suportado pela presença de grandes investimentos nas indústrias de tecnologia nacional,
como nas empresas Canon, Mitsubishi, Nintendo, Panasonic, Sony e Toshiba. Em 2004, o
governo publicou o programa conhecido como “u-Japan”, seu objetivo é garantir uma rede de
alta velocidade e de fácil acesso a todos os japoneses até 2010.
73 FRIEDEN, Rob. Best Practices in Broadband: Lessons from Canada, Japan, Korea and the United States. Penn
State University. Disponível em: http://unpan1.un.org/intradoc/groups/public/documents/APCITY/UNPAN025285.pdf
(28/03/2011).
74 BOURAS, Christos et al. Best Practices and Strategies for Broadband Deployment: Lessons learned from around the
World. Disponível em: http://ru6.cti.gr/ru6/publications/7386AUGIBT2009_cc_final.pdf (29/06/2011).
Irlanda 2009-2010 banda larga de 1Mbps aos 33% do território do país ainda não
atendidos, que correspondem a 10% da população
Acesso à banda larga em 100% da população com altas velocidades
Japão 2004-2010
(Inclusive a toda área rural).
Conectar 1,5 milhões de domicílios e empresas à banda larga em
fibra ótica.
Portugal 2009-2010
Atingir uma meta de 50% de penetração da banda larga domiciliar
até 2010
Fonte: Tabela adaptada de Ministério das Comunicações. O Brasil em alta velocidade: Um plano
nacional para banda larga. Disponível em: http://www.mc.gov.br/wp-content/uploads/2009/11/o-brasil-em-
alta-velocidade1.pdf (29/03/2011). Elaboração: LCA.
(a) KIM, Yongsoo; KELLY,Tim; RAJA, Siddhartha. Building Broadband: Strategies And Policies For
The Developing World. THE WORLD BANK: 2010.
De posse desta análise, cabe avaliar que as medidas tomadas em prol da expansão e
do desempenho dos serviços de banda larga no país devem atuar em múltiplas
frentes, incluindo benfeitorias na infraestrutura central (backbone e redes de
transporte) para melhorar a qualidade e a velocidade do serviço, incentivos e
programas para expansão da cobertura (com foco na redução das disparidades
regionais), subsídios para ampliar o poder de compra e estender o consumo de
serviços de telecomunicações, bem como desoneração tributária em todos os elos
econômicos envolvidos com a provisão do serviço.
***
76 A metodologia também pode ser aplicada para políticas de massificação de outros serviços.
Mapear adequadamente as
necessidades de cada região,
Demanda
em termos de oferta e
Conjunto de demanda, é fundamental
Domicílios para que esforços públicos e
privados sejam otimizados
níveis elevados de
por meio da eleição dos
penetração do
Alta Renda
Muita Pouca
infraestrutura Oferta infraestrutura
Elaboração: LCA.
Cada tipo de carência requer medidas específicas. Por exemplo, em uma área de alta
renda e pouca infraestrutura instalada, uma política de estímulo a investimentos deve
ser mais adequada do que uma de subsídio direto para aquisição do serviço.
78 Ver, por exemplo, Beschorner, N. “ITU Seminar on Broadband and USO”, The World Bank. Bangkok,
Novembro de 2010. Disponível em: http://www.itu.int/ITU-D/asp/CMS/Events/2010/Thailand-Broadband/
Session3_Natasha_Beschorner.pdf Acesso em 01/05/2011.
79Essa limitação, em termos práticos, faz com que as regiões geográficas sejam classificadas sempre em
consonância com o município da qual fazem parte, mesmo que suas características possibilitassem outra
classificação (esse pode ser é o caso de bairros pobres em municípios de alta renda, por exemplo). Ou
seja, a metodologia considera que as áreas sejam homogêneas porém é sabido que pode haver regiões
com características de “áreas brancas” mesmo estando localizadas em “áreas pretas”.
81 “Para a avaliação da dimensão renda, o critério usado é a renda municipal per capita, ou seja, a renda
média de cada residente no município. Para se chegar a esse valor soma-se a renda de todos os
residentes e divide-se o resultado pelo número de pessoas que moram no município (inclusive crianças
ou pessoas com renda igual a zero). No caso brasileiro, o cálculo da renda municipal per capita é feito a
partir das respostas ao questionário expandido do Censo – um questionário mais detalhado do que o
universal e que é aplicado a uma amostra dos domicílios visitados pelos recenseadores. Os dados
Tendo em vista que os componentes do IDHM foram calculados com dados de 2000
foi elaborada uma atualização das informações. Dada a ausência de dados mais
recentes para os municípios (o ideal seria recalcular o indicador a partir dos
microdados do Censo 2010, indisponíveis no momento), foi estimado a evolução do
indicador de potencial de demanda em nível estadual (via PNAD85, até 2009). Dessa
forma, produziu-se uma estimativa para e evolução do indicador entre 2000 e 200986,
colhidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) através dessa amostra do Censo são
expandidos para o total da população municipal e, então, usados para o cálculo da dimensão renda do
IDHM.”
82 “Para a avaliação da dimensão educação, o cálculo do IDH municipal considera dois indicadores, com
pesos diferentes: taxa de alfabetização de pessoas acima de 15 anos de idade (com peso dois) e a taxa
bruta de frequência à escola (com peso um).”
83 Para avaliar o desenvolvimento humano no que diz respeito à longevidade o IDH nacional e o IDH
municipal usam a esperança de vida ao nascer. Esse indicador mostra qual a média de anos que a
população nascida naquela localidade no ano de referência deve viver – desde que as condições de
mortalidade existentes se mantenham constantes.
84 Para o caso de municípios cujo IDHM não estava disponível (por terem surgiram após 2000, por
exemplo), foram-lhes atribuídos valores mínimos encontrados no conjunto de municípios com mesmo
Código de Área (microrregião).
86 Cabe destacar que esta atualização tem por finalidade ordenar relativamente os municípios, de sorte
que as possíveis ultrapassagens entre eles nos últimos anos sejam aproximadas.
Estabeleceu-se que tecnologias fixas (com pelo menos 1 acesso válido) e de ERBs
habilitadas para banda larga móvel cumprem papel similar na provisão de banda larga
(hipótese de neutralidade tecnológica), sendo-lhes atribuída uma ponderação na
composição conforme sua distância da fronteira tecnológica (tecnologia mais recentes
recebem pontuação maior):
1 2 3 5
Ethernet, ATM, FWA, MMDS, ADSL, Cabo, 3G, HFC, Satélite, PLC,
FR Fibra
SPREAD SPECTRUM WiMax
Elaboração: LCA.
87 http://sistemas.anatel.gov.br/sici/Relatorios/IndicadorDesempenhoPresenteMunicipio/tela.asp
De 512
De 0 a De 2 a 12 De 12 a 34 Acima de 34
Kbp/s a 2
512Kbp/s Mbp/s Mbp/s Mbp/s
Mbp/s
Peso 1 2 3
Elaboração: LCA.
88 Vale lembrar que, idealmente, a produção de um indicador desta natureza exigira o acesso a um
extenso conjunto de microdados sobre a disponibilidade, capacidade e extensão atual da rede de acesso
e transporte de banda larga, desde o backbone até a última milha. Dada a indisponibilidade de dados
públicos desta natureza, entendeu-se que o indicador de infraestrutura acima proposto é a melhor
alternativa no momento.
Elaboração: LCA.
220 Municípios
1,9 milhões de hab. (1,0%)
renda per capita: R$ 3,7 mil
2220 Municípios
27,3 milhões de hab. (14,3%)
renda per capita: R$ 5 mil
2645 Municípios
55,0 milhões de hab. (28,9%)
renda per capita: R$ 11,2 mil
462 Municípios
60,6 milhões de hab. (31,8%)
renda per capita: R$ 17,9 mil
45 Municípios
45,8 milhões de hab. (24,0%)
renda per capita: R$ 26,5 mil
Elaboração: LCA.
Cada área (cor) delimitada pelas linhas pontilhadas do gráfico agrupa um conjunto de
municípios. A área na qual um município está classificado acima é determinada pelo
seu menor indicador (demanda90 ou oferta).91. Os mapas abaixo apresentam a
dispersão geográfica dos municípios segundo ambos os critério, separadamente.
90 Este indicador de demanda apresenta correlação de 0,6 com o observado na Figura 7: Distribuição
geográfica dos municípios de acordo com penetração de acesso de banda larga fixa. Os municípios com
maior penetração se encontram na região Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e sul de Minas Gerais.
Nas regiões Nordeste e Norte (com exceção de Roraima) a proporção de domicílio com acesso ao serviço
é baixa
91 Pode existir o caso, entretanto, que um município esteja em uma área por um eixo (por exemplo, seja classificado
como “preto” em termos de infraestrutura) mas apresente um potencial de demanda relativamente menor (classificado
como“ cinza escuro”). Pela combinação de suas coordenadas, ele ocupará uma área do gráfico marcada como
quadrante “cinza escuro”, equivalente à menor das suas pontuações nos dois indicadores.
Elaboração: LCA.
A área preta é responsável por quase 40% da renda nacional, enquanto a área branca
não alcança 1%. A renda per capita média dos municípios pretos é de R$ 26,5 mil,
sendo progressivamente menor até atingir R$ 3,7 mil referentes à área branca. Em
termos de distribuição de renda por classe, enquanto os municípios pretos têm quase
46,7% dos seus domicílios pertencentes às classes A e B, a área branca é
majoritariamente composta por domicílios D e E (71,3%). Nas áreas intermediárias
(cinzas), os dados apresentam uma progressão clara (escalonada), entre os extremos,
o que reforça a consistência da abordagem.
É possível constatar, pela mesma via, diferentes níveis de penetração dos serviços de
banda larga (seja fixa ou móvel), tendo como referência a área preta, cujo perfil de
consumo atinge quase 40 acessos fixos e móveis para cada 100 habitantes, valor
próximo a de alguns países da OCDE, como a Bélgica92. Em contrapartida, os
municípios classificados como brancos registraram em média uma penetração de 1
acesso fixo e móvel para cada 100 habitantes.
Para projetar o eixo vertical até 2014 e 2020, aplicou-se a projeção do IDH Brasileiro
estimada pelas Nações Unidas de forma uniforme aos indicadores dos municípios
brasileiros. Isso oferece uma mudança absoluta no IDH de todos os municípios. Se, ao
fazermos essa mudança, o município ultrapassa a fronteira da área (a nota) definida
no período inicial. Assim, é possível observar a evolução de áreas que os municípios
deverão apresentar até 2020.
93 Entende-se neste exercício por penetração o número de acessos por 100 habitantes, ou seja, a
densidade de acessos. Essa forma de mensuração é muito útil para comparações (entre áreas e países)
visto que o número de acessos apenas não considera as diferenças relativas do total de população. O
número total de acessos é importante para que se possa mensurar o investimento necessário para o
atendimento desses novos usuários.
94 A única modificação relevante para este caso foi a exclusão de acessos realizados através de
tecnologias ATM, Ethernet, FR, FWA e Fibra, consideradas ultrapassadas ou fora do escopo perfil
residencial de acesso.
95 Daí porque não adotar o indicador de oferta e infraestrutura instalada como guia, dado que ele
apresenta uma ligação direta com os investimentos realizados na expansão do serviço (isto é, um maior
investimento em uma região é capaz de elevar a classificação o município pelo critério de oferta) e é de
difícil projeção (os investimentos em rede e tecnologia são realizados individualmente pelas empresas,
com estratégias próprias de expansão de mercado).
Número de municípios por área
Área jan/11 2014 2020
Preto 141 226 392
Cinza Escuro 2094 2368 2501
Cinza 1922 1817 1791
Cinza Claro 1368 1145 885
Branco 67 36 23
Brasil 5.592 5.592 5.592
Elaboração: LCA.
Espera-se que haja uma convergência para as áreas mais escuras ao longo do tempo.
Ou seja, há uma redução de municípios nas áreas mais claras e um aumento nas
áreas mais escuras.
Os mapas abaixo ilustram a evolução dos municípios de acordo com este mecanismo,
em 2014 e 2020.
Elaboração: LCA.
Foi preciso assumir uma forma de distribuição das velocidades dos acessos em
banda larga fixa (% de acessos em cada intervalo de velocidade do SICI-ANATEL) e
da participação das tecnologias de banda larga móvel (% dos acessos 3G e
4G/LTE), tanto para 2014 quanto para 2020. Os anos intermediários foram
determinados por interpolação linear entre os três períodos-chave do exercício
(jan/2011, 2014 e 2020).
Com base na população de cada área (cor) em cada ano e premissas de penetração,
velocidade (banda larga fixa) e tecnologias (banda larga móvel), foi possível estimar e
calibrar a quantidade e as características principais dos acessos fixos e móveis por
98 Além de se assumir que o Capex seja mais caro tanto para instalação de acessos mais velozes (fibra
ótica, por exemplo), é de esperar que ele seja mais caro na provisão de novos acessos em áreas
“brancas”, seja pela ausência de infraestrutura prévia, seja pela maior participação da população rural no
total da população. Isto ocorre, também, porque estas regiões apresentam municípios dotados de menor
densidade demográfica, o que impede a maior diluição do custo por acesso e encarece a oferta do
serviço. Em particular, o aumento dos acessos rurais é também considerado no cálculo: o perfil atual de
acessos – estimado, por aproximação, pela proporção de acessos rurais e urbanos à Internet – fornecida
pela PNAD – é modificado, de forma a acomodar um aumento (desejável) da penetração rural do serviço.
Elaboração: LCA.
Por outro lado, há uma série de ações que – uma vez colocadas em prática – podem
potencializar e acelerar este processo, particularmente quando associadas a ganhos
de eficiência, desoneração e flexibilidade regulatória, de sorte a favorecer os
i) Crescimento demográfico
A partir da projeção da população nacional, revista em 2008 pelo IBGE, foi estimado o
número de habitantes para os municípios brasileiros em 2014 e 202099, de modo que
fosse possível determinar o número de acessos necessário para manter a penetração
atual para os 199,5 milhões de brasileiros em 2014 e os 207,1 milhões em 2020.
99 O IBGE não projeta a população para cada município, de forma que foi aplicado o crescimento
brasileiro de forma uniforme para todas as populações municipais.
Por outro lado, a relação entre o indicador de demanda e a penetração pode ser
considerada mesmo se a evolução não for suficiente para induzir a migração
entre áreas ou quando esta não é possível (no caso dos municípios classificados
como “pretos”, que não podem subir de categoria). Para incorporar essa dimensão no
modelo, estudou-se a relação entre a evolução dos IDH Modificados dos estados
brasileiros e respectivas penetrações de banda larga fixa entre 2002 e 2009100. Para
tanto, especificou-se o seguinte modelo econométrico de painel (pooling de dados):
O valor do coeficiente “β” calculado neste modelo foi de 0,241, o que implicou
considerar um aumento de igual magnitude para penetração (acessos por 100
domicílios) para cada 0,01 acrescido na escala do IDHM – isto é, se a média do IDHM
de uma área evolui de 0,79 para 0,80; a penetração de banda larga se eleva em 0,241
acessos para cada 100 habitantes.
100 Os dados de acesso entre 2002 e 2006 são estimativas (Macedo, H. (2010) “Análise de Regressão
Sobre Indicadores da Economia e da Difusão do Serviço de Acesso à Internet em Banda Larga no
Brasil”), após 2006 foram retirados diretamente da ANATEL. Os dados de população são extraídos da
PNAD.
Para traduzir esta tendência temporal para a banda larga móvel, foi empreendido um
estudo sobre a evolução da relação entre acessos em banda larga móvel e acessos
em banda larga fixa. A evolução estimada avalia um crescimento de 1,78 (em janeiro
de 2011) para 2,68 acessos móveis para cada acesso fixo, em 2020. Esta variação,
cabe lembrar, acompanha a tendência observada em muitos países, particularmente
aqueles pioneiros no lançamento de tecnologias 3G, nos quais os acessos em banda
larga móvel representam parcela significativa dos acessos em alta velocidade, como
ilustra o gráfico abaixo.
101 No caso brasileiro, apesar do crescimento consistente dos acessos fixos, o serviço de banda larga
móvel o número de acessos móveis ultrapassou o de fixos no primeiro trimestre de 2010, apenas dois
anos depois do início da liberação de licenças.
referente à banda larga móvel
2001
2000
80
2001
2001
2001
2000
2000
2000
2000
2001
2000
2001
1999
2000
2000
2001
2002
2000
60
2001
2001
2004
2001
2000
40
2007
2002
2008
2006
2007
2007
2006
20
2008
2006
2008
2004
2007
2005
2008
2006
2003
2007
2007
2010
2008
0
Peru
França
Venezuela
Marrocos
Suíça
Bélgica
México
Brasil (2011)
Áustria
Noruega
Hungria
Nigéria
Polônia
China
Indonésia
Grécia
Cingapura
Alemanha
Suécia
República Checa
India
Argentina
Holanda
Finlândia
Colômbia
Coréia do Sul
Ucrânia
Japão
Espanha
Turquia
Israel
Austrália
Malásia
Egito
Canadá
Rússia
Portugal
Dinamarca
Filipinas
África do Sul
Chile
Itália
Nova Zelândia
Estados Unidos
Tailândia
Reino Unido
Fonte: Penetração: UIT (2009), países selecionados e Telebrasil (abril, 2011). Datas de licenciamento:
UIT, Teleco e pesquisa Internet. Elaboração: LCA.
