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798-(2) DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.

o 49 — 27-2-1998

MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS 2 — Os ministros plenipotenciários com três ou mais


anos de categoria são designados ministros plenipoten-
Decreto-Lei n.o 40-A/98 ciários de 1.a classe, enquanto os ministros plenipoten-
de 27 de Fevereiro
ciários com um tempo de categoria inferior a três anos
são designados ministros plenipotenciários de 2.a classe,
O Decreto-Lei n.o 79/92, de 6 de Maio, definiu pela e os secretários de embaixada com seis ou mais anos
primeira vez de forma sistemática os mecanismos de de categoria e oito ou mais anos de carreira são desig-
funcionamento da carreira diplomática, bem como o nados primeiros-secretários de embaixada, os secretários
conjunto de deveres e de direitos dos funcionários do de embaixada com três ou mais anos de categoria e
serviço diplomático. Este diploma procurou criar regras cinco ou mais anos de carreira são designados segun-
de funcionamento adaptadas às funções que o Ministério dos-secretários de embaixada e os secretários de embai-
dos Negócios Estrangeiros é chamado a desempenhar xada com menos de três anos de categoria são desig-
na actualidade. No entanto, a prática decorrente da sua nados terceiros-secretários de embaixada.
vigência aconselha a que se proceda ao aperfeiçoamento
e a ajustamentos de alguns normativos nele contidos.
No essencial, as razões que presidiram à anterior revi- Artigo 4.o
são legislativa permanecem válidas. Assim, as alterações Funções dos funcionários diplomáticos
que o presente projecto de diploma visa consagrar
obedecem a um duplo objectivo: por um lado, facilitar 1 — Aos funcionários diplomáticos compete a exe-
a gestão dos recursos humanos em condicionalismos for- cução da política externa do Estado, a defesa dos seus
çosamente específicos e, por outro, salvaguardar os legí- interesses no plano internacional e a protecção, no
timos interesses dos funcionários, dignificando uma car- estrangeiro, dos direitos dos cidadãos portugueses.
reira que assume um lugar particular entre os corpos 2 — O exercício de funções de carácter técnico e espe-
especiais do Estado e à qual é exigido um elevado sen- cializado, no âmbito dos serviços do Ministério dos
tido de responsabilidade na defesa dos interesses do Negócios Estrangeiros, poderá também ser confiado a
Estado no estrangeiro. funcionários diplomáticos de carreira, no activo ou na
Foi ouvida a Associação Sindical dos Diplomatas situação de disponibilidade, de harmonia com as dis-
Portugueses. posições do presente estatuto.
Assim:
No uso da autorização legislativa concedida pela Lei Artigo 5.o
n.o 4-A/98, de 20 de Janeiro, o Governo decreta, nos
termos das alíneas a) e b) do n.o 1 do artigo 198.o da Mobilidade
Constituição, o seguinte:
1 — Os funcionários diplomáticos desempenham
indistintamente as suas funções em Portugal e no estran-
CAPÍTULO I geiro, de harmonia com as disposições do presente
estatuto.
Disposições gerais 2 — Os funcionários referidos no número anterior
podem ser colocados em qualquer serviço do Ministério
Artigo 1.o dos Negócios Estrangeiros, sem necessidade de atribui-
Objecto e âmbito de aplicação ção de lugares de chefia.
1 — O presente diploma define o estatuto profissional
dos funcionários do quadro do serviço diplomático, Artigo 6.o
adiante designados por funcionários diplomáticos. Exclusividade
2 — O referido estatuto aplica-se a todos os funcio-
nários diplomáticos qualquer que seja a situação em 1 — Os funcionários diplomáticos no activo, na situa-
que se encontrem. ção de disponibilidade ou jubilados ficam sujeitos ao
Artigo 2.o regime de exclusividade, sem prejuízo do direito à gestão
de bens próprios, no quadro da qual poderão, excepto
Unidade e especificidade da carreira diplomática
se se encontrarem no activo, desempenhar funções não
Os funcionários diplomáticos constituem um corpo executivas em órgãos de sociedades comerciais.
único e especial de funcionários do Estado, sujeito a 2 — O regime de exclusividade definido no número
regras específicas de ingresso, progressão e promoção anterior não impede o exercício em tempo parcial de
na respectiva carreira, independentemente das funções actividades de natureza docente ou de investigação em
que sejam chamados a desempenhar. estabelecimentos de ensino superior e universitário, nos
termos da lei.
Artigo 3.o Artigo 7.o
Categorias da carreira diplomática
Exercício de funções diplomáticas
1 — A carreira diplomática integra as seguintes
1 — O exercício de funções diplomáticas nos serviços
categorias:
externos cabe aos funcionários diplomáticos, com excep-
a) Embaixador; ção dos casos previstos no presente estatuto.
b) Ministro plenipotenciário; 2 — Os cargos de secretário-geral e de director-geral
c) Conselheiro de embaixada; ou equiparados dos serviços internos do Ministério dos
d) Secretário de embaixada; Negócios Estrangeiros são preenchidos por funcionários
e) Adido de embaixada. diplomáticos, com excepção dos casos previstos na lei.
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CAPÍTULO II Artigo 9.o


