Você está na página 1de 35

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MANAUS – FAMETRO

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

MARINETE LIMA DA SILVA

BIBLIOTECA PARQUE

MANAUS - AM
2019
MARINETE LIMA DA SILVA

BIBLIOTECA PARQUE

Artigo Cientifico apresentado como requisito para


aprovação na disciplina de Fundamentos de
Trabalho de Curso – TCC I no Centro Universitário
de Manaus - FAMETRO.

Orientadora: Profa. Mirna Vitor

MANAUS - AM
2019
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 01 – Fachada Biblioteca Pública de Manaus..........................................pág.
Figura 02 – Fachada da Biblioteca Pública Municipal Juscelino Kubitschek.....pág.
Figura 03 – Fachada da Biblioteca Technicolor SEED Library..........................pág.
Figura 04 – Mapa localização bairro Adrianópolis em Manaus.........................pág.
Figura 05 – Mapa de uso e ocupação do solo...................................................pág.
Figura 06– Gráfico de uso e ocupação..............................................................pág.
Figura 07– Mapa de tipologia.............................................................................pág.
Figura 08– Mapa de gabarito.............................................................................pág.
Figura 09– Mapa de sistema viário....................................................................pág.
Figura 10– Mapa topografia...............................................................................pág.
Figura 11– Mapa estudos geoclimáticos............................................................pág.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CABE - Commission for Architecture and the Built Environment (Comissão para a
Arquitetura e o Ambiente Construído)

UNESCO - Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura


Sumário
RESUMO......................................................................................................................... 6
ABSTRACT .................................................................................................................... 7
INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 8
1 TEMÁTICA ............................................................................................................ 9
1.1 TEMA ........................................................................................................................ 9
1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA................................................................................... 9
1.3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA ....................................................................... 9
1.4 OBJETIVOS ............................................................................................................. 9
1.4.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 9
1.4.2 OBJETIVO ESPECÍFICO ................................................................................. 10
1.5 JUSTIFICATIVA DO PROJETO ........................................................................ 10
1.6 METODOLOGIA................................................................................................... 10
2 EMBASAMENTO TEÓRICO ............................................................................ 12
2.1 CARACTERISTICA DO OBJETO ESTUDADO .............................................. 14
2.1.1 BIBLIOTECA PÚBLICA ................................................................................... 14
2.1.2 ARQUITETURA ................................................................................................. 15
2.2 ESTUDOS DE CASOS......................................................................................... 16
2.2.1 ESTUDO DE CASO REGIONAL ..................................................................... 16
2.2.2 ESTUDO DE CASO NACIONAL ..................................................................... 17
2.2.3 ESTUDO DE CASO INTERNACIONAL......................................................... 17
3 ESCOLHA E JUSTIFICATIVA DO TERRENO ............................................. 19
3.1 HISTÓRICO DO BAIRRO ................................................................................... 19
3.2 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO ........................................................................... 22
3.3 TIPOLOGIA ........................................................................................................... 24
3.4 GABARITO DE ALTURA .................................................................................... 25
3.5 SISTEMA VIÁRIO ................................................................................................ 26
3.6 TOPOGRAFIA DO TERRENO ........................................................................... 27
3.7 ESTUDOS GEOCLIMÁTICOS ........................................................................... 27
3.8 VEGETAÇÃO EXISTENTE NO TERRENO ..................................................... 29
3.9 CONDICIOANANTES LEGAIS DO TERRENO .............................................. 30
3.10 CONDICIONANTES LEGAIS DO PROJETO ................................................ 33
4 ESTUDO PRELIMINAR .................................................................................... 34
4.1 PROGRAMA DE NECESSIDADES .................................................................... 34
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 35
RESUMO

A forma como o mundo ver as edificações arquitetônicas das bibliotecas públicas


pode também mudar o modo como elas são vistas pelos os usuários, ela tem que
ser arquitetada de forma útil, tem que despertar a curiosidade dos que a frequentam,
causando conforto. Utilizar os artifícios sociais e artísticos da arquitetura.
No passar do tempo as bibliotecas principalmente as que tem o termo público em
seus nome estão se tornando menos frequentadas.
O objetivo do trabalho é trazer de volta a influência exercida pela arquitetura das
bibliotecas públicas das cidades como exemplos neste, considera-se três
bibliotecas: Biblioteca pública de Manaus, Biblioteca Parque estadual e a biblioteca
Technicolor SEED Library.

