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Resumo Elaborado por: Débora Martins da Silva

Universidade de Santo Amaro - Unisa

Pediatria V – Distúrbios das Vias Respiratórias


Infecção de Vias Aéreas Superiores

Rinofaringites Virais ou resfriado comum.


• É a desordem infecciosa mais comum da infância, de natureza benigna e
autolimitada.
• É diferente da gripe, que é uma doença sistêmica epidêmica, causada pelo
vírus influenza, caracterizada clinicamente por febre alta, mialgias e prostração.
• A nasofaringite viral predispõe a criança a complicações bacterianas como a
otite media aguda e a sinusite.
• O agente etiológico mais frequente é o rinovírus. São considerados agentes
casuais: coronavírus, vírus sincicial respiratório, influenza e parainfluenza.
• São transmitidos sob a forma de aerossol, sendo a principal via de
contaminação o contato direto.
• O período de incubação é de 1-3 dias. Inicia-se com uma sensação de garganta
arranhando, de duração máxima de 3 dias, que evolui com espirros, obstrução
nasal e rinorréia. A coriza e a obstrução nasal estão sempre presentes. A
coriza é abundante, sendo clara inicialmente, mas frequentemente torna-se
amarela nos últimos dias (não deve ser encarada como infecção bacteriana
secundária). A tosse surge em 30% dos casos, observada principalmente
durante o sono, devido ao gotejamento pós-nasal. A duração media dos
sintomas é de 1 semana. A febre pode ser alta, porem não deve ser usada
como diferenciação entre infecção viral e bacteriana. Pode ser observada uma
discreta hiperemia de mucosa.
• A otite media aguda é a principal complicação bacteriana, podendo estar
presente em ate 30% dos casos. Febre alta, dor no ouvido, irritabilidade,
sugerem o quadro. A sinusite e a pneumonita são complicações bacterianas
menos comuns.
• O tratamento deve ser dirigido para as queixas e os sintomas apresentados.
Soro nasal e líquidos em abundancia. Podem ser usados antitérmicos como o
acetominofen (1gt/Kg/dose) e a dipirona (1gt/2Kg/dose). O AAS não é
recomendado por causa de sua associação com a Sindrome de Reye, nas
infecções por influenza. Anti-hitamínicos não influenciam na evolução de uma
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episodio de nasofaringite viral, assim como a administração de


descongestionantes nasais, mucolíticos e expectorantes.
o A medida preventiva mais eficaz contra o resfriado é a lavagem
frequente das mãos ou pelo menos após o contato direto com algum
suspeito de resfriado ou gripe.
• Diagnóstico diferencial: Rinite alérgica (espirros e prurido nasal), corpo estranho
(secreção unilateral, fétida) e Coqueluxe (tosse proeminente e persistente).

Otite Média Aguda:


• É uma complicação da rinofaringite.
• É uma das doenças mais frequentes da infância. A maior frequência de OMA
ocorre nos dois primeiros anos de vida, declinando após.
• Principais fatores de risco: crianças menores que 2 anos, devido à imaturidade
do sistema imunológico e à anatomia da trompa auditiva que é mais curta e
mais horizontal, com mecanismo antirrefluxo prejudicado; sexo masculino;
perfil socioeconômico; aleitamento artificial; tabagismo passivo; exposição à
outras crianças; anomalias congênitas.
• Os agentes etiológicos mais frequentemente identificados na OMA são: S.
pneumoniae, H. influenzae não tipável e M. catarrhalis.
• Os sintomas variam de acordo com a idade da criança. Em maiores que 2
anos, a suspeita clinica provem da queixa de dor de ouvido pela própria criança,
associada à febre, astenia, inapetência e hipoacusia flutuante. Crianças menores
que 2 anos, podem apresentar sinais indiretos de otalgia como irritação, choro
persistente, levar a mão ao ouvido e dificuldade para dormir.
• Um dado fundamental na historia de uma OMA é a presença de um episódio
prévio de uma rinofaringite viral antecedendo as manifestações clinicas. Sabe-
se que a OMA pode ser complicação de um resfriado comum em até 30%
dos casos. Otorréia, fluida ou purulenta, pode ocorrer em até m terço dos
casos.
• Otoscopia → A membrana timpânica apresenta-se convexa, hiperemiada,
abaulada, com opacificação (perde o sinal do triangulo luminoso). *A hiperemia
isolada da membrana timpânica não deve ser considerada como alteração
suficiente para definir o diagnostico de OMA.
• O tratamento é feito com medidas gerais (analgésicos e antitérmicos) e
antibioticoterapia com amoxicilina (40-40mg/Kg/dia) por 10 a 14 dias.
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• Crianças menores que 2 anos, que frequentam creches, que tenham feito
uso de antibiótico nos últimos 3 meses, que tenham história de OMA de
repetição ou que possuam alguma doença imunossupressora, deve receber
dose dobrada de amoxicilina (90mg/Kg/dia)
• Todas as crianças para as quais se tenha iniciado a antibioticoterapia deverão
ser revistas em 48-72h para a reavaliação de sinais e sintoma de melhora ou
piora.
• Em caso de resposta inadequada ou falha terapêutica após o tratamento
adequado por três dias, pode-se estar diante de duas possibilidades:
➢ Provável presença de um microrganismo produtor de betalactamase
(hemófilos e moraxela) → Prescrever associação de amoxicilina +
clavulanato em dose dobrada (80-100mg/kg/dia).
➢ Pneumococo resistente: na maioria dos casos a resistência é
intermediária e pode ser contornada com a dose dobrada de
amoxicilina.