Da carreira diplomática Composição e funcionamento

1 — Sem prejuízo do disposto no n.o 2 do presente


SECÇÃO I artigo, o conselho diplomático é constituído:
Conselho diplomático a) Pelo secretário-geral, que preside;
b) Pelo director-geral de Política Externa;
Artigo 8.o c) Pelo inspector-geral Diplomático e Consular;
Competências do conselho diplomático
d) Pelo director-geral dos Assuntos Comunitários;
e) Pelo director-geral das Relações Bilaterais;
1 — O conselho diplomático é um órgão do Ministério f) Pelo director-geral dos Assuntos Multilaterais;
dos Negócios Estrangeiros, exercendo as competências g) Pelo director-geral dos Assuntos Consulares e
que decorrem do presente estatuto. Comunidades Portuguesas;
2 — Compete ao conselho diplomático: h) Pelo director do Departamento Geral de Admi-
nistração;
a) Dar parecer, tendo em atenção as necessidades i) Pelo presidente do Instituto da Cooperação
de pessoal diplomático do Ministério dos Negó- Portuguesa;
cios Estrangeiros, sobre a oportunidade de aber- j) Por representantes eleitos por cada uma das
tura do concurso de ingresso na carreira e sobre categorias da carreira, nos seguintes termos:
o número de vagas a preencher;
b) Dar parecer sobre a aptidão dos adidos de Um representante eleito pela categoria de
embaixada e ordená-los para efeitos de confir- embaixador;
mação e nomeação definitiva como secretários Dois representantes eleitos pela categoria de
de embaixada; ministro plenipotenciário;
c) Dar parecer sobre a oportunidade de abertura Dois representantes eleitos pela categoria de
do concurso de acesso à categoria de conselheiro conselheiro de embaixada;
de embaixada caso o número de vagas existentes Dois representantes eleitos pela categoria de
seja inferior a cinco e aprovar os temas indicados secretário de embaixada;
pelos candidatos para a prova de exposição; Um representante eleito pela categoria de
d) Estabelecer a lista de promoções a ministro adido de embaixada.
plenipotenciário;
e) Classificar anualmente os funcionários diplomá- 2 — Só podem integrar o conselho diplomático os fun-
ticos até à categoria de conselheiro de embai- cionários do quadro diplomático do Ministério dos
xada; Negócios Estrangeiros colocados nos serviços internos
f) Dar parecer sobre a suspensão de funções dos e que se encontrem no activo ou na situação de
funcionários diplomáticos para o desempenho disponibilidade.
de funções susceptíveis de revestirem interesse 3 — O conselho diplomático é secretariado por um
funcionário diplomático, sem direito a voto, designado
público;
pelo secretário-geral.
g) Dar parecer sobre a oportunidade do exercício
4 — O presidente do Instituto Diplomático participa
de funções por funcionários diplomáticos na
nas reuniões do conselho diplomático, com direito a
situação de disponibilidade;
voto, sempre que esteja incluída na ordem de trabalhos
h) Dar parecer sobre os postos diplomáticos e con-
a matéria a que se refere a alínea b) do n.o 2 do artigo
sulares onde se justifica a aplicação do regime anterior.
de equiparação a chefes de missão diplomática; 5 — O conselho diplomático é assessorado por um
i) Elaborar propostas de colocação e transferência jurista do quadro do Ministério dos Negócios Estran-
de funcionários diplomáticos, com excepção dos geiros, designado pelo secretário-geral, que poderá par-
chefes de missão diplomática ou directores-ge- ticipar nas reuniões, sem direito a voto, sempre que
rais ou equiparados; tal for entendido necessário pelo presidente.
j) Propor anualmente ao Ministro dos Negócios 6 — As deliberações do conselho diplomático são
Estrangeiros a classificação dos postos nos ser- tomadas por votação nominal e maioria simples, salvo
viços externos; se o próprio conselho decidir em sentido diferente.
l) Propor ao Ministro dos Negócios Estrangeiros 7 — Das reuniões do conselho diplomático são obri-
o encurtamento ou a prorrogação dos prazos gatoriamente lavradas actas.
de permanência nos serviços internos e externos; 8 — O funcionamento do conselho diplomático é
m) Dar parecer sobre o plano anual de gestão de regido por um regulamento interno, aprovado por des-
recursos humanos elaborado polo secretário- pacho do Ministro dos Negócios Estrangeiros, sob pro-
-geral; posta do mesmo conselho.
n) Dar parecer sobre a proposta anual do secre-
tário-geral de abonos para os funcionários diplo-
máticos colocados nos serviços externos. SECÇÃO II
Recrutamento, selecção e ingresso
3 — Cabe ainda ao conselho diplomático propor ou
dar parecer sobre as alterações à legislação respeitante Artigo 10.o
ao Ministério dos Negócios Estrangeiros e à carreira Condições de ingresso
diplomática, bem como pronunciar-se sobre quaisquer
outras questões que lhe sejam submetidas para apre- 1 — O ingresso na carreira diplomática realiza-se
ciação. sempre pela categoria de adido de embaixada, mediante
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concurso de provas públicas, nos termos de regulamento 4 — Os adidos de embaixada que não forem consi-
aprovado por despacho do Ministro dos Negócios derados aptos ou adequados ao exercício de funções
Estrangeiros, ao qual podem candidatar-se todos os diplomáticas serão exonerados ou, caso possuam vínculo
cidadãos portugueses que possuam, além das condições definitivo à função pública, cessarão as respectivas
gerais de admissão na função pública, uma licenciatura comissões de serviço extraordinárias.
conferida por instituições de ensino universitário por-
tuguesas ou diploma estrangeiro legalmente equiparado.
Artigo 14.o
2 — O concurso de ingresso é aberto por despacho
do Ministro dos Negócios Estrangeiros, sob proposta Provimento definitivo
do secretário-geral, ouvido o conselho diplomático.
1 — Os adidos de embaixada que sejam confirmados
3 — O prazo de validade do concurso esgota-se com
nos termos do disposto no artigo anterior são nomeados
o preenchimento das vagas postas a concurso ou, no
definitivamente como secretários de embaixada.
caso de o número de candidatos aprovados ter sido infe-
2 — A ordenação dos secretários de embaixada
rior ao número daquelas vagas, com o provimento dos
nomeados definitivamente de harmonia com o disposto
candidatos aprovados.
no número anterior será estabelecida pelo conselho
4 — Do regulamento do concurso de ingresso cons-
diplomático, atendendo à classificação obtida no con-
tarão os critérios de avaliação que serão seguidos pelo
curso de ingresso, aos resultados alcançados no curso
júri, bem como os factores de ponderação atribuídos
de formação diplomática e às classificações anuais de
a cada uma das provas que o compõem.
serviço de que foram objecto enquanto adidos de
embaixada.
Artigo 11.o
SECÇÃO III
Provimento provisório
Progressão e promoção
1 — Os candidatos aprovados no concurso de ingresso
são nomeados provisoriamente ou, caso possuam vínculo Artigo 15.o
definitivo à função pública, em comissão de serviço
extraordinária, pelo período de dois anos, como adidos Regra geral de progressão
de embaixada, segundo a ordem da respectiva classi- 1 — A progressão processa-se dentro de cada cate-
ficação e dentro do limite do número de vagas postas goria, com excepção da de adido de embaixada, pela
a concurso. passagem ao escalão imediato após a permanência de
2 — Os candidatos aprovados, depois de providos nos três anos de serviço efectivo no escalão anterior.
lugares para que foram nomeados, iniciam as suas fun- 2 — A atribuição da classificação de Não apto deter-
ções no Instituto Diplomático. mina a não consideração do tempo de serviço prestado
com essa classificação para efeitos de progressão.
Artigo 12.o
Curso de formação e estágios Artigo 16.o
1 — Os candidatos aprovados no concurso de ingresso Formalidades
devem frequentar obrigatoriamente um curso de for- 1 — A progressão é automática e oficiosa, não depen-
mação diplomática, que tem início após a nomeação dendo de requerimento do interessado e devendo os
efectuada nos termos do artigo anterior e que será regu- serviços processá-la oficiosamente.
lamentado por despacho do Ministro dos Negócios 2 — O direito à remuneração pelo escalão superior
Estrangeiros. vence-se no 1.o dia do mês seguinte ao do preenchimento
2 — O curso de formação diplomática a que se refere dos requisitos estabelecidos no artigo anterior, depen-
o número anterior pode ser complementado pela rea- dendo o seu abono da simples confirmação das con-
lização de estágios de duração acumulada não superior dições legais por parte dos serviços competentes do
a 60 dias em missões diplomáticas, representações per- Ministério dos Negócios Estrangeiros.
manentes ou postos consulares.
Artigo 17.o
Artigo 13.o
Regra geral de promoção
Confirmação, termo da comissão de serviço ou exoneração
dos adidos de embaixada 1 — Os lugares das várias categorias da carreira diplo-
mática são providos mediante promoção por mérito dos
1 — Os adidos de embaixada que não forem apro-
funcionários diplomáticos da categoria anterior.
vados no curso de formação a que se refere o artigo 12.o
2 — A atribuição da classificação de Não apto deter-
serão exonerados ou, caso possuam vínculo definitivo
mina a não consideração do tempo de serviço prestado
à função pública, cessarão as respectivas comissões de
com essa classificação para efeitos de contagens de
serviço extraordinárias.
tempo para promoção à categoria superior.
2 — Após completados dois anos a contar do início
das respectivas funções, o conselho diplomático pronun-
cia-se, no prazo máximo de 30 dias e fundamentando Artigo 18.o
a sua apreciação, sobre a aptidão e adequação de cada Acesso à categoria de conselheiro de embaixada
adido ao desempenho de funções diplomáticas.
3 — Cabe ao Ministro dos Negócios Estrangeiros 1 — O acesso à categoria de conselheiro de embai-
homologar a proposta do conselho diplomático no prazo xada é facultado aos secretários de embaixada que tive-
de 10 dias. rem sido aprovados em concurso aberto para o efeito.
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2 — O concurso de acesso à categoria de conselheiro Artigo 20.o


de embaixada é aberto para o número de vagas fixado Acesso à categoria de embaixador
por despacho do Ministro dos Negócios Estrangeiros,
até ao limite das existentes, anualmente, sempre que 1 — O acesso à categoria de embaixador é aberto
este número seja igual ou superior a cinco, ou, caso a todos os ministros plenipotenciários que tiverem cum-
seja inferior, mediante parecer favorável do conselho prido quatro anos de serviço na respectiva categoria
diplomático sobre a conveniência da abertura do con- e um mínimo de oito anos nos serviços externos.
curso. 2 — As promoções são realizadas pelo Ministro dos
3 — Podem apresentar-se a concurso os secretários Negócios Estrangeiros, com base na apreciação das qua-
de embaixada no activo, com um mínimo de 10 anos lidades do funcionário e dos serviços prestados, ouvido
de serviço na carreira diplomática, que tiverem cum- o secretário-geral, e só podem ter lugar quando se veri-
prido oito anos de serviço efectivo na categoria e exer- fique a existência de vagas na categoria.
cido funções nos serviços externos por período não infe-
rior a quatro anos.
4 — O concurso, cujas provas são públicas, com- Artigo 21.o
preende a avaliação curricular com a participação do Equiparação a tempo prestado nos serviços externos
candidato e a apresentação, seguida de debate, de um
tema indicado pelo interessado, que deve incidir sobre 1 — O tempo de serviço prestado em posto pelos fun-
questões de política externa portuguesa ou temas actuais cionários diplomáticos nomeados provisoriamente em
do âmbito das relações internacionais. regime de comissão de serviço, nos termos do presente
5 — Os temas indicados pelos candidatos nos termos estatuto, é considerado, para os efeitos previstos no n.o 3
do número anterior devem ser aprovados pelo conselho do artigo 18.o, no n.o 1 do artigo 19.o e no n.o 1 do
diplomático. artigo 20.o, como prestado nos serviços externos.
6 — Os secretários de embaixada aprovados são pro- 2 — Para os efeitos do n.o 3 do artigo 18.o, do n.o 1
movidos a conselheiro de embaixada segundo a ordem do artigo 19.o e do n.o 1 do artigo 20.o, o tempo de
da sua classificação, preenchendo as vagas existentes serviço prestado nos gabinetes dos membros do Governo
postas a concurso ou as que venham a verificar-se nos do Ministério dos Negócios Estrangeiros ou em funções
12 meses subsequentes à abertura do concurso. de assessoria diplomática junto de órgãos de soberania
7 — Em caso de igualdade de classificações, preva- ou ainda junto das instâncias de governo de territórios
lecerá o critério da maior antiguidade na categoria de sob administração portuguesa, em comissão ou regime
secretário de embaixada. de requisição, é equiparado, até ao limite de dois anos,
8 — O regulamento do concurso de acesso à categoria ao prestado nos serviços externos.
de conselheiro de embaixada é aprovado por portaria 3 — Mediante despacho do Ministro dos Negócios
do Ministro dos Negócios Estrangeiros. Estrangeiros, contará igualmente como tendo sido pres-
9 — Do regulamento do concurso constarão a com- tado nos serviços externos, até ao limite de um ano,
posição do júri, os critérios de avaliação que serão segui- o tempo de serviço prestado no exercício de quaisquer
dos pelo mesmo, bem como os factores de ponderação funções em gabinetes de outros membros do Governo
atribuídos a cada uma das provas que o compõem. ou junto de outros órgãos de soberania.
4 — Um funcionário não pode, porém, beneficiar
cumulativamente das equiparações a tempo prestado
Artigo 19.o nos serviços externos previstas nos números anteriores
Acesso à categoria de ministro plenipotenciário para além dos limites temporais ali fixados.
1 — O acesso à categoria de ministro plenipotenciário
é aberto a todos os conselheiros de embaixada que tive- Artigo 22.o
rem cumprido três anos de serviço efectivo naquela cate- Funcionários na situação de disponibilidade
goria e exercido funções nos serviços externos por
período não inferior a seis anos. Os funcionários diplomáticos na situação de dispo-
2 — As promoções a ministro plenipotenciário efec- nibilidade não podem ser promovidos, podendo contudo
tuam-se anualmente, no decurso do 1.o semestre, para progredir na respectiva categoria se forem chamados
preenchimento das vagas abertas durante o ano anterior, a desempenhar quaisquer funções nos serviços internos
e abrangerão apenas os conselheiros de embaixada que do Ministério dos Negócios Estrangeiros ou a participar
em 31 de Dezembro daquele ano satisfaziam as con- em missões extraordinárias e temporárias em Portugal
dições exigíveis para aquele efeito. e no estrangeiro.
3 — A lista de promoções a ministro plenipotenciário
é estabelecida pelo conselho diplomático. SECÇÃO IV
4 — O mérito de todos os conselheiros de embaixada
em condições de promoção será apreciado pelo conselho Artigo 23.o
diplomático, com base na análise dos respectivos pro- Classificações
cessos individuais e percursos curriculares, devendo a
proposta de promoção ser objecto de fundamentação. 1 — São objecto de informação e classificação anual
5 — As promoções a ministro plenipotenciário são de serviço todos os funcionários diplomáticos até à cate-
da competência do Ministro dos Negócios Estrangeiros. goria de conselheiro de embaixada, inclusive.
6 — Os critérios de avaliação do mérito dos conse- 2 — As informações anuais de serviço são da respon-
lheiros de embaixada a que o conselho diplomático deve sabilidade dos superiores hierárquicos imediatos do fun-
atender na elaboração da lista anual de promoções à cionário em causa ou, se estes não existirem ou não
categoria de ministro plenipotenciário serão fixados por estiverem nas condições legalmente definidas para o
portaria do Ministro dos Negócios Estrangeiros. efeito, pelo secretário-geral.
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3 — Os funcionários diplomáticos são objecto de clas- 3 — Os cargos de chefia nos serviços externos não
sificação anual, devidamente fundamentada, pelo con- dependem de posse, lavrando-se apenas em livros pró-
selho diplomático, com base nas informações prestadas prios um termo de transferência de poderes e um termo
e na análise do respectivo processo individual, como de inventário, ambos assinados pelo funcionário diplo-
Muito apto, Apto e Não apto, tendo também em con- mático nomeado e por aquele a quem estiver confiada
sideração a maneira como foram apreciados e classi- a gerência do posto.
ficados os restantes funcionários diplomáticos da mesma 4 — Para os restantes cargos nos serviços externos
categoria, considerados no seu conjunto. serão lavrados termos de início e cessação de funções,
4 — Os funcionários diplomáticos na situação de dis- que serão assinados pelo funcionário nomeado ou trans-
ponibilidade não são objecto de informação e classi- ferido e pelo chefe do posto.
ficação, excepto se se encontrarem a desempenhar quais-
quer funções nos serviços internos do Ministério dos
SECÇÃO VI
Negócios Estrangeiros ou a participar em missões
extraordinárias e temporárias em Portugal e no estran- Suspensão de funções
geiro.
5 — A classificação de Muito apto ou de Não apto Artigo 27.o
só pode ser atribuída por maioria de três quartos dos Suspensão de funções
membros presentes do conselho diplomático.
6 — Será dado conhecimento aos funcionários diplo- 1 — Os funcionários diplomáticos ficam suspensos
máticos da classificação obtida, dela cabendo recurso das respectivas funções por força:
nos termos da lei.
a) Do exercício de cargos políticos;
7 — As informações nas quais se baseiam as classi-
b) Do desempenho de funções de interesse público,
ficações são confidenciais, devendo, no entanto, ser
como tal reconhecidas pelo Ministro dos Negó-
facultadas, quando requeridas, ao interessado.
cios Estrangeiros, ouvido o conselho diplomá-
8 — O processo de informação e classificação dos fun-
tico, desde que de natureza transitória ou com
cionários diplomáticos é regulamentado por portaria do
prazo certo de duração;
Ministro dos Negócios Estrangeiros, sob proposta do
c) Nos demais casos previstos no regime geral da
conselho diplomático.
função pública.

