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Estado do Rio Grande do Sul

Prefeitura Municipal de Torres


Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Gestão
Gerência de Atos Administrativos e Relações com Órgãos Públicos
Rua Júlio de Castilhos, 707, Centro, Torres/RS, CEP: 95.560-000
Fone/Fax: (51) 3664-1411

LEI MUNICIPAL N.º 4.003, DE 12 DE MAIO DE 2006.

Dispõe sobre o controle e proteção das


populações animais, bem como sobre a prevenção
e controle de zoonoses no Município de Torres -
RS e dá outras providências.

O PREFEITO MUNICIPAL DE TORRES, Estado do Rio Grande do Sul,


em conformidade com o art. 93, inciso III, da Lei Orgânica do Município, faço saber
que a Câmara Municipal de Torres APROVOU e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1° O desenvolvimento de ações objetivando o controle e proteção
das populações animais, bem como a prevenção e o controle das zoonoses no
Município de Torres, passam a ser regulados pela presente Lei.
§ 1° Fica o Município de Torres autorizado a criar o Centro de Controle
de Zoonoses e Vetores - CCZV, vinculado a Secretaria Municipal do Meio Ambiente -
SMMAM, com supervisão da Secretaria Municipal de Saúde.
§ 2° A execução das ações mencionadas no art. 1° será de
responsabilidade conjunta da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Secretaria
Municipal de Saúde, que terão suas atribuições designadas na regulamentação
desta Lei.
§ 3° O órgão municipal competente organizará a estrutura e os serviços
de fiscalização, apreensão, manutenção e atendimento médico veterinário e
sanitário nos termos da legislação em vigor e poderá firmar convênio com
organização não governamental de proteção ao animal, que já desenvolva condutas
voltadas ao bem estar dos animais no Município, com a finalidade de auxiliar no
cumprimento e execução das normas estabelecidas nesta Lei.
Art. 2° Para efeitos desta Lei, entende-se por:
I - ZOONOSES: infecção ou doença infecciosa, transmissível
naturalmente entre animais vertebrados;
II - AGENTE SANITÁRIO: o Fiscal Sanitarista, o Médico Veterinário e
servidores credenciados para função de controle animal, da Secretaria Municipal de
Saúde;
III - AGENTE AMBIENTAL: o Fiscal Ambiental, o Biólogo, o Geólogo e
servidores credenciados para função de controle animal, da Secretaria Municipal do
Meio Ambiente;
IV - ÓRGÃO SANITÁRIO RESPONSÁVEL: Secretaria Municipal do Meio
Ambiente e Secretaria Municipal de Saúde;
V - ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO: os de valor afetivo, cabíveis de coabitar
com o homem;
VI - ANIMAIS DE USO ECONÔMICO: as espécies domésticas criadas,
utilizadas ou destinadas à produção econômica;
VII - ANIMAIS SINANTRÓPICOS: as espécies que, indesejavelmente,
coabitarem com o homem, tais como: roedores, baratas, moscas, pernilongos,
pulgas e outros vetores;
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VIII - ANIMAIS SOLTOS: todo e qualquer animal errante, encontrado


