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POLÍCIA SEGURANÇA PÚBLICA

DIREÇÃO NACIONAL
DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA PRIVADA

Manual de Boas Práticas

Organização de Processos de Contraordenação de Segurança Privada

Janeiro 2015

Direção Nacional da PSP


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PORTUGAL
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Índice

Índice 2

1. Introdução 3

2. Auto de Notícia 4

3. O Art.º 50.º do RGCO 8

4. A audição dos elementos policiais 11

5. A Audição das Testemunhas 13

6. Relatório 17

7. APONTAMENTOS FINAIS 18

Anexo I - Capa 19

Anexo II – Auto de Notícia 20

Anexo III – Notificação de Arguido 22

Anexo IV – Inquirição de Testemunha 23

Anexo V – Diligências de Prova 25

Anexo VI – Relatório Final 27

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1. Introdução

O presente manual congrega um conjunto de boas práticas na organização de processos de contraordenação


de segurança privada, elencando os procedimentos para uma completa instrução destes processos de forma a
permitir uma tomada de posição pela entidade com competência decisória, a qual se pode traduzir na emissão
de Decisão Condenatória ou Informação de Arquivamento.
Com este intuito apresentamos aqui um conjunto de recomendações que refletem a experiência acumulada
do Departamento de Segurança Privada na elaboração de Propostas de Decisão de processos de
Contraordenação entre 2008 e 2013 e que visam não só contribuir para uma uniformização de procedimentos
a nível nacional, como aumentar a qualidade dos processos de contraordenação submetidos pela PSP à
Secretaria Geral do Ministério da Administração Interna para decisão.
Pretende-se com este documento a apresentação, de forma pragmática, de um conjunto de técnicas que
apoiem os elementos policiais no seu dia-a-dia, optando-se pela sua inclusão de acordo com as principais
etapas de tramitação dos processos de contraordenação.

A elaboração do presente Manual contou com os contributos dos seguintes elementos: Subintendente Mónica
Rodrigues; Dr. Carlos Mourão; Dr. Luis Dantas; Dr.ª Sofia Teixeira; Chefe António Augusto; Chefe Gisela Prado;
Chefe Isabel Oliveira; Agente Principal Manuel Carvalho; Agente Principal Vitor Sá.

O presente Manual de Boas Práticas apresenta como referências legais os seguintes diplomas:
• Decreto-Lei n.º 433/82, de 27 de outubro, alterado pelo Decreto-Lei 109/2001, de 24/12.
• Código Penal
• Código Processo Penal
• Lei n.º 34/2013, de 16 de maio
• Decreto-Lei n.º 135/2014, de 8 de setembro
• Decreto-Lei n.º 422/89 de 2 de Dezembro, republicado pelo artigo 9.º do Decreto-lei n.º 114/2011, de
30/11.

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2. Auto de Notícia

Os procedimentos relativos a ilícitos contraordenacionais, os quais revestem natureza pública, podem ter o
seu início mediante denúncia particular, ou, ainda, mediante participação das autoridades policiais ou
fiscalizadoras.
Atento o disposto no n.º 1 do artigo 243.º do CPP, determina o legislador que: “1. Sempre que uma autoridade
judiciária, um órgão de polícia criminal ou outra entidade policial presenciarem qualquer crime de denúncia
obrigatória, levantam ou mandam levantar auto de notícia…”.
O mesmo entendimento tem acolhimento em relação aos ilícitos contraordenacionais por violação da
legislação em vigor em matéria de segurança privada, na qual o legislador expressamente definiu que a
fiscalização desta atividade “…é assegurada pela Direção Nacional da PSP, sem prejuízo das competências das
demais forças e serviços de segurança e da Inspeção-geral da Administração Interna.”.
Ora, culminando a denúncia na elaboração de auto de notícia para posterior instauração de procedimento
contraordenacional, deverá o mesmo (ANCO), encontrar-se devidamente fundamentado de facto e de direito,
possuindo uma exaustiva e pormenorizada descrição de todos os factos diretamente observados.

De facto, de acordo com o citado artigo 243.º do CPP, o auto de notícia deve mencionar, obrigatoriamente, os
seguintes elementos:
a) Os factos que constituem o crime / contraordenação
b) O dia, a hora, o local e as circunstâncias em que o crime/infração foi cometido; e
c) Tudo o que puder ser averiguado acerca da identificação dos agentes e dos ofendidos, bem como os
meios de prova conhecidos, nomeadamente as testemunhas que puderem depor sobre os factos (a
este propósito ver linhas infra em relação à identificação das pessoas singulares e coletivas).
d) Os meios de prova recolhidos (documentação anexa, objetos apreendidos, etc.)