SECÇÃO V 2 — A suspensão de funções para exercício de cargos


políticos ou de funções de reconhecido interesse público
Posses e investiduras
não poderá determinar quaisquer prejuízos profissionais
Artigo 24.o aos funcionários diplomáticos.
Posse e aceitação
SECÇÃO VII
1 — O provimento em qualquer lugar de ingresso ou
acesso na carreira diplomática depende de posse ou Disponibilidade
aceitação.
2 — A posse ou aceitação é conferida dentro do prazo Artigo 28.o
de 20 dias contado a partir da data de publicação no Disponibilidade
Diário da República do respectivo diploma de admissão
ou promoção. Os funcionários diplomáticos no activo podem tran-
3 — Em relação aos funcionários diplomáticos colo- sitar para a situação de disponibilidade, abrindo vaga,
cados nos serviços externos, o prazo para a tomada de nos termos do presente estatuto.
posse ou aceitação referida no número anterior conta-se
a partir do momento em que é acusada a recepção da Artigo 29.o
comunicação oficial da publicação do diploma. Condições de passagem à disponibilidade

Artigo 25.o 1 — Transitam para a situação de disponibilidade:


Efeitos a) Os funcionários diplomáticos que atinjam o
limite de idade estabelecido para as diferentes
A posse ou aceitação confere o direito à remuneração, categorias nos termos do artigo seguinte;
abonos e título inerente à respectiva categoria, permi- b) Os funcionários diplomáticos com mais de
tindo a nomeação para os cargos que para a mesma 20 anos de serviço, por despacho do Ministro
categoria estiverem reservados. dos Negócios Estrangeiros, a requerimento do
interessado;
Artigo 26.o c) Os funcionários diplomáticos que obtenham do
Investidura
Ministro dos Negócios Estrangeiros licença para
acompanhar o cônjuge diplomata português
1 — A posse dos funcionários diplomáticos nomeados colocado nos serviços externos.
para exercerem os cargos de secretário-geral, director-
-geral ou equiparados é conferida pelo Ministro dos 2 — O número de funcionários diplomáticos na situa-
Negócios Estrangeiros. ção de disponibilidade, nos termos da alínea b) do
2 — A posse dos restantes funcionários diplomáticos número anterior, não pode ser superior a 20.
nomeados para exercerem outros cargos dirigentes nos 3 — Os funcionários diplomáticos na situação de dis-
serviços internos é conferida pelo secretário-geral. ponibilidade por força da alínea c) do n.o 1 do presente
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artigo podem a todo o tempo regressar à efectividade ministro plenipotenciário que, reunindo os requisitos
do serviço diplomático. legalmente exigíveis para a aposentação e contando mais
de 30 anos de serviço efectivo na carreira diplomática,
Artigo 30.o passem àquela situação por motivos não disciplinares.
3 — Os funcionários diplomáticos jubilados ou na
Limites de idade situação de aposentados gozam de todas as regalias,
1 — Os limites de idade para efeitos de passagem títulos e honras inerentes à sua categoria.
à disponibilidade são os seguintes: 4 — Os funcionários diplomáticos jubilados conti-
nuam vinculados aos deveres estatutários e podem ser
a) Embaixador — 65 anos; chamados a colaborar com o Ministério em termos a
b) Ministro plenipotenciário — 65 anos; definir por despacho do Ministro dos Negócios Estran-
c) Conselheiro — 60 anos; geiros.
d) Secretário — 58 anos. 5 — As pensões de aposentação dos funcionários
diplomáticos jubilados serão automaticamente actuali-
2 — O disposto na alínea a) do número anterior não zadas em percentagem igual à do aumento das remu-
se aplica ao embaixador nomeado para as funções de nerações dos funcionários diplomáticos no activo de
secretário-geral. categoria e escalão correspondentes aos detidos por
Artigo 31.o aqueles no momento da jubilação.
6 — Os funcionários diplomáticos nas condições pre-
Funções dos funcionários diplomáticos na situação vistas no n.o 2 podem fazer declarações de renúncia
de disponibilidade
à condição de jubilação, ficando sujeitos, em tal caso,
1 — Os funcionários diplomáticos na situação de dis- ao regime geral da aposentação.
ponibilidade podem ser chamados ao serviço para:
Artigo 34.o
a) Desempenhar quaisquer funções nos serviços
internos do Ministério dos Negócios Estran- Bonificações
geiros;
1 — A requerimento do interessado, nas contagens
b) Ser colocados, a seu pedido, no quadro do pes-
do tempo de serviço efectivamente prestado para efeitos
soal especializado, no serviço externo, obser-
de aposentação são incluídas as bonificações a seguir
vada a sua compatibilidade com o conteúdo fun-
indicadas:
cional do cargo, até ao limite de idade previsto
no artigo 50.o; a) 20 % nos postos diplomáticos e consulares situa-
c) Participar em missões extraordinárias e tempo- dos entre os paralelos 15 N. e 15 S.;
rárias em Portugal e no estrangeiro. b) 15 % nos postos diplomáticos e consulares situa-
dos entre os paralelos 15 N. e 30 N. e 15 S.
2 — O disposto nas alíneas b) e c) do número anterior e 30 S., sendo estas percentagens reduzidas de
depende de despacho do Ministro dos Negócios Estran- 5 % quando a altitude dos postos for superior
geiros, sob proposta do secretário-geral ou de reque- a 1000 m e inferior a 2000 m;
rimento do funcionário diplomático interessado, ouvido c) 25 % em país em guerra civil ou guerra inter-
o conselho diplomático. nacional.
3 — No caso previsto na alínea b) do n.o 1, os fun-
cionários ficam sujeitos ao regime aplicável ao pessoal 2 — A percentagem referida na alínea c) do número
especializado constante do Decreto-Lei n.o 133/85, de anterior não é acumulável com as das alíneas a) e b),
2 de Maio, e legislação complementar. mas prevalece sobre elas.