Penetração (acessos BL Fixa/100 hab) Penetração (acessos BL Móvel/100 hab)
Área jan/11 2014 2020 Área jan/11 2014 2020
Preto 12,9 15,0 18,0 Preto 19,9 28,1 41,0
Cinza Escuro 6,5 8,6 11,5 Cinza Escuro 12,3 20,5 33,1
Cinza 1,3 3,5 6,1 Cinza 4,7 13,0 24,6
Cinza Claro 0,4 2,5 5,3 Cinza Claro 2,2 10,4 22,7
Branco 0,3 2,4 5,1 Branco 0,3 8,6 20,5
Elaboração: LCA.
90
participação dos acessos por velocidade (%)
80 74 75 74
71 71
70 65 65
62
58 58
60
49 50 50 50 49
50 47 47
43 43
40 39 39 40
40 37
31 33 33 31
30 27 27
25 25 25 24
22 21 22 24 22 21 22
19 19
20 16 16
14 15 13 13 15 14
7 9 7 10 10
7 9 7
10 5 5 5 5
2
1 2 2 2
1
0 0
-
Ano 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
Elaboração: LCA.
Tabela 16 – Distribuição das velocidades de acesso à banda larga fixa por área
jan/11 2020
Participação de Acessos de BL Fixa por intervalo de velocidade (%) Participação de Acessos de BL Fixa por intervalo de velocidade (%)
Área 0 – 512Kbps 512‐2Mbps 2‐12Mbps 12‐34Mbps 34‐100Mbps > 100Mbps 0 – 512Kbps 512‐2Mbps 2‐12Mbps 12‐34Mbps 34‐100Mbps > 100Mbps
Preto 17,3 47,1 18,0 17,6 0,1 0,0 6,0 11,2 35,9 30,2 11,9 4,8
Cinza Escuro 25,5 55,8 10,6 7,8 0,3 0,0 13,8 19,9 30,7 27,3 5,0 3,3
Cinza 46,8 48,8 2,8 0,1 0,2 0,0 26,7 31,1 20,8 19,0 1,5 0,9
Cinza Claro 76,4 22,0 1,6 0,0 0,0 0,0 29,1 39,7 18,5 11,5 1,1 0,0
Branco 39,7 57,0 3,3 0,0 0,0 0,0 38,1 52,1 5,7 4,1 0,0 0,0
Brasil 22,2 50,7 14,2 12,7 0,2 - 11,0 16,6 32,4 27,8 8,4 3,8
Elaboração: LCA.
Área 3G 4G 3G 4G 3G 4G
Preto 100,0 91,8 8,2 80,0 20,0
Cinza Escuro 100,0 100,0 91,6 8,4
Cinza 100,0 100,0 100,0
Cinza Claro 100,0 100,0 100,0
Branco 100,0 100,0 100,0
Elaboração: LCA.
Cabe lembrar que, as premissas aqui definidas não consideram um leque de ações
direcionadas à desoneração e expansão do serviço (por exemplo, através de um
modelo de leilão de espectro de radiofrequência não visasse a maximização de
receitas), de modo a tornar tecnologias como 4G disponíveis e acessíveis a uma
parcela mais ampla dos municípios e da população. Ou seja, por ser um cenário “sem
alavancas”, assume-se que os próximos anos serão similares aos já observados em
termos jurídico-regulatórios.
B. Cenário Referenciado
De forma diversa ao Cenário sem Alavancas, o Cenário Referenciado tem como
proposta estimar os investimentos no serviço considerando-se que o Brasil passe a ter
um perfil de consumo distinto do observado nos últimos anos, bem próximo ao que
hoje se observa em referências internacionais. Para tanto, subtende-se que a
realização do Cenário Referenciado implica uma série de ações direcionadas tanto à
convergência internacional (em termos de qualidade e alto desempenho) quanto
extensão do serviço e perfis de consumo a áreas até agora carentes, tanto em
infraestrutura quanto demanda potencial.
Elaboração: LCA.
Com base na relação do perfil de acesso fixo e móvel nestes países, foi possível
separar esta penetração total entre a parcela fixa e móvel:
Penetração (acessos BL Fixa/100 hab) Penetração (acessos BL Móvel/100 hab)
Área jan/11 2014 2020 Área jan/11 2014 2020
Preto 12,9 23,4 27,4 Preto 19,9 38,0 70,2
Cinza Escuro 6,5 12,7 23,5 Cinza Escuro 12,3 22,6 43,6
Cinza 1,3 6,0 14,4 Cinza 4,7 14,9 36,9
Cinza Claro 0,4 4,3 12,6 Cinza Claro 2,2 13,0 26,0
Branco 0,3 2,9 8,4 Branco 0,3 10,0 22,0
Elaboração: LCA.
Tabela 20 – Velocidade mínima para banda larga fixa considerada, por área
Velocidade mínima para Banda Larga Fixa
Área 2010 2014 2020
Preto N/D 2 Mbps (Itália 2012) 10 Mbps
Cinza Escuro N/D 2 Mbps (Itália 2012) 10 Mbps
Cinza N/D 1 Mbps (Espanha 2011) 4 Mbps (EUA 2020)
Cinza Claro N/D 512 Kbps (França 2012) 1 Mbps (Espanha 2011)
Branco N/D 512 Kbps (França 2012) 1 Mbps (Espanha 2011)
Elaboração: LCA.
jan/11 2020
Share de Velocidade BL Fixa (%) Share de Velocidade BL Fixa (%)
Área 0 – 512Kbps 512‐2Mbps 2‐12Mbps 12‐34Mbps 34‐100Mbps > 100Mbps 0 – 512Kbps 512‐2Mbps 2‐12Mbps 12‐34Mbps 34‐100Mbps > 100Mbps
Preto 17,3 47,1 18,0 17,6 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 83,3 11,9 4,8
Cinza Escuro 25,5 55,8 10,6 7,8 0,3 0,0 0,0 0,0 0,0 91,6 5,0 3,3
Cinza 46,8 48,8 2,8 0,1 0,2 0,0 0,0 0,0 78,6 19,0 1,5 0,9
Cinza Claro 76,4 22,0 1,6 0,0 0,0 0,0 0,0 68,8 18,5 11,5 1,1 0,0
Branco 39,7 57,0 3,3 0,0 0,0 0,0 0,0 90,2 5,7 4,1 0,0 0,0
Brasil 22,2 50,7 14,2 12,7 0,2 - - 2,7 9,0 77,0 7,7 3,6
Elaboração: LCA.
Note-se que, em relação ao que foi pressuposto no Cenário sem Alavancas, destina-
se aqui uma taxa de migração mais rápida para velocidades maiores em áreas preta e
cinza escura. Esta aceleração foi prevista também para as demais áreas, mas de
forma menos intensa, dado que a convergência em termos de penetração exigirá a
entrada de um volume considerável de consumidores em velocidades “de entrada”.
Elaboração: LCA.
Penetração de Banda Larga Número de Acessos
Acessos Fixos + Móveis/100 habitantes (por área) Banda Larga Fixa e Móvel (milhões)
Cenário
Cenário 29,7 46,7 ↑152,4% Sem Alavancas
59,3 96,8 ↑175,0%
Sem Alavancas (2014) (2020) (2014) (2020)
Cenário Cenário
39,1 74,3 ↑301,6% 78,0 154,0 ↑337,5%
Referenciado (2014) (2020) Referenciado (2014) (2020)
Elaboração: LCA.
Este crescimento pode ser decomposto pelos seus componentes “inerciais”, tal como
representado no gráfico abaixo. Nota-se que o papel da tendência temporal é o mais
determinante para o crescimento do mercado, explicando mais 44,5 milhões do total
de acessos adicionais entre janeiro de 2011 e 2020.
Interação dos
Demográfico
Crescimento
Jan/11
tecnologia)
Tendência
Temporal
(hábitos,
35,2
efeitos
preço,
+16,9
Evolução do IDH
+4,6 +1,6 +0,9
Interação dos
Demográfico
Crescimento
tecnologia)
Tendência
Temporal
2014
(hábitos,
efeitos
59,2
preço,
↑24,0 milhões
Elaboração: LCA.
120
Acessos Fixos + Móveis/100 habitantes
100
74.3
Referenciado Inercial
80
46.7
60
40
21.5
20
0
Venezuela
Alemanha
Argentina
Noruega
Brasil (2020) - Referenciado
Rússia
India
Argélia
Holanda
França
Estados Unidos
República Checa
Turquia
China
Reino Unido
Portugal
Espanha
África do Sul
México
Dinamarca
Suécia
Grécia
Bélgica
Canadá
Malásia
Cingapura
Polônia
Colômbia
Japão
Austrália
Hungria
Chile
Itália
Coréia do Sul
Tailândia
Brasil (2011)
O gráfico abaixo permite comparar a evolução esperada das áreas pretas e brancas.
Nota-se que o desenvolvimento das áreas mais remotas tende a ser, relativamente,
Acessos Fixos +
97,6
Cenário Referenciado (Área Preta)
100
Móveis/100
74,3
80 Cenário Referenciado (Brasil) habitantes
60
Cenário Referenciado (Área Branca)
32,8
40
22,6
18,5
20
0,6
0
Portugal
Área Preta (2020)
Dinamarca
Argentina
Cingapura
França
Ucrânia
Polônia
Israel
Austrália
Grécia
Canadá
Argélia
Coréia do Sul
Suécia
Noruega
Nova Zelândia
Alemanha
Filipinas
México
Brasil (2020)
Finlândia
Brasil (2011)
Chile
Turquia
China
Peru
Tailândia
Itália
Suíça
Holanda
Bélgica
Venezuela
Áustria
Espanha
Japão
República Checa
Rússia
Indonésia
India
Nigéria
Egito
Colômbia
África do Sul
Estados Unidos
Malásia
Reino Unido
18,0
41,0
Penetração BL Fixa Penetração BL Móvel
18 40
acessos / 100 hab acessos / 100 hab
34,02
Cenário sem Alavancas
15,0
33,1
16
35
12,71
12,9
28,1
14
11,5
30
24,6
12
22,7
20,59
25
9,12
20,5
20,5
19,9
8,6
10
20
6,64
8
6,5
6,1
13,0
11,83
12,3
5,3
5,1
15
10,4
6
8,6
3,5
4 10
2,5
2,4
4,7
1,3
2,2
2 5
0,4
0,3
0,3
0 0
Preto Cinza Escuro Cinza Cinza Claro Branco Brasil Preto Cinza Escuro Cinza Cinza Claro Branco Brasil
30 80
27,4
70,2
Penetração BL Fixa Penetração BL Móvel
acessos / 100 hab
23,5
22,73
23,4
25
51,61
60
20
43,6
50
14,04
14,4
38,0
36,9
12,9
12,7
12,6
15 40
25,06
26,0
30
22,6
22,0
8,4
10
19,9
6,64
6,5
6,0
14,9
11,83
13,0
20 12,3
4,3
10,0
2,9
4,7
1,3
10
2,2
0,4
0,3
0,3
0 0
Preto Cinza Escuro Cinza Cinza Claro Branco Brasil Preto Cinza Escuro Cinza Cinza Claro Branco Brasil
Elaboração: LCA.
60 140
Mercado BL Fixa Mercado BL Móvel
Comparação entre Cenários - Brasil
106,9
Referenciado
47,1
100
40
70,5
28,0
80
26,3
30
50,0
Sem Alavancas
60
18,2
41,1
12,7
12,7
20
22,57
22,6
40
10 20
0 0
2011 2014 2020 2011 2014 2020
Elaboração: LCA.
Gráfico 51 – Distribuição dos acessos de banda larga fixa, por velocidade, nos
diferentes cenários
100
Share Velocidade BL Fixa (%) 100
Share Velocidade BL Fixa (%)
90
Cenário sem Alavancas - Brasil Cenário Referenciado - Brasil
90
80
76,9
2010 2010
72,4
80
70 2014 2014
2020 70 2020
60
50,7
60 50,7
50
38,5
50
32,4
40
40
27,7
22,7
22,2
30
22,2
19,9
30
16,6
15,5
14,2
15,4
14,2
12,7
12,7
20
11,0
20
8,4
9,1
8,7
7,7
3,8
10
3,6
10
2,7
2,7
2,7
0,8
0,8
0,2
0,2
0,0
0,0
0,0
0,0
0 0
0 – 512Kbps 512-2Mbps 2-12Mbps 12-34Mbps 34-100Mbps > 100Mbps 0 – 512Kbps 512-2Mbps 2-12Mbps 12-34Mbps 34-100Mbps > 100Mbps
Elaboração: LCA.
8,3
50 9
43,3
Penetração 3G Penetração 4G
Comparação entre Cenários - Brasil
Referenciado
45 8
(acessos/100 habitantes) (acessos/100 habitantes)
40
7
30,3
35
6
23,7
30
5
20,1
3,7
25
4
Sem Alavancas
20
11,8
11,8
3
15
1,3
2
10
0,5
5 1
-
0 0
2011 2014 2020 2011 2014 2020
100
Mercado 3G 89,8 25
Mercado 4G
Comparação entre Cenários - Brasil
Referenciado
90
(milhões de acessos) (milhões de acessos)
17,1
80 20
62,8
70
60
47,4
15
40,0
50
7,71
Sem Alavancas
40 10
22,6
22,6
30
2,6
20 5
10 1,03
-
-
0 0
2011 2014 2020 2011 2014 2020
Elaboração: LCA.
TOTAL
(bilhões R$)
BL Fixa 7,9 22,9
Cenário
(2014) (2020)
+20%
Sem Alavancas (outorgas) 60,2
BL Móvel 9,6 24,3
(2014) (2020)
Referenciado
144,6
BL Móvel 14,8 43,7 +140,2%
(2014) (2020)
Elaboração: LCA.
Preto 141 226 392 52,6 60,8 80,8 17,3 26,3 47,6 32,8 43,2 59,0 8,23 21,92 30,16 981 373
Cinza Escuro 2094 2368 2501 81,7 85,8 77,4 15,3 25,0 34,5 18,8 29,1 44,6 7,23 10,59 17,83 916 230
Cinza 1922 1817 1791 34,3 34,3 34,3 2,1 5,6 10,5 6,1 16,4 30,7 2,57 3,73 6,30 745 184
Cinza Claro 1368 1145 885 21,3 18,1 14,3 0,5 2,3 4,0 2,5 12,9 28,0 2,94 2,74 5,68 1.633 397
Branco 67 36 23 0,8 0,5 0,3 0,0 0,1 0,09 0,6 10,9 25,6 0,11 0,06 0,17 2.079 503
Brasil 5592 5592 5592 190,7 199,5 207,1 35,2 59,3 96,8 18,5 29,7 46,7 21,08 39,05 60,1 966 290
* Inclui 20% de outorgas.
Cenário Referenciado
Municípios Penetração Banda
(indicador de
População Acessos Banda Larga
Larga Fixa + Móvel
Investimentos Investimento Médio
demanda)
(milhões) Fixa + Móvel (milhões) (bilhões R$) ( R$ )
(acessos/100 habitantes)
Investimento Médio Investimento Médio
Área jan/11 2014 2020 jan/11 2014 2020 jan/11 2014 2020 jan/11 2014 2020 2014 2020 Total por Acesso Adicional por Habitante (2020)
Preto 141 226 392 52,6 60,8 80,8 17,3 37,3 78,9 32,8 61,4 97,6 19,18 49,43 68,61 1.013 849
Cinza Escuro 2094 2368 2501 81,7 85,8 77,4 15,3 30,3 51,9 18,8 35,3 67,1 14,61 37,02 51,64 1.215 667
Cinza 1922 1817 1791 34,3 34,3 34,3 2,1 7,2 17,6 6,1 20,9 51,2 3,92 10,04 13,96 872 407
Cinza Claro 1368 1145 885 21,3 18,1 14,3 0,5 3,1 5,5 2,5 17,3 38,6 4,58 5,63 10,20 2.025 713
Branco 67 36 23 0,8 0,5 0,3 0,0 0,1 0,103 0,6 12,9 30,4 0,12 0,12 0,23 2.369 693
Brasil 5592 5592 5592 190,7 199,5 207,1 35,2 78,0 154,0 18,5 39,1 74,3 42,41 102,23 144,6 1.101 698
Elaboração: LCA.
Atrair investimentos para o setor, com condições para rentabilização ao longo do tempo,
deve compor prioridades para o desenvolvimento nacional.
102 O relatório “The Global Competitiveness Report 2010/2011” (GCR), elaborado pelo World Economic
Forum (WEF), em pesquisa que classifica, de modo semelhante ao Doing Business, diversas economias do
mundo em termos de suas competitividades, coloca o Brasil nas últimas posições de seu ranking Para esta
avaliação, o WEF faz uma pesquisa entre 139 países analisando 111 variáveis, para as quais são atribuidas
notas de 1 a 7.
CONFIDENCIAL - p. 139
em diversas esferas, públicas e privadas, dada a complexidade do arranjo produtivo do
setor e a pluralidade de aspectos envolvidos (econômicos, regulatórios, jurídicos, fiscais)
e de agentes (Federais, Estaduais, Municipais e privados). As ações são apresentadas
em dois grupos: (a) incentivo à demanda: ações que permitam reduzir os custos de
produção atreladas a políticas de ampliação do mercado consumidor permitem expandir
a demanda pelos serviços de telecomunicações; (b) expansão de infraestrutura: ações
para incentivar e viabilizar investimentos que possibilitem instalar e/ou expandir
infraestrutura para serviços de telecomunicações. Aspectos jurídico-regulatórios
permeiam os dois grupos, envolvendo ações que buscam melhorar o ambiente de
negócios ao oferecer maior segurança jurídica e celeridade para os investimentos, além
de disponibilizar recursos de forma a incentivar a demanda
5.2 Proposições
As políticas públicas devem ser feitas para estimular o investimento, criando-se uma
estrutura de incentivos comum às ações públicas e privadas, promovendo um ambiente
de negócios propício à ampliação de recursos destinados ao setor.
