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POLÍTICA INTERNACIONAL

PROFESSOR TANGUY BAGHDADI

 Sugestão de leitura: CERVO, Amado & BUENO, Clodoaldo. História da Política Exterior do Brasil. Brasília: Editora UNB,
2002. Capítulo: Alinhamento e desenvolvimento associado (1946-1961). P. 269-307.

AULA 01- PEB I


Objetivo: Esta aula tem por objetivo apresentar as principais estratégias e iniciativas da política externa brasileira nos governos
Dutra, Vargas e JK (1946-1960). Compreender as bases da inserção internacional do Brasil no mundo pós-II GM, enfatizando a
relação com os Estados Unidos em um contexto inicial de Guerra Fria. Conhecer conceitos como “alinhamento sem
recompensas”(Gerson Moura) e iniciativas como a Comissão Mista Brasil-EUA e a Operação Pan-americana (OPA), entre outras.
Entender as razões do rompimento de relações com a URSS e as bases da relação com os Estados Unidos.

Dois grades paradigmas: conjunto de formas de como lidar com algo.

1. PARADIGMAS DE ATUAÇÃO DA POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA

A Política Externa Brasileira (PEB), ao longo de sua história republicana, costuma ser organizada em dois grandes paradigmas,
que são um conjunto de formas de atuação ao lidar com determinado tema. Estes paradigmas da PEB são assim
organizados com o intuito de orientar a análise da própria PEB em cada uma de suas fases. Nesse sentido, podemos
identificar as fases da PEB sob os paradigmas do americanismo e do globalismo.

1.1 AMERICANISMO

Não sobre o continente AMERICANO, mas os USA. Aproximar dos USA. Vários momentos isso aconteceu. Há
duas formas de interpretar esse Americanismo.
Em outras palavras, este paradigma significa que, em determinados momentos da história do Brasil, podemos
perceber um vínculo com as ideias que partem dos Estados Unidos e um entendimento de que o melhor para o
Brasil é buscar uma aproximação com os Estados Unidos, que passam a ser uma referência para a PEB. Nesse
sentido, há duas maneiras de interpretar esse americanismo.

1.1.1 AMERICANISMO PRAGMÁTICO (tradicional)

Pragmático: foca no objetivo final, resultado, qualquer objetivo nacional que seja ele:
comércio, desenvolvimento.
Brasil interopretou que a melhor maneira de cumprir o intetesse BR é se Aproximar dos
USA.

Algo que é pragmático é algo que foca no objetivo final, sem ideologias. Em outras palavras, há
um objetivo nacional que precisa ser cumprido, e para isso procura-se interpretar a melhor
maneira para conseguir cumprir esse objetivo (esse objetivo nacional pode mudar de acordo
com o momento histórico, que pode ser ora expandir o comércio, ora promover o
desenvolvimento industrial, ora conquistar um acento nos órgãos multilaterais, etc.).
Assim, em determinados momentos da história, o Brasil interpretou que a melhor maneira de se
alcançar o objetivo nacional seria se aproximar dos EUA. Os EUA seriam o caminho mais efetivo
de se cumprir o objetivo nacional.

Essa é a forma mais clássica e tradicional de americanismo no Brasil porque foi proposta pelo
Barão do Rio Branco (chanceler de 1902 a 1912), o qual promoveu a clara orientação de que o
Brasil tinha que se aproximar dos EUA por serem o principal país comprador do café brasileiro,
e por serem um país em ascendente influência regional no continente americano, o que faz essa
aproximação muito significativa num contexto de definição de fronteira nacionais.

Rio Branco Propos. Ele promoveu uma orientação clara de aproximação dos USA. USA exportava
Café do Brasil, potência militar, gigante no continente.
Naquele momento Brasil estava definindo fronteiras, e é um dos únicos países a fazer isso. Brasil
queria definir as fronteiras e Barão de Rio Branco tomou isso como um objetivo, e os USA
participava disso, BR não poderia ter USA com um rival, mas deveria ter como um aliado,

Pragmatismo: na base do cálculo. A partir do momento em que não nos interessa mais, nos
trocamos.

É pragmático porque o Barão do Rio Branco conseguiu interpretar que uma


aproximação com os EUA facilitaria a negociação da definição das fronteiras
mais espinhosas, como no caso da compra do Acre da Bolívia, em que o Brasil
conseguiu a neutralidade dos EUA na negociação. Isso foi fundamental para
manter a balança de poder na América do Sul (no que tange à relação
BrasilBolívia) favorável ao Brasil.
Em momentos de americanismo pragmático, a aproximação com EUA se dá na base do cálculo.
Segundo o Barão do Rio Branco, se em algum momento essa aproximação com os EUA não
trouxer mais os benefícios que o Brasil esperava (a fim de alcançar o seu objetivo nacional),
então, o Brasil busca outro parceiro que lhe auxilie no cumprimento dos seus objetivos
nacionais.

