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o 49 — 27-2-1998
concurso de provas públicas, nos termos de regulamento 4 — Os adidos de embaixada que não forem consi-
aprovado por despacho do Ministro dos Negócios derados aptos ou adequados ao exercício de funções
Estrangeiros, ao qual podem candidatar-se todos os diplomáticas serão exonerados ou, caso possuam vínculo
cidadãos portugueses que possuam, além das condições definitivo à função pública, cessarão as respectivas
gerais de admissão na função pública, uma licenciatura comissões de serviço extraordinárias.
conferida por instituições de ensino universitário por-
tuguesas ou diploma estrangeiro legalmente equiparado.
Artigo 14.o
2 — O concurso de ingresso é aberto por despacho
do Ministro dos Negócios Estrangeiros, sob proposta Provimento definitivo
do secretário-geral, ouvido o conselho diplomático.
1 — Os adidos de embaixada que sejam confirmados
3 — O prazo de validade do concurso esgota-se com
nos termos do disposto no artigo anterior são nomeados
o preenchimento das vagas postas a concurso ou, no
definitivamente como secretários de embaixada.
caso de o número de candidatos aprovados ter sido infe-
2 — A ordenação dos secretários de embaixada
rior ao número daquelas vagas, com o provimento dos
nomeados definitivamente de harmonia com o disposto
candidatos aprovados.
no número anterior será estabelecida pelo conselho
4 — Do regulamento do concurso de ingresso cons-
diplomático, atendendo à classificação obtida no con-
tarão os critérios de avaliação que serão seguidos pelo
curso de ingresso, aos resultados alcançados no curso
júri, bem como os factores de ponderação atribuídos
de formação diplomática e às classificações anuais de
a cada uma das provas que o compõem.
serviço de que foram objecto enquanto adidos de
embaixada.
Artigo 11.o
SECÇÃO III
Provimento provisório
Progressão e promoção
1 — Os candidatos aprovados no concurso de ingresso
são nomeados provisoriamente ou, caso possuam vínculo Artigo 15.o
definitivo à função pública, em comissão de serviço
extraordinária, pelo período de dois anos, como adidos Regra geral de progressão
de embaixada, segundo a ordem da respectiva classi- 1 — A progressão processa-se dentro de cada cate-
ficação e dentro do limite do número de vagas postas goria, com excepção da de adido de embaixada, pela
a concurso. passagem ao escalão imediato após a permanência de
2 — Os candidatos aprovados, depois de providos nos três anos de serviço efectivo no escalão anterior.
lugares para que foram nomeados, iniciam as suas fun- 2 — A atribuição da classificação de Não apto deter-
ções no Instituto Diplomático. mina a não consideração do tempo de serviço prestado
com essa classificação para efeitos de progressão.
Artigo 12.o
Curso de formação e estágios Artigo 16.o
1 — Os candidatos aprovados no concurso de ingresso Formalidades
devem frequentar obrigatoriamente um curso de for- 1 — A progressão é automática e oficiosa, não depen-
mação diplomática, que tem início após a nomeação dendo de requerimento do interessado e devendo os
efectuada nos termos do artigo anterior e que será regu- serviços processá-la oficiosamente.
lamentado por despacho do Ministro dos Negócios 2 — O direito à remuneração pelo escalão superior
Estrangeiros. vence-se no 1.o dia do mês seguinte ao do preenchimento
2 — O curso de formação diplomática a que se refere dos requisitos estabelecidos no artigo anterior, depen-
o número anterior pode ser complementado pela rea- dendo o seu abono da simples confirmação das con-
lização de estágios de duração acumulada não superior dições legais por parte dos serviços competentes do
a 60 dias em missões diplomáticas, representações per- Ministério dos Negócios Estrangeiros.
manentes ou postos consulares.
Artigo 17.o
Artigo 13.o
Regra geral de promoção
Confirmação, termo da comissão de serviço ou exoneração
dos adidos de embaixada 1 — Os lugares das várias categorias da carreira diplo-
mática são providos mediante promoção por mérito dos
1 — Os adidos de embaixada que não forem apro-
funcionários diplomáticos da categoria anterior.
vados no curso de formação a que se refere o artigo 12.o
2 — A atribuição da classificação de Não apto deter-
serão exonerados ou, caso possuam vínculo definitivo
mina a não consideração do tempo de serviço prestado
à função pública, cessarão as respectivas comissões de
com essa classificação para efeitos de contagens de
serviço extraordinárias.
tempo para promoção à categoria superior.