Políticas públicas de
estímulo à demanda
e infraestrutura
Solução de mercado
Elaboração: LCA.
CONFIDENCIAL - p. 140
Nesta etapa do trabalho, o alvo principal é o serviço de banda larga. Porém, estimulando
esse serviço com o princípio da neutralidade tecnológica, outros serviços de
telecomunicações acabam por ser beneficiados, tanto pelo lado da demanda quanto pelo
estímulo à expansão de infraestrutura.
Acessos coletivos
Expansão de Telecentros e apoio
a lanhouses (com subsídio)
Alta Renda Baixa Renda
Elaboração: LCA.
CONFIDENCIAL - p. 141
Acessos Coletivos
A construção de telecentros é uma forma de facilitar o uso de internet banda larga,
principalmente por parte da população de mais baixa renda que não encontram
condições para aquisição de um terminal de acesso e mensalidade do serviço, mesmo
que haja subsídio. Daí a proposição de acessos coletivos ter como alvo regiões mais
claras na figura de GAPs.
• acesso privado/individual
acesso residencial / individual • atendimento domiciliar
• exige elevada capilarização
• exige alto poder de compra
• exige equipamento próprio
• exige qualif icação usuário
• investimento público
• acesso coletivo / subsidiado
• atendimento bairro/municipal
• exige baixa capilarização
• programas de inclusão digital
acesso coletivo/ • programas de qualif icação
centros públicos • acesso para baixa renda
Elaboração: LCA
O mapa abaixo ilustra a distribuição dos telecentros para cada mil habitantes das classes
D/E. As áreas brancas, concentradas na região Norte, Maranhão e Piauí, indicam os
municípios nos quais não há telecentros. Quanto mais escura a área do mapa, maior a
quantidade de telecentro por habitante das classes D/E.
CONFIDENCIAL - p. 142
Figura 21 – Distribuição de telecentros para cada mil habitantes das classes D/E
Fonte: Censo 2000, Censo 2010 – IBGE, Observatório Nacional de Inclusão Digital. Elaboração: LCA.
No segundo cenário, considerou-se que a proporção de pessoas das classes D/E que
utilizam internet passasse a ser igual à da classe C do seu próprio estado, tendo a
diferença compensada pelo uso de telecentros.
CONFIDENCIAL - p. 143
Para o último cenário considera-se que a proporção de usuários de internet das classes
D/E e C, igualem-se ao nível das classes A/B do mesmo estado, tendo a diferença
compensada pelo uso de telecentros104.
Fonte: “TIC lan house 2010”; PNAD 2008, FGV; PNBL. Elaboração: LCA.
(a) Foram feitas três hipóteses sobre a frequência de uso de cada usuários nos telecentros: uma,
duas ou quarto vezes por mês.
(b) Foi considerado como hipótese que 200 pessoas por semana, em média, frequentam os
telecentros, com base na pesquisa “TIC lan house 2010”.
(c) O custo de instalação considerado para os cálculos foi de, aproximadamente, R$24 mil. Para
estimar esse valor utilizou-se a informação dada no PNBL (R$20 mil), que foi atualizado para
2010 pelo IGP-M.
104 Os cenários utilizados utilizam como referência a PNAD/2008, na qual há informações a respeito do local
de acesso à internet.
105 Para os cálculos foram utilizadas informações extraídas da pesquisa “TIC lan house 2010” realizada pelo
Comitê Gestor da Internet no Brasil (estimativa de usuários semanais), do Plano Nacional de Banda Larga
(custo do “Kit Telecentro”).
CONFIDENCIAL - p. 144
contando com demais políticas “horizontais” (desoneração, sobretudo, como será tratado
mais adiante106).
Com base nas informações da PNAD 2009108 é possível estimar o número potencial de
beneficiários bem como o impacto fiscal anual para o governo de subsidiar o serviço de
banda larga aos consumidores potencialmente elegíveis como beneficiários109. A tabela
abaixo mostra estas estimativas.
No cenário 1 considerou-se que todos os atuais domicílios elegíveis que possuem acesso
à internet utilizem o subsídio para a aquisição do serviço de banda larga. No segundo
cenário adicionam-se ao primeiro os domicílios elegíveis que possuíam computador que
não tinha acesso à internet110.
106 Atualmente o principal programa de incentivo à demanda de acesso domiciliar é o programa Banda
Larga Popular. O Estado de São Paulo, em decreto de 2009, isentou de ICMS a prestação de serviços de
banda larga entre 200Kbps e 1MKbps para empresas que aderirem ao programa. Como contrapartida elas
devem oferecer este serviço ao preço máximo de R$29,80.
107 É um banco de dados, criado em 2001, mantido pelo Ministério de Desenvolvimento Social (MDS) que
tem como objetivo cadastrar e atualizar informações das famílias com renda per capita de até ½ salário
mínimo ou renda familiar de até 3 salários mínimos.
108 Esta é a pesquisa mais recente que permite cruzar informações sobre domicílios com e sem acesso a
internet e sua renda de forma precisa.
109 Foram considerados elegíveis os domicílios cuja renda per capita era de até R$240 ou cuja renda
domiciliar total era de até R$1.620, em valores de dezembro de 2010 ajustados pelo IPCA.
110 Caso haja restrições de recursos é possível ao governo limitar o valor destinado ao programa.
CONFIDENCIAL - p. 145
Dessa forma fica clara a necessidade de incentivar não só a aquisição de terminais de
acesso mas também o serviço para viabilizar de fato o uso de banda larga (“terminal
conectado”).
CONFIDENCIAL - p. 146
Demanda Pública e Soluções Completas com TICs
Para além da inclusão social da população atualmente alijada de condições mínimas,
cabe destacar a responsabilidade constitucional do Estado brasileiro no tocante à
expansão e melhoria do atendimento de seus serviços à população, notadamente
aqueles vinculados a demandas sociais básicas: cidadania (registros públicos de
pessoas, terras e imóveis), educação básica, capacitação e qualificação, cultura,
saúde pública, previdência, segurança e justiça. Com vistas à integração.
Uma das alternativas possíveis para ampliar e integrar estes serviços envolveria a
compra pública/contratação, por parte do Estado em todas as esferas (Federal,
Estadual e Municipal) e poderes (Legislativo, Executivo, Judiciário e Ministério
Público), de equipamentos, infraestrutura e acesso necessários à plena integração
nacional dos serviços supracitados, de sorte a oferecer atendimento amplo e
isonômico à população.
Na medida em que os preços finais se reduzem há uma maior quantidade demandada pelo
CONFIDENCIAL - p. 147
serviço. O impacto que essa diminuição de preço tem sobre a expansão do serviço depende da
elasticidade preço da demanda(a).
Há alguns estudos(b) que estimam essa ralação (elasticidade-preço da demanda) para o caso do
mercado brasileiro de banda larga. Os resultados encontrados se situam entre 0,9 e 3,4 (em
valores absolutos)(c).
Essa amplitude de resultados explicita um efeito prático da dificuldade deste tipo de exercício. A
elasticidade-preço da demanda difere muito por características regionais, por exemplo: hábitos de
consumo, renda e prioridades alocativas, disponibilidade de terminais de acesso e de oferta do
serviço. Assim, um mesmo estímulo de redução de preço certamente oferecerá magnitudes
distintas em termos de reação do consumidor local. Portanto, estudos desta natureza precisam ser
utilizados tendo-se em mente tal ressalva, pois ofercem uma ordem de grandeza da reação do
mercado mas que certamente não se dá de forma homogênea em termos temporais e regionais.
As elasticidades estimadas também são úteis para construção de cenários sobre o impacto que
alteração de tributos tem sobre a arrecadação. Se, por um lado, uma diminuição de alíquota
tributária reduz a arrecadação, na medida em que cada unidade vendida resulta em menor
arrecadação, por outro, a expansão da quantidade consumida aumenta a receita do governo.
Como o serviço de banda larga afeta a produtividade da economia como um todo, há ainda um
efeito multiplicador da expansão do seu uso sobre o produto agregado do país(d). Esse efeito
aumenta a arrecadação do governo.
Foi realizada uma simulação que permite estimar o efeito de redução de ICMS sobre a
arrecadação, isolando cada um desses efeitos(e). A figura abaixo apresenta os resultados
encontrados.
CONFIDENCIAL - p. 148
Estimativa de arrecadação tributária do serviço de banda larga – R$ bilhões
11,99
8,40
4,56
0,96
-1,93
(a)
O efeito de alterações de preços sobre quantidade demandada é denominado
elasticidade-preço da demanda. Quanto mais alto o seu valor absoluto (em módulo) mais
sensível a demanda é com relação a alterações nos preços. Por exemplo, uma
elasticidade de -1,5 indica que a quantidade demanda diminui em 1,5% caso os preços
subam 1%.
(b)
Macedo H. R. e Carvalho, A. X. Y. (2010) “Aumento da penetração do serviço de acesso
à Internet em banda larga e seu possível impacto econômico: análise através de sistema
de equações simultâneas do oferta e demanda”. Texto para Discussão 1495, IPEA.
Ávila, F. (2008) Banda larga no Brasil: uma análise da elasticidade preço-demanda com
base em microdados. UnB e Wohlers, M.; Abdala, R. F.; Kubota, J. M. (2009) “Banda
larga no Brasil – por que ainda não decolamos?” Radar – Tecnologia, Produção e
Comércio Exterior, n. 5 Ipea, dez. 2009.
(c)
A elasticidade pode variar para cada nível de preços, o valor estimado por esses estudos
representam a elasticidade média. Ver Macedo H. R. e Carvalho, A. X. Y. (2010)
“Aumento da penetração do serviço de acesso à Internet em banda larga e seu possível
impacto econômico: análise através de sistema de equações simultâneas do oferta e
demanda”. Texto para Discussão 1495, IPEA e CETIC (2009) “Pesquisa sobre o uso das
tecnologias da informação e da comunicação no Brasil”.
(d)
Ver Katz, R. L. e Ávila J. G. (2010) “The impact of broadband policy on the economy”.
Proceedings of the 4thd ACORN-REDECOM Conference Brasilia May 14-15, 2010
(e)
As premissas do exercício foram: i) 13% da arrecadação de ICMS do setor de
Telecomunicações foi gerada pelo serviço de banda larga (considerou-se na carga
tributária, além do ICMS, PIS/Cofins, Fust e Funttel); ii) queda da alíquota de ICMS para
17%, com repasse total para preços; iii) elasticidade preço da demanda de -2,15; iv) a
CONFIDENCIAL - p. 149
cada 1 ponto percentual de aumento da penetração de banda larga há um aumento de
0,0178% no crescimento do PIB.
Recursos públicos
(recursos diretos, financiamento
e infraestrutura) para expansão
da oferta dos serviços
Desoneração de
equipamentos , materiais e Aplicação de fundos setoriais
serviços de instalação de
fibra óptica e rádio
Disponibilização Imediata de Espectro (700 MHz – 2,5 GHz); PLC 116
Transparência e redução do Risco Regulatório; Flexibilização regulatória;
Restrições ambientais e urbanísticas; Direitos de passagem e de uso do solo
Condições para redução de CAPEX o OPEX (oferta de pacotes de serviços - bundles)
Muita
Pouca Infraestrutura
Infraestrutura
Elaboração: LCA.
Recursos Públicos
A construção ou expansão de infraestrutura, em localidades ainda não cobertas ou com
cobertura considerada insuficiente, pode ser incentivada por meio da disponibilização de
recursos públicos na forma de subsídios diretos, parcerias (PPPs) ou disponibilização de
infraestrutura pública prévia, por exemplo.
A criação de um leilão reverso, por exemplo, também pode servir para esses propósitos.
O governo decide a área geográfica a ser leiloada e estabelece critérios de acordo com a
política pública que deseja. O vencedor do certame seria a empresa que necessitar de
menor volume de recursos para colocar em prática o que foi estabelecido pelo governo.
CONFIDENCIAL - p. 150
Este sistema é amplamente considerado adequado para o fim a que se destina,
recomendado como melhores práticas111.
Espera-se que o poder público defina no Edital do leilão os principais objetivos que
devem ser atingidos e, caso se aplique, o horizonte de tempo para tal, bem como
especificações técnicas relevantes. Por outro lado, seria possível garantir alguns
benefícios que barateassem os investimentos, como desoneração tributária, possibilidade
de utilização de infraestrutura existente, maior facilidade e celeridade na liberação de
licenças ambientais e direitos de passagem, compras governamentais, entre outras.
Este mecanismo permite que a empresa mais eficiente para realizar os investimentos
necessários, independentemente da tecnologia utilizada e dadas as condições de cada
lote, possa ganhar o leilão.
Para além dos serviços e terminais de acesso, é preciso que as políticas de desoneração
também ocorram nos equipamentos e cabos ópticos e serviços de instalação de sistemas
de transporte em fibra ópticas/rádio. Dada a mudança de conteúdo esperada na rede, a
ampliação da capacidade de transporte será cada vez mais necessária para a qualidade
dos serviços.
Os recursos do FISTEL podem ser alocados pela ANATEL para viabilizar, por exemplo,
estudos e ações com foco no aprimoramento regulatório (elaboração e divulgação de
Análise de Impacto Regulatório - AIR). Atualmente, a arrecadação do FISTEL supera
111 Ver, por exemplo, Stegeman, J.; Parsons; S.; Frieden, R; e Wilson M (2008). “Controlling Universal
Service Funding and Promoting Competition Through Reverse Auction”
CONFIDENCIAL - p. 151
em muito as despesas da ANATEL, como mostra o gráfico abaixo. Possibilitar nova
destinação para os recursos desse fundo traz benefícios ao setor de telecomunicações.
A utilização do FISTEL para a elaboração de AIR por parte da ANATEL traria ganhos
significativos em termos de transparência e aprimoramento técnico às decisões da
Agência, como será detalhado adiante.
113 Dados do SINDITELEBRASIL dão conta de que o setor já contribuiu com mais de R$ 36 bilhões ao Fust
desde 2001, dos quais menos de 1% retornaram ao setor.
CONFIDENCIAL - p. 152
universalização e de continuidade. Atualmente, somente o STFC tem acesso aos
recursos, que seriam, assim, primordialmente direcionados aos esforços de
universalização do serviço de telefonia fixa.
Deve-se apontar também o fato de que texto atual do PL segue determinando que pelo
menos 30% (trinta por cento) dos recursos do Fust sejam aplicados nas áreas
abrangidas pela Sudam e Sudene (essa determinação já consta da Lei 9.998/2000), e
que pelo menos 75% (setenta e cinco por cento) dos recursos do fundo sejam aplicados
às finalidades contempladas pelos incisos VI, VII e VIII do artigo 5º da Lei 9.998/2000.
Essa vinculação de 75% dos recursos aos referidos incisos não consta da lei do Fust
em sua redação atual, tendo sido prevista pelo parágrafo 4º do artigo 5º adicionado
pelo PL. Os incisos citados tratam, respectivamente, da: (a) implantação de acessos
para utilização de serviços de redes digitais de informação destinadas ao acesso
público, inclusive da internet, em condições favorecidas, a estabelecimentos de ensino
e bibliotecas, incluindo os equipamentos terminais para operação pelos usuários; (b)
redução das contas de serviços de telecomunicações de estabelecimentos de ensino e
bibliotecas referentes à utilização de serviços de redes digitais de informação
destinadas ao acesso do público, inclusive da internet, de forma a beneficiar em
percentuais maiores os estabelecimentos frequentados por população carente, de
acordo com a regulamentação do Poder Executivo; (c) instalação de redes de alta
velocidade, destinadas ao intercâmbio de sinais e à implantação de serviços de
teleconferência entre estabelecimentos de ensino e bibliotecas.
CONFIDENCIAL - p. 153
Pode-se afirmar, diante disso, que se de um lado o artigo 5° da Lei n° 9.998/2000
continua chamando a atenção pela diversidade de objetivos enumerados, de outro lado o
PL 1.481/2007 reforça significativamente a prioridade na ampliação do acesso à
telecomunicações por parte de estabelecimentos de ensino, bibliotecas e instituições de
saúde. Por isso, a depender do encaminhamento e das prioridades de atendimento a
serem dadas pelo PNBL, o PL 1.481/2007 merecerá atenção e, eventualmente,
adaptações e ajustes de modo a não comprometer ou mitigar a efetividade das
estratégias de massificação adotadas.
114
O Fundo para Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações recebe 0,5% da receita operacional bruta
das empresas de telecomunicações. Até hoje, apenas metade dos recursos foi aplicado no financiamento de
projetos de pesquisa selecionados pelo Finep (Ministério da Ciência e Tecnologia), CPQD. (Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/848826-uniao-desvia-r-43-bi-de-fundo-de-telecomunicacao.sh tml, Último
acesso em 10/03/2011).
115 Abinee e Telebrasil, 54º PAINEL TELEBRASIL:O Brasil que queremos em 2011-2014”, Disponível em:
http://www.abinee.org.br/informac/arquivos/g2020t.pdf; Último acesso em 10/03/2011.
CONFIDENCIAL - p. 154
Gráfico 55 – Percentual de impostos sobre o custo total de serviços móveis –
Ranking de países em desenvolvimento
9.000
8.221
8.000
6.737
7.000
6.400
6.000 5.602
4.909
R$ Milhões
5.000
4.430 4.201 4.749
3.996
4.000
3.280
2.944 2.910 3.341
3.000 2.694 2.700
2.032 2.349
1.987 2.056
2.000
1.444 1.436
1.288 1.166
1.045 1.099
1.000 715 582 629 987
530 392
242 272 302 335 377
127 203 214
421
-
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
CONFIDENCIAL - p. 155
Gráfico 56 – Acumulado de Contribuição dos Fundos Setoriais
50.000
44.673
45.000
39.924 2.886
40.000
35.000 33.187
9.633
30.000
R$ Milhões
24.966
25.000
20.765
20.000 17.484
14.574
15.000 32.154
11.630
9.598
10.000
5.602
5.000
-
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Espectro
Ampliar o acesso ao serviço de SMP implica disponibilizar mais infraestrutura de modo
que seja explorada ao custo mais módico possível. Esse princípio precisa ser atendido
desde o momento inicial dos investimentos, ou seja, desde a disponibilização de
infraestrutura.