SECÇÃO VIII SECÇÃO IX

Cessação de funções Antiguidade

Artigo 35.o
Artigo 32.o
Lista de antiguidade
Formas de cessação de funções
1 — É elaborada, anualmente, uma lista de antigui-
As funções do pessoal da carreira diplomática podem
dade dos funcionários diplomáticos no activo e na situa-
cessar por o funcionário ter sido desligado do serviço
ção de disponibilidade, da qual deve constar o tempo
para efeitos de aposentação, aplicação de sanção dis- de serviço prestado na função pública, na carreira diplo-
ciplinar que implique essa consequência ou desvincu- mática, na categoria e, dentro desta, no respectivo esca-
lação voluntária, subsequente ou não à colocação na lão, nos serviços internos e externos, bem como os dias
situação de disponibilidade. descontados no ano a que a lista se reporta.
2 — Não conta, para efeitos de antiguidade na car-
Artigo 33.o reira diplomática, o tempo decorrido na situação de
Aposentação e jubilação inactividade temporária, na situação de disponibilidade,
salvo se se verificar qualquer uma das situações de pres-
1 — A aposentação dos funcionários do serviço diplo- tação de serviço efectivo de funções previstas no n.o 1
mático rege-se pelo disposto na lei geral, com as espe- do artigo 31.o, ou noutra situação a que a lei atribua
cificidades previstas nos números seguintes. esse efeito.
2 — Serão considerados jubilados os funcionários 3 — A lista de antiguidade é tornada pública por aviso
diplomáticos com a categoria de embaixador ou de publicado no Diário da República e levada ao conhe-
798-(8) DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 49 — 27-2-1998

cimento de todos os funcionários diplomáticos pelos ser- dro da respectiva categoria segundo a ordem de anti-
viços competentes do Ministério dos Negócios Estran- guidade na categoria.
geiros até ao final do 1.o trimestre do ano civil seguinte 3 — A situação de supranumerário não importa qual-
àquele a que a lista se reporta. quer limitação ao exercício de funções, nem prejuízo
4 — Da lista de antiguidade cabem as reclamações em termos de antiguidade, progressão, promoção, remu-
e os recursos previstos na lei geral. neração, suplementos e abonos.

Artigo 36.o CAPÍTULO III


Antiguidade na categoria
Do serviço diplomático
A antiguidade dos funcionários na categoria conta-se
desde a data da posse ou aceitação. SECÇÃO I
Chefia de missões diplomáticas, representações permanentes
Artigo 37.o e postos consulares
Ordenação Artigo 40.o
1 — As publicações dos diplomas de admissão e pro- Chefia de missões diplomáticas e representações permanentes
moção no Diário da República devem respeitar a res-
pectiva ordenação, efectuada nos termos do presente 1 — A chefia de missões diplomáticas é confiada aos
estatuto. embaixadores e ministros plenipotenciários, que para
2 — No caso de as publicações dos diplomas de admis- esse efeito são nomeados nos termos previstos na Cons-
são ou promoção ocorrerem na mesma data, observa-se tituição da República e na lei.
o seguinte: 2 — A chefia de representações permanentes é exer-
cida nos termos da legislação respectiva.
a) Nas admissões e nas promoções decorrentes de 3 — A chefia de missões diplomáticas poderá, a título
provas públicas a antiguidade é determinada excepcional, ser assegurada por conselheiros de embai-
pela ordem de classificação; xada, na qualidade de encarregados de negócios com
b) Nas promoções por mérito a antiguidade é cartas de gabinete.
determinada pela ordem de acesso. 4 — A chefia interina de missões diplomáticas e
representações permanentes, a título de encarregatura
Artigo 38.o de negócios, será sempre exercida por funcionários
diplomáticos.
Alteração da antiguidade
Artigo 41.o
A lista de antiguidade dos funcionários diplomáticos
Equiparação a chefe de missão diplomática
na carreira diplomática e nas respectivas categorias só
pode ser alterada em função: 1 — A título excepcional, as funções desempenhadas
a) Da ordenação estabelecida pelo conselho diplo- por embaixadores ou ministros plenipotenciários, na
mático, nos termos do n.o 2 do artigo 14.o; qualidade de substituto legal do chefe de missão ou
b) Da ordenação decorrente dos resultados do con- de cônsul-geral, podem ser, para todos os efeitos legais
curso de acesso à categoria de conselheiro de e regulamentares, equiparadas às de chefe de missão
embaixada; diplomática.
c) Da promoção à categoria de ministro pleni- 2 — Até 15 de Dezembro de cada ano, serão deter-
potenciário; minados por despacho conjunto devidamente funda-
d) Da promoção à categoria de embaixador; mentado dos Ministros dos Negócios Estrangeiros e das
e) Do provimento de reclamações ou recursos; Finanças, ouvido o conselho diplomático, os postos
f) Da observância do n.o 2 do artigo 35.o diplomáticos e consulares que no ano civil subsequente
beneficiarão do regime previsto no presente artigo.

SECÇÃO X Artigo 42.o


Colocação na situação de supranumerário Chefia de missões diplomáticas por individualidades externas
ao quadro do serviço diplomático
Artigo 39.o
1 — A título excepcional, e por resolução do Conselho
Situação de supranumerário de Ministros, a chefia de uma missão diplomática ou
de uma representação permanente pode ser confiada
1 — Consideram-se na situação de supranumerário,
a individualidades não pertencentes ao quadro diplo-
a aguardar colocação em vaga da sua categoria:
mático cujas qualificações as recomendem de forma
a) Os funcionários diplomáticos que regressem à especial para o exercício de funções em determinado
efectividade de funções no serviço diplomático, posto, as quais serão nomeadas nos termos previstos
nos termos do n.o 3 do artigo 29.o; no n.o 1 do artigo 40.o
b) Os adidos de embaixada confirmados para os 2 — As individualidades designadas nos termos do
quais não haja vaga na categoria de secretário número anterior exercem as suas funções em regime
de embaixada. de comissão de serviço, fora do quadro do pessoal diplo-
mático, sendo-lhes aplicável, enquanto durar essa situa-
2 — Os funcionários diplomáticos na situação de ção, o regime de direitos e deveres próprio dos fun-
supranumerário ocupam as vagas que ocorrerem no qua- cionários diplomáticos de carreira.
N.o 49 — 27-2-1998 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 798-(9)

Artigo 43.o 2 — O conselho diplomático, na elaboração da pro-


posta de classificação dos postos, deve ter em con-
Chefia de consulados
sideração:
1 — Os consulados de carreira são chefiados por fun- a) As condições e a qualidade de vida do país onde
cionários diplomáticos. se situa o posto;
2 — A chefia dos consulados-gerais é confiada a fun- b) Os riscos para a saúde e segurança;
cionários diplomáticos de categoria igual ou superior c) A distância e o isolamento.
a conselheiro de embaixada, podendo, no entanto, o
conselho diplomático propor, para esse efeito e atentas 3 — A classificação dos postos é feita na 1.a quinzena
as conveniências de serviço, a nomeação de secretários do mês de Dezembro de cada ano e pode ser alterada
de embaixada com, pelo menos, seis anos de antiguidade em qualquer momento em função da criação de novos
na categoria. postos ou de alteração significativa de algum dos factores
3 — Os consulados-gerais, sempre que o respectivo que a determinaram.
movimento o justifique, podem ter cônsules-adjuntos, 4 — A reclassificação do posto deverá ser tida em
cargos que são exercidos por secretários ou conselheiros conta na colocação seguinte do funcionário diplomático
de embaixada. que nele preste serviço.
SECÇÃO II
5 — Por despacho conjunto dos Ministros dos Negó-
cios Estrangeiros e das Finanças, sob proposta do con-
Colocações e transferências selho diplomático, será estabelecido um regime especial
para ser aplicado aos postos considerados difíceis.
Artigo 44.o
Competência Artigo 47.o
Permanência em posto
As nomeações que envolvam a colocação de funcio-
nários diplomáticos nos serviços externos ou a sua trans- 1 — Os funcionários diplomáticos deverão ser trans-
ferência para os serviços internos são da competência feridos no decurso do ano em que perfaçam:
do Ministro dos Negócios Estrangeiros, com base em
proposta elaborada pelo conselho diplomático, excepto a) Um mínimo de três ou um máximo de quatro
no que respeita aos chefes de missão ou directores-gerais anos de permanência no posto, quando colo-
ou equiparados. cados em postos de classe A ou B;
b) Um mínimo de dois ou um máximo de três anos
Artigo 45.o de permanência no posto, quando colocados em
postos de classe C.
Critérios de colocação e transferência