2 — Após completados dois anos a contar do início
das respectivas funções, o conselho diplomático pronun-
cia-se, no prazo máximo de 30 dias e fundamentando Artigo 18.o
a sua apreciação, sobre a aptidão e adequação de cada Acesso à categoria de conselheiro de embaixada
adido ao desempenho de funções diplomáticas.
3 — Cabe ao Ministro dos Negócios Estrangeiros 1 — O acesso à categoria de conselheiro de embai-
homologar a proposta do conselho diplomático no prazo xada é facultado aos secretários de embaixada que tive-
de 10 dias. rem sido aprovados em concurso aberto para o efeito.
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3 — Os funcionários diplomáticos são objecto de clas- 3 — Os cargos de chefia nos serviços externos não
sificação anual, devidamente fundamentada, pelo con- dependem de posse, lavrando-se apenas em livros pró-
selho diplomático, com base nas informações prestadas prios um termo de transferência de poderes e um termo
e na análise do respectivo processo individual, como de inventário, ambos assinados pelo funcionário diplo-
Muito apto, Apto e Não apto, tendo também em con- mático nomeado e por aquele a quem estiver confiada
sideração a maneira como foram apreciados e classi- a gerência do posto.
ficados os restantes funcionários diplomáticos da mesma 4 — Para os restantes cargos nos serviços externos
categoria, considerados no seu conjunto. serão lavrados termos de início e cessação de funções,
4 — Os funcionários diplomáticos na situação de dis- que serão assinados pelo funcionário nomeado ou trans-
ponibilidade não são objecto de informação e classi- ferido e pelo chefe do posto.
ficação, excepto se se encontrarem a desempenhar quais-
quer funções nos serviços internos do Ministério dos
SECÇÃO VI
Negócios Estrangeiros ou a participar em missões
extraordinárias e temporárias em Portugal e no estran- Suspensão de funções
geiro.
5 — A classificação de Muito apto ou de Não apto Artigo 27.o
só pode ser atribuída por maioria de três quartos dos Suspensão de funções
membros presentes do conselho diplomático.
6 — Será dado conhecimento aos funcionários diplo- 1 — Os funcionários diplomáticos ficam suspensos
máticos da classificação obtida, dela cabendo recurso das respectivas funções por força:
nos termos da lei.
a) Do exercício de cargos políticos;
7 — As informações nas quais se baseiam as classi-
b) Do desempenho de funções de interesse público,
ficações são confidenciais, devendo, no entanto, ser
como tal reconhecidas pelo Ministro dos Negó-
facultadas, quando requeridas, ao interessado.
cios Estrangeiros, ouvido o conselho diplomá-
8 — O processo de informação e classificação dos fun-
tico, desde que de natureza transitória ou com
cionários diplomáticos é regulamentado por portaria do
prazo certo de duração;
Ministro dos Negócios Estrangeiros, sob proposta do
c) Nos demais casos previstos no regime geral da
conselho diplomático.
função pública.
artigo podem a todo o tempo regressar à efectividade ministro plenipotenciário que, reunindo os requisitos
do serviço diplomático. legalmente exigíveis para a aposentação e contando mais
de 30 anos de serviço efectivo na carreira diplomática,
Artigo 30.o passem àquela situação por motivos não disciplinares.
3 — Os funcionários diplomáticos jubilados ou na
Limites de idade situação de aposentados gozam de todas as regalias,
1 — Os limites de idade para efeitos de passagem títulos e honras inerentes à sua categoria.
