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Quem enfrenta a infelicidade das chuvas, e é açodado pelas enchentes; Após o dilúvio passado,
no baixar das águas, fica-se a amargura da perda, e não são poucas, seja afetiva, psíquica ou
material. A sensação de abandono e impotência é das frustrações as piores.
Ser surpreendido por tal desgraça, não é mais privilégio de classe A, B, C ou G. Todos
indistintamente estamos a mercê das intempéries, e cada dia ficam piores, seja pelo descaso
público, seja pela falta de urbanidade dos popoluchos, seja pela inquestionável mudança
climática; enfim não há um único vilão, ou talvez por tantos, o pobre São Pedro leva a culpa.
O Direito, sempre assiste àqueles que nele tem seu amparo, porém antes de alvissarar o pré
requisito jurídico, faz mister, apontar as responsabilidades comuns. A pessoa ao viver em
comunidade necessita entender que cada ato ressoa no conjunto, por mais simples ou sutil que
este seja, qual um efeito cascata, ira impactar a todos indistintamente, logo, viver em
sociedade, como a palavra sugere, nos faz sócios e guardiãs dos bens comuns; ou todos tem
direitos ou ninguém o terá, pois tudo é comum e, por tanto deve ser zelado e guarnecido por
cada um em particular para ao bem comum e de todos.
Vamos entender, a seguir, em linhas gerais o direito que assiste aos que foram amofinados
pelo caudal plúvio; antes deixo uma assertiva fundamental, em regra o Direito não cai do céu
como a chuva, é necessário buscar a assessoria do/a advogado/a, para se ter o pleno direito
garantido e a justiça consumada, nunca é demais afirmar: "sem advogado não se faz justiça!"
Quando a intempérie assalta, fica-se vulnerável, e não há como as vezes proteger a vida e os
bens, uma escolha é exigida, sempre a vida em primeiro lugar deve ser protegida e
salvaguardada; as perdas são invitáveis, e para tanto sua reparação se faz necessária na
proporção do dano sofrido.
Vítimas de enchentes têm direito de receber indenização por danos, com base nos artigos 3º
e 22 do Código de Defesa do Consumidor e conjuminado com o artigo 37 da Constituição
Federal (prevê a eficiência dos serviços públicos). Para ajudar siga este "MANUAL DO
ALAGADO" para fazer valer seu direito: 1º Passo: - Tire fotos dos estragos e, de preferência, de
vários ângulos do local atingido; 2º Passo: - Faça um Boletim de Ocorrência para preservação
de direitos; 3º Passo: - No dia imediatamente posterior, compre os jornais e reúna o maior
número possível de reportagens sobre o alagamento; 4º Passo: - Faça um levantamento dos
bens avariados e consiga 3 (três) orçamentos, de diferentes estabelecidos; 5º Passo: - Arranje
testemunhas que presenciaram a "catástrofe" (pode ser vizinho, amigo, etc.; não pode ser
parente até 3º grau); 6º Passo: - Contrate um advogado e ingresse na Justiça com uma ação de
reparação de danos contra a Prefeitura de sua cidade; 7º Passo: - Seja paciente, pois a ação
pode durar anos, mas você praticou um ato de cidadania, que pode obrigar o Poder Público a
prestar um serviço de melhor qualidade ao seu principal cliente: o contribuinte.(Sérgio Tannuri,
in www.conjur.com.br).
A responsabilidade das Seguradoras: Em regra quem tem seguro com cobertura de enchentes
fica menos vulnerável à perda nesta hora, porém atente que em certos casos o prejuízo vem
pela imprudência e responsabilidade do motorista ou até mesmo da Prefeitura. Em regra há a
cobertura pelos danos do veiculo, desde que tal não tenha incorrido em "agravamento de
risco" pela ação do segurado. Havendo negativa da seguradora em cumprir com a apólice, tem
o segurado o prazo de um ano para entrar com a ação judicial, na qual se deve fazer a prova de
que não houve por sua parte comportamento considerado sendo de risco. Lembre-se que a
prova bem constituída é a certeza processual de que o direito será alcançado.