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Diário Oficial

Prefeitura Municipal de Camaçari - Ano XV - Nº 835 de 26 de Dezembro de 2017 - Pagina: 01 de 16

Atos do Poder Executivo


LEIS que não possam ser reintroduzidos, por razões de
sobrevivência, em seu habitat de origem;
VI – sinantrópicos - aqueles que aproveitam as condições
oferecidas pelas atividades dos seres humanos para
LEI N° 1517/2017 estabelecerem-se em habitats urbanos ou rurais.
DE 20 DE DEZEMBRO DE 2017
Art. 4º Para fins de operacionalização da Política Pública
de Proteção Animal - PPPA, consideram-se os seguintes
Estabelece, no âmbito do Município de conceitos:
Camaçari, políticas de proteção e
cuidados aos animais, sanções e I - ferir: praticar ação que produza chaga, fratura ou
penalidades administrativas para contusão; ofender fisicamente ou alterar tecidos no
aqueles que praticarem maus tratos aos organismo por causa mórbida ou traumática;
mesmos, na forma que indica e dá outras II - mutilar: privar de qualquer parte do corpo de forma a
providências. comprometer a fisiologia ou o comportamento usual do
animal, ou privar de algum órgão, membro do corpo ou
O PREFEITO DO MUNICIPIO DE CAMAÇARI, ESTADO parte dele.
DA BAHIA, no uso das suas atribuições legais, faz saber III - abandonar: eximir-se da responsabilidade pelo
que a Câmara Municipal decreta e eu sanciono a cuidado de um animal sob sua guarda, sem haver
seguinte Lei: transferido essa responsabilidade para outra pessoa ou
instituição em condições de fazê-lo, com o devido
Art. 1º Fica criada, no âmbito do Município de Camaçari, consentimento;
Estado da Bahia, a Política Pública de Proteção Animal – VI - bem estar animal: característica animal mensurável
PPPA. cientificamente a partir de conhecimento prévio da
DAS ESPECIFICAÇÕES biologia do animal e dos métodos usados por ele para
manter sua homeostase física e comportamental;
Art. 2º Entenda-se, para fins desta lei, por animais todo psicológica, inclusive.
ser vivo pertencente ao Reino Animal, excetuando-se o
Homo sapiens, abrangendo inclusive: Art. 5º A presente Lei não se aplica aos animais nocivos
capazes de ocasionar prejuízos ao meio ambiente, à
I - fauna urbana não domiciliada, nativa ou exótica; saúde pública e à agricultura, assim caracterizado pela
II - fauna domesticada e domiciliada, de estimação ou autoridade competente, desde que, esgotados os
companhia, nativa ou exótica; métodos preventivos e expressamente determinada a
III - fauna nativa ou exótica que componha plantéis inexistência de meios eficientes de extermínio que não
particulares para qualquer finalidade. impliquem maus tratos.
Art. 3º Consideram-se animais: DAS PROIBIÇÕES
I – silvestres - aqueles encontrados livres na natureza, Art. 6° Fica proibida, no Município de Camaçari, a prática
pertencentes às espécies nativas, migratórias, aquáticas de maus tratos contra animais.
ou terrestres, que tenham o ciclo de vida ocorrendo
dentro dos limites do território brasileiro, ou águas Art. 7º Para os efeitos desta Lei entende-se por maus
jurisdicionais brasileiras ou em cativeiro sob a tratos contra animais toda e qualquer ação decorrente de
competente autorização federal; imprudência, imperícia ou ato voluntário e intencional,
II – exóticos - aqueles não originários da fauna brasileira; que atente contra sua saúde e necessidades naturais,
III – domésticos - aqueles de convívio com o ser humano, físicas e mentais, conforme estabelecido nos incisos
dele dependentes e que não repelem o jugo humano; abaixo:
IV – domesticados - aqueles de populações ou espécies
advindas da seleção artificial imposta pelo ser humano, a I - mantê-los sem abrigo ou em lugares em condições
qual alterou características presentes nas espécies inadequadas ao seu porte e espécie ou que lhes
silvestres originais; ocasionem desconforto físico ou mental;
V - em criadouros - aqueles nascidos, reproduzidos e II - privá-los de necessidades básicas tais como alimento
mantidos em condições de manejo controladas pelo ser adequado à espécie e água;
humano e, ainda, os removidos do ambiente natural e III - manter animais em instalações que não atendam às

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Dados: 2017.12.26 16:06:21 -03'00'
Terça-feira Diário Oficial do
26 de Dezembro de 2017 - Ano XV
Nº 835 - Pagina. 02 de 16
CAMAÇARI MUNICÍPIO
Atos do Poder Executivo

condições ambientais, de higiene, comodidade, animais de produção;


