DISCIPLINA: ESTADO E ECONOMIA NO BRASIL CONTEMPORÂNEO (2019.
2) COORDENAÇÃO: PROF. DR. PEDRO HENRIQUE PEREIRA CAMPOS
Gabarito da AP1:
Questão 1- A aluna ou o aluno deve desenvolver os seguintes itens:
As políticas de valorização consistiam em compra de sacas de café por parte do governo, bem como outras formas de favorecimento dos cafeicultores por parte do Estado brasileiro. Elas foram instituídas a partir do Convênio de Taubaté, em 1906, em três diferentes momentos na Primeira República nas décadas de 1900 (1906-1910), 10 (1917-1920) e 20 (1921-1930); A política cambial dos governos da Primeira República tinha como finalidade maior a promoção dos produtos exportados pela economia brasileira, sobretudo o café, gênero mais vendido pelo país no mercado internacional no período. A política cambial incorria em benefícios aos produtores de café e danos à maior parte da população, principalmente as pessoas mais pobres, que pagavam caro por itens importados, em particular alguns gêneros alimentícios que compunham a cesta básica; Apesar de haver um discurso expresso pelos diferentes governos brasileiros na Primeira República de que se adotava uma política liberal, sem intervenção econômica e livre atuação das forças do mercado, as políticas de valorização e toda a manipulação do câmbio e outras variáveis econômicas em benefício dos proprietários rurais e cafeicultores representavam contradições com o discurso liberal predominante e a defesa de não intromissão do Estado na vida econômica do país.
Questão 2 - A aluna ou o aluno deve abordar os seguintes itens:
Há uma alteração da política econômica do Estado brasileiro no período varguista (1930-1945), em comparação com o período da Primeira República (1889-1930). As modificações maiores ocorrem durante o Estado Novo, a partir de 1937. O Estado passa a abertamente intervir na economia e enfatiza um modelo de desenvolvimento centrado sobretudo no mercado interno e no setor urbano industrial, legando a um segundo plano um padrão agrário e primário-exportador, típico do período da Primeira República; As condicionantes internacionais dos anos 30 e da primeira metade da década de 1940 são desfavoráveis à manutenção do modelo de desenvolvimento priorizado no período da Primeira República. Há uma redução do comércio internacional, elevação das barreiras protecionistas e ampliação dos laços das metrópoles com as suas colônias. Não há um padrão monetário internacional vigente que facilite os intercâmbios comerciais e há uma redução muito significativa dos fluxos de investimento e crédito no mercado internacional. Dessa forma, a reorientação das políticas públicas e adoção de um novo modelo de desenvolvimento por parte do Estado brasileiro decorrem em boa medida das circunstâncias internacionais então vigentes.