Palavras-chave: Bibliotecas públicas. Estilo arquitetônico. Utilização dos Artifícios


Artísticos e Sociais.
7

ABSTRACT

The way the world sees the architectural buildings of public libraries can also change
the way they are seen by users, it has to be designed in a useful way, it has to
arouse the curiosity of those who attend it, causing some comfort. Use the social and
artistic artifices of architecture.
In the course of time libraries, especially those that have the public term in their
name, are becoming less frequented.
The objective of the work is to bring back the influence exerted by the architecture of
the public libraries of the cities as examples in this, considers three libraries: Library
of Manaus, State Park Library and the Technicolor SEED Library.

Keywords: Public libraries. Architectural style. Use of artistic and social artifices.
8

INTRODUÇÃO

O trabalho foi pensado na ideia em que estilo arquitetônico de um edifício pode


mudar na forma com que a comunidade pode veem. O projeto de uma biblioteca
parque com o sistema construtivo em container pode despertar o imaginário e assim
trazer novamente a comunidade ao tempo que não existia tecnologia e se
frequentava-as para pesquisas, estudos e muito mais.
Trazendo de volta o costume de utilização deste benefício público de interação
social.
9

1 TEMÁTICA
Projeto arquitetônico.

1.1 TEMA
Biblioteca parque.

1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA

Biblioteca projetada em um parque utilizando como material construtivo o


contêiner.
1.3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA
Biblioteca antigamente restringia-se ao público que tinha formação, hoje já
acolhe a sociedade que vai a esse local em busca de informação e conhecimento.
Com o avanço da tecnologia a sociedade está buscando conhecimento e
informações em bibliotecas virtuais e cada vez menos sentindo a necessidade de se
locomoverem a uma pública.
É um local onde deve-se esta livros, revistas, jornais e etc, limpos e organizados
e de fácil acesso. Com uma localização acessível, longe de tantas burocracias que
só dificultam o interesse da população a essa edificação.
O edifício arquitetônico atrativo das bibliotecas públicas poderiam ser um dos
motivos a qual as mesmas estão sendo cada vez menos frequentadas pela
população e qual o perfil dos usuários?

1.4 OBJETIVOS

1.4.1 OBJETIVO GERAL

Projetar uma biblioteca com um sistema construtivo diferenciado, inserida em


um ambiente em que os usuários sintam-se convidados a frequentar este local
arquitetonicamente pensado para ler e relaxar.
10

1.4.2 OBJETIVO ESPECÍFICO

● Utilizar de um terreno a qual foi desmatado pra criação de um supermercado


que não foi construído, dando uma função em prol do retorno das pessoas a
bibliotecas para convivência e lazer;
● Projetar um lugar público que proporcione conforto na hora de pesquisar e
estudar;
● Dar uma função a uma área que foi desmatada;
● Usar de um sistema construtivo sustentável de obra limpa;
● Promover acessibilidade a todos os usuários que pretendem não somente ler,
mas também visitar um ambiente interessante.

1.5 JUSTIFICATIVA DO PROJETO

A elaboração do projeto com a temática biblioteca parque foi inspirado na ideia


de que incentivaria a população manauara voltarem a frequentar bibliotecas,
promovendo a inclusão social.
Manaus tem um número considerável de bibliotecas contando com as que estão
em faculdades e as públicas.
A biblioteca parque construída com contêiner tem como intuito a recuperação de
uma área degradada em frente ao shopping Manauara.

1.6 METODOLOGIA

Foi utilizada uma abordagem qualitativa nas pesquisas abordadas para


realização do trabalho. Sem o uso de métodos estatísticos, e sim baseado modo de
convivo social da comunidade do entorno, para tentar compreender a dinâmica do
convívio comum neste ambiente, buscando a solução para o retorno mais assíduo
desta edifício como centro de pesquisa em livros, além dos meios tecnológicos.
Segundo o livro do psicólogo Serge Moscovici “A Psicanálise, sua imagem e seu
público”, a individualidade de um objeto pode ter perspectiva coletiva, tendo as
formas de conhecimento compartilhada pois o simbologia da visão de uma biblioteca
11

pode ter sentidos diferentes. Com esses estudos pode ser realizado no trabalho uma
projeto a qual chame a atenção de toda a população que tem visão simbólica
diferente de uma biblioteca com o seu arquitetônico diversificado e relaxante.
12

2 EMBASAMENTO TEÓRICO

Biblioteca é um espaço virtual ou concreto, esse nome vem grego que significa
“deposito de livro”, possuem vários estilos: nacionais, privadas, publicas,
universitária, escolares, profissionais, particulares. Desde o século passados são
registrados fatos históricos e científicos em pergaminhos, placas de argilas entre
outros, afim de guardar esses registros foram criadas as bibliotecas que tinha
acesso somente pessoas com autorização e também tinham as bibliotecas de
mosteiros.