sem qualquer processo de contenção;
IX - ANIMAIS APREENDIDOS: todo e qualquer animal apreendido por
servidor da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Secretaria Municipal de Saúde
ou órgão devidamente autorizado pelo Município, compreendendo desde o instante
da captura, seu transporte, alojamento nas dependências do Centro de Controle de
Zoonoses e Vetores e destinação final;
X - DEPÓSITO MUNICIPAL DE ANIMAIS: as dependências apropriadas
do CCZV, para alojamento, alimentação, saúde e bem estar dos animais
apreendidos;
XI - CÃES MORDEDORES VICIOSOS: os causadores de mordeduras a
pessoas ou outros animais em logradouros públicos, de forma repetida;
XII - MAUS TRATOS: toda e qualquer ação voltada contra os animais
que implique em crueldade, especialmente na ausência de alimentação mínima
necessária, excesso de peso de carga, tortura, uso de animais feridos, submissão a
experiências pseudocientíficas e o que dispõe o Decreto Federal n° 24.645, de 10 de
julho de 1934 - Lei de Proteção aos Animais e Lei Estadual n° 11.915, de 21 de maio
de 2003 - Código Estadual de Proteção aos Animais, sem prejuízo de outras
legislações;
XIII - CONDIÇÕES INADEQUADAS: a manutenção de animais, em
contato direto ou indireto com animais portadores de doenças infecciosas ou
zoonoses, alojamento de dimensões impróprias à sua espécie e porte, ou ainda
aqueles que permitam a proliferação de animais sinantrópicos;
XIV - FAUNA EXÓTICA: animais de espécies estrangeiras;
XV - ANIMAIS UNGULADOS: os mamíferos com os dedos revestidos de
cascos;
XVI - ANIMAIS SELVAGENS: os pertencentes a espécies não
domesticadas;
XVII - COLEÇÕES LÍQUIDAS: qualquer quantidade de água parada;
XVIII - ANIMAIS DE GRANDE PORTE: para efeitos desta Lei
compreende-se por animais de grande porte: os bovinos, eqüinos, asininos,
caprinos, suínos, ovinos e similares;
XIX - ANIMAIS DE PEQUENO PORTE: para efeitos desta Lei
compreende-se, por animais de pequeno porte: os caninos, felinos, aves, coelhos e
similares.
Art. 3° Constituem objetos básicos das ações de prevenção e controle de
zoonoses:
I - prevenir, reduzir e eliminar a morbidade e a mortalidade, bem como os
sofrimentos humanos causados pelas zoonoses urbanas prevalentes;
II - preservar a saúde da população, mediante o emprego de
conhecimentos especializados e experiências da Saúde Pública Veterinária.
Art. 4° Constituem objetos básicos das ações de controle das
populações animais:
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I - prevenir, reduzir e eliminar as causas de sofrimento aos animais;


II - preservar a saúde e o bem estar da população humana, evitando-lhe
danos ou incômodos causados por animais.

DA APREENSÃO DOS ANIMAIS


Art. 5° É expressamente proibida a condução ou permanência de
animais domésticos na faixa de praia do Município de Torres, a qualquer título.
Art. 6° É proibida a permanência, manutenção e o trânsito de animais
nos logradouros públicos ou nos recintos e locais públicos ou privados, de uso
coletivo, tais como: cinema, teatros, clubes esportivos e recreativos,
estabelecimentos comerciais, industriais e de saúde, escolas, piscinas, feiras,
balneários e outros.
§ 1° Excetuam-se da proibição prevista neste artigo:
I - os estabelecimentos legal e adequadamente instalados para criação,
manutenção, venda, exposição, tratamento e internação de animais e os
abatedouros, quando licenciados pelo órgão competente;
II - a permanência e o trânsito de animais em logradouros públicos
quando:
a) se tratar de animais vacinados, com registro atualizado, fazendo uso
de focinheira ou similares quando necessário e conduzidos com coleira e guia pelo
proprietário ou responsável com idade e força física suficientes para controlar os
movimentos do animal;
b) se tratar de animais de tração providos dos necessários equipamentos
e meios de contenção e conduzidos pelo proprietário ou responsável com idade e
força física suficientes para controlar os movimentos do animal.
§ 2° Incorre em multa quem conduzir animais em vias públicas,
colocando em perigo a segurança pública, somente sendo permitido animais
devidamente contidos.
Art. 7° É obrigatório o uso dos equipamentos de segurança coleira, guia
e focinheira, em cães de raças violentas.
Parágrafo único. Para efeitos desta Lei, são considerados cães violentos
os integrantes das raças mastin-napolitano, bull terrier, american staffrshire, pastor
alemão, rottweiler, fila, dobermann, pitbull e seus respectivos cruzamentos,
independente do porte.
Art. 8° São proibidas as feiras para comercialização de animais no
Município de Torres, sem a prévia autorização do Poder Executivo e o devido
controle dos órgãos municipais competentes.
§ 1° A autorização dependerá da apresentação de laudo para cada
animal exposto na feira, com validade não inferior a 90 (noventa) dias, firmado por
médico veterinário lotado no Município de Torres e registrado no Conselho Regional
de Medicina Veterinária.
§ 2° Para efeitos desta Lei, a pena de multa deverá ser deflagrada já na
primeira infração ao responsável pela feira ou ao proprietário do imóvel onde a

