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PREÂMBULO
A Declaraçã o Universal dos Direitos dos Animais foi proclamada pela Organizaçã o das
Naçõ es Unidas para a Educaçã o, a Ciência e a Cultura (UNESCO) em 27 de janeiro de
1978, considerando, nomeadamente, que cada animal tem direitos, que o
reconhecimento por parte da espécie humana do direito à existência das outras
espécies animais constitui o fundamento da coexistência das espécies no mundo, que o
respeito pelos animais por parte do homem está ligado ao respeito dos homens entre
si e que a educaçã o deve ensinar a infâ ncia a observar, compreender e respeitar
os
animais.
Na prossecuçã o dos grandes princípios orientadores da proteçã o dos animais,
têm vindo a ser adotadas medidas efetivas de criminalizaçã o dos maus tratos a
animais de companhia, de proibiçã o do seu abandono e da promoçã o do bem-estar e
saú de animal, reforçando-se ainda a promoçã o ativa da adoçã o.
O Regulamento atualmente em vigor foi aprovado em 2016 e resultou de uma reflexã o
profunda entã o levada a cabo, tendo incorporado um conjunto de alteraçõ es que
resultaram de alteraçõ es legislativas, num domínio em que têm ocorrido
profundas alteraçõ es conceptuais e de abordagens de atuaçã o, mas também de
alteraçõ es nas prá ticas adotadas pelos serviços. O atual Regulamento vem na senda do
trabalho entã o realizado, integrando novas medidas relativas à possibilidade
de realizaçã o de esterilizaçõ es sociais, e as condiçõ es que deverã o estar reunidas
para realizaçã o das mesmas, remetendo-nos igualmente para o quadro legal
entretanto adotado relativo à utilizaçã o de animais em circos. Sã o introduzidas as
alteraçõ es resultantes da entrada em vigor da Portaria n.º 146/2017, de 26 de abril, e
do Decreto-Lei n.º 20/2019, de 30 de janeiro.
Neste â mbito, procedeu-se à elaboraçã o do Projeto do Regulamento de Saú de e Bem-
Estar Animal do Município de Setú bal, tendo por normas habilitantes as disposiçõ es
conjugadas do n.º 7 do artigo 112.º e do artigo 241.º da Constituiçã o da
Repú blica Portuguesa, os artigos 99.º, 100.º, 101.º e 136.º do Có digo de
Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 4/2015, de 7 de
janeiro, a Lei n.º
73/2013, de 3 de setembro, a alínea ccc) do n.º 1 do artigo 33.º e a alínea g) do n.º 1 do
artigo 25.º da Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro e, bem ainda, pela Lei n.º 92/95 de
12 de setembro, pelo Decreto n.º 13/1993, de 13 de abril, pelo Decreto-Lei n.º
91/2001,
de 23 de março, pelo Decreto-Lei n.º 276/2001, de 17 de outubro, pelo Decreto-Lei n.º
314/2003, de 17 de dezembro, pelo Decreto-Lei n.º 315/2003, de 17 de dezembro,
pela Portaria n.º 422/2004, de 24 de abril, pela Portaria n.º 585/2004, de 29 de maio,
pela Lei n.º 82/2009, de 21 de agosto, pela Portaria n.º 968/2009, de 26 de
agosto, pelo
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REGULAMENTO DE SAÚ DE E BEM-ESTAR ANIMAL DO MUNICÍPIO DE OLHÃ O
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pela Portaria n.º 146/2017 de 26 de abril, pelo Decreto-Lei n.º 20/2019 de 30 de
janeiro e pelo Decreto-Lei n.º 82/2019, de 27 de junho.
Para efeitos do disposto no artigo 99.º do Decreto-Lei n.º 4/2015, de 7 de janeiro, que
aprovou o novo Có digo do Procedimento Administrativo, as medidas projetadas
no projeto de Regulamento em apreço refletem os benefícios da organizaçã o
dos procedimentos administrativos subjacentes à saú de e ao bem-estar animal e
ao funcionamento do Centro de Recolha Oficial de Animais de Companhia
(CROAC) do Município de Setú bal.
O Projeto do Regulamento de Saú de e Bem-Estar Animal do Município de Setú bal foi
submetido a audiência escrita dos seguintes interessados, pelo prazo de 30 dias, nos
termos e para efeitos do disposto nos n.º 1 e 2 do artigo 100.º do novo Có digo
do Procedimento Administrativo:
a) Juntas de Freguesia do Concelho;
b) Serviços do Ministério Pú blico junto do Tribunal Judicial de Setú bal;
c) Guarda Nacional Republicana (GNR);
d) Serviço da Proteçã o da Natureza e do Ambiente da Guarda Nacional
Republicana
(SEPNA da GNR);
CAPÍTULO I
Disposiçõ es gerais
SECÇÃ O I
Objeto e definiçõ es
Artigo 1.º (Objeto)
1 - O presente Regulamento visa promover a saú de, o bem-estar dos animais e
o controle da respetiva populaçã o, disciplinando as condiçõ es de alojamento,
posse e circulaçã o, as medidas destinadas a combater o seu abandono e a
promover a sua
adoçã o, bem como as açõ es de profilaxia e vigilâ ncia epidemioló gica de acordo
com a legislaçã o em vigor.
2 - Regulamenta-se de igual modo a detençã o e demais questõ es relativas a animais
de companhia, incluindo animais perigosos ou potencialmente perigosos,
animais selvagens e animais com fins pecuá rios, definindo-se o â mbito de
intervençã o municipal e a sua articulaçã o com as demais entidades competentes,
de acordo com a legislaçã o em vigor.
3- O presente Regulamento fixa as regras de funcionamento do Centro de
Recolha Oficial de Animais de Companhia (CROAC) do Município de Setú bal,
comummente designado por Canil/Gatil Municipal.
