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Agrupamento de Escolas de

Prova de Português
8.º ano

Duração da Prova: 90 minutos fevereiro de 2020

Esforça-te por:
– elaborar um discurso claro e organizado;
– utilizar uma linguagem correta e cuidada. Bom trabalho!

GRUPO I
Para responderes aos quatro itens que se seguem, vais ouvir um excerto de uma notícia
1
televisiva1 .

1. Para cada item (1.1. a 1.3.), seleciona a opção que completa a frase, de acordo com o
sentido do texto ouvido. Escreve o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.

1.1. Na sua primeira intervenção, o jornalista faz referência


A. à passagem periódica das gaivotas pela Covilhã.
B. à presença habitual das gaivotas na Covilhã.

1.2. Num dado momento, é introduzida uma sucessão de diferentes vozes que destacam
A. o seu espanto por ainda não ter começado a época migratória.
B. a sua surpresa e o seu receio por se tratar de um fenómeno invulgar ocorrido
numa cidade afastada do mar.

1.3. No final, apresentam-se como possíveis explicações para o fenómeno


A. os aterros sanitários e a água das barragens existentes na zona interior.
B. a necessidade de as gaivotas se protegerem dos maus prenúncios costeiros.

2. Seleciona todas as opções que correspondem a informações transmitidas pela notícia.


Escreve o número do item e as letras que identificam as opções escolhidas.
A. As reações da população da Covilhã ao avistamento das gaivotas.
B. A frequência dos avistamentos de gaivotas na zona da Covilhã.
C. As ações realizadas pela população para garantir a segurança das gaivotas.
D. As condições atrativas da cidade para as gaivotas.
E. A duração do período de invernação das gaivotas no interior.

1
https://www.rtp.pt/noticias/pais/bando-de-gaivotas-avistado-na-covilha_v727405 (consultado em 31/03/2014)

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GRUPO II

Texto A

Lê o texto. Se necessário, consulta as notas.

Porque é que os gatos são "estranhos", explicado por um cientista

Não é segredo que os gatos são animais imprevisíveis. Que há quem os adore e quem
simplesmente não os queira ver à frente. As suas atitudes inesperadas já conquistaram
milhares de milhões de visualizações no YouTube. Já todos vimos um vídeo hilariante
destes pequenos animais, não há como negar. Mas porque é que eles agem assim? Tony
5 Buffington, professor de Ciências Clínicas Veterinárias na Universidade de Ohio, veterinário
e intitulado guru dos gatos, explicou os comportamentos destes felinos num vídeo publicado
na TED Ed1. No vídeo, Buffington, analisa as atitudes de Grizmo, um gato imaginário que
representa os gatos como os conhecemos hoje.
“Os gatos mantêm hoje muitos dos mesmos instintos que lhes permitiram sobreviver
10 no mundo selvagem durante milhões de anos” explica Buffington. “Isto explica alguns dos
seus comportamentos aparentemente estranhos: para eles, a nossa casa é sua selva.”
Certamente já viu ou já ouviu falar de um gato que ficou preso no topo de uma árvore
ou em qualquer outra superfície alta.
Mas porque raio é que eles preferem sempre os sítios mais altos? A resposta é
15 simples, os gatos possuíam uma estrutura muscular e uma capacidade de equilíbrio que
lhes permitiam alcançar grandes altitudes e, daí, observar as suas presas no mundo
selvagem. Lá em sua casa, o instinto leva-os a fazer o mesmo. Voltar para baixo é que, por
vezes, se torna um problema...
Porque é que eles estão sempre prontos a atacar pequenos objetos? As presas
20 dos gatos eram, geralmente, animais pequenos e, por isso, necessitavam de se alimentar
várias vezes ao dia, usando uma estratégia de perseguição-atacar-matar-comer. É por isto
que preferem perseguir e atacar pequenos objetos e comer pequenas refeições ao longo do
dia.
Porque é que eles espreitam e vão para lugares pequenos? As pequenas presas
25 dos gatos geralmente escondem-se em pequenos espaços e, apesar de hoje não terem que
procurar a sua comida em casa, eles continuam a ter a mesma curiosidade que caracterizou
a evolução da sua espécie durante milhões de anos.
Porque é que eles encontram sempre lugares estranhos para dormir? De certeza
que já encontrou o seu gato a dormir numa gaveta, no lavatório ou em qualquer outro lugar
30 que só passariam pela mente destes pequenos felinos. Os gatos são os melhores a
esconderem-se e no mundo selvagem tinham que encontrar os melhores sítios para evitar
os seus predadores. É também por isso que eles preferem uma caixa de areia limpa e
tapam sempre as suas necessidades. Não é porque eles se preocupam com a sua higiene,
simplesmente não querem denunciar a sua localização através do cheiro.
35 Porque é que eles ronronam? Se pensava que o seu gato só ronrona quando está
feliz ou porque gosta muito de si, engana-se! Buffington explica que os gatos ronronam por
várias razões, desde felicidade a raiva. Curiosamente, a frequência dos seus ronronos –