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mesma se realiza, e a feira interditada para o recolhimento dos animais pelo


responsável, caso isso não ocorra, os animais serão todos apreendidos.
Art. 9° Poderá ser apreendido todo e qualquer animal que:
I - encontrado solto nas vias e logradouros públicos ou de livre acesso à
população;
II - suspeito de raiva ou outras zoonoses;
III - submetido a maus tratos, por seu proprietário ou preposto deste;
IV - mantido em condições inadequadas de vida ou alojamento;
V - cuja criação ou uso sejam vedados por Lei;
VI - encontrado em desobediência ao estabelecido nos artigos 5°, 6°, 7°
e 8° desta Lei.
§ 1° Os animais aprendidos, por força do disposto neste artigo, somente
poderão ser resgatados, após o pagamento da multa e despesas de manutenção do
animal pelo CCZV, se constatado, por Agente Sanitário e/ou Ambiental, não mais
persistirem as causas ensejadas na apreensão.
§ 2° Os animais a que se refere o inciso II não serão apreendidos caso o
proprietário se proponha a isolá-lo e tratá-lo com a autorização e sob a supervisão
do Agente Sanitário e/ou Ambiental do Município.
§ 3° Serão aprendidos os cães mordedores viciosos, condição esta
constatada por Agente Sanitário e/ou Ambiental, ou comprovada mediante boletim(s)
de ocorrência policial.
Art. 10. Fica autorizado o Poder Executivo a conceder autorização para
condução ou permanência de animais nos locais previstos nesta Lei, em casos
especiais e outros de interesse relevante.
Art. 11. A Prefeitura Municipal de Torres não responde por indenizações
nos casos de:
I - dano ou óbito de animal apreendido;
II - eventuais danos materiais ou pessoais, causados por animal solto ou
durante o ato de apreensão.

DA DESTINAÇÃO DOS ANIMAIS APREENDIDOS


Art. 12. Os animais apreendidos poderão ter as seguintes destinações:
I - resgate;
II - leilão em hasta pública;
III - adoção;
IV - doação;
V - eutanásia;
VI - sacrifício.
§ 1° Em relação ao inciso V, somente será efetivado para animais que
sejam portadores de patologias que não possuam cura clínica ou sanitariamente
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comprometidos, sem sofrimento para o animal, obedecendo normas da Resolução


n° 714 do Conselho Federal de Medicina Veterinária - CFMV, devendo o médico
veterinário responsável emitir laudo técnico consubstanciado a decisão.
§ 2° O sacrifício de animais apreendidos poderá ser efetuado,
certificando-se a inexistência de interessados para adoção, após esgotado o prazo
de 90 (noventa) dias úteis de permanência do animal no CCZV, e do laudo técnico
por médico veterinário vinculado aos CCZV, acusando que o animal está
impossibilitado do convívio social ou ser portador de doenças infecciosas (animal
não sadio), utilizando-se método seguro e indolor, obedecendo as normas da
Resolução n° 714 do Conselho Federal de Medicina.
Art. 13. Os animais apreendidos ficarão à disposição dos proprietários ou
de seus representantes legais, nos prazos previstos no artigo seguinte, sendo que,
durante este período, o animal será devidamente alimentado, assistido e imunizado
por médico veterinário e pessoal preparado para tal função. Os animais silvestres da
fauna brasileira ou ainda da fauna exótica serão encaminhados aos órgãos
competentes do Estado e da União.
Art. 14. O animal apreendido somente poderá ser resgatado pelo seu
proprietário, ou representante legal, após comprovação do cumprimento das
sanções estabelecidas no art. 37 desta Lei, preenchimento do expediente próprio e
do pagamento da taxa respectiva de manutenção do animal pelo CCZV:
I - 10% da UFM (dez por cento da Unidade Fiscal Municipal) por dia de
permanência dos pequenos animais no CCZV;
II - 20% da UFM (vinte por cento da Unidade Fiscal Municipal) por dia de
permanência no CCZV nos demais casos.
§ 1° Os proprietários de animais de pequeno porte, terão prazo de 10
(dez) dias úteis, para o resgate do animal.
§ 2° Os proprietários de animais de grande porte, terão prazo de 15
(quinze) dias úteis, para o resgate do animal.
Art. 15. A adoção e/ou doação de animais apreendidos, das espécies
canina e felina, poderá ser efetuada pelo CCZV, mediante recibo, a pessoas que
possuam condições de manutenção, após esgotado o prazo para resgate do
proprietário ou representante legal.
Art. 16. Nenhum animal poderá ser liberado do CCZV sem que se
comprove estar devidamente vacinado. Não havendo comprovação, haverá
vacinação no próprio CCZV.
Parágrafo único. No caso de animais que possuam dono, este, para
reaver o animal, terá que comprovar o ressarcimento das despesas com vacinas a
quem tenha efetuado a despesa para este fim.
Art. 17. Os animais de grande porte que não forem resgatados por seus
proprietários serão leiloados.
§ 1° O leilão em hasta pública, ocorrerá mediante divulgação de edital,
informando data, horário e local.

