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ESTUDANTE:____________________________________________________________________

DATA:_____/_____/_______ PROFESSOR: FILIPE JARDEL

HISTÓRIA DO CRISTIANISMO- AULA 5

A IGREJA PERSEGUIDA – AS PERSEGUIÇÕES IMPERIAIS


De 100 (Morte de João) ao Edito de Constantino (313)

➔ O fato de maior destaque na História da Igreja no segundo e terceiro séculos foi sem dúvida, a perseguição
ao Cristianismo pelos imperadores romanos. Apesar de a perseguição não ser contínua, ela se repetia
durante anos seguidos.
➔ Mesmo quando havia paz a perseguição podia recomeçar a qualquer momento, cada vez mais violenta.
➔ No 4º século a perseguição durou até o ano 313 quando o EDITO DE CONSTANTINO, primeiro imperador
cristão, fez cessar todos os propósitos de destruir a Igreja de Cristo.

Mas por que um governo de um modo geral justo e que procurava o bem-estar de seus cidadãos
tenta durante 200 anos suprimir uma instituição tão reta, tão obediente à lei e tão necessária como
era o Cristianismo?

➔ Pode-se apresentar várias causas para justificar o ódio dos imperadores ao Cristianismo:
O paganismo em suas práticas aceitava as novas formas e objetos de adoração que iam surgindo enquanto o
Cristianismo rejeitava qualquer forma ou objeto de adoração.

PAGANISMO CRISTIANISMO
Caráter INCLUSIVO: Aceitava as novas formas e Caráter EXCLUSIVO: Rejeitava qualquer forma ou
objetos de adoração. objeto de adoração.
Os deuses já se contavam em centenas quiçá Um único Deus TRINO.
milhares.
Quando os habitantes de uma cidade desejavam Por outro lado, o Cristianismo opunha-se a
desenvolver o comércio ou a imigração, construíam qualquer forma de adoração, pois somente admitia
templos aos deuses que se adoravam em outros adoração ao seu próprio Deus.
países ou cidades, a fim de que os habitantes desses
países ou cidades fossem adorá-los.

Um imperador desejou colocar uma estátua de Cristo no Panteão, um edifício que existe em Roma até hoje, e no
qual se colocavam todos os deuses importantes. Porém os cristãos recusaram a oferta com desprezo. Não
desejavam que o seu Cristo fosse conhecido meramente como um deus qualquer entre outros deuses.

➔ A adoração aos ídolos estava entrelaçada com todos os aspectos da vida. As imagens eram encontradas em
todos os lares para serem adoradas.
➔ Em todas as festividades eram oferecidas libações aos deuses. As imagens eram adoradas em todas as
cerimônias cívicas ou provinciais.
➔ Os cristãos, é claro, não participavam dessas formas de adoração. Por essa razão, o povo não dado a pensar
considerava-os como seres insociáveis, ateus que não tinham deuses, e aborrecedores de seus companheiros.
Com reputação tão desfavorável por parte do povo em geral, apenas um passo os separava da perseguição.
➔ Adoração ao imperador:

A adoração ao imperador era considerada como prova de lealdade. Nos lugares mais visíveis de cada cidade havia
uma estátua do imperador reinante, e ainda mais, a essa imagem era oferecido incenso, como se oferecia aos deuses.
Parece que em uma das primeiras epístolas de Paulo há uma referência cautelosa contra essa forma de idolatria. Os
cristãos recusavam-se a prestar tal adoração, mesmo um simples oferecimento de incenso sobre o altar. Pelo fato de
cantarem hinos e louvores e adorarem a "outro Rei, um tal Jesus", eram considerados pelo povo como desleais e
conspiradores de uma revolução.

➔ Quebra do pacto CRISTIANISMO/JUDAÍSMO:


A primeira geração dos cristãos era tida como relacionada com os judeus e o Judaísmo era reconhecido pelo
governo como religião permitida apesar de os judeus viverem separados dos costumes idólatras e não comerem
alimentos usados nas festas dos ídolos. Essa suposta relação preservou os cristãos por algum tempo da perseguição.
Entretanto, após a destruição de Jerusalém, no ano 70, o Cristianismo ficou isolado, sem nenhuma lei que protegesse
seus seguidores do ódio dos inimigos.

➔ Reunião secreta dos cristãos:


As reuniões secretas dos cristãos despertaram suspeitas. Eles se reuniam antes do nascer do sol, ou então à noite,
quase sempre em cavernas ou nas catacumbas subterrâneas. A esse respeito circulavam falsos rumores de que entre
eles praticavam-se atos imorais e criminosos. Além disso, o governo autocrático do império suspeitava de todos os
cultos e sociedades secretas, temendo propósitos desleais. A celebração da Ceia do Senhor, da qual eram excluídos
os estranhos, repetidas vezes era causa de acusações e de perseguições.