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entre 25 e 150 hertz – está dentro de um intervalo que pode promover a regeneração de
2

tecidos. Por isso, enquanto ronronam estão a curar os seus músculos e ossos.

Márcia G. Rodrigues in Visão.pt, disponível em http://visao.sapo.pt/actualidade/sociedade/2016-05-03-


Porque-e-que-os-gatos-sao-estranhos-explicado-por-um-cientista-1 (adaptado e com supressões,
consultado em 24/04/2017)

NOTAS:
1. TED Ed: projeto que consiste na partilha de vídeos dos mais diversos temas destinados,
principalmente, a professores e estudantes. 2. hertz: unidade de medida de frequência do Sistema
Internacional, igual a um ciclo por segundo.

1. Para cada item (1.1. a 1.5.), seleciona a opção que permite obter uma afirmação
adequada ao sentido do texto. Escreve o número do item e a letra que identifica a opção
escolhida.
1.1. No contexto em que surge, a palavra “guru” (l. 6) significa
A. pessoa muito conhecedora e influente.
B. pessoa dominadora e espiritual.

1.2. Segundo Tony Buffington, os “comportamentos aparentemente estranhos” (l.11) dos


gatos devem-se ao facto de estes
A. ainda serem animais selvagens.
B. serem animais com instintos selvagens a viverem em ambiente doméstico.

1.3. Os gatos dormem em lugares estranhos e tapam as suas necessidades


A. para exprimirem as suas emoções aos donos.
B. para se protegerem de possíveis predadores.

1.4. De acordo com o último parágrafo do texto, certos hábitos dos gatos permitem
A. a expressão das suas emoções e a promoção da sua saúde física.
B. a expressão das suas emoções e o aumento da frequência do ronronar.

1.5. Relativamente à frase anterior, a expressão “Por isso” (l. 39) introduz
A. uma conclusão.
B. uma condição.

Texto B

Lê o texto. Se necessário, consulta as notas.

Do campanário1 de São Miguel via-se toda a cidade. A chuva envolvia a torre da


televisão e, no porto, as gruas pareciam animais em repouso.
– Olha, ali vê-se o bazar2 do Harry. Estão ali os nossos amigos – miou Zorbas.
– Tenho medo! Mamã! – grasnou Ditosa.
5 Zorbas saltou para o varandim3 que protegia o campanário. Lá em baixo os
automóveis moviam-se como insetos de olhos brilhantes. O humano pegou na gaivota nas
mãos.