Artigo 2.º
(Definiçõ es)
Para efeitos do disposto no presente Regulamento, entende-se por:
a) Alojamento - qualquer instalaçã o, edifício, grupo de edifícios ou outro
local, podendo incluir zona nã o completamente fechada, onde os
animais de companhia se encontram mantidos;
b) Animal de companhia - qualquer animal detido ou destinado a ser detido pelo
homem, designadamente no seu lar, para seu entretenimento e companhia;
c) Animal perigoso - qualquer animal que se encontre numa das
seguintes condiçõ es:
i. Tenha mordido, atacado ou ofendido o corpo ou a saú de de uma pessoa;
ii. Tenha ferido gravemente ou morto um outro animal, fora da esfera de
bens imó veis que constituem a propriedade do seu detentor;
iii. Tenha sido voluntariamente declarado pelo detentor à junta de freguesia
da á rea de residência como tendo um cará ter e comportamento agressivos;
iv. Tenha sido considerado pela autoridade competente como um risco para a
segurança de pessoas ou animais, devido ao seu comportamento agressivo
ou especificidade fisioló gica.
d) Animal potencialmente perigoso - qualquer animal que, devido à s
características da espécie, ao comportamento agressivo, ao tamanho ou à
potência de mandíbula, possa causar lesã o ou morte a pessoas ou outros
animais, nomeadamente os cã es pertencentes à s raças previamente
definidas como potencialmente perigosas em portaria do membro
do Governo competente, bem como os cruzamentos de primeira geraçã o
de tais raças, os cruzamentos destas entre si ou cruzamentos destas com
outras raças, obtendo assim uma tipologia semelhante a algumas das raças
referidas naquela portaria;
e) Animal vadio ou errante - qualquer animal que seja encontrado na via pú blica
ou outros lugares pú blicos fora do controlo e guarda dos respetivos detentores
ou relativamente ao qual existam fortes indícios de que foi abandonado ou nã o
tem detentor e nã o esteja identificado;
f) Animal selvagem autó ctone - qualquer animal que pertença à fauna selvagem
autó ctone de Portugal;
g) Animal selvagem exó tico - qualquer animal que pertença à fauna selvagem nã o
autó ctone de Portugal;
h) Animais selvagens - todos os espécimenes da fauna selvagem autó ctone e
exó tica e seus descendentes criados em cativeiro;
i) Autoridade competente - a Direçã o Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e
Vale do Tejo (DRAPLVT), a Direçã o Geral de Alimentaçã o e Veteriná ria (DGAV),
a Câ mara Municipal, designadamente os Médicos Veteriná rios do Município, e
as Juntas de Freguesia, a Guarda Nacional Republicana (GNR), a Polícia de
Segurança Pú blica (PSP), a Policia Marítima, a Autoridade de
Segurança Alimentar e Econó mica (ASAE) e o Instituto da Conservaçã o da
Natureza e das Florestas (ICNF).
j) Bem-estar animal - estado de equilíbrio fisioló gico e etoló gico de um animal;
k) Centro de recolha - qualquer alojamento oficial onde um animal é hospedado
por um período determinado pela autoridade competente, nomeadamente
os canis e os gatis municipais;
l) CROAC municipal - Centro de Recolha Oficial de Animais de Companhia do
Município de Setú bal, comummente designado por Canil/Gatil Municipal;
m) Detentor - qualquer pessoa, singular ou coletiva, responsá vel pelos animais de
companhia para efeitos de reproduçã o, criaçã o, manutençã o, acomodaçã o
ou utilizaçã o, com ou sem fins comerciais;
n) Pessoa competente - qualquer pessoa que demonstre, junto da autoridade
competente, possuir os conhecimentos e a experiência prá tica para prestar
cuidados aos animais, nomeadamente de guarda, alojamento, vigilâ ncia
e alimentaçã o;
CAPÍTULO II
Do médico veteriná rio do município
Artigo 5.º
(Competências do Médico Veteriná rio do Município)
1- O Médico Veteriná rio do Município é responsá vel pela direçã o e coordenaçã o do
CROAC municipal, bem como pela execuçã o das medidas de profilaxia médica e
sanitá rias determinadas pelas autoridades competentes, nacionais e regionais,
tendo em vista a promoçã o e preservaçã o da saú de pú blica e a proteçã o do bem-
estar animal.
2 - No â mbito das suas competências, e sem prejuízo do disposto no nú mero anterior,
o Médico Veteriná rio do Município tem competência para tomar qualquer decisã o
que repute como indispensá vel para a prevençã o e correçã o de
situaçõ es suscetíveis de causarem graves prejuízos à saú de pú blica.
Artigo 6.º
(Serviços Veteriná rios do Município)
Compete aos Serviços Veteriná rios do Município de Setú bal:
a) Prestar apoio técnico aos diversos serviços municipais nas á reas da
sua especialidade, designadamente no que concerne à higiene pú blica
veteriná ria, sanidade animal, inspeçã o, controlo e fiscalizaçã o higiossanitá rias,
profilaxia e vigilâ ncia epidemioló gica;
b) Assegurar a gestã o e o funcionamento do CROAC municipal e demais
instalaçõ es técnicas associadas e promover a captura, remoçã o, alojamento e
eutaná sia de animais;
c) Promover e acompanhar estudos e projetos de luta ecoló gica, visando o
controlo da populaçã o animal e emitir pareceres referentes a questõ es
higiossanitá rias e de segurança relativas a animais;
d) Assegurar o controlo da populaçã o animal, nomeadamente cã es, gatos e
pombos e promover açõ es inerentes à profilaxia da raiva e outras doenças
transmissíveis ao homem;
SECÇÃ O II
Dos cã es e dos gatos
SUBSECÇÃ O I Identificaçã o, registo e
licenciamento Artigo 9.º
(Obrigatoriedade de identificaçã o eletró nica)
1 - Os cã es, gatos e furõ es devem ser identificados por método eletró nico.
2- A identificaçã o só pode ser efetuada por um médico veteriná rio, sendo efetuada
por este no SIAC Sistema de Informaçã o de Animais de Companhia (SIAC), sendo
emitido os respetivos Documento de Identificaçã o do Animal de Companhia
(DIAC) e, caso necessá rio, o Passaporte do Animal de Companhia (PAC).
Artigo 10.º (Obrigatoriedade de
identificaçã o)
1- Os detentores de cã es, gatos e furõ es devem mandar proceder à sua identificaçã o
até 120 dias apó s o seu nascimento, ou, na impossibilidade de determinar a data
de nascimento exata, para efeitos de contagem do prazo referido no nú mero
anterior, a identificaçã o deve ser efetuada até à perda dos dentes incisivos de
leite.
2 - A obrigaçã o de identificaçã o, pela marcaçã o e registo, abrange os animais
nascidos em territó rio nacional ou nele presentes por período igual ou superior
120 dias.
3 - Os gatos e furõ es que tenham nascido antes de 26 de outubro de 2019 devem ser
marcados com transponder e registados no SIAC no prazo de 36 meses apó s
aquela data.
