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A beleza é um marcador social, uma vez que se constroem representações sociais em

volta deste conceito. Estão-lhe associados diferentes valores estéticos que variam no
tempo e no espaço.
No tempo remoto, denominado por pré-história, o corpo da mulher era considerado
atrativo no momento em que possuísse mais carne, já que a mulher era o símbolo da
procriação. Podemos observar esta realidade através da Vénus de Willendfor1 ou
Vénus Paleolítica.
Na idade média, os costumes higiénicos e sanitários anteriormente adquiridos pelas
sociedades grega e romana foram deixados para trás, uma vez que, com a Igreja
como grupo privilegiado as preocupações e cuidados com o corpo eram considerados
pecados. Portanto, a mulher ideal era aquela que não dava importância à estética,
entregando-se totalmente ao mundo espiritual. Por conseguinte, os movimentos
artísticos da época, tiravam o corpo do destaque.
O Renascimento surge e volta com ele o interesse pelo corpo humano e a importância
dada às curvas da mulher. Um dos ícones deste movimento foi Leonardo da Vinci2,
através das suas pinturas enfatizava a anatomia humana.
Os irreverentes “Loucos anos 20”, transbordaram sensualidade e foram o símbolo da
libertação da mulher na sociedade. A mulher começou a ser inserida no mercado de
trabalho aumentando, desta forma, o seu poder aquisitivo e começando a exploração
nas diversas áreas estéticas para destacar a sua aparência como entendia. É
exatamente neste momento que a expressão “sex-appeal”3 vive o seu auge. A
submissão foi aos poucos substituída por uma mulher independente que não aceitava
qualquer coisa do homem. É ainda de sublinhar que foi uma época marcada pelo
visual andrógeno e pelo corte de cabelo à la garçonne.
A caminhada foi-se fazendo e os anos 40 ganharam uma cara bem característica, a
Marylin Monroe. Com esta, surgem os corpos marcados por curvas e peças como o
sutiã com enchimento, que eram peças chave.
Peito e anca avantajados, cintura fina: o principal estereótipo da mulher dos anos 60.
Em toda a Europa foram vendidos filmes de sucesso com protagonistas que seguiam
esse padrão corporal assim como revistas de moda que começaram a impor a
ditadura da magreza através de modelos.
Os anos 80 foram históricos não só pela sua música que sobrevive até aos dias de
hoje mas também por ter sido uma década marcada pela “loucura fitness”. As
mulheres começavam a fazer treinos em casa devido às cacetes e programas de
televisão que apelavam à importância de um corpo prefeito e trabalhado. É obrigatório
mencionar a Madonna, uma das maiores influências dessa época.

1
Uma escultura de 11 centímetros de altura, que estudiosos acreditam que era
utilizada em cerimónias de fertilidade naquela época
2
Leonardo di Ser Piero da Vinci, ou simplesmente Leonardo da Vinci, foi um polímata
nascido na atual Itália, uma das figuras mais importantes do Alto Renascimento, que
se destacou como cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, pintor,
escultor, arquiteto, botânico, poeta e músico
3
Sex appeal: uma expressão em inglês que quer dizer “apelo sexual”

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