Esquematicamente, e atento o facto de ser utilizado o modelo de auto de notícia constante do Sistema
Estratégico de Informação (SEI), da referida peça processual deverão constar, de forma clara e inequívoca, os
seguintes elementos:
a) Identificação dos elementos fiscalizadores autuante e testemunha(s);
b) Data/Hora da ocorrência;
c) Infração verificada;
d) Norma infringida;
e) Norma que prevê a contraordenação;
f) Norma que prevê a sanção;
g) Sanções acessórias com a identificação das mesmas;
h) Montante mínimo e máximo da(s) coima(s) aplicável(eis);
i) Esclarecer se os factos foram, ou não (denúncia particular) presenciados pelo agente autuante e
testemunha (s);

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j) Identificar as instalações em que ocorreram os factos, designadamente com a indicação da sua


designação / denominação, bem como da morada completa e correspondentes freguesia e concelho;
k) Identificação completa do(a) infrator (a)/arguido(a).

Nesta matéria, importa referir que o mesmo deve conter, inequivocamente, todos os elementos
identificadores do infrator.
Assim, tratando-se de pessoa singular, o auto de notícia deve conter, entre outros, os seguintes elementos:
a) Nome;
b) Data de nascimento;
c) Estado civil;
d) Naturalidade;
e) Profissão;
f) Documento de identificação, com o respetivo número, data de validade e entidade emissora;
g) Número de identificação fiscal (NIF);
h) Contactos (telefone, telemóvel, fax, e-mail);
i) Morada de contacto (residência, local de trabalho ou outra).

(Nota: caso a pessoa singular seja titular de licença de autoproteção, deverá da sua identificação
constar, ainda, o número da respetiva licença, a morada e o tipo de estabelecimento).

Tratando-se de pessoa coletiva, o mesmo deve conter:


a) Firma (denominação da pessoa coletiva);
b) Número de identificação de pessoa coletiva (NIPC);
c) Morada da sede, filiais ou delegações;
d) Contactos (telefone, telemóvel, fax e e-mail);
e) Identificação completa, nos termos acima propostos para as pessoas singulares, do administrador (no
caso de sociedades anónimas) ou do gerente (no caso de sociedades por quotas ou unipessoais, ambas
de responsabilidade limitada);
f) Identificação do estabelecimento, com a respetiva morada e tipo.

(Nota: no caso de se tratar de pessoa coletiva titular de alvará ou licença de autoproteção, a


identificação deverá, ainda, conter o respetivo número de alvará ou licença);
Por forma a não serem instaurados procedimentos contraordenacionais que venham a recair sobre
pessoas coletivas sem personalidade jurídica (nos termos das disposições conjugadas dos artigos
141.º, n.º 1 e 146.º do Código das Sociedades Comerciais, com o artigo 127º, n.º 2 do Código Penal, ex-
vi artigo 32º do RGCO) e, consequentemente, suscetíveis de posterior arquivamento, sempre que
possível, apurar (por exemplo com recurso à consulta dos sítios da internet: http://publicacoes.mj.pt/
e / ou www.citius.mj.pt/portal/) se as mesmas se encontram em plena laboração ou juridicamente
encerradas e liquidadas.

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Caso não se afigure por possível a recolha da documentação necessária para efeitos de identificação, o agente
poderá socorrer-se de fontes abertas, nomeadamente da consulta de sítios da internet pessoais (páginas da
pessoa singular ou coletiva) ou oficiais (ex: http://publicacoes.mj.pt/), por intermédio das quais sejam
suscetíveis de ser carreados os elementos supra indicados.

Do auto de notícia deverá, ainda, constar, de forma inequívoca, a qualidade do arguido, com a respetiva
comprovação, através da anexação dos necessários documentos, designadamente, a título de mero exemplo:
a) Tratando-se de pessoa coletiva prestadora de serviços na área da segurança privada – cópia do alvará
e / ou cópia do contrato de prestação de serviço celebrado com a entidade (singular ou coletiva)
proprietária ou exploradora de estabelecimento de restauração e bebidas (com espaço ou sala
destinado a dança ou onde habitualmente se dança);
b) Tratando-se de pessoa singular ou coletiva titular de licença de autoproteção – cópia da licença;
c) Tratando-se de pessoa singular ou coletiva proprietária ou cessionária / exploradora de
estabelecimento de restauração e bebidas – título comprovativo da propriedade ou contrato de
cessão de exploração;