1 — Sem prejuízo do disposto na presente secção, o 2 — Por despacho do Ministro dos Negócios Estran-
conselho diplomático, tendo sempre em consideração geiros, sob proposta devidamente fundamentada do con-
o interesse público e os objectivos da política externa selho diplomático, os prazos previstos no número ante-
portuguesa, observará, sucessiva e cumulativamente, os rior poderão ser prorrogados por um ano, a pedido do
seguintes critérios na elaboração das propostas de colo- interessado ou por razões de reconhecido interesse
cações e transferências: público.
3 — Por despacho do Ministro dos Negócios Estran-
a) As qualidades profissionais e a adequação do geiros, sob proposta devidamente fundamentada do con-
perfil pessoal dos funcionários ao posto con- selho diplomático, os prazos previstos no n.o 1 poderão
siderado; ser encurtados.
b) A classe dos postos em que os funcionários 4 — Nenhum funcionário diplomático pode perma-
diplomáticos estiveram anteriormente coloca- necer nos serviços externos por um período ininterrupto
dos; superior a nove anos.
c) As preferências expressas pelos funcionários; 5 — O disposto nos números anteriores não se aplica
d) A sua antiguidade na categoria. aos chefes de missão.
2 — Na elaboração das propostas de colocações e Artigo 48.o
transferências, o conselho diplomático ponderará, na Permanência nos serviços internos
medida do possível e sem prejuízo da prevalência do
interesse do serviço, aspectos da vida pessoal dos fun- 1 — A permanência dos funcionários diplomáticos
cionários, designadamente a reunificação ou aproxima- nos serviços internos é de um mínimo de três anos e
ção familiares, que possam justificar um atendimento de um máximo de quatro anos, podendo, porém, a
especial das preferências manifestadas no âmbito da alí- pedido do interessado, o conselho diplomático prorrogar
nea c) do número anterior. esse prazo, por duas vezes, por um período suplementar
não superior a 12 meses.
2 — Por razões de conveniência de serviço, o Ministro
Artigo 46.o dos Negócios Estrangeiros pode prorrogar, por despa-
Classificação dos postos cho, sob proposta fundamentada do conselho diplomá-
tico, até ao limite de 12 meses, o período máximo refe-
1 — Os postos nos serviços externos são classificados rido no número anterior, contando esse período de pror-
em três classes — A, B e C —, por despacho conjunto rogação, para os efeitos previstos no n.o 3 do artigo 18.o,
dos Ministros dos Negócios Estrangeiros e das Finanças, no n.o 1 do artigo 19.o e no n.o 1 do artigo 20.o, como
sob proposta do conselho diplomático. prestado nos serviços externos.
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3 — A título excepcional, por razões de reconhecido daturas a cinco postos correspondentes à sua categoria,
interesse público, o Ministro dos Negócios Estrangeiros por ordem decrescente de preferência, devendo essa
poderá, por despacho, sob proposta fundamentada do candidatura incluir, no mínimo, três postos de classe
conselho diplomático adoptada por uma maioria de dois diferente.
terços dos seus membros, prorrogar, por períodos de 4 — Até 1 de Março de cada ano, o conselho diplo-
12 meses, o prazo previsto no n.o 1 do presente artigo. mático torna pública uma proposta provisória de colo-
4 — O prazo mínimo de permanência nos serviços cações e transferências de funcionários diplomáticos
internos não se aplica aos funcionários que já tenham para esse ano.
desempenhado funções de chefe de missão diplomática 5 — Entre 1 e 15 de Março de cada ano, os fun-
ou sejam designados para a chefia de missões diplo- cionários diplomáticos que constem da lista referida no
máticas ou de representações permanentes. número anterior podem submeter à consideração do
5 — O prazo máximo de permanência previsto no conselho diplomático propostas alternativas de coloca-
n.o 1 não se aplica aos funcionários diplomáticos que ção resultantes de acordo mútuo.
se encontrem a exercer cargos dirigentes a partir de 6 — O conselho diplomático aprecia as propostas
director de serviços e equiparados. referidas no número anterior e, até 30 de Março de
6 — Os membros dos conselhos directivos das asso- cada ano, torna pública a lista definitiva de colocações
ciações profissionais representativas dos funcionários e transferências e encaminha-a ao Ministro dos Negócios
diplomáticos não podem, sem a sua anuência, ser colo- Estrangeiros para os efeitos do artigo 44.o
cados nos serviços externos durante o respectivo man- 7 — As colocações e transferências de funcionários
dato. diplomáticos decorrentes da aplicação do presente
Artigo 49.o artigo devem ser publicadas no Diário da República até
ao final do mês de Junho de cada ano.
Colocações nos serviços externos 8 — Os funcionários diplomáticos colocados ou trans-
1 — Salvo a requerimento do interessado, sujeito a feridos nos serviços externos ou transferidos destes para
parecer favorável do conselho diplomático, nenhum fun- os serviços internos devem apresentar-se no posto ou
cionário diplomático colocado em posto de classe C nos serviços no prazo de 60 dias a contar da publicação
pode ser transferido para um posto da mesma classe da nomeação no Diário da República.
se, entretanto, não tiver sido colocado em posto de 9 — O prazo previsto no número anterior conta-se,
classe A ou em posto de classe B. para os funcionários diplomáticos que se encontrem nos
2 — O disposto no número anterior não se aplica às serviços externos, a partir da data em que é efectuada
colocações de chefe de missão diplomática ou de repre- a comunicação oficial da publicação da nomeação no
sentação permanente. Diário do República.
3 — A colocação nos serviços internos do Ministério 10 — O secretário-geral, ouvido o conselho diplomá-
dos Negócios Estrangeiros não prejudica a aplicação tico, pode prorrogar, por um período máximo de 60
da regra de rotação prevista no n.o 1. dias, o prazo referido no n.o 8, por conveniência de
serviço ou a pedido dos interessados, com vista a con-
ciliar a colocação ou transferência destes com o calen-
Artigo 50.o dário escolar dos seus filhos ou cônjuge.
Limite de idade para o exercício de funções nos serviços externos 11 — Os funcionários diplomáticos transferidos nos
serviços externos ou aí colocados, bem como aqueles
O limite de idade dos funcionários diplomáticos para que sejam deles transferidos para os serviços internos,
o exercício de funções nos serviços externos é de 65 anos. têm direito a uma dispensa de serviço pelo período de
15 dias imediatamente anterior à partida para o posto
Artigo 51.o ou deste para os serviços internos.
Processo de colocação ordinária

1 — Até 15 de Janeiro de cada ano, o conselho diplo- Artigo 52.o


mático torna pública a lista dos lugares vagos em postos Colocações extraordinárias
a preencher nesse ano, com indicação da respectiva clas-
sificação, da categoria dos funcionários diplomáticos que 1 — Sem prejuízo do disposto na presente secção, a
a eles podem candidatar-se e dos abonos que irão rece- abertura de vagas em postos já existentes ou em con-
ber, bem como a lista dos funcionários diplomáticos sequência da criação de novos postos, subsequentes a
que, nos termos dos artigos 47.o e 48.o, se encontram 14 de Fevereiro de cada ano, serão preenchidas sob
em condições de serem transferidos ou colocados, con- indicação do conselho diplomático, por meio de um pro-
siderando-se a data de 30 de Setembro para efeito de cesso de colocação extraordinária para cada vaga aberta.
contagem dos prazos previstos naquela última dispo- 2 — Ao processo de colocação extraordinária apli-
sição. cam-se, com as necessárias adaptações, os procedimen-
2 — Os lugares vagos que, entre 15 de Janeiro e 14 tos e prazos estabelecidos no artigos anteriores.
de Fevereiro de cada ano, venham a ocorrer em postos 3 — Os lugares vagos nos termos referidos no n.o 1
já existentes ou em consequência da abertura de novos podem igualmente ser temporariamente providos por
postos serão acrescentados à lista de lugares a preencher funcionários diplomáticos nomeados pelo Ministro dos
nesse ano, a que se refere o número anterior, devendo Negócios Estrangeiros, sob proposta do secretário-geral,
essa lista rectificada ser objecto da necessária divul- ouvido o conselho diplomático, em regime de comissão
gação. de serviço por um período não superior a 180 dias.
3 — Os funcionários diplomáticos incluídos na lista 4 — O tempo de serviço prestado em posto, nos ter-
referida no n.o 1 podem apresentar, por escrito, ao con- mos do número anterior, por funcionários diplomáticos
selho diplomático, até 15 de Fevereiro, as suas candi- colocados nos serviços internos é contado, para os efei-
N.o 49 — 27-2-1998 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 798-(11)

tos previstos no artigo 47.o, como tendo sido prestado Artigo 55.o
nos serviços internos. Missões extraordinárias e temporárias
5 — O desempenho de uma comissão de serviço por
um funcionário diplomático que já esteja colocado num 1 — A título excepcional, as missões diplomáticas
posto não se considera como uma nova colocação, con- extraordinárias e temporárias criadas para assegurar a
tando-se o período de tempo de comissão como de per- representação do Estado em actos ou reuniões inter-
manência no posto de origem. nacionais de especial importância podem ser chefiadas
6 — O tempo de serviço prestado num posto, nos ter- por individualidades não pertencentes ao quadro do pes-
mos do n.o 3, por um funcionário diplomático colocado soal diplomático, às quais se aplicam os direitos e deve-
nos serviços internos é contado, para os efeitos previstos res próprios dos funcionários diplomáticos enquanto se
no artigo 47.o, como de permanência nesse posto caso mantiverem no desempenho da sua missão.
o funcionário venha a ser nele colocado no decurso da 2 — O processo de colocação de funcionários diplo-
comissão de serviço. máticos em missões extraordinárias e temporárias
Artigo 53.o obedecerá, caso não seja possível ou conveniente o pro-
vimento dos lugares existentes nos termos do n.o 3 do
Regra de gestão artigo 52.o, às regras que, caso a caso, o conselho diplo-
mático estabeleça para esse efeito.
1 — No processo de colocações e transferências
deverá ser observado o equilíbrio entre o número de
funcionários colocados nos serviços internos e externos, CAPÍTULO IV
de forma que seja sempre assegurado o adequado fun-
cionamento de todos eles. Dos direitos e deveres
2 — O secretário-geral, ouvido o conselho diplomá-
tico, apresentará ao Ministro dos Negócios Estrangeiros, Artigo 56.o
até 30 de Novembro de cada ano, um plano visando
Princípio geral
a repartição equilibrada do número de funcionários
diplomáticos a colocar nos serviços internos e externos, Os funcionários diplomáticos gozam dos direitos e
que deverá ter em conta as disponibilidades orçamentais estão sujeitos aos deveres gerais da função pública, sem
previstas para o ano subsequente. prejuízo dos previstos no presente estatuto.