1.1.2 AMERICANISMO IDEOLÓGICO

Não pragmático.

O americanismo ideológico se dá em um contexto em que o Brasil tem que se aproximar dos


EUA pelo simples fato de ter que se aproximar dos EUA para preservar seus valores
compartilhados diante de uma ameaça (real ou não, segundo a perspectiva de quem vê). No
período da Guerra Fria, havia a necessidade de o Brasil se aproximar dos EUA (mesmo que sem
ter conseguido nenhum benefício em troca de seu apoio) pelo simples fato de que não se
aproximar dos EUA significaria estar do lado da URSS, o que, em outras palavras, significaria
abrir espaço para a emergência do comunismo e os seus valores, que era justamente o que o
Brasil queria combater na fase inicial da Guerra Fria. Hoje, novamente há indícios de que o Brasil
busca combater a ameaça do comunismo e que estaríamos novamente numa fase de
americanismo ideológico.
Questão de valores: usado mais na Guerra Fria. Aproximar simplesmente por causa de valores.
Esperávamos concessões de volta, mas ainda não , mesmo não conseguindo nos matemos do
lado dos Usa. Anticomunismo.
Ernesto Araújo: é uma maneira de salvar o Ocidente.

No americanismo ideológico, o Brasil busca uma aproximação com os EUA, mesmo que essa
aproximação não traga benefícios concretos para o Brasil.

1.2 GLOBALISMO (UNIVERSALISMO)

Em determinados momentos, USA passa a considerar como mais apenas uma relação. Claro que os USA são um país
importante, mas devemos nos aproximar de qualquer país que se aproxime de nossos interesses, mesmo que seja os
USA. Qualquer país que se aproxime de nossos interesses, passando por cima de ideologias.
Obs: 80s: Olimpíada de Moscou, mesmo que os USA disseram que boicotariam, o Brasil participou.

Globalização Econômica: Positiva.


Globalismo trazido pelo Olavo e Ernesto: a faceta politica e cultural da Globalização marxista. Impõe aos Estados
forma de comportamento. Brasil deveria tomar suas decisões com seus interesses esmo que não seja fazendo o que
a ONU ou Mercosul manda.

Em determinados momentos da PEB, o Brasil passa a considerar que os EUA são apenas mais um parceiro, e que
o Brasil deve se aproximar de qualquer Estado que possibilite o Brasil a cumprir os seus interesses, mesmo que
esse parceiro seja os EUA. Isso se dá em diferentes níveis de ênfase. Assim, o Brasil precisa ser bastante
pragmático ao fazer esse cálculo a todo instante, passando por cima de cisões ideológicas.

Deste modo, mesmo durante a Guerra Fria, em que o Brasil se posiciona como capitalista, mesmo assim o Brasil
pode calcular que se aproximar de um país capitalista ou comunista pode ser o melhor. Por exemplo, na década
de 1980, em que o Brasil decide se aproximar da URSS. Na ocasião, os EUA decidiram não participar das
Olimpíadas de Moscou, pois a URSS havia invadido o Afeganistão em 1979. O Brasil, por sua vez, não decidiu
seguir os EUA, mas sim participar dos Jogos Olímpicos, pois viu ali uma grande oportunidade de conquistar
medalhas, ou seja, o Brasil foi bem pragmático neste sentido e se aliou com quem precisasse se aliar para
conseguir alcançar o interesse nacional.

Tanto o Globalismo e o Americanismo se aproximam.

2. POLÍTICA EXTERNA DA ERA VARGAS (1930-1945)

Grandes objetivos da PEB: desenvolvimento (a PEB serve ao desenvolvimento. Fazer parcerias e posicionar o
Brasul para desnolver a economia Brasielira), reaparelhamento das forças armadas (devemos ter apacidade
para defender as fronteiraas brasileiras), a busca pelo prestigio (ver Brasil como um país relevante que deve
ter sua opiniçao levada em conta).
Rooseveld: Reverter a politica do Big stick: constroi um antiamericanismo profundo. Quando uma Guerra
mundial se aproxima, começamos uma Política de Boa vizinhança e com uma aproximação cultural. USA são
amigos e o país tenta ganhar corações e mentes.