à disponibilidade são os seguintes: 4 — Os funcionários diplomáticos jubilados conti-
nuam vinculados aos deveres estatutários e podem ser
a) Embaixador — 65 anos; chamados a colaborar com o Ministério em termos a
b) Ministro plenipotenciário — 65 anos; definir por despacho do Ministro dos Negócios Estran-
c) Conselheiro — 60 anos; geiros.
d) Secretário — 58 anos. 5 — As pensões de aposentação dos funcionários
diplomáticos jubilados serão automaticamente actuali-
2 — O disposto na alínea a) do número anterior não zadas em percentagem igual à do aumento das remu-
se aplica ao embaixador nomeado para as funções de nerações dos funcionários diplomáticos no activo de
secretário-geral. categoria e escalão correspondentes aos detidos por
Artigo 31.o aqueles no momento da jubilação.
6 — Os funcionários diplomáticos nas condições pre-
Funções dos funcionários diplomáticos na situação vistas no n.o 2 podem fazer declarações de renúncia
de disponibilidade
à condição de jubilação, ficando sujeitos, em tal caso,
1 — Os funcionários diplomáticos na situação de dis- ao regime geral da aposentação.
ponibilidade podem ser chamados ao serviço para:
Artigo 34.o
a) Desempenhar quaisquer funções nos serviços
internos do Ministério dos Negócios Estran- Bonificações
geiros;
1 — A requerimento do interessado, nas contagens
b) Ser colocados, a seu pedido, no quadro do pes-
do tempo de serviço efectivamente prestado para efeitos
soal especializado, no serviço externo, obser-
de aposentação são incluídas as bonificações a seguir
vada a sua compatibilidade com o conteúdo fun-
indicadas:
cional do cargo, até ao limite de idade previsto
no artigo 50.o; a) 20 % nos postos diplomáticos e consulares situa-
c) Participar em missões extraordinárias e tempo- dos entre os paralelos 15 N. e 15 S.;
rárias em Portugal e no estrangeiro. b) 15 % nos postos diplomáticos e consulares situa-
dos entre os paralelos 15 N. e 30 N. e 15 S.
2 — O disposto nas alíneas b) e c) do número anterior e 30 S., sendo estas percentagens reduzidas de
depende de despacho do Ministro dos Negócios Estran- 5 % quando a altitude dos postos for superior
geiros, sob proposta do secretário-geral ou de reque- a 1000 m e inferior a 2000 m;
rimento do funcionário diplomático interessado, ouvido c) 25 % em país em guerra civil ou guerra inter-
o conselho diplomático. nacional.
3 — No caso previsto na alínea b) do n.o 1, os fun-
cionários ficam sujeitos ao regime aplicável ao pessoal 2 — A percentagem referida na alínea c) do número
especializado constante do Decreto-Lei n.o 133/85, de anterior não é acumulável com as das alíneas a) e b),
2 de Maio, e legislação complementar. mas prevalece sobre elas.
Artigo 35.o
Artigo 32.o
Lista de antiguidade
Formas de cessação de funções
1 — É elaborada, anualmente, uma lista de antigui-
As funções do pessoal da carreira diplomática podem
dade dos funcionários diplomáticos no activo e na situa-
cessar por o funcionário ter sido desligado do serviço
ção de disponibilidade, da qual deve constar o tempo
para efeitos de aposentação, aplicação de sanção dis- de serviço prestado na função pública, na carreira diplo-
ciplinar que implique essa consequência ou desvincu- mática, na categoria e, dentro desta, no respectivo esca-
lação voluntária, subsequente ou não à colocação na lão, nos serviços internos e externos, bem como os dias
situação de disponibilidade. descontados no ano a que a lista se reporta.
2 — Não conta, para efeitos de antiguidade na car-
Artigo 33.o reira diplomática, o tempo decorrido na situação de
Aposentação e jubilação inactividade temporária, na situação de disponibilidade,
salvo se se verificar qualquer uma das situações de pres-
1 — A aposentação dos funcionários do serviço diplo- tação de serviço efectivo de funções previstas no n.o 1
mático rege-se pelo disposto na lei geral, com as espe- do artigo 31.o, ou noutra situação a que a lei atribua
cificidades previstas nos números seguintes. esse efeito.