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– Não! Tenho medo! Zorbas! Zorbas! – grasnou ela dando bicadas nas mãos do
humano.
10 – Espera! Deixa-a no varandim – miou Zorbas.
– Não estava a pensar atirá-la – disse o humano.
– Vais voar, Ditosa. Respira. Sente a chuva. É água. Na tua vida terás muitos motivos
para ser feliz, um deles chama-se água, outro chama-se vento, outro chama-se sol e chega
sempre como recompensa depois da chuva. Sente a chuva. Abre as asas – miou Zorbas.
15 A gaivota estendeu as asas. Os projetores banhavam-na de luz e a chuva salpicava-
lhe as penas de pérolas. O humano e o gato viram-na erguer a cabeça de olhos fechados.
– A chuva, a água. Gosto! – grasnou.
– Vais voar – miou Zorbas.
– Gosto de ti. És um gato muito bom – grasnou ela aproximando-se da beira do
20 varandim.
– Vais voar. Todo o céu será teu – miou Zorbas.
– Nunca te esquecerei. Nem aos outros gatos – grasnou já com metade das patas de
fora do varandim, porque, como diziam os versos de Atxaga4, o seu pequeno coração era o
dos equilibristas.
25 – Voa! – miou Zorbas estendendo uma pata e tocando-lhe ao de leve.
Ditosa desapareceu da sua vista, e o humano e o gato temeram o pior. Caíra como
uma pedra. Com a respiração em suspenso assomaram as cabeças por cima do varandim,
e viram-na, então, batendo as asas, sobrevoando o parque de estacionamento, e depois
seguiram-lhe o voo até às alturas, até mais para além do cata-vento de ouro que coroava a
30 singular beleza de São Miguel.
Ditosa voava solitária na noite de Hamburgo. Afastava-se batendo as asas
energicamente até se elevar sobre as gruas do porto, sobre os mastros dos barcos, e depois
regressava planando, rodando uma e outra vez em torno do campanário da igreja.
– Estou a voar! Zorbas! Sei voar! – grasnava ela, eufórica, lá da vastidão do céu
35 cinzento.
O humano acariciou o lombo do gato.
– Bem, gato, conseguimos – disse ele suspirando.
– Sim, à beira do vazio compreendeu o mais importante – miou Zorbas.
– Ah, sim? E o que é que ela compreendeu? – perguntou o humano.
40 – Que só voa quem se atreve a fazê-lo – miou Zorbas.
– Suponho que agora te estorva a minha companhia. Espero-te lá em baixo –
despediu-se o humano.
Zorbas permaneceu ali a contemplá-la, até que não soube se foram as gotas de chuva
ou as lágrimas que lhe embaciaram os olhos amarelos de gato grande, preto e gordo, de
45 gato bom, de gato nobre, de gato de porto.

Luis Sepúlveda, História de uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar. Porto: Porto Editora, 2016

NOTAS
1. campanário: parte da torre da igreja onde estão suspensos os sinos. 2. bazar: loja de quinquilharias.
3. varandim: proteção feita de grades. 4. Atxaga: Bernardo Atxaga, escritor de origem basca.

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2. As frases de (A) a (F) referem-se à forma como o narrador organiza o relato. Escreve o
número do item e a sequência de letras que corresponde à ordem do texto. Começa a
sequência pela letra (D).
A. Discurso da gaivota, declarando a sua eterna amizade a Zorbas.
B. Descrição da tristeza de Zorbas face à partida de Ditosa.
C. Apresentação das emoções associadas ao primeiro voo da gaivota.
D. Referência ao cenário escolhido para o primeiro voo de Ditosa.
E. Enumeração das razões pelas quais a gaivota deve voar.
F. Diálogo de duas personagens sobre a importância de correr riscos.

3. De entre as opções abaixo apresentadas, seleciona todas as que permitem afirmar que o
narrador não participa na história que narra. Escreve o número do item e as letras que
identificam as opções escolhidas.
A. “saltou” (l. 5).
B. “Deixa-a” (l.10).
C. “viram-na” (l. 28).
D. “voava” (l. 31).
E. “compreendeu” (l. 38).
F. “se” (l. 40).

4. As palavras seguintes permitem caracterizar a gaivota, tendo em conta o seu


comportamento ao longo do texto.

Vulnerável Corajosa Grata

Seleciona uma destas palavras e explica por que razão ela é adequada para caracterizar a
gaivota Ditosa.