Artigo 11.º
(Obrigaçõ es dos detentores dos cã es e gatos identificados eletronicamente)
1 - Os detentores de cã es e gatos devem:
a) Proceder à identificaçã o dos animais de que sejam detentores;
b) Proceder ao licenciamento dos animais perigosos ou potencialmente perigosos
de que sã o detentores na junta de freguesia da á rea da residência ou sede;
Artigo 12.º
(Situaçõ es especiais de marcaçã o e registo no Sistema de Informaçã o de Animais de
Companhia)
1- Os animais de companhia que entrem em territó rio nacional provenientes de um
Estado-Membro da Uniã o Europeia ou de um país terceiro, devidamente
marcados nos termos do Regulamento (UE) n.º 576/2013, do Parlamento
Europeu e do Conselho, de 12 de junho de 2013, sã o obrigatoriamente registados
no SIAC, desde que permaneçam em territó rio nacional por período igual ou
superior a 120 dias.
2- Os animais de companhia nas condiçõ es referidas no nú mero anterior devem ser
registados no SIAC por médico veteriná rio acreditado no SIAC, por
pessoa acreditada perante o SIAC, pela junta de freguesia ou pela câ mara
municipal, da á rea de residência, em nome da pessoa que figure como seu titular
no Passaporte de Animal de Companhia (PAC) ou no certificado sanitá rio.
3 - O registo no SIAC dos cã es pertencentes à s Forças Armadas e à s Forças de
Segurança e Serviços de Segurança é facultativo, desde que estejam marcados e
estejam assegurados registos equivalentes mantidos pelas respetivas entidades.
4- Também é facultativo o registo no SIAC dos animais de companhia detidos
em centros de investigaçã o ou experimentaçã o, nos termos do Decreto-
Lei n.º
113/2013, de 7 de agosto, na sua redaçã o atual.
5- Os animais que sejam recolhidos no Centro de Recolha Oficial (CRO) e que
nã o sejam reclamados pelos seus proprietá rios devem ser registados no SIAC em
nome do titular desse CRO, apó s o período de 15 dias previsto no n.º 4 do artigo
8.º da Portaria n.º 146/2017, de 26 de abril.
6- Os animais referidos nos nú meros 3 e 4, caso sejam transmitidos, devem, no ato
de transmissã o, ser registados no SIAC em nome do seu novo titular.
7- Quem tenha a posse de um animal de companhia, que pela espécie nã o
esteja obrigado a marcaçã o e registo, pode solicitar a um médico veteriná rio que o
seu animal seja marcado e registado no SIAC, passando a partir desse momento a
ter de assegurar o cumprimento das normas previstas no presente decreto-lei.
Artigo 13.º (Alteraçõ es
ao registo)
1- As alteraçõ es aos registos do SIAC só podem ser efetuadas pelas entidades com
acesso ao sistema, de acordo com o respetivo perfil atribuído pela DGAV.
2 - A pessoa que figure como titular do animal de companhia no SIAC deve informar o
SIAC, direta ou indiretamente, sempre que ocorra uma das seguintes situaçõ es:
a) Transmissã o da titularidade do animal para novo titular;
SUBSECÇÃ O II
Deveres gerais dos detentores
Artigo 14.º
(Dever de cuidado e de vigilâ ncia)
Cabe aos detentores de animais de companhia o dever de cuidado e de vigilâ ncia por
forma a garantir o bem-estar físico e psíquico dos animais, evitando que possam pô r
em causa a vida ou a integridade física de outras pessoas ou animais.
Artigo 15.º (Proibiçã o de
abandono)
É proibido o abandono de animais de companhia pelos seus detentores, considerando-
se como tal:
a) A deslocaçã o do animal para fora do domicílio ou do local onde costuma
ser mantido, sem que se proceda à sua transmissã o para a
guarda e responsabilidade de outras pessoas ou associaçõ es com esses fins;
b) A nã o prestaçã o de cuidados no alojamento onde é mantido.
Artigo 16.º
(Cuidados de saú de)
1- Sem prejuízo do cumprimento de quaisquer medidas profilá ticas emanadas pela
entidade competente, deve o detentor de um animal de companhia
estabelecer para o mesmo um programa de profilaxia médico-sanitá ria
devidamente supervisionado pelo médico veteriná rio responsá vel.
2- No â mbito do nú mero anterior, os animais devem ser sujeitos a exames médico-
veteriná rios de rotina, vacinaçõ es e desparasitaçõ es sempre que aconselhá vel.
3 - Aos animais que apresentem sinais que indiciem doença ou lesã o devem de
imediato ser providenciados cuidados médico-veteriná rios pelo seu detentor.
4- A administraçã o e utilizaçã o de medicamentos, produtos ou substâ ncias devem
ser feitas sob orientaçã o do médico veteriná rio responsá vel.
Artigo 17.º (Obrigatoriedade da vacinaçã o
antirrá bica)
1 - A vacinaçã o antirrá bica é obrigató ria para os cã es a partir dos três meses de idade.
2- A vacinaçã o antirrá bica dos gatos pode ser declarada obrigató ria pela
entidade responsá vel, em á reas a definir.
3- Os animais provenientes de outros países que derem entrada no Município
de Setú bal sem controlo sanitá rio serã o apreendidos e submetidos a
sequestro sanitá rio.
Artigo 18.º
(Cadá veres de animais de companhia)
1- É proibida a colocaçã o de cadá veres de animais de companhia nos equipamentos
de deposiçã o de resíduos e na via ou lugares pú blicos.
2- A entrega ou pedido de remoçã o de cadá veres de animais de companhia deverá
ser feito através do Serviço Veteriná rio Municipal no caso de detentores
residentes no Concelho ou cujo animal morra na á rea do Município.
Artigo 19.º (Outras
obrigaçõ es)
É responsabilidade dos detentores dos animais zelarem para que os mesmos nã o
incomodem os outros munícipes, nomeadamente os seus vizinhos, com latidos, uivos,
maus cheiros ou outros comportamentos com consequências nocivas para a
saú de pú blica.
SUBSECÇÃ O III
Do alojamento
Artigo 20.º
(Alojamento)
1- O alojamento de cã es e gatos fica sempre condicionado à salvaguarda do bem-
estar animal e da saú de pú blica compreendendo, designadamente, as
seguintes condiçõ es:
a) Alimentaçã o adequada;
SUBSECÇÃ O IV
Circulaçã o na via ou lugares pú blicos
Artigo 22.º
(Deslocaçã o de animais de companhia)
1 - 1 - Em qualquer deslocaçã o do animal de companhia em territó rio nacional, o seu
titular ou o simples detentor deve fazer-se acompanhar do respetivo DIAC ou
PAC, ou, nas situaçõ es previstas no n.º 4 do artigo 29.º, do Boletim Sanitá rio de
Cã es e Gatos, para eventual demonstraçã o junto das autoridades responsá veis
pela fiscalizaçã o da regularidade do registo do animal.
