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+> INTRODUÇÃO:

Cada passo que damos na vida é uma etapa vencida para chegar ao paraíso, e cada
um sabe bem onde fica seu Éden, por isso reafirmo com o cancioneiro popular:
“Cada um tem o dom de ser feliz e ser capaz!”. Estabeleça sua
meta portanto

O CURSO RELÂMPAGO, é uma ferramenta, sempre em aperfeiçoamento, para lhe


auxiliar nesta empreitada, o mérito e o sucesso serão seu, na medida e proporção em
que se dedicar com afinco hercúleo no estudo e feitura dos questionários.

Qualquer duvida, estaremos sempre prontos a lhe ir ao socorro, porém na hora H, no


seu dia D, é você o protagonista da sua história e escolhas, realize com tranquilidade
tudo para o qual se preparou.

O sucesso lhe é favorável, na medida em que se ponha ao caminhar em sua direção;


tenha por certo que único lugar que sucesso antecede o trabalho é no dicionário, e
para se colher os frutos do trabalho, o sucesso, é antes de tudo necessário ter objetivo
claros , métodos coerentes, disciplina perseverante e a certeza que já alcançou sua
meta.

Enfim, nossa contribuição dependerá sempre de você. Sem estudo e prática através
dos exercícios propostos nada se pode auferir. A melhor receita é a que você fará
todos dia dedicando-se de 02 - 04 horas nesta práxis.

Sorte ou milagre não existem, tudo é o fruto das sementes que plantar e de como
cultivar o seu campo, suas flores, para no tempo certo e oportuno pode ter o banquete
merecido e, usufruir do seu esforço.

Da minha parte, todo sucesso para você.

Guarulhos/SP, 10 de fevereiro de 2020

Marlon Lelis de Oliveira,


Advogado - Psicólogo
Coordenação Pedagógica
+> INDICE:

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
PEB - GUARULHOS - 2020

ENSINO SUPERIOR COMPLETO

Legislação Federal e Resoluções:

Constituição Federal de 1988: artigos 208 a 214.


Lei Federal n.º 8.069/90 – ECA: artigos 1º a 6º, 15 a 18-B, 53 a 59 e 131 a 137.
Lei Federal n.º 9.394/96 – Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
Resolução CNE/CEB n.º 5/09 e Parecer CNE/CEB n.º 20/2009 – Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação Infantil.
Base Nacional Comum Curricular (BNCC): Introdução (p. 7 – 21); A Etapa da Educação Infantil
(p. 35 – 55). Disponível em:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf

Legislação municipal:

Lei n.º 6.058/2005 – Dispõe sobre a estrutura, organização e funcionamento da carreira e


remuneração do magistério público do município de Guarulhos - Atualizada pelas Leis n.º
6.122/2006, 6.338/2007, 6711/2010 e 6839/2011.
Lei n.º 7.598/2017 – Aprova o Plano de Educação da Cidade de Guarulhos – PME para o
período de 2017/2027.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

PEB - GUARULHOS - 2020

ENSINO MÉDIO COMPLETO

Legislação e Documentos Institucionais

BRASIL. A criança de 6 anos, a linguagem escrita e o Ensino Fundamental de nove anos.


Ministério da Educação/Secretaria de Educação Básica. Brasília, 2009.

BRASIL. Constituição Federal. Título VIII – Da Ordem Social: Capítulo III – Da Educação, da
Cultura e do Desporto: Seção I – Da Educação, e artigo 60 das Disposições Constitucionais
Transitórias. Emenda 14/96.

BRASIL. Ensino Fundamental de nove anos: orientações para a inclusão da criança de seis
anos de idade. Brasília, 2007.

BRASIL. Lei Federal nº 8.069/1990 – Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e


dá outras providências.

BRASIL. Lei Federal nº 9394, de 20/12/96 – Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação


Nacional.

BRASIL. Resolução CNE/CEB 03, de 15 de junho de 2010. Institui Diretrizes Operacionais para
a Educação de Jovens e Adultos nos aspectos relativos à duração dos cursos e idade mínima
para ingresso nos cursos de EJA; idade mínima e certificação nos exames de EJA; e Educação
de Jovens e Adultos desenvolvida por meio da Educação a Distância.

BRASIL. Resolução CNE/CEB 04/2010 – Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a


Educação Básica. Brasília: CNE, 2010.

BRASIL. Resolução CNE/CEB 07/2010 – Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino


Fundamental de 9 (nove) anos. Brasília: CNE, 2010.

BRASIL. Resolução CNE/CEB 4/2009 – Institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento


Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial. Brasília:
CNE, 2009.

BRASIL/MEC. Base Nacional Comum Curricular. Ensino Infantil; Ensino Fundamental.


Disponível em:
<http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf>

BRASIL/MEC. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília: MEC/SEF,


1998. Volumes 1, 2, 3.

ENSINO SUPERIOR COMPLETO

Legislação e Documentos Institucionais

BRASIL. Constituição Federal. Título VIII – Da Ordem Social: Capítulo III – Da Educação, da
Cultura e do 27 Desporto: Seção I – Da Educação.

BRASIL. Lei Federal nº 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente.

BRASIL. Lei Federal nº 9.394, de 20/12/96 – Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação


Nacional.

BRASIL. Resolução CNE/CEB 04/2010 – Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a


Educação Básica. Brasília: CNE, 2010.

BRASIL. Resolução CNE/CEB 07/2010 – Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino


Fundamental de 9 (nove) anos. Brasília: CNE, 2010.

BRASIL/MEC. Base Nacional Comum Curricular. Ensino Fundamental: anos finais. Disponível
em:
<http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf>

Aula 1ª – 10/02/2020

Abriremos nossa aula apresentando e comentando brevemente o conteúdo


programático do concurso Guarulhos 2020 para Professor de Educação Infantil [PEI] e
para Professor de Educação Básica [PEB].
Neste comento já iremos ter uma noção básica e bem geral do que nos esperara nas
provas.

Lembre-se que nosso cérebro funciona do geral para o particular, do todo para a parte.
E ao ter a visão panorâmica do conteúdo, o nosso amigo cérebro irá por si acessar
nossa área de memória, e trará à tona os conteúdos já adquiridos, a cerca do tema
comentado.

Em seguida iremos ver com um pouco mais de detalhes a Constituição Federal/1988,


no que toca os temas inerentes a exigência do Edital do Concurso em tela....
Partiremos da CF/88, pois sendo ela a LEI MAGNA em nosso ordenamento jurídico,
muito nos dará luz para quando entrarmos nos temas específicos solicitados.

Todo nosso método segue o principio aprender na prática. Ou seja, nada de aula
teórica, isso uma boa leitura na lei lhe possibilitará a compreensão de conteúdo, porém,
iremos fazer exercícios práticos, e na correção coletiva destes os conceitos jurídicos
serão abordados.

Sempre haverá uma breve explanação dos conceitos fundamentais da legislação


solicitada no conteúdo programático, com fito de introduzir o tema e dar alguns
princípios norteadores ao cursista.

Havendo duvida, não olvide em expô-la. Sua questão, de certo irá ser, desde logo,
para todos um momento apropriado do aprendizado.

Vamos a vitória, hoje e sempre. O presente que recebes do hoje, fará de Você
campeão, pole position de amanha!!!

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
ANEXO II DO EDITAL DE ABERTURA DE CONCURSO PÚBLICO Nº 10/2019-SGE01

PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL - PEI


CONTEÚDO PROGRAMÁTICO E BIBLIOGRAFIA
(A legislação deve ser considerada com as alterações e atualizações vigentes até a data da publicação
do edital)

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
PEB - GUARULHOS - 2020

ENSINO SUPERIOR COMPLETO

Legislação Federal e Resoluções:

Constituição Federal de 1988: artigos [205 a 207] - 208 a 214.

TÍTULO VIII
Da Ordem Social
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÃO GERAL
Art. 193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a
justiça sociais.

CAPÍTULO III
DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO
Seção I
DA EDUCAÇÃO

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo
para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;

III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e


privadas de ensino;

IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de


carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas;

VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;

VII - garantia de padrão de qualidade.

VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos
termos de lei federal.

Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores considerados profissionais da


educação básica e sobre a fixação de prazo para a elaboração ou adequação de seus planos de
carreira, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão


financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e
extensão.

§ 1º É facultado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na forma


da lei.
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se às instituições de pesquisa científica e tecnológica.  

Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:

I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade,
assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria;  

II - progressiva universalização do ensino médio gratuito; 

III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na


rede regular de ensino;

IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade;

V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a
capacidade de cada um;

VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;

VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas
suplementares de material didático escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.

§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.

§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, importa
responsabilidade da autoridade competente.

§ 3º Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a


chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à escola.

Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições:

I - cumprimento das normas gerais da educação nacional;

II - autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público.

Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar
formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais.

§ 1º O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das
escolas públicas de ensino fundamental.

§ 2º O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às


comunidades indígenas também a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de
aprendizagem.

Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de


colaboração seus sistemas de ensino.

§ 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos Territórios, financiará as instituições


de ensino públicas federais e exercerá, em matéria educacional, função redistributiva e supletiva, de
forma a garantir equalização de oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensino
mediante assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios;

§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil.

§ 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino fundamental e médio.

§ 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a União, os Estados, o Distrito Federal e os


Municípios definirão formas de colaboração, de modo a assegurar a universalização do ensino
obrigatório.

§ 5º A educação básica pública atenderá prioritariamente ao ensino regular.


Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a
proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.

§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos Estados, ao Distrito


Federal e aos Municípios, ou pelos Estados aos respectivos Municípios, não é considerada, para efeito
do cálculo previsto neste artigo, receita do governo que a transferir.

§ 2º Para efeito do cumprimento do disposto no "caput" deste artigo, serão considerados os


sistemas de ensino federal, estadual e municipal e os recursos aplicados na forma do art. 213.

§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao atendimento das necessidades


do ensino obrigatório, no que se refere a universalização, garantia de padrão de qualidade e equidade,
nos termos do plano nacional de educação.

§ 4º Os programas suplementares de alimentação e assistência à saúde previstos no art. 208,


VII, serão financiados com recursos provenientes de contribuições sociais e outros recursos
orçamentários.

§ 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de financiamento a contribuição social
do salário-educação, recolhida pelas empresas na forma da lei.

§ 6º As cotas estaduais e municipais da arrecadação da contribuição social do salário-


educação serão distribuídas proporcionalmente ao número de alunos matriculados na
educação básica nas respectivas redes públicas de ensino.

Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidos a
escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que:

I - comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros em educação;

II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica ou


confessional, ou ao Poder Público, no caso de encerramento de suas atividades.

§ 1º - Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a bolsas de estudo para o
ensino fundamental e médio, na forma da lei, para os que demonstrarem insuficiência de recursos,
quando houver falta de vagas e cursos regulares da rede pública na localidade da residência do
educando, ficando o Poder Público obrigado a investir prioritariamente na expansão de sua rede na
localidade.

§ 2º As atividades de pesquisa, de extensão e de estímulo e fomento à inovação realizadas por


universidades e/ou por instituições de educação profissional e tecnológica poderão receber apoio
financeiro do Poder Público.

Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração decenal, com o objetivo de
articular o sistema nacional de educação em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas
e estratégias de implementação para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em seus
diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ações integradas dos poderes públicos das diferentes
esferas federativas que conduzam a:
I - erradicação do analfabetismo;
II - universalização do atendimento escolar;
III - melhoria da qualidade do ensino;
IV - formação para o trabalho;
V - promoção humanística, científica e tecnológica do País.
VI - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção
do produto interno bruto.
Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
PEI = Lei Federal n.º 8.069/90 – ECA: artigos 1º a 6º, 15 a 18-B, 53 a 59 e 131 a 137.

PEB = Lei Federal n.º 8.069/90 – ECA : COMPLETO

LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990.


Atualizada até a Lei nº 13.869, de 05 de Setembro de 2019

Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente [ECA] e dá outras providências.

INDICE: Capítulo II - Da Prevenção Especial

Seção I - Da informação, Cultura, Lazer,


Esportes, Diversões e Espetáculos – Art. 74 ao 80
PARTE GERAL (LIVRO I)
Seção II - Dos Produtos e Serviços – Art. 81
ao 82

Seção III - Da Autorização para Viajar – Art.


TÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES - Art. 1º
83 ao 85
ao Art. 6º

PARTE ESPECIAL (LIVRO II)


TÍTULO II - DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

Capítulo I - Do Direito à Vida e à Saúde - Art. 7º ao


Art. 14
TÍTULO I - DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO
Capítulo II - Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à
Dignidade – Art. 15 ao Art. 18 Capítulo I - Disposições Gerais – Art. 86 ao 89

Capítulo III - Do Direito à Convivência Familiar e Capítulo II - Das Entidades de Atendimento


Comunitária
Seção I - Disposições Gerais – Art. 90 ao 95
Seção I - Disposições Gerais – Art. 19 ao
Art.24 Seção II - Da Fiscalização das Entidades –
Art. 96 ao 97
Seção II - Da Família Natural – Art. 25 ao
Art.27

Seção III - Da Família Substituta TÍTULO II - DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO

Subseção I - Disposições Gerais – Capítulo I - Disposições Gerais – Art. 98 ao 98


Art. 28 ao Art. 32
Capítulo II - Das Medidas Específicas de Proteção –
Subseção II - Da Guarda – Art. Art. 99 ao102
33 ao 35

Subseção III - Da Tutela – Art. 36


ao 38 TÍTULO III - DA PRÁTICA DE ATO INFRACIONAL

Subseção IV - Da Adoção – Art. Capítulo I - Disposições Gerais – Art. 103 ao105


39 ao 52-D
Capítulo II - Dos Direitos Individuais – Art. 106 ao109
Capítulo IV - Do Direito à Educação, à Cultura, ao
Esporte e ao Lazer – Art. 53 ao 59 Capítulo III - Das Garantias Processuais – Art. 110 ao
111
Capítulo V - Do Direito à Profissionalização e à
Proteção no Trabalho – Art. 60 ao 69 Capítulo IV - Das Medidas Sócio-Educativas

Seção I - Disposições Gerais – Art. 112 ao


114
TÍTULO III - DA PREVENÇÃO
Seção II - Da Advertência – Art. 115 ao 115
Capítulo I - Disposições Gerais –Art. 70 ao 73
Seção III - Da Obrigação de Reparar o Dano Seção I - Disposições Gerais – Art. 152 ao
– Art. 116 ao 116 153

Seção II - Da Perda e da Suspensão do Poder


Familiar – Art. 154 ao 163
Seção IV - Da Prestação de Serviços à
Comunidade – Art. 117 ao 117 Seção III - Da Destituição da Tutela – Art.
164 ao 164
Seção V - Da Liberdade Assistida – Art. 118
ao 119 Seção IV - Da Colocação em Família
Substituta – Art. 165 ao 170
Seção VI - Do Regime de Semi-liberdade –
Art. 120 ao 120 Seção V - Da Apuração de Ato Infracional
Atribuído a Adolescente – Art. 171 ao 190
Seção VII - Da Internação – art. 121 ao 125
Seção VI - Da Apuração de Irregularidades
Capítulo V - Da Remissão – Art. 126 ao 128 em Entidade de Atendimento – Art. 191 ao 193

Seção VII - Da Apuração de Infração


Administrativa às Normas de Proteção à Criança e ao Adolescente
TÍTULO IV - DAS MEDIDAS PERTINENTES AOS PAIS OU – Art. 194 ao 197
RESPONSÁVEL – Art. 129 ao 130
Seção VIII - Da Habilitação de Pretendentes
à Adoção – Art. 197-A ao197-E

TÍTULO V - DO CONSELHO TUTELAR Capítulo IV - Dos Recursos – Art. 198 ao 199-E

Capítulo I - Disposições Gerais – Art. 131 ao 135 Capítulo V - Do Ministério Público – Art. 200 ao 205

Capítulo II - Das Atribuições do Conselho – Art. 136 ao Capítulo VI - Do Advogado – Art. 206 ao 207
137
Capítulo VII - Da Proteção Judicial dos Interesses
Capítulo III - Da Competência – Art. 138 ao 138 Individuais, Difusos e Coletivos – Art. 208 ao 224

Capítulo IV - Da Escolha dos Conselheiros – Art. 139


ao 139
TÍTULO VII - DOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES
Capítulo V - Dos Impedimentos – Art. 140 ao 140 ADMINISTRATIVAS

Capítulo I – Dos Crimes

TÍTULO VI - DO ACESSO À JUSTIÇA Seção I - Disposições Gerais – Art. 225 ao


227
Capítulo I - Disposições Gerais – Art. 141 ao 144
Seção II - Dos Crimes em Espécie – Art. 228
Capítulo II - Da Justiça da Infância e da Juventude ao 244

Seção I - Disposições Gerais – Art. 145 ao Capítulo II – Das Infrações Administrativas – Art. 245
145 ao 258-B

Seção II - Do Juiz – Art. 146 ao 149

Seção III - Dos Serviços Auxiliares – Art. DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS – Art. 259 ao 267
150 ao 151