O encarecimento do espectro tem sido notável nas últimas licitações das faixas de
radiofrequência. No primeiro leilão de frequências 3G (F, G, I e J), realizado em
dezembro de 2007, foram arrecadados R$ 5,34 bilhões: um ágio médio de 86,67% sobre
os preços iniciais. Para o caso mais recente da banda H e sobras de faixa (dezembro de
2010), a disputa pelos lotes (com participação limitada dos maiores players, Claro, Oi,
Tim e Vivo) gerou uma arrecadação total de R$ 2.73 bilhões, um ágio médio de 143,8%
sobre o preço inicial divulgado pela ANATEL.
CONFIDENCIAL - p. 156
TV por assinatura
A necessidade crescente de recursos e a convergência impõe esforço constante de
otimização da infraestrutura existente, além de capacidade de gerar mais recursos ao
setor. Sugere-se ampliar tempestivamente o número de outorgas de TV por assinatura,
concomitantemente à aprovação do PLC 116, conforme diretrizes das consultas públicas
nos 31, 32 e 33 de 2011da ANATEL. O ANEXO 2 apresenta mais detalhes sobre o serviço
de TV por assinatura no Brasil.
Como proposição para redução do risco regulatório e maior transparência, sugere-se que
a ANATEL passe a:
CONFIDENCIAL - p. 157
Análise de Impacto regulatório (AIR)
Segundo a OCDE, a Análise de Impacto Regulatório (AIR) ou Regulatory Impact Analysis (RIA) é
uma ferramenta que tem por objetivo examinar e avaliar os prováveis custos, benefícios e efeitos
das novas regulações ou daquelas a serem alteradas(a). Ela possibilita, através de ferramentas
específicas, o entendimento dos problemas de determinado mercado e dos efeitos indiretos de
uma ação governamental que pode debilitar os incentivos regulatórios e resultar em falha
regulatória(b).
Essa análise envolve uma série de pontos os quais os governos devem observar, como
exemplo:
• Adoção de amplos programas de reforma regulatória que estabeleçam objetivos claros e
estruturas para a implementação
• Garantia de um cumprimento efetivo e eficiente das reformas propostas
• Garantia de regulações, instituições reguladoras encarregadas da implementação e de
processos regulatórios transparentes e não discriminatórios
• Eliminação de barreiras regulatórias desnecessárias ao comércio e investimentos por
meio da liberalização e aumento da consolidação e melhor integração da abertura do mercado,
por intermédio do processo regulatório, fortalecendo a eficiência e competitividade econômica
A AIR se diferencia em cada país, pois reflete uma variedade de agendas de políticas dos
diferentes governos. Existe, entretanto, um elemento-chave relacionado à estrutura institucional
que torna a AIR uma ferramenta regulatória bem-sucedida: o controle de qualidade por meio de
revisão independente, que contribui para avaliar a qualidade substantiva de novas regulações.
A OCDE aponta as práticas válidas de AIR a serem observadas por seus países:
• Maximizar o comprometimento político para a AIR
• Alocar responsabilidade para os elementos do programa AIR
• Treinar os reguladores
• Utilizar um método analítico consistente, porém, flexível
• Desenvolver e implementar estratégias de coleta de dados
• Objetivar iniciativas da AIR
• Integrar a AIR com os processos de elaboração de políticas, iniciando o quando antes
• Comunicar os resultados
• Envolver o público intensivamente
• Aplicar a AIR nas regulações existentes como também nas novas
CONFIDENCIAL - p. 158
O PRO-REG entende a AIR como uma ferramenta que pode auxiliar no aprimoramento do
processo de tomada de decisões no Brasil, pois é compreendida como um processo dinâmico que
evitaria a imutabilidade das relações criadas durante do processo regulatório, fornecendo
informações úteis e propondo, quando necessário, sugestões apropriadas e justificadas de
mudanças.
(a)
OCDE, 2007. Regulatory impact analysis in OECD countries: challenges for developing
countries. Disponível em: http://www.oecd.org/dataoecd/45/55/38403704.pdf [04/04/2011].
(b)
OCDE. Brasil: Fortalecendo a Governança para o Crescimento – Relatório sobre a Reforma
Regulatória.Disponível em: http://www.regulacao.gov.br/eventos/seminarios-internacionais/teste-de-evento/mat
erial-didatico/livro-brasil-fortalecendo-a-governanca-para-o-crescimento
9 Reversibilidade:
116 Neste sentido, caso uma concessionária hipoteticamente opte por modernizar sua rede com fibra ótica
para poder, por exemplo, oferecer serviços de banda larga com capacidade suficiente para suprir uma dada
demanda, esta rede se tornaria automaticamente sujeita à reversibilidade.
CONFIDENCIAL - p. 159
desatento ao avanço tecnológico em curso (convergência), abre espaço para que o
conceito de reversibilidade seja estendido a redes antes consideradas privadas (por
exemplo, redes cuja titularidade pertence a subsidiárias, coligadas ou outras empresas
do grupo econômico da concessionária), tal como a rede de telefonia móvel ou mesmo as
redes de transmissão de dados das empresas.
Alguns aspectos desse problema são abordados pela Consulta Pública n. 52/2010 (CP),
que propõe um novo regulamento voltado ao acompanhamento, detalhamento e controle
de bens, direitos e serviços vinculados à concessão. Entre os objetivos elencados na CP,
destaca-se a promoção de um processo de acompanhamento mais eficiente, com
desburocratização e redução de custos para o setor privado. Seu grande mérito,
entretanto, reside em uma definição mais assertiva e rigorosa dos limites da
reversibilidade, entendida pela CP como abrangendo apenas os bens, direitos e serviços
indispensáveis à continuidade e atualidade do STFC prestado no regime público,
independentemente da titularidade ou forma de contratação, que pertençam ao
patrimônio da concessionária.
No último dia 05 de abril, segundo notícia do Telesíntese117, foi publicada no Diário Oficial
da União a decisão da ANATEL de que a cobrança de TFI, com novo pagamento das
taxas do FISTEL, é devida á União no caso da prorrogação da concessão a Oi em 2005,
caso que tramita na agência desde 2007. A cobrança de R$ 26,83 para cada estação
telefônica retira uma soma significativa de recursos do setor de telecomunicações, que
não retornam em benfeitorias e investimentos.
CONFIDENCIAL - p. 160
9 Direitos de passagem e de uso do solo em vias públicas para instalação
de infraestrutura de telecomunicações
Licenças ambientais; direitos de passagem e de uso do solo em vias públicas são como
componentes relevantes para destravar investimentos. redefinição dos limites normativos
estaduais e municipais para imposição de restrições urbanísticas e ambientais.
Por ser de competência Municipal, não há uniformidade nos processos e, por vezes, os
trâmites tornam-se demasiadamente longos, inibindo investimentos. O Governo Federal,
em conjunto com a ANATEL, pode sugerir mecanismos de fast track com procedimentos
mais céleres e suficientes para a concessão de licenças ambientais, regularização de
áreas e direitos de passagem em infraestrutura pública. A disseminação desses
procedimentos pode capacitar Municípios e Estados, dando mais uniformidade à
condução dos pleitos locais, de forma a agilizar processos e, consequentemente,
incentivar investimentos.
A elaboração de um Projeto de Lei que torne mais clara e inequívoca novas métricas e
limites para os municípios e estados, bem como a uniformização da cobrança pelo direito
de passagem de uso de solo. O Supremo Tribunal Federal (STF), em decisão de junho
de 2011, declara o impedimento aos municípios em impor limites para uso do solo pelas
empresas do setor de telecomunicações, que, agora, podem passar a usar áreas
públicas para a passagem de fios e cabos na prestação de serviços sem ter que pagar
qualquer taxa municipal pelo uso do solo, garantindo-lhes o direito de passagem.
Entendeu-se que “os municípios não podem impor barreiras a empresas de telefonia”.
118
Universalização e Banda Larga. César Mattos – Conselheiro do CADE.
CONFIDENCIAL - p. 161
Uma decisão no mesmo sentido já havia sido tomada pelo Supremo em relação ao setor
de energia elétrica
9 Oferta de Pacotes
Permitir que as políticas aqui destacadas alcancem ofertas de serviços por pacotes, bem
como modalidades pré-paga (tanto em telefonia fixa quanto móvel) conferem maior
flexibilidade, possibilitando a ampliação da oferta com redução de preços, via exploração
de economias de escala e escopo.
***
CONFIDENCIAL - p. 162
ANEXO 1 : Características principais do STFC
no Brasil
119 A partir de uma chamada efetuada pelo assinante, o sistema telefônico deve estabelecer o caminho até o
destino da chamada a partir do código numérico e alertá-lo da existência de uma chamada em espera.
CONFIDENCIAL - p. 163
realizadas pelos pontos terminais. Suas atividades podem ser divididas entre os
sistemas de comutação120 e de controle121.
Com isso, é possível que uma região metropolitana abarque uma ou várias centrais locais
para suprir a demanda de linhas e tráfego local. Caso necessário, esta região pode
comportar uma ou mais Centrais Tandem, que se responsabilizam pela otimização do
tráfego e do entroncamento urbano. A Figura 1 ilustra a organização de uma rede de
telefonia fixa.
120 O Sistema de Comutação realiza o chaveamento das conexões entre assinantes e/ou centrais, através
de relés ou circuitos de comutação digital. Também é responsável pela sinalização entre assinantes e central
e entre centrais.
121 O Sistema de Controle empreende a parte inteligente da comutação, atuando na supervisão do sistema
de comutação para que este realize as conexões e envie as sinalizações corretamente.
CONFIDENCIAL - p. 164
(ANEXO 1) Figura 1 – Organização de uma rede de telefonia fixa
central de
central local
trânsito
central de
trânsito
internacional
troncos
central local
região metropolitana
troncos
central central de
Tandem trânsito
central local
Elaboração: LCA.
CONFIDENCIAL - p. 165
(ANEXO 1) Figura 2 – Tráfego de chamadas de longa distância
OPERADORA
1 OPERADORA DE LONGA DISTÂNCIA OPERADORA 2
central local rede de transmissão
de
central local
longa distância
central de central de
trânsito trânsito
Elaboração: LCA.
A. Estrutura da oferta
O Serviço de Telefonia Fixa é prestado por empresas que detêm concessão ou
autorização da ANATEL para o STFC. No cenário atual do mercado, existem cinco
concessionárias de telefonia local e LDN: Telemar (Oi), BrT (Oi), Telefonica, CTBC e
Sercomtel, e uma concessionária de LDN e LDI em todo o território nacional, a
Embratel. A distribuição das concessões (Tabela 1) obedece ao Mapa do Plano
Geral de Outorgas – PGO (Figura 3):
CONFIDENCIAL - p. 166
(ANEXO 1) Figura 3 – Regiões para exploração do STFC
Fonte: Teleco.
140 131
Segundo dados da
120 110 Telebrasil, o número de
97 empresas autorizadas
100
a atuar em regime
83
privado alcançava 131
80
67
ao final de 2010.
60 54
39
40 29
20
14 15
20 6
0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Autorizações Concessionárias
Fonte: Dados Telebrasil, disponível em: http://www.telebrasil.org.br/saiba-mais/Temporais_4T10_mar_24
_2011.pdf; Último acesso em 25/03/2011. Elaboração: LCA.
CONFIDENCIAL - p. 167
Segundo dados de dezembro de 2010 disponibilizados pela ANATEL, o mercado do
STFC apresenta a seguinte distribuição de acessos fixos (incluindo concessionárias e
autorizadas), conforme a Tabela 2.
CONFIDENCIAL - p. 168
Um dos reflexos da evolução das participações de mercado e do ingresso de autorizadas é
a queda do HHI ao longo do tempo, tanto em termos regionais como no contexto nacional
(Gráfico 2).
8.000
7.000
6.000
5.000
4.000
3.000
out/07
out/08
out/09
out/10
ago/07
ago/08
ago/09
ago/10
jun/07
dez/07
fev/08
jun/08
dez/08
fev/09
jun/09
dez/09
fev/10
jun/10
dez/10
abr/08
abr/09
abr/10
STFC Brasil Região I Região II Região III
CONFIDENCIAL - p. 169
(ANEXO 1) Tabela 4 – Market share (%) de acessos fixos instalados e em serviço
das concessionárias
CONFIDENCIAL - p. 170
(ANEXO 1) Gráfico 3 – Distribuição do market share de minutos tarifados de LDN e
LDI (dezembro/10)
LDN LDI
EMBRATEL TELEFONICA
17% 15%
TELEFONICA BrT (Oi)
12% 9%
TELEMAR
Telemar (Oi) (Oi) 6%
11%
EMBRATEL
TIM INTELIG
48% BrT (Oi)
6%
53% TIM
6%
5%
GVT
3% GVT
3%
INTELIG Outras
Outras TRANSIT
1% 0% 3%
2%
B. Evolução da Demanda
O atual estágio de maturidade do mercado de telefonia fixa no país é resultado dos
investimentos realizados nas últimas duas décadas, direcionados para a expansão dos
serviços de telefonia fixa. Como resultado deste processo acelerado, em 2010 o STFC
dispunha de mais de 59 milhões de acessos fixos instalados, dos quais 40 milhões se
encontravam em serviço (incluindo concessionárias e autorizadas), como mostra o
Gráfico 4.
CONFIDENCIAL - p. 171
(ANEXO 1) Gráfico 4 – Número e densidade de acessos (em serviço e instalados)
do STFC
70 70
59,6 60
60
50
Acessos (milhões)
50
42,0
40
Densidade (acesso/100hab)
40
30
30 21,4 21,7
20
20 7,8 10
10 0
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
Densidade (a cada 100 hb) Acessos Instalados (em milhões) Acessos em Serviço (em milhões)
1,6 3
Densidade (a cada 100 hab)
1,38 1,37
1,4
TUP (em milhões) 1,33 1,32
1,27 2,5
2
TUP (em milhões)
1 0,91
0,8
0,74 1,5
0,59
0,6 0,52
0,43 0,79 0,77 0,74 0,72
1
0,34 0,37 0,69
0,4 0,61 0,61 0,59 0,59 0,57
0,26 0,28 0,53
0,44
0,35 0,5
0,26 0,32
0,17 0,18 0,22 0,23
0,2
0 0
1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
CONFIDENCIAL - p. 172
Em termos de mercados regionais, atendimento do STFC atingia o patamar de 38.298
localidades em fevereiro de 2011, 69,1% das quais estão radicadas na Região I. Esta
região conta ainda com 41,2% do total de acessos em serviço, 42,2% dos acessos
instalados e mais de 50% do total de TUPs (Tabela 5).
A Região III (São Paulo), apesar de concentrar apenas 6,4% do total das localidades
atendidas (2.459), é responsável por 33,4% do total de acessos instalados, 35,7% do
total em serviço e 23% do total de TUPs.
Estes números se refletem na densidade de acesso das regiões. A Região I, por incorporar
um número maior e mais diverso de unidades da federação (em termos de distribuição e
densidade demográfica), conta com 12,56 acessos a cada 100 habitantes. O estado de
São Paulo (Região III), por sua vez, garante a liderança neste critério com 27,53 acessos
em serviço por 100 habitantes, superando os números da Região II, que engloba boa parte
dos estados do Centro-Oeste e todos os estados do Sul brasileiro (Tabela 6).