2 - Os animais de companhia que circulem, sem cará ter comercial, para outro Estado-
Membro da Uniã o Europeia devem cumprir as condiçõ es de identificaçã o exigidas
pelo Regulamento (UE) n.º 576/2013, do Parlamento Europeu e do Conselho, de
12 de junho de 2013, relativo à circulaçã o sem cará ter comercial de animais de
companhia, fazendo-se acompanhar do PAC..
Artigo 23.º (Obrigatoriedade de trela
ou açaimo)
1- O uso de coleira ou peitoral é obrigató rio para todos os cã es que circulem na via
pú blica.
2- Na coleira ou peitoral pode, por opçã o do titular do animal, ser colocada a chapa
com a sua identificaçã o e contacto.
3 - E obrigató rio o uso de açaimo, exceto se o animal for conduzido por trela,
sem prejuízo do disposto para cã es perigosos ou potencialmente perigosos.
4 - O açaimo deve ser absolutamente funcional, impedindo o cã o de comer ou
morder, sob pena de se considerar o cã o como nã o açaimado.
Artigo 24.º
(Obrigaçã o e modo de recolher os dejetos)
1- Os detentores de animais sã o obrigados a recolher os dejetos produzidos por
estes, exceto os provenientes de cã es-guia quando acompanhantes de invisuais,
devendo utilizar um saco ou outros meios considerados adequados.
2- Para efeitos do disposto no nú mero anterior, o detentor deve ter na sua posse
sacos ou qualquer outro meio para a recolha dos dejetos.
3 - Perante uma açã o produzida por um animal que provoque sujidade na via pú blica,
os agentes de fiscalizaçã o podem exigir ao detentor do animal a reparaçã o
imediata do dano provocado.
Artigo 25.º (Recolha
de dejetos)
1 - Sempre que existam em locais pú blicos dispensadores de sacos para dejetos
caninos, nã o podem os mesmos ser usados para outro fim que nã o aquele que lhes
está atribuído.
2- Depois de apanhados, os dejetos devem ser colocados em sacos plá sticos e
posteriormente fechados para evitar insalubridade.
3- Depois de devidamente acondicionados, os dejetos devem ser depositados
em papeleiras ou contentores de resíduos de deposiçã o indiferenciada existentes
na via pú blica.
Artigo 26.º
(Espaços interditos à circulaçã o de cã es)
1 - Os detentores dos cã es devem respeitar a sinalizaçã o ou equipamentos
de interdiçã o de entrada e circulaçã o de caninos, designadamente gradeamentos,
que visam a preservaçã o dos espaços em causa e utilizaçã o reservada aos
humanos.
2 - Estã o ainda interditos à circulaçã o de cã es os espaços relvados e parques infantis,
os campos de futebol, ringues de patinagem, recintos desportivos, praias e outros
locais pú blicos devidamente identificados e publicitados.
3- Nos parques, jardins e outras zonas verdes pú blicas pode ser restringida a
circulaçã o de cã es a percursos pré-definidos e identificados com
sinalética especial, nomeadamente passeios, vias de circulaçã o e passadiços.
4- Para além do disposto nos nú meros anteriores, pode ser interditada de uma
forma transitó ria a circulaçã o de cã es em zonas devidamente assinaladas, por
razõ es de saú de pú blica ou de saú de e bem-estar animal.
SUBSECÇÃ O V
Transporte
Artigo 27.º
(Transporte de cã es e gatos)
Nas deslocaçõ es em veículos automó veis motorizados, tratores ou outro meio de
transporte terrestre, os cã es e gatos devem, para segurança dos mesmos e de terceiros,
ser deslocados em transportadores ou dotados de meios de contençã o e
segurança adequados à espécie e tamanho do animal em causa.
Artigo 28.º
(Transporte de animais de companhia em transportes pú blicos)
1 - O transporte de animais de companhia, nomeadamente cã es e gatos, em
transportes pú blicos nã o pode ser recusada, com exceçã o das situaçõ es previstas
no nú mero três, respeitando as seguintes condiçõ es:
a) Os animais devem encontrar-se em adequado estado de saú de e de higiene;
b) Os animais devem estar devidamente acompanhados, acondicionados em
caixas de transporte adequadas e sujeitos a meios de contençã o que nã o lhes
permitam morder ou causar danos ou prejuízos a pessoas, outros animais ou
bens;
c) Os animais nã o podem, em caso algum, tomar lugar nos bancos dos
veículos afetos ao transporte pú blico.
2- Sempre que o transportador, durante o transporte, verifique que nã o estã o a ser
cumpridos os requisitos previstos nos nú meros anteriores, pode impedir ao
animal e ao seu detentor a continuaçã o do transporte.
3- Os animais perigosos e potencialmente perigosos nã o podem ser transportados
em transportes pú blicos.
SUBSECÇÃ O VI
Dos cã es perigosos ou potencialmente perigosos
Artigo 29.º
(Cã es perigosos ou potencialmente perigosos)
1- Consideram-se cã es perigosos ou potencialmente perigosos, nomeadamente
os cã es pertencentes à s seguintes raças:
a) Cã o de fila brasileiro;
b) Dogue argentino;
c) Pit bull terrier;
d) Rottweiller;
e) Staffordshire terrier americano;
SECÇÃ O III
Exposiçõ es e concursos de animais de companhia
Artigo 36.º
(Autorizaçõ es)
1 - A participaçã o de animais de companhia em concursos, exposiçõ es ou campanhas
de adoçã o está sujeita à s normas sanitá rias emitidas pela DGAV.
2 - A realizaçã o dos eventos descritos no nú mero anterior carece de autorizaçã o da
Direçã o Regional de Agricultura e Pescas.
Artigo 37.º
(Requisitos para a participaçã o dos animais)
1 - Tratando-se de cã es e gatos, os animais devem preencher os requisitos seguintes:
a) Estarem identificados eletronicamente;
b) Serem portadores de boletim sanitá rio e possuir prova de vacinaçã o
antirrá bica dentro do prazo de validade;
c) Possuir dentro dos prazos de validade e efetuadas há mais de oito dias as
vacinaçõ es contra as principais doenças infetocontagiosas da
espécie, comprovadas pelas vinhetas de vacinaçã o respetivas apostas no
boletim sanitá rio, devidamente autenticadas por um médico veteriná rio.