circulação de ar e temperatura adequadas, observando XX - obrigar animal, por meios mecânicos, químicos ou
as exigências peculiares de cada espécie; outros métodos a comer além de sua capacidade, a não
IV - submeter os animais, por ação ou omissão, a ser em casos de procedimentos zootécnicos ou
situações e práticas que ameacem sua integridade física veterinários realizados para o bem exclusivo do animal;
ou emocional, resultando em lesão, ferimento ou XXI - deixar de ordenhar animal de aptidão leiteira, em
mutilação, medo, dor ou sofrimento, ou os impossibilitem período de lactação e que não esteja amamentando, por
de satisfazer suas necessidades etológicas, a menos mais de vinte e quatro horas ou fazê-lo de forma
que tal ação seja necessária para melhoria das inadequada, com aparelho inapropriado ou desregulado;
condições de sua saúde e bem estar, ou seja, a partir de XXII - na preparação de animais para consumo e uso,
análise e avaliação de médico veterinário; não promover a sua dessensibilização prévia, quando
V - lesar ou agredir os animais (por espancamento, existirem métodos eficientes para isso, ou promover
lapidação, por instrumentos cortantes, contundentes, por sangria que não seja para fins veterinários, exceto em
substâncias químicas, escaldantes, tóxicas, por fogo ou sistemas industriais de abate;
outros), sujeitando-os a qualquer experiência que infrinja XXIII - promover o abate de animais para o consumo ou
a Lei nº 11.794, de 08 de outubro de 2008, prática ou por motivo sanitário em desacordo com o previsto na
atividade capaz de causar-lhes sofrimento, dano físico ou legislação específica;
mental ou morte; XXIV - amarrar animais a cauda de outros;
VI - realizar experiências com animais para fins XXV - utilizá-los em confrontos ou lutas, entre animais da
comerciais, de propaganda armamentista e outros; mesma espécie ou de espécies diferentes;
VII - abandonar animal sob sua responsabilidade, em XXVI - provocar-lhes envenenamento, podendo causar-
áreas públicas ou privadas, em quaisquer circunstâncias; lhes morte ou não;
VIII - obrigá-los a trabalhos e a todo ato de qualquer XXVII - Eliminação de cães e gatos como método de
espécie que resulte em sofrimento, para deles obter controle de dinâmica populacional;
esforços ou comportamento utilizando-se de métodos de XXVIII - não propiciar morte rápida e indolor a todo animal
coerção, açoite ou qualquer outro; cuja eutanásia seja necessária;
IX - manejá-los sem os apetrechos que os defendam de XXIX - provocar a morte do animal, sem interferência
acidentes, escoriações, contusões ou ferimentos; médico veterinária, comprovada por meio de laudo
X - transportá-los em veículos abertos, vulneráveis a específico que ateste a sua necessidade, salvo os casos
acidentes de transito, conforme previsão no Código de previstos na legislação vigente;
Trânsito Brasileiro CTB; XXX - exercitá-los ou conduzi-los presos a veículo
XI - transportar animais em recintos desproporcionais ao motorizado em movimento;
seu tamanho ou sem arejamento suficiente, bem como XXXI - deixar de socorrê-los ou buscar socorro, no caso
mantê-los embarcados por mais de doze horas sem água de atropelamento ou acidentes, quando autor da
e alimentos; ocorrência;
XII - adestrá-los com métodos que os submetam a XXXII - expor os animais de cativeiro ou de vida livre, em
sofrimento ou dor ou com o uso de coação, medo, unidades de conservação, locais de visitação pública ou
instrumentos, truques ou substancias que possam qualquer outro onde se mantém animal cativo, a situação
causar alteração comportamental, ferimento ou morte; vulnerável ao atirar contra eles objetos ou alimentos;
XIII - expô-los à venda em estabelecimentos sem a XXXIII - utilizar animais em serviços, competições,
devida observância das condições necessárias à torneios e quaisquer outras práticas de esportes quando
garantia do bem estar do animal, bem como sem que jovens demais, velhos, enfermos, feridos sem condições
estejam devidamente imunizados com todas as doses de físicas adequadas ou em avançado período de prenhes
vacina estipuladas pelo Conselho Federal de Medicina ou incubação, que corresponda ao terço final da
Veterinária - CFMV; gestação ou choco;
XIV - comercializar animais em via pública em qualquer XXXIV - manejá-los ou utilizá-los em serviços ou para a
hipótese; prática de esportes, sem as cautelas e apetrechos
XV - utilizar animais como brinde ou sorteio, doando em indispensáveis a sua proteção e bem estar;
mercados, feiras, exposições e eventos similares; XXXV - enclausurá-los com outros que os molestem;
XVI - vender ou doar animais a criança ou adolescente XXXVI - promover distúrbio psicológico e
desacompanhado de seu responsável legal; comportamental;
XVII - promover, permitir, patrocinar, incitar, participar ou XXXVII - manter presos por correntes, cordas, cabos ou
compactuar com competições, diversões e exibições similares por período superior a 01 (uma) horas diárias;
entre animais, ou esses e os seres humanos, que XXXVIII - qualquer forma de divulgação ou propaganda
causem sofrimento físico ou psicológico, bem como em que estimule ou sugira qualquer prática de maus-tratos
lutas, rinhas, farras do boi, vaquejadas, touradas, ou crueldade, contra os animais;
eventos populares de qualquer espécie para XXXIX - a utilização de qualquer animal em situações que
entretenimento do público e similares ou ainda em caracterizem humilhação, desconforto,
treinamento e apostas para tais fins. constrangimento, violência ou prática que vá de encontro
XVIII - fornecer animal vivo à alimentação de outros com sua dignidade ou bem estar, sob qualquer alegação;
animais, sem justificativa técnica; XL - outras práticas que possam ser consideradas e
XIX - deixar de empregar práticas zootécnicas e constatadas como maus tratos pela autoridade
humanitárias que evitem situações de maus tratos, ambiental, sanitária, policial, judicial ou outra qualquer
abuso ou crueldade no manejo, criação e abate de com esta competência;