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§ 2° Caso não haja comprador, os animais de grande porte serão


incorporados ao patrimônio municipal, podendo ser doados, mediante recibo, a
pessoas, entidades filantrópicas e outras interessadas.
Art. 18. A Prefeitura Municipal de Torres deverá criar condições para o
controle populacional de animais de espécie canina e felina, através de esterilização
cirúrgica, obedecendo normas do CFMV.
§ 1° Deverá ser implementada a esterilização cirúrgica do animal
apreendido no CCZV para facilitar a adoção, após o prazo para resgate do
proprietário ou representante legal.
§ 2° A implementação de programas de esterilização cirúrgica de
animais, com iniciativa do Poder Executivo, poderá contar com a participação das
universidades, clínicas veterinárias e organizações não governamentais, mediante
convênio para os fins desta Lei.
§ 3° A Prefeitura Municipal de Torres deverá apoiar atividades
desenvolvidas para a comunidade por entidades públicas, privadas ou organizações
não-governamentais - ONG's municipais, que visem a orientação dos cuidados com
os animais dando ênfase ao controle de natalidade e campanhas de adoção.
Art. 19. Os serviços de educação do Município ficam obrigados a
promover campanhas para esclarecimento aos proprietários de animais dos meios
corretos de manutenção e posse responsável para evitar a procriação desordenada,
a eutanásia e o sacrifício de animais domésticos.
Parágrafo único. São objetos da posse responsável, o combate ao
abandono e à procriação não planejada, o tratamento adequado à espécie, inclusive
vacinação, a fim de evitar doenças, além dos cuidados necessários à subsistência
do animal.

DAS RESPONSABILIDADES DOS PROPRIETÁRIOS DE ANIMAIS


Art. 20. Os atos danosos cometidos pelos animais são de inteira
responsabilidade de seus proprietários, bem como as providências pertinentes à
remoção dos dejetos por eles deixados em vias públicas.
Parágrafo único. Quando o ato danoso for cometido sob a guarda de
preposto, estender-se-á a este a responsabilidade a que alude o presente artigo.
Art. 21. É de responsabilidade dos proprietários a manutenção dos
animais em perfeitas condições de alojamento, alimentação, saúde e bem estar.
Parágrafo único. Todo proprietário de animal é obrigado a mantê-lo
permanentemente imunizado contra raiva e/ou outras zoonoses oportunas.
Art. 22. É proibido abandonar animais nas vias e logradouros públicos ou
locais de livre acesso ao público e também em locais privados.
Parágrafo único. O proprietário de animal responsável por atitude de
abandono deste será penalizado com multa grave, por ser considerado ato de maus
tratos.
Art. 23. É proibido o uso de animais feridos, enfraquecidos ou doentes
em veículos de tração animal ou qualquer outra atividade.

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Parágrafo único. O animal utilizado em veículo de tração deverá estar


devidamente ferrado.
Art. 24. A manutenção de animais em condomínios será regulamentada
pelas respectivas convenções.
Art. 25. O proprietário de animal fica obrigado a permitir o acesso do
Agente Sanitário e/ou Ambiental, quando no exercício de suas funções, às
dependências do alojamento do animal, sempre que necessário, bem como a acatar
as determinações dele emanadas.
Art. 26. Qualquer animal que esteja evidenciando sintomatologia clínica
de raiva, constatada por médico veterinário, deverá ser prontamente isolado e/ou
sacrificado, sendo necessário o envio de material biológico para análise, de acordo
com a espécie envolvida, em laboratório oficial.
Art. 27. Em caso de morte do animal, cabe ao proprietário a disposição
adequada do cadáver ou o seu encaminhamento ao serviço municipal competente.
Art. 28. Os proprietários de animais caninos deverão registrá-los no
órgão municipal competente.
Parágrafo único. O registro de animais será regulamentado por decreto
do Executivo.