Capítulo III - Dos Procedimentos


PARTE GERAL (LIVRO I)         d) destinação privilegiada de recursos
públicos nas áreas relacionadas com a proteção à
Título I infância e à juventude.
Das Disposições Preliminares         Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente
        Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção será objeto de qualquer forma de negligência,
integral à criança e ao adolescente. discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão, punido na forma da lei qualquer
        Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos
atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos
desta Lei, a pessoa até doze anos de idade
fundamentais.
incompletos, e adolescente aquela entre doze e
dezoito anos de idade.         Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão
em conta os fins sociais a que ela se dirige, as
        Parágrafo único. Nos casos expressos em
exigências do bem comum, os direitos e deveres
lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às
individuais e coletivos, e a condição peculiar da
pessoas entre dezoito e vinte e um anos de
criança e do adolescente como pessoas em
idade.
desenvolvimento.
        Art. 3º A criança e o adolescente gozam de
Título II
todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa
humana, sem prejuízo da proteção integral de Dos Direitos Fundamentais
que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou Capítulo I
por outros meios, todas as oportunidades e Do Direito à Vida e à Saúde
facilidades, a fim de lhes facultar o         Art. 7º A criança e o adolescente têm direito
desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e a proteção à vida e à saúde, mediante a
social, em condições de liberdade e de dignidade. efetivação de políticas sociais públicas que
        Parágrafo único.  Os direitos enunciados permitam o nascimento e o desenvolvimento
nesta Lei aplicam-se a todas as crianças e sadio e harmonioso, em condições dignas de
adolescentes, sem discriminação de nascimento, existência.
situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, Art. 8o  É assegurado a todas as mulheres o
religião ou crença, deficiência, condição pessoal acesso aos programas e às políticas de saúde da
de desenvolvimento e aprendizagem, condição mulher e de planejamento reprodutivo e, às
econômica, ambiente social, região e local de gestantes, nutrição adequada, atenção
moradia ou outra condição que diferencie as humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério e
pessoas, as famílias ou a comunidade em que atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal
vivem. integral no âmbito do Sistema Único de Saúde.
        Art. 4º É dever da família, da comunidade, § 1o  O atendimento pré-natal será realizado
da sociedade em geral e do poder público por profissionais da atenção primária.
assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação
§ 2o  Os profissionais de saúde de
dos direitos referentes à vida, à saúde, à
referência da gestante garantirão sua vinculação,
alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à
no último trimestre da gestação, ao
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
estabelecimento em que será realizado o parto,
respeito, à liberdade e à convivência familiar e
garantido o direito de opção da mulher.
comunitária.
§ 3o  Os serviços de saúde onde o parto for
        Parágrafo único. A garantia de prioridade
realizado assegurarão às mulheres e aos seus
compreende:
filhos recém-nascidos alta hospitalar responsável
        a) primazia de receber proteção e socorro e contrarreferência na atenção primária, bem
em quaisquer circunstâncias; como o acesso a outros serviços e a grupos de
        b) precedência de atendimento nos serviços apoio à amamentação.
públicos ou de relevância pública;         § 4o  Incumbe ao poder público proporcionar
        c) preferência na formulação e na execução assistência psicológica à gestante e à mãe, no
das políticas sociais públicas; período pré e pós-natal, inclusive como forma de
prevenir ou minorar as consequências do estado
puerperal.    
§ 5o  A assistência referida no § 4o deste § 1o  Os profissionais das unidades
artigo deverá ser prestada também a gestantes e primárias de saúde desenvolverão ações
mães que manifestem interesse em entregar seus sistemáticas, individuais ou coletivas, visando ao
filhos para adoção, bem como a gestantes e planejamento, à implementação e à avaliação de
mães que se encontrem em situação de privação ações de promoção, proteção e apoio ao
de liberdade. aleitamento materno e à alimentação
§ 6o  A gestante e a parturiente têm direito complementar saudável, de forma contínua.
a 1 (um) acompanhante de sua preferência § 2o  Os serviços de unidades de terapia
durante o período do pré-natal, do trabalho de intensiva neonatal deverão dispor de banco de
parto e do pós-parto imediato. leite humano ou unidade de coleta de leite
§ 7o  A gestante deverá receber orientação humano.
sobre aleitamento materno, alimentação          Art. 10. Os hospitais e demais
complementar saudável e crescimento e estabelecimentos de atenção à saúde de
desenvolvimento infantil, bem como sobre formas gestantes, públicos e particulares, são obrigados
de favorecer a criação de vínculos afetivos e de a:
estimular o desenvolvimento integral da criança.         I - manter registro das atividades
o
§ 8   A gestante tem direito a desenvolvidas, através de prontuários individuais,
acompanhamento saudável durante toda a pelo prazo de dezoito anos;
gestação e a parto natural cuidadoso,         II - identificar o recém-nascido mediante o
estabelecendo-se a aplicação de cesariana e registro de sua impressão plantar e digital e da
outras intervenções cirúrgicas por motivos impressão digital da mãe, sem prejuízo de outras
médicos. formas normatizadas pela autoridade
§ 9o  A atenção primária à saúde fará a administrativa competente;
busca ativa da gestante que não iniciar ou que         III - proceder a exames visando ao
abandonar as consultas de pré-natal, bem como diagnóstico e terapêutica de anormalidades no
da puérpera que não comparecer às consultas metabolismo do recém-nascido, bem como
pós-parto. prestar orientação aos pais;
§ 10.  Incumbe ao poder público garantir, à         IV - fornecer declaração de nascimento onde
gestante e à mulher com filho na primeira infância constem necessariamente as intercorrências do
que se encontrem sob custódia em unidade de parto e do desenvolvimento do neonato;
privação de liberdade, ambiência que atenda às
        V - manter alojamento conjunto,
normas sanitárias e assistenciais do Sistema
possibilitando ao neonato a permanência junto à
Único de Saúde para o acolhimento do filho, em
mãe.
articulação com o sistema de ensino competente,
visando ao desenvolvimento integral da criança. VI - acompanhar a prática do processo de
amamentação, prestando orientações quanto à
Art. 8º-A.  Fica instituída a Semana
técnica adequada, enquanto a mãe permanecer
Nacional de Prevenção da Gravidez na
Adolescência, a ser realizada anualmente na na unidade hospitalar, utilizando o corpo técnico
semana que incluir o dia 1º de fevereiro, com o já existente.
objetivo de disseminar informações sobre Art. 11.  É assegurado acesso integral às
medidas preventivas e educativas que contribuam linhas de cuidado voltadas à saúde da criança e
para a redução da incidência da gravidez na
do adolescente, por intermédio do Sistema Único
adolescência.  
de Saúde, observado o princípio da equidade no
Parágrafo único.  As ações destinadas a
acesso a ações e serviços para promoção,
efetivar o disposto no caput deste artigo ficarão a
cargo do poder público, em conjunto com proteção e recuperação da saúde.
organizações da sociedade civil, e serão dirigidas § 1o  A criança e o adolescente com
prioritariamente ao público adolescente.   deficiência serão atendidos, sem discriminação
         Art. 9º O poder público, as instituições e os ou segregação, em suas necessidades gerais de
empregadores propiciarão condições adequadas saúde e específicas de habilitação e reabilitação.
ao aleitamento materno, inclusive aos filhos de § 2o  Incumbe ao poder público fornecer
mães submetidas a medida privativa de liberdade. gratuitamente, àqueles que necessitarem,
medicamentos, órteses, próteses e outras § 1o  É obrigatória a vacinação das crianças
tecnologias assistivas relativas ao tratamento, nos casos recomendados pelas autoridades
habilitação ou reabilitação para crianças e sanitárias.          
adolescentes, de acordo com as linhas de § 2o  O Sistema Único de Saúde promoverá
cuidado voltadas às suas necessidades a atenção à saúde bucal das crianças e das
específicas. gestantes, de forma transversal, integral e
§ 3o  Os profissionais que atuam no intersetorial com as demais linhas de cuidado
cuidado diário ou frequente de crianças na direcionadas à mulher e à criança.     
primeira infância receberão formação específica e § 3o  A atenção odontológica à criança terá
permanente para a detecção de sinais de risco função educativa protetiva e será prestada,
para o desenvolvimento psíquico, bem como para inicialmente, antes de o bebê nascer, por meio de
o acompanhamento que se fizer necessário. aconselhamento pré-natal, e, posteriormente, no
        Art. 12.  Os estabelecimentos de sexto e no décimo segundo anos de vida, com
atendimento à saúde, inclusive as unidades orientações sobre saúde bucal.       
neonatais, de terapia intensiva e de cuidados § 4o  A criança com necessidade de
intermediários, deverão proporcionar condições cuidados odontológicos especiais será atendida
para a permanência em tempo integral de um dos pelo Sistema Único de Saúde.
pais ou responsável, nos casos de internação de
§ 5º É obrigatória a aplicação a todas as
criança ou adolescente.
crianças, nos seus primeiros dezoito meses de
        Art. 13. Os casos de suspeita ou vida, de protocolo ou outro instrumento construído
confirmação de castigo físico, de tratamento cruel com a finalidade de facilitar a detecção, em
ou degradante e de maus-tratos contra criança ou consulta pediátrica de acompanhamento da
adolescente serão obrigatoriamente comunicados criança, de risco para o seu desenvolvimento
ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, psíquico.
sem prejuízo de outras providências legais.
§ 1o  As gestantes ou mães que
Capítulo II
manifestem interesse em entregar seus filhos
para adoção serão obrigatoriamente Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à
encaminhadas, sem constrangimento, à Justiça Dignidade
da Infância e da Juventude.         Art. 15. A criança e o adolescente têm direito
o
§ 2   Os serviços de saúde em suas à liberdade, ao respeito e à dignidade como
diferentes portas de entrada, os serviços de pessoas humanas em processo de
assistência social em seu componente desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis,
especializado, o Centro de Referência humanos e sociais garantidos na Constituição e
Especializado de Assistência Social (Creas) e os nas leis.
demais órgãos do Sistema de Garantia de         Art. 16. O direito à liberdade compreende os
Direitos da Criança e do Adolescente deverão seguintes aspectos:
conferir máxima prioridade ao atendimento das         I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e
crianças na faixa etária da primeira infância com espaços comunitários, ressalvadas as restrições
suspeita ou confirmação de violência de qualquer legais;
natureza, formulando projeto terapêutico singular         II - opinião e expressão;
que inclua intervenção em rede e, se necessário,
        III - crença e culto religioso;
acompanhamento domiciliar.
        IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;
        Art. 14. O Sistema Único de Saúde
promoverá programas de assistência médica e         V - participar da vida familiar e comunitária,
odontológica para a prevenção das enfermidades sem discriminação;
que ordinariamente afetam a população infantil, e         VI - participar da vida política, na forma da
campanhas de educação sanitária para pais, lei;
educadores e alunos.         VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.
        Art. 17. O direito ao respeito consiste na
inviolabilidade da integridade física, psíquica e
moral da criança e do adolescente, abrangendo a III - encaminhamento a cursos ou
preservação da imagem, da identidade, da programas de orientação;
autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos IV - obrigação de encaminhar a criança a
espaços e objetos pessoais. tratamento especializado;
        Art. 18. É dever de todos velar pela V - advertência.
dignidade da criança e do adolescente, pondo-os
Parágrafo único.  As medidas previstas
a salvo de qualquer tratamento desumano,
neste artigo serão aplicadas pelo Conselho
violento, aterrorizante, vexatório ou
Tutelar, sem prejuízo de outras providências
constrangedor.
legais.
Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o
direito de ser educados e cuidados sem o uso de
castigo físico ou de tratamento cruel ou
degradante, como formas de correção, disciplina, Capítulo III
educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, Do Direito à Convivência Familiar e
pelos integrantes da família ampliada, pelos Comunitária
responsáveis, pelos agentes públicos executores Seção I
de medidas socioeducativas ou por qualquer
Disposições Gerais
pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los,
educá-los ou protegê-los.         Art. 19.  É direito da criança e do
adolescente ser criado e educado no seio de sua
Parágrafo único.  Para os fins desta Lei,
família e, excepcionalmente, em família
considera-se:
substituta, assegurada a convivência familiar e
I - castigo físico: ação de natureza comunitária, em ambiente que garanta seu
disciplinar ou punitiva aplicada com o uso da desenvolvimento integral.
força física sobre a criança ou o adolescente que
        § 1o  Toda criança ou adolescente que
resulte em;
estiver inserido em programa de acolhimento
a) sofrimento físico; ou  familiar ou institucional terá sua situação
b) lesão; reavaliada, no máximo, a cada 3 (três) meses,
II - tratamento cruel ou degradante: conduta devendo a autoridade judiciária competente, com
ou forma cruel de tratamento em relação à base em relatório elaborado por equipe
criança ou ao adolescente que: interprofissional ou multidisciplinar, decidir de
a) humilhe; ou  forma fundamentada pela possibilidade de
reintegração familiar ou pela colocação em família
b) ameace gravemente; ou
substituta, em quaisquer das modalidades
c) ridicularize. previstas no art. 28 desta Lei.
Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família § 2o  A permanência da criança e do
ampliada, os responsáveis, os agentes públicos adolescente em programa de acolhimento
executores de medidas socioeducativas ou institucional não se prolongará por mais de 18
qualquer pessoa encarregada de cuidar de (dezoito meses), salvo comprovada necessidade
crianças e de adolescentes, tratá-los, educá-los que atenda ao seu superior interesse,
ou protegê-los que utilizarem castigo físico ou devidamente fundamentada pela autoridade
tratamento cruel ou degradante como formas de judiciária.
correção, disciplina, educação ou qualquer outro
        § 3o  A manutenção ou a reintegração de
pretexto estarão sujeitos, sem prejuízo de outras
criança ou adolescente à sua família terá
sanções cabíveis, às seguintes medidas, que
preferência em relação a qualquer outra
serão aplicadas de acordo com a gravidade do
providência, caso em que será esta incluída em
caso:
serviços e programas de proteção, apoio e
I - encaminhamento a programa oficial ou promoção, nos termos do § 1o do art. 23, dos
comunitário de proteção à família; incisos I e IV do caput  do art. 101 e dos incisos I
II - encaminhamento a tratamento a IV do caput do art. 129 desta Lei.
psicológico ou psiquiátrico;
        § 4o  Será garantida a convivência da criança e judiciária suspenderá o poder familiar da mãe, e a
do adolescente com a mãe ou o pai privado de criança será colocada sob a guarda provisória de
liberdade, por meio de visitas periódicas promovidas quem esteja habilitado a adotá-la.
pelo responsável ou, nas hipóteses de acolhimento § 7o  Os detentores da guarda possuem o
institucional, pela entidade responsável, prazo de 15 (quinze) dias para propor a ação de
independentemente de autorização judicial. adoção, contado do dia seguinte à data do
§ 5o  Será garantida a convivência integral término do estágio de convivência.
da criança com a mãe adolescente que estiver § 8o  Na hipótese de desistência pelos
em acolhimento institucional.
genitores - manifestada em audiência ou perante
§ 6o  A mãe adolescente será assistida por
a equipe interprofissional - da entrega da criança
equipe especializada multidisciplinar..
após o nascimento, a criança será mantida com
Art. 19-A.  A gestante ou mãe que os genitores, e será determinado pela Justiça da
manifeste interesse em entregar seu filho para Infância e da Juventude o acompanhamento
adoção, antes ou logo após o nascimento, será familiar pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias.
encaminhada à Justiça da Infância e da
§ 9o  É garantido à mãe o direito ao sigilo
Juventude.
sobre o nascimento, respeitado o disposto no art.
§ 1o  A gestante ou mãe será ouvida pela 48 desta Lei.
equipe interprofissional da Justiça da Infância e
§ 10.  Serão cadastrados para adoção
da Juventude, que apresentará relatório à
recém-nascidos e crianças acolhidas não
autoridade judiciária, considerando inclusive os
procuradas por suas famílias no prazo de 30
eventuais efeitos do estado gestacional e
(trinta) dias, contado a partir do dia do
puerperal.
acolhimento.
§ 2o  De posse do relatório, a autoridade
Art. 19-B.  A criança e o adolescente em
judiciária poderá determinar o encaminhamento
programa de acolhimento institucional ou familiar
da gestante ou mãe, mediante sua expressa
poderão participar de programa de
concordância, à rede pública de saúde e
apadrinhamento.
assistência social para atendimento
§ 1o  O apadrinhamento consiste em
especializado.     
estabelecer e proporcionar à criança e ao
§ 3o  A busca à família extensa, conforme
adolescente vínculos externos à instituição para
definida nos termos do parágrafo único do art. 25
fins de convivência familiar e comunitária e
desta Lei, respeitará o prazo máximo de 90
colaboração com o seu desenvolvimento nos
(noventa) dias, prorrogável por igual período.
aspectos social, moral, físico, cognitivo,
§ 4o  Na hipótese de não haver a indicação educacional e financeiro.
do genitor e de não existir outro representante da
§ 2º  Podem ser padrinhos ou madrinhas
família extensa apto a receber a guarda, a
pessoas maiores de 18 (dezoito) anos não
autoridade judiciária competente deverá decretar
inscritas nos cadastros de adoção, desde que
a extinção do poder familiar e determinar a
cumpram os requisitos exigidos pelo programa de
colocação da criança sob a guarda provisória de
apadrinhamento de que fazem parte.
quem estiver habilitado a adotá-la ou de entidade
§ 3o  Pessoas jurídicas podem apadrinhar
que desenvolva programa de acolhimento familiar
criança ou adolescente a fim de colaborar para o
ou institucional..
seu desenvolvimento.
§ 5o  Após o nascimento da criança, a
§ 4o  O perfil da criança ou do adolescente
vontade da mãe ou de ambos os genitores, se
a ser apadrinhado será definido no âmbito de
houver pai registral ou pai indicado, deve ser
cada programa de apadrinhamento, com
manifestada na audiência a que se refere o §
prioridade para crianças ou adolescentes com
1o do art. 166 desta Lei, garantido o sigilo sobre a
remota possibilidade de reinserção familiar ou
entrega.
colocação em família adotiva.
§ 6º  Na hipótese de não comparecerem à
§ 5o  Os programas ou serviços de
audiência nem o genitor nem representante da
apadrinhamento apoiados pela Justiça da Infância
família extensa para confirmar a intenção de
e da Juventude poderão ser executados por
exercer o poder familiar ou a guarda, a autoridade
órgãos públicos ou por organizações da Seção II
sociedade civil. Da Família Natural
§ 6o  Se ocorrer violação das regras de         Art. 25. Entende-se por família natural a
apadrinhamento, os responsáveis pelo programa comunidade formada pelos pais ou qualquer
e pelos serviços de acolhimento deverão deles e seus descendentes.
imediatamente notificar a autoridade judiciária
        Parágrafo único.  Entende-se por família
competente.
extensa ou ampliada aquela que se estende para
 Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação além da unidade pais e filhos ou da unidade do
do casamento, ou por adoção, terão os mesmos casal, formada por parentes próximos com os
direitos e qualificações, proibidas quaisquer quais a criança ou adolescente convive e mantém
designações discriminatórias relativas à filiação. vínculos de afinidade e afetividade.
        Art. 21. O poder familiar será exercido, em         Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento
igualdade de condições, pelo pai e pela mãe, na poderão ser reconhecidos pelos pais, conjunta ou
forma do que dispuser a legislação civil, separadamente, no próprio termo de nascimento,
assegurado a qualquer deles o direito de, em por testamento, mediante escritura ou outro
caso de discordância, recorrer à autoridade documento público, qualquer que seja a origem
judiciária competente para a solução da da filiação.
divergência,
        Parágrafo único. O reconhecimento pode
        Art. 22. Aos pais incumbe o dever de preceder o nascimento do filho ou suceder-lhe ao
sustento, guarda e educação dos filhos menores, falecimento, se deixar descendentes.
cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a
        Art. 27. O reconhecimento do estado de
obrigação de cumprir e fazer cumprir as
filiação é direito personalíssimo, indisponível e
determinações judiciais.
imprescritível, podendo ser exercitado contra os
        Parágrafo único.  A mãe e o pai, ou os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição,
responsáveis, têm direitos iguais e deveres e observado o segredo de Justiça.
responsabilidades compartilhados no cuidado e
Seção III
na educação da criança, devendo ser
resguardado o direito de transmissão familiar de Da Família Substituta
suas crenças e culturas, assegurados os direitos Subseção I
da criança estabelecidos nesta Lei. Disposições Gerais
        Art. 23. A falta ou a carência de recursos         Art. 28. A colocação em família substituta
materiais não constitui motivo suficiente para a far-se-á mediante guarda, tutela ou adoção,
perda ou a suspensão do poder familiar. independentemente da situação jurídica da
§ 1o  Não existindo outro motivo que por si criança ou adolescente, nos termos desta Lei.
só autorize a decretação da medida, a criança ou         § 1o  Sempre que possível, a criança ou o
o adolescente será mantido em sua família de adolescente será previamente ouvido por equipe
origem, a qual deverá obrigatoriamente ser interprofissional, respeitado seu estágio de
incluída em serviços e programas oficiais de desenvolvimento e grau de compreensão sobre
proteção, apoio e promoção. as implicações da medida, e terá sua opinião
§ 2o A condenação criminal do pai ou da devidamente considerada.
mãe não implicará a destituição do poder familiar,         § 2o  Tratando-se de maior de 12 (doze)
exceto na hipótese de condenação por crime anos de idade, será necessário seu
doloso sujeito à pena de reclusão contra outrem consentimento, colhido em audiência.
igualmente titular do mesmo poder familiar ou         § 3o  Na apreciação do pedido levar-se-á em
contra filho, filha ou outro descendente conta o grau de parentesco e a relação de
        Art. 24. A perda e a suspensão do poder afinidade ou de afetividade, a fim de evitar ou
familiar serão decretadas judicialmente, em minorar as consequências decorrentes da
procedimento contraditório, nos casos previstos medida.
na legislação civil, bem como na hipótese de         § 4o  Os grupos de irmãos serão colocados
descumprimento injustificado dos deveres e sob adoção, tutela ou guarda da mesma família
obrigações a que alude o art. 22.
substituta, ressalvada a comprovada existência Da Guarda
de risco de abuso ou outra situação que justifique         Art. 33. A guarda obriga a prestação de
plenamente a excepcionalidade de solução assistência material, moral e educacional à
diversa, procurando-se, em qualquer caso, evitar criança ou adolescente, conferindo a seu detentor
o rompimento definitivo dos vínculos fraternais. o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais.
        § 5o  A colocação da criança ou adolescente         § 1º A guarda destina-se a regularizar a
em família substituta será precedida de sua posse de fato, podendo ser deferida, liminar ou
preparação gradativa e acompanhamento incidentalmente, nos procedimentos de tutela e
posterior, realizados pela equipe interprofissional adoção, exceto no de adoção por estrangeiros.
a serviço da Justiça da Infância e da Juventude,
        § 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a
preferencialmente com o apoio dos técnicos
guarda, fora dos casos de tutela e adoção, para
responsáveis pela execução da política municipal
atender a situações peculiares ou suprir a falta
de garantia do direito à convivência familiar.
eventual dos pais ou responsável, podendo ser
        § 6o  Em se tratando de criança ou deferido o direito de representação para a prática
adolescente indígena ou proveniente de de atos determinados.
comunidade remanescente de quilombo, é ainda
        § 3º A guarda confere à criança ou
obrigatório:
adolescente a condição de dependente, para
        I - que sejam consideradas e respeitadas todos os fins e efeitos de direito, inclusive
sua identidade social e cultural, os seus costumes previdenciários.
e tradições, bem como suas instituições, desde
        § 4o  Salvo expressa e fundamentada
que não sejam incompatíveis com os direitos
determinação em contrário, da autoridade
fundamentais reconhecidos por esta Lei e pela
judiciária competente, ou quando a medida for
Constituição Federal
aplicada em preparação para adoção, o
        II - que a colocação familiar ocorra deferimento da guarda de criança ou adolescente
prioritariamente no seio de sua comunidade ou a terceiros não impede o exercício do direito de
junto a membros da mesma etnia; visitas pelos pais, assim como o dever de prestar
        III - a intervenção e oitiva de representantes alimentos, que serão objeto de regulamentação
do órgão federal responsável pela política específica, a pedido do interessado ou do
indigenista, no caso de crianças e adolescentes Ministério Público.
indígenas, e de antropólogos, perante a equipe         Art. 34.  O poder público estimulará, por
interprofissional ou multidisciplinar que irá meio de assistência jurídica, incentivos fiscais e
acompanhar o caso. subsídios, o acolhimento, sob a forma de guarda,
        Art. 29. Não se deferirá colocação em família de criança ou adolescente afastado do convívio
substituta a pessoa que revele, por qualquer familiar.
modo, incompatibilidade com a natureza da         § 1o  A inclusão da criança ou adolescente
medida ou não ofereça ambiente familiar em programas de acolhimento familiar terá
adequado. preferência a seu acolhimento institucional,
        Art. 30. A colocação em família substituta observado, em qualquer caso, o caráter
não admitirá transferência da criança ou temporário e excepcional da medida, nos termos
adolescente a terceiros ou a entidades desta Lei.
governamentais ou não-governamentais, sem         § 2o  Na hipótese do § 1o deste artigo a
autorização judicial. pessoa ou casal cadastrado no programa de
        Art. 31. A colocação em família substituta acolhimento familiar poderá receber a criança ou
estrangeira constitui medida excepcional, adolescente mediante guarda, observado o
somente admissível na modalidade de adoção. disposto nos arts. 28 a 33 desta Lei.
        Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o         § 3o  A União apoiará a implementação de
responsável prestará compromisso de bem e serviços de acolhimento em família acolhedora
fielmente desempenhar o encargo, mediante como política pública, os quais deverão dispor de
termo nos autos. equipe que organize o acolhimento temporário de
Subseção II crianças e de adolescentes em residências de
famílias selecionadas, capacitadas e
acompanhadas que não estejam no cadastro de § 3o  Em caso de conflito entre direitos e
adoção. interesses do adotando e de outras pessoas,
       § 4o  Poderão ser utilizados recursos inclusive seus pais biológicos, devem prevalecer
federais, estaduais, distritais e municipais para a os direitos e os interesses do adotando.
manutenção dos serviços de acolhimento em         Art. 40. O adotando deve contar com, no
família acolhedora, facultando-se o repasse de máximo, dezoito anos à data do pedido, salvo se
recursos para a própria família acolhedora. já estiver sob a guarda ou tutela dos adotantes.
        Art. 35. A guarda poderá ser revogada a         Art. 41. A adoção atribui a condição de filho
qualquer tempo, mediante ato judicial ao adotado, com os mesmos direitos e deveres,
fundamentado, ouvido o Ministério Público. inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer
Subseção III vínculo com pais e parentes, salvo os
impedimentos matrimoniais.
Da Tutela
        § 1º Se um dos cônjuges ou concubinos
        Art. 36.  A tutela será deferida, nos termos
adota o filho do outro, mantêm-se os vínculos de
da lei civil, a pessoa de até 18 (dezoito) anos
filiação entre o adotado e o cônjuge ou concubino
incompletos.
do adotante e os respectivos parentes.
        Parágrafo único. O deferimento da tutela
        § 2º É recíproco o direito sucessório entre o
pressupõe a prévia decretação da perda ou
adotado, seus descendentes, o adotante, seus
suspensão do poder familiar e implica
ascendentes, descendentes e colaterais até o 4º
necessariamente o dever de guarda.
grau, observada a ordem de vocação hereditária.
        Art. 37.  O tutor nomeado por testamento ou
        Art. 42.  Podem adotar os maiores de 18
qualquer documento autêntico, conforme previsto
(dezoito) anos, independentemente do estado
no parágrafo único do art. 1.729 da Lei n o 10.406,
civil.
de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil, deverá,
no prazo de 30 (trinta) dias após a abertura da         § 1º Não podem adotar os ascendentes e os
sucessão, ingressar com pedido destinado ao irmãos do adotando.
controle judicial do ato, observando o         § 2o  Para adoção conjunta, é indispensável
procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta que os adotantes sejam casados civilmente ou
Lei. mantenham união estável, comprovada a
        Parágrafo único.  Na apreciação do pedido, estabilidade da família.
serão observados os requisitos previstos nos arts.         § 3º O adotante há de ser, pelo menos,
28 e 29 desta Lei, somente sendo deferida a dezesseis anos mais velho do que o adotando.
tutela à pessoa indicada na disposição de última         § 4o  Os divorciados, os judicialmente
vontade, se restar comprovado que a medida é separados e os ex-companheiros podem adotar
vantajosa ao tutelando e que não existe outra conjuntamente, contanto que acordem sobre a
pessoa em melhores condições de assumi-la. guarda e o regime de visitas e desde que o
        Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o estágio de convivência tenha sido iniciado na
disposto no art. 24.4 constância do período de convivência e que seja
Subseção IV comprovada a existência de vínculos de afinidade
e afetividade com aquele não detentor da guarda,
Da Adoção
que justifiquem a excepcionalidade da concessão.
        Art. 39. A adoção de criança e de
        § 5o  Nos casos do § 4o deste artigo, desde
adolescente reger-se-á segundo o disposto nesta
que demonstrado efetivo benefício ao adotando,
Lei.
será assegurada a guarda compartilhada,
        § 1o  A adoção é medida excepcional e conforme previsto no art. 1.584 da Lei n o 10.406,
irrevogável, à qual se deve recorrer apenas de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil.
quando esgotados os recursos de manutenção da
        § 6o  A adoção poderá ser deferida ao
criança ou adolescente na família natural ou
adotante que, após inequívoca manifestação de
extensa, na forma do parágrafo único do art. 25
vontade, vier a falecer no curso do procedimento,
desta Lei.
antes de prolatada a sentença.
        § 2o  É vedada a adoção por procuração.
        Art. 43. A adoção será deferida quando apresentarão relatório minucioso acerca da
apresentar reais vantagens para o adotando e conveniência do deferimento da medida.
fundar-se em motivos legítimos. § 5o  O estágio de convivência será cumprido
        Art. 44. Enquanto não der conta de sua no território nacional, preferencialmente na
administração e saldar o seu alcance, não pode o comarca de residência da criança ou adolescente,
tutor ou o curador adotar o pupilo ou o curatelado. ou, a critério do juiz, em cidade limítrofe,
        Art. 45. A adoção depende do consentimento respeitada, em qualquer hipótese, a competência
dos pais ou do representante legal do adotando. do juízo da comarca de residência da criança.
        § 1º. O consentimento será dispensado em         Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por
relação à criança ou adolescente cujos pais sentença judicial, que será inscrita no registro civil
sejam desconhecidos ou tenham sido destituídos mediante mandado do qual não se fornecerá
do  poder familiar. certidão.