Segundo relatos de Wilson Martins no livros A Palavra Escrita, as bibliotecas


são bem mais antigas que os livros.

“Tendo, pois, aparecido antes do livro e do manuscrito , a biblioteca exige um estudo


anterior ao do livro propriamente dito e de seus ancestrais , os rolos de papiro e de
pergaminhos. A sua colocação no inicio da primeira parte de um estudo que trata do
“livro manuscrito” e do “livro impresso”, impunha-se, de toda evidência, pela própria
natureza histórica do problema.”

Segundo artigo de Antônio Carlos Pinho e Ana Lucia Machado, perto do século
I a. c. os romanos mais abastados começaram a criar bibliotecas particulares com
obras gregas e latinas. Após a propagação do papel no XIV e o surgimento da
tipografia, que possibilitaram a fabricação em série e as bibliotecas passaram a ter
caráter público e para leigos.
Com o crescimento das universidades e escolas o números de pessoas que
buscam informação aumentou, assim criando a necessidades de edificações ou
salas voltadas e essa pratica de pesquisa. Porém, existe uma vertente em relação
pois também bem crescendo o avanço da tecnologia.

“Os serviços da biblioteca pública devem ser oferecidos com base na igualdade de acesso
para todos, sem distinção de idade, raça, sexo, religião, nacionalidade, língua ou condição
social. Serviços e materiais específicos devem ser postos à disposição dos utilizadores[...].
Todos os grupos etários devem encontrar documentos adequados às suas necessidades. As
coleções e serviços devem incluir todos os tipos de suporte e tecnologias modernas
apropriados assim como fundos tradicionais. É essencial que sejam de elevada qualidade e
adequadas às necessidades e condições locais. As coleções devem refletir as tendências
atuais e a evolução da sociedade, bem como a memória da humanidade e o produto da sua
imaginação.” (Manifesto da UNESCO sobre Bibliotecas Públicas,1994).
13

O intuito da UNESCO ao publicar esse manifesto enfatiza o objetivo desse


serviço oferecido a sociedade como conhecimento sem censura, citando a biblioteca
pública como porta de acesso ao conhecimento.

“A liberdade, a prosperidade e o desenvolvimento da sociedade e dos indivíduos são


valores humanos fundamentais. [...] A participação construtiva e o desenvolvimento da
democracia dependem tanto de uma educação satisfatória, como de um acesso livre e sem
limites ao conhecimento, ao pensamento, à cultura e à informação.” (Manifesto da
UNESCO sobre Bibliotecas Públicas,1994).

De acordo com o CABE - Commission for Architecture and the Built


Environment (Comissão para a Arquitetura e o Ambiente Construído), as bibliotecas
tem que desenvolver sua própria gama de particular de serviços, como por exemplo,
terão que ter parcerias com outros serviços, uma adaptação do leiaute e projeto é
um fator chave, promover os serviços essências de bibliotecas, que elas se tornarão
centro de comunicação para a população em movimento, o quão importante os
serviços para crianças se tornaram.

No século XVIII com a mudança do cotidiano e industrialização das cidades a


classe alto daquela época sentiu a necessidade de um espaço para passear,
saudável e distração ao ar livre surgiram os parques e praças. Segundo o Portal
Educação a necessidade real de parques urbanos surgiu em 1950, tendo como
função de “pulmão verde”, para repouso, descanso etc.

A nova tendência de constrição limpa e sustentável é o uso do container,


essa ideia surgiu em 1990 na Inglaterra, como meio sustentável para utilização de
containers marítimos, assim amenizados apenas seu descarte depois de sua vida
útil para o transporte de cargas.
Assim, as edificações que usam esse material como construtivo causam menos
impacto ambiental, é uma obra rápida e limpa não produzindo entulhos, a
movimentação de terras é menor pois não se tem a necessidade de fundações como
as tradicionais, pois segundo Archtrend, ele se firma no solo apoiado em quatro
pontos estruturais nos cantos e dois no meios, chamados de sapatas.
Essa estrutura além de sustentável pode ser transferida de um local para o outro, o
custo de um empreendimento construído com container tem um custo mais baixo,
podem ser empilhados assim contendo mais de um pavimento. Mas essas
construções também precisam de cuidados ao serem manuseados como a limpeza
antes de seu uso na construção.
14

2.1 CARACTERISTICA DO OBJETO ESTUDADO

2.1.1 BIBLIOTECA PÚBLICA

As instituições tem como definições o intuito cultural e social. Tendo como o


objetivo principal fornecer, tratar e distribuir a informação para quem a procura,
disponibilizando livros e demais dispositivos de pesquisa.