2 — Serão considerados jubilados os funcionários 3 — A lista de antiguidade é tornada pública por aviso
diplomáticos com a categoria de embaixador ou de publicado no Diário da República e levada ao conhe-
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cimento de todos os funcionários diplomáticos pelos ser- dro da respectiva categoria segundo a ordem de anti-
viços competentes do Ministério dos Negócios Estran- guidade na categoria.
geiros até ao final do 1.o trimestre do ano civil seguinte 3 — A situação de supranumerário não importa qual-
àquele a que a lista se reporta. quer limitação ao exercício de funções, nem prejuízo
4 — Da lista de antiguidade cabem as reclamações em termos de antiguidade, progressão, promoção, remu-
e os recursos previstos na lei geral. neração, suplementos e abonos.
1 — Sem prejuízo do disposto na presente secção, o 2 — Por despacho do Ministro dos Negócios Estran-
conselho diplomático, tendo sempre em consideração geiros, sob proposta devidamente fundamentada do con-
o interesse público e os objectivos da política externa selho diplomático, os prazos previstos no número ante-
portuguesa, observará, sucessiva e cumulativamente, os rior poderão ser prorrogados por um ano, a pedido do
seguintes critérios na elaboração das propostas de colo- interessado ou por razões de reconhecido interesse
cações e transferências: público.
3 — Por despacho do Ministro dos Negócios Estran-
a) As qualidades profissionais e a adequação do geiros, sob proposta devidamente fundamentada do con-
perfil pessoal dos funcionários ao posto con- selho diplomático, os prazos previstos no n.o 1 poderão
siderado; ser encurtados.
b) A classe dos postos em que os funcionários 4 — Nenhum funcionário diplomático pode perma-
diplomáticos estiveram anteriormente coloca- necer nos serviços externos por um período ininterrupto
dos; superior a nove anos.
c) As preferências expressas pelos funcionários; 5 — O disposto nos números anteriores não se aplica
d) A sua antiguidade na categoria. aos chefes de missão.
2 — Na elaboração das propostas de colocações e Artigo 48.o
transferências, o conselho diplomático ponderará, na Permanência nos serviços internos
medida do possível e sem prejuízo da prevalência do
interesse do serviço, aspectos da vida pessoal dos fun- 1 — A permanência dos funcionários diplomáticos
cionários, designadamente a reunificação ou aproxima- nos serviços internos é de um mínimo de três anos e
ção familiares, que possam justificar um atendimento de um máximo de quatro anos, podendo, porém, a
especial das preferências manifestadas no âmbito da alí- pedido do interessado, o conselho diplomático prorrogar
nea c) do número anterior. esse prazo, por duas vezes, por um período suplementar
não superior a 12 meses.
2 — Por razões de conveniência de serviço, o Ministro
Artigo 46.o dos Negócios Estrangeiros pode prorrogar, por despa-
Classificação dos postos cho, sob proposta fundamentada do conselho diplomá-
tico, até ao limite de 12 meses, o período máximo refe-
1 — Os postos nos serviços externos são classificados rido no número anterior, contando esse período de pror-
em três classes — A, B e C —, por despacho conjunto rogação, para os efeitos previstos no n.o 3 do artigo 18.o,
dos Ministros dos Negócios Estrangeiros e das Finanças, no n.o 1 do artigo 19.o e no n.o 1 do artigo 20.o, como
sob proposta do conselho diplomático. prestado nos serviços externos.
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3 — A título excepcional, por razões de reconhecido daturas a cinco postos correspondentes à sua categoria,
interesse público, o Ministro dos Negócios Estrangeiros por ordem decrescente de preferência, devendo essa
poderá, por despacho, sob proposta fundamentada do candidatura incluir, no mínimo, três postos de classe
conselho diplomático adoptada por uma maioria de dois diferente.
terços dos seus membros, prorrogar, por períodos de 4 — Até 1 de Março de cada ano, o conselho diplo-
12 meses, o prazo previsto no n.o 1 do presente artigo. mático torna pública uma proposta provisória de colo-
4 — O prazo mínimo de permanência nos serviços cações e transferências de funcionários diplomáticos
internos não se aplica aos funcionários que já tenham para esse ano.
desempenhado funções de chefe de missão diplomática 5 — Entre 1 e 15 de Março de cada ano, os fun-
ou sejam designados para a chefia de missões diplo- cionários diplomáticos que constem da lista referida no
máticas ou de representações permanentes. número anterior podem submeter à consideração do
5 — O prazo máximo de permanência previsto no conselho diplomático propostas alternativas de coloca-
n.o 1 não se aplica aos funcionários diplomáticos que ção resultantes de acordo mútuo.