Tratando-se de fiscalização a estabelecimento de restauração e bebidas com espaço ou sala destinado a dança
ou onde habitualmente se dance, torna-se também necessário que seja feita a recolha de elementos
comprovativos da existência, no mesmo, desse espaço ou sala, bem como da sua lotação, para o efeito
devendo ser anexados, entre outros, os seguintes documentos:
a) Licença sanitária;
b) Alvará de licença de utilização;
c) Fotogramas (do interior do estabelecimento, bem como dos avisos apostos à entrada do mesmo, ou
de outros elementos que os agentes policiais fiscalizadores, reputem como convenientes para a
descoberta e confirmação da prática dos ilícitos contraordenacionais);
d) Relatórios de diligências externas previamente elaborados no sentido de aferir da habitualidade e
frequência com que o espaço é utilizado para a dança;
e) Demais documentos emitidos pelas entidades públicas competentes.

Regras de Conexão

Convém salientar que os autos de notícia elaborados em âmbito SEI são suscetíveis de contemplar a indicação
– por intermédio de recurso à opção “outras infrações” – de várias contraordenações, as quais deverão
constar, em estrito cumprimento do preceituado no n.º 4, do artigo 243.º, em conjugação com o artigo 24.º,
ambos do CPP, de um único auto de notícia, sempre que estivermos perante casos de conexão, a qual se
define, objetivamente, como sendo a prática do mesmo ou de diversos ilícitos levados a cabo por vários
agentes e, subjetivamente, a prática, por parte do mesmo arguido, de vários ilícitos.

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Exemplo n.º 1:
No decurso de uma fiscalização aos ARD presentes num jogo de futebol, verifica-se que a empresa de
segurança contratada não procedeu à comunicação da admissão dentro dos prazos legais de uma parte dos
vigilantes a exercer funções. Como regra base elabora-se apenas um auto de notícia por contraordenação,
com apenas uma notificação onde se individualizam todos os vigilantes não vinculados à entidade de
segurança privada. Na eventualidade de serem elaborados vários autos de contraordenação deve apenas ser
instruído um processo de contraordenação, que congregue todos os autos.

Exemplo n.º2:
No decurso de uma fiscalização a um evento, verifica-se que dois vigilantes não têm cartão visivelmente
aposto, pelo que deverá ser elaborado um auto de contraordenação por vigilante. Na eventualidade de ser
elaborado um único auto de notícia para os dois vigilantes, devem ser elaboradas duas notificações e os
processos seguem instrução individual.

De forma esquemática, a regra a aplicar será resumível da seguinte forma:

UM ÚNICO PROCESSO
EMPRESAS VÁRIAS DE
INFRAÇÕES CONTRAORDENAÇÃO

UM PROCESSO DE
VIGILANTES UMA CONTRAORDENAÇÃO
INFRAÇÃO POR VIGILANTE

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3. O Art.º 50.º do RGCO

No processo de contraordenação notifica-se o arguido nos termos e para os efeitos previsto no artigo 50º do
RGCO e não nos termos do Código de Processo Penal ou do Código do Procedimento Administrativo.

Esta é a fase do processo em que se dá a oportunidade ao arguido de se defender da acusação, dispondo o


artigo 50º do RGCO:
“Artigo 50.º
Direito de audição e defesa do arguido.
Não é permitida a aplicação de uma coima ou de uma sanção acessória sem antes se ter assegurado ao
arguido a possibilidade de, num prazo razoável, se pronunciar sobre a contra-ordenação que lhe é imputada e
sobre a sanção ou sanções em que incorre.”

Na notificação ao arguido devem constar os seguintes elementos:


1. Identificação do processo;
2. Identificação correta do arguido e em que qualidade é notificado:
a) Se for pessoa singular, deve constar todos os elementos de identificação disponíveis, nome,
residência, n.º de bilhete de identidade ou cartão de cidadão, nif., etc…
b) Se for uma pessoa coletiva/sociedade:
Notifica-se o representante legal da sociedade e não a sociedade (anteriormente à elaboração
deve ser feita pesquisa prévia no portal do MJ ou na Conservatória do Registo Comercial a fim de
apurar quem é o atual representante legal da sociedade); Deve constar a qualidade do
representante legal (ex: gerente, administrador…)