➔ Niveladores da sociedade:
O Cristianismo considerava todos os homens iguais. Não havia nenhuma distinção entre seus membros, nem em
suas reuniões. Um escravo podia ser eleito bispo na igreja. Tudo isso eram coisas inaceitáveis para a mentalidade dos
nobres, para os filósofos e para as classes governamentais. Os cristãos eram considerados como "niveladores da
sociedade", portanto anarquistas, perturbadores da ordem social. Eis por que eram tidos na conta de inimigos do
Estado.

➔ Interesses econômicos:
Não raro os interesses econômicos também provacavam e excitavam o espírito de perseguição. Assim como o
apóstolo Paulo, em Éfeso, esteve em perigo de morte, em razão de um motim incitado por Demétrio, o ourives, assim
também, muitas vezes os governantes eram influenciados para perseguir os cristãos, por pessoas cujos interesses
financeiros eram prejudicados pelo progresso da igreja: sacerdotes e demais servidores dos templos dos ídolos, os que
negociavam com imagens, os escultores, os arquitetos que construíam templos, e todos aqueles que ganhavam a vida
por meio da adoração pagã. Não era coisa rara ouvir-se o populacho gritar: "Os cristãos às feras, aos leões quando
seus negócios e sua arte estavam em perigo, ou quando funcionários públicos ambiciosos desejavam apoderar-se das
propriedades de cristãos ricos.

➔ Edito de Milão:
Em 13 de junho de 313, o imperador Constantino promulgou o edito de tolerância de Milão, pelo qual legalizava
o cristianismo. Era uma guinada inesperada após a “Grande Perseguição”, de dez anos antes. O cristianismo
reunia, à época, apenas um décimo da população do Império Romano, de cerca de 50 milhões de habitantes,
estando presente, sobretudo, na Ásia Menor e norte da África.

No ano 305, quando Diocleciano abdicou o trono imperal, a religião cristã era terminantemente proibida, e
aqueles que a professassem eram castigados com torturas e morte. Contra o Cristianismo estavam todos os poderes
do Estado.
Entretanto, menos de oitenta anos depois, em 380, o Cristianismo foi reconhecido como religião oficial do Império
Romano, e um imperador cristão exercia autoridade suprema, cercado de uma corte formada de cristãos
professos.
Dessa forma passaram os cristãos, de um momento para o outro, do anfiteatro romano onde tinham de
enfrentar os leões, a ocupar lugares de honra junto ao trono que governava o mundo! Logo após a abdicação de
Diocleciano, no ano 305, quatro aspirantes à coroa estavam em guerra. Os dois rivais mais poderosos eram
Maxêncio e cujos exércitos se enfrentaram na ponte Múvia sobre o Tibre, a dezesseis quilômetros de Roma, no
ano 312.Constantino era favorável aos cristãos, apesar de ainda não se confessar como tal. Ele afirmou ter visto
no céu uma cruz luminosa com a seguinte inscrição: "In Hoc Signo Vinces" (por este sinal vencerás), e mais tarde,
adotou essa inscrição como insígnia do seu exército. A vitória entre Constantino e Maxêncio pertenceu ao
primeiro, sendo que Maxêncio morreu afogado no rio Tibre. Pouco tempo depois, em 313, Constantino promulgou
o famoso Edito de Tolerância, que oficialmente terminou com as perseguições. Somente no ano 323 foi que
Constantino alcançou o posto supremo de imperador, e o Cristianismo foi então favorecido.
O caráter de Constantino não era perfeito. Apesar de ser considerado justo, de um modo geral, contudo,
ocasionalmente era cruel e tirano. Dizia-se que "a realidade do seu cristianismo era melhor do que a sua
qualidade". Ele retardou o ato de seu batismo até às vésperas da morte, julgando que o ato do batismo lavava
todos os pecados cometidos anteriormente, ideia que prevalecia entre os cristãos, naquela época. Se Constantino
não foi um grande cristão, foi, sem dúvida, um grande político, pois teve a ideia de unir-se ao movimento que
dominaria o futuro de seu império.

QUESTÃOS PARA REVISÃO:

1- Qual o fator de maior destaque na História da Igreja no 2º e 3º século?

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2- Cite causas para justificar o ódio dos imperadores ao Cristianismo:

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3- Complete o quadro:

PAGANISMO CRISTIANISMO

4- O que foi o edito de Milão (313)?

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