Vargas não declara apoio aos USA na década de 30, mas somente em 1942 porque os USA deveriam fazer
concessões importantes:
Desenvolvimento: Companhia siderúrgica nacional em Volta Redonda.
Forças Armadas: Lend and Lease: armas que não são mais usadas pelos USA. É uma condição para ajudar os USA
na Segunda Guerra. USA precisavam de um aliado na Segunda Guerra porque a Argentina já estava neutra.
Prestígio: Brasil conseguiu participar da Guerra e enviar tropas. Brasil foi um dos fundadores da ONU.

Há o entendimento de que a Política Externa Brasileira serve ao objetivo do desenvolvimento, ou seja, de que ela serve,
antes de mais nada, para ajudar a desenvolver o Brasil, conseguir tecnologias, atrair investimentos, formar parcerias.

Há ainda a necessidade de um reaparelhamento das forças armadas, com o objetivo de defender as fronteiras nacionais,
que são bastante extensas.

Há o interesse em alcançar o prestígio internacional, pois o Brasil deseja ser reconhecido como um país a ser ouvido nas
grandes decisões que impactam o cenário internacional.

É interessante notar que, nesse momento, os EUA investem em uma política de Boa Vizinhança, e é justamente o contexto
favorável em que Vargas vê uma oportunidade para barganhar e encontrar auxílio para promover o desenvolvimento
nacional.

Assim, em troca do apoio brasileiro aos EUA na II Guerra Mundial, o Brasil consegue dos EUA:
Investimento (empréstimo e tecnologia) para a criação da Companhia Siderúrgica
Nacional (CSN).
Os EUA financiam o reaparelhamento das forças armadas brasileiras (projeto
lend-lease) para que o Brasil pudesse participar das II Guerra Mundial. Isso
possibilitou o Brasil a alcançar o seu objetivo de conquistar prestígio
internacional, pois por ter saído da II Guerra Mundial do lado vencedor, o Brasil
consegue ser membro fundador da ONU.

Vale destacar que Vargas somente conseguiu o auxílio dos EUA para atingir o objetivo nacional, em razão de seu
posicionamento estratégico entre EUA e Alemanha, não declarando apoio direto a nenhum dos dois países, o que
ficou conhecido como “equidistância pragmática”.

3. POLÍTICA EXTERNA DO GOVERNO DUTRA (1946-1951)

Consrução ideológica da Guerra Fria: USA + URSS que antes eram aliandas e depois viram rivais na Guerra Fria: de qual lado
Brasil estaria? Dutra era pró-Eixo e era ministro do Vargas. Vargas usava essas pessoas no Governo como uma forma de
dizer que estava entre os dois.
Dutra era anticomunista, então não havia dúvida a se aliar aos USA: Alinhamento Ideológico/Automático.
Alinhamento Especial: Alinhamento durante a Guerra, e Dutra acredita que USA vai voltar a ajudar o Brasil porque o Bradu
é um alinhado especial.

1947: Brasil rompe relações com a URSS. Os USA nunca chegaram a romper relações. Brasil tinha um forte anticomunismo
e coloca o partido Comunista na Ilegalidade.

1947: USA sugerem TIAR: Tratado Interamericano de Assistência Recíproca. Um guarda-chuva de proteção das Américas; Os
Estados vão proteger se algum país for atacado na América. USA vai proteger o continente. Criado em Petrópolis – RJ.

1948: OEA. Brasil um dos maiores entusiastas na criação dessa entidade.

1949: Revolução Chinesa: Mao Tsu Tung: 2 Chinas: República Popular da China e República da China (Taiwan). Quem é a
China que tem uma vaga no Conselho de Segurança da ONU? Brasil e USA apoiaram Tawain e esta teve lugar no Conselho
de Segurança até 1971.

Alinhamento político ideológico aos USA, mas postura demandante em termos de economia e comércio: Brasil mostra o
alinhamento e pressiona para lhe dar vantagens comerciais e investimentos no Brasil. Brasil demanda que seja criado Plano
Marshal na América Latina. A prioridade não é mais América Latina. A prioridade agora é Europa.

Fim do Governo Dutra: Memorando da Frustração: uma carta dizendo que o Brasil estava decepcionado com a pouca ajuda
dos USA. USA não ajuda Brasil mas continuava alinhado. Brasil acreditava na Alinhança Especial

Nesse mundo Pós-II Guerra Mundial, é preciso definir se vai se aproximar dos EUA ou da URSS.
Assim, em razão desse embate ideológico da Guerra Fria, para não aceitar o comunismo, Dutra não tem outra opção
senão estabelecer um alinhamento ideológico aos EUA.