CONFIDENCIAL - p. 173
(ANEXO 1) Tabela 6 – Atendimento, TUP e densidade de acesso por região e por UF
(fevereiro, 2011)
Região I Região II
Densidade Densidade
Estado Em serviço Instalados TUP Localidades (acesso em Estado Em serviço Instalados TUP Localidades (acesso em
serviço/100 serviço/100
hab) hab)
RJ 4.266.891 5.919.807 92.418 862 26,68 AC 63.354 100.828 3.750 121 8,65
ES 513.292 769.272 19.740 608 14,61 MT 378.106 543.989 17.618 751 12,46
MG 3.202.469 4.253.045 112.469 3.613 16,34 RO 163.328 251.065 9.142 203 10,47
BA 1.377.704 1.991.101 71.418 4.675 9,83 MS 334.704 477.329 14.137 389 13,67
SE 174.520 261.593 10.806 856 8,44 GO 892.637 1.250.081 41.052 719 14,87
AL 187.697 308.414 16.056 995 6,01 TO 130.802 175.552 8.693 494 9,45
PE 822.003 1.224.760 47.981 1.457 9,35 DF 548.393 890.856 18.253 22 21,40
PB 248.672 426.604 20.241 1.172 6,60 RS 1.766.429 2.618.171 60.757 1.873 16,52
RN 266.470 407.138 18.539 1.275 8,41 SC 1.258.788 1.631.420 35.842 2.054 20,14
CE 624.562 905.266 50.252 3.920 7,39 PR 1.797.744 2.751.722 62.455 2.732 17,22
PI 206.092 283.894 18.521 1.270 6,61 Total 7.334.285 10.691.013 271.699 9.358 16,26
MA 371.913 546.864 33.069 2.863 5,66 Região III
PA 473.919 682.793 37.517 1.826 6,25 Densidade
AP 55.765 74.575 3.813 152 8,34 (acesso em
AM 269.186 450.882 17.916 787 7,73 Estado Em serviço Instalados TUP Localidades serviço/100
hab)
RR 42.533 61.425 2.772 150 9,43
Total 13.103.688 18.567.433 573.528 26.481 12,56 SP 11.356.399 14.701.318 255.958 2.459 27,53
Total 11.356.399 14.701.318 255.958 2.459 27,53
Fonte: Dados IBGE e Teleco, disponível em: http://www.teleco.com.br/ntfixc_uf.asp. Último acesso em 14/03/
2011. Elaboração: LCA.
CONFIDENCIAL - p. 174
(ANEXO 1) Tabela 8 – Quadro sumário de atendimento, por concessionária
(fevereiro/2011)
Acessos Municípios Localidade Acessos (%)
Operadoras Municípios Localidades TUP TUP (%)
Instalados Em Serviço (%) s (%) InstaladosEm Serviço
Oi (BrT + T 4.853 34.313 28.423.766 19.815.459 825.231 87,2 89,6 64,7 62,3 74,9
Telemar 2.995 25.351 17.972.508 12.676.530 559.325 53,8 66,2 40,9 39,9 50,8
BrT 1.858 8.962 10.451.258 7.138.929 265.906 33,4 23,4 23,8 22,5 24,1
Telefonica 622 2.423 14.464.581 11.193.688 250.524 11,2 6,3 32,9 35,2 22,8
CTBC 87 270 884.568 621.819 19.865 1,6 0,7 2,0 2,0 1,8
Sercomtel 2 15 185.336 161.893 4.052 0,0 0,0 0,4 0,5 0,4
Embratel 425 1.399 1.513 1.513 1.513 7,6 3,7 0,0 0,0 0,1
Total 5.564 38.298 43.959.764 31.794.372 1.101.185 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0
CONFIDENCIAL - p. 175
ANEXO 2: TV por assinatura no Brasil
122 Cabe diferenciar o serviço tradicional de radiodifusão, entendido como o serviço de comunicação eletrônica
de massa, público, gratuito, prestado diretamente pelo Estado ou delegado à exploração privada, dos serviços
de TV por assinatura (Cabo, MMDS e DTH), que também são serviços de comunicação eletrônica de massa,
porém enquadram-se exclusivamente entre os serviços de telecomunicações prestados no regime privado.
Além de não possuírem obrigação de universalização, são oferecidos mediante assinatura de contrato para
veiculação da programação que tiver sido previamente estabelecida pela operadora com os produtores.
CONFIDENCIAL - p. 176
MMDS: de forma similar à transmissão de TV aberta, utiliza uma faixa específica de
radiofrequências. Esta faixa (de micro-ondas, entre 2500 a 2680 MHz), por ser
elevada, limita o alcance da difusão do sinal a partir da antena de 30 a 50 km. O sinal
(programação) do uplink/satélite é convertido em ondas de UHF, que são transmitidas
até as antenas receptoras dos domicílios e empresas. Para ser exibido nos pontos
terminais, o sinal precisa ainda ser decodificado por um dispositivo apropriado. Cabe
lembrar que, comparativamente ao cabo, o MMDS provê um número menor de
canais, graças à largura estreita do espectro de radiofrequências disponível à
transmissão.
CONFIDENCIAL - p. 177
(ANEXO 2) Figura 1 – Sistemas de TV por assinatura
uplink
center
downlink headend
fibra óptica cabo coaxial
uplink
center
downlink headend
uplink
center
Elaboração: LCA
CONFIDENCIAL - p. 178
habitantes. Esse tema ensejou um trabalho técnico elaborado pela LCA com vistas a
avaliar a prática de outorga de concessão para a prestação do serviço de TV a cabo no
Brasil. Por ocasião desse trabalho, verificou-se que em dezembro de 2009 o Brasil
contava com apenas 7,5 milhões de usuários de TV por assinatura. Em fevereiro de
2011, esse valor passou para pouco mais de 10 milhões de usuários, número ainda
demasiadamente tímido diante do potencial de demanda do mercado brasileiro.
12.000.000
10.000.000
8.000.000
TOTAL
TVC
6.000.000
DHT
MMDS
4.000.000
TVA
2.000.000
0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
CONFIDENCIAL - p. 179
(ANEXO 2) Gráfico 2 – Distribuição dos assinantes de TV por assinatura por
tecnologia
MMDS
3%
DTH TVC
46% 51%
CONFIDENCIAL - p. 180
(ANEXO 2) Figura 2 – Municípios que dispõe de TV por assinatura, por tipo de
tecnologia
TV a cabo
MMDS*
TV a cabo + MMDS
Fonte: ANATEL, base set/10. Disponível no “Atlas Brasileiro de Telecomunicações 2011”. Elaboração: LCA.
*Inclui municípios adjacentes à rede da operação. Obs.: não foram consideradas as operações de DTH, por
cobrirem virtualmente todo o território.
CONFIDENCIAL - p. 181
ANEXO 3: Características principais do SMP
no Brasil
CONFIDENCIAL - p. 182
(ANEXO 3) Figura 1 – Rede de comunicação móvel
Funcionamento de Rede de Comunicação Móvel (Celular)
ERB
STFC
CCC
ERB ERB
ERB ERB
Elaboração: LCA.
O conceito de cobertura está associado à área geográfica inscrita nas células atendidas
pelo sistema, cada qual depositária de uma ERB e de uma antena transceptora, através
da qual se dá o envio, recepção e distribuição do sinal de telefonia móvel. Cada estação
se vincula a um CCC que monitora as funções globais da rede, incluindo a tarifação do
serviço.
Cabe lembrar, ainda, que conceito de cobertura depende tanto de aspectos técnicos,
definidos pela potência de transmissão, altura, ganho e localização da antena, como
aspectos geográficos e de organização urbana, tais como presença de montanhas e
elevações, túneis, densidade da vegetação, prédios etc. Por conseguinte, as
características técnicas de tráfego e cobertura podem ser variáveis, mesmo entre regiões
atendidas por uma mesma operadora.
CONFIDENCIAL - p. 183
para cada ERB um grupo de canais de radiofrequência distinto das células contíguas. Ao
se locomover entre células, o terminal móvel tem sua comunicação transferida de uma
ERB para outra. O método, conhecido como handoff (ou handover) é realizado pela CCC
e tem como finalidade manter a continuidade da chamada em movimento.
1 5 6 3 2 7
2 7 4 1 5 6 3
6 3 2 7 4 1 5
4 1 5 6 3 2 7
Elaboração: LCA.
CONFIDENCIAL - p. 184
são mais voltados para comunicação de dados (banda larga móvel) e serão tratados com
mais detalhes no ANEXO 4.
Fonte: Teleco.
Tal como explicita o estudo produzido pela SEAE (2002)123, as tecnologias apresentam
diferenciais em termos de níveis de segurança, capacidade de tráfego e alcance. A título
de exemplo, as tecnologias mais modernas empregadas pelo SMP (como GSM), operam
em uma faixa de frequência superior àquelas empregadas pelos sistemas anteriores
(CDMA e TDMA), o que lhes permite não só reduzir problemas de interferência e fraudes,
mas também arcar com um volume maior de informações e de oferta de serviços
(incluindo transmissão de voz e dados).
A partir do fim do Sistema Telebrás, o Brasil foi dividido em áreas, para as quais foram
destinadas duas faixas de frequência para exploração do serviço (Bandas A e B), de
sorte a estimular a concorrência entre empresas remanescentes do Sistema (banda A,
CONFIDENCIAL - p. 185
posteriormente privatizadas) e empresas entrantes (banda B, com contratos assinados
mediante licitação ocorrida entre 1997 e 1998).
O processo licitatório tem início no ano seguinte, concluído ao final de 2002, com a venda
das últimas licenças das bandas D e E. As áreas de prestação do SMP foram agrupadas
da seguinte maneira:
b) região II (áreas 5, 6 e 7) e
A Figura 4 ilustra este agrupamento das áreas (SMC) nas regiões geográficas I, II e III
(SMP).
Fonte: Teleco.
CONFIDENCIAL - p. 186
Segundo Quintella e Costa (2009)124, as 34 normas e regulamentos pertinentes às
alterações regulatórias na exploração do serviço de telefonia móvel podem ser agrupadas
em três tipos de documentos:
a) Referentes ao Regulamento do SMP (Resoluções nº. 245/2000 e nº. 316/2002),
que substitui e atualização a regulamentação existente (SMC);
A. Estrutura da oferta
O mercado brasileiro de telefonia móvel (SMP) conta com 4 players principais – VIVO,
Claro, TIM e Oi/BrT – que atuam em praticamente todo o território nacional e respondem
por mais de 90% do número de acessos no país. O mercado acomoda ainda alguns
competidores de menor porte, com atuações regionalizadas, além da Nextel, atuante no
SME (Serviço Móvel Especializado)125.
124 “O setor de telefonia móvel do Brasil após o SMP: as estratégias das operadoras e a convergência fixa-
móvel”. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rap/v43n1/a07v43n1.pdf. Acesso em 3 de março de 2011.
125 O mercado de SME, que terminou o ano de 2010 com 3,337 milhões de acessos, está fora do escopo
deste trabalho.
CONFIDENCIAL - p. 187
(ANEXO 3) Gráfico 1 – Evolução do market share (%) no mercado do SMP (Brasil)
50
45
40
35
29,65
30
25,46
25
25,26
20
19,28
VIVO
15
CLARO
10 TIM
5 OI
CTBC
0
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 jan/11
Região I (SMP)
Área 3 A -J - L D - F - SE E - G - SE B - I - SE - - - - -
Área 4 A -E -J -SE D - I - SE B - G - SE E - F - SE A - G - SE - - - -
Área 8 B-J D - I - SE E - F -SE L - G - SE - - - - -
Área 9 A -J -L D - F - SE B - G - SE E - I - SE - - - - -
Área 10 J-L D - I - SE A - G - SE B - F - SE - - - - -
Região II (SMP)
D-G-I-
Área 5 B-J-L E - F - SE A - D - I - SE - - A - SE - -
L - SE
Área 6 A-J-L E - F - SE A - D - I - SE B - G - SE - - - - -
Área 7 A-J-L E - F - SE D - I - G - SE - A - I - SE - - M B - F - G - SE
Região III (SMP)
Área 1 A -J - L M - I - SE D - F - SE B - G - SE - E - SE - - -
Área 2 A -J - L E - I - SE D - I - G - SE B - F - SE A - G - SE - - - -
Fonte: Dados ANATEL, disponível em: http://www.anatel.gov.br/Portal/verificaDocumentos/documento.asp?
numeroPublicacao=228549&assuntoPublicacao=Mapa%20do%20Novo%20Cenário%20do%20SMP%20&ca
minhoRel=Cidadao-Telefonia%20Móvel-Dados%20do%20SMP&filtro=1&documentoPath=228549.pdf. Último
acesso em 14/03/2011. Elaboração: LCA. Nota: não inclui Nextel, vencedora da licitação da banda (3G).
126
Segundo informa a Teleco, as frequências atualmente licitadas e alocadas incluem as bandas de 850
MHz (antigas bandas A e B); 900 MHz, bandas de extensão utilizadas pelo GSM; 1700 e 1800 MHz
(bandas D, E e subfaixas de extensão utilizadas pelo GSM); 1900 e 2100 MHZ destinadas na sua maior
parte para sistemas 3G.
CONFIDENCIAL - p. 188
(ANEXO 3) Gráfico 2 – Market share (%) nacional e regional do SMP (janeiro/11)
40
35 34,0
30,8
28,8 29,7
30 28,3
26,9 26,5 25,5
25,1 25,3
25 23,8 22,9
22,3 VIVO
19,3 CLARO
20
15,1 14,6 TIM
15
OI
10
5
0,51 0,21 0,19 0,35
-
Região I Região II Região III Brasil
Fonte: Dados ANATEL, disponível em: http://sistemas.anatel.gov.br/SMP/Administracao/Consulta/Participa
caoMercado/tela.asp?SISQSmodulo=17862 e Teleco, disponível em: http://www.teleco.com.br/mshare.asp.
Último acesso em 14/03/2011. Elaboração: LCA.
5.300 Regiao II
Região III
4.800
Brasil
4.300
3.800
3.300
2.800
2.300
1.800
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 jan/11
Fonte: Dados ANATEL, disponível em: http://sistemas.anatel.gov.br/SMP/Administracao/Consulta/Par
127
O PGA-SMP estipulou que as regiões do SMP concentrariam áreas do antigo SMC (Sistema Móvel
Celular) com distribuição geográfica regional equivalente à do PGO do STFC.
CONFIDENCIAL - p. 189
ticipacaoMercado/tela.asp?SISQSmodulo=17862 e Teleco, disponível em: http://www.teleco.com.br/
mshare.asp. Último acesso em 14/03/2011. Elaboração: LCA.
100
90
87,07
80
70
60
50
40
30
20
10
0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 jan/11
WCDMA CDMA 2000 GSM CDMA TDMA Term. Dados
129 A participação de aparelhos habilitados em Wideband Code Division Multiple Acess (WCDMA) e
terminais de dados é tratada no ANEXO 4, relativo ao serviço de banda larga.
CONFIDENCIAL - p. 190
Em termos dos diferentes planos de acesso, a oferta do SMP apresenta aos
consumidores as opções de planos pós-pagos (em geral, com mensalidades fixas e um
componente adicional, variável com o uso) e planos pré-pagos (em que o usuário efetua
carregamentos que lhe permitem efetuar chamadas).
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
100 100,0
95
90
86,9
85 85,5
80 80,0
78,9
75 74,6
70
65 65,1
60
2007 2008 2009 2010 jan/11
CONFIDENCIAL - p. 191
Fonte: Dados Teleco, disponível em: http://www.teleco.com.br/opcelular.asp. Último acesso em 14/03/2011.
Elaboração: LCA.
CONFIDENCIAL - p. 192
Para acompanhar o processo de expansão da cobertura, os investimentos em
Estações Rádio-Base (ERBs) foram significativos no período, atingindo o patamar de
49,7 mil unidades instaladas em todo o território nacional, segundo dados da ANATEL.
(Gráfico 7).
CONFIDENCIAL - p. 193
(ANEXO 3) Tabela 4 – Número de ERB e cobertura correspondente por UF
(fevereiro/11)
Nº Cobertura correspondente
ERBs Nº % %
SMP SMC Estado
Municípios Municípios População
Rio de Janeiro 4.774 92 100,00% 100,00%
3
Espírito Santo 1.107 78 100,00% 100,00%
4 Minas Gerais 5.743 852 99,88% 99,05%
Amazonas 641 62 100,00% 100,00%
Roraima 78 15 100,00% 100,00%
8 Pará 1.163 143 100,00% 100,00%
Amapá 119 16 100,00% 100,00%
Maranhão 740 217 100,00% 99,63%
I Bahia 2.173 414 99,28% 99,57%
9
Sergipe 441 73 97,33% 99,48%
Piauí 567 223 100,00% 99,88%
Ceará 1.464 184 100,00% 99,87%
Rio Grande do Norte 763 166 99,40% 99,81%
10
Paraíba 793 222 99,55% 99,78%
Pernambuco 1.792 184 99,46% 99,73%
Alagoas 685 102 100,00% 100,00%
Paraná 3.182 399 100,00% 99,55%
5
Santa Catarina 2.115 293 100,00% 99,89%
6 Rio Grande do Sul 3.904 494 99,60% 99,46%
Mato Grosso do Sul 734 78 100,00% 100,00%
Mato Grosso 867 141 100,00% 100,00%
II
Goiás 1.695 244 99,19% 99,42%
7 Distrito Federal 1.138 1 100,00% 100,00%
Tocantins 371 139 100,00% 99,73%
Rondônia 319 52 100,00% 100,00%
Acre 153 22 100,00% 100,00%
III 1 São Paulo 12.200 645 100,00% 99,82%
Brasil 49.721 5.551 99,77% 98,00%
Fonte: Dados TELECO, disponível em: http://www.teleco.com.br/erb.asp e ANATEL, disponível em: http:/
/sis temas.anatel.gov.br/SMP/Administracao/Consulta/TecnologiaERBs/tela.asp?SISQSmodulo=18314. Último
acesso em 14/03/2011. Elaboração: LCA.
B. Evolução da Demanda
O mercado brasileiro assistiu a um expressivo crescimento do número de acessos em
telefonia móvel na última década: a planta evoluiu de 100 milhões de acessos, em 2006,
para 205,2 milhões no início de 2011, colocando o Brasil entre um dos maiores mercados
do mundo em termos de acessos móveis. (Gráfico 8).
CONFIDENCIAL - p. 194
(ANEXO 3) Gráfico 8 – Evolução dos Acessos do SMP (Brasil e regiões SMP)
250.000
205.151
202.944
200.000
173.959
120.980 84.753
99.919 73.778
100.000
59.426
CONFIDENCIAL - p. 195
(ANEXO 3) Gráfico 9 – Evolução da densidade de acesso por região (acessos/100
habitantes)
130
122,6
120
114,3
110
105,7
100 A Região III (São Paulo)
95,5
90 concentra o maior
80 número de acessos
70
móveis por 100
Brasil habitantes (122,6).
60
Região I
Região II
50
Região III
40
2006 2007 2008 2009 2010 jan/11
Em termos regionais, o Sudeste concentra a maior parte dos acessos móveis (46%),
garantindo também a maior parcela do mercado móvel pós-pago (57%). Já a região
Nordeste é responsável por 26% do total de acessos nacionais, mas contribui somente
com 13% do total de aparelhos móveis pós-pagos. (Gráfico 10).