        § 2º. Em se tratando de adotando maior de         § 1º A inscrição consignará o nome dos
doze anos de idade, será também necessário o adotantes como pais, bem como o nome de seus
seu consentimento. ascendentes.
       Art. 46.  A adoção será precedida de estágio         § 2º O mandado judicial, que será arquivado,
de convivência com a criança ou adolescente, cancelará o registro original do adotado.
pelo prazo máximo de 90 (noventa) dias,         § 3o  A pedido do adotante, o novo registro
observadas a idade da criança ou adolescente e poderá ser lavrado no Cartório do Registro Civil
as peculiaridades do caso. do Município de sua residência.
        § 1o  O estágio de convivência poderá ser         § 4o  Nenhuma observação sobre a origem
dispensado se o adotando já estiver sob a tutela do ato poderá constar nas certidões do registro.
ou guarda legal do adotante durante tempo         § 5o  A sentença conferirá ao adotado o
suficiente para que seja possível avaliar a nome do adotante e, a pedido de qualquer deles,
conveniência da constituição do vínculo. poderá determinar a modificação do prenome.
        § 2o  A simples guarda de fato não autoriza,         § 6o  Caso a modificação de prenome seja
por si só, a dispensa da realização do estágio de requerida pelo adotante, é obrigatória a oitiva do
convivência. adotando, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do
§ 2o-A.  O prazo máximo estabelecido art. 28 desta Lei.
no caput deste artigo pode ser prorrogado por até         § 7o  A adoção produz seus efeitos a partir
igual período, mediante decisão fundamentada da do trânsito em julgado da sentença constitutiva,
autoridade judiciária. exceto na hipótese prevista no § 6 o do art. 42
       § 3o  Em caso de adoção por pessoa ou casal desta Lei, caso em que terá força retroativa à
residente ou domiciliado fora do País, o estágio data do óbito.
de convivência será de, no mínimo, 30 (trinta)         § 8o  O processo relativo à adoção assim
dias e, no máximo, 45 (quarenta e cinco) dias, como outros a ele relacionados serão mantidos
prorrogável por até igual período, uma única vez, em arquivo, admitindo-se seu armazenamento em
mediante decisão fundamentada da autoridade microfilme ou por outros meios, garantida a sua
judiciária. conservação para consulta a qualquer tempo. 
 3o-A.  Ao final do prazo previsto no § § 9º Terão prioridade de tramitação os
o
3  deste artigo, deverá ser apresentado laudo processos de adoção em que o adotando for
fundamentado pela equipe mencionada no § criança ou adolescente com deficiência ou com
4o deste artigo, que recomendará ou não o doença crônica.
deferimento da adoção à autoridade judiciária.
§ 10.  O prazo máximo para conclusão da
        § 4o  O estágio de convivência será ação de adoção será de 120 (cento e vinte) dias,
acompanhado pela equipe interprofissional a prorrogável uma única vez por igual período,
serviço da Justiça da Infância e da Juventude, mediante decisão fundamentada da autoridade
preferencialmente com apoio dos técnicos judiciária.
responsáveis pela execução da política de
        Art. 48.  O adotado tem direito de conhecer
garantia do direito à convivência familiar, que
sua origem biológica, bem como de obter acesso
irrestrito ao processo no qual a medida foi         § 7o  As autoridades estaduais e federais em
aplicada e seus eventuais incidentes, após matéria de adoção terão acesso integral aos
completar 18 (dezoito) anos. cadastros, incumbindo-lhes a troca de
        Parágrafo único.  O acesso ao processo de informações e a cooperação mútua, para
adoção poderá ser também deferido ao adotado melhoria do sistema.
menor de 18 (dezoito) anos, a seu pedido,         § 8o  A autoridade judiciária providenciará,
assegurada orientação e assistência jurídica e no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, a
psicológica. inscrição das crianças e adolescentes em
        Art. 49. A morte dos adotantes não condições de serem adotados que não tiveram
restabelece o poder familiar dos pais naturais. colocação familiar na comarca de origem, e das
pessoas ou casais que tiveram deferida sua
        Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em
habilitação à adoção nos cadastros estadual e
cada comarca ou foro regional, um registro de
nacional referidos no § 5o deste artigo, sob pena
crianças e adolescentes em condições de serem
de responsabilidade.
adotados e outro de pessoas interessadas na
adoção.         § 9o  Compete à Autoridade Central Estadual
zelar pela manutenção e correta alimentação dos
        § 1º O deferimento da inscrição dar-se-á
cadastros, com posterior comunicação à
após prévia consulta aos órgãos técnicos do
Autoridade Central Federal Brasileira..
juizado, ouvido o Ministério Público.
       § 10.  Consultados os cadastros e verificada
        § 2º Não será deferida a inscrição se o
a ausência de pretendentes habilitados residentes
interessado não satisfazer os requisitos legais, ou
no País com perfil compatível e interesse
verificada qualquer das hipóteses previstas no art.
manifesto pela adoção de criança ou adolescente
29.
inscrito nos cadastros existentes, será realizado o
        § 3o  A inscrição de postulantes à adoção encaminhamento da criança ou adolescente à
será precedida de um período de preparação adoção internacional.       
psicossocial e jurídica, orientado pela equipe
§ 11.  Enquanto não localizada pessoa ou
técnica da Justiça da Infância e da Juventude,
casal interessado em sua adoção, a criança ou o
preferencialmente com apoio dos técnicos
adolescente, sempre que possível e
responsáveis pela execução da política municipal
recomendável, será colocado sob guarda de
de garantia do direito à convivência familiar.
família cadastrada em programa de acolhimento
        § 4o  Sempre que possível e recomendável, familiar.
a preparação referida no § 3 o deste artigo incluirá
        § 12.  A alimentação do cadastro e a
o contato com crianças e adolescentes em
convocação criteriosa dos postulantes à adoção
acolhimento familiar ou institucional em condições
serão fiscalizadas pelo Ministério Público.
de serem adotados, a ser realizado sob a
orientação, supervisão e avaliação da equipe         § 13.  Somente poderá ser deferida adoção
técnica da Justiça da Infância e da Juventude, em favor de candidato domiciliado no Brasil não
com apoio dos técnicos responsáveis pelo cadastrado previamente nos termos desta Lei
programa de acolhimento e pela execução da quando:
política municipal de garantia do direito à         I - se tratar de pedido de adoção unilateral;
convivência familiar.         II - for formulada por parente com o qual a
o
        § 5   Serão criados e implementados criança ou adolescente mantenha vínculos de
cadastros estaduais e nacional de crianças e afinidade e afetividade;
adolescentes em condições de serem adotados e         III - oriundo o pedido de quem detém a tutela
de pessoas ou casais habilitados à adoção. ou guarda legal de criança maior de 3 (três) anos
        § 6o  Haverá cadastros distintos para ou adolescente, desde que o lapso de tempo de
pessoas ou casais residentes fora do País, que convivência comprove a fixação de laços de
somente serão consultados na inexistência de afinidade e afetividade, e não seja constatada a
postulantes nacionais habilitados nos cadastros ocorrência de má-fé ou qualquer das situações
mencionados no § 5o deste artigo. previstas nos arts. 237 ou 238 desta Lei.
        § 14.  Nas hipóteses previstas no § 13 deste brasileiro, deverá formular pedido de habilitação à
artigo, o candidato deverá comprovar, no curso adoção perante a Autoridade Central em matéria
do procedimento, que preenche os requisitos de adoção internacional no país de acolhida,
necessários à adoção, conforme previsto nesta assim entendido aquele onde está situada sua
Lei. residência habitual;
§ 15.  Será assegurada prioridade no         II - se a Autoridade Central do país de
cadastro a pessoas interessadas em adotar acolhida considerar que os solicitantes estão
criança ou adolescente com deficiência, com habilitados e aptos para adotar, emitirá um
doença crônica ou com necessidades específicas relatório que contenha informações sobre a
de saúde, além de grupo de irmãos. identidade, a capacidade jurídica e adequação
        Art. 51.  Considera-se adoção internacional dos solicitantes para adotar, sua situação
aquela na qual o pretendente possui residência pessoal, familiar e médica, seu meio social, os
habitual em país-parte da Convenção de Haia, de motivos que os animam e sua aptidão para
29 de maio de 1993, Relativa à Proteção das assumir uma adoção internacional;
Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção         III - a Autoridade Central do país de acolhida
Internacional, promulgada pelo Decreto no 3.087, enviará o relatório à Autoridade Central Estadual,
de 21 junho de 1999, e deseja adotar criança em com cópia para a Autoridade Central Federal
outro país-parte da Convenção. Brasileira;
        § 1o  A adoção internacional de criança ou         IV - o relatório será instruído com toda a
adolescente brasileiro ou domiciliado no Brasil documentação necessária, incluindo estudo
somente terá lugar quando restar comprovado: psicossocial elaborado por equipe
       I - que a colocação em família adotiva é a interprofissional habilitada e cópia autenticada da
solução adequada ao caso concreto; legislação pertinente, acompanhada da respectiva
prova de vigência;
       II - que foram esgotadas todas as
possibilidades de colocação da criança ou         V - os documentos em língua estrangeira
adolescente em família adotiva brasileira, com a serão devidamente autenticados pela autoridade
comprovação, certificada nos autos, da consular, observados os tratados e convenções
inexistência de adotantes habilitados residentes internacionais, e acompanhados da respectiva
no Brasil com perfil compatível com a criança ou tradução, por tradutor público juramentado;
adolescente, após consulta aos cadastros         VI - a Autoridade Central Estadual poderá
mencionados nesta Lei; fazer exigências e solicitar complementação
        III - que, em se tratando de adoção de sobre o estudo psicossocial do postulante
adolescente, este foi consultado, por meios estrangeiro à adoção, já realizado no país de
adequados ao seu estágio de desenvolvimento, e acolhida;
que se encontra preparado para a medida,         VII - verificada, após estudo realizado pela
mediante parecer elaborado por equipe Autoridade Central Estadual, a compatibilidade da
interprofissional, observado o disposto nos §§ legislação estrangeira com a nacional, além do
1o e 2o do art. 28 desta Lei. preenchimento por parte dos postulantes à
        § 2o  Os brasileiros residentes no exterior medida dos requisitos objetivos e subjetivos
terão preferência aos estrangeiros, nos casos de necessários ao seu deferimento, tanto à luz do
adoção internacional de criança ou adolescente que dispõe esta Lei como da legislação do país
brasileiro. de acolhida, será expedido laudo de habilitação à
adoção internacional, que terá validade por, no
        § 3o  A adoção internacional pressupõe a
máximo, 1 (um) ano;
intervenção das Autoridades Centrais Estaduais e
Federal em matéria de adoção internacional.         VIII - de posse do laudo de habilitação, o
interessado será autorizado a formalizar pedido
        Art. 52.  A adoção internacional observará o
de adoção perante o Juízo da Infância e da
procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta
Juventude do local em que se encontra a criança
Lei, com as seguintes adaptações:
ou adolescente, conforme indicação efetuada
        I - a pessoa ou casal estrangeiro, pela Autoridade Central Estadual.
interessado em adotar criança ou adolescente
        § 1o  Se a legislação do país de acolhida à sua composição, funcionamento e situação
assim o autorizar, admite-se que os pedidos de financeira;
habilitação à adoção internacional sejam         IV - apresentar à Autoridade Central Federal
intermediados por organismos credenciados.. Brasileira, a cada ano, relatório geral das
        § 2o  Incumbe à Autoridade Central Federal atividades desenvolvidas, bem como relatório de
Brasileira o credenciamento de organismos acompanhamento das adoções internacionais
nacionais e estrangeiros encarregados de efetuadas no período, cuja cópia será
intermediar pedidos de habilitação à adoção encaminhada ao Departamento de Polícia
internacional, com posterior comunicação às Federal;
Autoridades Centrais Estaduais e publicação nos         V - enviar relatório pós-adotivo semestral
órgãos oficiais de imprensa e em sítio próprio da para a Autoridade Central Estadual, com cópia
internet. para a Autoridade Central Federal Brasileira, pelo
        § 3o  Somente será admissível o período mínimo de 2 (dois) anos. O envio do
credenciamento de organismos que: relatório será mantido até a juntada de cópia
        I - sejam oriundos de países que ratificaram autenticada do registro civil, estabelecendo a
a Convenção de Haia e estejam devidamente cidadania do país de acolhida para o adotado;
credenciados pela Autoridade Central do país         VI - tomar as medidas necessárias para
onde estiverem sediados e no país de acolhida do garantir que os adotantes encaminhem à
adotando para atuar em adoção internacional no Autoridade Central Federal Brasileira cópia da
Brasil; certidão de registro de nascimento estrangeira e
        II - satisfizerem as condições de integridade do certificado de nacionalidade tão logo lhes
moral, competência profissional, experiência e sejam concedidos.
responsabilidade exigidas pelos países         § 5o  A não apresentação dos relatórios
respectivos e pela Autoridade Central Federal referidos no § 4o deste artigo pelo organismo
Brasileira; credenciado poderá acarretar a suspensão de
        III - forem qualificados por seus padrões seu credenciamento.
éticos e sua formação e experiência para atuar na         § 6o  O credenciamento de organismo
área de adoção internacional; nacional ou estrangeiro encarregado de
        IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo intermediar pedidos de adoção internacional terá
ordenamento jurídico brasileiro e pelas normas validade de 2 (dois) anos.
estabelecidas pela Autoridade Central Federal         § 7o  A renovação do credenciamento poderá
Brasileira. ser concedida mediante requerimento protocolado
        § 4o  Os organismos credenciados deverão na Autoridade Central Federal Brasileira nos 60
ainda: (sessenta) dias anteriores ao término do
respectivo prazo de validade.
        I - perseguir unicamente fins não lucrativos,
nas condições e dentro dos limites fixados pelas         § 8o  Antes de transitada em julgado a
autoridades competentes do país onde estiverem decisão que concedeu a adoção internacional,
sediados, do país de acolhida e pela Autoridade não será permitida a saída do adotando do
Central Federal Brasileira;; território nacional.
        II - ser dirigidos e administrados por pessoas         § 9o  Transitada em julgado a decisão, a
qualificadas e de reconhecida idoneidade moral, autoridade judiciária determinará a expedição de
com comprovada formação ou experiência para alvará com autorização de viagem, bem como
atuar na área de adoção internacional, para obtenção de passaporte, constando,
cadastradas pelo Departamento de Polícia obrigatoriamente, as características da criança ou
Federal e aprovadas pela Autoridade Central adolescente adotado, como idade, cor, sexo,
Federal Brasileira, mediante publicação de eventuais sinais ou traços peculiares, assim como
portaria do órgão federal competente; foto recente e a aposição da impressão digital do
seu polegar direito, instruindo o documento com
        III - estar submetidos à supervisão das
cópia autenticada da decisão e certidão de
autoridades competentes do país onde estiverem
trânsito em julgado.
sediados e no país de acolhida, inclusive quanto
        § 10.  A Autoridade Central Federal de Haia, deverá a sentença ser homologada pelo
Brasileira poderá, a qualquer momento, solicitar Superior Tribunal de Justiça.
informações sobre a situação das crianças e         § 2o  O pretendente brasileiro residente no
adolescentes adotados. exterior em país não ratificante da Convenção de
        § 11.  A cobrança de valores por parte dos Haia, uma vez reingressado no Brasil, deverá
organismos credenciados, que sejam requerer a homologação da sentença estrangeira
considerados abusivos pela Autoridade Central pelo Superior Tribunal de Justiça.
Federal Brasileira e que não estejam         Art. 52-C.  Nas adoções internacionais,
devidamente comprovados, é causa de seu quando o Brasil for o país de acolhida, a decisão
descredenciamento. da autoridade competente do país de origem da
        § 12.  Uma mesma pessoa ou seu cônjuge criança ou do adolescente será conhecida pela
não podem ser representados por mais de uma Autoridade Central Estadual que tiver processado
entidade credenciada para atuar na cooperação o pedido de habilitação dos pais adotivos, que
em adoção internacional. comunicará o fato à Autoridade Central Federal e
        § 13.  A habilitação de postulante estrangeiro determinará as providências necessárias à
ou domiciliado fora do Brasil terá validade expedição do Certificado de Naturalização
máxima de 1 (um) ano, podendo ser renovada. Provisório.
        § 14.  É vedado o contato direto de         § 1o  A Autoridade Central Estadual, ouvido o
representantes de organismos de adoção, Ministério Público, somente deixará de
nacionais ou estrangeiros, com dirigentes de reconhecer os efeitos daquela decisão se restar
programas de acolhimento institucional ou demonstrado que a adoção é manifestamente
familiar, assim como com crianças e adolescentes contrária à ordem pública ou não atende ao
em condições de serem adotados, sem a devida interesse superior da criança ou do adolescente.
autorização judicial.         § 2o  Na hipótese de não reconhecimento da
        § 15.  A Autoridade Central Federal adoção, prevista no § 1o deste artigo, o Ministério
Brasileira poderá limitar ou suspender a Público deverá imediatamente requerer o que for
concessão de novos credenciamentos sempre de direito para resguardar os interesses da
que julgar necessário, mediante ato administrativo criança ou do adolescente, comunicando-se as
fundamentado. providências à Autoridade Central Estadual, que
fará a comunicação à Autoridade Central Federal
        Art. 52-A.  É vedado, sob pena de
Brasileira e à Autoridade Central do país de
responsabilidade e descredenciamento, o
origem.
repasse de recursos provenientes de organismos
estrangeiros encarregados de intermediar         Art. 52-D.  Nas adoções internacionais,
pedidos de adoção internacional a organismos quando o Brasil for o país de acolhida e a adoção
nacionais ou a pessoas físicas. não tenha sido deferida no país de origem porque
a sua legislação a delega ao país de acolhida, ou,
        Parágrafo único.  Eventuais repasses
ainda, na hipótese de, mesmo com decisão, a
somente poderão ser efetuados via Fundo dos
criança ou o adolescente ser oriundo de país que
Direitos da Criança e do Adolescente e estarão
não tenha aderido à Convenção referida, o
sujeitos às deliberações do respectivo Conselho
processo de adoção seguirá as regras da adoção
de Direitos da Criança e do Adolescente.
nacional.
        Art. 52-B.  A adoção por brasileiro residente
Capítulo IV
no exterior em país ratificante da Convenção de
Haia, cujo processo de adoção tenha sido Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e
processado em conformidade com a legislação ao Lazer
vigente no país de residência e atendido o         Art. 53. A criança e o adolescente têm direito
disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da referida à educação, visando ao pleno desenvolvimento
Convenção, será automaticamente recepcionada de sua pessoa, preparo para o exercício da
com o reingresso no Brasil. cidadania e qualificação para o trabalho,
        § 1o  Caso não tenha sido atendido o assegurando-se-lhes:
disposto na Alínea “c”  do Artigo 17 da Convenção         I - igualdade de condições para o acesso e
permanência na escola;
        II - direito de ser respeitado por seus         § 3º Compete ao poder público recensear os
educadores; educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a
        III - direito de contestar critérios avaliativos, chamada e zelar, junto aos pais ou responsável,
podendo recorrer às instâncias escolares pela freqüência à escola.
superiores;         Art. 55. Os pais ou responsável têm a
        IV - direito de organização e participação em obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na
entidades estudantis; rede regular de ensino.
       V - acesso à escola pública e gratuita,         Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos
próxima de sua residência, garantindo-se vagas de ensino fundamental comunicarão ao Conselho
no mesmo estabelecimento a irmãos que Tutelar os casos de:
frequentem a mesma etapa ou ciclo de ensino da         I - maus-tratos envolvendo seus alunos;
educação básica.                II - reiteração de faltas injustificadas e de
Parágrafo único. É direito dos pais ou evasão escolar, esgotados os recursos escolares;
responsáveis ter ciência do processo pedagógico,         III - elevados níveis de repetência.
bem como participar da definição das propostas
        Art. 57. O poder público estimulará
educacionais.
pesquisas, experiências e novas propostas
Art. 53-A.  É dever da instituição de ensino, relativas a calendário, seriação, currículo,
clubes e agremiações recreativas e de metodologia, didática e avaliação, com vistas à
estabelecimentos congêneres assegurar medidas inserção de crianças e adolescentes excluídos do
de conscientização, prevenção e enfrentamento ensino fundamental obrigatório.
ao uso ou dependência de drogas ilícitas.
        Art. 58. No processo educacional respeitar-
        Art. 54. É dever do Estado assegurar à se-ão os valores culturais, artísticos e históricos
criança e ao adolescente: próprios do contexto social da criança e do
        I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, adolescente, garantindo-se a estes a liberdade da
inclusive para os que a ele não tiveram acesso na criação e o acesso às fontes de cultura.
idade própria;         Art. 59. Os municípios, com apoio dos
        II - progressiva extensão da obrigatoriedade estados e da União, estimularão e facilitarão a
e gratuidade ao ensino médio; destinação de recursos e espaços para
        III - atendimento educacional especializado programações culturais, esportivas e de lazer
aos portadores de deficiência, preferencialmente voltadas para a infância e a juventude.
na rede regular de ensino;
        IV - atendimento em creche e pré-escola às Capítulo V
crianças de zero a cinco anos de idade; Do Direito à Profissionalização e à Proteção
        V - acesso aos níveis mais elevados do no Trabalho
ensino, da pesquisa e da criação artística,
segundo a capacidade de cada um;
        Art. 60. É proibido qualquer trabalho a
        VI - oferta de ensino noturno regular, menores de quatorze anos de idade, salvo na
adequado às condições do adolescente condição de aprendiz.  (Vide Constituição
trabalhador; Federal)
        VII - atendimento no ensino fundamental,         Art. 61. A proteção ao trabalho dos
através de programas suplementares de material adolescentes é regulada por legislação especial,
didático-escolar, transporte, alimentação e sem prejuízo do disposto nesta Lei.
assistência à saúde.
        Art. 62. Considera-se aprendizagem a
        § 1º O acesso ao ensino obrigatório e formação técnico-profissional ministrada segundo
gratuito é direito público subjetivo. as diretrizes e bases da legislação de educação
        § 2º O não oferecimento do ensino em vigor.
obrigatório pelo poder público ou sua oferta         Art. 63. A formação técnico-profissional
irregular importa responsabilidade da autoridade obedecerá aos seguintes princípios:
competente.
        I - garantia de acesso e frequência
obrigatória ao ensino regular; Título III
        II - atividade compatível com o Da Prevenção
desenvolvimento do adolescente;
Capítulo I
        III - horário especial para o exercício das
Disposições Gerais
atividades.
        Art. 70. É dever de todos prevenir a
        Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de
ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da
idade é assegurada bolsa de aprendizagem.
criança e do adolescente.
        Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de
Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito
quatorze anos, são assegurados os direitos
Federal e os Municípios deverão atuar de forma
trabalhistas e previdenciários.
articulada na elaboração de políticas públicas e
        Art. 66. Ao adolescente portador de na execução de ações destinadas a coibir o uso
deficiência é assegurado trabalho protegido. de castigo físico ou de tratamento cruel ou
        Art. 67. Ao adolescente empregado, degradante e difundir formas não violentas de
aprendiz, em regime familiar de trabalho, aluno de educação de crianças e de adolescentes, tendo
escola técnica, assistido em entidade como principais ações:
governamental ou não-governamental, é vedado I - a promoção de campanhas educativas
trabalho: permanentes para a divulgação do direito da
        I - noturno, realizado entre as vinte e duas criança e do adolescente de serem educados e
horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte; cuidados sem o uso de castigo físico ou de
        II - perigoso, insalubre ou penoso; tratamento cruel ou degradante e dos
instrumentos de proteção aos direitos humanos;
        III - realizado em locais prejudiciais à sua
formação e ao seu desenvolvimento físico, II - a integração com os órgãos do Poder
psíquico, moral e social; Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria
Pública, com o Conselho Tutelar, com os
        IV - realizado em horários e locais que não
Conselhos de Direitos da Criança e do
permitam a frequência à escola.
Adolescente e com as entidades não
        Art. 68. O programa social que tenha por governamentais que atuam na promoção,
base o trabalho educativo, sob responsabilidade proteção e defesa dos direitos da criança e do
de entidade governamental ou não- adolescente;;
governamental sem fins lucrativos, deverá
III - a formação continuada e a capacitação
assegurar ao adolescente que dele participe
dos profissionais de saúde, educação e
condições de capacitação para o exercício de
assistência social e dos demais agentes que
atividade regular remunerada.
atuam na promoção, proteção e defesa dos
        § 1º Entende-se por trabalho educativo a direitos da criança e do adolescente para o
atividade laboral em que as exigências desenvolvimento das competências necessárias à
pedagógicas relativas ao desenvolvimento prevenção, à identificação de evidências, ao
pessoal e social do educando prevalecem sobre o diagnóstico e ao enfrentamento de todas as
aspecto produtivo. formas de violência contra a criança e o
        § 2º A remuneração que o adolescente adolescente;
recebe pelo trabalho efetuado ou a participação IV - o apoio e o incentivo às práticas de
na venda dos produtos de seu trabalho não resolução pacífica de conflitos que envolvam
desfigura o caráter educativo. violência contra a criança e o adolescente;
        Art. 69. O adolescente tem direito à V - a inclusão, nas políticas públicas, de
profissionalização e à proteção no trabalho, ações que visem a garantir os direitos da criança
observados os seguintes aspectos, entre outros: e do adolescente, desde a atenção pré-natal, e de
        I - respeito à condição peculiar de pessoa atividades junto aos pais e responsáveis com o
em desenvolvimento; objetivo de promover a informação, a reflexão, o
        II - capacitação profissional adequada ao debate e a orientação sobre alternativas ao uso
mercado de trabalho.
de castigo físico ou de tratamento cruel ou horários em que sua apresentação se mostre
degradante no processo educativo; inadequada.
VI - a promoção de espaços intersetoriais         Parágrafo único. Os responsáveis pelas
locais para a articulação de ações e a elaboração diversões e espetáculos públicos deverão afixar,
de planos de atuação conjunta focados nas em lugar visível e de fácil acesso, à entrada do
famílias em situação de violência, com local de exibição, informação destacada sobre a
participação de profissionais de saúde, de natureza do espetáculo e a faixa etária
assistência social e de educação e de órgãos de especificada no certificado de classificação.
promoção, proteção e defesa dos direitos da         Art. 75. Toda criança ou adolescente terá
criança e do adolescente. acesso às diversões e espetáculos públicos
Parágrafo único.  As famílias com crianças classificados como adequados à sua faixa etária.
e adolescentes com deficiência terão prioridade         Parágrafo único. As crianças menores de
de atendimento nas ações e políticas públicas de dez anos somente poderão ingressar e
prevenção e proteção. permanecer nos locais de apresentação ou
Art. 70-B.  As entidades, públicas e exibição quando acompanhadas dos pais ou
privadas, que atuem nas áreas a que se refere o responsável.
art. 71, dentre outras, devem contar, em seus         Art. 76. As emissoras de rádio e televisão
quadros, com pessoas capacitadas a reconhecer somente exibirão, no horário recomendado para o
e comunicar ao Conselho Tutelar suspeitas ou público infanto juvenil, programas com finalidades
casos de maus-tratos praticados contra crianças educativas, artísticas, culturais e informativas.
e adolescentes.
        Parágrafo único. Nenhum espetáculo será
Parágrafo único.  São igualmente apresentado ou anunciado sem aviso de sua
responsáveis pela comunicação de que trata este classificação, antes de sua transmissão,
artigo, as pessoas encarregadas, por razão de apresentação ou exibição.
cargo, função, ofício, ministério, profissão ou
        Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes
ocupação, do cuidado, assistência ou guarda de
e funcionários de empresas que explorem a
crianças e adolescentes, punível, na forma deste
venda ou aluguel de fitas de programação em
Estatuto, o injustificado retardamento ou omissão,
vídeo cuidarão para que não haja venda ou
culposos ou dolosos.
locação em desacordo com a classificação
        Art. 71. A criança e o adolescente têm direito atribuída pelo órgão competente.
a informação, cultura, lazer, esportes, diversões,
        Parágrafo único. As fitas a que alude este
espetáculos e produtos e serviços que respeitem
artigo deverão exibir, no invólucro, informação
sua condição peculiar de pessoa em
sobre a natureza da obra e a faixa etária a que se
desenvolvimento.
destinam.
        Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei
        Art. 78. As revistas e publicações contendo
não excluem da prevenção especial outras
material impróprio ou inadequado a crianças e
decorrentes dos princípios por ela adotados.
adolescentes deverão ser comercializadas em
        Art. 73. A inobservância das normas de embalagem lacrada, com a advertência de seu
prevenção importará em responsabilidade da conteúdo.
pessoa física ou jurídica, nos termos desta Lei.
        Parágrafo único. As editoras cuidarão para
que as capas que contenham mensagens
Capítulo II pornográficas ou obscenas sejam protegidas com
Da Prevenção Especial embalagem opaca.
Seção I         Art. 79. As revistas e publicações destinadas
ao público infanto-juvenil não poderão conter
Da informação, Cultura, Lazer, Esportes,
ilustrações, fotografias, legendas, crônicas ou
Diversões e Espetáculos
anúncios de bebidas alcoólicas, tabaco, armas e
        Art. 74. O poder público, através do órgão munições, e deverão respeitar os valores éticos e
competente, regulará as diversões e espetáculos sociais da pessoa e da família.
públicos, informando sobre a natureza deles, as
faixas etárias a que não se recomendem, locais e
        Art. 80. Os responsáveis por         § 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido
estabelecimentos que explorem comercialmente dos pais ou responsável, conceder autorização
bilhar, sinuca ou congênere ou por casas de válida por dois anos.
jogos, assim entendidas as que realizem apostas,         Art. 84. Quando se tratar de viagem ao
ainda que eventualmente, cuidarão para que não exterior, a autorização é dispensável, se a criança
seja permitida a entrada e a permanência de ou adolescente:
crianças e adolescentes no local, afixando aviso
        I - estiver acompanhado de ambos os pais
para orientação do público.
ou responsável;
Seção II
        II - viajar na companhia de um dos pais,
Dos Produtos e Serviços autorizado expressamente pelo outro através de
        Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao documento com firma reconhecida.
adolescente de:         Art. 85. Sem prévia e expressa autorização
        I - armas, munições e explosivos; judicial, nenhuma criança ou adolescente nascido
        II - bebidas alcoólicas; em território nacional poderá sair do País em
companhia de estrangeiro residente ou
        III - produtos cujos componentes possam
domiciliado no exterior.
causar dependência física ou psíquica ainda que
por utilização indevida;
        IV - fogos de estampido e de artifício, exceto PARTE ESPECIAL (LIVRO II)
aqueles que pelo seu reduzido potencial sejam
incapazes de provocar qualquer dano físico em
Parte Especial
caso de utilização indevida;
Título I
        V - revistas e publicações a que alude o art.
78; Da Política de Atendimento