Portanto, o Brasil se alia aos EUA não a partir de um cálculo, mas sim por razões ideológicas, em que o Brasil faz várias
concessões aos EUA, trazendo a memória de uma “aliança especial”, sem receber de volta qualquer tipo de
benefício concreto.

É preciso fazer um esforço para mostrar aos EUA que se aliou a eles. Para isso, em 1947, o Brasil rompe relações
diplomáticas com a URSS. Vale salientar que essa questão passa também por uma questão doméstica em que o
Brasil, visando combater o comunismo, torna ilegal o PCB.

Ainda em 1947, os EUA sugerem a criação do TIAR (Tratado Interamericano de Assistência Recíproca), que na prática
significa que se algum país membro do TIAR for atacado por forças comunistas, os EUA irão responder. Claramente
esse tratado serve para auxiliar aos EUA a alcançar os seus objetivos, não trazendo benefícios concreto para o Brasil,
mesmo assim o Brasil o adere, mostrando apoio incondicional aos EUA.

Em 1949 é criada a República Popular da China, e nesse contexto, o Brasil dá apoio a Taiwan (à República da China),
pelo fato de os EUA terem dado apoio à Taiwan, mais uma vez demonstrando a postura brasileira para com os EUA,
pois se o Brasil apoiasse à República Popular da China (comunista), estaria se voltando para o comunismo (e a lógica
da URSS), ao invés do capitalismo americano.
Entretanto, ao mesmo tempo em que o Brasil estabelecia um alinhamento ideológico aos EUA, o Brasil também
estabelece uma posição demandante em termos de economia e comércio, em que o Brasil insiste com os EUA para
fazerem concessões ao Brasil que favoreçam o desenvolvimento brasileiro. Como os EUA não estabelecem mais
concessões ao Brasil, o governo Dutra se encerra sem ver nenhum tipo de benefício concreto dessa relação com os
EUA e cria o Memorando da Frustração.

4. POLÍTICA EXTERNA DO GOVERNO VARGAS (1951-1954)

Tenta ter mais poder de Barganha.

Em razão de não ter seus interesses atendidos pelos EUA no cenário de Pós- II Guerra Mundial, o Brasil assume uma postura
diferente.
Em 1951, o Brasil tenta mostrar para os EUA que é um aliado estratégico para os americanos. Assim, o Brasil busca
evidenciar que possui a matéria-prima da qual os EUA tanto querem para o desenvolvimento de sua energia nuclear,
e em razão disso, o Brasil estabelece um Acordo para o Fortalecimento de Materiais Estratégicos. Em troca de
conseguir tecnologia nuclear americana, o Brasil vende a preços muito baixos seu material nuclear para os EUA,
porém não recebe a tecnologia esperada.

Amostra Grátis de como a alinhança com Brasil era vantajosa. Brasil tem uma das maiores reservas de Urânio: Brasil
assina Acordo de exclusividade para fornecimento de materiais estratégicos. Crítica: Deveriamos aporvietar para
nós ou exigir que nos seja vencido material nuclear. Não ganhamos nada.

Em 1952, o Brasil estabelece com os EUA um Acordo Militar, em que os EUA ajudariam o Brasil na composição de
sua defesa nacional, e o Brasil aceitaria a orientação militar americana, além de só poder comprar material militar
dos EUA, o que na prática o Brasil cede parte de sua soberania e de sua própria defesa em prol dos EUA, que passa
a ter acesso aos materiais estratégicos.

Acordo Militar: Brasil abre mão de sua soberania por uma ajuda nos USA. Mas os USA não estão dispostos a oferecer
ajuda ao Brasil

1953: Mudança de paradigma. Postura Nacionalista que interfere diretamente nas empresas americanas.
Ações de Protecionismo Comercial.

Como o Brasil fez várias concessões aos EUA e não teve nenhum retorno, o Brasil assume uma postura mais
nacionalista, sobretudo do ponto de vista econômico, criando a Petrobrás em 1953, que centraliza a exploração de
petróleo nacional, o que na prática reduz a capacidade das empresas estrangeiras de conseguir lucro no Brasil.

Além disso, o governo Vargas estabelece limitação à remessa de lucros, em que empresas estrangeiras que consigam
seus lucros no Brasil, só podem mandar 10% dos seus lucros para o seus países de origem. Vargas ainda estabelece
ações de protecionismo social.

