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2º CURSO DE ATUALIZAÇÃO EM ASPECTOS

FITOTECNICOS E
FITOSSANITÁRIOS DO MORANGUEIRO
Álvaro Tadeu Munhoz
 Eng. Agrônomo UFPR
 Apicultor
 Unimel

 Objetivo => Levantar aspectos sobre a


utilização de polinização dirigida com abelhas
em cultivos.
Polinização de Plantas
A FLOR
 A flor é o instrumento da planta destinado à
reprodução da espécie.

 Podem ter somente um sexo (unissexuada)


ou ter os dois (hermafrodita)
Representação de um a flor hermafrodita

Aparelho reprodutor masculino (androceu) = Estames (Filete, conectivo e


anteras)
Aparelho reprodutor feminino (gineceu) = Carpelos (Estigma, estilete e
ovário)
Polinização

É a transferência do pólen (gameta masculino)

produzido nos estames para o estigma.

A polinização é o mecanismo inicial da fecundação


Fecundação
 Ao entrar em contato com o estigma o pólen
germina e forma um tubo (polínico) que se
desenvolve através do estigma e estilete até
o ovário. No ovário os grãos de pólen irão
fecundar os óvulos. Dessa união haverá a
formação da semente e de um modo geral, o
ovário se desenvolverá em fruto.
 Quando a transferência do pólen se dá das
anteras de uma flor até o estigma da mesma
flor ou de outra flor do mesmo pé e é
denominada por autopolinização
(polinização direta ou autogamia).

 Quando o pólen é transferido para o estigma


de outra flor porém, em pés diferentes, é
denominada de polinização cruzada
(alogamia).
 Embora muitos vegetais apresentem constituição
anatômica favorável a autopolinização, a
polinização cruzada apresenta uma série de
vantagens, tais como: variabilidade genética,
aumentar o vigor das espécies ( adaptabilidade,
resistência a doenças, precocidade, melhor
resposta a tratos culturais, etc)
Para garantir a polinização cruzadas, as
plantas desenvolveram diversos mecanismos:

Hercogamia. Nessas flores a antera e o


estigma estão em altura diferentes.

Dioicia. Quando a planta tem flores


unissexuais sobre indivíduos diferentes,
como o mamão e o Kiwi.
 Dicogamia. Quando os órgãos sexuais
amadurecem em tempos diferentes: na
protandria o órgão masculino amadurece
primeiro, e na protoginia ocorre o contrário
(girassol, abacateiro).

 Auto-esterilidade, quando a flor é polinizada


pelo seu próprio pólen, mas não é
fecundada.
Esses mecanismos fisiológicos e/ou

morfológicos nos vegetais fazem deles

dependentes de agentes polinizadores


Agentes Polinizadores

 Vento: (caso dos pinheiros, milho, trigo,


arroz, etc.).
 Água (como em algumas plantas aquáticas).
 Gravidade (caso de plantas com pólen
pesado).
 Seres vivos (pássaros, homem, insetos,
morcegos, etc.).
 Insetos é a mais freqüente.
 Estima-se que aproximadamente 73% das
espécies vegetais cultivadas no mundo
sejam polinizadas por alguma espécie de
abelha, 19% por moscas, 6,5% por morcegos,
5% por vespas, 5% por besouros, 4% por
pássaros e 4% por borboletas e mariposas
(FAO, 2004).
Dependência de algumas espécies com
relação ao agente polinizador
 Se beneficiam em menor ou maior grau: Soja, Laranjeira, Feijoeiro,
Tomateiro, Cafeeiro, Morangueiro

 Figueiras: em que cada espécie possui uma única espécie de vespa


polinizadora gênero Blastophaga, estabelecendo-se uma relação
simbiótica muito estreita entre espécies vespa-figueira

 Cacaueiro mosquinhas do gênero Forcipomyia

 Outro caso de especificidade, algo menos estreita é o do maracujazeiro,


cujas flores são polinizadas por várias espécies de mamangavas
( Bombus sp.).

 Somente produzem com a intervenção de polinizadores: Pepino,


Mamão, Melão, Maracujá, Chuchuzeiro.
MAÇÃ. Pirus malus

Pólen pesado e auto-incompatível

Número de frutos colhidos

Var. Starkrinson spur Var. Golden spur


S/Abelhas C/Abelhas S/Abelhas C/Abelhas
1 383 20 180
 Abóbora italiana Curcubita pepo Apis mellifera
polinizador mais eficiente Não houve produção em
canteiros cobertos. Se não houver polinizador natural, não
tem produção.