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Dados: 2017.12.26 16:06:46 -03'00'
Diário Oficial do Terça-feira
MUNICÍPIO CAMAÇARI 26 de Dezembro de 2017 - Ano XV
Nº 835 - Pagina. 03 de 16
Atos do Poder Executivo

I - suspensão da licença para funcionamento;


Art. 8º Fica proibida, em todo o território do município, a II - cassação da licença para funcionamento.
apresentação de espetáculo circense ou similar e festas § 2º Quanto ao guardião e demais pessoas responsáveis
urbanas que tenha como atrativo a exibição de animais pelo ilícito, o processo será encaminhado à procuradoria
de qualquer espécie. geral do município para representação junto aos órgãos
competentes para a adoção das providências criminais
Parágrafo único. Não se aplicará a proibição prevista no cabíveis.
artigo 12 quando se tratar de eventos sem fins lucrativos,
de natureza científica, educacional ou protecional. DAS OBRIGAÇÕES DOS GUARDIÕES DE ANIMAIS
Art. 9º Fica proibido, no território do município: Art. 13. É dever de todo guardião:
I - a realização de ablação parcial ou total das cordas I - manter os animais nos limites de sua propriedade, em
vocais ou cordectomia em animais; local ventilado, garantindo–lhes proteção contra
II - a extração de garras de felinos (onicotomia) seja intempéries, ruídos excessivos, acesso a sol e área
realizada através de ato cirúrgico ou de qualquer outro coberta;
meio com a mesma finalidade; II - manter o animal vacinado contra raiva e demais
III - a conchectomia (corte da orelha) e caudectomia zoonoses e revacinar dentro dos prazos recomendados
(corte da cauda) com fins meramente estéticos e a pelo fabricante do produto utilizado ou de acordo com
ergotomia (corte do ergot) sem que seja clinicamente recomendação médico-veterinária;
indicada para salvaguardar a saúde do animal; III - recolher as fezes de seus animais nas vias públicas;
IV - a realização de quaisquer outras cirurgias IV - providenciar assistência médica veterinária para o
consideradas desnecessárias, de fins meramente animal sob a sua guarda;
estéticos ou, que possam impedir a capacidade de V - realizar controle reprodutivo e destinação
expressão do comportamento natural da espécie. responsável dos filhotes, a fim de evitar que as fêmeas
Parágrafo único. Excetuam-se às proibições previstas no procriem ininterruptamente e sem repouso entre as
inciso IV deste artigo, as cirurgias que atendam gestações, de forma a prevenir danos à saúde do animal,
indicações clínicas. crias indesejáveis e o consequente abandono de
animais;
Art. 10. Fica proibida a permanência e manutenção, em VI - manter no mesmo recinto as fêmeas com as
clínicas veterinárias, de animais com a função de doar respectivas crias até o término do desmame;
sangue para clientes que dele necessitem. VII - manter o animal em local com dimensões
apropriadas ao seu porte e número de animais, de forma
Parágrafo único. A permanência, manutenção e a permitir-lhes conforto, livre movimentação e
submissão de animais a contínuas e sucessivas doações possibilidade de movimenta-se.
de sangue será considerada ato de crueldade e maus VIII - Providenciar a identificação do animal sob a sua
tratos punida com multa incidente sobre cada animal guarda através de chipagem ou placa de identificação.
mantido, sem prejuízo das sanções penais cabíveis;
Art. 14. Fica expressamente proibido conduzir o animal
Art. 11. O procedimento de esterilização de animais é em vias públicas sem o uso de coleiras e guias
restrito ao profissional médico veterinário, e utilizando-se adequadas ao seu tamanho e porte, comandado sempre
todo aparato, materiais e procedimentos técnicos por pessoa com idade e força suficiente para controlar
necessários à garantia da saúde e bem estar do animal, seus movimentos;
não se admitindo em qualquer hipótese, seja este
executado por pessoa não qualificada profissionalmente. Art. 15. Os guardiões de animais bravios devem:
Parágrafo único. Quaisquer procedimentos cirúrgicos em a) alojá-los em locais onde fiquem impedidos de fugir,
animais deverão obedecer às determinações do agredir terceiros ou outros animais observando, ainda, as
Conselho Regional de Medicina Veterinária - CRMV. normas do artigo 3º desta lei;
b) afixar em local visível ao público placa indicativa da
Art. 12. Às pessoas naturais ou jurídicas que autorizem existência de animal bravio no imóvel com tamanho que
ou executem procedimentos em desconformidade com o permita sua leitura à distância.
previsto nesta Lei, serão aplicadas as seguintes sanções Parágrafo único: Configura-se constrangimento ilegal
administrativas: decisão de assembleia que obriga o condômino a
transitar pelas escadas e não pelo elevador do
I - ao guardião, multa de R$ 600,00 (seiscentos reais); condomínio quando acompanhado por seu cão ou gato.
II - ao veterinário ou qualquer profissional capacitado
para a realização de cirurgia em animais multa de R$ DOS ANIMAIS COMUNITÁRIOS OU EM VIA
1.200,00 (Hum mil e duzentos reais); PÚBLICA
III - à clínica ou qualquer estabelecimento onde esteja
ocorrendo atendimento veterinário, multa de R$ 2.400,00 Art. 16. Para fins dessa Lei é considerado animal
(dois mil e quatrocentos reais). comunitário o animal que embora viva na rua seja
§ 1º na reincidência a multa será aplicada em dobro para tutelado ou estabeleça vinculo de afeto e dependência
as pessoas naturais e para as pessoas jurídicas serão com pessoa física ou jurídica, de direito público ou
aplicadas, progressivamente:

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Dados: 2017.12.26 16:07:31 -03'00'
Terça-feira Diário Oficial do
26 de Dezembro de 2017 - Ano XV
Nº 835 - Pagina. 04 de 16
CAMAÇARI MUNICÍPIO
Atos do Poder Executivo

privado, entidade sem fins lucrativos ou grupo de públicos ou que mantenham convênio com a prefeitura,
pessoas ligadas por laços de amizade ou vizinhança que lar voluntário, para fins de adoção, correndo as despesas
não sendo guardião se coloca na posição de guardião do pelo tratamento e manutenção do animal apreendido às
animal sem, contudo, retirá-lo da via pública ou local que custas do guardião infrator ou, não sendo possível, do
utilize como moradia. poder público local.
§2º Nas hipóteses de maus tratos que não ensejem à
Art. 17. Ficam proibidos: apreensão do animal, sempre que o guardião manifestar
interesse em não mais permanecer com sua guarda, tal
I - o recolhimento de animais saudáveis pela Prefeitura e informação será repassada às ONG's conveniadas com
ou firma terceirizada pela prefeitura local; a prefeitura para tentativa de adoção, permanecendo o
II - o extermínio de animais domésticos abandonados guardião como seu fiel depositário e responsável pelos
como método de controle populacional ou de zoonoses; seus cuidados e manutenção até que a adoção se
III - a doação, venda ou fornecimento de animais efetive.
domésticos capturados para instituições e centros de §3º Na hipótese do § 2º, havendo disponibilidade de
pesquisa e ensino ou zoológicos; vagas na Central de Acolhimento e Adoção da Prefeitura
VI - a apreensão de animais não ferozes pelo corpo de ou em ONG's credenciadas, desde que de comum
bombeiros; acordo, os animais não apreendidos poderão ser para lá
§1º Para fins do que preceitua o inciso I entende-se por encaminhados, a expensas do atual guardião ou do
animal saudável todo aquele que não for portador de poder público local.
zoonose; §4º Fica a prefeitura autorizada a firmar convênios com
a) os animais recolhidos com zoonose, assim ONG's de proteção animal para fins do que dispõe os
diagnosticada por médico veterinário devidamente parágrafos deste artigo podendo destinar percentual do
habilitado, deverão ser tratados e devolvidos ao guardião produto de arrecadação das multas aplicadas com base
ou disponibilizados para adoção; nesta lei para tal finalidade.
b) nas hipóteses em que não houver tratamento possível §5º Fica ainda a prefeitura autorizada a firmar convênios
e, ainda, a manutenção da vida do animal em tais com Clínicas médicas Veterinárias para atendimento aos
circunstâncias o trará apenas sofrimento e dor, assim animais resgatados acolhidos pelas ONG's e pela
diagnosticado em documento redigido com esse fim, por Central de adoção da Prefeitura, tanto no que tange ao
médico veterinário devidamente habilitado, poderá o atendimento clínico quanto para procedimentos de
animal ser eutanasiado por método clinicamente esterilização e exames e outros procedimentos
indicado, que não cause dor ou sofrimento, observando- cirúrgicos que se façam necessários.
se sempre o princípio da humanidade e da ética. §6º Para firmar convênios com a Prefeitura as ONG's e
c) é proibida a eutanásia fundada na impossibilidade do Clínicas médicas veterinárias deverão estar
guardião custear as despesas no tratamento de animal regularizadas fiscal e tecnicamente, conforme o princípio
doente. da legalidade da contratação administrativa, incluindo no
d) os animais saudáveis equivocadamente recolhidos caso das Clínicas veterinárias, a certificação do
deverão ser tratados e disponibilizados para adoção ou Conselho Regional de Medicina Veterinária - CRMV.
restituídos ao local de origem.
§ 2º para fins do que preceitua o inciso IV não poderá ser DA ATIVIDADE DE CRIAÇÃO DE ANIMAIS
considerado feroz o animal que: DOMÉSTICOS
a) age em defesa do proprietário, de terceiros ou da COM FINS COMERCIAIS
propriedade contra injusta agressão ou invasão;
b) age em defesa própria ou de sua ninhada;
c) doente, ferido ou extenuado defendendo-se de Art. 19. A atividade de criação de animais domésticos
molestação indesejada; com fins comerciais, só poderá ser exercida por pessoa
d) assim considerado em decorrência de sua raça. jurídica ou habilitada, e deverá observar além dos
§3º Não se enquadra na proibição prevista no inciso IV o dispositivos previstos no artigo 3º desta Lei, o seguinte:
resgate de animais em situação de perigo para sua
integridade física ou risco de vida. I - a criação comercial só poderá funcionar após vistoria
técnica efetuada pelo agente responsável e, atendidas
Art. 18. Fica autorizada a apreensão do animal pela as demais exigências legais e expedição do respectivo
Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Meio alvará;
Ambiente: II - possuir médico veterinário responsável para
acompanhamento periódico das matrizes, machos
I - que em decorrência dos maus tratos sofridos necessite reprodutores e respectivas ninhadas.
de atendimento médico veterinário para
reestabelecimento de sua saúde, desde que o Art. 20. Os alojamentos para reprodução/criação devem
proprietário ou tutor, seja ou não infrator, não se possuir instalações individualizadas destinadas à
comprometa a fazê-lo imediatamente; maternidade e à criação até a idade adulta, a quarentena,
II - caso o guardião ou tutor incorra na reincidência à enfermaria, ao manuseamento de alimentos e à
prevista no artigo 15 desta lei; higienização dos animais.
III - que for exposto a competição de rinha.
§1º O animal apreendido poderá ser encaminhado a Art. 21. Os criadores de animais que descumprirem o
ONG's voltadas à proteção animal que recebam recursos disposto neste capítulo, sem prejuízo das demais