SECÇÃO III Artigo 57.o


Reserva e sigilo
Missões ordinárias e extraordinárias
1 — Os funcionários diplomáticos no activo, na situa-
Artigo 54.o ção de disponibilidade ou jubilados, quando chamados
a colaborar em missões específicas com o Ministério
Missões ordinárias e extraordinárias de serviço dos Negócios Estrangeiros, não podem, sem autorização
do Ministro dos Negócios Estrangeiros, pronunciar-se
1 — Sem prejuízo das missões ordinárias e extraor- publicamente sobre as orientações definidas ou execu-
dinárias previstas na lei geral e decorrentes do presente tadas pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, no
estatuto, os funcionários diplomáticos no activo e na âmbito das suas atribuições.
situação de disponibilidade podem, a todo o tempo, ser 2 — Os funcionários diplomáticos estão sujeitos à
nomeados pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros para legislação que regula o segredo de Estado e têm o dever
o desempenho de missões extraordinárias de serviço de sigilo quanto aos factos, documentos, decisões e opi-
diplomático no estrangeiro, por períodos não superiores niões de que tenham conhecimento em virtude do exer-
a 180 dias consecutivos. cício das suas funções.
2 — Os funcionários diplomáticos colocados nos ser-
viços externos podem ser chamados a desempenhar mis-
sões extraordinárias no País por um período de 30 dias, Artigo 58.o
prorrogável pelo máximo de duas vezes. Residência e domicílio
3 — Os funcionários chamados nos termos do número
anterior mantêm a totalidade dos abonos nos primeiros 1 — Os funcionários diplomáticos devem residir na
30 dias e sofrem reduções, respectivamente, de 50% área do posto ou serviço em que exerçam o seu cargo.
e 70% do montante do abono de representação nas 2 — Os funcionários em serviço no estrangeiro podem
primeira e segunda prorrogações. conservar o seu domicílio voluntário em Portugal, não
4 — A título excepcional, por despacho do Ministro podendo, em nenhuma circunstância, ser prejudicados
dos Negócios Estrangeiros, os funcionários chamados pelo facto de se encontrarem fora do País em serviço
nos termos do n.o 2 por um período superior a 45 dias do Estado.
poderão manter a totalidade dos abonos. 3 — As colocações dos funcionários diplomáticos nos
5 — Nas situações de demora em serviço, quando o serviços externos são sempre efectuadas em regime de
funcionário já se encontra no País, não são abonadas comissão de serviço público e por tempo determinado,
despesas de transporte. pelo que, em conformidade com o disposto na alínea b)
6 — Os funcionários diplomáticos que sejam trans- do n.o 2 do artigo 64.o do Decreto-Lei n.o 321-B/90,
feridos para os serviços internos nos termos do n.o 3 de 15 de Outubro, não poderá a sua ausência do País
do artigo 47.o podem ser chamados em serviço sem por força de uma ou mais colocações sucessivas naqueles
regresso ao posto, na pendência do respectivo processo serviços ser invocada como fundamento para a resolução
de transferência. de contratos de arrendamento de que sejam parte.
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SECÇÃO I 2 — Os abonos previstos no número anterior são devi-


dos aos funcionários diplomáticos, independentemente
Remunerações
da forma que revestiu a respectiva nomeação, desde
Artigo 59.o o dia em que assumem funções nos postos para que
foram nomeados e cessam na data em que, no termo
Estatuto remuneratório dessas funções, se apresentam nos serviços internos.
1 — A escala indiciária da carreira diplomática é a 3 — Os funcionários diplomáticos colocados em posto
constante do anexo I ao presente diploma, que dele nos serviços externos que sejam nomeados, nos termos
faz parte integrante. do n.o 3 do artigo 52.o, para prestar serviço noutro posto
2 — O valor do índice 100 é o fixado na Portaria em regime de comissão de serviço poderão continuar
n.o 904-A/89, de 16 de Outubro, com as actualizações a receber, para além dos abonos indicados no n.o 1
posteriores. que sejam aplicáveis ao posto em questão, o abono habi-
Artigo 60.o tação que se encontravam a receber no posto de origem
desde que seja reconhecida, por despacho conjunto dos
Remuneração na disponibilidade Ministros dos Negócios Estrangeiros e das Finanças, a
1 — Os funcionários diplomáticos na situação de dis- necessidade de manutenção da residência junto deste
ponibilidade têm direito a uma remuneração igual à posto.
dos funcionários diplomáticos de idêntica categoria e Artigo 62.o
tempo de serviço no activo, no caso em que tenham
transitado para aquela situação nos termos da alínea a) Abono de instalação
do n.o 1 do artigo 29.o, ou quando nessa situação sejam
chamados ao exercício de funções por despacho do 1 — Os funcionários diplomáticos que são transferi-
Ministro dos Negócios Estrangeiros, ao abrigo do dos dos serviços internos para os serviços externos ou
artigo 31.o entre postos nos serviços externos situados em locali-
2 — Os funcionários diplomáticos que se encontrem dades diferentes recebem um abono para despesas de
na situação de disponibilidade, nos termos da alínea b) instalação igual a três vezes o somatório dos abonos
do n.o 1 do artigo 29.o, e não estiverem no exercício mensais referidos nas alíneas a) e b) do n.o 1 do
de funções ao abrigo do artigo 31.o têm direito a uma artigo 61.o a que têm direito no posto onde vão ser
remuneração de montante igual à pensão de aposen- colocados.
tação que for correspondente, na sua categoria e escalão, 2 — O abono de instalação é reduzido em 25 %
ao número de anos de serviço que lhes devam ser con- quando o funcionário diplomático for residir em habi-
tados para efeitos de aposentação na data da passagem tação do Estado devidamente equipada.
àquela situação, podendo o tempo aí passado contar 3 — No caso de colocação de cônjuges diplomatas
para efeitos de aposentação se o funcionário tiver pago no mesmo posto ou em postos na mesma localidade,
a correspondente quota legal. apenas um deles recebe o abono referido no n.o 1.
3 — Os funcionários diplomáticos na situação de dis- 4 — Se o funcionário diplomático em comissão de
ponibilidade, nos termos da alínea c) do n.o 1 do serviço vier a ser colocado no posto em que se encontra
artigo 29.o, têm direito a uma remuneração igual à dos a desempenhar a comissão, receberá o respectivo abono
funcionários diplomáticos de idêntica categoria e tempo de instalação.
de serviço no activo à data da colocação na disponi- 5 — Os funcionários diplomáticos transferidos para
bilidade, podendo o tempo passado nessa situação con- os serviços internos têm direito a um abono para des-
tar para efeitos de aposentação se o funcionário tiver pesas de instalação igual a cinco vezes a remuneração
pago a correspondente quota legal. ilíquida da respectiva categoria.

SECÇÃO II Artigo 63.o


Abonos Encarregaturas
o
Artigo 61. 1 — Os funcionários diplomáticos colocados nos ser-
Abonos mensais viços externos a quem, nos termos legais, compete a
substituição interina dos chefes de missão nas suas
1 — Os funcionários diplomáticos colocados nos ser- ausências recebem, a partir do 23.o dia útil consecutivo
viços externos têm direito a receber os seguintes abonos da substituição nos postos de classe A ou B e a partir
mensais, de montante a fixar por despacho conjunto do 34.o dia nos postos de classe C, a título de encar-
dos Ministros dos Negócios Estrangeiros e das Finanças: regatura de negócios, 95 % do abono de representação
a) De representação, destinado a suportar as des- fixado para o respectivo chefe de missão, nos termos
pesas inerentes às exigências de representação da alínea a) do n.o 1 do artigo 61.o
das funções que desempenham; 2 — No caso de vacatura do lugar de chefe de missão
b) De habitação, para subsídio de renda de casa diplomática, o direito ao abono a que se refere o número
e encargos permanentes derivados da habitação, anterior vence-se a partir do 1.o dia de gerência da mis-
sempre que não dispuseram de residência do são, a título de encarregatura de negócios.
Estado sem encargos; 3 — Aos funcionários diplomáticos que exercem fun-
c) De educação, para custear os respectivos encar- ções de encarregatura de negócios em missões onde
gos com os filhos dependentes e que consta de não estão acreditados chefes de missão residentes devem
uma parte fixa e outra variável, de montante ser abonados os montantes que seriam fixados para o
proporcional às despesas escolares efectivas. chefe de missão residente.
N.o 49 — 27-2-1998 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 798-(13)

Artigo 64.o Artigo 66.o


Determinação do montante dos abonos recebidos nos serviços externos Subsídio por morte

1 — O secretário-geral, tendo em conta as disponi- 1 — Sem prejuízo de outros subsídios por morte devi-
bilidades orçamentais previstas para o ano seguinte e dos aos funcionários do Estado e previstos no regime
ouvidos o conselho diplomático e as associações repre- geral da função pública, em caso de falecimento de um
sentativas dos funcionários diplomáticos, deve apresen- funcionário diplomático colocado nos serviços externos,
tar ao Ministro dos Negócios Estrangeiros, até 30 de constituem encargo do Ministério dos Negócios Estran-
Outubro de cada ano, a sua proposta sobre os montantes geiros:
a abonar no ano seguinte aos funcionários diplomáticos
colocados nos serviços externos, os quais são fixados a) As despesas com o funeral, a trasladação do
por despacho conjunto anual dos Ministros dos Negócios féretro para Portugal e o acompanhamento
Estrangeiros e das Finanças. deste pelo cônjuge sobrevivo e pelos descen-
2 — Na fixação dos abonos deve ter-se em conta: dentes a seu cargo;
b) O retorno do cônjuge sobrevivo e dos filhos ao
a) Os índices de custo de vida nas diferentes cida- posto, bem como o seu regresso definitivo e
des e países, de acordo com as estatísticas das dos eventuais acompanhantes autorizados a
principais organizações internacionais ou de Portugal;
outras entidades credíveis, na ausência daque- c) O transporte dos seus bens;
las; d) O pagamento de um montante correspondente
b) Os elementos informativos sobre as condições aos abonos mensais referidos nas alíneas a) e
de vida local fornecidos pelos postos e pela Ins- b) do n.o 1 do artigo 61.o;
pecção Diplomática e Consular; e) O pagamento de um montante correspondente
c) O risco de insalubridade ou isolamento e os ao subsídio de instalação a que o funcionário
custos familiares e sociais acrescidos decorren- diplomático teria direito se regressasse com vida
tes da colocação em postos da classe C; a Portugal.
d) As situações de guerra, conflito armado interno
ou insegurança generalizada; 2 — Os montantes a que se referem as alíneas d)
e) As necessidades efectivas de representação dos e e) do número anterior são liquidados pelo Ministério
postos onde os funcionários diplomáticos estão dos Negócios Estrangeiros em favor dos herdeiros, por
colocados, devendo para o efeito ser conside- uma só vez.
rada a composição do agregado familiar. 3 — Caso o falecimento se verifique no decurso do
ano lectivo, os filhos dependentes terão direito, até con-
3 — Na fixação dos abonos dever-se-á ter em conta clusão daquele, a 50 % do montante do abono a que
a necessidade de assegurar a estabilidade das condições se refere a alínea a) do n.o 1 do artigo 61.o e à totalidade
de vida e a manutenção do poder de compra dos fun- do abono referido na alínea e) do mesmo número e
cionários diplomáticos nos diferentes postos. artigo.
4 — Por despacho conjunto dos Ministros dos Negó- 4 — Em caso de falecimento no estrangeiro de um
cios Estrangeiros e das Finanças, sob proposta do secre- funcionário diplomático que, embora colocado nos ser-
tário-geral, ouvido o conselho diplomático, poderão a viços internos, se haja deslocado em missão de serviço
qualquer momento ser corrigidos os montantes a abonar público, constituem encargo do Ministério dos Negócios
aos funcionários diplomáticos colocados nos serviços Estrangeiros as despesas com o funeral, a trasladação
externos em virtude da ocorrência de circunstâncias que do féretro para Portugal e as viagens do cônjuge sobre-
não tenha sido possível considerar na proposta anual vivo de forma a este poder acompanhar o féretro no
a que se refere o n.o 1. seu regresso ao País.