 Também existem plantas que necessitam do polinizador


para a remoção mecânica de uma maior quantidade de
grãos de pólen, como ocorre no tomateiro e em outras
solanáceas, cuja polinização é feita, normalmente, por
abelhas que são capazes de vibrar as anteras da flor (buzz
pollination), como as espécies do gênero Bombus.
Disponibilidade de agentes polinizadores
no meio ambiente X Abelhas
 Monoculturas
 Queimadas
 Uso abusivo de agrotóxicos
 Desmatamentos
 Variações climáticas
 Necessidade de se produzir cultura de inverno,
(população de insetos é normalmente pequena), e
de ter ao seu dispor um grande número de agentes
polinizadores num determinado momento, fez
com que as abelhas se tornassem um forte aliado
no aumento da produtividade agrícola.
Importância da Apis como agente
polinizador
Dependência de alimentação: néctar e pólen às
abelhas, e estas em contrapartida, lhes dão a polinização
cruzada.
Formação de grandes colônias
Tamanho corporal: (em relação à abelha indígena),
carrega grande número de grãos de pólen corbícola.
 Visita um grande número de flores

 Fidelidade

 Pelos em todo o corpo

 Facilidade em transporte de colméias

 Distribuição geográfica
Manejos para aumentar a eficiência da polinização
(manejo de cria, coletor de pólen, atrativos)

Costuma-se aconselhar os apicultores a macerarem


algumas flores de grandes floradas e misturar em
xarope, que será oferecido às abelhas em
alimentadores próprios, com o objetivo de treiná-
las a associar aquele cheiro a determinada fonte de
alimento.
A importância da polinização com abelhas na
produção de alimentos
 Muitas vezes a baixa produtividade é associada somente a
fatores climáticos desfavoráveis, controle de plantas
daninhas deficiente, deficiência nutricional, pragas e
doenças. No entanto, raramente associa-se à polinização
deficiente.
 Estima-se que para cada quilograma de mel produzido, 10
kg de frutos, grãos e sementes são produzidos a mais,
devido à polinização realizada pelas abelhas.
 Os serviços de polinização prestados por estes
polinizadores somente na indústria de sementes de alfafa
(Medicago sativa) no Canadá é avaliado em 6 milhões de
dólares canadenses por ano (KEVAN e PHILLIPS, 2001).
 EUA
 mel produzido U$ 150 milhões
 Aumento produtividade polinização dirigida
U$ 20 bilhões
 1909 agricultores alugam colméias
Benefícios da polinização bem conduzida

 Maior tamanho e peso de frutos


 Maior reserva nutricional para sementes (maior vigor)
 Amadurecimento mais uniforme
 Frutos mais uniformes, não apresentam deformações
 Maior quantidade de frutos e sementes produzidos
 Aumento do teor de óleo em sementes
 Aumento do poder germinativo das sementes
 Possibilidade de atuar como agentes se sanidade nas
culturas. Durante a polinização podem distribuir nas flores,
bactérias, fungos e vírus benéficos evitando uso de
produtos químicos para o controle
 Ex: Estudos mostram que abelhas podem
disseminar os esporos de Trichoderma às
flores da morango para controlar o mofo
cinzento ( Botrytis cinerea) causador da
podridão do fruto.
Resultados de pesquisa com Apis
 Pepino Cucumis sativus
Quant. frutos Peso Médio do Fruto(g)
Coberto 3 40,33
Coberto com Abelhas 16 553,80
Descoberto 10 351,50
Regina H. N. Couto / Roberto Carlos Calmona.
PEPINO. Cucumis sativus L. VAR. AODAI MELHORADA

Peso médio Comprimento médio Diâmetro médio


fruto (g) fruto (cm) fruto (cm)

Plantas descobertas 337,7 18,8 55,7


Plantas cobertas com Apis 575,7 23,2 65,0
 Década 60 híbridos ginoicos ( predominantemente
flores femininas) aumento na produção.

Necessidade flores masculinas para a polinização.


Importância de grandes quantidades de abelhas.
 Polinização insuficiente = flores mal polinizadas =
frutos curvos devido a um crescimento desigual de
um dos lados do mesmo, perdendo valor de
mercado. A indústria de pepino em conserva
requer frutos retos para seu acomodo no frasco, e
os frutos curvos são descartados.