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Dados: 2017.12.26 16:07:55 -03'00'
Diário Oficial do Terça-feira
MUNICÍPIO CAMAÇARI 26 de Dezembro de 2017 - Ano XV
Nº 835 - Pagina. 05 de 16
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sanções previstas nessa Lei, ficam sujeitos às seguintes I - de animais com idade inferior a 08 (oito) semanas;
penalidades: Animais em período de amamentação, separado de suas
mães.
I - multa de R$ 2.400,00 (dois mil e quatrocentos reais); II - de fêmeas prenhes, bem como ninhadas em período
II - nas hipóteses de reincidência, suspensão da licença de aleitamento, por período superior a 6 (seis) horas
para funcionamento, sem prejuízo de aplicação de nova diárias;
multa em caráter cumulativo; III - de animais feridos ou doentes, devendo a estes
III - cassação da licença para funcionamento; serem assegurado cuidados médicos veterinários
Parágrafo único. Sem prejuízo da multa pecuniária adequados;
prevista no artigo 34 desta lei, o criador que descumprir o
preceituado neste artigo será intimado a regularizar a Art. 27. Fica proibida a venda e captura, através da
situação no prazo de 60 (sessenta) dias, sob pena da utilização de quaisquer métodos, ainda que não seja para
imediata cassação do alvará de funcionamento. fins de comercialização, de animais silvestres em todo
território municipal.
Art. 22. Na reprodução de animais com fins econômicos
deve ser observado, ainda: Art. 28. A permanência de animais em locais destinados à
sua venda não deve ultrapassar o limite de 15 (quinze)
I - disponibilização para procriação após a idade mínima dias contados à partir da data em que nele deu entrada,
de 18 (dezoito) meses ou 3º cio se fêmea e idade mínima prazo após o qual o animal deverá ser destinado para seu
de 12(doze) meses se macho; alojamento de origem.
II - intervalo mínimo de 1 (um) cio entre duas crias
limitando-se ao máximo de 1 (uma) procriação no §1º Após o prazo disposto nesse artigo, o animal deverá
período de 1 (um) ano; permanecer em descanso no local de origem pelo prazo
III - para fêmeas a idade máxima de procriação é de 05 de 07 (sete) dias, findos os quais poderá retornar ao local
(cinco) anos para animais da espécie canina e 6 (seis) de venda por novo período de 15 (quinze) dias;
anos para felinos. §2º No período de ausência do animal o estabelecimento
comercial deverá manter cartaz ou similar anunciativo de
DOS ESTABELECIMENTOS QUE COMERCIALIZAM sua disponibilidade para venda de modo a facilitar sua
ANIMAIS rápida comercialização evitando sucessivos períodos de
exposição;
Art. 23. Os pet shops, casas de banho e tosa, casas de
venda de rações e produtos veterinários, criadores e Art. 29. Em horários não comerciais e dias em que os
estabelecimentos que eventual ou rotineiramente estabelecimentos permanecerem fechados, fica proibida
comercializem cães, gatos e outros animais devem: à permanência de animais em alojamentos que não
atendam as especificações dos incisos II, III, VI, XIII E
I - possuir médico veterinário, responsável técnico que dê XVII do artigo 7º desta Lei.
assistência aos animais expostos à venda;
II - não expor animais na forma de “empilhamento” em Art. 30. O serviço de transporte de animais para fins de
gaiolas sobrepostas ou de modo amontoado destinando banho e tosa deve ser efetuado em veículos e
espaço que lhes proporcione bem estar e locomoção contendores apropriados à espécie e número de animais
adequada; à transportar observando, notadamente:
III - expor animais somente na parte interna do I - espaço, ventilação, oxigenação, temperatura
estabelecimento, sendo expressamente vedada a ambiente adequado não causando desconforto ao
exposição em calçadas, estacionamentos ou vitrines e animal;
locais em que possam ser molestados por transeuntes; II - segurança com disposição de equipamentos
IV - proteger os animais das intempéries climáticas. adequados ao transporte, carga e descarga dos animais
e caixas de transporte assegurando sempre que os
Art. 24. Os animais expostos à venda devem dispor de mesmos não sejam maltratados ou derrubados durante
espaço adequado às suas necessidades fisiológicas e essa operação e minorando as situações que possam
etológicas, devendo o mesmo permitir a prática de lhes causar medo ou excitação desnecessários;
exercícios físicos e local de refúgio para salvaguarda de III - limpeza e higienização adequadas do contêiner,
suas necessidades de proteção sempre que o fornecimento de água aos animais transportados
desejarem. salvaguardando a proteção dos mesmos e a segurança
de pessoas e outros animais;
Art. 25. Os animais expostos em gaiolas devem ser Parágrafo único. o prazo de enclausuramento do animal
exercitados em recintos que atendam as suas para fins de transporte entre a residência de seu
necessidades, pelo menos 02 (duas) vezes ao dia e proprietário e o local de banho e tosa não poderá ser
levados a caminharem à trela por um período mínimo de superior a 1 (uma) hora.
20 (vinte) minutos, duas vezes por dia, sempre
observadas as especificações do artigo 3º desta lei. Art. 31. Os estabelecimentos comerciais ou serviços de
transporte e criadores ainda que não registrados perante
Art. 26. Fica proibida a exposição em locais de venda: a Prefeitura, que descumprirem as normas previstas
nesta Lei, sem prejuízo, quando for o caso, das penas
correspondentes aos maus tratos, sujeitam-se as