130 Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). As
estatísticas excluem a zona rural da região Norte. Cumpre destacar que o aumento da penetração dos
domicílios que possuem apenas telefone celular, subestima o crescimento da telefonia móvel. Há que se
considerar também que o aumento da penetração dos domicílios que possuem telefone fixo e celular também
cresceu e, muito provavelmente, por conta da expansão da telefonia móvel.
131 O bom desempenho macroeconômico do país vem possibilitando maiores facilidades na forma e prazo
de pagamento para bens duráveis, ampliando o acesso a aparelhos celulares.
CONFIDENCIAL - p. 196
(ANEXO 3) Gráfico 10 – Proporção de Acessos Móveis por Região (%)
23% NORDESTE
26% NORDESTE
13%
SUDESTE SUDESTE
SUDESTE 57%
46% 43%
CONFIDENCIAL - p. 197
ANEXO 4: Características principais dos
serviços de banda larga no Brasil
Acesso com fio (wired) é realizado através de cabos da rede de telefonia fixa (xDSL),
rede a cabo das empresas de TV por assinatura (cabos coaxiais), rede de fibra óptica e
também através da rede elétrica (BPL ou Broadband over Power Lines). Esta
modalidade apresenta, em geral, maior capacidade de tráfego e velocidade, porém está
sujeita à disponibilização de rede cabeada na região e de centrais responsáveis pelo
gerenciamento e intermediação do tráfego de dados entre localidades.
Acessos sem fio (wireless) podem ser estabelecidos através de plataformas móveis
como 3G, através de transmissão via rádio (MMDS, espalhamento de espectro etc.) e
via satélite. Permitem, em geral, maior mobilidade e escala no atendimento, já que
trabalham a partir do espectro de radiofrequência ou de aluguel de satélites para
transmissão. Há, ainda, acessos sem fio dotados de mobilidade limitada, como é o
caso de WiMax. É importante também ressaltar que cada tecnologia, tal como sua
rede, pode estar sujeita a um regime regulatório distinto, que define regras e obrigações
que submetem parte do serviço de banda larga a regras distintas de oferta.
xDSL: Existem pelo menos três tipos de conexão DLS disponíveis no país. A mais
comum é a ADSL, cujas velocidades variam de 256 Kbps até 8 Mbps. O ADSL2 vai
de 256 Kbps até 24 Mbps, enquanto o VDSL atinge 52 Mbps (existe ainda o VDSL2,
que chega a 100 Mbps). Em particular, a plataforma ADSL (Asymmetric Digital
Subscriber Line, ou “Linha Digital Assimétrica do Assinante”), a mais comercializada
no país, emprega a rede de telefonia fixa a partir de uma tecnologia (“assimétrica”)
que permite a assimetria entre as velocidades de envio (upload) e recebimento de
CONFIDENCIAL - p. 198
dados (download), com a devida a separação do tráfego de dados e voz. Para tanto,
opera-se uma divisão da linha telefônica entre três canais virtuais, sendo um para
voz, um para download (com velocidades médias entre 500 Kbps a 8 Mbps) e um
para upload (velocidades médias variando entre 16 Kbps e 640 Kbps), a depender da
infraestrutura do serviço, incluindo tecnologia ofertada, qualidade e extensão da linha
de cobre do assinante. As redes de telefonia fixa utilizam comumente um mix entre
fibras ópticas e rede de cobre, sendo esta última destinada à conexão entre a central
telefônica e a rede do assinante.
A tecnologia ADSL é a plataforma principal para oferta de banda larga através das
redes de telefonia fixa no país. Aproveita-se, para tanto, da existência e exploração de
uma rede prévia com a maior cobertura de rede entre todas as plataformas, incluindo
as redes de cobre de última milha herdadas do antigo Sistema Telebrás.
Serviço a Cabo: o serviço de banda larga via cabo opera de forma análoga à ADSL,
empregando para tanto as redes e os cabos coaxiais construídos para oferta de TV por
assinatura (CATV – Community Antenna Television). Ao contrário da plataforma
concorrente, entretanto, não prevê assimetria entre as velocidades de download (até 40
Mbps) e upload (até 10 Mbps), e não requer a assinatura de uma linha de telefonia fixa.
CONFIDENCIAL - p. 199
Para que a qualidade do sinal seja mantida através do caminho, as empresas
empregam amplificadores e promovem arquiteturas de malhas híbridas (Hybrid
Fiber-Coax, ou HFC), de sorte a dimensionar adequadamente o número limitado de
usuários por célula de atendimento (agrupamento de residências, bairro,
condomínio etc.).
Isso significa que, apesar de apresentar uma largura de banda maior que ADSL, está
mais sujeita a oscilações no serviço, dado que o espaço na rede é compartilhado
entre os vários assinantes. Além disso, a oferta deste serviço está restrita às regiões
atendidas pelas redes das operadoras de TV por assinatura, com exclusividade nos
principais centros urbanos do país.
132
PLC (Power Line Communication) : trata-se de uma tecnologia que utiliza as redes
cabeadas do sistema elétrico para transmissão de dados e voz. Os dados são captados
na rede de distribuição elétrica nas instalações do usuário, e pelos modems para
conexão dos equipamentos que serão interligados ao serviço de banda larga,
repassados por repetidores e transformadores através da rede de acesso PLC até sua
interconexão do sinal PLC com a rede de transporte do Operador de
Telecomunicações.
Tal como no caso da banda larga pela telefonia fixa, o PLC apresenta como
diferenciais a disponibilidade e a capilaridade previamente instaladas das redes
cabeadas do sistema elétrico (sujeitas a adaptações tecnológicas para reduzir
interferências em outros serviços de telecomunicação, aumentar a robustez das
conexões e a segurança dos dados).
132
Ou BPL, “Banda Larga por meio de Redes de Energia Elétrica”.
CONFIDENCIAL - p. 200
Spread Spectrum ou Espalhamento Espectral – acessos físicos em serviços que
usam tecnologia de espalhamento espectral ou outras tecnologias de modulação
digital nas faixas de 900 MHz, 2,4 GHz e/ou 5,8 GHz. Trata-se de uma técnica de
codificação para a transmissão digital de sinais, baseada na codificação e
modificação do sinal de informação executando o seu espalhamento no espectro de
radiofrequências. O sinal espalhado ocupa uma banda maior que a informação
original, porém possui baixa densidade de potência e, portanto, apresenta uma baixa
relação sinal/ruído.
FWA (Fixed Wireless Access) envolve um serviço de banda larga sem fio com base
em conexões de rádio baseadas em um sistema com aplicações ponto-multiponto,
radioenlaces ponto a ponto convergentes, para faixas de radiofrequências diferentes
de 900 MHz, 2,4 GHz e de 5,8 GHz.
CONFIDENCIAL - p. 201
transmissão pelo espectro de radiofrequência. É considerada uma alternativa para
regiões onde a expansão da infraestrutura é relativamente cara, oferecendo uma
cobertura nas vizinhanças das bases centrais.
WiMax e WiFi: enquanto os sistemas WiFi mais simples funciona em níveis locais
(hot spots) e são formados por uma estação-base sem fio ou um ponto de acesso (em
frequências não licenciadas), o WiMax constitui uma alternativa nova e superior tanto
em termos de desempenho como cobertura (tanto em frequências licenciadas e não
licenciadas).
A. Estrutura da oferta
O mercado brasileiro de banda larga fixa conta com 4 players principais – Oi/BrT, Net,
Telefonica, GVT, CTBC – além de outras prestadoras, que empregam tecnologias
diversas e apresentam foco de atendimento mais regional ou aplicações a nichos
específicos. Com exceção da Net, que opera originalmente no serviço de TV por
assinatura e oferta banda larga através de rede própria, os principais players atuam
originalmente no serviço de telefonia fixa (STFC), adaptando suas redes com tecnologia
ADSL para oferecer Internet banda larga em suas respectivas áreas de concessão.
No caso da banda larga fixa, o crescimento da oferta está atrelado ao número crescente
de autorizações da ANATEL para prestação do serviço de comunicação multimídia
(SCM), conforme o Gráfico 1.
CONFIDENCIAL - p. 202
(ANEXO 4) Gráfico 1 – Evolução da Quantidade de Autorizadas Serviço de
Comunicação Multimídia (SCM)
3.000 250
2.498
2.500
200
195,5
2.000
150
1.500
100
1.000
50
500 52,8 48,2 49,2
45,0
35,7 38,6
38,9
0 0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Variação Anual (%) Autorizadas em Serviço
CONFIDENCIAL - p. 203
(ANEXO 4) Gráfico 2 – Evolução do market share (%) no mercado de banda larga
fixa
50
45
40
35
30
25
20
15
10
-
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
No caso da banda larga móvel, os principais players deste mercado são os mesmos
players que operam na telefonia móvel: Vivo, Claro, Tim, Oi, CTBC e Sercomtel. A
Tabela 2 discrimina as contribuições de acessos no mercado de banda larga móvel
através de aparelhos 3G e acessos via terminais de dados, para cada player. O Gráfico3,
por sua vez, permite visualizar a distribuição participação das empresas dentro dos
segmentos de terminais móveis e aparelhos 3G.
CONFIDENCIAL - p. 204
(ANEXO 4) Tabela 2 – Evolução do market share (%) no mercado de banda larga
móvel (a)
Operadora 2009 2010 jan/11
Vivo 35,95 33,13 31,90
terminais de dados 15,89 11,68 10,96
aparelhos 3G 20,06 21,46 20,94
Claro 19,95 40,01 38,01
terminais de dados 13,34 6,93 6,39
aparelhos 3G 6,61 33,09 31,62
TIM 31,86 21,54 25,30
terminais de dados 18,18 8,44 7,78
aparelhos 3G 13,69 13,10 17,52
Oi 11,60 4,99 4,50
terminais de dados 5,02 1,93 1,73
aparelhos 3G 6,58 3,06 2,77
CTBC 0,59 0,30 0,27
terminais de dados 0,32 0,16 0,14
aparelhos 3G 0,27 0,15 0,13
Sercomtel 0,03 0,02 0,02
terminais de dados 0,02 0,01 0,01
aparelhos 3G 0,00 0,00 0,00
Fonte: Dados Teleco, disponível em: http://www.teleco.com.br/3g_brasil.asp e ANATEL, disponível em: http://
www.anatel.gov.br/Portal/exibirPortalInternet.do Último acesso em 14/03/2011. Elaboração: LCA.
(a)
A ANATEL considera banda larga móvel a soma dos acessos 3G por aparelhos (WCDMA) com o total de
terminais de dados (3G ou não 3G).
50
45 43,3
40,6
40 38,0
35
31,9
28,8 28,7 Vivo
30
25,3 Claro
25 23,7 24,0
TIM
Oi
20
CTBC
15 Sercomtel
10
6,4
3,8 4,5
5
0,5 0,05 0,2 0,004 0,3 0,02
0
terminais de dados aparelhos 3G banda larga móvel
Fonte: Dados Teleco, disponível em: http://www.teleco.com.br/3g_brasil.asp e ANATEL, disponível em: http://
www.anatel.gov.br/Portal/exibirPortalInternet.do Último acesso em 14/03/2011. Elaboração: LCA.
CONFIDENCIAL - p. 205
A presença e liderança das operadoras em termos de presença/participação no market
share regional não é homogênea. A Vivo, por exemplo, lidera em participação nos
mercados do Sudeste (37%) e Norte (40%), enquanto a Claro detém a maioria do
mercado nas demais regiões – incluindo expressiva margem no Nordeste, onde agrega
52% dos acessos (Gráfico 4).
-
SERCOMTE 0,11 Sudeste
L -
- Sul
-
Centro-Oeste
0,56 Nordeste
-
CTBC 0,11 Norte
-
-
4
5
OI 6
3
5
25
28
TIM 20
26
28
33
36
CLARO 42
52
27
37
30
Vivo 32
19
40
- 10 20 30 40 50 60
A TIM apresenta um maior equilíbrio no share de cada região (em torno de 26%), com
exceção do Centro-Oeste, onde atende 20% do mercado. A Oi/BrT, por sua vez, mantém
o controle sobre uma parcela menor de cada região, com market share médio em torno
de 5%. Por fim, CTBC e SERCOMTEL apresentam participação relevante somente nas
regiões onde oferecem seus serviços de banda larga móvel.
CONFIDENCIAL - p. 206
(ANEXO 4) Gráfico 5 – Distribuição de acesso à banda larga fixa por tecnologia (% -
dezembro/2010)
70 Desde 2006, a
participação da
60
58,5
plataforma de serviço
50
a cabo passou a
40 atender uma parcela
crescente da base
30
23,8 consumidora,
20
totalizando ao final de
10 12,0 2010 quase um quarto
4,7
dos acessos totais do
0 1,0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 mercado (23,8%).
ADSL Cabo Satelite Spream Spectrum Outras
CONFIDENCIAL - p. 207
participação entre 60 e 70% dos mercados regionais. Para o caso da região Sudeste, a
maior disponibilidade de plataformas rivais (especialmente cabo, com quase 30% do
mercado) colabora para contestar parcialmente essa liderança. As demais tecnologias133,
por sua vez, fornecem soluções alternativas distintas para os meios de acesso ADSL e
cabo e variam de acordo com a disponibilidade de rede e vantagens/conveniências de
cada tecnologia do serviço (Gráfico 7).
133 Inclui, segundo critério próprio da ANATEL, as plataformas FWA (Fixed Wireless Access), MMDS
(Distribuição de Sinais Multiponto/Multicanal), DTH (Direct-To-Home), FTTH (Fiber-To-The-Home), PLC
(Power Line Communications) e HFC (Hybrid Fiber and Coax).
134 No caso brasileiro, a tecnologia prevalecente é o WCDMA, ou Wide-Band Code-Divison Multiple Access.
Trata-se de uma tecnologia 3G de interface de rádio de banda larga com velocidades de dados elevadas e
que permite o uso mais eficiente do espectro de rádio, se comparada com outras técnicas disponíveis, com
velocidades de transmissão de dados de até 2 Mbps e velocidades médias de 220-320 Kbps, quando o
usuário está em trânsito.
CONFIDENCIAL - p. 208
através de modems (terminais de dados), dispositivos capazes de intermediar o tráfego
de dados entre a rede das operadoras SMP e um terminal (um laptop, por exemplo). Em
janeiro de 2011, 73% dos acessos a banda larga móvel foram realizados por aparelhos
móveis, enquanto os outros 27% foram por terminais de dados. Considerando somente
os acessos realizados pelos terminais de dados, verifica-se que a maioria é feita por
terminais 3G (72,6%), contra27,4% de terminais não 3G (Gráfico 8).
Em termos de concorrência entre banda larga fixa e móvel, o acesso à tecnologia móvel
(3G e terminais de dados) observou, desde sua introdução, um crescimento acelerado
frente ao acesso fixo (Gráfico 9).
CONFIDENCIAL - p. 209
(ANEXO 4) Gráfico 9 – Distribuição do market share (%) entre plataformas BL
100
90
80
70
60 59,6
50
46,1
40
40,4
30
20
10
13,6
0
2006 2007 2008 2009 2010
No que se refere mapeamento das velocidades ofertadas para acesso, dados da ANATEL
apontam a prevalência de acessos com oferta entre 512 Kbps e 2 Mbps. Conexões entre 2
e 34 Mbps e entre 512 Kbps e 2 Mbps mantém um share de 20% cada, enquanto 10% da
população acessa através de modalidades de até 64 Kbps (Gráfico 10).
(ANEXO 4) Gráfico 10 – Distribuição (%) dos acessos fixos por velocidade ofertada
(dezembro/2010)
A distribuição de velocidades do
serviço evolui ao longo do tempo, seja
em virtude do avanço tecnológico,
2M a 34 do ingresso de novos players e
512K a Mbps;
2Mbps; 20,1 plataformas disponíveis no
50,7 mercado, seja pelas mudanças nos
0a perfis de renda e consumo relativos ao
64Kbps; >34Mbps;
9,8 0,3 uso dos serviços de banda larga.
CONFIDENCIAL - p. 210
progressivamente mais rápidas no decorrer da década. Conexões com velocidade
ultrarrápida – acima de 34 Mbps – mantêm um número pequeno e cativo de acessos.
(ANEXO 4) Gráfico 11 – Evolução das velocidades de acesso à banda larga fixa (%)
80
70
60
50 50,7
40
30
20,1
20 19,1
10 9,8
0 0,3
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
- 10 20 30 40 50 60
(quase 30%).
CONFIDENCIAL - p. 211
Fonte: Dados ANATEL, disponível em: http://www.anatel.gov.br/Portal/verificaDocumentos/documento. asp?
numeroPublicacao=257088&assuntoPublicacao=Dados%20informativos%20-%20Banda%20Larga& caminho
Rel=null&filtro=1&documentoPath=257088.pdf Último acesso em 14/03/2011. Elaboração: LCA.
80 81,1
70
60
Municipios (%)
50
População Atendida (%)
40
3T09 4T09 1T10 2T10 3T10 4T10
De 2009 para 2010 o percentual de municípios cobertos com banda larga fixa passou de
63,5% para 81,1%, enquanto a população aumentou de 86,9% para 93,6% (Tabela 3).
Em termos de cobertura por faixa demográfica (Gráfico 14), dados do final de 2010
permitem observar e que municípios dotados de maior população apresentam maior
cobertura do serviço de banda larga fixa.
CONFIDENCIAL - p. 212
(ANEXO 4) Gráfico 14 – Cobertura da banda larga fixa de municípios por faixa
demográfica (dezembro/2010)
A cobertura do serviço de banda larga fixa se mostra mais carente nos Estados do
Norte e Nordeste, especialmente Amazonas (55%), Roraima (63%), Pará (73%), Paraíba
(73%), Maranhão (74%) e Piauí (77%). Outros quatro Estados apresentam uma cobertura
entre 80 e 90% da população: Rio Grande do Norte (84%), Alagoas (86%), Amapá (87%)
e Bahia (90%).