Se requerem entre 4 a 6 colméias fortes por hectare


para una correta polinização do pepino,
especialmente nas variedades híbridas ginoicas.
ABÓBORA ITALIANA. Cucurbita pepo

Área (9 m2) coberta com tela = produção de


frutos = zero

Área (9 m2) descoberta (acesso às abelhas)


= 32 frutos com peso médio de 449,06 g
Galactia Galactia striata

Área coberta = 19,1 vagens/m2


Área descoberta = 706,4 vagens/m2
Canola Brassica napus

Quant. Frutos
Coberto 308,19 / m2
Coberto com abelhas 789,84 / m2
Descoberto 539,57 / m2
Regina H. N. Couto

Aumento no poder germinativo das sementes em torno


12%.
Aumento na quantidade de óleo.
SOJA. Glycine max (L.) MERR VAR. SANTA ROSA

Com a utilização de abelhas como polinizador, houve


aumento no peso médio das vagens em 40,13% e no peso
médio dos grãos em 39,85% em relação ao controle (parcela
protegida por tela).
Pimentão Capsicum sp

Polinização com abelhas aumentou em 40,2%


a produtividade.

Melilotus Melilotus alba

Aumento de 265% na produção de sementes.


Nome comum Nome Científico %
aumento

Abóbora Curcubita máxima 76,9


Café Coffea arábica 39,2
Pêssego Prunus pérsica 94,0
Laranja Citrus slnensis (Hamlin) 36,3
Laranja Citrus sinensis (Natal) 15,5
Melão Cucumis melo

Incremento de 23% de produção.

Melancia Citrullus lanatus

Incremento de 26% de produção.


Cebola Allium cepa (para sementes) 89,3 %

Dicogamia. Pólen é liberado antes de que o


estigma esteja receptivo
É atrativa às abelhas

12 a 25 colméias/ha. Coloca-se 4 quando


inicia a floração e em seguida adicionar mais
4 colméias a cada 4 dias até completar a
quantidade desejada.
Abacate Persea americana
Polinização cruzada 97% . Frutos provenientes de
flores polinizadas por pólen do mesmo cultivar
foram abortadas mais rapidamente que frutos
provenientes de polinizacão cruzada de outro
cultivar, com maior porcentagem de caída de
frutos e obtendo-se menor produção.

6 - 10 colméias/ha
Pera Pyrus communis

Néctar pouco atrativo. Se houver outras florações


na imediação debe-se aumentar o número de
colméias.
4 – 6 colméias/ha.
Girassol Helianthus annuus

Flores hermafroditas com protandria (pólen


maduro antes que o estigma esteja receptivo), além
disso apresenta também auto incompatibilidade.2
colméias/há. 21 a 27% de aumento da produção.
Produz pólen e néctar.

Limão Citrus Limonium

Melhora a quantidade e qualidade. Aumento de 10


a 42% de produção.
Amêndoas Prunus amygdalus

Variedades comerciais auto incompatíveis.


4 a 9 col/há

EUA 80% da produção mundial


POLINIZAÇÃO AGRÍCOLA NO BRASIL
 Serviços de polinização pouco valorizados e estudados.

 Não existem estudos compreensivos sobre o valor econômico


da polinização nos sistemas agrícolas e/ou naturais.

 Fator de produção em outros países.Poucos são os cursos de


agronomia, engenharia florestal, biologia, etc., onde
polinização agrícola é estudada. Ênfase novos cultivares, nos
agroquímicos, nas técnicas de cultivo, no equilíbrio ecológico
isoladamente, como se nada disto interagisse de uma forma ou
de outra com o processo de polinização das plantas.
Maçã (Malus domestica) na Região Sul
Apenas em Santa Catarina, 45.000 colônias foram
alugadas ao custo de R$ 40,00/unidade,
perfazendo R$1.800.000,00 (Um milhão e
oitocentos mil reais) em 2004.
Melão (Cucumis melo) na Região Nordeste
Cerca de 10.000 colônias de A. mellifera foram
alugadas ao custo médio de R$ 30,00/unidade
para polinização de meloeiros no Nordeste do
Brasil em 2004, totalizando R$ 300.000
(trezentos mil reais).
Aspectos a considerar para obter
polinização dirigida eficiente

Conhecimentos técnicos, como a interação


abelha/flor (cultura) e manejo das colméias.
1) Vigor das colméias / estágio de desenvolvimento

População

Quantidade de cria jovem =>Necessidade de pólen


Intervenção apicultor (preparo da colméia,
alimentação, coletor de pólen)
Exame prático de uma colméia apta a polinizar.

 Contagem de abelhas: 50 abelhas/min indica


uma boa população de abelhas coletoras e que
destas de 10 a 15 entrem com pólen.