5. De entre as opções abaixo apresentadas, seleciona a que completa corretamente a


afirmação. Escreve o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.
Na última frase do décimo sexto parágrafo (ll. 27-30), são
A. comprovadas as suposições feitas nas duas frases anteriores.
B. criticadas as suposições feitas nas duas frases anteriores.
C. recordadas as suposições feitas nas duas frases anteriores.
D. desmentidas as suposições feitas nas duas frases anteriores.

6. “Respira. Sente a chuva. É água. Na tua vida terás muitos motivos para ser feliz, um deles
chama-se água, outro chama-se vento, outro chama-se sol e chega sempre como recompensa
depois da chuva.” (ll. 12-14).
Para os itens 6.1. e 6.2., seleciona a opção que completa corretamente cada uma das
afirmações. Escreve o número de cada item e a letra que identifica a opção escolhida.

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6.1. Ao proferir estas frases, uma das intenções da personagem é
A. incentivar a gaivota a voar pela primeira vez.
B. mostrar à gaivota as qualidades da vida dos homens.
C. incentivar a gaivota a procurar água e sol.
D. mostrar à gaivota a importância dos elementos naturais.

6.2. No excerto «um deles chama-se água, outro chama-se vento, outro chama-se sol» está
presente uma
A. hipérbole.
B. enumeração.
C. antítese.
D. personificação.

7. “Zorbas permaneceu ali a contemplá-la, até que não soube se foram as gotas de chuva ou
as lágrimas que lhe embaciaram os olhos […]” (ll. 43-44).
Relaciona esta reação do gato com o facto de o mesmo ser descrito como “gato bom” e “gato
nobre” (l. 45).

8. “[...] só voa quem se atreve a fazê-lo” (l. 40).


Na tua opinião, o que pretende Zorbas dizer com estas palavras? Justifica a tua resposta.

GRUPO III

1. Identifica o processo de formação das palavras destacadas em cada frase.


Escreve a letra da frase e o número da classe a que a palavra destacada corresponde.

Processos de formação
Frases
de palavras
A. As penas da gaivota são impermeáveis.
1. Derivação
B. O gato é um mamífero carnívoro.
C. A gaivota prefere o ambiente costeiro.
2. Composição
D. O Luís pescou um peixe-gato.

2. Seleciona a opção que completa corretamente a frase, tendo em conta a relação semântica
em causa. Escreve o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.
2.1. Gaivota está para ave, assim como gato está para
A. siamês.
B. canídeo.
C. bichano.
D. mamífero.

3. Identifica a classe e a subclasse das palavras destacadas.

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A. As gruas pareciam animais em repouso.
B. Ditosa pensava que jamais conseguiria voar.
C. Ditosa voava solitária na noite de Hamburgo.

4. Reescreve as frases seguintes, substituindo cada expressão destacada pelo pronome


pessoal adequado. Faz apenas as alterações necessárias.
A. Zorbas fará o trabalho rapidamente.
B. A gaivota não estendeu as asas.
5. Identifica as funções sintáticas das expressões destacadas.
A. A chuva envolvia a torre da televisão(…).
B. O humano pegou na gaivota nas mãos.
C. As lágrimas que lhe embaciaram os olhos amarelos (…).

6. Conjuga os verbos nos tempos e modos indicados.


a. A aluna que --------------------------- (intervir, pretérito perfeito do indicativo) nas aulas, -----
--------------------- (demonstrar, pretérito perfeito do indicativo) muito interesse.

b. Os alunos --------------------------- (fazer, futuro do indicativo) um bom trabalho, caso


tenha boas ideias.
GRUPO IV

Zorbas, o gato, era um fiel amigo de Ditosa, a gaivota, de tal modo que a criou desde que
nasceu, ensinando-a, até, a voar. Trata-se, assim, de uma relação de amizade admirável, mas
invulgar.
Escreve uma crónica, com um mínimo de 150 e um máximo de 240 palavras, em que
abordes a temática da amizade.

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