CONFIDENCIAL - p. 213
(ANEXO 4) Gráfico 15 – Cobertura da banda larga fixa por UF (dezembro, 2010)
Número de municípios
0 100 200 300 400 500 600 700 800
SP 644 100
SC 293 100
RO 52 100
RJ 92 100
PR 399 100
MS 78 100
DF 1 100
GO 245 100
TO 131 98
MT 127 98
ES 70 97
RS 383 97
MG 715 96
AC 18 95
CE 157 95
SE 64 95
PE 143 92
BA 318 90
AP 6 87
AL 74 86
RN 95 84
PI 125 77
MA 115 74
PB 99 73
PA 64 73
RR 1 63 População (%)
AM 5 55 Municípios
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
% da população
CONFIDENCIAL - p. 214
(ANEXO 4) Gráfico 16 – Evolução da cobertura da banda larga móvel pelos
principais players
85
73,00
75 Segundo a Teleco, o
total de municípios com
65
cobertura 3G
55,70
55 praticamente triplicou
46,30 desde 2008, atingindo
45
um total de 1.410
43,90
35 municípios em
fevereiro de 2011, o
25
equivalente a 74,1%
15
2008 2009 2010 fev/11 de toda população.
Vivo Claro Tim Oi
Embora 4.155 municípios (ou 74,7%) ainda não possuam cobertura 3G, estes
mesmo municípios concentram apenas 25,9% da população, o que sugere que a
elevada cobertura atualmente disponível está concentrada em municípios e regiões com
maior densidade demográfica, conforme a Tabela 4.
Número de % %
Operadoras Municípios Municípios População População
Não Atendido 4.155 74,7 49.488.732 25,90
1 976 17,5 30.600.642 16,00
2 190 3,4 15.184.022 8,00
3 136 2,4 23.262.488 12,20
4 105 1,9 70.793.880 37,10
5 3 0,1 1.402.930 0,70
Total 1.410 25,3 141.243.962 74,10
Fonte: Dados Teleco, disponível em http://www.teleco.com.br/3g_brasil.asp. Último acesso em 14/03/2011.
Elaboração: LCA.
CONFIDENCIAL - p. 215
(ANEXO 4) Gráfico 17 – Cobertura da banda larga móvel (fevereiro/2011)
2 operadoras
10,2
4 operadoras
6,9
No entanto, a maioria da
5 operadoras
0,3
população com cobertura 3G
tem à disposição três ou mais
Cobertura 3G da População (%) operadoras, o que reforça a
hipótese de que a maior parte
2 operadoras da oferta do serviço de banda
10,8 3 operadoras
16,4 larga móvel esteja concentrada
em municípios de maior
Não Atendida; Atendida
25,9 74,1
1 operadora
21,6
densidade populacional.
4 operadoras
50,1
5 operadoras
0,9
Assim como no caso da banda larga fixa, a cobertura do serviço de banda larga móvel
não é homogênea em termos regionais. Os dados disponíveis para presença de
cobertura com base nas regiões do SMC (1 a 10) apontam a liderança do Rio de Janeiro
e São Paulo neste critério, enquanto a região Norte e alguns Estados do Nordeste
concentram as maiores carências de disponibilidade do serviço (Tabela 5).
CONFIDENCIAL - p. 216
(ANEXO 4) Tabela 5 – Cobertura 3G por Região SMC (fevereiro de 2011)
%
Município
Região Municípios População s % População
1e2 SP 245 37.456.851 38,0 90,8
3 RJ/ES 124 18.797.310 72,9 96,4
4 MG 208 13.395.832 24,4 68,4
5 PR/SC 142 11.398.819 20,5 68,3
6 RS 157 8.799.687 31,7 82,3
7 C. Oeste 114 11.941.767 16,8 67,4
8 Norte 100 10.493.617 22,1 55,9
9 BA/SE 47 7.860.801 9,6 48,9
10 Nordeste 273 21.099.278 25,2 69,4
Total 1.410 140.222.091 25,3 74,1
B. Evolução da demanda
O mercado de banda larga encontra-se em crescimento vigoroso, especialmente pelo
fôlego adicional associado à expansão do mercado de banda larga móvel (Gráfico 18).
(ANEXO 4) Gráfico 18 – Evolução anual dos mercados de banda larga (em milhões
de acessos)
40
36,10
35
Em dezembro de 2010,
30 a ANATEL reportou
25 21,66 um total de 36,1
20 milhões de acessos,
20,63
15
dos quais 20,6
8,66
milhões foram
10
realizados através da
5
0,59 0,97 rede móvel de dados.
0,36 3,16 4,39 5,92 8,71 11,40 13,00 15,47
-
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Banda Larga Fixa Banda Larga Móvel Banda Larga (total)
CONFIDENCIAL - p. 217
(ANEXO 4) Gráfico 19 – Evolução da participação de aparelho 3G no mercado de
celulares (%)
12,0
10,2 A participação de
10,0 smartphones no mercado
brasileiro de aparelhos
8,0
móveis também acomodou
6,0 um crescimento expressivo
nos últimos 2 anos,
4,0
alcançando 10,2% de
2,0
1,4%
participação, em janeiro de
8,8 p.p.
2011.
0,0
4T08 1T09 2T09 3T09 4T09 1T10 2T10 3T10 4T10 jan/11
Segundo dados coletados pela Teleco135, o Brasil iniciou 2011 com um total de 20,1
milhões de aparelhos 3G em serviço, sendo 16,5 milhões aparelhos WCDMA e 4,4
milhões de terminais de dados 3G. O Barômetro Cisco destaca o perfil de usuário
residencial como responsável pela uma parcela majoritária tanto no consumo do serviço
fixo (88%) como na banda larga móvel (78%), conforme a Tabela 6.
Fonte: “Barômetro Cisco da Banda Larga (1o. semestre de 2010)”, disponíveis em: http://www.cisco.
com/web/BR/assets/docs/Barometro_1H10_01Set10_Atualizado_Site.pdf. Último acesso em 14/03/2011.
Elaboração: LCA.
136 http://www.ANATEL.gov.br/Portal/verificaDocumentos/documento.asp?numeroPublicacao=257088&assun
toPublicacao=Dados%20informativos%20-%20Banda%20Larga&caminhoRel=null&filtro=1&documentoPath=
257088.pdf. Acesso em 23 de fevereiro de 2011.
CONFIDENCIAL - p. 218
média de moradores por município). Para tanto, supõe-se que cada domicílio equivale a um
acesso ao serviço de banda larga fixa, que é então disponibilizado a seus residentes.
Nas demais regiões, embora a cobertura seja mais ampla (em alguns casos, plena),
ainda há uma parcela significativa da população sem acesso ao serviço de banda
CONFIDENCIAL - p. 219
larga fixa. A região Sudeste, por exemplo, apesar de deter o melhor desempenho dentre
todas as regiões (e cobertura plena), ainda conserva mais da metade da sua população
(62,4%) à margem do serviço (Gráfico 20).
100
92,0 90,9
90
80
71,7
70
68,5
62,4 62,4
60
50
40 37,6
31,5
30
28,3
24,9
18,4
20 12,0
13,4
9,1 8,0 8,8 10,4
10 8,0 9,1 1,2
2,2 2,1 2,7 1,1 0,5
-
Participação no total de Densidade (acessos/100 hab) Penetração (ANATEL - %) Déficit de acesso (ANATEL - Déficit de cobertura (TELECO -
acessos (%) %) %)
Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul
CONFIDENCIAL - p. 220
(ANEXO 4) Gráfico 21 – Ranking de densidade e penetração da banda larga por UF
(dezembro/2010)
Além do Distrito Federal, a maioria
DF 58,8 dos Estados do Sudeste e Sul
SP 48,8
SC 33,7
apresenta cobertura satisfatória,
PR 33,3 mas conservam boa parte da sua
RJ 30,4
RS 3,1 população sem acesso ao serviço
28,5
0,1
GO 22,6 de banda larga fixa. O melhor
MG 4,2
22,5
ES 2,6 desempenho é no Distrito
21,9
RO 13,5 Federal, onde o serviço é ofertado a
TO 2,0
5,4
12,2
58,8% da população.
CE 11,5
PB 10,4
27,3 Alguns Estados do Centro-Oeste,
SE 5,5
10,2 como Mato Grosso e Mato Grosso
BA 9,9
9,6
RN 9,3
16,2 do Sul, apesar de contarem com
44,6
AM 8,6 cobertura compatível com os
AL 13,6
8,6
PI 22,9 melhores Estados, apresentam
6,4
PA 27,5
6,0 penetração compatível com os
RR 36,7
5,3
MA 26,5 estados mais carentes em acesso.
4,5
AP 4,2
13,0 Os Estados com maior carência de
MS 2,3
2,0
acesso (localizados na região Norte
MT 1,8
AC 1,2
4,8
Déficit de cobertura (TELECO - %) e Nordeste) apresentam também as
PE 8,3 Penetração (ANATEL - %)
1,0 maiores carências em termos de
- 10 20 30 40 50 60
cobertura da população.
Fonte: dados ANATEL, IBGE e Teleco. Elaboração: LCA.
C. Desempenho do Mercado
A seguir são apresentados detalhes de dados explorados no texto, no item “Cenário Atual
da Banda Larga no Brasil)
Fonte: AKAMAI (2010), "The State of Internet Report Q32010" Disponível em: http://www.akamai.com/stateof
theinternet/. Último acesso em 10/02/2011. Elaboração: LCA.
CONFIDENCIAL - p. 221
(ANEXO 4) Tabela 9 – Velocidade da banda larga fixa, pico de conexão e
distribuição de banda (Q3-2010)
Média de Velocidade de
% Acima % Acima de % Abaixo de
PAÍS Velocidade de conexão máxima
de 5 Mpbs 2 Mpbs 256 Kbps
Conexão (Mpbs) (Mpbs)
EUROPA
Áustria 3.7 13 17% 65% 0.8%
Bélgica 4.9 20 35% 86% 0.5%
República Tcheca 5.4 16 32% 89% 0.3%
Dinamarca 5.0 15 35% 86% 1.0%
Finlândia 4.4 15 24% 60% 0.9%
França 3.3 13 9.7% 75% 0.4%
Alemanha 4.2 16 20% 88% 0.7%
Grécia 3.2 15 5.1% 79% 1.4%
Islândia 4.3 17 15% 83% —
Irlanda 4.5 14 18% 71% 3.1%
Itália 3.3 13 7.7% 82% 1.3%
Luxemburgo 3.8 13 14% 82% 1.2%
Holanda 6.3 18 49% 88% 0.8%
Noruega 4.9 16 26% 82% 0.8%
Portugal 4.0 19 22% 83% 0.3%
Espanha 2.8 12 5.4% 64% 0.9%
Suécia 5.0 19 29% 66% 1.6%
Suíça 5.3 18 26% 92% 0.6%
Reino Unido 4.0 15 17% 85% 0.9%
ÁSIA/PACÍFICO
Austrália 2.9 12 12% 51% 4.0%
China 1.0 3.7 0.4% 7.7% 7.6%
Hong Kong 9.2 36 53% 93% 0.5%
Índia 0.8 5.1 0.5% 5.4% 33%
Japão 8.5 31 60% 83% 1.3%
Malásia 1.4 8.4 1.3% 8.8% 5.4%
Nova Zelândia 3.2 13 9.6% 74% 5.4%
Singapura 3.3 17 19% 59% 4.7%
Coréias do Sul 14 39 72% 93% 0.2%
Taiwan 5.0 18 28% 77% 0.7%
Egito 0.8 5.7 0.2% 3.6% 7.8%
Israel 3.5 12 6.4% 85% 0.2%
Kuwait 1.6 10 2.1% 21% 4.1%
Arábia Saudita 2.0 7.2 0.6% 44% 1.2%
Sudão 0.5 3.6 — — 15%
Síria 1.5 3.1 3.1% 36% 34%
Emirados Árabes Unidos (EAU) 2.4 16 11% 31% 4.3%
AMÉRICA LATINA
Argentina 1.6 7.7 0.5% 25% 3.1%
Brasil 1.5 6.8 2.3% 22% 13%
Chile 2.5 11 3.8% 54% 2.3%
Colombia 1.8 8.2 0.6% 31% 1.7%
México 1.6 7.5 0.6% 19% 1.6%
Peru 1.3 7.4 0.7% 9.5% 2.2%
Venezuela 0.8 4.8 0.2% 2.3% 12%
AMÉRICA DO NORTE
Canadá 5.0 17 32% 86% 1.8%
Estados Unidos 5.0 20 34% 74% 2.6%
Fonte: AKAMAI (2010), "The State of Internet Report Q32010" Disponível em: http://www.akamai.com/
stateoftheinternet/. Último acesso em 10/02/2011. Elaboração: LCA.
CONFIDENCIAL - p. 222
(ANEXO 4) Tabela 10 – Velocidade da banda larga móvel, pico de conexão e
consumo médio de banda
Veloxidade Veloxidade
Média Média
PAÍS ID Média (Kbps) máxima atingida PAÍS ID Média (Kbps) máxima atingida
(Kbps/mês) (Kbps/mês)
(Kbps) (Kbps)
AMÉRICA CENTRAL E DO NORTE EUROPA
Canadá CA-1 3232 15566 20403 Áustria AT-1 2485 10720 236
Canadá CA-2 910 2676 659 Áustria AT-2 2646 16205 1154
El Salvador SV-1 601 4746 270 Bélgica BE-1 2530 9259 404
El Salvador SV-2 1439 8096 767 Bélgica BE-2 1091 3226 30
El Salvador SV-3 778 5049 987 Bélgica BE-3 449 1582 24
Guatemala GT-1 475 4166 166 Croácia HR-1 1276 5587 84
Guatemala GT-2 750 5339 786 República Tcheca CZ-1 1142 5075 104
Guatemala GT-3 171 369 3.8 República Tcheca CZ-2 578 3570 251
México MX-2 1346 7848 645 República Tcheca CZ-3 2737 10172 256
México MX-3 749 5395 601 Estônia EE-1 970 4910 342
Antilhas Holandesas AN-1 530 3667 293 França FR-1 437 2443 179
Nicaragua NI-1 1064 6743 562 França FR-2 2026 6828 1234
Porto Rico PR-1 2126 8870 2598 França FR-3 680 2857 45
Estados Unidos US-1 1083 3257 42 Alemanha DE-1 603 3103 86
Estados Unidos US-2 1060 3663 37 Alemanha DE-2 2865 9821 1616
Estados Unidos US-3 972 3647 647 Alemanha DE-3 1182 4567 120
OCEANIA Grécia GR-1 2161 15355 710
Austrália AU-1 962 8705 1352 Grécia GR-2 428 3491 176
Austrália AU-2 970 1738 22 Húngria HU-1 1501 8127 243
Austrália AU-3 1495 6738 178 Húngria HU-2 1769 9687 161
Guam GU-1 517 2611 129 Irlanda IE-1 2314 10366 563
Nova Caledonia NC-1 569 3268 346 Irlanda IE-2 1551 10380 557
Nova Zelândia NZ-2 1301 7646 481 Irlanda IE-3 1244 9841 802
AMÉRICA DO SUL Itália IT-1 1326 8783 434
Argentina AR-1 515 4957 172 Itália IT-2 2161 9197 489
Argentina AR-2 622 4881 228 Itália IT-3 2909 11435 615
Bolívia BO-1 208 3954 244 Lituânia LT-1 1742 10002 462
Brasil BR-1 709 4067 144 Lituânia LT-2 1222 6439 333
Brasil BR-2 613 4938 170 Moldova MD-1 1163 4452 122
Chile CL-3 685 6390 400 Moldova MD-2 1462 6251 172
Chile CL-4 802 6366 580 Holanda NL-1 979 3059 35
Colombia CO-1 749 7430 346 Holanda NL-2 1943 4614 24
Paraguai PY-1 456 4413 179 Noruega NO-1 1126 4892 71
Paraguai PY-2 338 3482 287 Noruega NO-2 1342 4787 80
Uruguai UY-1 821 6688 350 Polônia PL-1 3671 11685 170
Uruguai UY-2 287 4144 118 Polônia PL-2 1146 4972 64
Venezuela VE-1 632 5163 548 Polônia PL-3 994 6201 204
Veloxidade Portugal PT-1 531 1914 43
Média Romênia RO-1 530 2867 107
PAÍS ID Média (Kbps) máxima atingida
(Kbps/mês) Rússia RU-1 5991 19207 177
(Kbps)
ÁFRICA Rússia RU-2 824 3260 82
Egito EG-1 594 3222 288 Rússia RU-3 607 2954 158
Marrocos MA-1 707 6872 568 Eslováquia SK-1 143 1741 57
Nigéria NG-1 262 4576 402 Eslováquia SK-2 2046 7881 2687
África do Sul ZA-1 495 928 177 Eslováquia SK-3 5227 22886 1056
ÁSIA Eslováquia SI-1 1360 6929 103
China CN-1 1537 4157 144 Espanha ES-1 1413 9468 426
Hong Kong HK-1 2183 11667 1445 Espanha ES-2 1190 4006 879
Hong Kong HK-2 2018 9949 386 Espanha ES-3 881 5528 223
Indonesia ID-1 379 8100 18510 Turquia TR-1 1347 6575 303
Israel IL-1 1271 6963 136 Ucrânia UA-1 599 2075 53
Kuwait KW-1 2142 8686 520 Reino Unido UK-1 1372 9062 626
Malásia MY-1 327 2580 254 Reino Unido UK-2 2018 10192 819
Malásia MY-2 4887 156484 572 Reino Unido UK-3 3149 15371 87
Malásia MY-3 728 4455 560
Paquistão PK-1 852 5521 609
Arábia Saudita SA-1 2012 8101 312
Singapura SG-2 485 3725 78
Singapura SG-3 1274 6917 533
Coréia do Sul KR-1 1589 3703 56
Sri Lanka LK-1 718 4460 255
Taiwan TW-1 1124 5646 160
Taiwan TW-2 481 3064 184
Tailândia TH-1 513 4420 88
Fonte: AKAMAI (2010), "The State of Internet Report Q32010" Disponível em: http://www.akamai.
com/stateoftheinternet/. Último acesso em 10/02/2011. Elaboração: LCA.