        VI - bilhetes lotéricos e equivalentes. Capítulo I

        Art. 82. É proibida a hospedagem de criança Disposições Gerais


ou adolescente em hotel, motel, pensão ou         Art. 86. A política de atendimento dos
estabelecimento congênere, salvo se autorizado direitos da criança e do adolescente far-se-á
ou acompanhado pelos pais ou responsável. através de um conjunto articulado de ações
Seção III governamentais e não-governamentais, da União,
dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.
Da Autorização para Viajar
        Art. 87. São linhas de ação da política de
       Art. 83.  Nenhuma criança ou
atendimento:
adolescente menor de 16 (dezesseis) anos
poderá viajar para fora da comarca onde reside         I - políticas sociais básicas;
desacompanhado dos pais ou dos responsáveis         II - serviços, programas, projetos e
sem expressa autorização judicial. (
benefícios de assistência social de garantia de
§ 1º A autorização não será exigida quando: proteção social e de prevenção e redução de
a) tratar-se de comarca contígua à da violações de direitos, seus agravamentos ou
residência da criança ou do adolescente menor reincidências;
de 16 (dezesseis) anos, se na mesma unidade da
Federação, ou incluída na mesma região         III - serviços especiais de prevenção e
metropolitana; atendimento médico e psicossocial às vítimas de
b) a criança ou o adolescente menor de 16 negligência, maus-tratos, exploração, abuso,
(dezesseis) anos estiver acompanhado:  crueldade e opressão;
        1) de ascendente ou colateral maior, até o         IV - serviço de identificação e localização de
terceiro grau, comprovado documentalmente o pais, responsável, crianças e adolescentes
parentesco; desaparecidos;
        2) de pessoa maior, expressamente         V - proteção jurídico-social por entidades de
autorizada pelo pai, mãe ou responsável. defesa dos direitos da criança e do adolescente.
        VI - políticas e programas destinados a
prevenir ou abreviar o período de afastamento do
convívio familiar e a garantir o efetivo exercício do         VIII - especialização e formação continuada
direito à convivência familiar de crianças e dos profissionais que trabalham nas diferentes
adolescentes; áreas da atenção à primeira infância, incluindo os
        VII - campanhas de estímulo ao acolhimento conhecimentos sobre direitos da criança e sobre
sob forma de guarda de crianças e adolescentes desenvolvimento infantil;
afastados do convívio familiar e à adoção, IX - formação profissional com abrangência
especificamente inter-racial, de crianças maiores dos diversos direitos da criança e do adolescente
ou de adolescentes, com necessidades que favoreça a intersetorialidade no atendimento
específicas de saúde ou com deficiências e de da criança e do adolescente e seu
grupos de irmãos. desenvolvimento integral;
        Art. 88. São diretrizes da política de X - realização e divulgação de pesquisas
atendimento: sobre desenvolvimento infantil e sobre prevenção
        I - municipalização do atendimento; da violência.
        II - criação de conselhos municipais,          Art. 89. A função de membro do conselho
estaduais e nacional dos direitos da criança e do nacional e dos conselhos estaduais e municipais
adolescente, órgãos deliberativos e controladores dos direitos da criança e do adolescente é
das ações em todos os níveis, assegurada a considerada de interesse público relevante e não
participação popular paritária por meio de será remunerada.
organizações representativas, segundo leis Capítulo II
federal, estaduais e municipais; Das Entidades de Atendimento
        III - criação e manutenção de programas Seção I
específicos, observada a descentralização
Disposições Gerais
político-administrativa;
        Art. 90. As entidades de atendimento são
        IV - manutenção de fundos nacional,
responsáveis pela manutenção das próprias
estaduais e municipais vinculados aos
unidades, assim como pelo planejamento e
respectivos conselhos dos direitos da criança e
execução de programas de proteção e sócio-
do adolescente;
educativos destinados a crianças e adolescentes,
        V - integração operacional de órgãos do em regime de:
Judiciário, Ministério Público, Defensoria,
        I - orientação e apoio sócio-familiar;
Segurança Pública e Assistência Social,
preferencialmente em um mesmo local, para         II - apoio sócio-educativo em meio aberto;
efeito de agilização do atendimento inicial a         III - colocação familiar;
adolescente a quem se atribua autoria de ato         IV - acolhimento institucional;       
infracional; V - prestação de serviços à comunidade;
        VI - integração operacional de órgãos do VI - liberdade assistida;
Judiciário, Ministério Público, Defensoria,
VII - semiliberdade; e
Conselho Tutelar e encarregados da execução
das políticas sociais básicas e de assistência VIII - internação.
social, para efeito de agilização do atendimento         § 1o  As entidades governamentais e não
de crianças e de adolescentes inseridos em governamentais deverão proceder à inscrição de
programas de acolhimento familiar ou seus programas, especificando os regimes de
institucional, com vista na sua rápida reintegração atendimento, na forma definida neste artigo, no
à família de origem ou, se tal solução se mostrar Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
comprovadamente inviável, sua colocação em Adolescente, o qual manterá registro das
família substituta, em quaisquer das modalidades inscrições e de suas alterações, do que fará
previstas no art. 28 desta Lei; comunicação ao Conselho Tutelar e à autoridade
        VII - mobilização da opinião pública para a judiciária.
indispensável participação dos diversos         § 2o  Os recursos destinados à
segmentos da sociedade. implementação e manutenção dos programas
relacionados neste artigo serão previstos nas
dotações orçamentárias dos órgãos públicos
encarregados das áreas de Educação, Saúde e renovação, observado o disposto no § 1odeste
Assistência Social, dentre outros, observando-se artigo.
o princípio da prioridade absoluta à criança e ao         Art. 92.  As entidades que desenvolvam
adolescente preconizado pelo caput do art. 227 programas de acolhimento familiar ou institucional
da Constituição Federal e pelo caput e parágrafo deverão adotar os seguintes princípios:
único do art. 4o desta Lei.
        I - preservação dos vínculos familiares e
        § 3o  Os programas em execução serão promoção da reintegração familiar;
reavaliados pelo Conselho Municipal dos Direitos
        II - integração em família substituta, quando
da Criança e do Adolescente, no máximo, a cada
esgotados os recursos de manutenção na família
2 (dois) anos, constituindo-se critérios para
natural ou extensa;
renovação da autorização de funcionamento:
        III - atendimento personalizado e em
        I - o efetivo respeito às regras e princípios
pequenos grupos;
desta Lei, bem como às resoluções relativas à
modalidade de atendimento prestado expedidas         IV - desenvolvimento de atividades em
pelos Conselhos de Direitos da Criança e do regime de co-educação;
Adolescente, em todos os níveis;         V - não desmembramento de grupos de
        II - a qualidade e eficiência do trabalho irmãos;
desenvolvido, atestadas pelo Conselho Tutelar,         VI - evitar, sempre que possível, a
pelo Ministério Público e pela Justiça da Infância transferência para outras entidades de crianças e
e da Juventude; adolescentes abrigados;
        III - em se tratando de programas de         VII - participação na vida da comunidade
acolhimento institucional ou familiar, serão local;
considerados os índices de sucesso na         VIII - preparação gradativa para o
reintegração familiar ou de adaptação à família desligamento;
substituta, conforme o caso.         IX - participação de pessoas da comunidade
        Art. 91. As entidades não-governamentais no processo educativo.
somente poderão funcionar depois de registradas         § 1o  O dirigente de entidade que desenvolve
no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e programa de acolhimento institucional é
do Adolescente, o qual comunicará o registro ao equiparado ao guardião, para todos os efeitos de
Conselho Tutelar e à autoridade judiciária da direito.
respectiva localidade.
        § 2o  Os dirigentes de entidades que
        § 1o  Será negado o registro à entidade que: desenvolvem programas de acolhimento familiar
        a) não ofereça instalações físicas em ou institucional remeterão à autoridade judiciária,
condições adequadas de habitabilidade, higiene, no máximo a cada 6 (seis) meses, relatório
salubridade e segurança; circunstanciado acerca da situação de cada
        b) não apresente plano de trabalho criança ou adolescente acolhido e sua família,
compatível com os princípios desta Lei; para fins da reavaliação prevista no § 1o do art. 19
        c) esteja irregularmente constituída; desta Lei.