se encontrem a exercer cargos dirigentes a partir de 6 — O conselho diplomático aprecia as propostas
director de serviços e equiparados. referidas no número anterior e, até 30 de Março de
6 — Os membros dos conselhos directivos das asso- cada ano, torna pública a lista definitiva de colocações
ciações profissionais representativas dos funcionários e transferências e encaminha-a ao Ministro dos Negócios
diplomáticos não podem, sem a sua anuência, ser colo- Estrangeiros para os efeitos do artigo 44.o
cados nos serviços externos durante o respectivo man- 7 — As colocações e transferências de funcionários
dato. diplomáticos decorrentes da aplicação do presente
Artigo 49.o artigo devem ser publicadas no Diário da República até
ao final do mês de Junho de cada ano.
Colocações nos serviços externos 8 — Os funcionários diplomáticos colocados ou trans-
1 — Salvo a requerimento do interessado, sujeito a feridos nos serviços externos ou transferidos destes para
parecer favorável do conselho diplomático, nenhum fun- os serviços internos devem apresentar-se no posto ou
cionário diplomático colocado em posto de classe C nos serviços no prazo de 60 dias a contar da publicação
pode ser transferido para um posto da mesma classe da nomeação no Diário da República.
se, entretanto, não tiver sido colocado em posto de 9 — O prazo previsto no número anterior conta-se,
classe A ou em posto de classe B. para os funcionários diplomáticos que se encontrem nos
2 — O disposto no número anterior não se aplica às serviços externos, a partir da data em que é efectuada
colocações de chefe de missão diplomática ou de repre- a comunicação oficial da publicação da nomeação no
sentação permanente. Diário do República.
3 — A colocação nos serviços internos do Ministério 10 — O secretário-geral, ouvido o conselho diplomá-
dos Negócios Estrangeiros não prejudica a aplicação tico, pode prorrogar, por um período máximo de 60
da regra de rotação prevista no n.o 1. dias, o prazo referido no n.o 8, por conveniência de
serviço ou a pedido dos interessados, com vista a con-
ciliar a colocação ou transferência destes com o calen-
Artigo 50.o dário escolar dos seus filhos ou cônjuge.
Limite de idade para o exercício de funções nos serviços externos 11 — Os funcionários diplomáticos transferidos nos
serviços externos ou aí colocados, bem como aqueles
O limite de idade dos funcionários diplomáticos para que sejam deles transferidos para os serviços internos,
o exercício de funções nos serviços externos é de 65 anos. têm direito a uma dispensa de serviço pelo período de
15 dias imediatamente anterior à partida para o posto
Artigo 51.o ou deste para os serviços internos.
Processo de colocação ordinária
tos previstos no artigo 47.o, como tendo sido prestado Artigo 55.o
nos serviços internos. Missões extraordinárias e temporárias
5 — O desempenho de uma comissão de serviço por
um funcionário diplomático que já esteja colocado num 1 — A título excepcional, as missões diplomáticas
posto não se considera como uma nova colocação, con- extraordinárias e temporárias criadas para assegurar a
tando-se o período de tempo de comissão como de per- representação do Estado em actos ou reuniões inter-
manência no posto de origem. nacionais de especial importância podem ser chefiadas
6 — O tempo de serviço prestado num posto, nos ter- por individualidades não pertencentes ao quadro do pes-
mos do n.o 3, por um funcionário diplomático colocado soal diplomático, às quais se aplicam os direitos e deve-
nos serviços internos é contado, para os efeitos previstos res próprios dos funcionários diplomáticos enquanto se
no artigo 47.o, como de permanência nesse posto caso mantiverem no desempenho da sua missão.
o funcionário venha a ser nele colocado no decurso da 2 — O processo de colocação de funcionários diplo-
comissão de serviço. máticos em missões extraordinárias e temporárias
Artigo 53.o obedecerá, caso não seja possível ou conveniente o pro-
vimento dos lugares existentes nos termos do n.o 3 do
Regra de gestão artigo 52.o, às regras que, caso a caso, o conselho diplo-
mático estabeleça para esse efeito.