2 - Tratando-se de aves, os animais devem possuir declaraçã o comprovativa da
vacinaçã o contra a doença de Newcastle.
Artigo 38.º
(Atribuiçõ es da organizaçã o da exposiçã o/concurso)
Compete à organizaçã o da exposiçã o/concurso:
a) Assegurar a presença do nú mero de médicos veteriná rios necessá rios ao
cumprimento dos requisitos aplicá veis a este tipo de atividade;
b) Assegurar que o local onde o evento decorre reú ne condiçõ es que
permitam salvaguardar o bem-estar animal;
c) Salvaguardar os aspetos de segurança, no caso de animais potencialmente
perigosos, que devem estar convenientemente açaimados ou protegidos do
contacto com o pú blico, quando fora do evento;
d) Disponibilizar os meios que os médicos veteriná rios considerem necessá rios ao
bom desempenho das suas funçõ es.
Artigo 39.º
(Atribuiçõ es dos médicos veteriná rios responsá veis)
Compete aos médicos veteriná rios responsá veis pela exposiçã o ou concurso:
a) Verificar a identificaçã o eletró nica dos animais e a sua correspondência com a
constante do Documento de Identificaçã o do Animal de Companhia (DIAC) ou
Passaporte do Animal de Companhia (PAC);
b) Proceder ao exame clínico dos animais que se apresentam para participar na
exposiçã o ou concurso;
c) Examinar a documentaçã o sanitá ria dos animais;
d) Prestar a assistência médico-veteriná ria que se revelar necessá ria durante
o evento e que for possível e viá vel no local e circunstâ ncias em causa;
e) Proceder à s observaçõ es que entenderem necessá rias para a defesa sanitá ria
da exposiçã o ou concurso assim como para a salvaguarda da saú de pú blica
e segurança no recinto do evento.
CAPÍTULO IV
Do Centro de Recolha Oficial de Animais de Companhia do
Município de Setú bal (CROAC)
SECÇÃ O I
Missã o e acesso ao CROAC municipal
Artigo 40.º
(Missã o)
1- A direçã o técnica do CROAC do Município de Setú bal, também designado CROAC
municipal, é da responsabilidade do Médico Veteriná rio do Município, conforme
legislaçã o em vigor.
2- O CROAC municipal, enquanto parte integrante do Serviço Veteriná rio Municipal,
tem por missã o a salvaguarda da saú de pú blica, dando cumprimento à s medidas
de profilaxia médica e sanitá ria determinadas pela legislaçã o em vigor, a adoçã o
de medidas para o controlo da populaçã o canina e felina no Concelho,
devendo salvaguardar a saú de e bem-estar animal.
3 - Compete ainda ao CROAC municipal promover o alojamento dos animais
capturados durante o período legal e a sua entrega, quando reclamados pelos seus
detentores, a promoçã o da adoçã o de animais, a esterilizaçã o de animais errantes,
a sua eutaná sia quando estritamente necessá rio e a eliminaçã o dos cadá veres de
cã es e gatos, bem como promover a sua vacinaçã o antirrá bica e a sua identificaçã o
eletró nica, de acordo com a legislaçã o aplicá vel em vigor, bem como
garantir o controlo da populaçã o de pombos através de meios adequados.
4- É ainda competência do CROAC municipal promover o sequestro dos animais de
companhia agressores de pessoas ou outros animais.
5 - Nã o constitui competência do CROAC municipal a receçã o e a eliminaçã o de
cadá veres de animais oriundos dos CAMV - Centros de Atendimento Médico-
Veteriná rios, nos termos da legislaçã o aplicá vel a estes Centros.
Artigo 41.º
(Acesso ao CROAC Municipal)
Só podem ter acesso ao CROAC Municipal as pessoas previamente autorizadas para o
efeito e sempre acompanhadas por um funcioná rio afeto ao mesmo.
SECÇÃ O II
Identificaçã o, recolha e alojamento dos animais
Artigo 42.º
(Identificaçã o)
1- O CROAC municipal deverá manter um registo individual atualizado, conforme o
Anexo 1 (ficha individual de identificaçã o e acompanhamento animal) durante um
período mínimo de um ano, em que seja referenciada:
a) A identificaçã o dos animais, nomeadamente o nú mero de identificaçã o
eletró nica, se aplicá vel, espécie, raça, idade e quaisquer sinais particulares;
b) O movimento mensal, nomeadamente registos relativos à origem e à s datas das
entradas, nascimentos, mortes e, ainda, datas de saída e destino dos animais.
2 - O CROAC municipal mantém atualizado o movimento mensal de animais do
CROAC Municipal, registando os seguintes elementos:
a) Nú mero total de animais capturados, por espécie;
SECÇÃ O III
Captura, açõ es de profilaxia médica e sanitá ria e destino dos animais
Artigo 45.º
(Captura de animais vadios ou errantes)
1 - O CROAC municipal deverá proceder à captura dos cã es e gatos vadios ou errantes
encontrados na via pú blica ou em quaisquer lugares pú blicos.
2 - Sã o promovidas capturas dos animais seguintes:
a) Animais com raiva;
SECÇÃ O IV
Eutaná sia e recolha de cadá veres
Artigo 52.º (Eutaná sia)
1 - A eutaná sia é um recurso de ú ltima instâ ncia, tendo por isso cará cter supletivo.
2- Sempre que esteja em causa a segurança e saú de pú blicas e o bem-estar animal o
justifique, nomeadamente para pô r fim ao sofrimento ou dor desnecessá ria,
proceder-se-á à eutaná sia, exceto nos casos de animais sujeitos a sequestro
obrigató rio para diagnó stico diferencial da raiva animal, caso em que haverá que
respeitar o prazo estabelecido legalmente.
3 - A eutaná sia de animais a pedido do detentor só poderá ser realizada se os animais
se encontrarem em sofrimento irremediá vel ou com fundamento na agressividade
demonstrada pelo animal e apenas quando o detentor demonstre uma condiçã o
de insuficiência econó mica.
4- Para efeitos do disposto no nú mero anterior, o detentor do animal poderá
apresentar uma declaraçã o do médico veteriná rio assistente que justifique a
eutaná sia do animal ou este facto ser demonstrado por avaliaçã o dos
médicos veteriná rios do Município.