        d) tenha em seus quadros pessoas         § 3o  Os entes federados, por intermédio dos
inidôneas. Poderes Executivo e Judiciário, promoverão
conjuntamente a permanente qualificação dos
e) não se adequar ou      deixar de cumprir
profissionais que atuam direta ou indiretamente
as resoluções e deliberações relativas à
em programas de acolhimento institucional e
modalidade de atendimento prestado expedidas
destinados à colocação familiar de crianças e
pelos Conselhos de Direitos da Criança e do
adolescentes, incluindo membros do Poder
Adolescente, em todos os níveis.
Judiciário, Ministério Público e Conselho Tutelar.
§ 2o  O registro terá validade máxima de 4
        § 4o  Salvo determinação em contrário da
(quatro) anos, cabendo ao Conselho Municipal
autoridade judiciária competente, as entidades
dos Direitos da Criança e do Adolescente,
que desenvolvem programas de acolhimento
periodicamente, reavaliar o cabimento de sua
familiar ou institucional, se necessário com o
auxílio do Conselho Tutelar e dos órgãos de         III - oferecer atendimento personalizado, em
assistência social, estimularão o contato da pequenas unidades e grupos reduzidos;
criança ou adolescente com seus pais e parentes,         IV - preservar a identidade e oferecer
em cumprimento ao disposto nos incisos I e VIII ambiente de respeito e dignidade ao adolescente;
do caput deste artigo.
        V - diligenciar no sentido do
        § 5o  As entidades que desenvolvem restabelecimento e da preservação dos vínculos
programas de acolhimento familiar ou institucional familiares;
somente poderão receber recursos públicos se
        VI - comunicar à autoridade judiciária,
comprovado o atendimento dos princípios,
periodicamente, os casos em que se mostre
exigências e finalidades desta Lei.
inviável ou impossível o reatamento dos vínculos
        § 6o  O descumprimento das disposições familiares;
desta Lei pelo dirigente de entidade que
        VII - oferecer instalações físicas em
desenvolva programas de acolhimento familiar ou
condições adequadas de habitabilidade, higiene,
institucional é causa de sua destituição, sem
salubridade e segurança e os objetos necessários
prejuízo da apuração de sua responsabilidade
à higiene pessoal;
administrativa, civil e criminal.
        VIII - oferecer vestuário e alimentação
        § 7o  Quando se tratar de criança de 0 (zero)
suficientes e adequados à faixa etária dos
a 3 (três) anos em acolhimento institucional, dar-
adolescentes atendidos;
se-á especial atenção à atuação de educadores
de referência estáveis e qualitativamente         IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos,
significativos, às rotinas específicas e ao odontológicos e farmacêuticos;
atendimento das necessidades básicas, incluindo         X - propiciar escolarização e
as de afeto como prioritárias.. profissionalização;
        Art. 93.  As entidades que mantenham         XI - propiciar atividades culturais, esportivas
programa de acolhimento institucional poderão, e de lazer;
em caráter excepcional e de urgência, acolher         XII - propiciar assistência religiosa àqueles
crianças e adolescentes sem prévia determinação que desejarem, de acordo com suas crenças;
da autoridade competente, fazendo comunicação         XIII - proceder a estudo social e pessoal de
do fato em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juiz cada caso;
da Infância e da Juventude, sob pena de
        XIV - reavaliar periodicamente cada caso,
responsabilidade.
com intervalo máximo de seis meses, dando
        Parágrafo único.  Recebida a comunicação, ciência dos resultados à  autoridade competente;
a autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público
        XV - informar, periodicamente, o adolescente
e se necessário com o apoio do Conselho Tutelar
internado sobre sua situação processual;
local, tomará as medidas necessárias para
promover a imediata reintegração familiar da         XVI - comunicar às autoridades competentes
criança ou do adolescente ou, se por qualquer todos os casos de adolescentes portadores de
razão não for isso possível ou recomendável, moléstias infecto-contagiosas;
para seu encaminhamento a programa de         XVII - fornecer comprovante de depósito dos
acolhimento familiar, institucional ou a família pertences dos adolescentes;
substituta, observado o disposto no § 2 o do art.         XVIII - manter programas destinados ao
101 desta Lei. apoio e acompanhamento de egressos;
        Art. 94. As entidades que desenvolvem         XIX - providenciar os documentos
programas de internação têm as seguintes necessários ao exercício da cidadania àqueles
obrigações, entre outras: que não os tiverem;
        I - observar os direitos e garantias de que         XX - manter arquivo de anotações onde
são titulares os adolescentes; constem data e circunstâncias do atendimento,
        II - não restringir nenhum direito que não nome do adolescente, seus pais ou responsável,
tenha sido objeto de restrição na decisão de parentes, endereços, sexo, idade,
internação; acompanhamento da sua formação, relação de
seus pertences e demais dados que possibilitem
sua identificação e a individualização do judiciária competente para as providências
atendimento. cabíveis, inclusive suspensão das atividades ou
        § 1o  Aplicam-se, no que couber, as dissolução da entidade.
obrigações constantes deste artigo às entidades         § 2o  As pessoas jurídicas de direito público
que mantêm programas de acolhimento e as organizações não governamentais
institucional e familiar. responderão pelos danos que seus agentes
        § 2º No cumprimento das obrigações a que causarem às crianças e aos adolescentes,
alude este artigo as entidades utilizarão caracterizado o descumprimento dos princípios
preferencialmente os recursos da comunidade. norteadores das atividades de proteção
específica.
        Art. 94-A.  As entidades, públicas ou
privadas, que abriguem ou recepcionem crianças Título II
e adolescentes, ainda que em caráter temporário, Das Medidas de Proteção
devem ter, em seus quadros, profissionais Capítulo I
capacitados a reconhecer e reportar ao Conselho
Disposições Gerais
Tutelar suspeitas ou ocorrências de maus-tratos.
        Art. 98. As medidas de proteção à criança e
Seção II
ao adolescente são aplicáveis sempre que os
Da Fiscalização das Entidades direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados
        Art. 95. As entidades governamentais e não- ou violados:
governamentais referidas no art. 90 serão         I - por ação ou omissão da sociedade ou do
fiscalizadas pelo Judiciário, pelo Ministério Estado;
Público e pelos Conselhos Tutelares.
        II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou
        Art. 96. Os planos de aplicação e as responsável;
prestações de contas serão apresentados ao
        III - em razão de sua conduta.
estado ou ao município, conforme a origem das
dotações orçamentárias. Capítulo II

        Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades Das Medidas Específicas de Proteção
de atendimento que descumprirem obrigação         Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo
constante do art. 94, sem prejuízo da poderão ser aplicadas isolada ou
responsabilidade civil e criminal de seus cumulativamente, bem como substituídas a
dirigentes ou prepostos: qualquer tempo.
        I - às entidades governamentais:         Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-
        a) advertência; ão em conta as necessidades pedagógicas,
preferindo-se aquelas que visem ao
        b) afastamento provisório de seus dirigentes;
fortalecimento dos vínculos familiares e
        c) afastamento definitivo de seus dirigentes; comunitários.
        d) fechamento de unidade ou interdição de         Parágrafo único.  São também princípios que
programa. regem a aplicação das medidas:
        II - às entidades não-governamentais:         I - condição da criança e do adolescente
        a) advertência; como sujeitos de direitos: crianças e adolescentes
        b) suspensão total ou parcial do repasse de são os titulares dos direitos previstos nesta e em
verbas públicas; outras Leis, bem como na Constituição Federal;
        c) interdição de unidades ou suspensão de         II - proteção integral e prioritária: a
programa; interpretação e aplicação de toda e qualquer
norma contida nesta Lei deve ser voltada à
        d) cassação do registro.
proteção integral e prioritária dos direitos de que
        § 1o  Em caso de reiteradas infrações crianças e adolescentes são titulares;
cometidas por entidades de atendimento, que
        III - responsabilidade primária e solidária do
coloquem em risco os direitos assegurados nesta
poder público: a plena efetivação dos direitos
Lei, deverá ser o fato comunicado ao Ministério
assegurados a crianças e a adolescentes por esta
Público ou representado perante autoridade
Lei e pela Constituição Federal, salvo nos casos
por esta expressamente ressalvados, é de ou responsável, têm direito a ser ouvidos e a
responsabilidade primária e solidária das 3 (três) participar nos atos e na definição da medida de
esferas de governo, sem prejuízo da promoção dos direitos e de proteção, sendo sua
municipalização do atendimento e da opinião devidamente considerada pela autoridade
possibilidade da execução de programas por judiciária competente, observado o disposto nos
entidades não governamentais; §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei.
        IV - interesse superior da criança e do         Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses
adolescente: a intervenção deve atender previstas no art. 98, a autoridade competente
prioritariamente aos interesses e direitos da poderá determinar, dentre outras, as seguintes
criança e do adolescente, sem prejuízo da medidas:
consideração que for devida a outros interesses         I - encaminhamento aos pais ou
legítimos no âmbito da pluralidade dos interesses responsável, mediante termo de
presentes no caso concreto; responsabilidade;
        V - privacidade: a promoção dos direitos e         II - orientação, apoio e acompanhamento
proteção da criança e do adolescente deve ser temporários;
efetuada no respeito pela intimidade, direito à
        III - matrícula e freqüência obrigatórias em
imagem e reserva da sua vida privada;
estabelecimento oficial de ensino fundamental;
        VI - intervenção precoce: a intervenção das
        IV - inclusão em serviços e programas
autoridades competentes deve ser efetuada logo
oficiais ou comunitários de proteção, apoio e
que a situação de perigo seja conhecida;
promoção da família, da criança e do
        VII - intervenção mínima: a intervenção deve adolescente;
ser exercida exclusivamente pelas autoridades e
        V - requisição de tratamento médico,
instituições cuja ação seja indispensável à efetiva
psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar
promoção dos direitos e à proteção da criança e
ou ambulatorial;
do adolescente;
        VI - inclusão em programa oficial ou
        VIII - proporcionalidade e atualidade: a
comunitário de auxílio, orientação e tratamento a
intervenção deve ser a necessária e adequada à
alcoólatras e toxicômanos;
situação de perigo em que a criança ou o
adolescente se encontram no momento em que a         VII - acolhimento institucional;
decisão é tomada;         VIII - inclusão em programa de acolhimento
        IX - responsabilidade parental: a intervenção familiar;
deve ser efetuada de modo que os pais assumam         IX - colocação em família substituta.
os seus deveres para com a criança e o         § 1o  O acolhimento institucional e o
adolescente; acolhimento familiar são medidas provisórias e
       X - prevalência da família: na promoção de excepcionais, utilizáveis como forma de transição
direitos e na proteção da criança e do para reintegração familiar ou, não sendo esta
adolescente deve ser dada prevalência às possível, para colocação em família substituta,
medidas que os mantenham ou reintegrem na não implicando privação de liberdade.
sua família natural ou extensa ou, se isso não for         § 2o  Sem prejuízo da tomada de medidas
possível, que promovam a sua integração em emergenciais para proteção de vítimas de
família adotiva; violência ou abuso sexual e das providências a
        XI - obrigatoriedade da informação: a criança que alude o art. 130 desta Lei, o afastamento da
e o adolescente, respeitado seu estágio de criança ou adolescente do convívio familiar é de
desenvolvimento e capacidade de compreensão, competência exclusiva da autoridade judiciária e
seus pais ou responsável devem ser informados importará na deflagração, a pedido do Ministério
dos seus direitos, dos motivos que determinaram Público ou de quem tenha legítimo interesse, de
a intervenção e da forma como esta se processa; procedimento judicial contencioso, no qual se
        XII - oitiva obrigatória e participação: a garanta aos pais ou ao responsável legal o
criança e o adolescente, em separado ou na exercício do contraditório e da ampla defesa.
companhia dos pais, de responsável ou de         § 3o  Crianças e adolescentes somente
pessoa por si indicada, bem como os seus pais poderão ser encaminhados às instituições que
executam programas de acolhimento institucional, orientação, de apoio e de promoção social, sendo
governamentais ou não, por meio de uma Guia de facilitado e estimulado o contato com a criança ou
Acolhimento, expedida pela autoridade judiciária, com o adolescente acolhido.
na qual obrigatoriamente constará, dentre outros:             § 8o  Verificada a possibilidade de
        I - sua identificação e a qualificação reintegração familiar, o responsável pelo
completa de seus pais ou de seu responsável, se programa de acolhimento familiar ou institucional
conhecidos; fará imediata comunicação à autoridade judiciária,
        II - o endereço de residência dos pais ou do que dará vista ao Ministério Público, pelo prazo
responsável, com pontos de referência; de 5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo.
        III - os nomes de parentes ou de terceiros         § 9o  Em sendo constatada a impossibilidade
interessados em tê-los sob sua guarda; de reintegração da criança ou do adolescente à
família de origem, após seu encaminhamento a
        IV - os motivos da retirada ou da não
programas oficiais ou comunitários de orientação,
reintegração ao convívio familiar.
apoio e promoção social, será enviado relatório
        § 4o  Imediatamente após o acolhimento da fundamentado ao Ministério Público, no qual
criança ou do adolescente, a entidade conste a descrição pormenorizada das
responsável pelo programa de acolhimento providências tomadas e a expressa
institucional ou familiar elaborará um plano recomendação, subscrita pelos técnicos da
individual de atendimento, visando à reintegração entidade ou responsáveis pela execução da
familiar, ressalvada a existência de ordem escrita política municipal de garantia do direito à
e fundamentada em contrário de autoridade convivência familiar, para a destituição do poder
judiciária competente, caso em que também familiar, ou destituição de tutela ou guarda.
deverá contemplar sua colocação em família
       § 10.  Recebido o relatório, o Ministério
substituta, observadas as regras e princípios
Público terá o prazo de 15 (quinze) dias para o
desta Lei.
ingresso com a ação de destituição do poder
        § 5o  O plano individual será elaborado sob a familiar, salvo se entender necessária a
responsabilidade da equipe técnica do respectivo realização de estudos complementares ou de
programa de atendimento e levará em outras providências indispensáveis ao
consideração a opinião da criança ou do ajuizamento da demanda.
adolescente e a oitiva dos pais ou do
        § 11.  A autoridade judiciária manterá, em
responsável.
cada comarca ou foro regional, um cadastro
        § 6o  Constarão do plano individual, dentre contendo informações atualizadas sobre as
outros: crianças e adolescentes em regime de
        I - os resultados da avaliação interdisciplinar; acolhimento familiar e institucional sob sua
        II - os compromissos assumidos pelos pais responsabilidade, com informações
ou responsável; e pormenorizadas sobre a situação jurídica de cada
        III - a previsão das atividades a serem um, bem como as providências tomadas para sua
desenvolvidas com a criança ou com o reintegração familiar ou colocação em família
adolescente acolhido e seus pais ou responsável, substituta, em qualquer das modalidades
com vista na reintegração familiar ou, caso seja previstas no art. 28 desta Lei.
esta vedada por expressa e fundamentada         § 12.  Terão acesso ao cadastro o Ministério
determinação judicial, as providências a serem Público, o Conselho Tutelar, o órgão gestor da
tomadas para sua colocação em família Assistência Social e os Conselhos Municipais dos
substituta, sob direta supervisão da autoridade Direitos da Criança e do Adolescente e da
judiciária. Assistência Social, aos quais incumbe deliberar
        § 7o  O acolhimento familiar ou institucional sobre a implementação de políticas públicas que
ocorrerá no local mais próximo à residência dos permitam reduzir o número de crianças e
pais ou do responsável e, como parte do adolescentes afastados do convívio familiar e
processo de reintegração familiar, sempre que abreviar o período de permanência em programa
identificada a necessidade, a família de origem de acolhimento.
será incluída em programas oficiais de
        Art. 102. As medidas de proteção de que Capítulo II
trata este Capítulo serão acompanhadas da Dos Direitos Individuais
regularização do registro civil.
        Art. 106. Nenhum adolescente será privado
        § 1º Verificada a inexistência de registro de sua liberdade senão em flagrante de ato
anterior, o assento de nascimento da criança ou infracional ou por ordem escrita e fundamentada
adolescente será feito à vista dos elementos da autoridade judiciária competente.
disponíveis, mediante requisição da autoridade
        Parágrafo único. O adolescente tem direito à
judiciária.
identificação dos responsáveis pela sua
        § 2º Os registros e certidões necessários à apreensão, devendo ser informado acerca de
regularização de que trata este artigo são isentos seus direitos.
de multas, custas e emolumentos, gozando de
        Art. 107. A apreensão de qualquer
absoluta prioridade.
adolescente e o local onde se encontra recolhido
        § 3o  Caso ainda não definida a paternidade, serão incontinenti comunicados à autoridade
será  deflagrado procedimento específico judiciária competente e à família do apreendido
destinado à sua averiguação, conforme previsto ou à pessoa por ele indicada.
pela Lei no 8.560, de 29 de dezembro de 1992.
        Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo
        § 4o  Nas hipóteses previstas no § 3 o deste e sob pena de responsabilidade, a possibilidade
artigo, é dispensável o ajuizamento de ação de de liberação imediata.
investigação de paternidade pelo Ministério
        Art. 108. A internação, antes da sentença,
Público se, após o não comparecimento ou a
pode ser determinada pelo prazo máximo de
recusa do suposto pai em assumir a paternidade
quarenta e cinco dias.
a ele atribuída, a criança for encaminhada para
adoção.         Parágrafo único. A decisão deverá ser
fundamentada e basear-se em indícios suficientes
        § 5o  Os registros e certidões necessários à
de autoria e materialidade, demonstrada a
inclusão, a qualquer tempo, do nome do pai no
necessidade imperiosa da medida.
assento de nascimento são isentos de multas,
custas e emolumentos, gozando de absoluta         Art. 109. O adolescente civilmente
prioridade. identificado não será submetido a identificação
compulsória pelos órgãos policiais, de proteção e
§ 6o  São gratuitas, a qualquer tempo, a
judiciais, salvo para efeito de confrontação,
averbação requerida do reconhecimento de
havendo dúvida fundada.
paternidade no assento de nascimento e a
certidão correspondente.
Título III Capítulo III