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Dados: 2017.12.26 16:08:11 -03'00'
Terça-feira Diário Oficial do
26 de Dezembro de 2017 - Ano XV
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seguintes sanções administrativas: multa de R$ 600,00 município:


(seiscentos reais) por animal transportado ou encontrado I - Conselho Municipal de Proteção Animal;
em situação irregular; II - Central de acolhimento e adoção;
I - nas hipóteses de reincidência, suspensão da licença III - Cemitério de animais e crematório.
para funcionamento, sem prejuízo de aplicação de nova IV - Hospital Público Veterinário;
multa em caráter cumulativo; § 1º Poderá, ainda, a curto prazo firmar convênios com
II - cassação da licença para funcionamento; clinicas veterinárias e ONG's para operacionalizar o
DOS ESTABELECIMENTOS DESTINADOS AO atendimento aos animais resgatados em via pública e
ACOLHIMENTO DE ANIMAIS disponibilizados para adoção.
I - O atendimento prestado pelas clínicas veterinárias
Art. 32. A instalação de lar temporário ou casa de conveniadas contemplará avaliação clínica, realização
acolhimento privado ou público ou contratação de serviço de exames laboratoriais, ultrassom e RX, tratamento de
terceirizado pela Prefeitura local para tratamento e possíveis doenças, esterilização e outras cirurgias.
cuidados relacionados aos animais deverão observar § 2º Poderá, também, proceder ao controle
todos os ditames dessa Lei. populacional de animais através da esterilização:
§1º A Prefeitura Municipal poderá firmar convênios com I - As esterilizações dos animais que estiverem em
estabelecimentos destinados ao serviço de lar situação de rua, bem como de munícipes em situação de
temporário e cuidados a animais encontrados em vias carência econômica, deverão ser realizadas por
públicas que estiverem sob tratamento ou pós-cirúrgico, veterinários de clínicas veterinárias conveniadas,
aguardando para ser adotado. devidamente regularizadas e registradas no Conselho
§2º Para firmar convênios com a Prefeitura, o Regional de Medicina Veterinária - CRMV e pelo hospital
estabelecimento citado no artigo anterior deverá prestar público veterinário a ser implementado futuramente pelo
serviço de qualidade, atendendo às especificações município;
técnicas e fiscais exigidas pela Secretaria Municipal de II - A situação econômica do munícipe poderá ser aferida
Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente. pelo CADASTRO ÚNICO e inscrição nos Programas
§3º Deverá o poder público local proceder a fiscalização sociais do governo;
do funcionamento desses estabelecimentos através de § 3º Também, poderá promover o programa de vacinação
visitas técnicas periódicas. para todos os animais encontrados em via pública e de
§4º Caso o estabelecimento não cumpra ou deixar de munícipes com condição econômica precária, através de
cumprir as normas estabelecidas para seu convênios com ONG's de proteção animal e clínicas
funcionamento o convênio firmado será descontinuado, veterinárias existentes no município.
até que as normas exigidas sejam adequadamente § 4º É ainda da reponsabilidade do Poder Público
atendidas. Municipal:
§5º Em caso de reincidência de ausência do atendimento I - desenvolver a médio e longo prazo de forma gradativa
às normas exigidas para seu funcionamento por mais de o programa de substituição de veículos de tração animal
02 (duas) vezes, o estabelecimento ficará proibido de por método alternativo de transporte, sem a utilização de
firmar convenio com a prefeitura para tal fim. animais.

DO FUNCIONAMENTO DE FRIGORÍFICO, Art. 35. As estruturas de que trata este artigo poderão ser
MATADOURO E ABATEDOURO geridas pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento
Urbano e Meio Ambiente, através do Departamento de
Art. 33. Todo frigorífico, matadouro e abatedouro Proteção Animal;
existente no Município de Camaçari tem a
obrigatoriedade do uso de métodos científicos e DAS SANÇÕES
modernos de insensibilização, aplicados antes da
sangria, por instrumentos de percussão mecânica, Art. 36. Toda ação ou omissão que viole as regras
processamento químico, elétrico ou decorrentes do jurídicas desta Lei é considerada infração administrativa
desenvolvimento tecnológico. ambiental e será punida com as sanções aqui previstas,
Parágrafo único: É vedado: sem prejuízo de outras sanções civis ou penais previstas
I – emprego de marreta, picada no bulbo (choupa), em legislação.
facada no coração, bem como mutilação ou qualquer
método considerado cruel para o abate; § 1º As infrações administrativas contra a fauna serão
II – abater fêmeas em período de gestação e de punidas com as seguintes sanções:
nascituros até a idade de três meses de vida, exceto em I - advertência por escrito;
caso de doença, a fim de evitar o sofrimento do animal. II - multa simples;
III - multa diária;
DAS RESPONSABILIDADES DA GESTÃO IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos da
MUNICIPAL fauna, instrumentos, apetrechos, equipamentos ou
veículos de qualquer natureza utilizados na infração;
Art. 34. Poderá o Município de Camaçari criar a médio e V - destruição ou inutilização de produtos;
longo prazo as estruturas necessárias para a VI - embargos de obra ou atividade;
operacionalização das ações de proteção animal no VII - demolição de obra;
VIII - suspensão parcial ou total das atividades;