Além do manifesto criado pela Unesco, tem também a Declaração Geral das
Normas, de 1958, as Normas para a Construção de Bibliotecas Públicas, de
1959, e mais tarde, em 1982, a Declaração de Caracas sobre a Biblioteca
Pública. Segundo essa Declaração que dizem o real dever das bibliotecas
públicas.

Aparo legal:
a) Indicação n. 33/80 do Conselho Estadual de Educação do Estado do Rio
Grande do Sul. Indica medidas para a organização e o funcionamento de
Bibliotecas nas escolas de 1º e 2º graus do Sistema Estadual de Ensino.
(ANEXOC);
b) Lei Estadual n. 8.744, de 9 de novembro de 1988. Cria o Plano de Expansão
da Rede de Bibliotecas de Escolas Públicas, estabelece o horário semanal de
leitura nas escolas do Sistema Estadual de ensino e dá outras providências.
(ANEXO D);
c) Constituição do Estado do Rio Grande do Sul, de 3 de outubro de
1989.Segundo estabelecido pelo Artigo 218: “O Estado manterá um sistema de
bibliotecas escolares na rede pública estadual e exigirá a existência de
bibliotecas na rede escolar privada, cabendo-lhe fiscalizá-las.”;
d) Lei n. 9.608, de 18 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre o serviço voluntário e
dá outras providências. Inclui modelo de Termo de Adesão de Voluntariado.
(ANEXOS E e F);
e) Indicação n. 35/98 do Conselho Estadual de Educação do estado do Rio
Grande do Sul. Acrescenta os subitens 4.1.3, 4.1.4 e 4.1.5 ao item 4 da Indicação
CCE n. 33, de 04 de junho de 1980. (ANEXO G);
f) Lei Estadual n. 11.670, de 19 de setembro de 2001. Estabelece a Política
Estadual do Livro e dá outras providências. (ANEXO H);
g) Lei Federal n. 10.753, de 31 de outubro de 2003. Institui a Política Nacional do
Livro. (ANEXO I);
h) Decreto n. 43.036, de 20 de abril de 2004. Dispõe sobre a aplicação da Lei
n.11.670, de 19 de setembro de 2001, que estabelece a Política Estadual do
Livro e dá outras providências. (ANEXO J);
i) Lei Federal n. 12.244, de 24 de maio de 2010. Dispõe sobre a universalização
das bibliotecas nas instituições de ensino do País. (ANEXO K);
j) Ordem de Serviço n. 04/2012/SEDUC, de 23 de novembro de 2012.
[Determinações para o procedimento de descarte dos livros didáticos oriundos do
Programa Nacional do Livro Didático (PNLD)]. (ANEXO L).
15

2.1.2 ARQUITETURA

A arquitetura pode conter várias interpretações, podem ser vista por uns
como uma forma de arte e para outros como uma ciência.
O arquiteto e urbanista tinha uma definição esplendida sobre arquitetura a qual
diz:

Arquitetura é antes de mais nada construção, mas, construção


concebida com o propósito primordial de ordenar e organizar o
espaço para determinada finalidade e visando a determinada
intenção. E nesse processo fundamental de ordenar e
expressar-se ela se revela igualmente arte plástica, porquanto
nos inumeráveis problemas com que se defronta o arquiteto
desde a germinação do projeto até a conclusão efetiva da obra,
há sempre, para cada caso específico, certa margem final de
opção entre os limites – máximo e mínimo – determinados pelo
cálculo, preconizados pela técnica, condicionados pelo meio,
reclamados pela função ou impostos pelo programa, – cabendo
então ao sentimento individual do arquiteto, no que ele tem de
artista, portanto, escolher na escala dos valores contidos entre
dois valores extremos, a forma plástica apropriada a cada
pormenor em função da unidade última da obra idealizada.
(COSTA, 1952, p. 5).
16

2.2 ESTUDOS DE CASOS

2.2.1 ESTUDO DE CASO REGIONAL

Figura 01 – Fachada Biblioteca Pública de Manaus

Fonte: http://manausagil.com/biblioteca-publica-do-amazonas

A biblioteca pública de Manaus possui um estilo neoclássico foi inaugurada


em 5 de outubro de 1910 no governo de Antonio Constantino Nery, o material
construtivo foi de alvenaria e possui alguns objetos internacionais, como as colunas
que vieram da Escócia, os lustres de cristais e a claraboia de telhas vieram da
Inglaterra.
Antigamente a biblioteca era frequentada pela elite cultural e social da época,
professores, advogados, médicos, magistrados, sacerdotes e comerciantes. E hoje
em dia ela é frequentada por todas as classes sócias como estudantes,
pesquisadores e professores fazem a leitura do seu acervo literário. Podendo ser
encontrado acervos antigos da época.
17