Artigo 65.o
SECÇÃO III
Suplemento de colocação nos serviços internos
Outros direitos
1 — Aos funcionários diplomáticos colocados nos ser-
viços internos, no activo e em efectividade de funções, Artigo 67.o
incluindo os que ocupam cargos dirigentes ou de chefia Viagens e transportes
mas exceptuando os que se encontram a desempenhar
funções em gabinetes ministeriais ou junto de órgãos 1 — Os funcionários diplomáticos colocados nos ser-
de soberania, bem como aos funcionários na disponi- viços externos ou transferidos destes para os serviços
bilidade a desempenhar funções nos termos da alínea a) internos têm direito ao pagamento das despesas de
do n.o 1 do artigo 31.o, é atribuído um suplemento men- viagem.
sal para despesas inerentes à função diplomática. 2 — As despesas a que se refere o número anterior
2 — O montante do suplemento referido no número compreendem a deslocação dos funcionários diplomá-
anterior é, independentemente do regime remunerató- ticos e dos seus acompanhantes autorizados, bem como,
rio a que o funcionário se encontra sujeito, igual a 20 % dentro dos limites a estabelecer por despacho conjunto
do vencimento ilíquido da respectiva categoria e escalão. dos Ministros dos Negócios Estrangeiros e das Finanças,
3 — Para efeitos de aplicação do presente artigo, con- o custeio do transporte dos seus bens pessoais.
sidera-se que não está em efectividade de funções o 3 — Durante a sua permanência em postos de
funcionário diplomático que, encontrando-se colocado classe A ou B, os funcionários diplomáticos e os seus
nos serviços internos ou que para aí seja transferido, acompanhantes autorizados têm direito ao pagamento
esteja sem afectação a um serviço ou sem prestar funções de uma viagem a Portugal após cada período de 24
por um período superior a 90 dias. meses.
798-(14) DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 49 — 27-2-1998

4 — Durante a sua permanência em postos de SECÇÃO IV


classe C, os funcionários diplomáticos e os seus acom-
Formação diplomática
panhantes autorizados têm direito ao pagamento de uma
viagem a Portugal após cada período de 12 meses.
5 — Os funcionários diplomáticos que sejam nomea- Artigo 70.o
dos nos termos do n.o 3 do artigo 52.o para prestar Princípio geral
funções num posto dos serviços externos em regime de
1 — A formação profissional permanente constitui
comissão de serviço e por um período superior a 120
um direito e um dever dos funcionários diplomáticos,
dias têm direito ao pagamento das despesas de viagem em ordem à valorização da sua carreira e ao constante
do cônjuge. aperfeiçoamento no exercício das suas funções.
Artigo 68.o 2 — As acções de formação profissional são minis-
tradas sob a responsabilidade do Ministério dos Negó-
Acção social complementar e seguros cios Estrangeiros, no âmbito do Instituto Diplomático,
directamente ou recorrendo à colaboração de quaisquer
1 — Complementarmente ao regime geral dos fun- entidades nacionais ou estrangeiras consideradas idó-
cionários públicos, o Ministério dos Negócios Estran- neas e adequadas.
geiros assegura o financiamento de assistência na
doença: Artigo 71.o
Aprendizagem de línguas
a) Para todos os funcionários diplomáticos colo-
cados nos serviços externos, cônjuge e descen- O Ministério dos Negócios Estrangeiros poderá
dentes que com ele vivam em economia comum; custear as despesas com a aprendizagem e o aperfei-
b) Para os cônjuges sobrevivos e filhos menores çoamento dos conhecimentos linguísticos dos funcioná-
ou filhos maiores total ou parcialmente inca- rios diplomáticos, quer em Portugal quer no estrangeiro,
pacitados. devendo ser ponderado, caso a caso, o interesse desses
conhecimentos para o exercício das respectivas funções.
2 — Os termos da participação referida no número
anterior serão definidos por portaria do Ministro dos
SECÇÃO V
Negócios Estrangeiros.
3 — Em todas as deslocações custeadas pelo Estado Licenças e férias
o Ministério dos Negócios Estrangeiros proporciona um
seguro de acidentes pessoais para os funcionários diplo- Artigo 72.o
máticos, cônjuges descendentes e outros acompanhantes
Licenças
autorizados.
4 — Nas deslocações que se revistam de reconhecida Aplica-se aos funcionários diplomáticos o regime
perigosidade e que sejam suportadas pelo Estado o geral de licenças da função pública, sem prejuízo do
Ministério dos Negócios Estrangeiros assegurará um previsto no presente estatuto.
seguro de vida e acidentes pessoais para os funcionários
diplomáticos cujo capital seguro em caso de morte ou
invalidez permanente não poderá ser inferior ao quín- Artigo 73.o
tuplo do vencimento anual ilíquido do funcionário. Colocação em organismos e instituições internacionais
5 — Os funcionários diplomáticos colocados nos ser- 1 — Os funcionários diplomáticos podem, ouvido o
viços internos têm direito a uma comparticipação nas conselho diplomático, ser designados, por despacho do
despesas de educação dos filhos dependentes nos termos Ministro dos Negócios Estrangeiros, para desempenhar
a fixar por despacho do Ministro dos Negócios Estran- funções cujo exercício seja considerado de interesse
geiros, comparticipação essa que será suportada pelo público em instituições ou organismos internacionais,
Fundo para as Relações Internacionais. por um período máximo de quatro anos, que poderá
6 — Quando houver lugar ao transporte dos bens pes- ser prorrogado uma vez, por um prazo nunca superior
soais dos funcionários diplomáticos e dos seus acom- a um ano, igualmente por despacho do Ministro dos
panhantes autorizados, o Ministério dos Negócios Negócios Estrangeiros.
Estrangeiros assegura o respectivo seguro de transporte. 2 — Os funcionários diplomáticos referidos no
número anterior mantêm os seus direitos e regalias,
Artigo 69.o designadamente no que respeita à antiguidade e às con-
tagens de tempo para efeitos de promoções e progressão
Importação de bens próprios nos escalões, bem como, desde que efectuem o paga-
mento da correspondente quota legal, para efeito de
1 — Os funcionários diplomáticos que são transferi- aposentação.
dos dos serviços externos para os internos podem impor- 3 — Mediante proposta do conselho diplomático,
tar os seus bens pessoais, incluindo um veículo auto- podem os funcionários diplomáticos a desempenhar fun-
móvel, ou, sendo casados, dois veículos, não podendo ções em organismos ou instituições internacionais, nos
neste último caso a cilindrada acumulada ser superior termos do n.o 1 do presente artigo, ter direito a receber
a 3500 cm3 e devendo um dos veículos ficar registado um abono de montante igual à diferença entre o ven-
em nome do cônjuge. cimento líquido que auferem nessa instituição ou orga-
2 — A importação dos veículos automóveis a que se nismo e os abonos a que teriam direito, nos termos
refere o número anterior será efectuada com as isenções do artigo 61.o, se colocados numa missão diplomática
fiscais e a periodicidade previstas na legislação aplicável. ou posto consular português na mesma cidade.
N.o 49 — 27-2-1998 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 798-(15)