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MUNICÍPIO CAMAÇARI 26 de Dezembro de 2017 - Ano XV
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Atos do Poder Executivo

IX - suspensão de vendas e fabricação de produtos; infração:


X - sanções restritivas de direito. I - de forma reincidente;
XI - reparação dos danos causados. II - para obter vantagem pecuniária;
§ 2º Se o infrator cometer, simultaneamente, duas ou III - afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a
mais infrações, ser-lhe-ão aplicadas, cumulativamente, saúde pública ou a vida ou a integridade do animal;
as sanções a elas cominadas. IV - em domingos ou feriados; ou durante o período
§ 3º A advertência será aplicada pela inobservância das noturno;
disposições desta lei e da legislação em vigor, sem V - mediante fraude ou abuso de confiança;
prejuízo das demais sanções previstas neste artigo. VI - mediante abuso do direito de licença, permissão,
§ 4º A multa simples será aplicada sempre que o agente autorização ambiental ou alvará;
infrator agir por negligência ou dolo: VII - no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou
I - advertido por irregularidade que tenha sido praticada, parcialmente, por verbas públicas ou beneficiada por
deixar de saná-la, no prazo estabelecido por esta Lei; incentivos fiscais;
II - opuser embaraço aos agentes de fiscalização
ambiental; Art. 40. As multas previstas nesta lei devem ser
III - deixar de cumprir a legislação ambiental ou reajustadas anualmente pela variação do Índice de
determinação expressa da Secretaria Municipal de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA, apurado pelo
Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE,
IV - deixar de cumprir auto de embargo ou de suspensão acumulada no exercício anterior, sendo que, no caso de
de atividade. extinção deste índice, será adotado outro criado por
§ 5º A multa diária poderá e será aplicada quando o legislação federal e que reflita a perda do poder aquisitivo
cometimento da infração se estender ao longo do tempo, da moeda.
até a sua efetiva cessação ou a celebração de termo de
compromisso de ajustamento da conduta do infrator para Art. 41. Os animais, produtos e subprodutos,
reparação do dano ocasionado. instrumentos, apetrechos, equipamentos, veículos e
§ 6º As sanções restritivas de direito são: embarcações de pesca, objeto de infração administrativa
I - suspensão de registro, licença, permissão, serão apreendidos, lavrando-se os respectivos termos:
autorização ou alvará;
II - cassação de registro, licença, permissão, autorização § 1º Os animais apreendidos terão a seguinte
ou alvará; destinação:
III - proibição de contratar com a Administração Pública, a) Libertados em seu habitat natural, após verificação da
pelo período de 03 (três) anos. sua adaptação às condições de vida silvestre;
b) Entregues a fundações ambientalistas ou instituições
Art. 37. Independentemente de existência de culpa, é o cuja finalidade estatutária seja a proteção animal desde
infrator obrigado à reparação do dano causado ao animal que fiquem sob a responsabilidade de técnicos
afetado por sua atividade; habilitados;
c) Na impossibilidade de atendimento imediato das
Art. 38. As infrações descritas serão apuradas mediante condições previstas nas alíneas anteriores, o órgão
processo administrativo próprio, que terá início com a ambiental autuante poderá confiar os animais a fiel
lavratura de auto de infração pela Secretaria Municipal depositário na forma dos artigos 629 e 652 da Lei nº.
de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente; 10.406, de 10 de janeiro de 2002, e da Resolução
CONAMA no. 384, de 27 de dezembro de 2006, até a
Art. 39. A pena de multa diária a ser estabelecida será implementação dos termos antes mencionados;
arbitrada pelo agente fiscalizador com base nos critérios § 2º Todos os animais apreendidos deverão ser
definidos nesta Lei, no valor mínimo de R$ 50,00 encaminhado à Secretaria Municipal de
(cinquenta reais)) e valor máximo de R$ 200.000,00 Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, para serem
(duzentos mil reais). atendidos e avaliados por um médico veterinário onde
poderão receber tratamento médico veterinário e em
§ 1º. A pena de multa seguirá a seguinte gradação: seguida serão encaminhados para adoção.
I - infração leve: de R$ 50,00 a R$ 1.000,00; § 3º Os produtos e subprodutos apreendidos, não
II - infração grave: de R$ 1.001,00 a R$ 20.000,00; retirados pelo beneficiário no prazo estabelecido no
III - infração muito grave: de R$ 20.001,00 a R$ documento de doação, sem justificativa, serão objeto de
200.000,00; nova doação ou leilão, a critério do órgão ambiental,
§ 2º Para arbitrar o valor da multa, o agente fiscalizador revertendo os recursos arrecadados para a preservação
deverá observar: e conservação da fauna e melhoria e qualidade da
I - a gravidade dos fatos, tendo em vista os motivos da política municipal de proteção animal, correndo os
infração e suas consequências para a saúde pública e custos operacionais de depósito, remoção, transporte,
para a proteção animal; beneficiamento e demais encargos legais à conta do
II - os antecedentes do agente infrator, quanto ao beneficiário;
cumprimento da legislação específica vigente;
III - a capacidade econômica do agente infrator; Art. 42. Os veículos e as embarcações, produtos e
IV - o porte do empreendimento ou atividade. subprodutos utilizados na prática da infração,
§ 3º Será circunstância agravante o cometimento da apreendidos pela autoridade ambiental competente,