2.2.2 ESTUDO DE CASO NACIONAL

Figura 02 – Fachada da Biblioteca Pública Municipal Juscelino Kubitschek

Fonte: http://mapas.cultura.gov.br/espaco/14590

A Biblioteca Pública Municipal, inaugurada em 10 de novembro de 1940, na


sede da Associação Comercial, Industrial e Agropecuária, na Av. Joao Pinheiro e em
1976, foi transferida para a antiga rodoviária no o edifício reformado.
A biblioteca possui serviços diferenciados e acessíveis como Ônibus-
Biblioteca, que utiliza o transporte público e trafega em um roteiro de trafego nos
bairros para doar ou emprestar livros e a biblioteca possui livros traduzidos em
braile.
Hoje a biblioteca tem um total de 33.504 e um total de 41.320 exemplares e a
biblioteca possui dois pavimentos com uma construção de alvenaria.

2.2.3 ESTUDO DE CASO INTERNACIONAL


Figura 03 – Technicolor SEED Library
18

A biblioteca SEED é um exemplo de custo benefício e construção sustentável


voltado para aprendizagem e divertimento da capital Johannesburg na África do Sul,
a biblioteca já se presta a atuar como um protótipo a ser produzido em outros locais
com recursos financeiros restritos.
A biblioteca é composta por containers, foi projeta para serem posicionados
perpendicularmente um ao outro. Os containers pintados de verde e cinza são salas
para leitura e estudo, além de ter um espaço para leitura ao ar livre. A biblioteca
possui também um deck no térreo para ser utilizado para palestras, palestras
escolares e coaching.
Esta biblioteca é composta dos fundamentos de uma biblioteca escolar, ela
deve ser acessível para todos, pois ela pode ser transportada e inserido em outra
escola, no entanto que o financiamento ou o patrocínio de transporte estejam de
acordos.
Technicolor SEED Library é um exemplo prático de um lugar estimulante,
que não só abriga o conhecimento, mas por ter um ser um projeto simples e ousado
traz inspiração para muitos alunos em sua forma através do uso da cor, forma, luz,
espaço exterior, imaginativo e inventivo, dá ao usuário uma experiência inspiradora
ao acessá-lo.
19

3 ESCOLHA E JUSTIFICATIVA DO TERRENO

O terreno foi escolhido devido ao fato de ser uma área a qual foi desobstruída
para uso de um supermercado, mas acabou não sendo realizado o projeto e
assim se tornando um lugar sem uso. Projetando uma biblioteca parque, além de
dar um uso a esse solo vai ter a utilização de elementos sustentáveis. 1

3.1 HISTÓRICO DO BAIRRO

Figura 04 – Mapa localização bairro Adrianópolis em Manaus

Fonte: www.pt.wikipedia.com

Segundo jornal do commercio o bairro surgiu início no século passado e foi


denominado como Vila Municipal, recebeu o nome de Adrianópolis posteriormente
em 1920 originário do renomado médico Adriano Jorge, que possuía residência
fixa na área desse bairro, área habitada pela classe média alta da época, com
uma superfície de 246.0 hectares.

É possível remeter o visitante aos tempos antigos do bairro ao trafegar pela


Recife, sua principal avenida de acesso e observar às imensas castanheiras e
árvores frutíferas que fazem parte do mesmo cenário que compreende o terreno
colado a antiga indústria da Beta. Em frente, a sede da Secretaria de Agricultura do
Estado preserva a mesma cena.

Adrianópolis antes de o progresso atravessar suas veredas e caminhos de terra


batida, era um lugar aprazível de árvores frondosas como as mangueiras,
castanheiras, sapotis, jacas e cajás, além das inúmeras palmeiras. A necessidade
de se expandir o perímetro urbano da cidade, logo podia se observar que estava
nascendo mais um bairro e bem próximo do centro comercial. A partir deste novo
prisma, deixa de ser a imensa área verde e cede lugar para a modernização.
Rebuscando o passado, no trecho que compreende a atual praça da vila ou Nossa
20