1 — No processo de colocações e transferências
deverá ser observado o equilíbrio entre o número de
funcionários colocados nos serviços internos e externos, CAPÍTULO IV
de forma que seja sempre assegurado o adequado fun-
cionamento de todos eles. Dos direitos e deveres
2 — O secretário-geral, ouvido o conselho diplomá-
tico, apresentará ao Ministro dos Negócios Estrangeiros, Artigo 56.o
até 30 de Novembro de cada ano, um plano visando
Princípio geral
a repartição equilibrada do número de funcionários
diplomáticos a colocar nos serviços internos e externos, Os funcionários diplomáticos gozam dos direitos e
que deverá ter em conta as disponibilidades orçamentais estão sujeitos aos deveres gerais da função pública, sem
previstas para o ano subsequente. prejuízo dos previstos no presente estatuto.
1 — O secretário-geral, tendo em conta as disponi- 1 — Sem prejuízo de outros subsídios por morte devi-
bilidades orçamentais previstas para o ano seguinte e dos aos funcionários do Estado e previstos no regime
ouvidos o conselho diplomático e as associações repre- geral da função pública, em caso de falecimento de um
sentativas dos funcionários diplomáticos, deve apresen- funcionário diplomático colocado nos serviços externos,
tar ao Ministro dos Negócios Estrangeiros, até 30 de constituem encargo do Ministério dos Negócios Estran-
Outubro de cada ano, a sua proposta sobre os montantes geiros:
a abonar no ano seguinte aos funcionários diplomáticos
colocados nos serviços externos, os quais são fixados a) As despesas com o funeral, a trasladação do
por despacho conjunto anual dos Ministros dos Negócios féretro para Portugal e o acompanhamento
Estrangeiros e das Finanças. deste pelo cônjuge sobrevivo e pelos descen-
2 — Na fixação dos abonos deve ter-se em conta: dentes a seu cargo;
b) O retorno do cônjuge sobrevivo e dos filhos ao
a) Os índices de custo de vida nas diferentes cida- posto, bem como o seu regresso definitivo e
des e países, de acordo com as estatísticas das dos eventuais acompanhantes autorizados a
principais organizações internacionais ou de Portugal;
outras entidades credíveis, na ausência daque- c) O transporte dos seus bens;
las; d) O pagamento de um montante correspondente
b) Os elementos informativos sobre as condições aos abonos mensais referidos nas alíneas a) e
de vida local fornecidos pelos postos e pela Ins- b) do n.o 1 do artigo 61.o;
pecção Diplomática e Consular; e) O pagamento de um montante correspondente
c) O risco de insalubridade ou isolamento e os ao subsídio de instalação a que o funcionário
custos familiares e sociais acrescidos decorren- diplomático teria direito se regressasse com vida
tes da colocação em postos da classe C; a Portugal.
d) As situações de guerra, conflito armado interno
ou insegurança generalizada; 2 — Os montantes a que se referem as alíneas d)
e) As necessidades efectivas de representação dos e e) do número anterior são liquidados pelo Ministério
postos onde os funcionários diplomáticos estão dos Negócios Estrangeiros em favor dos herdeiros, por
colocados, devendo para o efeito ser conside- uma só vez.
rada a composição do agregado familiar. 3 — Caso o falecimento se verifique no decurso do
ano lectivo, os filhos dependentes terão direito, até con-
3 — Na fixação dos abonos dever-se-á ter em conta clusão daquele, a 50 % do montante do abono a que
a necessidade de assegurar a estabilidade das condições se refere a alínea a) do n.o 1 do artigo 61.o e à totalidade
de vida e a manutenção do poder de compra dos fun- do abono referido na alínea e) do mesmo número e
cionários diplomáticos nos diferentes postos. artigo.