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CAMAÇARI MUNICÍPIO
Atos do Poder Executivo

poderão ser confiados a fiel depositário, nos termos dos II - o infrator receberá as orientações técnicas que se
artigos 629 e 652 da Lei no. 10.406, de 2002, e da fizerem necessárias da equipe de fiscalização sobre
Resolução CONAMA no. 384, de 2006, até a sua como proceder em relação ao que seja constatado com o
alienação. (s) animal (s) sob a sua guarda.
III - Ao infrator, caberá a guarda do (s) animal (s).
Art. 43. Fica proibida a transferência a terceiros, a IV - Caso constatado pela equipe de fiscalização a
qualquer título, dos animais, produtos, subprodutos, necessidade de assistência veterinária, deverá o infrator
instrumentos, apetrechos, equipamentos, veículos e providenciar o atendimento particular.
embarcações de pesca, de que trata este parágrafo, V - Em caso da constatação da falta de condição mínima,
salvo na hipótese de autorização da autoridade para a manutenção do (s) animal (is) sob a guarda do
competente; infrator, fato este constatado no ato da fiscalização pela
autoridade competente, fica autorizado o Município a
I - A autoridade competente encaminhará cópia dos remoção do(s) mesmo (s), se necessário com o auxílio
termos de que trata este parágrafo ao Ministério Público, de força policial.
para conhecimento. § 4º Os animais que pela sua natureza ou inadequação
II - Fica a cargo do departamento de proteção animal a não sejam passíveis de adoção pela comunidade, serão
fiscalização dos atos decorrentes da aplicação desta lei. libertados em seu habitat ou entregues a fundações,
Parágrafo Único. As ações de fiscalização a cargo da santuários ou entidades assemelhadas, desde que
Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Meio fiquem sob a responsabilidade de técnicos habilitados ou
Ambiente deverão ser executadas de forma integrada, que possam ser absorvidos e adaptados ao ecossistema
em conjunto com as Secretarias Municipais de Saúde, receptor.
Serviços Públicos e Superintendência de Transito e § 5º Os recursos despendidos pelo Município para o
Transporte. atendimento ao disposto neste artigo serão apensados
ao processo administrativo da aplicação das
Art. 44. O valor das multas poderá ser reduzido quando o penalidades, aberto na ação fiscal, com a finalidade de
agente infrator, por termo de compromisso aprovado ressarcimento futuro pelo infrator, mesmo que através de
pela autoridade competente, obrigar-se à adoção de cobrança judicial, caso necessário.
medidas específicas, para fazer cessar e reparar o dano
causado. DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

§ 1º A reparação do dano causado de que trata este Art. 48. As autoridades municipais e as associações
artigo será feita mediante a apresentação e aprovação protetoras de animais deverão atuar cooperativamente
pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e com vistas à ampla divulgação e ao cumprimento desta
Meio Ambiente do projeto técnico. lei.
§ 2º A autoridade competente poderá dispensar o agente
infrator da apresentação de projeto técnico, na hipótese Art. 49. Aos servidores públicos que, no exercício de
em que a reparação não o exigir. suas funções e/ou em repartição pública, por ação ou
§ 3º Cumpridas integralmente às obrigações assumidas omissão, deixarem de cumprir os dispositivos da
pelo agente infrator, o valor da multa será reduzido em presente Lei, serão aplicadas as penalidades cabíveis
até 60% (sessenta por cento) do valor atualizado nos termos do Estatuto dos Funcionários Públicos.
monetariamente.
§ 4º Na hipótese de interrupção do cumprimento das Art. 50. Fica o Poder Executivo Municipal autorizado a
obrigações de cessar e reparar o dano causado, por regulamentar a presente Lei no prazo de 60 (sessenta)
decisão da autoridade ambiental ou do agente infrator, o dias, após a sua publicação.
valor da multa atualizado monetariamente será
proporcional ao dano causado não reparado, sem Art. 51. As despesas decorrentes da execução da
prejuízo da aplicação de sanções administrativas por presente Lei correrão por conta de dotações
reincidência ou continuidade da irregularidade. orçamentárias próprias, suplementadas se necessário,
previstas pela L.D.O, na forma estabelecida pela Lei
Art. 45. Os valores arrecadados com o pagamento das Complementar 101/2000.
multas serão recolhidos para o Fundo Municipal do Meio
Ambiente - FMMA para aplicação em programas, Art. 52. Esta Lei entra em vigor na data de sua
projetos e ações ambientais voltados à defesa e publicação.
proteção aos animais.
Art. 53. Revogam-se às disposições em contrário.
Art. 46. O não pagamento da multa dentro dos prazos
fixados implicará na inscrição do débito em dívida ativa e GABINETE DO PREFEITO DO MUNICÍPIO DE
demais cominações contidas na legislação tributária CAMAÇARI, EM 20 DE DEZEMBRO DE 2017.
municipal.

Art. 47. Na constatação de maus-tratos: ANTÔNIO ELINALDO ARAÚJO DA SILVA


I - os custos inerentes à aplicação do microchip serão PREFEITO
atribuídos ao infrator;

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Dados: 2017.12.26 16:09:07 -03'00'

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