No Canadá, se exige que uma colméia para


polinizar deva ter de 5 a 6 favos com cria.
Kiwi
com cria sem cria
No de visitas de abelhas 215 89
peso médio dos frutos (g) 85 58
Frutas deformadas (%) 3 6
Frutos < 60 g (%) 6 51
Frutos entre 60-90 g (%) 47 40
Frutos > 90 g (%) 44 3
2) Época de instalação das colméias

A polinização é um momento crítico na reprodução


sexual das plantas.
A partir do surgimento da flor ocorre uma corrida
contra o tempo para que haja a polinização,
fecundação , frutificação e caída da flor. Quanto mais
tempo se passar para ocorrer estes fenômenos
aumenta o perigo de perdas de pólen por ação de
insetos depredadores, vento, chuva, frio e calor
 De um modo geral, recomenda-se instalar as
colméias quando a cultura estiver com pelo menos
10 % das flores abertas, assim evitando que as
abelhas busquem outra fonte competitiva nas
imediações e sejam estimuladas a continuar a
coleta, mesmo após ter sido iniciada a florada de
interesse.
3) Número de colméias por área depende

 Da atração da cultura.
 Da distância até a cultura.
 Da existência de insetos polinizadores nas
imediações.
 Tamanho dos enxames e proporção de cria jovem.
 Pesquisadores chegaram à conclusão de que
aproximadamente três colônias por hectare, em
culturas de espaçamentos maiores, e cinco colônias
por hectare, em culturas com espaçamentos
reduzidos, é a relação ideal para uma polinização
eficaz, sendo elas bem preparadas e povoadas.
Kiwi

Número de colmeias Quilos por hectare

1 271
1 a 2 480
4 a 6 731
 Cultivar.

Um estudo recente (Malagodi-Braga, 2002) revelou que


dois cultivares de morango, Sweet Charlie e Oso
Grande, cultivados lado a lado, apresentaram diferentes
necessidades de polinização: as flores do primeiro
cultivar necessitavam receber um maior número de
visitas por parte das abelhas que as flores do segundo,
de modo que a população desses polinizadores, no
mesmo local, foi suficiente para a polinização do
cultivar Oso Grande e insuficiente para o Sweet
Charlie.
4) Distância das colméias

A distância entre as colméias e o cultivo mais eficiente


é de um raio 50 metros e não convém que seja
superior aos 120 metros.
Melilotus alba Grout, 1950
Distância do apiário (km) Produção kg/ha

0,4 362
1,2 272
4,0 muito baixa
Morangueiro
 Recomenda-se colocar conjuntos, de no
mínimo, 4 caixas de abelhas próximo a
área de plantio.
5) Atrativos
 Para culturas pouco atrativas ou presença de culturas
competitivas. Xaropes aromatizados ou feromonas
sintéticos são dados às abelhas e/ou pulverizados nas
culturas para direcioná-las a elas.

 Cultura de café próximo a de laranja, abelhas vão na florada


d e laranja. ICATU 372%, Mundo Novo 76,9%

 Atrativos sintéticos: morangueiro 1 e 2 gotas/litro de água.


Pulverização. 174,3% e 338,6% de aumento de visitas de
abelhas nas flores.
CONTRATOS

 Em diversos países o aluguel de colméias para


utilização na agricultura é prática corriqueira.
Nos EUA por exemplo são alugadas anualmente
cerca de 2 milhões de colméias.
Itens a serem observados no contrato
 Dados da localização e de propriedade da área a polinizar
 Identificação do proprietário e do apicultor
 Definir cultura , área polinizar
 Definir com clareza termos técnicos e pouco comuns.
 Número de colmeias por há
 Tamanho dos enxames e quantidade de cria. Verificação pelo agricultor.
 Período de prestação de serviço
 Preço do aluguel e forma de pagamento. Preço depende de vários fatores (potencial da
cultura para produzir mel, distribuição das colmeias na cultura, distância da lavoura,
época de instalação das colmeias - se coincide com floradas apícolas), necessidade de
alimentação artificial, uso de xaropes aromatizados e/ou atrativos.
 Bonificações, por pagamento antecipado, maiores serviços ou por colmeias adicionais,
ou por outros fatores beneficiosos para alguma das partes.
 Penalidades por demora nos pagamentos, danos às abelhas ou material apícola por
parte do agricultor e pelo não cumprimento dos deveres do apicultor.(instalação e
retirada das colmeias, instalação de colmeis débeis, falta de manutenção.
 Manejo dos agrotóxicos Proteção das abelhas e danos causados por práticas agrícolas
correntes.
 Segurança de transeuntes e vizinhança (impossibilidade de instalar colmeias em
determinados locais)
Benefícios econômicos da polinização agrícola
 Apicultor : aluguel, produção de mel e pólen
 Agricultor: Aumento da produtividade
agrícola
 Estado: Aumento da arrecadação
 Consumidor: Qualidade dos produtos e preços
mais baixos
 ABELHAS E O MEIO AMBIENTE

 Perpetuação de espécies vegetais jardins....