Da Prática de Ato Infracional Das Garantias Processuais

Capítulo I         Art. 110. Nenhum adolescente será privado


de sua liberdade sem o devido processo legal.
Disposições Gerais
        Art. 111. São asseguradas ao adolescente,
        Art. 103. Considera-se ato infracional a
entre outras, as seguintes garantias:
conduta descrita como crime ou contravenção
penal.         I - pleno e formal conhecimento da atribuição
de ato infracional, mediante citação ou meio
        Art. 104. São penalmente inimputáveis os
equivalente;
menores de dezoito anos, sujeitos às medidas
previstas nesta Lei.         II - igualdade na relação processual,
podendo confrontar-se com vítimas e
        Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei,
testemunhas e produzir todas as provas
deve ser considerada a idade do adolescente à
necessárias à sua defesa;
data do fato.
        III - defesa técnica por advogado;
        Art. 105. Ao ato infracional praticado por
criança corresponderão as medidas previstas no         IV - assistência judiciária gratuita e integral
art. 101. aos necessitados, na forma da lei;
        V - direito de ser ouvido pessoalmente pela
autoridade competente;
        VI - direito de solicitar a presença de seus Seção III
pais ou responsável em qualquer fase do Da Obrigação de Reparar o Dano
procedimento.
        Art. 116. Em se tratando de ato infracional
com reflexos patrimoniais, a autoridade poderá
Capítulo IV determinar, se for o caso, que o adolescente
Das Medidas Sócio-Educativas restitua a coisa, promova o ressarcimento do
dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo
Seção I
da vítima.
Disposições Gerais
        Parágrafo único. Havendo manifesta
        Art. 112. Verificada a prática de ato impossibilidade, a medida poderá ser substituída
infracional, a autoridade competente poderá por outra adequada.
aplicar ao adolescente as seguintes medidas:
Seção IV
        I - advertência;
Da Prestação de Serviços à Comunidade
        II - obrigação de reparar o dano;
        Art. 117. A prestação de serviços
        III - prestação de serviços à comunidade; comunitários consiste na realização de tarefas
        IV - liberdade assistida; gratuitas de interesse geral, por período não
        V - inserção em regime de semi-liberdade; excedente a seis meses, junto a entidades
        VI - internação em estabelecimento assistenciais, hospitais, escolas e outros
educacional; estabelecimentos congêneres, bem como em
programas comunitários ou governamentais.
        VII - qualquer uma das previstas no art. 101,
I a VI.         Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas
conforme as aptidões do adolescente, devendo
        § 1º A medida aplicada ao adolescente
ser cumpridas durante jornada máxima de oito
levará em conta a sua capacidade de cumpri-la,
horas semanais, aos sábados, domingos e
as circunstâncias e a gravidade da infração.
feriados ou em dias úteis, de modo a não
        § 2º Em hipótese alguma e sob pretexto prejudicar a freqüência à escola ou à jornada
algum, será admitida a prestação de trabalho normal de trabalho.
forçado.
Seção V
        § 3º Os adolescentes portadores de doença
Da Liberdade Assistida
ou deficiência mental receberão tratamento
individual e especializado, em local adequado às         Art. 118. A liberdade assistida será adotada
suas condições. sempre que se afigurar a medida mais adequada
para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o
        Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto
adolescente.
nos arts. 99 e 100.
        § 1º A autoridade designará pessoa
        Art. 114. A imposição das medidas previstas
capacitada para acompanhar o caso, a qual
nos incisos II a VI do art. 112 pressupõe a
poderá ser recomendada por entidade ou
existência de provas suficientes da autoria e da
programa de atendimento.
materialidade da infração, ressalvada a hipótese
de remissão, nos termos do art. 127.         § 2º A liberdade assistida será fixada pelo
prazo mínimo de seis meses, podendo a qualquer
        Parágrafo único. A advertência poderá ser
tempo ser prorrogada, revogada ou substituída
aplicada sempre que houver prova da
por outra medida, ouvido o orientador, o
materialidade e indícios suficientes da autoria.
Ministério Público e o defensor.
        Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio
Seção II e a supervisão da autoridade competente, a
Da Advertência realização dos seguintes encargos, entre outros:
        Art. 115. A advertência consistirá em         I - promover socialmente o adolescente e
admoestação verbal, que será reduzida a termo e sua família, fornecendo-lhes orientação e
assinada. inserindo-os, se necessário, em programa oficial
ou comunitário de auxílio e assistência social;
        II - supervisionar a freqüência e o         § 7o  A determinação judicial mencionada no
aproveitamento escolar do adolescente, § 1o poderá ser revista a qualquer tempo pela
promovendo, inclusive, sua matrícula; autoridade judiciária.
        III - diligenciar no sentido da         Art. 122. A medida de internação só poderá
profissionalização do adolescente e de sua ser aplicada quando:
inserção no mercado de trabalho;         I - tratar-se de ato infracional cometido
        IV - apresentar relatório do caso. mediante grave ameaça ou violência a pessoa;
Seção VI         II - por reiteração no cometimento de outras
Do Regime de Semi-liberdade infrações graves;
        Art. 120. O regime de semi-liberdade pode         III - por descumprimento reiterado e
ser determinado desde o início, ou como forma de injustificável da medida anteriormente imposta.
transição para o meio aberto, possibilitada a         § 1o  O prazo de internação na hipótese do
realização de atividades externas, inciso III deste artigo não poderá ser superior a 3
independentemente de autorização judicial. (três) meses, devendo ser decretada
        § 1º São obrigatórias a escolarização e a judicialmente após o devido processo legal.
profissionalização, devendo, sempre que         § 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a
possível, ser utilizados os recursos existentes na internação, havendo outra medida adequada.
comunidade.         Art. 123. A internação deverá ser cumprida
        § 2º A medida não comporta prazo em entidade exclusiva para adolescentes, em
determinado aplicando-se, no que couber, as local distinto daquele destinado ao abrigo,
disposições relativas à internação. obedecida rigorosa separação por critérios de
Seção VII idade, compleição física e gravidade da infração.
Da Internação         Parágrafo único. Durante o período de
internação, inclusive provisória, serão obrigatórias
        Art. 121. A internação constitui medida
atividades pedagógicas.
privativa da liberdade, sujeita aos princípios de
brevidade, excepcionalidade e respeito à         Art. 124. São direitos do adolescente privado
condição peculiar de pessoa em de liberdade, entre outros, os seguintes:
desenvolvimento.         I - entrevistar-se pessoalmente com o
        § 1º Será permitida a realização de representante do Ministério Público;
atividades externas, a critério da equipe técnica         II - peticionar diretamente a qualquer
da entidade, salvo expressa determinação judicial autoridade;
em contrário.         III - avistar-se reservadamente com seu
        § 2º A medida não comporta prazo defensor;
determinado, devendo sua manutenção ser         IV - ser informado de sua situação
reavaliada, mediante decisão fundamentada, no processual, sempre que solicitada;
máximo a cada seis meses.
        V - ser tratado com respeito e dignidade;
        § 3º Em nenhuma hipótese o período
        VI - permanecer internado na mesma
máximo de internação excederá a três anos.
localidade ou naquela mais próxima ao domicílio
        § 4º Atingido o limite estabelecido no de seus pais ou responsável;
parágrafo anterior, o adolescente deverá ser
        VII - receber visitas, ao menos,
liberado, colocado em regime de semi-liberdade
semanalmente;
ou de liberdade assistida.
        VIII - corresponder-se com seus familiares e
        § 5º A liberação será compulsória aos vinte e
amigos;
um anos de idade.
        IX - ter acesso aos objetos necessários à
        § 6º Em qualquer hipótese a desinternação
higiene e asseio pessoal;
será precedida de autorização judicial, ouvido o
Ministério Público.         X - habitar alojamento em condições
adequadas de higiene e salubridade;
        XI - receber escolarização e adolescente ou de seu representante legal, ou do
profissionalização; Ministério Público.
        XII - realizar atividades culturais, esportivas Título IV
e de lazer: Das Medidas Pertinentes aos Pais ou
        XIII - ter acesso aos meios de comunicação Responsável
social;         Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou
        XIV - receber assistência religiosa, segundo responsável:
a sua crença, e desde que assim o deseje;         I - encaminhamento a serviços e programas
        XV - manter a posse de seus objetos oficiais ou comunitários de proteção, apoio e
pessoais e dispor de local seguro para guardá- promoção da família;  
los, recebendo comprovante daqueles porventura         II - inclusão em programa oficial ou
depositados em poder da entidade; comunitário de auxílio, orientação e tratamento a
        XVI - receber, quando de sua desinternação, alcoólatras e toxicômanos;
os documentos pessoais indispensáveis à vida         III - encaminhamento a tratamento
em sociedade. psicológico ou psiquiátrico;
        § 1º Em nenhum caso haverá         IV - encaminhamento a cursos ou programas
incomunicabilidade. de orientação;
        § 2º A autoridade judiciária poderá         V - obrigação de matricular o filho ou pupilo
suspender temporariamente a visita, inclusive de e acompanhar sua freqüência e aproveitamento
pais ou responsável, se existirem motivos sérios e escolar;
fundados de sua prejudicialidade aos interesses
        VI - obrigação de encaminhar a criança ou
do adolescente.
adolescente a tratamento especializado;
        Art. 125. É dever do Estado zelar pela
        VII - advertência;
integridade física e mental dos internos, cabendo-
lhe adotar as medidas adequadas de contenção e         VIII - perda da guarda;
segurança.         IX - destituição da tutela;
Capítulo V         X - suspensão ou destituição do poder
Da Remissão familiar.

        Art. 126. Antes de iniciado o procedimento         Parágrafo único. Na aplicação das medidas
judicial para apuração de ato infracional, o previstas nos incisos IX e X deste artigo,
representante do Ministério Público poderá observar-se-á o disposto nos arts. 23 e 24.
conceder a remissão, como forma de exclusão do         Art. 130. Verificada a hipótese de maus-
processo, atendendo às circunstâncias e tratos, opressão ou abuso sexual impostos pelos
conseqüências do fato, ao contexto social, bem pais ou responsável, a autoridade judiciária
como à personalidade do adolescente e sua poderá determinar, como medida cautelar, o
maior ou menor participação no ato infracional. afastamento do agressor da moradia comum.
        Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a         Parágrafo único.  Da medida cautelar
concessão da remissão pela autoridade judiciária constará, ainda, a fixação provisória dos
importará na suspensão ou extinção do processo. alimentos de que necessitem a criança ou o
        Art. 127. A remissão não implica adolescente dependentes do agressor.
necessariamente o reconhecimento ou Título V
comprovação da responsabilidade, nem Do Conselho Tutelar
prevalece para efeito de antecedentes, podendo Capítulo I
incluir eventualmente a aplicação de qualquer das
Disposições Gerais
medidas previstas em lei, exceto a colocação em
regime de semi-liberdade e a internação.         Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão
permanente e autônomo, não jurisdicional,
        Art. 128. A medida aplicada por força da
encarregado pela sociedade de zelar pelo
remissão poderá ser revista judicialmente, a
cumprimento dos direitos da criança e do
qualquer tempo, mediante pedido expresso do
adolescente, definidos nesta Lei.
       Art. 132. Em cada Município e em cada         a) requisitar serviços públicos nas áreas de
Região Administrativa do Distrito Federal haverá, saúde, educação, serviço social, previdência,
no mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar como órgão trabalho e segurança;
integrante da administração pública local,         b) representar junto à autoridade judiciária
composto de 5 (cinco) membros, escolhidos pela nos casos de descumprimento injustificado de
população local para mandato de 4 (quatro) anos, suas deliberações.
permitida recondução por novos processos de
        IV - encaminhar ao Ministério Público notícia
escolha. 
de fato que constitua infração administrativa ou
        Art. 133. Para a candidatura a membro do penal contra os direitos da criança ou
Conselho Tutelar, serão exigidos os seguintes adolescente;
requisitos:
        V - encaminhar à autoridade judiciária os
        I - reconhecida idoneidade moral; casos de sua competência;
        II - idade superior a vinte e um anos;         VI - providenciar a medida estabelecida pela
        III - residir no município. autoridade judiciária, dentre as previstas no art.
Art. 134.  Lei municipal ou distrital disporá 101, de I a VI, para o adolescente autor de ato
sobre o local, dia e horário de funcionamento do infracional;
Conselho Tutelar, inclusive quanto à         VII - expedir notificações;
remuneração dos respectivos membros, aos         VIII - requisitar certidões de nascimento e de
quais é assegurado o direito a: óbito de criança ou adolescente quando
I - cobertura previdenciária; necessário;
II - gozo de férias anuais remuneradas,         IX - assessorar o Poder Executivo local na
acrescidas de 1/3 (um terço) do valor da elaboração da proposta orçamentária para planos
remuneração mensal; e programas de atendimento dos direitos da
III - licença-maternidade; criança e do adolescente;
IV - licença-paternidade;         X - representar, em nome da pessoa e da
família, contra a violação dos direitos previstos no
V - gratificação natalina.
art. 220, § 3º, inciso II, da Constituição Federal;
Parágrafo único.  Constará da lei
        XI - representar ao Ministério Público para
orçamentária municipal e da do Distrito Federal
efeito das ações de perda ou suspensão do poder
previsão dos recursos necessários ao
familiar, após esgotadas as possibilidades de
funcionamento do Conselho Tutelar e à
manutenção da criança ou do adolescente junto à
remuneração e formação continuada dos
família natural.
conselheiros tutelares.
        XII - promover e incentivar, na comunidade e
        Art. 135.  O exercício efetivo da função de
nos grupos profissionais, ações de divulgação e
conselheiro constituirá serviço público relevante e
treinamento para o reconhecimento de sintomas
estabelecerá presunção de idoneidade moral.
de maus-tratos em crianças e adolescentes.
Capítulo II
        Parágrafo único.  Se, no exercício de suas
Das Atribuições do Conselho atribuições, o Conselho Tutelar entender
        Art. 136. São atribuições do Conselho necessário o afastamento do convívio familiar,
Tutelar: comunicará incontinenti o fato ao Ministério
        I - atender as crianças e adolescentes nas Público, prestando-lhe informações sobre os
hipóteses previstas nos arts. 98 e 105, aplicando motivos de tal entendimento e as providências
as medidas previstas no art. 101, I a VII; tomadas para a orientação, o apoio e a promoção
        II - atender e aconselhar os pais ou social da família.
responsável, aplicando as medidas previstas no         Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar
art. 129, I a VII; somente poderão ser revistas pela autoridade
        III - promover a execução de suas decisões, judiciária a pedido de quem tenha legítimo
podendo para tanto: interesse.
Capítulo III
Da Competência         § 2º As ações judiciais da competência da
        Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a Justiça da Infância e da Juventude são isentas de
regra de competência constante do art. 147. custas e emolumentos, ressalvada a hipótese de
litigância de má-fé.
Capítulo IV
        Art. 142. Os menores de dezesseis anos
Da Escolha dos Conselheiros
serão representados e os maiores de dezesseis e
        Art. 139. O processo para a escolha dos menores de vinte e um anos assistidos por seus
membros do Conselho Tutelar será estabelecido pais, tutores ou curadores, na forma da legislação
em lei municipal e realizado sob a civil ou processual.
responsabilidade do Conselho Municipal dos
        Parágrafo único. A autoridade judiciária dará
Direitos da Criança e do Adolescente, e a
curador especial à criança ou adolescente,
fiscalização do Ministério Público.
sempre que os interesses destes colidirem com
§ 1o  O processo de escolha dos membros os de seus pais ou responsável, ou quando
do Conselho Tutelar ocorrerá em data unificada carecer de representação ou assistência legal
em todo o território nacional a cada 4 (quatro) ainda que eventual.
anos, no primeiro domingo do mês de outubro do
        Art. 143. E vedada a divulgação de atos
ano subsequente ao da eleição presidencial.
judiciais, policiais e administrativos que digam
§ 2o  A posse dos conselheiros tutelares respeito a crianças e adolescentes a que se
ocorrerá no dia 10 de janeiro do ano subsequente atribua autoria de ato infracional.
ao processo de escolha.
       Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito
§ 3o  No processo de escolha dos membros do fato não poderá identificar a criança ou
do Conselho Tutelar, é vedado ao candidato doar, adolescente, vedando-se fotografia, referência a
oferecer, prometer ou entregar ao eleitor bem ou nome, apelido, filiação, parentesco, residência e,
vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive inclusive, iniciais do nome e sobrenome.
brindes de pequeno valor.
        Art. 144. A expedição de cópia ou certidão
de atos a que se refere o artigo anterior somente
Capítulo V será deferida pela autoridade judiciária
Dos Impedimentos competente, se demonstrado o interesse e
        Art. 140. São impedidos de servir no mesmo justificada a finalidade.
Conselho marido e mulher, ascendentes e Capítulo II
descendentes, sogro e genro ou nora, irmãos, Da Justiça da Infância e da Juventude
cunhados, durante o cunhadio, tio e sobrinho, Seção I
padrasto ou madrasta e enteado.
Disposições Gerais
        Parágrafo único. Estende-se o impedimento
        Art. 145. Os estados e o Distrito Federal
do conselheiro, na forma deste artigo, em relação
poderão criar varas especializadas e exclusivas
à autoridade judiciária e ao representante do
da infância e da juventude, cabendo ao Poder
Ministério Público com atuação na Justiça da
Judiciário estabelecer sua proporcionalidade por
Infância e da Juventude, em exercício na
número de habitantes, dotá-las de infra-estrutura
comarca, foro regional ou distrital.
e dispor sobre o atendimento, inclusive em
Título VI plantões.
Do Acesso à Justiça Seção II
Capítulo I Do Juiz
Disposições Gerais         Art. 146. A autoridade a que se refere esta
        Art. 141. É garantido o acesso de toda Lei é o Juiz da Infância e da Juventude, ou o juiz
criança ou adolescente à Defensoria Pública, ao que exerce essa função, na forma da lei de
Ministério Público e ao Poder Judiciário, por organização judiciária local.
qualquer de seus órgãos.         Art. 147. A competência será determinada:
        § 1º. A assistência judiciária gratuita será         I - pelo domicílio dos pais ou responsável;
prestada aos que dela necessitarem, através de
defensor público ou advogado nomeado.
        II - pelo lugar onde se encontre a criança ou         c) suprir a capacidade ou o consentimento
adolescente, à falta dos pais ou responsável. para o casamento;
        § 1º. Nos casos de ato infracional, será         d) conhecer de pedidos baseados em
competente a autoridade do lugar da ação ou discordância paterna ou materna, em relação ao
omissão, observadas as regras de conexão, exercício do poder familiar;
continência e prevenção.         e) conceder a emancipação, nos termos da
        § 2º A execução das medidas poderá ser lei civil, quando faltarem os pais;
delegada à autoridade competente da residência         f) designar curador especial em casos de
dos pais ou responsável, ou do local onde sediar- apresentação de queixa ou representação, ou de
se a entidade que abrigar a criança ou outros procedimentos judiciais ou extrajudiciais
adolescente. em que haja interesses de criança ou
        § 3º Em caso de infração cometida através adolescente;
de transmissão simultânea de rádio ou televisão,         g) conhecer de ações de alimentos;
que atinja mais de uma comarca, será
        h) determinar o cancelamento, a retificação e
competente, para aplicação da penalidade, a
o suprimento dos registros de nascimento e óbito.
autoridade judiciária do local da sede estadual da
emissora ou rede, tendo a sentença eficácia para         Art. 149. Compete à autoridade judiciária
todas as transmissoras ou retransmissoras do disciplinar, através de portaria, ou autorizar,
respectivo estado. mediante alvará:

        Art. 148. A Justiça da Infância e da         I - a entrada e permanência de criança ou