• Conduta terapêutica:
➢ < 6 meses → diagnostico de certeza ou na dúvida → Terapia Antimicrobiana
➢ 6m – 2 anos → Certeza = ATB / Duvida = ATB se doença grave ou observação
se leve
➢ > 2 anos → Certeza = ATB se doença grave ou observação se leve / Duvida
= Observação (Reavaliação após 48h).
➢ Resumo: Tratar todos os menores que 6 meses, todos com OMA grave e todos
os < 2 anos na certeza do diagnóstico.
• A opção de observação somente poderá ser aplicada nos casos que sem possa
garantir a revisão da criança em um outro momento.
• Define-se doença grave quando encontra-se: otalgia grave-moderada OU febre
>39ºC OU toxemia.

• Complicação – Mastoidite:
Ocorre quando o processo inflamatório se extende para o periósteo da
mastoide do osso temporal, provocando sintomas de edema, eritema e dor
retroauricular. O tratamento é feito com antibioticoterapia venosa e miringotomia. Em
casos graves pode haver evolução para uma osteomielite da parte petrosa do osso
temporal. A conduta é sempre internar a criança, realizar uma TC, uma
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mastoidectomia e antibioticoterapia venosa (AMX+CLAV ou Cefuroxia ou


AMP+SULB).

Sinusite ou Rinossinusite: É uma complicação da rinofaringite.


• É classificada como viral autolimitada, bacteriana aguda (< 4 semanas),
subaguda (> 4 sem e < 12) e crônica (> 12 semanas).
• Etiologia semelhante à da Otite Media Aguda (S. pneumoniae, H. influenzae e
M. catarrhalis. No caso de sinusite crônica (Estafilococos coagulase negativo, S.
aureus, Estreptococos alfa hemolítico e anaeróbios).
• Ao contrario da criança maior e do adolescente, a criança com menos de 5
anos de idade não manifesta dor facial, cefaleia, edema e sensibilidade à
percussão da face. As manifestações mais comuns são a tosse e secreção
nasal, muitas vezes encarada como um resfriado comum que demora a
passar, com duração maior que 10 a 14 dias.
• A tosse é o principal sintoma de rinossinusite da infância e ocorre durante o
dia om piora durante a noite ou quando em posição supina. A secreção pode
ser clara ou purulenta.
• Em crianças o estudo radiológico dos seios da face é desnecessária.
Diagnóstico clínico.
• O tratamento é semelhante à OMA.
• Complicações: Celulite periorbitária e orbitária (mais grave)

Faringoamigdalites virais e bacterianas - Anginas:


• Caracteriza-se por eritema e pela presença ou não de exsudato amigdaliano,
ulcerações e vesículas.
• Em relação à etiologia, os agentes virais correspondem a 75% dos casos, e
menos comumente os bacterianos.
• Crianças menores que 3 anos, raramente apresentam doença bacteriana.
• Os principais vírus são o adenovírus (febre faringoconjuntival), o Virus Epstein-
Barr (mononucleose) e o Cocksackie A (herpangina). Entre os agentes
bacterianos destacam-se o estreptococo beta-hemolítico do grupo A (S.
pyogenes), mais comum na faixa etária dos 5 aos 15 anos.
• *A escarlatina é uma síndrome clinica que congrega faringoamigdalite
exsudativa com um exantema em lixa. As maiores preocupaçãos em relação
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à infecção com o estreptococo são as infecções a longo prazo como a febre


reumática e a GNDA, além das complicações supurativas.
• Podem ser classificadas como sendo eritematosas, eritamatopultáceas,
pseudomembranosas e ulcerosas.
• Infecções virais: Não costumam estar associadas à dor intensa e odinofagia.
Há a queixa de garganta coçando ou arranhando. A faringe apresenta-se
eritematosa e edemaciada.
• Adenovírus → Geralmente é mais intensa, com sintomas de mialgias,
cefaleias, calafrios, febre alta, por cinco a seis dias. A dor de garganta
é importante, assim como exsudatos e eritema da orofaringe. Um
achado muito frequente é o encontro de sintomas conjuntivais = Febre
faringoconjuntival.
• Coksackie A (Herpangina) → Pequenas vesículas no palato mole, úvula
e pilares amigdalianos anteriores. As lesões geralmente se rompem e
originam ulceras esbranquiçadas. Febre alta, dor de garganta e disfagia
estão presentes. O sorotipo 16 pode causar a doença mão-pé-boca.
• Epstein-Barr (Mononucleose) → ocorre febre, linfadenopatia cervical
e esplenomegalia. Quando o diagnostico não é realizado corretamente,
a prescrição de ampicilina dá origem a um exantema típico em 90%
dos casos.
• Infecções bacterianas: se inicia com queixas pouco especificas como cefaleia,
dor abdominal e mal-estar, além de febre de até 40ºC. Algumas horas depois
o paciente apresenta dor de garganta com intensidade variável. Ocorre
eritema da orofaringe acompanhado ou não de exsudato.
• O diagnóstico pode ser feito através de coleta de secreção com swab e
cultura ou teste de detecção rápida de antígenos estreptocócicos. O
leucograma não diferencia com confiabilidade entre infecções bacterinas e
virais, não sendo um dado laboratorial consistente.

• O tratamento das faringites agudas virais não necessita de terapia específica.


A antibioticoterapia deve ser usada na faringite estreptocócica. Ela previne a
febre reumática e as complicações supurativas se utilizada dentro dos
primeiros nove dias após o inicio do quadro. No entanto, não previne o
surgimento de GNDA. A antibioticoterapia leva à defervescência nas primeiras
24h de uso.
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• O antibiótico utilizado é a penicilina benzatina na dose única de 600.000 UI (<


27Kg) a 1.200.000 UI (>27Kg). Outra opção é a amoxicilina (50mg/Kg/dia de
8/8 horas por 10 dias). Eritromicina e Azitromicina podem ser usadas nos casos
alérgicos à penicilina.

• Complicações:
venoso (Penicilina ou AMOX-
• Abscesso periamigdaliano → é CLAV) + drenagem.
mais comum que o abscesso
retrofaríngeo. Ocorre com mais • Abscesso Retrofaríngeo →
frequência em adolescentes. O Menores que 4 anos; Febre,
quadro clinico é clássico, irritabilidade, disfagia, torcicolo;
caracterizado por intensificação da estreptococo + anaeróbio +
dor de garganta, surgindo intensa estafilococo (flora mista);
disfagia e trismo em grau variado. radiografia lateral do pescoço
O exame da orofaringe demonstra (aumento do espaço
um abaulamento inflamatório retrofaringeo); TC cervical é
unilateral com rechaço da amigdala confirmatória; internar
e da úvula para o lado oposto. imediatamente (Há risco de
Conduta: internação + ATB morte!!); ATB venoso (AMX-CLV)
+ Drenagem.

• *Indicações de cirurgia:
• Adenoidectomia + Amigdalectomia → Apnéia obstrutiva do sono,
Hipertrofia amigdaliana associada à cor pulmonale
• Amigdalectomia → Surtos agudos, intensos e frequentes, abscesso
peri-tonsilar, amigdalite crônica.
• Adenoidectomia → OMA recorrente, sinusite e nasofaringite de
repetição, hipertrofia adenoidiana provocando respiração tipo bucal,
voz hiponasal, obstrução nasal e secreção continua (Indicação absoluta).