Senhora de Nazaré funcionava o ponto final dos bondes que circulavam no percurso
que cortava o bairro da Cachoeirinha. O lugar por vários anos servia aos finais de
semana para as famílias passearem de charrete ou a pé. Na carta cadastral da
cidade e arredores de Manaus, na época do governo Eduardo Ribeiro, o plano piloto
chegava até o Boulevard Amazonas, não constando a Vila Municipal, já que toda
aquela extensão era formada apenas por bosques, chácaras e sítios particulares.
Somente na administração municipal de Arthur Araújo que surge a ideia de avançar
no sentido de expandir o perímetro da cidade para o norte, a partir da criação de
uma vila, formada por pequenos lotes agrícolas. O projeto foi elaborado pelo
engenheiro João Carlos Antony, no entanto, pelo excesso de trabalho não pode
realizar sua execução, passando a responsabilidade para Lopo Gonçalves Basto
Netto que dividiu a área em lotes, abertura das ruas e a construção da praça. Há
informações históricas de que a imensa área que compõem o bairro de Adrianópolis
pertencia aos herdeiros do finado capitão de mar e guerra, Nuno Alves Pereira de
Mello Cardoso, adquirido em 1890, pela Intendência Municipal.

Quando em 1909 iniciava em Manaus a expansão de rede elétrica nos subúrbios,


a Vila Municipal recebe em alguns pontos iluminação de boa qualidade. Foi dado
início também neste momento, o serviço de capinação da área. Dez anos mais
tarde, em 1919, o superintendente Antônio Ayres de Almeida Freitas, dá a Vila
Municipal uma outra visão criando através do Decreto nº 14, do dia 13 de junho do
mesmo ano a Feira Livre. Nesta feira se comprava e se vendia todos os produtos
relativos à pecuária e a agricultura, além de produtos de consumo. A feira
funcionava todos os domingos, com suas barracas isentas de qualquer taxa ou
imposto. Um dos primeiros bairros a receber iluminação elétrica, o Adrianópolis é
hoje uma parte da cidade muito bem cuidada, com locais aprazíveis, servindo de
ponto de reunião da sociedade local. A praça Nossa Senhora de Nazaré, no coração
do bairro e de frente para a igreja que congrega a fé dos católicos na santa
padroeira. No governo de Basílio Franco de Sá, foi inaugurada a rua Maceió. Neste
período o bairro está em plena ascensão, apesar da praça não passar de uma
grande área descampada. Por volta de 1934 aconteceu uma reforma na praça,
quando foram construídos valetas e um pavilhão rústico que levou a praça do bairro
receber o nome de Salvador.

Ainda nos primeiros anos do século 20, Adrianópolis começava a mudar de cara
recebendo os primeiros sinais de transformação. Seguindo o estilo europeu, suas
ruas receberam tratamentos especiais com o alargamento, asfalto e pavimentação.
Os trilhos que serviam de passagem para os bondes foram sendo cobertos pelo
concreto levando com eles a memória do lugar.

O curioso é que nasceu um bairro, com um sentimento bem brasileiro, tanto que
suas ruas recebem os nomes das mais expressivas capitais brasileiras, entre elas
estão a Maceió, Natal, São Luiz, Fortaleza, Terezina e Recife. Todas datadas de 12
de maio de 1901, de acordo com a lei nº243 do mesmo ano. Adrianópolis ao longo
de sua urbanização vem decrescendo em nível populacional. Em 1996, por exemplo,
o bairro tinha 9.561 moradores. Em 2000 pela mesma estatística do IBGE tem
apenas 9.150. O que se leva a crer este desnível, foi o crescimento de
estabelecimentos comerciais no bairro. Localizado na Zona Centro-Sul, inicia no
21

cruzamento da avenida Álvaro Maia com a rua Major Gabriel cortando pela parte
Norte do bairro Nossa Senhora das Graças e vizinho dos bairros do Aleixo, São
Francisco, Cachoeirinha e Parque 10 de Novembro, constituiu em menos de três
décadas um nicho comercial de compra e venda nos setores gastronômico,
educacional e de lazer e entretenimento para as classes média e alta. Ao longo das
duas principais vias do bairro, a Paraíba e Recife, há uma diversidade de serviços à
disposição da comunidade. Na Paraíba, por exemplo, existem escolas, condomínios
de luxo como o Portal do Caribe, postos de gasolina, escolas particulares que vão
desde a pré-escola até o ensino médio, entre outros estabelecimentos.
22

3.2 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

As atividades de uso e ocupação do solo do entorno do terreno são residenciais


serviços, comerciais, institucionais e industriais. As atividades residenciais são
unifamiliares e multifamiliar.