4 — O tempo de serviço prestado em instituições ou relativas à legislação e regulamentação que digam res-
organismos internacionais ao abrigo do presente artigo peito aos funcionários diplomáticos e respectiva carreira,
contará, até ao limite de dois anos, como tempo de incluindo, nomeadamente, as matérias previstas no ar-
serviço externo para os efeitos previstos nos artigos 18.o, tigo 64.o
n.o 3, 19.o, n.o 1, e 20.o, n.o 1. 3 — Sem prejuízo das competências dos órgãos pró-
5 — Aplica-se às situações previstas no número ante- prios do Ministério dos Negócios Estrangeiros, as asso-
rior o disposto no artigo 21.o ciações referidas nos números anteriores poderão apre-
sentar propostas de revisão da legislação respeitantes
Artigo 74.o à carreira diplomática.
Férias
CAPÍTULO VII
1 — Os funcionários diplomáticos colocados nos ser-
viços externos tem anualmente direito a um comple- Das disposições finais e transitórias
mento para férias de 2 dias úteis para efeitos de viagem
a Portugal. Artigo 79.o
2 — Os funcionários diplomáticos colocados em pos- Transição de pessoal
tos de classe C têm ainda anualmente direito a um com-
plemento de licença para férias de 22 dias úteis. 1 — Sem prejuízo do disposto no n.o 2 do artigo 3.o,
3 — O complemento de licença para férias a que se os actuais titulares das categorias da carreira diplomática
refere o número anterior deve ser gozado no ano a transitam para as categorias e escalões previstos no pre-
que respeita ou durante o 1.o trimestre do ano seguinte sente diploma de acordo com as seguintes regras:
e não confere direito a qualquer abono ou subsídio a) Os adidos de embaixada transitam para a cate-
suplementar. goria de adido de embaixada;
Artigo 75.o b) Os secretários de embaixada posicionados no
1.o escalão transitam para o 1.o escalão da cate-
Efeitos da inactividade temporária
goria de secretário de embaixada;
1 — As faltas justificadas por doença profissional ou c) Os secretários de embaixada posicionados no
acidente em serviço regem-se pelo disposto na lei geral. 2.o escalão transitam para o 2.o escalão da cate-
2 — Em casos excepcionais, devidamente fundamen- goria de secretário de embaixada;
tados, o Ministro dos Negócios Estrangeiros pode auto- d) Os secretários de embaixada posicionados no
rizar, mediante parecer prévio de junta médica, a pror- 3.o escalão transitam para o 3.o escalão da cate-
rogação do limite máximo de faltas por doença pro- goria de secretário de embaixada;
fissional ou por acidente em serviço por mais 18 meses. e) Os secretários de embaixada posicionados no
4.o escalão transitam para o 4.o escalão da cate-
goria de secretário de embaixada;
CAPÍTULO V f) Os secretários de embaixada posicionados nos
5.o e 6.o escalões transitam para o 5.o escalão
Do procedimento disciplinar
da categoria de secretário de embaixada;
Artigo 76.o g) Os conselheiros de embaixada posicionados no
1.o escalão transitam para o 1.o escalão da cate-
Infracção disciplinar goria de conselheiro de embaixada;
Constitui infracção disciplinar todo o acto ou omissão h) Os conselheiros de embaixada posicionados no
do funcionário diplomático que viole os seus deveres 2.o escalão transitam para o 2.o escalão da cate-
próprios ou os deveres gerais da função pública. goria de conselheiro de embaixada;
i) Os conselheiros de embaixada posicionados no
3.o escalão transitam para o 3.o escalão da cate-
Artigo 77.o goria de conselheiro de embaixada;
Remissão j) Os conselheiros de embaixada posicionados no
4.o escalão transitam para o 4.o escalão da cate-
À responsabilidade disciplinar dos funcionários diplo- goria de conselheiro de embaixada;
máticos e respectivo procedimento aplicam-se as normas l) Os ministros plenipotenciários posicionados no
do Estatuto Disciplinar dos Funcionários e Agentes da 1.o escalão transitam para o 1.o escalão da cate-
Administração Pública. goria de ministro plenipotenciário;
m) Os ministros plenipotenciários posicionados no
CAPÍTULO VI 2.o escalão transitam para o 2.o escalão da cate-
goria de ministro plenipotenciário;
Direito de associação n) Os ministros plenipotenciários posicionados no
3.o escalão transitam para o 3.o escalão da cate-
Artigo 78.o goria de ministro plenipotenciário;
Direito de associação o) Os ministros plenipotenciários posicionados no
4.o escalão com menos de três anos nesse escalão
1 — Nos termos da lei, é reconhecido aos funcionários transitam para o 4.o escalão da categoria de
diplomáticos o direito de participarem em associações ministro plenipotenciário;
representativas próprias para a defesa e promoção dos p) Os ministros plenipotenciários posicionados no
seus interesses. 4.o escalão com mais de três anos nesse escalão
2 — As associações representativas dos funcionários transitam para o 5.o escalão da categoria de
diplomáticos serão consultadas sobre todas as matérias ministro plenipotenciário;
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q) Os embaixadores posicionados no 1.o escalão qual se poderão apresentar os secretários de embaixada


transitam para o 1.o escalão da categoria de no activo que, à data da publicação do presente diploma,
embaixador; reúnam os requisitos necessários, nos termos do Decre-
r) Os embaixadores posicionados no 2.o escalão to-Lei n.o 79/92, de 6 de Maio, para apresentação a
com menos de três anos nesse escalão transitam esse concurso.
para o 2.o escalão da categoria de embaixador; 2 — O disposto no número anterior não se aplica se
s) Os embaixadores posicionados no 2.o escalão à data da entrada em vigor do presente diploma estiver
com mais de três anos nesse escalão transitam já a decorrer um concurso de acesso à referida categoria,
para o 3.o escalão da categoria de embaixador. caso em que o mesmo, sem prejuízo da aplicação do
disposto no n.o 6 do artigo 18.o do presente diploma,
2 — O tempo de serviço, para efeitos de aplicação se continuará a reger, nas suas fases subsequentes, pelas
das regras de transição constantes do presente artigo, disposições aplicáveis do Decreto-Lei n.o 79/92, de 6
será contado até à data de entrada em vigor do presente de Maio.
diploma.
3 — Atenta a regra geral de progressão constante do Artigo 84.o
artigo 15.o e para efeitos de progressão nas categorias Excepção
e escalões para onde transitaram por força do disposto
no n.o 1 do presente artigo, o tempo de serviço prestado Não se aplica aos funcionários diplomáticos que ocu-
pelos funcionários diplomáticos nas categorias e cor- pem cargos dirigentes no Ministério dos Negócios
respondentes escalões, ao abrigo do regime previsto no Estrangeiros o disposto nos n.os 2, 3 e 4 do artigo 18.o
Decreto-Lei n.o 79/92, de 6 de Maio, será contado como do Decreto-Lei n.o 323/89, de 26 de Setembro, com a
se tivesse sido prestado nas actuais categorias e escalões, redacção que lhes foi dada pelo Decreto-Lei n.o 34/93,
com excepção das situações previstas na alíneas p) e de 13 de Fevereiro.
s) do mesmo número, casos em que a acima referida Artigo 85.o
contagem só incidirá sobre o tempo que exceder os três
Norma revogatória
anos ali mencionados.
Artigo 80.o Sem prejuízo do disposto no artigo 83.o e no artigo
seguinte, é revogado o Decreto-Lei n.o 79/92, de 6 de
Correspondência de categorias
Maio.
Para efeitos de aplicação dos diplomas legais não Artigo 86.o
revogados pelo Decreto-Lei n.o 79/92, de 6 de Maio,
as designações previstas no n.o 2 do artigo 3.o do presente Produção de efeitos
estatuto correspondem às antigas categorias de ministro 1 — O presente diploma, sem prejuízo do disposto
plenipotenciário de 1.a e de 2.a classe e de primeiro, nos números seguintes, entra em vigor no 1.o dia do
segundo e terceiro-secretário de embaixada. mês seguinte ao da sua publicação.
2 — O regime previsto no n.o 2 do artigo 41.o apli-
Artigo 81.o car-se-á a partir do ano de 1999.
Quadro de pessoal 3 — A escala indiciária da carreira diplomática a que
se refere o artigo 59.o e que consta do anexo I ao presente
1 — Os lugares criados para execução do disposto no diploma será aplicada a partir do dia 1 de Outubro
artigo 73.o do Decreto-Lei n.o 79/92, de 6 de Maio, serão de 1998, continuando em vigor até àquela data a grelha
extintos quando vagarem. constante do anexo I ao Decreto-Lei n.o 79/92, de 6
2 — São criados no quadro do pessoal diplomático de Maio.
do Ministério dos Negócios Estrangeiros 40 lugares de 4 — O abono para despesas de instalação a atribuir
adido de embaixada, sendo extinto um número corres- aos funcionários diplomáticos transferidos para os ser-
pondente de lugares na categoria de secretário de viços internos a que se refere o n.o 5 do artigo 62.o
embaixada. será, até 1 de Outubro de 1998, igual a quatro vezes
Artigo 82.o a remuneração ilíquida da respectiva categoria.
5 — A percentagem referida no n.o 2 do artigo 65.o
Situações de disponibilidade
será de 10% em 1997, de 12% em 1998 e de 15% em
Os funcionários diplomáticos que, à data da entrada 1999, passando a partir de 1 de Janeiro de 2000 a ser
em vigor do Decreto-Lei n.o 79/92, de 6 de Maio, se aplicada a percentagem de 20% ali referida.
encontravam nas situações de disponibilidade simples 6 — Até 1 de Janeiro de 2000, o disposto nos n.os 3
e em serviço e que se mantiveram nessas situações por e 4 do artigo 67.o só se aplicará aos funcionários que
força do disposto no artigo 75.o do mesmo diploma man- durante a permanência no posto em que se encontram
têm-se nessas situações, continuando a reger-se pelas colocados ainda não tenham beneficiado do pagamento
normas em vigor à data da passagem à disponibilidade. de viagem a Portugal.
7 — A portaria a que se refere o n.o 2 do artigo 68.o
deverá produzir efeitos a partir de 1 de Janeiro de 2000.
Artigo 83.o
8 — O suplemento de colocação nos serviços internos
Regime transitório a que se refere o artigo 65.o será atribuído, nos termos
indicados no n.o 5 do presente artigo, com efeitos a
1 — No prazo de 60 dias após a entrada em vigor
partir de 1 de Outubro de 1997.
do presente diploma, será aberto um concurso de acesso
à categoria de conselheiro de embaixada para o número Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 30
de vagas que seja fixado por despacho do Ministro dos de Janeiro de 1998. — António Manuel de Oliveira Guter-
Negócios Estrangeiros até ao limite das existentes e ao res — Jaime José Matos da Gama — António Luciano
N.o 49 — 27-2-1998 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 798-(17)

Pacheco de Sousa Franco — Jorge Paulo Sacadura ANEXO A QUE SE REFERE O ARTIGO 59.o
Almeida Coelho.
Escalões

Categorias
Promulgado em 25 de Fevereiro de 1998. 1.o 2.o 3.o 4.o 5.o

Publique-se.
Embaixador . . . . . . . . . . . . . . . . 310 325 340
Publique-se. Ministro plenipotenciário . . . . 250 270 280 290 300
Conselheiro de embaixada . . . . 180 190 200 220
O Presidente da República, JORGE SAMPAIO. Secretário de embaixada . . . . . 135 140 150 160 170
Adido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125
Referendado em 26 de Fevereiro de 1998.
O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira Índice 100: valor fixado na Portaria n.o 904-A/89, de 16 de Outubro;
Guterres. ano de 1997=201 147$.

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