Laringotraqueobronquite ou Crupe
• Afecção infraglótica.
• Vírus parainfluenzae em 75% dos casos. Outros: influenzae, adenovírus, VSR.
• A bacteriana é uma complicação da viral. O mais comum é o S. aureus.
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• A maioria dos pacientes tem entre 1 e 5 anos de idade e do sexo masculino.


• É a forma mais comum de obstrução das vias aéreas superiores.
• Inicialmente há uma tosse metálica (ladrante) com estridor inspiratório leve.
Evolui com piora da tosse, rouquidão, batimento de asa de nariz e retrações
costais. Sintomas são tipicamente piores à noite. É autolimitada cuja duração
média é de 3-5 dias.
• O diagnostico é feito quando tem-se uma criança pequena com historia
recente de um resfriado, evoluindo depois com a tríade: rouquidão + tosse
metálica + estridor (Sd. Crupe).
• Sinal da Torre na radiografia cervical em PA (estreitamento infraglótico).
• Faz diagnóstico diferencial com abscesso retrofaríngeo e peritonsilar.
• Tratamento:
• A maioria dos pacientes pode ser tratado em casa. O uso de vapor
quente ou frio interrompe o espasmo laríngeo e a dificuldade de
respirar.
• As crianças com a Sd. Do Crupe devem ser hospitalizadas na presença
de: epiglotite, estridor progressivo, estridor intenso em repouso,
dificuldade respiratória, hipóxia, cianose, depressão do sensório.
• Os casos mais graves devem ser tratados com nebulização com
adrenalina. O efeito da adrenalina dura apenas 2 horas. O emprego de
corticoide como a dexametasona e a budesonida é recomendado em
dose única na emergência. A conduta inicial é nebulizar com adrenalina
e já aplicar a dose de corticoide.
• Essas crianças devem ser observadas por 2-6h na emergência e se
houver melhora (desaparecimento do estridor em repouso), poderão
ser liberadas para casa com a orientação de uso do vapor úmido e
umidificação do ar.

Epiglotite:
• Afecção supraglótica.
• Antes da era vacinal o H. influenzae tipo B era a causa habitual. Atualmente, o
S. pyogenes, S. pneumoniae e S. aureus são os mais encontrados.
• Com o advento da vacinação contra o hemófilos B, a incidência de epiglotite
diminuiu bastante.
• Representa a forma mais grave de obstrução inflamatória aguda das vias
aéreas superiores. Tem instalação hiperaguda, com insuficiência respiratória
precoce.
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• Acomete crianças entre 2 e 5 anos de idade.


• Seu curso é fulminante, com febre alta, dor de garganta, sialorreia, dispneia,
obstrução respiratória rapidamente progressiva e prostração. Não há
rouquidão.
• Em questão de horas pode evoluir com obstrução completa das vias aéreas
e morte.
• A criança geralmente acorda no meio da noite com febre alta, afonia,
dificuldade respiratória e estridor. Costuma sentar-se pra frente com o
pescoço hiperestendido em posição de tripé. A boca permanece entreaberta
e a língua protusa.
• O padrão-ouro para o diagnostico é a visualização de uma epiglote vermelho-
cereja, grande e edematosa, por exame direto (laringoscopia).
• Na suspeita de epiglotite, a inspeção a orofaringe com um abaixador de língua
pode levar a um laringoespasmo reflexo seguida de parada cardiorrespiratória
e portanto deve ser evitada. A posição supina também deve ser evitada.
• Se o diagnostico for provável, devem-se tomar medidas imediatas para o
exame e controle das vias aéreas através de intubação traqueal ou
traqueostomia.
• A radiografia lateral cervical revela o “sinal do polegar”. Na pratica a radiografia
NÃO está indicada e a manipulação para o procedimento pode ser fatal.
• Confirmada a epiglotite, é fundamental a internação do paciente em UTI
pediátrica. Independente do grau de dificuldade respiratória, está indicada a
intubação traqueal ou traqueostomia.
• As crianças permanecem intubadas por 2-3 dias. Deve ser feita
antibioticoterapia parenteral com ampicilina-sulbactam ou amoxacilina-
clavulanato por 7-10 dias. Exames de sangue, como hemograma e hemocultura
devem ser solicitados, além de cultura das secreções faríngeas. A adrenalina
e os corticoides são ineficazes.
• Na traqueíte bacteriana, o paciente apresenta-se toxemiado e com febre alta.
O agente mais frequente é o S. aureus. Deve ser instituído intubação ou
traqueostomia e ATBterapia apropriada com amp-sulb ou amx-clav ou
cefuroxima.