3. Identificação da infração cometida pelo arguido, (tem de constar a legislação que prevê e que pune a
contraordenação):
a) Pode constar mais do que uma infração praticada pelo arguido;
b) A notificação deverá conter a menção “os factos praticados indiciam a prática voluntária e
consciente…”, (não se deve fazer conclusões);
c) Identificação da medida da coima (tem de constar a legislação).
4. Identificar o fim a que destina a notificação;
5. Indicação de que o arguido dispõe de um prazo razoável (+/-20 dias) para se pronunciar, podendo
apresentar defesa escrita;
6. Indicar que o arguido pode requerer diligências de prova, arrolar testemunhas, todos os meios de
prova que considere úteis para a sua defesa;
7. Indicar que é admissível o pagamento voluntário da coima, que será liquidada pelo mínimo, e que
pode ser efetuado em qualquer altura do processo, mas sempre antes da decisão condenatória.

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(Nota: O pagamento voluntário da coima só é admissível nos casos previstos no artigo 50º-A do
RGCO, e tem a ver com o montante máximo da coima aplicar ao arguido. Se for pessoa singular só é
possível haver pagamento voluntário da coima em infração punida até €1870,48, se for pessoa
coletiva até €22.445,91 (vidé artigo 17º do RGCO).
8. Deve ser junto à notificação cópia do auto de notícia que originou o processo e fazer constar que foi
entregue cópia do auto;

Basta a falta de um dos elementos acima enunciados para que o ato de notificação fica ferido de nulidade.

O ato de notificação na pessoa do arguido:

“Artigo 46.º
Comunicação de decisões.
1 - Todas as decisões, despachos e demais medidas tomadas pelas autoridades administrativas serão
comunicadas às pessoas a quem se dirigem.
2 - Tratando-se de medida que admita impugnação sujeita a prazo, a comunicação revestirá a forma de
notificação, que deverá conter os esclarecimentos necessários sobre admissibilidade, prazo e forma de
impugnação.

Artigo 47.º
Da notificação.
1 - A notificação será dirigida ao arguido e comunicada ao seu representante legal, quando este exista.
2 - A notificação será dirigida ao defensor escolhido cuja procuração conste do processo ou ao defensor
nomeado.
3 - No caso referido no número anterior, o arguido será informado através de uma cópia da decisão ou
despacho.
4 - Se a notificação tiver de ser feita a várias pessoas, o prazo de impugnação só começa a correr depois de
notificada a última pessoa.”

A notificação deve ser feita preferencialmente na pessoa do arguido e conter a assinatura legível e
identificação do notificado. Em caso de absoluta impossibilidade deverá recorrer-se à notificação por via
postal, com aviso de receção.
Aquando da elaboração da notificação deve sempre verificar-se a inexistência de alterações aos órgãos sociais.
Na eventualidade de haver dificuldades na verificação presencial destes dados devem ser considerados outros
meios de pesquisa como Serviços de Finanças, Portal do Ministério da Justiça e outros. No caso de haver
alteração aos corpos sociais, a notificação deve ser dirigida ao novo representante legal da empresa.

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Deve ser notificado pessoalmente o representante legal das pessoas coletivas (gerente, administrador ou
quem tenha o poder de representação da empresa - vide art.º 252º e seguintes do Código das Sociedades
Comerciais), o qual deverá assinar a notificação, referir a qualidade em que assina e identificação através do
número de Bilhete de Identidade ou Cartão do cidadão.

Quando há recusa em assinar a notificação, o agente que procedeu à notificação tem de explicar cabalmente
todos os motivos porque o arguido se recusou a assinar, no entanto a mesma considera-se efetuada, devendo
para tal ficar expresso na notificação e quais os motivos. (artigo 113º Código Processo Penal).
Na certidão tem de constar a data exata da notificação.

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4. A audição dos elementos policiais

A inquirição dos elementos policiais deve pautar-se pelo seguinte enquadramento:

A) É o momento ideal para realçar factos que não estejam explícitos ou claros no auto de notícia;
Sempre que a descrição da infração constante do auto de notícia é muito sucinta, restringindo-se à letra da lei,
será necessário esclarecer potenciais dúvidas através do depoimento dos agentes fiscalizadores, uma vez que
toda a informação que estes possam acrescentar em auto de inquirição é preciosa para o suporte da decisão.
De harmonia com o disposto no artigo 128.º do CPP, a testemunha é inquirida sobre factos de que possua
conhecimento direto e que constituam objeto da prova. A regra é que a testemunha seja inquirida sobre
factos que apreendeu por contacto imediato.
Apenas excecionalmente, como resulta do artigo 129.º do CPP, a testemunha pode prestar depoimento de
fatos de que teve conhecimento de forma indireta, seja por outrém, por fotografia, por documento, entre
outros.
As testemunhas policiais, quando notificadas para prestar declarações, devem desenvolver os tópicos
constantes do auto de notícia, de forma a ser percetível para a entidade decisora que se encontram reunidos
todos os requisitos para a aplicação da coima. A título de exemplo, num processo de contraordenação no
âmbito do DL 135/2014, se tal não se encontrar mencionado no Auto, no momento da inquirição da
testemunha policial deve ser explicitado que, no espaço onde verificaram pessoas a dançar no dia/hora dos
factos, já era habitual a prática de dança.
Adicionalmente, e dependendo da infração praticada, podem ser acrescentados factos ou ações que
demonstrem a infração imputada, recorrendo a indicações geográficas, identificação de pessoas que
frequentem habitualmente o espaço, descrição pormenorizada do local, rotinas do vigilante, verificação
correta da lotação do estabelecimento, procurar certezas quanto ao legal representante do espaço, se existem
contratos de trabalho ou de prestação de serviço, nomeadamente com empresas de segurança; apurar há
quanto tempo o legal representante está a laborar naquele ramo e a sua experiência relativamente ao negócio
dos estabelecimentos noturnos ou empresas de segurança privada.

B) Não basta confirmar na íntegra os factos do auto de notícia;


O depoimento dos elementos policiais é muito importante como meio de prova para a decisão final e em sede
judicial, é com base nessa importância que se solicita que as inquirições sejam mais explícitas e concretas para
que se possa, dentro do possível, valorar a prova, não havendo ninguém melhor para o fazer do que os
agentes fiscalizadores que presenciaram os factos no local.
Por vezes é das ações mais simples que se extrai um conceito crucial para o apuramento da verdade, para
efeitos de decisão. Existe sempre qualquer coisa que aconteceu que convém acrescentar mesmo que, por
vezes possa parecer insignificante. Quando falamos de prova todos os aspetos são importantes, logo há que
fazer um esforço para que, dentro do possível, as declarações dos elementos policiais, sejam mais
enriquecedoras no âmbito da instrução do processo.

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c) Redirecionar as perguntas para o que se pretende esclarecer;


Dentro do possível os elementos policiais devem ser ouvidos sempre depois das testemunhas que são
apresentadas pelo arguido/a ou que se farão representar em defesa do arguido/a. Este fator permite à pessoa
que está responsável pelo processo poder direcionar a inquirição dos agentes para a matéria que poderá
suscitar dúvidas relativamente ao que está relatado em auto.
A confrontação com os depoimentos apresentados pelas testemunhas da arguida/o permite completar
questões importantes e acrescentar diligências de prova por parte da entidade fiscalizadora, para que na fase
de decisão não se crie dúvidas ou hesitações.
Não existem modelos de inquirição, mas existe uma estratégia para a inquirição que é tão só um planeamento
que deve ser feito, com antecedência, após uma análise cuidada ao processo. O redirecionar as questões para
o que se pretende esclarecer passa por um planeamento que deve ser elaborado atendendo ao que se
pretende demonstrar e aproveitar como meio de prova.

D) Ouvir os elementos policiais depois da defesa escrita do arguido e confrontá-los com a posição assumida
pelo arguido na sua defesa;
Quando o/a arguido/a apresenta defesa escrita as testemunhas policiais devem ser sempre confrontadas com
as afirmações deste/a.
Quando não é apresentada defesa escrita as testemunhas policiais devem sempre ser as últimas a ser ouvidas.
Não se pretende que o elemento policial venha desmentir o que uma testemunha afirmou, mas que, por
outras palavras desmonte a desconformidade das suas afirmações, se estas forem efetivamente contrárias, ao
que foi verificado.
Dentro do possível, o autuante e testemunhas policiais devem explicar sucintamente e, se possível, com
provas apresentadas, a razão pela qual o/a arguido/a está a faltar à verdade e, para isso há que se munir de
todos os meios de prova para que este não possa manipular a infração detetada. É neste contraditório que,
muitas vezes, se consegue a sustentabilidade da prova.
Assim, é de extrema importância que as testemunhas policiais, nesta fase do processo, possam prestar o seu
depoimento com isenção e de forma clara para que não restem dúvidas para quem vai decidir.
O declarante, no seu depoimento, tem de responder a todas as questões com firmeza e certeza do que
verificou e contrapor de forma perentória as afirmações do/a arguido/a na defesa escrita.
De salientar que este depoimento será crucial em caso de recurso judicial, dado que frequentemente se
verifica a impugnação judicial de decisões aplicadas. Por essa razão, se pertinente, poder-se-á ouvir o
elemento policial em mais do que uma ocasião.