4 — Por despacho conjunto dos Ministros dos Negó- 4 — Em caso de falecimento no estrangeiro de um
cios Estrangeiros e das Finanças, sob proposta do secre- funcionário diplomático que, embora colocado nos ser-
tário-geral, ouvido o conselho diplomático, poderão a viços internos, se haja deslocado em missão de serviço
qualquer momento ser corrigidos os montantes a abonar público, constituem encargo do Ministério dos Negócios
aos funcionários diplomáticos colocados nos serviços Estrangeiros as despesas com o funeral, a trasladação
externos em virtude da ocorrência de circunstâncias que do féretro para Portugal e as viagens do cônjuge sobre-
não tenha sido possível considerar na proposta anual vivo de forma a este poder acompanhar o féretro no
a que se refere o n.o 1. seu regresso ao País.
Artigo 65.o
SECÇÃO III
Suplemento de colocação nos serviços internos
Outros direitos
1 — Aos funcionários diplomáticos colocados nos ser-
viços internos, no activo e em efectividade de funções, Artigo 67.o
incluindo os que ocupam cargos dirigentes ou de chefia Viagens e transportes
mas exceptuando os que se encontram a desempenhar
funções em gabinetes ministeriais ou junto de órgãos 1 — Os funcionários diplomáticos colocados nos ser-
de soberania, bem como aos funcionários na disponi- viços externos ou transferidos destes para os serviços
bilidade a desempenhar funções nos termos da alínea a) internos têm direito ao pagamento das despesas de
do n.o 1 do artigo 31.o, é atribuído um suplemento men- viagem.
sal para despesas inerentes à função diplomática. 2 — As despesas a que se refere o número anterior
2 — O montante do suplemento referido no número compreendem a deslocação dos funcionários diplomá-
anterior é, independentemente do regime remunerató- ticos e dos seus acompanhantes autorizados, bem como,
rio a que o funcionário se encontra sujeito, igual a 20 % dentro dos limites a estabelecer por despacho conjunto
do vencimento ilíquido da respectiva categoria e escalão. dos Ministros dos Negócios Estrangeiros e das Finanças,
3 — Para efeitos de aplicação do presente artigo, con- o custeio do transporte dos seus bens pessoais.
sidera-se que não está em efectividade de funções o 3 — Durante a sua permanência em postos de
funcionário diplomático que, encontrando-se colocado classe A ou B, os funcionários diplomáticos e os seus
nos serviços internos ou que para aí seja transferido, acompanhantes autorizados têm direito ao pagamento
esteja sem afectação a um serviço ou sem prestar funções de uma viagem a Portugal após cada período de 24
por um período superior a 90 dias. meses.
798-(14) DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 49 — 27-2-1998
4 — O tempo de serviço prestado em instituições ou relativas à legislação e regulamentação que digam res-
organismos internacionais ao abrigo do presente artigo peito aos funcionários diplomáticos e respectiva carreira,
contará, até ao limite de dois anos, como tempo de incluindo, nomeadamente, as matérias previstas no ar-
serviço externo para os efeitos previstos nos artigos 18.o, tigo 64.o
n.o 3, 19.o, n.o 1, e 20.o, n.o 1. 3 — Sem prejuízo das competências dos órgãos pró-
5 — Aplica-se às situações previstas no número ante- prios do Ministério dos Negócios Estrangeiros, as asso-
rior o disposto no artigo 21.o ciações referidas nos números anteriores poderão apre-
sentar propostas de revisão da legislação respeitantes
Artigo 74.o à carreira diplomática.