Infecção de Vias Aéreas Inferiores


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Taquipnéia:
< 2 meses → > 60 irpm
2 – 12 meses → > 50 irpm
1 – 5 anos → > 40 irpm

Bronquiolite:
• É uma doença infecciosa, de etiologia predominantemente viral, mais incidente
em lactentes menores de 2 anos, que resulta na obstrução das pequenas vias
aéreas inferiores. A doença é mais grave entre o primeiro e o terceiro mês
de vida.
• É a causa mais frequente de hospitalizações em lactentes.
• O vírus sincicial respiratório (VSR) é o responsável por cerca de 50% dos
casos. Dentre os outros agentes destacam-se o parainfluenzae, influenza,
adenovírus e M. pneumoniae.
• Os principais fatores de risco são idade inferior a seis meses, baixo peso ao
nascer, prematuridade, doença pulmonar crônica, desnutrição, aleitamento
artificial.
• Há um pródromo com sintomas leves de vias aéreas superiores como
espirros e rinorréia. Gradualmente o quadro respiratório deteriora, com tosse
paroxística, dispneia e irritabilidade. A criança é sempre taquipnéica. O
exame físico é caracterizado pela presença de sibilos e prolongamento do
tempo expiratório.
• Radiografia → Sinais de hiperinsuflação e áreas de atelectasias
• Hemograma normal
• Diagnostico diferencial: Coqueluche, Fibrose cística, cardiopatias congênitas,
refluxo gastroesofágico, pneumonia bacteriana.
• Tratamento é de suporte com controle da temperatura, aporte hídrico e
nutricional, oxigênio, broncodilatadores, corticoides.

Coqueluxe:
• Curso e duração muito prolongados
• 3 fases: Catarral / Paroxística / Convalescença
• Tosse seca irritativa paroxística, em guincho, pior a noite
• Leucocitose com linfocitose
• Eritromicina 40-50mg/Kg/dia 6-6h, 14 dias
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Pneumonias:

Quadro clínico:
• Taquipnéia
• Pródromos catarrais
• Febre alta
• Tosse
• Sinais clássicos (nem sempre presentes)
▪ Aumento do frêmito toraco-vocal
▪ Macicez a percussão
▪ Diminuição do MV (estertor crepitante)
▪ Broncofonia

Sinais de Gravidade:
• Tiragem subcostal
• Batimento de asa de nariz
• Gemido
• Cianose

Indicações de internação hospitalar:


• Idade < 2 meses
• Sinais de gravidade
• Complicações
• Fatores de risco
• Falha terapêutica ambulatorial

Etiologias:
• RN < 3 dias → S. grupo B
• RN > 3 dias → S aureus
• < 1 ano → VSR / Clamydia ( 1 – 3 meses)
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• 1 – 5 anos → Virus / S. pneumoniae / H tipo B / Mycoplasma / S. aureus

Broncopneumonias → São mais frequentes. São encontradas mais comumentes em


pacientes imunocomprometidos, recém-nascidos, prematuros, lactentes menores
que 1 ano, desnutridos. Apresenta quadro radiológico com lesões que não respeitam
a segmentação pulmonar, podendo ser únicas ou múltiplas, dispersas ou confluentes,
de limites irregulares, uni ou bilaterais. No caso de pneumonia pelo S. aureus é comum
a presença de pneumatoceles e derrame pleural.

Lobares ou segmentares → Comprometem homogeneamente um lobo, lobos ou


segmentos pulmonares. São causadas pelo pneumococo. Podem ser visualizados
broncogramas aéreos. São mais frequentes em lactentes acima de seis meses de
idade e em crianças maiores.

Intersticial → São causadas por vírus (VSR) ou Mycoplasma, apresentando-se com


sinais de aumento da trama broncovascular, espessamente peribrônquico e
hiperinsuflação.

Virais:
• VSR; Crianças de 2 – 3 anos.
• É precedida de vários dias de sintomas respiratórios como tosse, coriza e
obstrução nasal. Leucometria com linfocitose.
• Diagnostico definitivo é o isolamento do vírus.
• Tratamento: em geral são necessárias apenas medidas de apoio.