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5. A Audição das Testemunhas

No processo de contraordenação a testemunha nunca é ajuramentada (art.º 44.º RGCO).


A testemunha pode fazer-se acompanhar por advogado, que a informa, quando entender necessário, dos
direitos que lhe assistem, sem intervir na inquirição, desde que o mesmo não seja defensor de arguido no
processo, atento o disposto nos n.ºs 4 e 5 do artigo 132.º do CPP.
A testemunha é inquirida sobre factos de que possua conhecimento direto e que constituam objeto da prova
(Art.º 128.º do CPP).
Quanto ao dever de testemunhar, estabelece o art.º 131.º do CPP que: “Qualquer pessoa que se não
encontrar interdita por anomalia psíquica tem capacidade para ser testemunha e só pode recusar-se nos casos
previstos na lei.” (Art.º 132.º a 137.º do CPP). A regra é: Qualquer pessoa tem capacidade para testemunhar e
só pode recusar-se nos termos da lei ou se padecer de anomalia psíquica ou impedimento de índole
processual.
Podem recusar-se a depor como testemunhas:
a) Os descendentes, os ascendentes, os irmãos, os afins até ao 2.º grau, os adotantes, os adotados e o cônjuge
do arguido;
b) Quem tiver sido cônjuge do arguido, ou quem com ele conviver ou tiver convivido em condições análogas às
dos cônjuges, relativamente a factos ocorridos durante o casamento ou a coabitação.
A entidade competente para receber o depoimento adverte, sob pena de nulidade, as pessoas referidas no
número anterior da faculdade que lhes assiste de recusarem o depoimento (Art.º 134.º do CPP).
Todavia trata-se de uma nulidade sanável, dependente de arguição até ao momento da conclusão do
depoimento (art.º 120.º, n.º 3, al. a) do CPP).

Relevam ainda os seguintes conceitos:


• Parentesco é o vínculo que une duas pessoas, em consequência de uma delas descender da outra ou
de ambas procederem de um progenitor comum (art.º 1578.º do CC).
• Afinidade é o vínculo que liga cada um dos cônjuges ao parente do outro (art.º 1584.º CC).
• Segredo profissional é “a proibição de revelar factos ou acontecimentos de que se teve conhecimento
ou que foram confiados em razão e no exercício de uma atividade profissional” (Parecer n.º 56/94 da
PGR de 09MAR95) - Tem por base o pressuposto da confiança que é imperativo para o exercício de
algumas profissões.

Nos termos do art.º 132.º, salvo quando a lei dispuser de forma diferente, incumbem à testemunha os deveres
de:
1 - Apresentação, no tempo e no lugar devidos, à autoridade por quem tiver sido legitimamente convocada ou
notificada, mantendo-se à sua disposição até ser por ela desobrigada;

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Questão: Pode a testemunha abandonar a inquirição?


Da análise do artigo 52º do RGCO e sua interpretação chega-se à conclusão que ficarão sujeitos a sanção
pecuniária até €49,88, mas podem abandonar o ato de inquirição.

REGRAS APLICÁVEIS:
Numa diligência de inquirição, ou mesmo de interrogatório de arguido nunca se pode perder de vista o artigo
126.º do CPP, subordinado à epígrafe - Métodos proibidos de prova.
O depoimento é um ato pessoal que não pode, em caso algum, ser feito por intermédio de procurador (n.º 1
do art.º 138.º do CPP). Às testemunhas não devem ser feitas perguntas sugestivas ou impertinentes, nem
quaisquer outras que possam prejudicar a espontaneidade e a sinceridade das respostas (art.º 138.º, n.º 2, do
CPP).

Pergunta sugestiva: É aquela que pode aliciar a testemunha para a resposta pretendida por quem pergunta e
desconforme com a realidade.
Pergunta capcios: É a pergunta ardilosamente feita e que se destina a levar a testemunha a dizer
objectivamente coisa diferente da que pretende dizer.
Pergunta vexatória: É aquela que procura diminuir, ridicularizar, amesquinhar a testemunha.
Pergunta impertinente: É a pergunta que sendo desligada dos factos objecto do depoimento, agride o
depoente.

Questão: Que perguntas se devem fazer às testemunhas, sejam as arroladas por arguido ou as notificadas pelo
instrutor do processo?
Todas as que sirvam para a descoberta da verdade e desde que não possam prejudicar a espontaneidade e a
sinceridade das respostas.