CONFIDENCIAL - p. 223
(ANEXO 4) Tabela 11 – Comparativo internacional IDI de países selecionados
(2007vs 2008)
Rankin Rankin
Ranking Ranking IDI IDI
País IDI 2007 g IDI IDI 2008 País g IDI
IDI 2007 IDI 2007 2007 2008
2008 2008
Bangladesh 137 1,3 137 1,4
Austrália 14 6,5 15 6,9
Ásia/Pacífico
Ásia emergente
Japão 7 6,9 8 7,1 India 116 1,6 117 1,8
Indonésia 108 2,2 107 2,5
Nova Zelândia 16 6,4 16 6,8
Coréia do Sul 2 7,2 3 7,7
Singapura 14 6,5 15 7,0 Malásia 55 3,7 56 4,0
Áustria 19 6,3 17 6,7 Paquistão 127 1,5 128 1,5
Bélgica 21 6,1 23 6,4 Filipinas 95 2,6 90 2,9
Economias desenvolvidas
Economias emergentes
Alemanha 13 6,6 13 7,0 Egito 100 2,4 96 2,7
Grécia 31 5,3 30 6,0
Europa
América Latina
Médias Regionais IDI 2007 IDI 2008 Brasil 61 3,5 60 3,8
Economias desenvolvidas 6,42 6,80 Chile 50 4,0 54 4,2
Ásia/Pacífico 6,56 6,95 Colômbia 69 3,3 63 3,7
Europa 6,39 6,80 México 76 3,0 77 3,3
América do Norte 6,32 6,52 Peru 74 3,0 75 3,3
Brasil 3,49 3,81 Venezuela 66 3,3 61 3,7
Economias emergentes (sem Br) 3,35 3,63
Ásia emergente 2,90 3,13
Leste Europeu, OM e África 3,63 3,95
América Latina (sem Br) 3,46 3,74
BRICS (sem Br) 2,93 3,17
Fonte: UIT (2010), “Measuring the Information Society 2010,” Disponível em: http://www.itu.int/ITU-D/ict/pub
lications/idi/2010/Material/MIS_2010_without_annex_4-e.pdf. Último acesso em 14/03/2011. Elaboração: LCA.
CONFIDENCIAL - p. 224
(ANEXO 4) Tabela 12 – Comparativo IDI (Subíndice de Acesso)
Proporção Proporção Proporção Proporção
Velocidade de dos dos Velocidade de dos dos
Ranking IDI Ranking IDI
País IDI 2008 ICT Acesso acesso domicílios domicílios País IDI 2008 ICT Acesso acesso domicílios domicílios
2008 (Kbs/usuário) com com 2008 (Kbs/usuário) com com
computador Internet computador Internet
Austrália 15 6,90 7,16 10,9 74,9 66,6 Bangladesh 137 1,41 1,78 2,3 2,2 1,9
Ásia/Pacífico
Ásia emergente
India 117 1,75 1,88 1,5 4,4 3,4
Nova Zelândia 16 6,81 7,25 10,4 81,2 67,5 Indonésia 107 2,46 2,60 1,5 6,4 1,4
Singapura 15 6,95 8,02 66,6 80,0 76,0 Coréia do Sul 3 7,68 7,60 6,0 80,9 94,3
Áustria 17 6,72 7,69 76,0 76,0 68,9 Malásia 56 3,96 4,38 4,3 38,7 21,1
Paquistão 128 1,54 1,96 0,5 9,8 1,2
Bélgica 23 6,36 7,28 54,7 70,0 63,6
Economias desenvolvidas
Economias emergentes
Grécia 30 6,03 6,45 18,7 44,0 31,0 Egito 96 2,70 2,92 2,0 13,1 12,9
Europa
Itália 28 6,15 6,83 31,1 56,0 46,9 Hungria 34 5,64 6,21 10,2 58,8 48,4
Holanda 5 7,37 8,42 149,7 87,7 86,1 Israel 27 6,19 7,22 5,9 70,9 63,3
Noruega 9 7,11 7,91 52,7 85,8 84,0 97
Marrocos 2,68 3,33 2,4 27,0 13,7
Portugal 32 5,77 6,64 31,0 49,8 46,0
Nigéria 122 1,65 1,60 0,1 12,0 6,0
Espanha 25 6,27 6,92 31,8 63,6 51,0
1 Polônia 40 5,29 5,92 9,4 58,9 47,6
Suécia 7,85 8,75 109,9 87,1 84,4
Suíça 7 7,19 8,50 65,3 80,6 78,9 Rússia 48 4,54 5,59 4,7 40,0 30,0
Reino Unido 10 7,07 8,23 77,2 78,0 71,1 África do Sul 92 2,79 3,14 2,4 15,9 5,2
Estados Unidos 19 6,54 7,11 21,4 72,5 62,5 Turquia 57 3,90 4,66 8,1 37,7 25,4
AN
Canadá 21 6,49 7,51 30,8 80,0 75,1 Ucrânia 58 3,87 4,50 5,5 21,2 10,3
Proporção Proporção
Argentina 49 4,38 5,27 22,0 37,6 29,9
Velocidade de dos dos
América Latina
Médias Regionais IDI 2008 ICT Acesso acesso domicílios domicílios Brasil 60 3,81 4,24 5,6 31,2 23,8
(Kbs/usuário) com com Chile 54 4,20 4,84 36,5 40,0 23,8
computador Internet Colômbia 63 3,65 3,95 5,8 22,8 15,5
Economias desenvolvidas 6,80 7,60 53,0 74,5 68,1 México 77 3,25 3,48 1,3 25,7 13,5
Ásia/Pacífico 6,95 7,40 23,9 80,5 72,5 Peru 75 3,27 3,46 28,2 16,5 8,2
Europa 6,80 7,69 64,3 72,7 66,9 Venezuela 61 3,67 3,82 5,5 15,3 6,8
América do Norte 6,52 7,31 26,1 76,3 68,8
Brasil 3,81 4,24 5,6 31,2 23,8
Economias emergentes (sem Br) 3,63 4,06 8,0 29,3 21,4
Ásia emergente 3,13 3,41 3,3 23,9 18,2
Leste Europeu, OM e África 3,95 4,52 7,3 34,8 26,4
América Latina (sem Br) 3,74 4,14 16,5 26,3 16,3
BRICS (sem Br) 3,17 3,74 2,78 25,40 17,23
Fonte: UIT (2010), “Measuring the Information Society 2010,” Disponível em: http://www.itu.int/ITU-D/ict/
publications/idi/2010/Material/MIS_2010_without_annex_4-e.pdf. Último acesso em 14/03/2011.
Elaboração: LCA.
Austrália 15 6,90 5,54 72,0 24,4 53,7 Bangladesh 137 1,41 0,01 0,3 - -
Japão 8 7,12 6,34 75,4 23,7 75,5 China 79 3,23 1,09 22,3 6,2 -
Ásia emergente
Dinamarca 4 7,53 5,76 83,9 37,1 27,3 Filipinas 90 2,87 0,51 6,2 1,2 7,0
Finlândia 11 7,02 5,25 82,6 30,5 24,3 Tailândia 76 3,27 0,89 23,9 1,4 0,5
França 18 6,55 4,64 68,2 28,5 23,6 Argélia 100 2,65 0,48 11,9 1,4 -
Alemanha 13 6,95 4,76 75,3 27,5 21,8
Leste Europeu, Oriente Médio e África
Grécia 30 6,03 3,72 43,5 13,5 45,7 República Checa 37 5,45 3,33 58,4 17,1 13,1
Europa
Economias emergentes
Itália 28 6,15 4,07 41,9 18,9 48,8 Egito 96 2,70 0,77 16,6 0,9 4,9
Holanda 5 7,37 5,66 86,5 35,1 25,0 Hungria 34 5,64 3,44 58,7 17,5 15,5
Noruega 9 7,11 5,29 82,6 33,3 20,9
Israel 27 6,19 4,12 49,6 23,9 34,4
Portugal 32 5,77 3,59 41,9 15,3 40,5
Espanha 25 6,27 4,31 56,7 20,2 38,9 Marrocos 97 2,68 1,26 33,0 1,5 2,2
Suécia 1 7,85 6,39 87,8 41,2 35,5 Nigéria 122 1,65 0,61 15,9 - 2,4
Suíça 7 7,19 5,40 77,0 34,2 28,3
Polônia 40 5,29 2,86 49,0 12,6 15,8
Reino Unido 10 7,07 5,23 76,2 28,2 33,9
Estados Unidos 19 6,54 4,64 74,0 23,5 26,3 Rússia 48 4,54 1,45 32,0 6,6 0,6
AN
Canadá 21 6,49 4,31 75,4 29,6 4,6 África do Sul 92 2,79 0,49 8,4 0,9 5,0
Assinantes
Usuários de Turquia 57 3,90 1,58 34,4 7,8 -
Assinantes de de BL
Médias Regionais IDI 2008 ICT Uso Internet
/100hab
BL fixa/100hab móvel Ucrânia 58 3,87 0,61 10,6 3,5 1,8
/100hab
Argentina 49 4,38 1,44 28,1 8,0 1,9
Economias desenvolvidas 6,80 5,00 70,8 26,5 35,2
América Latina
Fonte: UIT (2010), “Measuring the Information Society 2010.” Disponível em: http://www.itu.int/ITU-D/ict/
publications/idi/2010/Material/MIS_2010_without_annex_4-e.pdf. Último acesso em 14/03/2011. Elaboração:
LCA.
CONFIDENCIAL - p. 225
(ANEXO 4) Tabela 14 – Comparativo IDI (Subíndice de Qualificação)
País Ranking IDI 2008 ICT Qualificação País Ranking IDI 2008 ICT Qualificação
Austrália 15 6,90 9,12 Bangladesh 137 1,41 3,48
Ásia/Pacífico
China 79 3,23 6,46
Japão 8 7,12 8,60
Ásia emergente
India 117 1,75 4,64
Nova Zelândia 16 6,81 9,34 Indonésia 107 2,46 6,33
Coréia do Sul 3 7,68 9,84
Singapura 15 6,95 7,07 Malásia 56 3,96 6,19
Áustria 17 6,72 8,33 Paquistão 128 1,54 3,07
Bélgica 23 6,36 8,73
Economias desenvolvidas
Economias emergentes
Grécia 30 6,03 9,78 Egito 96 2,70 6,09
Europa
América Latina
Economias desenvolvidas 6,80 8,79 Brasil 60 3,81 7,35
Ásia/Pacífico 6,95 8,53 Chile 54 4,20 8,08
Europa 6,80 8,82 Colômbia 63 3,65 7,28
América do Norte 6,52 9,02 México 77 3,25 6,98
Brasil 3,81 7,35 Peru 75 3,27 7,50
Economias emergentes (sem Br) 3,63 6,92 Venezuela 61 3,67 7,93
Ásia emergente 3,13 6,05
Leste Europeu, OM e África 3,95 7,19
América Latina (sem Br) 3,74 7,71
BRICS (sem Br) 3,17 6,57
Fonte: UIT (2010), “Measuring the Information Society 2010.” Disponível em: http://www.itu.int/ITU-
D/ict/publications/idi/2010/Material/MIS_2010_without_annex_4-e.pdf. Último acesso em 14/03/2011.
Elaboração: LCA.
CONFIDENCIAL - p. 226
(ANEXO 4) Tabela 15 – Comparativo ICT price basket vs preço banda larga fixa
Austrália 25 0,86 0,77 25,9 3.363 Bangladesh 132 35,55 116,31 50,4 43
Ásia/Pacífico
China 75 3,21 7,19 17,6 245
Japão 35 1,09 1,18 37,6 3.184
Ásia emergente
India 81 3,64 5,84 5,2 89
Nova Zelândia 39 1,28 1,23 28,6 2.328 Indonésia 98 5,81 12,44 20,8 168
Singapura 3 0,33 0,58 16,8 2.897 Coréia do Sul 19 0,79 1,41 25,3 1.794
Áustria 15 0,61 0,94 36,2 3.855 Malásia 46 1,65 3,27 19,0 581
Bélgica 18 0,75 0,78 28,8 3.694 Paquistão 108 7,56 17,89 14,6 82
Economias desenvolvidas
Dinamarca 7 0,41 0,59 29,1 4.928 Filipinas 113 9,25 13,68 21,5 158
Finlândia 12 0,59 0,97 38,9 4.010 Tailândia 88 4,15 7,94 18,8 237
Argélia 56 2,43 4,35 15,4 355
Economias emergentes
Grécia 33 1,02 1,00 23,9 2.388 Egito 81 3,40 5,46 8,2 150
Europa
Itália 24 0,86 0,98 28,8 2.937 Hungria 58 2,18 2,84 30,3 1.068
Holanda 17 0,75 0,87 36,4 4.179 Israel 16 0,61 0,33 0,6 2.058
Noruega 8 0,41 0,70 50,8 7.256 Marrocos 107 9,69 7,83 16,8 215
Portugal 38 1,28 1,69 29,0 1.713 Nigéria 114 38,88 108,61 105,0 97
Espanha 36 1,11 1,08 28,8 2.663
Polônia 41 1,37 1,39 13,8 990
Suécia 14 0,60 0,84 35,7 4.245
Rússia 34 1,02 1,66 13,3 802
Suíça 13 0,60 0,60 32,7 5.444
Reino Unido 9 0,57 0,63 23,8 3.783 África do Sul 89 4,20 5,54 26,9 485
Estados Unidos 6 0,40 0,50 19,8 3.965 Turquia 72 2,39 2,34 1,5 778
AN
Canadá 11 0,58 0,71 24,7 3.478 Ucrânia 49 1,79 2,70 7,2 268
Preço Argentina 66 2,71 5,20 31,2 600
América Latina
ICT Price Subcesta BL Assinatura Renda per Brasil 87 4,14 4,58 28,1 613
Médias Regionais Index Fixa / Renda BL Fixa capita (US$ -
Chile 80 3,49 6,15 48,2 783
(2009) per Capita (US$ - mensal)
mensal) Colômbia 91 4,29 8,96 34,8 388
Economias desenvolvidas 0,76 0,90 31,2 3.684 México 48 1,69 1,95 16,2 832
Ásia/Pacífico 0,89 0,94 27,2 2.943 Peru 100 5,98 10,96 36,4 333
Europa 0,75 0,93 33,5 3.877 Venezuela 69 2,99 4,07 31,3 769
América do Norte 0,49 0,61 22,3 3.721
Brasil 4,14 4,58 28,1 613
Economias emergentes (sem Br) 6,03 13,68 25,0 583
Ásia emergente 7,96 20,66 21,5 377
Leste Europeu, OM e África 5,85 12,18 23,5 721
América Latina (sem Br) 3,53 6,22 33,0 618
BRICS (sem Br) 2,62 4,90 12,04 378,61
Fonte: UIT (2010), “Measuring the Information Society 2010”. Disponível em: http://www.itu.int/ITU-D/ict/pub
lications/idi/2010/Material/MIS_2010_without_annex_4-e.pdf. Último acesso em 14/03/2011. Elaboração: LCA.
CONFIDENCIAL - p. 227
GLOSSÁRIO
CONFIDENCIAL - p. 228
Cabo coaxial: é o cabo utilizado em sistemas de telecomunicações, que em
geral, compõe um condutor central, cercado de material dielétrico que por sua vez
e envolvido por um condutor metal sólido.
CONFIDENCIAL - p. 229
DTH (Direct to home): Tecnologia para oferta de TV por assinatura. O downlink é
realizado diretamente do satélite para os assinantes, exigindo apenas uma antena
parabólica e um decodificador atrelado ao aparelho exibidor.
GNP: Gross National Product (em português, Produto Nacional Bruto – PNB).
CONFIDENCIAL - p. 230
Headend: é o centro eletrônico de controle de um sistema de TV a cabo.
HFC (Hybrid fibre-coaxial): é um acesso híbrido que utiliza tanto Cabo de Fibra
óptica como o Cabo Coaxial.
CONFIDENCIAL - p. 231
LTE (Long Term Evolution): Rede de tecnologia avançada.
CONFIDENCIAL - p. 232
PGMU: Plano Geral de Metas para a Universalização do Serviço Telefônico Fixo
Comutado Prestado no Regime Público.
PPC: Paridade do Poder de Compra (do inglês, Purchasing Power Parity – PPP).
CONFIDENCIAL - p. 233
SCM: Serviço de Comunicação Multimídia.
CONFIDENCIAL - p. 234
coaxiais. Os terminais necessitam de um aparelho conversor, decodificador ou
terminal com capacidade de decodificação própria (cable-ready), que convertem,
decodifiquem e adéquam o sinal para frequências compatíveis com o dispositivo
exibidor.
Wired: Sistema de comunicação que utiliza cabos com fios como meio de
transmissão. (própria).
CONFIDENCIAL - p. 235
FICHA TÉCNICA
Equipe Técnica
CONFIDENCIAL - p. 236