Juventude é competente para: adolescente, desacompanhado dos pais ou
responsável, em:
        I - conhecer de representações promovidas
pelo Ministério Público, para apuração de ato         a) estádio, ginásio e campo desportivo;
infracional atribuído a adolescente, aplicando as         b) bailes ou promoções dançantes;
medidas cabíveis;         c) boate ou congêneres;
        II - conceder a remissão, como forma de         d) casa que explore comercialmente
suspensão ou extinção do processo; diversões eletrônicas;
        III - conhecer de pedidos de adoção e seus         e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio
incidentes; e televisão.
        IV - conhecer de ações civis fundadas em         II - a participação de criança e adolescente
interesses individuais, difusos ou coletivos afetos em:
à criança e ao adolescente, observado o disposto         a) espetáculos públicos e seus ensaios;
no art. 209;
        b) certames de beleza.
        V - conhecer de ações decorrentes de
        § 1º Para os fins do disposto neste artigo, a
irregularidades em entidades de atendimento,
autoridade judiciária levará em conta, dentre
aplicando as medidas      cabíveis;
outros fatores:
        VI - aplicar penalidades administrativas nos
        a) os princípios desta Lei;
casos de infrações contra norma de proteção à
criança ou     adolescente;         b) as peculiaridades locais;
        VII - conhecer de casos encaminhados pelo         c) a existência de instalações adequadas;
Conselho Tutelar, aplicando as medidas cabíveis.         d) o tipo de frequência habitual ao local;
        Parágrafo único. Quando se tratar de criança         e) a adequação do ambiente a eventual
ou adolescente nas hipóteses do art. 98, é participação ou freqüência de crianças e
também competente a Justiça da Infância e da adolescentes;
Juventude para o fim de:         f) a natureza do espetáculo.
        a) conhecer de pedidos de guarda e tutela;         § 2º As medidas adotadas na conformidade
        b) conhecer de ações de destituição deste artigo deverão ser fundamentadas, caso a
do poder familiar, perda ou modificação da tutela caso, vedadas as determinações de caráter geral.
ou guarda;
Seção III         Parágrafo único.  O disposto neste artigo
Dos Serviços Auxiliares não se aplica para o fim de afastamento da
criança ou do adolescente de sua família de
        Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na
origem e em outros procedimentos
elaboração de sua proposta orçamentária, prever
necessariamente contenciosos.
recursos para manutenção de equipe
interprofissional, destinada a assessorar a Justiça         Art. 154. Aplica-se às multas o disposto no
da Infância e da Juventude. art. 214.
        Art. 151. Compete à equipe interprofissional Seção II
dentre outras atribuições que lhe forem Da Perda e da Suspensão do Poder Familiar
reservadas pela legislação local, fornecer Art. 155. O procedimento para a perda ou a
subsídios por escrito, mediante laudos, ou suspensão do poder familiar terá início por
verbalmente, na audiência, e bem assim provocação do Ministério Público ou de quem
desenvolver trabalhos de aconselhamento, tenha legítimo interesse.
orientação, encaminhamento, prevenção e outros,
        Art. 156. A petição inicial indicará:
tudo sob a imediata subordinação à autoridade
judiciária, assegurada a livre manifestação do         I - a autoridade judiciária a que for dirigida;
ponto de vista técnico.         II - o nome, o estado civil, a profissão e a
Parágrafo único.  Na ausência ou residência do requerente e do requerido,
insuficiência de servidores públicos integrantes do dispensada a qualificação em se tratando de
Poder Judiciário responsáveis pela realização dos pedido formulado por representante do Ministério
estudos psicossociais ou de quaisquer outras Público;
espécies de avaliações técnicas exigidas por esta         III - a exposição sumária do fato e o pedido;
Lei ou por determinação judicial, a autoridade         IV - as provas que serão produzidas,
judiciária poderá proceder à nomeação de perito, oferecendo, desde logo, o rol de testemunhas e
nos termos do art. 156 da Lei no 13.105, de 16 de documentos.
março de 2015 (Código de Processo Civil).           Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a
Capítulo III autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público,
Dos Procedimentos decretar a suspensão do poder familiar, liminar ou
Seção I incidentalmente, até o julgamento definitivo da
causa, ficando a criança ou adolescente confiado
Disposições Gerais
a pessoa idônea, mediante termo de
        Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta responsabilidade.
Lei aplicam-se subsidiariamente as normas gerais
§ 1o  Recebida a petição inicial, a
previstas na legislação processual pertinente. autoridade judiciária determinará,
§ 1º É assegurada, sob pena de concomitantemente ao despacho de citação e
responsabilidade, prioridade absoluta na independentemente de requerimento do
tramitação dos processos e procedimentos interessado, a realização de estudo social ou
previstos nesta Lei, assim como na execução dos perícia por equipe interprofissional ou
atos e diligências judiciais a eles referentes. multidisciplinar para comprovar a presença de
§ 2º  Os prazos estabelecidos nesta Lei e uma das causas de suspensão ou destituição do
aplicáveis aos seus procedimentos são contados poder familiar, ressalvado o disposto no § 10 do
em dias corridos, excluído o dia do começo e art. 101 desta Lei, e observada a Lei    no 13.431,
incluído o dia do vencimento, vedado o prazo em de 4 de abril de 2017.
dobro para a Fazenda Pública e o Ministério § 2o  Em sendo os pais oriundos de
Público. comunidades indígenas, é ainda obrigatória a
        Art. 153. Se a medida judicial a ser adotada intervenção, junto à equipe interprofissional ou
multidisciplinar referida no § 1 o deste artigo, de
não corresponder a procedimento previsto nesta
representantes do órgão federal responsável pela
ou em outra lei, a autoridade judiciária poderá política indigenista, observado o disposto no §
investigar os fatos e ordenar de ofício as 6o do art. 28 desta Lei.
providências necessárias, ouvido o Ministério         Art. 158. O requerido será citado para, no
Público. prazo de dez dias, oferecer resposta escrita,
indicando as provas a serem produzidas e
oferecendo desde logo o rol de testemunhas e         § 3o  Se o pedido importar em modificação
documentos. de guarda, será obrigatória, desde que possível e
§ 1o A citação será pessoal, salvo se razoável, a oitiva da criança ou adolescente,
esgotados todos os meios para sua realização. respeitado seu estágio de desenvolvimento e
grau de compreensão sobre as implicações da
§ 2o O requerido privado de liberdade
medida.
deverá ser citado pessoalmente.
       § 4º  É obrigatória a oitiva dos pais sempre
§ 3o  Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial
de justiça houver procurado o citando em seu que eles forem identificados e estiverem em local
domicílio ou residência sem o encontrar, deverá, conhecido, ressalvados os casos de não
havendo suspeita de ocultação, informar qualquer comparecimento perante a Justiça quando
pessoa da família ou, em sua falta, qualquer devidamente citados.
vizinho do dia útil em que voltará a fim de efetuar
        § 5o Se o pai ou a mãe estiverem privados
a citação, na hora que designar, nos termos
do art. 252 e seguintes da Lei n o 13.105, de 16 de de liberdade, a autoridade judicial requisitará sua
março de 2015 (Código de Processo Civil).      apresentação para a oitiva.
§ 4o  Na hipótese de os genitores         Art. 162. Apresentada a resposta, a
encontrarem-se em local incerto ou não sabido, autoridade judiciária dará vista dos autos ao
serão citados por edital no prazo de 10 (dez) dias, Ministério Público, por cinco dias, salvo quando
em publicação única, dispensado o envio de este for o requerente, designando, desde logo,
ofícios para a localização.
audiência de instrução e julgamento.
        Art. 159. Se o requerido não tiver
       § 1º (Revogado).           
possibilidade de constituir advogado, sem
prejuízo do próprio sustento e de sua família, § 2o Na audiência, presentes as partes e o
poderá requerer, em cartório, que lhe seja Ministério Público, serão ouvidas as testemunhas,
colhendo-se oralmente o parecer técnico, salvo
nomeado dativo, ao qual incumbirá a
quando apresentado por escrito, manifestando-se
apresentação de resposta, contando-se o prazo a sucessivamente o requerente, o requerido e o
partir da intimação do despacho de nomeação. Ministério Público, pelo tempo de 20 (vinte)
        Parágrafo único.  Na hipótese de requerido minutos cada um, prorrogável por mais 10 (dez)
privado de liberdade, o oficial de justiça deverá minutos.
perguntar, no momento da citação pessoal, se § 3o  A decisão será proferida na audiência,
deseja que lhe seja nomeado defensor. podendo a autoridade judiciária,
excepcionalmente, designar data para sua leitura
        Art. 160. Sendo necessário, a autoridade no prazo máximo de 5 (cinco) dias.
judiciária requisitará de qualquer repartição ou § 4o  Quando o procedimento de destituição
órgão público a apresentação de documento que de poder familiar for iniciado pelo Ministério
interesse à causa, de ofício ou a requerimento Público, não haverá necessidade de nomeação
das partes ou do Ministério Público. de curador especial em favor da criança ou
adolescente.
       Art. 161.  Se não for contestado o pedido e
        Art. 163.  O prazo máximo para conclusão
tiver sido concluído o estudo social ou a perícia
do procedimento será de 120 (cento e vinte) dias,
realizada por equipe interprofissional ou
e caberá ao juiz, no caso de notória inviabilidade
multidisciplinar, a autoridade judiciária dará vista
de manutenção do poder familiar, dirigir esforços
dos autos ao Ministério Público, por 5 (cinco)
para preparar a criança ou o adolescente com
dias, salvo quando este for o requerente, e
vistas à colocação em família substituta.
decidirá em igual prazo.
        Parágrafo único.  A sentença que decretar a
        § 1º  A autoridade judiciária, de ofício ou a
perda ou a suspensão do poder familiar será
requerimento das partes ou do Ministério Público,
averbada à margem do registro de nascimento da
determinará a oitiva de testemunhas que
criança ou do adolescente.
comprovem a presença de uma das causas de
suspensão ou destituição do poder familiar Seção III
previstas nos arts. 1.637 e 1.638 da Lei n o 10.406, Da Destituição da Tutela
de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), ou no art.         Art. 164. Na destituição da tutela, observar-
24 desta Lei. se-á o procedimento para a remoção de tutor
       § 2o (Revogado).         
previsto na lei processual civil e, no que couber, o        § 4o  O consentimento prestado por escrito
disposto na seção anterior. não terá validade se não for ratificado na
Seção IV audiência a que se refere o § 1o deste artigo.
Da Colocação em Família Substituta        § 5o  O consentimento é retratável até a data
da realização da audiência especificada no §
        Art. 165. São requisitos para a concessão de
1o deste artigo, e os pais podem exercer o
pedidos de colocação em família substituta:
arrependimento no prazo de 10 (dez) dias,
        I - qualificação completa do requerente e de contado da data de prolação da sentença de
seu eventual cônjuge, ou companheiro, com extinção do poder familiar.
expressa anuência deste;
        § 6o  O consentimento somente terá valor se
        II - indicação de eventual parentesco do for dado após o nascimento da criança.
requerente e de seu cônjuge, ou companheiro,
       § 7o  A família natural e a família substituta
com a criança ou adolescente, especificando se
receberão a devida orientação por intermédio de
tem ou não parente vivo;
equipe técnica interprofissional a serviço da
        III - qualificação completa da criança ou Justiça da Infância e da Juventude,
adolescente e de seus pais, se conhecidos; preferencialmente com apoio dos técnicos
        IV - indicação do cartório onde foi inscrito responsáveis pela execução da política municipal
nascimento, anexando, se possível, uma cópia da de garantia do direito à convivência familiar.
respectiva certidão;         Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou
        V - declaração sobre a existência de bens, a requerimento das partes ou do Ministério
direitos ou rendimentos relativos à criança ou ao Público, determinará a realização de estudo
adolescente. social ou, se possível, perícia por equipe
        Parágrafo único. Em se tratando de adoção, interprofissional, decidindo sobre a concessão de
observar-se-ão também os requisitos específicos. guarda provisória, bem como, no caso de adoção,
 Art. 166.  Se os pais forem falecidos, tiverem sobre o estágio de convivência.
sido destituídos ou suspensos do poder familiar,         Parágrafo único.  Deferida a concessão da
ou houverem aderido expressamente ao pedido guarda provisória ou do estágio de convivência, a
de colocação em família substituta, este poderá criança ou o adolescente será entregue ao
ser formulado diretamente em cartório, em interessado, mediante termo de responsabilidade.
petição assinada pelos próprios requerentes,         Art. 168. Apresentado o relatório social ou o
dispensada a assistência de advogado. laudo pericial, e ouvida, sempre que possível, a
§ 1o  Na hipótese de concordância dos pais, criança ou o adolescente, dar-se-á vista dos
o juiz: autos ao Ministério Público, pelo prazo de cinco
I - na presença do Ministério Público, ouvirá dias, decidindo a autoridade judiciária em igual
as partes, devidamente assistidas por advogado prazo.
ou por defensor público, para verificar sua         Art. 169. Nas hipóteses em que a destituição
concordância com a adoção, no prazo máximo de
10 (dez) dias, contado da data do protocolo da da tutela, a perda ou a suspensão do poder
petição ou da entrega da criança em juízo, familiar constituir pressuposto lógico da medida
tomando por termo as declarações; e principal de colocação em família substituta, será
II - declarará a extinção do poder familiar. observado o procedimento contraditório previsto
        § 2o  O consentimento dos titulares do poder nas Seções II e III deste Capítulo.
familiar será precedido de orientações e         Parágrafo único. A perda ou a modificação
esclarecimentos prestados pela equipe da guarda poderá ser decretada nos mesmos
interprofissional da Justiça da Infância e da autos do procedimento, observado o disposto no
Juventude, em especial, no caso de adoção, art. 35.
sobre a irrevogabilidade da medida.         Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela,
       § 3o  São garantidos a livre manifestação de observar-se-á o disposto no art. 32, e, quanto à
vontade dos detentores do poder familiar e o adoção, o contido no art. 47.
direito ao sigilo das informações.         Parágrafo único.  A colocação de criança ou
adolescente sob a guarda de pessoa inscrita em
programa de acolhimento familiar será Público, juntamente com cópia do auto de
comunicada pela autoridade judiciária à entidade apreensão ou boletim de ocorrência.
por este responsável no prazo máximo de 5         § 1º Sendo impossível a apresentação
(cinco) dias. imediata, a autoridade policial encaminhará o
Seção V adolescente à entidade de atendimento, que fará
Da Apuração de Ato Infracional Atribuído a a apresentação ao representante do Ministério
Adolescente Público no prazo de vinte e quatro horas.
        Art. 171. O adolescente apreendido por força         § 2º Nas localidades onde não houver
de ordem judicial será, desde logo, encaminhado entidade de atendimento, a apresentação far-se-á
à autoridade judiciária. pela autoridade policial. À falta de repartição
policial especializada, o adolescente aguardará a
        Art. 172. O adolescente apreendido em
apresentação em dependência separada da
flagrante de ato infracional será, desde logo,
destinada a maiores, não podendo, em qualquer
encaminhado à autoridade policial competente.
hipótese, exceder o prazo referido no parágrafo
        Parágrafo único. Havendo repartição policial anterior.
especializada para atendimento de adolescente e
        Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a
em se tratando de ato infracional praticado em co-
autoridade policial encaminhará imediatamente
autoria com maior, prevalecerá a atribuição da
ao representante do Ministério Público cópia do
repartição especializada, que, após as
auto de apreensão ou boletim de ocorrência.
providências necessárias e conforme o caso,
encaminhará o adulto à repartição policial própria.         Art. 177. Se, afastada a hipótese de
flagrante, houver indícios de participação de
        Art. 173. Em caso de flagrante de ato
adolescente na prática de ato infracional, a
infracional cometido mediante violência ou grave
autoridade policial encaminhará ao representante
ameaça a pessoa, a autoridade policial, sem
do Ministério Público relatório das investigações
prejuízo do disposto nos arts. 106, parágrafo
e     demais documentos.
único, e 107, deverá:
        Art. 178. O adolescente a quem se atribua
        I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as
autoria de ato infracional não poderá ser
testemunhas e o adolescente;
conduzido ou transportado em compartimento
        II - apreender o produto e os instrumentos da fechado de veículo policial, em condições
infração; atentatórias à sua dignidade, ou que impliquem
        III - requisitar os exames ou perícias risco à sua integridade física ou mental, sob pena
necessários à comprovação da materialidade e de responsabilidade.
autoria da infração.         Art. 179. Apresentado o adolescente, o
        Parágrafo único. Nas demais hipóteses de representante do Ministério Público, no mesmo
flagrante, a lavratura do auto poderá ser dia e à vista do auto de apreensão, boletim de
substituída por boletim de ocorrência ocorrência ou relatório policial, devidamente
circunstanciada. autuados pelo cartório judicial e com informação
        Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais sobre os antecedentes do adolescente, procederá
ou responsável, o adolescente será prontamente imediata e informalmente à sua oitiva e, em
liberado pela autoridade policial, sob termo de sendo possível, de seus pais ou responsável,
compromisso e responsabilidade de sua vítima e testemunhas.
apresentação ao representante do Ministério         Parágrafo único. Em caso de não
Público, no mesmo dia ou, sendo impossível, no apresentação, o representante do Ministério
primeiro dia útil imediato, exceto quando, pela Público notificará os pais ou responsável para
gravidade do ato infracional e sua repercussão apresentação do adolescente, podendo requisitar
social, deva o adolescente permanecer sob o concurso das polícias civil e militar.
internação para garantia de sua segurança         Art. 180. Adotadas as providências a que
pessoal ou manutenção da ordem pública. alude o artigo anterior, o representante do
        Art. 175. Em caso de não liberação, a Ministério Público poderá:
autoridade policial encaminhará, desde logo, o         I - promover o arquivamento dos autos;
adolescente ao representante do Ministério
        II - conceder a remissão;         § 2º Se os pais ou responsável não forem
        III - representar à autoridade judiciária para localizados, a autoridade judiciária dará curador
aplicação de medida sócio-educativa. especial ao adolescente.
        Art. 181. Promovido o arquivamento dos         § 3º Não sendo localizado o adolescente, a
autos ou concedida a remissão pelo autoridade judiciária expedirá mandado de busca
representante do Ministério Público, mediante e apreensão, determinando o sobrestamento do
termo fundamentado, que conterá o resumo dos feito, até a efetiva apresentação.
fatos, os autos serão conclusos à autoridade         § 4º Estando o adolescente internado, será
judiciária para homologação. requisitada a sua apresentação, sem prejuízo da
        § 1º Homologado o arquivamento ou a notificação dos pais ou responsável.
remissão, a autoridade judiciária determinará,         Art. 185. A internação, decretada ou mantida
conforme o caso, o cumprimento da medida. pela autoridade judiciária, não poderá ser
        § 2º Discordando, a autoridade judiciária fará cumprida em estabelecimento prisional.
remessa dos autos ao Procurador-Geral de         § 1º Inexistindo na comarca entidade com as
Justiça, mediante despacho fundamentado, e características definidas no art. 123, o
este oferecerá representação, designará outro adolescente deverá ser imediatamente transferido
membro do Ministério Público para apresentá-la, para a localidade mais próxima.
ou ratificará o arquivamento ou a remissão, que         § 2º Sendo impossível a pronta
só então estará a autoridade judiciária obrigada a transferência, o adolescente aguardará sua
homologar. remoção em repartição policial, desde que em
        Art. 182. Se, por qualquer razão, o seção isolada dos adultos e com instalações
representante do Ministério Público não promover apropriadas, não podendo ultrapassar o prazo
o arquivamento ou conceder a remissão, máximo de cinco dias, sob pena de
oferecerá representação à autoridade judiciária, responsabilidade.
propondo a instauração de procedimento para         Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus
aplicação da medida sócio-educativa que se pais ou responsável, a autoridade judiciária
afigurar a mais adequada. procederá à oitiva dos mesmos, podendo solicitar
        § 1º A representação será oferecida por opinião de profissional qualificado.
petição, que conterá o breve resumo dos fatos e a         § 1º Se a autoridade judiciária entender
classificação do ato infracional e, quando adequada a remissão, ouvirá o representante do
necessário, o rol de testemunhas, podendo ser Ministério Público, proferindo decisão.
deduzida oralmente, em sessão diária instalada
        § 2º Sendo o fato grave, passível de
pela autoridade judiciária.
aplicação de medida de internação ou colocação
        § 2º A representação independe de prova em regime de semi-liberdade, a autoridade
pré-constituída da autoria e materialidade. judiciária, verificando que o adolescente não
        Art. 183. O prazo máximo e improrrogável possui advogado constituído, nomeará defensor,
para a conclusão do procedimento, estando o designando, desde logo, audiência em
adolescente internado provisoriamente, será de continuação, podendo determinar a realização de
quarenta e cinco dias. diligências e estudo do caso.
        Art. 184. Oferecida a representação, a         § 3º O advogado constituído ou o defensor
autoridade judiciária designará audiência de nomeado, no prazo de três dias contado da
apresentação do adolescente, decidindo, desde audiência de apresentação, oferecerá defesa
logo, sobre a decretação ou manutenção da prévia e rol de testemunhas.
internação, observado o disposto no art. 108 e         § 4º Na audiência em continuação, ouvidas
parágrafo. as testemunhas arroladas na representação e na
        § 1º O adolescente e seus pais ou defesa prévia, cumpridas as diligências e juntado
responsável serão cientificados do teor da o relatório da equipe interprofissional, será dada a
representação, e notificados a comparecer à palavra ao representante do Ministério Público e
audiência, acompanhados de advogado. ao defensor, sucessivamente, pelo tempo de vinte
minutos para cada um, prorrogável por mais dez,
a critério da autoridade judiciária, que em seguida II – dar-se-á mediante requerimento do
proferirá decisão. Ministério Público ou representação de delegado
de polícia e conterá a demonstração de sua
        Art. 187. Se o adolescente, devidamente
necessidade, o alcance das tarefas dos policiais,
notificado, não comparecer, injustificadamente à os nomes ou apelidos das pessoas investigadas
audiência de apresentação, a autoridade e, quando possível, os dados de conexão ou
judiciária designará nova data, determinando sua cadastrais que permitam a identificação dessas
condução coercitiva. pessoas;
        Art. 188. A remissão, como forma de III – não poderá exceder o prazo de 90
(noventa) dias, sem prejuízo de eventuais
extinção ou suspensão do processo, poderá ser
renovações, desde que o total não exceda a 720
aplicada em qualquer fase do procedimento, (setecentos e vinte) dias e seja demonstrada sua
antes da sentença. efetiva necessidade, a critério da autoridade
        Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará judicial.
qualquer medida, desde que reconheça na § 1º A autoridade judicial e o Ministério
sentença: Público poderão requisitar relatórios parciais da
operação de infiltração antes do término do prazo
        I - estar provada a inexistência do fato; de que trata o inciso II do § 1º deste artigo.
        II - não haver prova da existência do fato; § 2º Para efeitos do disposto no inciso I do
        III - não constituir o fato ato infracional; § 1º deste artigo, consideram-se:
        IV - não existir prova de ter o adolescente I – dados de conexão: informações
referentes a hora, data, início, término, duração,
concorrido para o ato infracional.
endereço de Protocolo de Internet (IP) utilizado e
        Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, terminal de origem da conexão;
estando o adolescente internado, será II – dados cadastrais: informações
imediatamente colocado em liberdade. referentes a nome e endereço de assinante ou de
        Art. 190. A intimação da sentença que usuário registrado ou autenticado para a conexão
a quem endereço de IP, identificação de usuário
aplicar medida de internação ou regime de semi-
ou código de acesso tenha sido atribuído no
liberdade será feita: momento da conexão. 
        I - ao adolescente e ao seu defensor; § 3º A infiltração de agentes de polícia na
        II - quando não for encontrado o internet não será admitida se a prova puder ser
adolescente, a seus pais ou responsável, sem obtida por outros meios.
prejuízo do defensor.  Art. 190-B. As informações da operação de
infiltração serão encaminhadas diretamente ao
        § 1º Sendo outra a medida aplicada, a juiz responsável pela autorização da medida, que
intimação far-se-á unicamente na pessoa do zelará por seu sigilo.
defensor. Parágrafo único. Antes da conclusão da
        § 2º Recaindo a intimação na pessoa do operação, o acesso aos autos será reservado ao
adolescente, deverá este manifestar se deseja ou juiz, ao Ministério Público e ao delegado de
não recorrer da sentença. polícia responsável pela operação, com o objetivo
de garantir o sigilo das investigações.
Seção V-A
Art. 190-C. Não comete crime o policial que
Da Infiltração de Agentes de Polícia para a
oculta a sua identidade para, por meio da internet,
Investigação de Crimes contra a Dignidade
colher indícios de autoria e materialidade dos
Sexual de Criança e de Adolescente”
crimes previstos nos arts. 240, 241, 241-A, 241-
Art. 190-A. A infiltração de agentes de B, 241-C e 241-D desta Lei e nos arts. 154-
polícia na internet com o fim de investigar os A, 217-A, 218, 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº
crimes previstos nos arts. 240, 241, 241-A, 241- 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal).
B, 241-C e 241-D desta Lei e nos arts. 154-
Parágrafo único. O agente policial infiltrado
A, 217-A, 218,218-A e 218-B do Decreto-Lei nº
que deixar de observar a estrita finalidade da
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal),
investigação responderá pelos excessos
obedecerá às seguintes regras:
praticados.