O direito de defesa não está limitado ao mero exercício de audição do arguido, logo a notificação deve ainda
contemplar que, para além de lhe ser dada a oportunidade de prestar declarações, pode o arguido, querendo,
intervir no processo, juntando defesa escrita contendo, ou não, documentos, indicando testemunhas e
juntando todos os meios de prova que considere úteis e necessários à sua defesa num prazo máximo de vinte
dias úteis, contados a partir da data da certidão positiva de notificação.

Questão: O que acontece se não forem ouvidas as testemunhas indicadas pela defesa?
Acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa, datado de 05-02-1997 – relativo ao processo registado sob n.º
4443:
“I – Não tendo um processo de contra-ordenação sido inquiridas pela autoridade administrativa as
testemunhas indicadas pela arguida, cometeu-se nulidade consistente das omissões de diligências essenciais
para a descoberta da verdade (…)”.

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Resultando ainda do acórdão do Tribunal da Relação do Porto, datado de 01-07-1998 - relativo ao processo
registado sob o n.º 10504, que:
“Notificada a arguida nos termos e para os efeitos do artigo 50.º do Decreto-Lei n.º 433/82 e tendo esta
indicado, para ser ouvida, uma testemunha, a aplicação de coima sem inquirir essa testemunha constitui
nulidade, por omissão de diligência essencial para a descoberta da verdade”.
Apesar de tudo, importa fazer referência ao comentário da pág 376 do livro “contra-ordenações – anotações
ao regime geral de Manuel Simas Santos e Jorge Lopes de Sousa, que pela sua importância se transcreve.
“ (…) o direito de defesa não se limita à possibilidade de o arguido ser ouvido no processo de contra-
ordenação, abrangendo o direito de intervir neste, apresentando provas ou requerendo a realização de
diligências. Caberá, no entanto, à entidade que dirige o processo de contra-ordenação deferir ou não a
realização das diligências requeridas, devendo abster-se de realizar as que se lhe não afigurem de utilidade
para a descoberta da verdade (…)”

DILIGÊNCIAS DE PROVA POSTERIORES À DEFESA


Devem ser levadas a cabo todas as diligências de prova que se reputem importantes para a descoberta da
verdade, incluindo as requeridas pelo(a) arguido(a) sempre que o(a) mesmo(a), aquando do exercício do seu
direito de defesa, as requeira para fazer valer a sua posição, sob pena de tal omissão poder, eventualmente,
constituir nulidade da decisão administrativa.
A obrigatoriedade de levar a cabo todas as diligências de prova requeridas pelo arguido vem no fundo ao
encontro do que resulta dos acórdãos já referidos - Cfr. TRL - Proc n.º 4443 e TRP – Proc. n.º 10504 - e bem
assim do acórdão do TRC Proc n.º 2070/2000 como se alcança do seu sumário, que dispõe que:
“I – O art.º 50.º do D.L. 433/82 de 27/10 consagra o direito de defesa do arguido, exigindo que lhe seja
assegurada a efetiva e material possibilidade de produzir provas que considere indispensáveis para fazer valer
a sua posição.
II – É nula a decisão administrativa, por ofender o direito de defesa do arguido ao não ordenar a inquirição das
testemunhas arroladas pelo mesmo, nem o fundamentar devidamente (…)”.

Em suma:
Após o instrutor ter inquirido todas as testemunhas constantes do ANCO e as que foram sendo mencionadas
ao longo do processo, bem como carreada toda a prova que considerar relevante para a descoberta da
verdade, proceder-se-á a decisão do processo com proposta de aplicação de pena e, obrigatoriamente,
notificar-se o(a) arguido(a) para o exercício do direito de defesa.
Atenção: Sempre que o arguido requeira novas diligências de prova que se enquadrem no objeto do processo
têm as mesmas que ser realizadas, sob pena de uma eventual decisão condenatória poder vir a ser
considerada nula.