Figura 05 – Mapa de uso e ocupação do solo

Fonte: Marinete - AutoCad


23

O gráfico abaixo demostra o entorno do terreno, existe uma predominância de


residências, mas na avenida principal onde está locado o terreno temos hospital,
shopping, hotéis e instituições de ensino.

Figura 06– Gráfico de uso e ocupação

Uso e ocupação do solo


5
4,5
4
3,5
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
Categoria 1

Residencial Comercio Institucional Industrial


24

3.3 TIPOLOGIA
Com base no levantamento realizado a maioria das edificações são de alvenaria
(na cor verde) e mista (na cor azul), e integram a maior área na ocupação do bairro e
ainda ocupam as principais áreas e vias mais planejadas.
Figura 07– Mapa de tipologia

Fonte: Marinete – AutoCad


25

3.4 GABARITO DE ALTURA


O Coeficiente de Aproveitamento é um número que, multiplicado pela área do
lote, indica a quantidade máxima de metros quadrados que podem ser construídos
em um lote, somando-se as áreas de todos os pavimentos. No bairro Adrianópolis o
gabarito de altura é de verticalização alta e média.

Figura 08– Mapa de gabarito

Fonte: Marinete - AutoCad


26

3.5 SISTEMA VIÁRIO


A área pertencente ao bairro Adrianópolis conta com as principais avenidas, como
a Av. André Araújo, Av. Ephigênio Salles, Av. Humberto Calderaro. Podemos ver no
mapa de sistema viário abaixo, no entorno encontra-se vias arteriais, vias coletoras,
e vias locais. Existe uma parada de ônibus se encontra bem em frente ao terreno
escolhido.

Figura 09– Mapa de sistema viário

Fonte: Marinete - AutoCad


27

3.6 TOPOGRAFIA DO TERRENO


O terreno já teve movimentação de terra pois já havia sido iniciado uma obra no
local que seria um supermercado, mas a obra parada e encontra-se em desuso.

Figura 10– Mapa topografia

Fonte: Marinete - AutoCad

3.7 ESTUDOS GEOCLIMÁTICOS


Conforme mapa abaixo as fachadas 02 e 01 são as fachadas recebem insolação
numa parte diária no ano todo, sendo que as fachadas 03 e 04 a insolação acontece
meio ano para um lado e meio ano para o outro lado do terreno sendo que a fachada
4 por ser inclinada recebe uma insolação maior diária na metade do ano.

Período do ano Face 01 Face 02 Face 03 Face 04


Sem insolação
Solstício de inverno 6:15 – 17:40 11:00 – 17:40 6:15 – 11:00
direta

Equinócio 6:00 – 12:00 12:00 - 18:00 12:00 – 18:00 6:00 – 12:00

Sem
Solstício de verão insolação 12:30 – 18:15 05:50 – 18:15 05:50 – 12:30
direta
28

Figura 11– Mapa estudos geoclimáticos

Fonte: Marinete - AutoCad


29

3.8 VEGETAÇÃO EXISTENTE NO TERRENO


No terreno não possui vegetação existente, conforme imagens abaixo:
30

3.9 CONDICIOANANTES LEGAIS DO TERRENO

Plano Diretor da Cidade Manaus - Com a LEI COMPLEMENTAR Nº003, DE 16


DE JANEIRO DE 2014
Que dispõe sobre o código de obras e edificações do município de Manaus e
dá outras providencias.

Art. 1º Fica instituído o Código de Obras e Edificações do Município de


Manaus, constituindo-se em instrumento de caráter urbanístico do Plano Diretor e
Ambiental de Manaus.

Art. 2º Este Código tem por objetivo garantir condições adequadas de


habilidade, principalmente no que se refere à segurança e à salubridade dos
espaços construídos, por meio da definição de normas e procedimentos para a
elaboração de projetos, licenciamento, execução, utilização e manutenção das obras
e edificações, públicas ou privadas, em todo o território municipal.

Art. 3º Ficam estabelecidas as seguintes diretrizes gerais que norteiam a


formulação e a aplicação deste código:

I-Subordinação do interesse particular ao interesse público;


II-Primazia das condições de segurança, saúde, higiene, salubridade e
qualidade ambiental nas edificações;
III-Garantia de condições de acessibilidade, circulação e utilização das
edificações, especialmente as de uso público, com autonomia e segurança para uso
de cidadãos com deficiência e mobilidade reduzida.
IV-Promoção da boa estética arquitetônica, urbanística e paisagística da
cidade;
V- Garantia de condições de proteção às edificações integrantes do
patrimônio cultural de Manaus, de forma a evitar a sua destruição,
descaracterização, degradação ou ocultação.
31

