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DIA 6 – DOZE REGR AS - PARTE IV

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DIA 6 – DOZE REGR AS - PARTE IV

O amor é a
decisão de que o
ser é valoroso
e que é preciso
lutar para
apoiá-lo e para
melhorá-lo.
— JORDAN PETERSON EM PARTICIPAÇÃO NO JOCKO’S PODCAST

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DIA 6 – DOZE REGR AS - PARTE IV

índice

DETALHES BIOGRÁFICOS 04

DOZE REGRAS PARTE 3 07

LINKS 14

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O psicólogo canadense é casado com Tammy Peterson

desde 1989; o casal tem dois filhos: Julian e Mikhaila.

Desde a mais tenra infância, esta última sofre de severa

depressão e de doenças autoimunes que manifestam-

se através dos mais diversos sintomas — males que,

segundo o seu pai, são heranças genéticas de ambos

os lados da família. Ainda adolescente, Mikhaila passou

anos enferma sem que os médicos descobrissem a

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causa de tais enfermidades. Por conta de inflamações

generalizadas, teve de substituir os ossos do quadril e de

um dos tornozelos. Ver o sofrimento da filha sem poder

extirpá-lo ou aliviá-lo o mínimo que fosse provocou em

Jordan muitas das percepções que acabaram em seus

livros. A décima segunda regra, sobre a qual falaremos

mais adiante, é uma reflexão sobre tragédias pessoais

como essa.

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Ao falar das primeiras nove regras, Peterson

na verdade nos guiava por um processo terapêutico,

fornecendo-nos todo o apoio necessário para que,

percebendo como costumamos agir no mundo,

pudéssemos fazer os reparos necessários em nossa

conduta, num movimento de dentro para fora. Desde a

regra 9, no entanto, Peterson começa a deslocar o nosso

foco: olhar para o outro e dispensar-lhe atenção é tão

importante quanto olhar para dentro de nós mesmos.

Fica evidente que Peterson considera importantíssima

essa atenção para com o que está além de nós mesmos

— é uma noção que, de uma forma ou de outra, permeia

todas as 12 regras.

Assim, na regra 10, temos um conselho valiosíssimo

para o trato com o outro (e consigo mesmo). “Seja

preciso no que diz” é uma regra que se refere tanto

aos relacionamentos interpessoais quanto ao poder

da linguagem. Peterson acredita firmemente que a

linguagem é uma poderosa ferramenta por meio da qual

podemos dissipar as névoas de mistério que envolvem

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as coisas que nos aterrorizam para, assim, finalmente

encarar o problema. Segundo o psicólogo, devemos nos

esforçar para trazer o desconhecido para dentro dos

limites da linguagem, pois só assim que conseguiremos

discerni-lo, descrevê-lo e, por fim, reconhecê-lo quando

(e se) houver recorrência. “Dar nome aos bois” é uma

forma de esclarecer o que nos incomoda (e mesmo o que

nos agrada, sendo esta uma informação tão útil quanto

aquela) — ainda que, de início, cometamos vários erros

descritivos. Desta forma, sabendo delimitar por meio

das palavras mais corretas e mais precisas possíveis

aquilo que vemos e que pensamos, estamos dando as

devidas proporções às coisas que nos envolvem ou com

que nos relacionamos de alguma forma. Tal habilidade

é muito valiosa dentro dos vários relacionamentos em

que estamos, pois ter ao menos uma ligeira ideia de qual

é a natureza do clima que nos envolve é, na prática, ter

ao menos uma vaga ideia de como agir — e, portanto, só

o fato de dar nome às coisas é o suficiente para tirar de

nosso peito um pouco do sufoco causado pela ansiedade

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e pelo medo que naturalmente surgem diante do que não

compreendemos.

Porém, além de delinear os nossos medos e, assim,

restringi-los ao que parecem ser, é preciso também

aprender que não só não podemos, como não devemos

estar no controle de todas as situações o tempo todo.


Tentar fazê-lo resultará, inevitavelmente, numa redução

do poder de imaginação e, consequentemente, de ação —

nossos e daqueles que nos cercam. Daí a regra 11, “não

incomode as crianças quando estão andando de skate”.