 Alimento para animais.
AGROTÓXICOS

Um dos maiores entraves para a consolidação da


polinização agrícola no Brasil. Aviação. Redução
do uso, troca por produtos de baixa toxicidade,
aplicação à noite ou nos períodos de menor
atividade das abelhas, fechar alvado, retirar
temporariamente as colméias, repelentes nos
agrotóxicos.
Mosca branca - Caju
Desaparecimento das abelhas

 O Governo alemão proibiu, provisoriamente, a


classe de pesticidas neonicotinóides,
conclusivamente ligados ao maciço
desaparecimento de abelhas.

 Pesquisadores do governo estudaram abelhas


mortas e descobriram 99% de contaminação com o
pesticida clothianidin, produzido pela Bayer. Os
pesticidas haviam sido aplicados às sementes de
colza, na vizinha região do vale do rio Reno.
 O combate ao “greening”, considerada a pior doença da citricultura no
mundo, está dizimando abelhas no interior paulista. O alerta é do
biólogo Osmar Malaspina, pesquisador do Centro de Estudos de
Insetos Sociais do Departamento de Biologia da Unesp de Rio Claro.
Por Veridiana Ribeiro, da Folha Ribeirão, Folha de S.Paulo,
19/08/2008.

 Um laudo comprovou que a morte das abelhas de pelo menos 700


colméias em Boa Esperança do Sul e Brotas foi causado por excesso
de inseticida. Malaspina estima que outras 3.300 colméias no Estado
possam ter morrido neste ano devido aos agrotóxicos.

 De acordo com o laudo emitido pela empresa em 11 de abril, foi


encontrada a proporção de 0,04 miligrama por quilo da substância
Tiamexotan nos insetos mortos, quando o tolerado pelo Ministério da
Agricultura é 0,01 mg/kg.
Mariano Senna da Costa*, Ambiente JÁ

A guerra não declarada entre apicultores e gigantes dos


agrotóxicos na Europa teve mais um round semana
passada. Na quinta-feira (18/09), o Ministério da Saúde
da Itália suspendeu a licença de quatro substâncias
(Clotianidina, Imidaclopride, Tiametoxam e Fipronil)
presentes em inseticidas para plantações de milho, colza
e girassol. Elas são apontadas pela Federação Italiana de
Apicultura como responsáveis pela morte em massa de
abelhas verificada no início do ano.
Outras abelhas na polinização

Gênero Apis
Gênero Bombus (mamangava) Maracujá
Gênero Trigona (Meliponideos) Abelhas indígenas
Gênero Xilocopa (maioria solitária) Maracujá
Gênero Centris (abelhas solitárias)
Abelha do gênero Centris visitando flor de maracujá(Passiflora sp.).
Note o estame tocando o dorso da abelha.
Melipona subnitida (jandaíra)
utilizada na polinização de pimentão
Melipona quadrifasciata (mandaçaia) utilizada na
polinização do tomateiro
Nannotrigona testaceicornis (Iraí) Polinização do
Morangueiro em estufas
Tetragonisca angustula (Jataí) Polinização do
Morangueiro em estufas
Polinização de morangueiros em estufas com abelhas Jataí
bióloga Kátia S. M. Braga
 As flores visitadas pela Jataí originam morangos bem
formados. O número de frutos deformados cai de 85
para 5%. Vale ainda ressaltar que esse inseto se adapta
bem à temperatura e à umidade características das
estufas, assim como à quantidade limitada de alimento.
"Seu tamanho populacional e alcance de vôo são
compatíveis com áreas fechadas de pequeno porte",
lembra a pesquisadora. "Porém, é preciso integrar o
manejo das abelhas nas estufas ao controle de pragas
com substâncias químicas.
 As flores de morango são receptivas até o sétimo dia
mas o período de uma polinização mais efetiva vai do
primeiro até o quarto dia.
Uma eficiente polinização se pode comprovar às 24hs
48 h depois da polinização já que as pétalas caem e os
pistilos da flor secam. Ao contrário, um morango com
deficiência de polinização apresenta uma mescla de
pistilos frescos e de cor amarelo verdoso com pistilos
secos e com pétalas ainda presentes
Limitações para uso de outras abelhas

 Domesticação de poucas espécies


 Falta de estudos de biologia e ecologia
 Escassez de grande número de colméias disponíveis
 Limitações geográficas
 PR Cerca de 40 espécies de abelhas sem ferrão já
catalogadas
Grandes possibilidades de meliponídeos em
estufas.

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