LEI COMPLEMENTAR Nº 002, DE 16 DE JANEIRO DE 2014

Art. 94. Poderá haver dispensa do pagamento de valor de contrapartida na


outorga do direito de construir ou na alteração do uso nos seguintes casos:
I - Edificações que integram programas de habitação de interesse social
executados pelo Poder Executivo ou com sua anuência, desde que localizados em
Área de Especial Interesse Social estabelecida por lei específica;
II - Edificações localizadas em subsetor do Sítio Histórico, nas quais, quando
necessário, deverão ser promovidas a reabilitação e a qualificação ambiental da
área;
III - entidades sem fins lucrativos, devidamente certificadas na forma da
legislação específica

Segue o quadro de anexo de desconto.

Na lei do uso e ocupação do solo; anexo VIII enquadramento de atividades

Art. 95. Os recursos obtidos com a outorga onerosa do direito de construir ou


de alteração de uso serão destinados ao Fundo de Desenvolvimento Urbano e
plicados na promoção de ações urbanísticas, fundiária ou programas habitacionais
nas áreas de especial interesse social, observado o Estatuto da Cidade

LEI Nº1.838, DE 16 DE JANEIRO DE 2014

Dispõe sobre as normas de uso e ocupação do solo no Município de Manaus


e estabelece outras providências.
32

Art. 1º As normas de uso e ocupação do solo no município de Manaus


passam a vigorar na forma estabelecida nesta lei, tendo por pressuposto a utilização
do potencial de adensamento das áreas territoriais mediante os seguintes critérios:

I- Quadro de intensidade de ocupação por setores urbanos;


II- Quadro de intensidade de ocupação por setores urbanos;
III- Quadro de intensidade de ocupação por zonas de transição; (...)

I- A preservação das áreas de proteção e de fragilidades ambientais,


incluídas as nascentes e as margens dos cursos d’água, as unidades
de conservação os fragmentos florestais e as áreas de fundo de vales;
33

3.10 CONDICIONANTES LEGAIS DO PROJETO


 NBR 9050 – Acessibilidade a Edificações, mobiliário, espaços e
equipamentos urbanos.
Objetivo:
Esta norma fixa condições para que todas as pessoas tenham acesso a um
ponto ou a um lugar.

 NBR 10151 – Acústica – Avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o


conforto da comunidade – Procedimento
Objetivo:
Esta Norma fixa as condições exigíveis para avaliação da aceitabilidade do
ruído em comunidades, independentemente da existência de reclamações.

 NBR 6492 – representação gráfica de projetos de arquitetura


Objetivo:
Esta norma fixa as condições preceituais para representações gráfica de
projetos de arquitetura, certificando a sua boa compreensão.

 IT – Instrução Técnica Nº 11/2004 – Saídas de Emergência


34

4 ESTUDO PRELIMINAR

4.1 PROGRAMA DE NECESSIDADES

 Acervo de livros
 Gibiteca
 Serviço de atendimento e orientação ao usuário
 Sanitários
 Sala para funcionário
 Área leitura
 Área de manutenção e restauro
35

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Jornal do commercio, HISTORICO DOS BAIRROS DE MANAUS


https://www.ebah.com.br/content/ABAAAgVj8AC/bairros-manaus-historico?part=2

IFLA, Manifesto DA IFLA/UNESCO SOBRE BIBLIOTECAS PÚBLICAS 1994.


Artigo sobre a HISTORIA DAS BIBLIOTECAS. Disponível em:
http://www.slinestorsantos.seed.pr.gov.br/redeescola/escolas/11/2590/17/arquivos/Fi
le/Biblioteca/bibliotecaorigem.htm. Acesso em: 18 de março de 2019.

https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/conteudo/historia/59681
https://archtrends.com/blog/construcao-em-container/

BUXTON, PAMELA. Manual do arquiteto. Planejamento, dimensionamento e


projeto. Quinta edição, 2017.
http://mapas.cultura.gov.br/espaco/14590/

https://minhacasacontainer.com/2014/11/06/um-biblioteca-de-container-na-africa-sul/

https://architectsofjustice.com/portfolio-items/shipping-containers-library/

http://manausagil.com/biblioteca-publica-do-amazonas/

MARTINS, WILSON. A Palavra Escrita. História do Livro, da imprensa e da


biblioteca. Terceira edição.

COSTA, Lucio. Considerações sobre arte contemporânea. Rio de Janeiro:


Departamento de Imprensa Nacional, 1952. 37 p. (Os Cadernos de Cultura).

Você também pode gostar