5 - Deverá apresentar igualmente um relató rio de entidade competente que ateste os
comportamentos de agressividade ou a existência de danos contra a integridade
física de uma pessoa ou de outro animal, quando seja este o caso.
6 - Em todo o caso, deve o detentor assinar o Termo de Responsabilidade para
Eutaná sia de Animal constante do Anexo III a este Regulamento.
7- Deverá o detentor do animal proceder ao pagamento da taxa de cremaçã o
do cadá ver, nos termos previstos no Regulamento e Tabela de Taxas e Outras
Receitas do Município de Setú bal.
8 - Na sequência da eutaná sia, o detentor deve comunicar a morte do animal ao
Sistema de Identificaçã o de Animais de Companhia (SIAC) e à junta de freguesia,
quando o animal esteja sujeito a licenciamento pela junta de freguesia, e no prazo
de 15 dias.
Artigo 53.º
(Impedimento para assistir à eutaná sia)
À eutaná sia nã o podem, por norma, assistir pessoas estranhas aos serviços do CROAC
municipal, exceto o respetivo detentor do animal quando manifeste
expressamente essa vontade e em respeito pelas orientaçõ es transmitidas pela
equipa médico- veteriná ria.
Artigo 54.º
(Recolha de cadá veres na via pú blica)
1 - Sempre que sejam encontrados ou for participada a existência de cadá veres
de animais na via pú blica, estes sã o recolhidos pelos serviços
municipais competentes.
2- Constitui um dever cívico de todos os cidadã os avisar os serviços municipais da
existência de cadá veres de animais na via pú blica.
3- Constitui uma obrigaçã o do detentor de um animal encontrado cadá ver na
via pú blica custear a remoçã o e cremaçã o do mesmo.
Artigo 55.º
(Receçã o de cadá veres de animais de companhia)
1- Os serviços do CROAC Municipal recebem cadá veres de cã es e gatos para destino
final, mediante a cobrança do valor referenciado na Tabela de Taxas e Licenças do
Município de Setú bal em vigor.
2 - Em situaçõ es excecionais devidamente comprovadas, sempre que se verifique a
impossibilidade de os munícipes transportarem os animais até ao
CROAC Municipal, os serviços podem efetuar a recolha junto da residência do
munícipe, mediante o pagamento da respetiva taxa inscrita na Tabela supracitada.
3 - Os cadá veres deverã o ser armazenados na câ mara de congelaçã o existente para o
efeito até à recolha por empresa certificada para a gestã o de subprodutos
de origem animal.
4 - No caso de cadá veres de animais recolhidos pelos serviços municipais na via
pú blica ou na sequência do desempenho das funçõ es, os mesmos nã o serã o
restituídos a eventuais reclamantes detentores.
Artigo 56.º (Acondicionamento de cadá veres
de animais)
Os cadá veres de animais provenientes de detentores particulares devem ser
acondicionados em sacos de plá stico, devidamente fechados por forma a prevenir
qualquer contaminaçã o.
SECÇÃ O V
Receçã o e recolha voluntá ria de animais
Artigo 57.º
(Receçã o de animais no CROAC Municipal)
1 - A existência de animais errantes ou vadios deve ser comunicada ao serviço
veteriná rio municipal, o qual procederá à verificaçã o da sua identificaçã o e
eventualmente à sua recolha.
2- Os detentores de animais de companhia que se virem impossibilitados de os
manterem, em virtude de circunstâ ncias supervenientes, designadamente por
doença ou limitaçõ es físicas de que o detentor sofra, podem requerer a recolha do
animal ao CROAC.
3- A entrega de animais de companhia por parte dos seus detentores será
apenas assegurada no caso de estes assinarem declaraçã o, fornecida pelo
serviço, onde conste a sua identificaçã o, o resenho do animal e a razã o da sua
entrega, conforme modelo do Termo de Entrega constante do Anexo IV ao
presente Regulamento.
4 - Com a entrega prevista nos nú meros anteriores, a autarquia adquire a
propriedade dos animais e o seu ulterior destino será determinado pelo Médico
Veteriná rio do Município.
5 - O CROAC municipal nã o aceita ninhadas que nã o tenham capacidade autó noma de
sobrevivência, salvo se acompanhadas da respetiva mã e em fase de aleitamento.
6 - O CROAC municipal pode recusar receber animais em casos de sobrelotaçã o
e sempre que existam riscos para o bem-estar animal ou para a saú de pú blica.
SECÇÃ O VI
Da adoçã o
Artigo 58.º (Adoçã o)
1 - Os animais alojados no CROAC Municipal que nã o sejam reclamados durante
o período legal podem ser cedidos para adoçã o, pela Autarquia, apó s parecer
favorá vel do Médico Veteriná rio do Município.
2 - Caso nã o se verifique imediato interesse na adoçã o dos animais alojados no
CROAC Municipal, estes poderã o ser anunciados, pelos meios usuais, com
vista à sua cedência, designadamente através de uma secçã o específica no sítio
eletró nico da Câ mara Municipal de Setú bal com o endereço http://www.mun-
setubal.pt/.
3 - No â mbito da adoçã o e antes de o animal sair do CROAC Municipal, deverá
obrigatoriamente proceder-se à vacinaçã o antirrá bica, desparasitaçã o,
identificaçã o eletró nica, registo na base de dados nacional em nome do adotante e
esterilizaçã o do mesmo, sendo todos os atos realizados a expensas do município,
enquanto medida de promoçã o da adoçã o.
4 - O animal é entregue ao futuro detentor mediante a assinatura de um Termo de
Adoçã o, conforme o Anexo V ao presente Regulamento.
5- Os serviços municipais procederã o ao registo no SIAC dos animais adotados em
nome do respetivo adotante.
SECÇÃ O VII
Controlo da populaçã o canina e felina
Artigo 59.º
(Controlo da populaçã o canina e felina)
1- O Município de Setú bal nã o pratica o abate de animais errantes como forma de
controlo da sobrepopulaçã o animal.
2 - O controlo da sobrepopulaçã o animal é feito através de esterilizaçã o.
3- A esterilizaçã o dos animais que tenham dado entrada nos CROAC e nã o tenham
sido reclamados pelos seus detentores no prazo de 15 dias, a contar da data da
sua recolha, é obrigatoriamente efetuada, antes de serem encaminhados para
adoçã o.