Bacterianas:
• É uma doença incomum na ausência de uma doença crônica subjacente.
• Fibrose cística, agamaglobulinemia, fenda palatina, discinesia ciliar, SIDA, refluxo
gastroesofágico, anemia falciforme.

Pneumocócica:
• Crianças entre 6 meses e 5 anos.
• É a causa mais comum de infecção pulmonar bacteriana.
Resumo Elaborado por: Débora Martins da Silva
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• Calafrio seguido de febre alta, tosse e dor torácica em crianças maiores.


• Obstrução nasal, irritabilidade, redução do apetite em lactentes.
• Inicio abrupto de febre alta, inquietude, dificuldade respiratória, batimento de
asa de nariz, gemência, retrações intercostais, taquicardia, taquipnéia,
murmúrio vesicular diminuído, presença de estertores crepitantes.
• Leucometria elevada a custa de polimorfonucleares.
• Classicamente o padrão é pneumonia lobar com hepatização.
• Não convém realizar radiografias seriadas no curso da doença.
• O pneumococo é o principal agente causal de derrame pleural. O derrame é
parapneumônico na maioria das vezes.
• Tratamento com penicilina procaína dose única ou amoxicilina por 7-10 dias.
Casos graves com penicilina cristalina EV por 10-14 dias.

Estreptocócica:
• Os estreptococos o grupo A causam mais comumente doença limitada ao
trato respiratório superior. A pneumonia tende a ser uma complicação de
doenças virais como sarampo e varicela.
• As lesões pulmonares consistem em necrose da mucosa traqueobrônquica
com formação de úlceras.
• As manifestações clínicas são semelhantes as da pneumonia pneumocócica.
• A droga de escolha para o tratamento é a penicilina G benzatina por 2 – 3
semanas.

Estafilocócica:
• A pneumonia por S. aureus costuma ser grave e rapidamente progressiva,
com alta mortalidade. 30% dos pacientes tem menos de 3 meses de idade e
70% menos de 1 ano. O estafilococo não é causa habitual de pneumonia em
crianças hígidas.
• Geralmente causam broncopneumonia confluente com extensas aéreas de
necrose hemorrágica e áreas irregulares de cavitação. Pneumatoeles podem
estar presentes.
• O tratamento consiste em antibioticoterapia, drenagem da coleção purulenta
e oxigênio. Podem ser usadas a oxacilina, cefalotina ou clindamicina. Para os
resistentes à oxacilina usa-se a vancomicina. A duração total é de 21 dias.
Resumo Elaborado por: Débora Martins da Silva
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Mycoplasma:
• 2ª causa entre 6-18 anos
• Comum entre irmãos
• Broncopneumonia → inicio gradual de sintomas de IVAS
• Evolução longa (21 dias)
• Hemograma normal / VHS aumentado
• Raio x inespecífico → Padrão intersticial / Broncopneumonia
• Tratamento com Claritromicina / Azitromicina (Macrolídeo)

Tratamento:

A) Menores que 2 meses:


• SEMPRE hospitalar
• Antibiótico endovenoso
• AMPICILINA + AMINOGLICOSÍDEO / CEFALOSPORINA DE 3ª
GERAÇÃO

B) Maiores que 2 meses:

Apenas aumento da FR → AMBULATORIAL


• Amoxicilina 50mg/kg/dia, 12/12h, VO, 10 dias
• Reavaliar após 48 horas
• Se não melhorar, mas não piorar → AMX-CLV 10 dias

Presença de sinais de gravidade → HOSPITALAR


• Penicilina Cristalina 200.000 U/Kg/dia, IV, 6/6h, 14 dias
• Ampicilina 200mg/Kg/dia, IV, 6/6 horas

Presença de sinais de MUITA gravidade:


• Oxacilina + Ceftriaxone / Cloranfenicol
• Não melhora ou Piora → Complicação de PNM ou Imunodepressão → Pneumococo
resistente → Associar vancomicina + ceftriaxone.