DAS ATIVIDADES DE CRIAÇÃO


Art. 29. Não são permitidos, em residência particular, a criação e o
alojamento de animais que por sua espécie, número ou manutenção causem risco à
saúde e segurança da comunidade.
Art. 30. A posse de eqüinos na área urbana será permitida em caráter
renovável a cada 12 (doze) meses, no caso de proprietários que utilizem os animais
em atividade de sustento familiar, de maneira que atendam:
I - em relação ao domicílio/pouso de animais:
a) comprovar o exercício da atividade citada junto ao órgão municipal de
assistência social;
b) cadastrar o animal junto ao órgão sanitário responsável;
c) manter as instalações adequadas e higiênicas, com destino adequado
de dejetos;
II - em relação ao local de trabalho:
a) manter em condições higiênicas, com lavagem diária do local, bem
como tratamento adequado dos dejetos;
III - os proprietários terão 90 (noventa) dias para adequarem-se as
normatizações, a contar da data da publicação desta Lei.
Art. 31. Ficam proibidos os espetáculos com feras e exibição artística ou
circense de qualquer animal selvagem, não doméstico, em via pública ou não, sem
prévia autorização do órgão sanitário responsável.
Parágrafo único. A autorização mencionada neste artigo, apenas será
concedida após vistoria técnica efetuada pelo Agente Sanitário e/ou Ambiental, em

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que serão examinadas as condições de alojamento e manutenção dos animais, não


excluindo ou atenuando, o responsável pelo(s) animal(is) de outras
responsabilidades.
Art. 32. Os estabelecimentos de comercialização de animais vivos ficam
sujeitos, além do disposto na Lei Estadual n° 6.503, de 22 de dezembro de 1972, e
Decreto Estadual n° 23.430, de 24 de outubro de 1974, à obtenção de alvará
sanitário, renovado anualmente.

DOS ANIMAIS SINANTRÓPICOS


Art. 33. Ao munícipe compete a adoção de medidas necessárias para a
manutenção de suas propriedades limpas e isentas de animais da fauna
sinantrópica.
Art. 34. É proibido o acúmulo de lixo, materiais inservíveis ou outros
materiais que possam atrair ou facilitar a criação de moscas, propiciem a proliferação
de roedores ou outros animais sinantrópicos, ou ser causa de odores incômodos.
Parágrafo único. Fica expressamente proibido o depósito de qualquer
material inerte, como restos vegetais, caliças, lixo doméstico, detritos de cozinha ou
esgoto e outros, nas calçadas, vias e logradouros públicos, sem o devido
acondicionamento para coleta nos dias e horários indicados pelo Poder Público.
Art. 35. Nas obras de construção civil é obrigatória a drenagem
permanente de coleções líquidas, originadas ou não pelas chuvas, de forma a
impedir a proliferação de mosquitos.
Art. 36. Os estabelecimentos que estoquem ou comercializem
pneumáticos são obrigados a mantê-los, permanentemente, isentos de coleções
líquidas originadas ou não pelas chuvas, de forma a impedir a proliferação de
mosquitos e/ou outros animais que possam importunar e/ou causar doenças a
população humana.
Parágrafo único. As medidas de prevenção, dispostas neste artigo,
aplicam-se adequando-se a sua realidade, a todo o estabelecimento que trabalhe
com objeto ou material que possa gerar focos de vetores. O responsável por
propriedade que não cumprir o disposto nos artigos 33, 34, 35 e 36, será penalizado
com multa grave, por ser considerado ato danoso à saúde pública e bem estar da
população humana.

DAS SANÇÕES
Art. 37. Verificada a infração a qualquer dispositivo desta Lei, os Agentes
Sanitários ou Ambientais, mediante lavratura de auto de infração, poderão aplicar as
seguintes penalidades:
I - advertência por escrito;
II - apreensão do animal;
III - multa simples ou dupla;
IV - interdição parcial ou total, temporária ou permanente, de locais ou
estabelecimentos;
V - cassação de alvará e/ou licença municipal.
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Art. 38. As infrações classificam-se em:


I - LEVES, aquelas em que o infrator seja beneficiado por circunstâncias
atenuantes;
II - GRAVES, aquelas em que for verificada uma circunstância
agravante;
III - GRAVÍSSIMAS, aquelas em que sejam verificadas a existência de
02 (duas) ou mais circunstâncias agravantes ou a reincidência.
Art. 39. A pena de multa será variável, de acordo com a gravidade da
infração, conforme segue:
I - para infrações de natureza leve: de 0,5 a 1 UFM's (meia a uma
Unidade Fiscal Municipal);
II - para infrações de natureza grave: de 1 a 5 UFM's (uma a cinco
Unidade Fiscal Municipal);
III - para infrações de natureza gravíssima: de 5 a 15 UFM's (cinco a dez
Unidade Fiscal Municipal).
§ 1° Para efeito deste artigo, os Agentes Sanitários ou Ambientais,
caracterizarão as infrações de acordo com sua gravidade, levando em conta as
questões atenuantes e agravantes.
§ 2° Na reincidência a multa será cobrada em dobro.
§ 3° A pena de multa não excluirá, conforme a natureza e a gravidade da
infração, a aplicação de qualquer outra penalidade prevista no art. 37 desta Lei, bem
como a definitiva apreensão do animal quando reiterada a infração de mesma
natureza ou maior gravidade.
§ 4° O proprietário de animal comprovadamente carente, atestado pelo
órgão municipal de assistência social, poderá solicitar a reversão da penalidade de
multa, prevista nesta Lei, em trabalho comunitário, encaminhando o pedido
acompanhado do referido atestado, à Secretaria Municipal do Meio Ambiente, que
poderá firmar Termo de Compromisso com o infrator.
§ 5° O proprietário reincidente, não gozará do benefício que trata o
parágrafo anterior.
§ 6° O pagamento da multa não exime o infrator de regularizar a situação
que deu origem a penalização, dentro dos prazos estabelecidos para cada caso.
Art. 40. O procedimento administrativo na esfera municipal será
instaurado nas atividades de fiscalização ambiental, vigilância sanitária e ambiental,
em conformidade com a legislação vigente.
Art. 41. São circunstâncias atenuantes:
I - o arrependimento eficaz do infrator, manifestado pela espontânea
reparação do dano ou limitação significativa;
II - a comunicação prévia, pelo infrator, do perigo iminente à saúde
pública, as autoridades competentes;
III - a colaboração com os Agentes Municipais;

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IV - o fato de ser o infrator primário e a falta cometida, de natureza leve.


Art. 42. São circunstâncias agravantes:
I - ser o infrator reincidente e/ou cometer a infração de maneira
continuada;
II - cometer a infração para obter vantagem pecuniária;
III - coagir outrem para a execução material da infração;
IV - ter a infração conseqüências danosas a saúde pública;
V - se, tendo conhecimento e/ou compreensão de ato lesivo à saúde
pública, deixar, o infrator, de tomar medidas ou providências de alçada, para evitá-lo;
VI - agir com dolo direto ou eventual;
VII - agir com dolo em animais alheios;
VIII - ter a infração atingido áreas de concentração humana;
IX - empregar métodos cruéis no abate ou captura de animais;
X - cometer qualquer ato que caracterize maus tratos a animais;
XI - permitir sofrimento em animais;
XII - abandonar animal em logradouros públicos;
XIII - manter animais em condições inadequadas de alojamento e
manutenção.
Art. 43. Os Agentes Sanitários e Ambientais do Município são
competentes para a aplicação das penalidades previstas no art. 37 desta Lei.
Parágrafo único. O desrespeito ou desacato ao Agente Sanitário e
Ambiental, ou ainda a obstaculização ao exercício de suas funções, sujeitarão o
infrator à penalidade de multa, sem prejuízo das demais sanções cabíveis.
Art. 44. Sem prejuízo das penalidades previstas no art. 37, o proprietário
do animal apreendido ficará sujeito ao pagamento de despesas de transporte,
alimentação, assistência veterinária e outras.
Art. 45. Os recursos arrecadados, em função do recolhimento das taxas
e multas que tratam a presente Lei, e dos serviços do Centro de Controle de
Zoonoses e Vetores (CCZV), serão destinados ao Fundo Municipal do Meio
Ambiente e aplicados, proporcionalmente, na manutenção do CCZV.

DA DEFESA
Art. 46. O infrator poderá oferecer defesa ou impugnação do auto de
infração, nos prazos previstos nos parágrafos primeiro e segundo, do art. 14, desta
Lei, encaminhando o pedido à Secretaria Municipal do Meio Ambiente.

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS


Art. 47. A presente Lei será regulamentada pelo Poder Executivo
Municipal.
Art. 48. As despesas com a execução desta Lei correrão por conta das
dotações orçamentárias próprias.
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Art. 49. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.


Art. 50. Ficam revogadas a Lei Municipal n° 2.830, de 06 de dezembro
de 1994, e a Lei Municipal n° 3.912, de 29 de junho de 2005.
Gabinete do Prefeito Municipal de Torres, em 12 de maio de 2006.

João Alberto Machado Cardoso,


Prefeito Municipal.

Publique-se e façam-se as devidas comunicações.

Nilson Martins Schardosim,


Secretário de Desenvolvimento e Gestão.

* Este texto não substitui o publicado no mural da Prefeitura do Município.

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