4- Como forma de gestã o da populaçã o de gatos errantes, podem o Município
autorizar a manutençã o, em locais especialmente designados para o efeito,
de coló nias de gatos, no â mbito de programas de captura, esterilizaçã o e
devoluçã o (CED) ao local de origem.
5 - O programa CED realiza-se por iniciativa do Município.
6 - O programa CED deve ser evitado em parques pú blicos, á reas protegidas ou
reservas, refú gios ou outros locais pú blicos que sirvam de habitat à vida
selvagem.
7 - O Município assegura:
a) A existência de um plano de gestã o da coló nia, do qual conste a identificaçã o do
médico veteriná rio assistente e das pessoas que na entidade sã o responsá veis
pela execuçã o do programa;
b) Que os animais que compõ em a coló nia sã o avaliados periodicamente do ponto
de vista clínico;
c) Que os animais portadores de doença transmissíveis a outros animais ou seres
humanos sã o retirados da coló nia;
d) Que os animais capturados, antes de integrarem a coló nia, sã o recolhidos
no
CROAC para verificaçã o da sua aptidã o;
e) Que os animais capturados sã o esterilizados e marcados com um pequeno corte
na orelha esquerda, registados e identificados eletronicamente, desparasitados
e vacinados contra a raiva ou outras medidas profilá ticas obrigató rias ou
consideradas no plano de gestã o da coló nia.
8- A coló nia intervencionada será supervisionada pelo médico veteriná rio
do município, devendo a entidade responsá vel pelo programa assegurar que
sã o prestados os cuidados de saú de e alimentaçã o adequados aos animais,
controlando as saídas ou entradas de novos animais ou quaisquer outros fatores
que perturbem a estabilidade da coló nia, a segurança e a tranquilidade pú blica e
da vizinhança, de tudo mantendo registo.
9- A dimensã o da coló nia de gatos nã o pode pô r em causa a salubridade, a
saú de pú blica e a segurança de pessoas, animais e bens.
10 - Os alojamentos e espaços utilizados pela coló nia sã o mantidos livres de resíduos
ou restos de comida, de forma a evitar a proliferaçã o de pragas.
11 - Sempre que o Município verifique que nã o está cumprido qualquer dos requisitos
referidos no n.º 7, pode determinar medidas corretivas ou suspensã o do pograma
CED em curso e proceder à recolha dos animais para o CROAC
12 - De acordo com a legislaçã o vigente, a permanência de cã es errantes na via pú blica
deve ser evitada, pelo que a implementaçã o do programa CED nã o é aplicá vel a
canídeos.
Artigo 60.º
 mbito
Como forma de gestã o da populaçã o de cã es e gatos cujos detentores
apresentem
dificuldades econó micas para promoverem o controlo reprodutivo dos seus animais
através de esterilizaçã o cirú rgica, o Município de Setú bal cria o Regime Especial
de Esterilizaçã o de Animais de Companhia do Município de Setú bal, garantindo de
forma gratuita, a esterilizaçã o de animais, desde que cumpridos os pressupostos
definidos.
Artigo 61.º
Condiçõ es de acesso
1 - O presente regime é aplicá vel aos animais de companhia, cã es e gatos, que
se
enquadrem na seguinte categoria:
a) Animais cujo detentor se encontre numa situaçã o de carência econó mica
comprovada pelo sistema da segurança social, considerando-se como tal o
benefício de, pelo menos, uma das seguintes prestaçõ es sociais,
b) Possuir boletim sanitá rio com vacina antirrá bica vá lida, se exigível por lei;
c) Possuir licenciamento vá lido, se exigível por lei;
Candidatura
1 - A candidatura ao apoio do programa é feita mediante preenchimento de
formulá rio (Anexo VI), no qual deve estar identificado o detentor, bem como os
dados identificativos do animal e indicaçã o do local onde o mesmo se
encontra alojado.
2- A candidatura deverá ser acompanhada de comprovativo de Residência
e comprovativo de que se encontra em situaçã o de carência econó mica.
3- Será marcada uma visita para avaliaçã o da condiçã o física do animal e condiçõ es
do alojamento, e verificaçã o do boletim sanitá rio.
4 - Se o animal for declarado apto para cirurgia, é efetuado o agendamento do
procedimento cirú rgico e dada informaçã o acerca dos cuidados pré e
pó s- operató rios.
Artigo 63.º
Condiçõ es de exclusã o do programa
1 - A prestaçã o de falsas declaraçõ es no â mbito do procedimento de
candidatura, designadamente no que respeita à propriedade do animal, aos
rendimentos do agregado familiar, o abandono, os maus tratos ou deficientes
condiçõ es dos animais abrangidos ou a abranger pelo pograma
determinam a exclusã o permanente do detentor ou de qualquer elemento
do agregado familiar deste pograma.
2 - A nã o comparência no dia do agendamento da visita ou cirurgia.
Artigo 64.º
Apreciaçã o da candidatura e decisã o
Execuçã o do Apoio
Aprovada a candidatura, é comunicado ao munícipe para apresentar o animal no
CROAC na data indicada.
CAPÍTULO V
Das outras espécies animais
SECÇÃ O I
Dos animais de espécie pecuá ria
SUBSECÇÃ O 1
Disposiçõ es gerais
Artigo 66.º (Obrigaçõ es dos
detentores)
1- Os detentores de animais de espécies pecuá rias devem adotar medidas
de prevençã o e controlo no sentido de eliminar ou reduzir os riscos suscetíveis
de afetar animais, pessoas ou bens, no respeito pelas normas de saú de e bem-
estar animal e na salvaguarda da saú de pú blica e do ambiente.
2 - Os detentores devem requerer o licenciamento ou registo das suas
exploraçõ es pecuá rias na DGAV-Direçã o Geral de Alimentaçã o e Veteriná ria,
nos termos da legislaçã o aplicá vel.
3- Independentemente do licenciamento, os detentores devem apresentar junto da
DGAV-Direçã o Geral de Alimentaçã o e Veteriná ria uma declaraçã o de existência
dos seus animais e cumprir com as regras de identificaçã o, registo e circulaçã o,
previstas na legislaçã o em vigor.
4 - Os detentores sã o obrigados a garantir o rastreio sanitá rio dos animais em
conformidade com o que for definido a nível nacional para cada espécie.