Complicações:

Abscesso Pulmonar:
• Tosse, febre alta, taquipnéina, dispneia, vômitos, escarro purulento,
hemoptoicos, perda de peso.
Resumo Elaborado por: Débora Martins da Silva
Universidade de Santo Amaro - Unisa

• Rx é fundamental: Imagem arredondada > 2 cm, presença de nível


hidroaéreo, cavidade com paredes espessadas.
• Tratamento: P. cristalina + Clindamicina por 2 – 3 semanas

Pneumatoceles:
• Lesões císticas de conteúdo aéreo, de paredes finas
• Secundaria a pnm, trauma torácico, ou ventilação mecânica.
• Diagnostico pelo raio-x
• Maioria é assintomática
• Tratamento: Conduta conservadora. O tratamento para pnm resolve
o processo.

Asma Brônquica

Definição: é uma doença inflamatória crônica, caracterizada pela hiper-responsividade


das vias aéreas inferiores e por limitação variável ao fluxo de ar, sendo reversível
espontaneamente ou com tratamento, manifestando-se por episódios recorrentes
de sibilância, dispneia, aperto no peito e tosse, particularmente à noite e pela manha
ao despertar.

Epidemiologia: Predomina na infância, entre 7-10 anos. O principal fator de risco é a


atopia.

Repercussão funcional:
• Doença episódica, marcada pela exacerbação e remissão
• Volume residual e capacidade residual funcional aumentados →
Aprisionamento de ar
• Gasometria arterial → Hipocapnia e alcalose respiratória (Taquipnéia e
hiperventilação) + Hipoxemia
• VEF 1,0 encontra-se reduzido (<80%)
• VEF 1,0/CVF (índice de Tiffenau) < 75% em adultos e < 86% em crianças.

Critérios diagnósticos:

• VEF-1 < 80% do previsto e redução da relação VEF-1/CVF < 75% em adultos
e < 86% em crianças.
• Prova broncodilatadora positiva, ou seja, aumento em mais de 7% ou mais de
200ml do VEF-1 após a inalação de um beta-2-agonista de curta duração.
Resumo Elaborado por: Débora Martins da Silva
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• Teste provocativo positivo, ou seja, queda de mais de 20% no VEF-1 após a


utilização de baixas doses de agentes broncoconstritores.
• PEF (Peak Flow) com variação maior que 20% num período de 2-3 semanas,
com medidas diversas feitas pelo próprio paciente ou aumento do PEF em
mais de 15% após a inalação de um broncodilatador ou um curso de corticoide
oral por 2-3 semanas.

Classificação:
Gravidade Sintomas Espirometria
Despertares VEF- Variação
Diurnos Exacerbações
Noturnos 1 do VEF-1

Raros (<2x Raros (<2X >


INTERMITENTE Raras < 20%
semana) no mês) 80%
Afeta
PERSISTENTE > < 20-
Semanais Mensais atividades
LEVE 80% 30%
diárias
Afeta
PERSISTENTE 60-
Diários Semanais atividades > 30%
MODERADA 80%
diárias
PERSISTENTE <
Contínuos Diários Frequentes > 30%
GRAVE 60%
*A classificação é dada sempre pelo critério mais grave.
*Se o paciente possuir critérios para Asma Intermitente, mas possui exacerbações classificadas
como graves, a classificação é de Asma Persistente Moderada.

Fibrose Cística:

Doença genética, autossômica recessiva.


Alteração nos canais de cloreto transmembrana.
Múltiplas infecções de vias aéreas recorrentes + insuficiência pancreática
Diagnóstico:
• Teste do suor (dosagem do cloreto)
• Triagem neonatal (dosagem do tripsinogênio)
• Historia familiar positiva
Resumo Elaborado por: Débora Martins da Silva
Universidade de Santo Amaro - Unisa

Tratamento:
• ATB → Oxacilina + Amicacina + Ceftazidima
• Agentes mucolíticos
• Nebulização com salina 7%
• Lipase recombinante
• Vacinas (anti-pnm, anti-influenza, antivaricela)

Sd. de Kartagener:

Tosse Crônica, produtiva matinal, IVAS de repetição, TC de tórax com


bronquiectasias (semelhante a fibrose cística)

Tríade: SITUS INVERSUS + SINUSITES/OTITES CRÔNICAS + Dça Pulmonar levando


à bronquiectasias.

Diagnóstico:
• Exames de imagem (seios de face e tórax)
• Provas de função pulmonar (padrão de doença obstrutiva)
• Avaliação do óxido nítrico exalado (diminuído)

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