Férias
CAPÍTULO VII
1 — Os funcionários diplomáticos colocados nos ser-
viços externos tem anualmente direito a um comple- Das disposições finais e transitórias
mento para férias de 2 dias úteis para efeitos de viagem
a Portugal. Artigo 79.o
2 — Os funcionários diplomáticos colocados em pos- Transição de pessoal
tos de classe C têm ainda anualmente direito a um com-
plemento de licença para férias de 22 dias úteis. 1 — Sem prejuízo do disposto no n.o 2 do artigo 3.o,
3 — O complemento de licença para férias a que se os actuais titulares das categorias da carreira diplomática
refere o número anterior deve ser gozado no ano a transitam para as categorias e escalões previstos no pre-
que respeita ou durante o 1.o trimestre do ano seguinte sente diploma de acordo com as seguintes regras:
e não confere direito a qualquer abono ou subsídio a) Os adidos de embaixada transitam para a cate-
suplementar. goria de adido de embaixada;
Artigo 75.o b) Os secretários de embaixada posicionados no
1.o escalão transitam para o 1.o escalão da cate-
Efeitos da inactividade temporária
goria de secretário de embaixada;
1 — As faltas justificadas por doença profissional ou c) Os secretários de embaixada posicionados no
acidente em serviço regem-se pelo disposto na lei geral. 2.o escalão transitam para o 2.o escalão da cate-
2 — Em casos excepcionais, devidamente fundamen- goria de secretário de embaixada;
tados, o Ministro dos Negócios Estrangeiros pode auto- d) Os secretários de embaixada posicionados no
rizar, mediante parecer prévio de junta médica, a pror- 3.o escalão transitam para o 3.o escalão da cate-
rogação do limite máximo de faltas por doença pro- goria de secretário de embaixada;
fissional ou por acidente em serviço por mais 18 meses. e) Os secretários de embaixada posicionados no
4.o escalão transitam para o 4.o escalão da cate-
goria de secretário de embaixada;
CAPÍTULO V f) Os secretários de embaixada posicionados nos
5.o e 6.o escalões transitam para o 5.o escalão
Do procedimento disciplinar
da categoria de secretário de embaixada;
Artigo 76.o g) Os conselheiros de embaixada posicionados no
1.o escalão transitam para o 1.o escalão da cate-
Infracção disciplinar goria de conselheiro de embaixada;
Constitui infracção disciplinar todo o acto ou omissão h) Os conselheiros de embaixada posicionados no
do funcionário diplomático que viole os seus deveres 2.o escalão transitam para o 2.o escalão da cate-
próprios ou os deveres gerais da função pública. goria de conselheiro de embaixada;
i) Os conselheiros de embaixada posicionados no
3.o escalão transitam para o 3.o escalão da cate-
Artigo 77.o goria de conselheiro de embaixada;
Remissão j) Os conselheiros de embaixada posicionados no
4.o escalão transitam para o 4.o escalão da cate-
À responsabilidade disciplinar dos funcionários diplo- goria de conselheiro de embaixada;
máticos e respectivo procedimento aplicam-se as normas l) Os ministros plenipotenciários posicionados no
do Estatuto Disciplinar dos Funcionários e Agentes da 1.o escalão transitam para o 1.o escalão da cate-
Administração Pública. goria de ministro plenipotenciário;
m) Os ministros plenipotenciários posicionados no
CAPÍTULO VI 2.o escalão transitam para o 2.o escalão da cate-
goria de ministro plenipotenciário;
Direito de associação n) Os ministros plenipotenciários posicionados no
3.o escalão transitam para o 3.o escalão da cate-
Artigo 78.o goria de ministro plenipotenciário;
Direito de associação o) Os ministros plenipotenciários posicionados no
4.o escalão com menos de três anos nesse escalão
1 — Nos termos da lei, é reconhecido aos funcionários transitam para o 4.o escalão da categoria de
diplomáticos o direito de participarem em associações ministro plenipotenciário;
representativas próprias para a defesa e promoção dos p) Os ministros plenipotenciários posicionados no
seus interesses. 4.o escalão com mais de três anos nesse escalão
2 — As associações representativas dos funcionários transitam para o 5.o escalão da categoria de
diplomáticos serão consultadas sobre todas as matérias ministro plenipotenciário;
798-(16) DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 49 — 27-2-1998
Pacheco de Sousa Franco — Jorge Paulo Sacadura ANEXO A QUE SE REFERE O ARTIGO 59.o
Almeida Coelho.
Escalões
Categorias
Promulgado em 25 de Fevereiro de 1998. 1.o 2.o 3.o 4.o 5.o
Publique-se.
Embaixador . . . . . . . . . . . . . . . . 310 325 340
Publique-se. Ministro plenipotenciário . . . . 250 270 280 290 300
Conselheiro de embaixada . . . . 180 190 200 220
O Presidente da República, JORGE SAMPAIO. Secretário de embaixada . . . . . 135 140 150 160 170
Adido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125
Referendado em 26 de Fevereiro de 1998.
O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira Índice 100: valor fixado na Portaria n.o 904-A/89, de 16 de Outubro;
Guterres. ano de 1997=201 147$.