Artigo 67.º
(Condiçõ es genéricas dos alojamentos/exploraçõ es)
1- As instalaçõ es para alojamento de animais apenas podem ser consentidas
nas á reas habitadas ou suas imediaçõ es quando construídas e exploradas
em
condiçõ es de nã o originarem, direta ou indiretamente, qualquer prejuízo para a
salubridade e conforto das habitaçõ es.
2 - Poderá ser interditada a utilizaçã o de anexos para instalaçã o de animais nos
logradouros ou terrenos vizinhos dos prédios situados em zonas urbanas quando
as condiçõ es locais de aglomeraçã o de habitaçõ es nã o permitirem a
exploraçã o desses anexos sem riscos para a saú de pú blica.
3- Os detentores de animais de espécies pecuá rias devem assegurar a manutençã o
da limpeza e higiene dos alojamentos/exploraçõ es, removendo os dejetos e
outros detritos de forma a nã o gerar insalubridade que possa pô r em causa
a saú de pú blica e a saú de animal.
4- Os detentores devem tomar todas as medidas necessá rias para assegurar o bem-
estar dos animais ao seu cuidado devendo, para esse efeito, dotar os alojamentos
para os animais das seguintes condiçõ es:
a) Alimentaçã o e abastecimento de á gua de qualidade adequada;
b) Abrigo de condiçõ es atmosféricas adversas e proteçã o contra predadores;
c) Boas condiçõ es ambientais, tais como temperatura, humidade, luminosidade e
obscuridade adequadas;
d) Materiais de construçã o adequados a uma fá cil higienizaçã o e inó cuos param os
animais;
e) Condiçõ es que possibilitem o seu conforto físico;
SECÇÃ O IV
Da recolha de cadá veres de animais
Artigo 75.º
(Obrigaçã o de comunicaçã o de morte)
1 - Constitui obrigaçã o dos detentores de animais de espécies bovina, equina, ovina e
caprina comunicarem a morte dos mesmos ao SIRCA - Sistema de Recolha
de Cadá veres de Animais Mortos na Exploraçã o.
2- No caso das espécies suínas, os detentores devem obrigatoriamente comunicar a
morte dos seus animais ao SIRCA/Suínos, que se aplica a suínos provenientes de
exploraçõ es, centros de agrupamentos e entrepostos.
Artigo 76.º
(Procedimentos)
1- Sempre que um cadá ver nã o esteja em condiçõ es de carga por se encontrar em
á rea remota, local inacessível ou em avançado estado de decomposiçã o ou a sua
descoberta ocorra num período em que nã o seja possível acionar os meios atrá s
referidos, poderá proceder-se ao enterramento e nã o à deposiçã o em aterro do
cadá ver do animal, em local a definir, com auxílio do Médico Veteriná rio do
Município e de acordo com as seguintes regras:
a) O local escolhido deverá estar afastado de cursos de á gua ou de lençó is
freá ticos;
b) Acautelar que o local seja suficientemente afastado de instalaçõ es, habitaçõ es e
exploraçõ es vizinhas;
c) A vala deverá ter aproximadamente 3 m de profundidade e uma dimensã o
adequada ao volume de cadá veres a enterrar.
CAPÍTULO VI
Circos, espetá culos, competiçõ es, concursos, exposiçõ es, publicidade e manifestaçõ es
similares com animais
Artigo 77.º
(Exercício da atividade de circo e de nú meros com animais)
O exercício da atividade de circo e de nú meros com animais rege-se pelo disposto na
Lei n.º 20/2019, de 22 de fevereiro.
CAPÍTULO VII
Fiscalizaçã o e sançõ es
Artigo 78.º
(Fiscalizaçã o)
1 - O controlo e a aplicaçã o do presente Regulamento e legislaçã o aplicá vel
competem ao Médico Veteriná rio do Município, aos serviços de fiscalizaçã o
municipal bem como à s demais autoridades administrativas e policiais no â mbito
das respetivas competências.
2- Sempre que necessá rio, o Município solicitará mandado judicial para aceder aos
locais onde se encontrem alojados animais para avaliaçã o das condiçõ es de
alojamento e eventual remoçã o dos mesmos.
Artigo 79.º
(Contraordenaçõ es)
1 - Constitui contraordenaçã o punível com coima de € 25 a € 3 740 ou € 44
890,
consoante o agente seja pessoa singular ou coletiva:
a) A violaçã o do disposto nos n.º 1, 2 e 3 do artigo 20.º;
b) A violaçã o do disposto nos n.º 1,2 e 3 do artigo 23.º;
c) A violaçã o do disposto no artigo 26.º
2 - Constitui contraordenaçã o punível com coima de € 50 a € 3 740 ou € 44
890,
consoante o agente seja pessoa singular ou coletiva:
a) A violaçã o do disposto no artigo 10.º;
b) A violaçã o do disposto no artigo 11.º;
c) A violaçã o do disposto no artigo 13.º;
d) A violaçã o do disposto no artigo 14.º;
e) A violaçã o do disposto no n.º 1 e no n.º 3 do artigo 17.º;
f) A violaçã o do disposto nos n.º 4 e 6 do artigo 20.º;
g) A violaçã o do disposto no artigo 21.º;
h) A violaçã o do disposto no artigo 36.º;
i) A violaçã o do disposto no artigo 37.º;
j) A violaçã o do disposto no artigo 38.º;
k) A violaçã o do disposto no artigo 39.º
3 - Constitui contraordenaçã o punível com coima de € 500 a € 3 740 ou € 44 890,
consoante o agente seja pessoa singular ou coletiva:
a) A violaçã o do disposto no artigo 19.º
4 - Constitui contraordenaçã o punível com coima de € 750 a € 5 000, no caso
de
pessoa singular, e de € 1 500 a € 60 000, no caso de pessoa coletiva:
a) A violaçã o do disposto no artigo 30.º;
b) A violaçã o do disposto no artigo 31.º;
c) A violaçã o do disposto no artigo 32.º;
d) A violaçã o do disposto no artigo 33.º;
e) A violaçã o do disposto no artigo 34.º;
f) A violaçã o do disposto no artigo 35.º
5 - Constitui contraordenaçã o ambiental leve, punível com coima de € 200 a € 2 000
em caso de negligência e de € 400 a € 4 000 em caso de dolo, se praticada por
pessoa singular, e de € 2 000 a € 18 000 em caso de negligência e de € 6 000 a €
36 000 em caso de dolo, se praticada por pessoa coletiva:
a) A violaçã o do disposto no artigo 8.º;
b) A violaçã o do disposto no n.º 1 do artigo 18.º;