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Conclusão:
1 - A regra é, todas as testemunhas arroladas pelo arguido têm, obrigatoriamente de ser ouvidas sob pena de
nulidade processual;
2 - A exceção, isto é, a não audição, deve ser justificada de forma exaustiva;
3 - Se existirem problemas de notificação das testemunhas indicadas pela arguida, a solução está em notificar-
se o arguido ou, o defensor escolhido cuja procuração conste no processo, para que, querendo, as apresente
em data e local a indicar, a fim de ser inquiridas sobre o processo na qualidade de testemunhas da arguida, ou
substituir as mesmas por outras que queira indicar. Neste caso, indicar que ficam notificadas para as mesmas
datas e horas que as testemunhas que substituem. Concluir sempre com: A falta de comparência das referidas
testemunhas acarraterá a decisão do processo com base nos elementos dele constantes e conforme for de
direito.
4 - O interesse na instrução do processo é apurar-se as responsabilidades e não punir ou desculpar. As
conclusões dos processos devem refletir tudo o que se pode apurar e não só parte, logo o processo não deve
ser confinado ao que a arguida e as testemunhas conhecidas trazem ao processo, antes deve o instrutor tomar
as iniciativas, legais, que achar convenientes para o apuramento do que aconteceu, nomeadamente ouvir
outras testemunhas que não as indicadas nos autos nem pelo arguido, mas que de alguma forma teve
conhecimento e cujas declarações sejam relevantes para o processo. Este interesse em ouvir outras
testemunhas pode até resultar da audição de testemunhas apresentadas pela defesa.
5 – Não devem ser cumpridas diligências dilatórias, sendo a mais comum a apresentação de testemunhas em
número superior ao permitido.

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6. Relatório

Processualmente, o relatório costuma conter a descrição sumária dos factos, a audição e defesa do arguido, a
prova documental e testemunhal, enquadramento jurídico e conclusões, conforme consta do Art.º 105º do
Código do Procedimento Administrativo, do qual se cita: “Quando o órgão instrutor não for o órgão
competente para a decisão final, elaborará um relatório no qual indica o pedido do interessado, resume o
conteúdo do procedimento e formula uma proposta de decisão, sintetizando as razões de facto e de direito
que a justificam.”

Afigura-se ainda de, caráter essencial, a elaboração de uma informação dando conta do envio do processo,
como por exemplo, um termo de encerramento, no qual conste “não existirem mais diligências que se
afigurem úteis para a descoberta da verdade”.

Caso seja elaborado, o relatório final não deve conter juízos de conclusivos, deve apenas elencar o conjunto
dos documentos que o processo contém e os atos processuais que foram realizados. Deve terminar com a
indicação de que o mesmo será enviado ao DSP, o qual procede à sua entrega, com protocolo, na Secretaria-
Geral do MAI, após validação e registo no SIGESP e junção de certificado a que se refere o n.º 6 do artigo 61.º
da Lei 34/2013. O relatório final é uma peça processual como todas as demais e como tal é passível de ser
consultado pelo arguido.

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7. APONTAMENTOS FINAIS

Com o processo concluído há agora um conjunto de preceitos a tomar para verificar se tudo está conforme.
Em primeiro lugar importa verificar se o processo está construído na forma cronológica certa. As peças
processuais têm de estar colocadas por ordem, respeitando as datas em foram elaborados e juntas ao
processo. É obrigatório juntar os envelopes que trazem a correspondência ao processo devidamente
colocados numa folha de suporte, no entanto devemos selecionar apenas os envelopes que contém datas ou
informação relevante.

Com o processo de contraordenação colocado por ordem cronológica deve o mesmo ser numerado
sequencialmente. O processo é composto por folhas e não por páginas, sendo normalmente numerado no seu
canto superior direito, desde a folha 02 até ao seu final. A primeira folha não se numera pois esta será a capa
do processo.
A capa do processo deverá conter várias informações tais como: identificação do arguido e dos mandatários,
identificação do ANCO ou NPP, tipificação da infração, conforme modelo em anexo.

Durante a construção do processo de contraordenação podemos e devemos pesquisar todo o tipo de


informação relevante, podendo utilizar as mais diversas fontes. Sempre que juntamos um documento ao
processo não temos obrigatoriamente de fazer uma cota, a não ser que seja relevante. Os serviços devem ter
em atenção para colocar sempre a data de entrada dos documentos apresentados, quer quando venha por
correio ou sejam entregues em mão.

Em traços gerais estes são princípios básicos a ter em conta na tramitação processual, o processo tem vida
própria, rege-se por uma fita de tempo que não pode ser adulterada, sob pena de cometimento de uma
nulidade não suprível.

Uma última chamada de atenção para a contagem dos prazos para a prescrição, salvaguardando-se o envio do
processo atempadamente.

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Anexo I - Capa

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Anexo II – Auto de Notícia

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Anexo III – Notificação de Arguido

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Anexo IV – Inquirição de Testemunha

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Anexo V – Diligências de Prova

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Anexo VI – Relatório Final

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