Vargas também não conseguiu seus objetivos. Perda progressiva de apoio de quase todos os setores. Quase não tinha
apoio de ninguém. Depois de Vargas vem Café Filho, mas para Política Externa ele não foi muito relevante.
5. POLÍTICA EXTERNA DO GOVERNO JK (1955-1961)

Ideia de modernismo na política. Modernizar o Brasil.

Por tentar passar uma ideia de juventude e dinamismo (que contrastava com a imagem do Dutra e do Vargas), a ideia
de buscar mudanças e promover o desenvolvimento de 50 anos em 5, ele conseguia demonstrar para os EUA que
estava disposto a modernizar o Brasil e que para isso, iria cooperar com os EUA.

Essa imagem de cooperação é bastante clara, em especial quando o Brasil fecha acordo com os EUA e cede Fernando
de Noronha para que os EUA pudessem instalar radares para o rastreamento de mísseis, algo que era de muitíssimo
interesse para os americanos para seus objetivos estratégicos. Isso passa uma imagem de cooperação muito positiva
aos olhos dos EUA.

Modernizar a forma de fazer governo no Brasil. Brasil cede Fernando de Noronha opara que o Brasil instale radares
para o rastreio de mísseis. Sem muitas demandas.

Além disso, em 1956, a URSS invade a Hungria, e o Brasil critica duramente a URSS e o comunismo, o que agrega à
simpatia americana pelo governo JK. JK anticomunista.

Nesse momento, o Brasil até consegue atrair alguns recursos privados, empresas americanas passam a investir no
Brasil. Contudo, o Brasil prefere investimentos públicos, pois eles são, na verdade, um compromisso político que vai
permanecer no Brasil independente de conseguir lucro ou não, a longo prazo. E é isso que vai contribuir para o
desenvolvimento nacional.

Empresas americanas dispostas a investir no Brasil, mas queriam investimentos públicos. O privado está atrás de
lucro e quando não encontra ele vai embora. O público tem um compromisso e eles se mantém. Brasil quer
investimento de longo prazo para o desenvolviemnto

1958: Investir na economia porque haverá benefícios para os USA. Binômio segurança(sem ameaça
comunista. Se os países da Amperica Latina não se desenvolverem, é possível que o socialismo comece
a aparecer como uma opção de desenvolvimento) e desenvolvimento.

Janeiro de 1959: Revolução Cubana e ela adere à URSS.

Como os EUA não trazem seus investimentos públicos para o Brasil, o Brasil muda outra vez de postura(mais
incisiva), criando a Operação Pan-Americana em 1958 (OPA). Assim, JK tenta convencer os EUA a investir na
economia brasileira, pois é crucial para os EUA investirem na América Latina. Para convencer os EUA, a OPA vai
trazer um binômio Segurança-Desenvolvimento. Assim, o Brasil vai mostrar para os EUA que a única forma de
garantir a Segurança da América Latina (em outras palavras, proteção contra o comunismo) é investir no
Desenvolvimento da América Latina. Esse projeto é abraçado pela América Latina, porém não consegue o retorno
estadunidense esperado.

Quando, em 1959, eclode a Revolução Cubana (que apresenta um antagonismo tendo os EUA como alvo, mas que se
apresenta como comunista a partir de 1961), os EUA começam a voltar os olhos para a América Latina.
Vale salientar que por razão da frieza americana com a OPA, que foi uma operação justamente pensada para atrair
a participação americana, o Brasil se sente desobrigado e entende que os EUA não são mais um parceiro ideal para
o Brasil, pois não o está ajudando mais a atingir seu objetivo nacional. Por isso, em 1959, quando o FMI decide não
emprestar mais dinheiro ao FMI, o Brasil decide romper com o FMI (que foi um rompimento curto, pois em 1960 já
reata as relações), o que causou um alerta aos EUA. Além disso, em 1959, o Brasil recebe Fidel Castro. O Brasil ainda
manda uma missão comercial para o leste europeu.

Diversificação das parcerias Brasileiras.


FMI: Sempre que um país não tem como manter seus objetivos nacionais o FMI empresta dinheiro para o equilíbrio das
contas nacionais. Mas JK continuava gastando dinheiro. JK rompe por causa de seu plano de metas.

Assim, de 1958 para 1959 ocorre um corte entre um americanismo ideológico (mais ao início da Guerra Fria) e um
americanismo pragmático para um universalismo e o início de uma Política Externa Independente.

JK recebe Fidel Castro. Fidel já era alguém que desafiava os USA.

JK vai enviar missão politica para o Leste Europeu e URSS.

Aqui temos como marco o Universalismo e uma mudança de paradigma do Alinhamento Automático com os USA.

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