Peterson diz que a ânsia que os jovens têm de arriscar-se

e testar os próprios limites por meio da prática esportiva,

por exemplo, é saudável em sua essência e deve ser

encorajada mesmo entre adultos. Segundo ele, não há

uma distinção clara entre essa espécie de coragem e a

simples estupidez — daí o medo de muitos pais e adultos

ao verem seus filhos arriscando-se em manobras que

parecem péssimas ideias. Apesar disso, é melhor correr

pequenos riscos que possibilitem o crescimento do que

viver sob uma proteção extrema que, no fim das contas,

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acaba por ser castradora do potencial do indivíduo.

Disso, podemos inferir que a superproteção que molda

a didática moderna seja reflexo de uma ansiedade que

os adultos têm para com o potencial imaginativo infantil.

Para Peterson, o cachimbo do cuidado excessivo não é

apenas um cachimbo: é uma mordaça da atualização

das potências destas crianças em seus futuros.

Arriscando-se, as crianças (e as crianças crescidas, vale

dizer) compreendem quais são os seus próprios limites

— físicos, psicológicos, intelectuais, emocionais, etc.

Impedi-las de conquistarem o próprio território é impedi-

las de serem quem elas têm a possibilidade real de ser.

O livro encerra-se com uma visão sobre o futuro

que não é necessariamente otimista, mas que é calorosa,

falando sobre o que o homem pode ser quando em sua

busca por uma existência real. Este homem é aquele que,

seguindo a regra 12, acaricia um gato ao encontrá-lo

na rua. Na simplicidade deste ato está a representação

da bondade — ou, ao menos, da busca pelo que é bom.

Admitindo que a vida muitas vezes recusa-se mostrar-

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se a nós por outras lentes que não sejam as do caos,

Peterson refere-se aos tempos difíceis, em que nada

parece estar certo e quando a vontade de arrumar a nossa

própria vida não é o bastante, pois as circunstâncias

estão totalmente fora do nosso controle. Isso acontece

quando alguém que amamos descobre ter uma doença

incurável, quando perdemos um familiar querido, quando

simplesmente não vemos saída para os problemas que

se desenrolam diante dos nossos olhos — são aqueles

momentos em que sentimos nossas estruturas serem

abaladas. Como bem diz o autor, isso acontecerá com

todos nós em algum momento, e é esse o motivo pelo qual

ele recomenda acariciar um gato (ou um cachorro) que

cruze conosco pela rua. Tendo como base experiências

de tragédias pessoais, Peterson crê que fazê-lo diminui,

ainda que por um único minuto, o sofrimento que

encerramos em nosso peito e nos faz vislumbrar uma

centelha de vida. Quando já não temos mais forças

para resistir, esses pequenos momentos nos ajudam a

suportar o fardo que pesa sobre nossos ombros. Além

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disso, é preciso determinar a menor unidade de tempo

com a qual podemos lidar quando no limiar do desespero;

se tudo o que conseguimos planejar são os próximos

dez minutos, que assim seja. Agarrando as pequenas

chances de Vida que se abrem diante de nós e encarando

o caos da existência um minuto por vez, conseguiremos

dar nossos pequenos passos cambaleantes rumo à luz

(ou à Luz) fim do túnel.

Assim concluem-se as 12 Regras Para a Vida; cabe

ao leitor decidir se as adotará como antídoto para o caos

com que deparará daí em diante.

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Links

NESTA PALESTRA CONCEDIDA NO TEDX TORONTO, EM 2011 (ANTES,


PORTANTO, DE TER AS 12 REGRAS SINTETIZADAS), JORDAN PETERSON
DISTINGUE CAOS DE ORDEM, DISSERTA SOBRE O EQUILÍBRIO DA VIDA E
REDEFINE A REALIDADE POR MEIO DE IMAGENS E DE SÍMBOLOS.

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se importa com a beleza, a
verdade e a bondade.

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Coordenação editorial:

Matheus Bazzo

Assistente editorial:

Nathália Matychevicz

Direção de Arte:

Yuri Silva

Texto, tradução e revisão:

Ana Júlia Galvan

Pesquisa e texto:
Ismael A. Schonhorst

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