I – será precedida de autorização judicial
Art. 190-D. Os órgãos de registro e cadastro
devidamente circunstanciada e fundamentada,
público poderão incluir nos bancos de dados
que estabelecerá os limites da infiltração para
próprios, mediante procedimento sigiloso e
obtenção de prova, ouvido o Ministério Público;
requisição da autoridade judicial, as informações
necessárias à efetividade da identidade fictícia Satisfeitas as exigências, o processo será extinto,
criada. sem julgamento de mérito.
Parágrafo único. O procedimento sigiloso         § 4º A multa e a advertência serão impostas
de que trata esta Seção será numerado e
ao dirigente da entidade ou programa de
tombado em livro específico.
atendimento.
Art. 190-E. Concluída a investigação, todos
os atos eletrônicos praticados durante a operação Seção VII
deverão ser registrados, gravados, armazenados Da Apuração de Infração Administrativa às
e encaminhados ao juiz e ao Ministério Público, Normas de Proteção à Criança e ao
juntamente com relatório circunstanciado.
Adolescente
Parágrafo único. Os atos eletrônicos
registrados citados no caput deste artigo serão         Art. 194. O procedimento para imposição de
reunidos em autos apartados e apensados ao penalidade administrativa por infração às normas
processo criminal juntamente com o inquérito de proteção à criança e ao adolescente terá início
policial, assegurando-se a preservação da por representação do Ministério Público, ou do
identidade do agente policial infiltrado e a Conselho Tutelar, ou auto de infração elaborado
intimidade das crianças e dos adolescentes por servidor efetivo ou voluntário credenciado, e
envolvidos.
assinado por duas testemunhas, se possível.
Seção VI
        § 1º No procedimento iniciado com o auto de
Da Apuração de Irregularidades em Entidade infração, poderão ser usadas fórmulas impressas,
de Atendimento especificando-se a natureza e as circunstâncias
        Art. 191. O procedimento de apuração de da infração.
irregularidades em entidade governamental e         § 2º Sempre que possível, à verificação da
não-governamental terá início mediante portaria infração seguir-se-á a lavratura do auto,
da autoridade judiciária ou representação do certificando-se, em caso contrário, dos motivos do
Ministério Público ou do Conselho Tutelar, onde retardamento.
conste, necessariamente, resumo dos fatos.
        Art. 195. O requerido terá prazo de dez dias
        Parágrafo único. Havendo motivo grave, para apresentação de defesa, contado da data da
poderá a autoridade judiciária, ouvido o Ministério intimação, que será feita:
Público, decretar liminarmente o afastamento
        I - pelo autuante, no próprio auto, quando
provisório do dirigente da entidade, mediante
este for lavrado na presença do requerido;
decisão fundamentada.
        II - por oficial de justiça ou funcionário
        Art. 192. O dirigente da entidade será citado
legalmente habilitado, que entregará cópia do
para, no prazo de dez dias, oferecer resposta
auto ou da representação ao requerido, ou a seu
escrita, podendo juntar documentos e indicar as
representante legal, lavrando certidão;
provas a produzir.
        III - por via postal, com aviso de
        Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e
recebimento, se não for encontrado o requerido
sendo necessário, a autoridade judiciária
ou seu representante legal;
designará audiência de instrução e julgamento,
intimando as partes.         IV - por edital, com prazo de trinta dias, se
incerto ou não sabido o paradeiro do requerido ou
        § 1º Salvo manifestação em audiência, as
de seu representante legal.
partes e o Ministério Público terão cinco dias para
oferecer alegações finais, decidindo a autoridade         Art. 196. Não sendo apresentada a defesa
judiciária em igual prazo. no prazo legal, a autoridade judiciária dará vista
dos autos do Ministério Público, por cinco dias,
        § 2º Em se tratando de afastamento
decidindo em igual prazo.
provisório ou definitivo de dirigente de entidade
governamental, a autoridade judiciária oficiará à         Art. 197. Apresentada a defesa, a autoridade
autoridade administrativa imediatamente superior judiciária procederá na conformidade do artigo
ao afastado, marcando prazo para a substituição. anterior, ou, sendo necessário, designará
audiência de instrução e julgamento.
        § 3º Antes de aplicar qualquer das medidas,
a autoridade judiciária poderá fixar prazo para a         Parágrafo único. Colhida a prova oral,
remoção das irregularidades verificadas. manifestar-se-ão sucessivamente o Ministério
Público e o procurador do requerido, pelo tempo apoio à adoção devidamente habilitados perante
de vinte minutos para cada um, prorrogável por a Justiça da Infância e da Juventude, que inclua
mais dez, a critério da autoridade judiciária, que preparação psicológica, orientação e estímulo à
em seguida proferirá sentença. adoção inter-racial, de crianças ou de
Seção VIII adolescentes com deficiência, com doenças
crônicas ou com necessidades específicas de
Da Habilitação de Pretendentes à Adoção
saúde, e de grupos de irmãos.
Art. 197-A.  Os postulantes à adoção,
§ 2o  Sempre que possível e recomendável,
domiciliados no Brasil, apresentarão petição
a etapa obrigatória da preparação referida no §
inicial na qual conste: 1o deste artigo incluirá o contato com crianças e
I - qualificação completa; adolescentes em regime de acolhimento familiar
ou institucional, a ser realizado sob orientação,
II - dados familiares;
supervisão e avaliação da equipe técnica da
III - cópias autenticadas de certidão de Justiça da Infância e da Juventude e dos grupos
nascimento ou casamento, ou declaração relativa de apoio à adoção, com apoio dos técnicos
ao período de união estável; responsáveis pelo programa de acolhimento
familiar e institucional e pela execução da política
IV - cópias da cédula de identidade e municipal de garantia do direito à convivência
inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas; familiar.
V - comprovante de renda e domicílio; § 3o  É recomendável que as crianças e os
VI - atestados de sanidade física e mental; adolescentes acolhidos institucionalmente ou por
família acolhedora sejam preparados por equipe
VII - certidão de antecedentes criminais; interprofissional antes da inclusão em família
VIII - certidão negativa de distribuição cível. adotiva.
Art. 197-B.  A autoridade judiciária, no Art. 197-D.  Certificada nos autos a
prazo de 48 (quarenta e oito) horas, dará vista conclusão da participação no programa referido
dos autos ao Ministério Público, que no prazo de no art. 197-C desta Lei, a autoridade judiciária, no
5 (cinco) dias poderá: prazo de 48 (quarenta e oito) horas, decidirá
acerca das diligências requeridas pelo Ministério
I - apresentar quesitos a serem
Público e determinará a juntada do estudo
respondidos pela equipe interprofissional
psicossocial, designando, conforme o caso,
encarregada de elaborar o estudo técnico a que
audiência de instrução e julgamento.
se refere o art. 197-C desta Lei;
Parágrafo único.  Caso não sejam
II - requerer a designação de audiência
requeridas diligências, ou sendo essas
para oitiva dos postulantes em juízo e
indeferidas, a autoridade judiciária determinará a
testemunhas;
juntada do estudo psicossocial, abrindo a seguir
III - requerer a juntada de documentos vista dos autos ao Ministério Público, por 5 (cinco)
complementares e a realização de outras dias, decidindo em igual prazo.
diligências que entender necessárias.
Art. 197-E.  Deferida a habilitação, o
Art. 197-C.  Intervirá no feito, postulante será inscrito nos cadastros referidos
obrigatoriamente, equipe interprofissional a no art. 50 desta Lei, sendo a sua convocação
serviço da Justiça da Infância e da Juventude, para a adoção feita de acordo com ordem
que deverá elaborar estudo psicossocial, que cronológica de habilitação e conforme a
conterá subsídios que permitam aferir a disponibilidade de crianças ou adolescentes
capacidade e o preparo dos postulantes para o adotáveis.
exercício de uma paternidade ou maternidade
§ 1o  A ordem cronológica das habilitações
responsável, à luz dos requisitos e princípios
somente poderá deixar de ser observada pela
desta Lei.
autoridade judiciária nas hipóteses previstas no §
§ 1o  É obrigatória a participação dos 13 do art. 50 desta Lei, quando comprovado ser
postulantes em programa oferecido pela Justiça essa a melhor solução no interesse do adotando.
da Infância e da Juventude, preferencialmente
§ 2o  A habilitação à adoção deverá ser
com apoio dos técnicos responsáveis pela
renovada no mínimo trienalmente mediante
execução da política municipal de garantia do avaliação por equipe interprofissional.
direito à convivência familiar e dos grupos de
§ 3o  Quando o adotante candidatar-se a do recorrente; se a reformar, a remessa dos autos
uma nova adoção, será dispensável a renovação dependerá de pedido expresso da parte
da habilitação, bastando a avaliação por equipe interessada ou do Ministério Público, no prazo de
interprofissional.
cinco dias, contados da intimação.
§ 4o  Após 3 (três) recusas injustificadas,
pelo habilitado, à adoção de crianças ou          Art. 199. Contra as decisões proferidas com
adolescentes indicados dentro do perfil escolhido, base no art. 149 caberá recurso de apelação.
haverá reavaliação da habilitação concedida. Art. 199-A.  A sentença que deferir a
§ 5o  A desistência do pretendente em adoção produz efeito desde logo, embora sujeita
relação à guarda para fins de adoção ou a a apelação, que será recebida exclusivamente no
devolução da criança ou do adolescente depois efeito devolutivo, salvo se se tratar de adoção
do trânsito em julgado da sentença de adoção
internacional ou se houver perigo de dano
importará na sua exclusão dos cadastros de
adoção e na vedação de renovação da irreparável ou de difícil reparação ao adotando.
habilitação, salvo decisão judicial fundamentada, Art. 199-B.  A sentença que destituir ambos
sem prejuízo das demais sanções previstas na ou qualquer dos genitores do poder familiar fica
legislação vigente.  sujeita a apelação, que deverá ser recebida
Art. 197-F.  O prazo máximo para apenas no efeito devolutivo.
conclusão da habilitação à adoção será de 120
(cento e vinte) dias, prorrogável por igual período, Art. 199-C.  Os recursos nos
mediante decisão fundamentada da autoridade procedimentos de adoção e de destituição de
judiciária. poder familiar, em face da relevância das
questões, serão processados com prioridade
Capítulo IV absoluta, devendo ser imediatamente
distribuídos, ficando vedado que aguardem, em
Dos Recursos
qualquer situação, oportuna distribuição, e serão
        Art. 198.  Nos procedimentos afetos à colocados em mesa para julgamento sem revisão
Justiça da Infância e da Juventude, inclusive os e com parecer urgente do Ministério Público.
relativos à execução das medidas
Art. 199-D.  O relator deverá colocar o
socioeducativas, adotar-se-á o sistema recursal
processo em mesa para julgamento no prazo
da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código
máximo de 60 (sessenta) dias, contado da sua
de Processo Civil), com as seguintes adaptações:
conclusão.
        I - os recursos serão interpostos
Parágrafo único.  O Ministério Público será
independentemente de preparo;
intimado da data do julgamento e poderá na
       II - em todos os recursos, salvo nos sessão, se entender necessário, apresentar
embargos de declaração, o prazo para o oralmente seu parecer.
Ministério Público e para a defesa será sempre de
Art. 199-E.  O Ministério Público poderá
10 (dez) dias;
requerer a instauração de procedimento para
        III - os recursos terão preferência de apuração de responsabilidades se constatar o
julgamento e dispensarão revisor; descumprimento das providências e do prazo
        IV -       Revogado      previstos nos artigos anteriores.
        V -        Revogado Capítulo V
        VI -       Revogado Do Ministério Público
        VII - antes de determinar a remessa dos         Art. 200. As funções do Ministério Público
autos à superior instância, no caso de apelação, previstas nesta Lei serão exercidas nos termos da
ou do instrumento, no caso de agravo, a respectiva lei     orgânica.
autoridade judiciária proferirá despacho         Art. 201. Compete ao Ministério Público:
fundamentado, mantendo ou reformando a
        I - conceder a remissão como forma de
decisão, no prazo de cinco dias;
exclusão do processo;
        VIII - mantida a decisão apelada ou
        II - promover e acompanhar os
agravada, o escrivão remeterá os autos ou o
procedimentos relativos às infrações atribuídas a
instrumento à superior instância dentro de vinte e
adolescentes;
quatro horas, independentemente de novo pedido
        III - promover e acompanhar as ações de prejuízo da promoção da responsabilidade civil e
alimentos e os procedimentos de suspensão e penal do infrator, quando cabível;
destituição do poder familiar, nomeação e         XI - inspecionar as entidades públicas e
remoção de tutores, curadores e guardiães, bem particulares de atendimento e os programas de
como oficiar em todos os demais procedimentos que trata esta Lei, adotando de pronto as
da competência da Justiça da Infância e da medidas administrativas ou judiciais necessárias
Juventude; à remoção de irregularidades porventura
        IV - promover, de ofício ou por solicitação verificadas;
dos interessados, a especialização e a inscrição         XII - requisitar força policial, bem como a
de hipoteca legal e a prestação de contas dos colaboração dos serviços médicos, hospitalares,
tutores, curadores e quaisquer administradores educacionais e de assistência social, públicos ou
de bens de crianças e adolescentes nas privados, para o desempenho de suas
hipóteses do art. 98; atribuições.
        V - promover o inquérito civil e a ação civil         § 1º A legitimação do Ministério Público para
pública para a proteção dos interesses as ações cíveis previstas neste artigo não impede
individuais, difusos ou coletivos relativos à a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo
infância e à adolescência, inclusive os definidos dispuserem a Constituição e esta Lei.
no art. 220, § 3º inciso II, da Constituição Federal;
        § 2º As atribuições constantes deste artigo
        VI - instaurar procedimentos administrativos não excluem outras, desde que compatíveis com
e, para instruí-los: a finalidade do Ministério Público.
        a) expedir notificações para colher         § 3º O representante do Ministério Público,
depoimentos ou esclarecimentos e, em caso de no exercício de suas funções, terá livre acesso a
não comparecimento injustificado, requisitar todo local onde se encontre criança ou
condução coercitiva, inclusive pela polícia civil ou adolescente.
militar;
        § 4º O representante do Ministério Público
        b) requisitar informações, exames, perícias e será responsável pelo uso indevido das
documentos de autoridades municipais, estaduais informações e documentos que requisitar, nas
e federais, da administração direta ou indireta, hipóteses legais de sigilo.
bem como promover inspeções e diligências
        § 5º Para o exercício da atribuição de que
investigatórias;
trata o inciso VIII deste artigo, poderá o
        c) requisitar informações e documentos a representante do Ministério Público:
particulares e instituições privadas;
        a) reduzir a termo as declarações do
        VII - instaurar sindicâncias, requisitar reclamante, instaurando o competente
diligências investigatórias e determinar a procedimento, sob sua presidência;
instauração de inquérito policial, para apuração
        b) entender-se diretamente com a pessoa ou
de ilícitos ou infrações às normas de proteção à
autoridade reclamada, em dia, local e horário
infância e à juventude;
previamente notificados ou acertados;
        VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e
        c) efetuar recomendações visando à
garantias legais assegurados às crianças e
melhoria dos serviços públicos e de relevância
adolescentes, promovendo as medidas judiciais e
pública afetos à criança e ao adolescente, fixando
extrajudiciais cabíveis;
prazo razoável para sua perfeita adequação.
        IX - impetrar mandado de segurança, de
        Art. 202. Nos processos e procedimentos em
injunção e habeas corpus, em qualquer juízo,
que não for parte, atuará obrigatoriamente o
instância ou tribunal, na defesa dos interesses
Ministério Público na defesa dos direitos e
sociais e individuais indisponíveis afetos à criança
interesses de que cuida esta Lei, hipótese em que
e ao adolescente;
terá vista dos autos depois das partes, podendo
        X - representar ao juízo visando à aplicação juntar documentos e requerer diligências, usando
de penalidade por infrações cometidas contra as os recursos cabíveis.
normas de proteção à infância e à juventude, sem
        Art. 203. A intimação do Ministério Público,
em qualquer caso, será feita pessoalmente.
        Art. 204. A falta de intervenção do Ministério         III - de atendimento em creche e pré-escola
Público acarreta a nulidade do feito, que será às crianças de zero a cinco anos de idade;
declarada de ofício pelo juiz ou a requerimento de         IV - de ensino noturno regular, adequado às
qualquer interessado. condições do educando;
        Art. 205. As manifestações processuais do         V - de programas suplementares de oferta
representante do Ministério Público deverão ser de material didático-escolar, transporte e
fundamentadas. assistência à saúde do     educando do ensino
Capítulo VI fundamental;
Do Advogado         VI - de serviço de assistência social visando
        Art. 206. A criança ou o adolescente, seus à proteção à família, à maternidade, à infância e à
pais ou responsável, e qualquer pessoa que adolescência, bem como ao amparo às crianças e
tenha legítimo interesse na solução da lide adolescentes que dele necessitem;
poderão intervir nos procedimentos de que trata         VII - de acesso às ações e serviços de
esta Lei, através de advogado, o qual será saúde;
intimado para todos os atos, pessoalmente ou por         VIII - de escolarização e profissionalização
publicação oficial, respeitado o segredo de dos adolescentes privados de liberdade.
justiça.
        IX - de ações, serviços e programas de
        Parágrafo único. Será prestada assistência orientação, apoio e promoção social de famílias e
judiciária integral e gratuita àqueles que dela destinados ao pleno exercício do direito à
necessitarem. convivência familiar por crianças e adolescentes.
        Art. 207. Nenhum adolescente a quem se X - de programas de atendimento para a
atribua a prática de ato infracional, ainda que execução das medidas socioeducativas e
ausente ou foragido, será     processado sem aplicação de medidas de proteção.
defensor.
XI - de políticas e programas integrados de
        § 1º Se o adolescente não tiver defensor, atendimento à criança e ao adolescente vítima ou
ser-lhe-á nomeado pelo juiz, ressalvado o direito testemunha de violência. 
de, a todo tempo, constituir outro de sua
        § 1o As hipóteses previstas neste artigo não
preferência.
excluem da proteção judicial outros interesses
        § 2º A ausência do defensor não individuais, difusos ou coletivos, próprios da
determinará o adiamento de nenhum ato do infância e da adolescência, protegidos pela
processo, devendo o juiz nomear substituto, ainda Constituição e pela Lei.
que provisoriamente, ou para o só efeito do ato.
        § 2o A investigação do desaparecimento de
        § 3º Será dispensada a outorga de mandato, crianças ou adolescentes será realizada
quando se tratar de defensor nomeado ou, sido imediatamente após notificação aos órgãos
constituído, tiver sido indicado por ocasião de ato competentes, que deverão comunicar o fato aos
formal com a presença da autoridade judiciária. portos, aeroportos, Polícia Rodoviária e
companhias de transporte interestaduais e
Capítulo VII internacionais, fornecendo-lhes todos os dados
necessários à identificação do desaparecido.
Da Proteção Judicial dos Interesses
Individuais, Difusos e Coletivos         Art. 209. As ações previstas neste Capítulo
serão propostas no foro do local onde ocorreu ou
        Art. 208. Regem-se pelas disposições desta
deva ocorrer a ação ou omissão, cujo juízo terá
Lei as ações de responsabilidade por ofensa aos
competência absoluta para processar a causa,
direitos assegurados à criança e ao adolescente,
ressalvadas a competência da Justiça Federal e a
referentes ao não oferecimento ou oferta
competência originária dos tribunais superiores.
irregular:
        Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em
        I - do ensino obrigatório;
interesses coletivos ou difusos, consideram-se
        II - de atendimento educacional legitimados concorrentemente:
especializado aos portadores de deficiência;
        I - o Ministério Público;
        II - a União, os estados, os municípios, o         § 3º A multa só será exigível do réu após o
Distrito Federal e os territórios; trânsito em julgado da sentença favorável ao
        III - as associações legalmente constituídas autor, mas será devida desde o dia em que se
há pelo menos um ano e que incluam entre seus houver configurado o descumprimento.
fins institucionais a defesa dos interesses e         Art. 214. Os valores das multas reverterão
direitos protegidos por esta Lei, dispensada a ao fundo gerido pelo Conselho dos Direitos da
autorização da assembléia, se houver prévia Criança e do Adolescente do respectivo
autorização estatutária. município.
        § 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo         § 1º As multas não recolhidas até trinta dias
entre os Ministérios Públicos da União e dos após o trânsito em julgado da decisão serão
estados na defesa dos interesses e direitos de exigidas através de execução promovida pelo
que cuida esta Lei. Ministério Público, nos mesmos autos, facultada
        § 2º Em caso de desistência ou abandono igual iniciativa aos demais legitimados.
da ação por associação legitimada, o Ministério         § 2º Enquanto o fundo não for
Público ou outro legitimado poderá assumir a regulamentado, o dinheiro ficará depositado em
titularidade ativa. estabelecimento oficial de crédito, em conta com
        Art. 211. Os órgãos públicos legitimados correção monetária.
poderão tomar dos interessados compromisso de         Art. 215. O juiz poderá conferir efeito
ajustamento de sua conduta às exigências legais, suspensivo aos recursos, para evitar dano
o qual terá eficácia de título executivo irreparável à parte.
extrajudicial.         Art. 216. Transitada em julgado a sentença
        Art. 212. Para defesa dos direitos e que impuser condenação ao poder público, o juiz
interesses protegidos por esta Lei, são determinará a remessa de peças à autoridade
admissíveis todas as espécies de ações competente, para apuração da responsabilidade
pertinentes. civil e administrativa do agente a que se atribua a
        § 1º Aplicam-se às ações previstas neste ação ou omissão.
Capítulo as normas do Código de Processo Civil.         Art. 217. Decorridos sessenta dias do
        § 2º Contra atos ilegais ou abusivos de trânsito em julgado da sentença condenatória
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica sem que a associação autora lhe promova a
no exercício de atribuições do poder público, que execução, deverá fazê-lo o Ministério Público,
lesem direito líquido e certo previsto nesta Lei, facultada igual iniciativa aos demais legitimados.
caberá ação mandamental, que se regerá pelas         Art. 218. O juiz condenará a associação
normas da lei do mandado de segurança. autora a pagar ao réu os honorários advocatícios
        Art. 213. Na ação que tenha por objeto o arbitrados na conformidade do § 4º do art. 20 da
cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, Lei n.º 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código
o juiz concederá a tutela específica da obrigação de Processo Civil), quando reconhecer que a
ou determinará providências que assegurem o pretensão é manifestamente infundada.
resultado prático equivalente ao do         Parágrafo único. Em caso de litigância de
adimplemento. má-fé, a associação autora e os diretores
        § 1º Sendo relevante o fundamento da responsáveis pela propositura da ação serão
demanda e havendo justificado receio de solidariamente condenados ao décuplo das
ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz custas, sem prejuízo de responsabilidade por
conceder a tutela liminarmente ou após perdas e danos.
justificação prévia, citando o réu.         Art. 219. Nas ações de que trata este
        § 2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo Capítulo, não haverá adiantamento de custas,
anterior ou na sentença, impor multa diária ao emolumentos, honorários periciais e quaisquer
réu, independentemente de pedido do autor, se outras despesas.
for suficiente ou compatível com a obrigação,         Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o
fixando prazo razoável para o cumprimento do servidor público deverá provocar a iniciativa do
preceito. Ministério Público, prestando-lhe informações
sobre fatos que constituam objeto de ação civil, e Capítulo I
indicando-lhe os elementos de convicção. Dos Crimes
        Art. 221. Se, no exercício de suas funções, Seção I
os juízos e tribunais tiverem conhecimento de
Disposições Gerais
fatos que possam ensejar a propositura de ação
civil, remeterão peças ao Ministério Público para         Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes
as providências cabíveis. praticados contra a criança e o adolescente, por
ação ou omissão, sem prejuízo do disposto na
        Art. 222. Para instruir a petição inicial, o
legislação penal.
interessado poderá requerer às autoridades
competentes as certidões e informações que         Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos
julgar necessárias, que serão fornecidas no prazo nesta Lei as normas da Parte Geral do Código
de quinze dias. Penal e, quanto ao     processo, as pertinentes ao
Código de Processo Penal.
        Art. 223. O Ministério Público poderá
instaurar, sob sua presidência, inquérito civil, ou         Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são
requisitar, de qualquer pessoa, organismo público de ação pública incondicionada
ou particular, certidões, informações, exames ou Art. 227-A  Os efeitos da condenação
perícias, no prazo que assinalar, o qual não prevista no inciso I do caput do art. 92 do
poderá ser inferior a dez dias úteis. Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
1940 (Código Penal), para os crimes previstos
        § 1º Se o órgão do Ministério Público, nesta Lei, praticados por servidores públicos com
esgotadas todas as diligências, se convencer da abuso de autoridade, são condicionados à
inexistência de fundamento para a propositura da ocorrência de reincidência.      (Incluído pela Lei
ação cível, promoverá o arquivamento dos autos nº 13.869. de 2019)
do inquérito civil ou das peças informativas, Parágrafo único.  A perda do cargo, do
fazendo-o fundamentadamente. mandato ou da função, nesse caso, independerá
da pena aplicada na reincidência.      (Incluído
        § 2º Os autos do inquérito civil ou as peças pela Lei nº 13.869. de 2019)
de informação arquivados serão remetidos, sob
pena de se incorrer em falta grave, no prazo de
Seção II
três dias, ao Conselho Superior do Ministério
Público. Dos Crimes em Espécie
        § 3º Até que seja homologada ou rejeitada a         Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou
promoção de arquivamento, em sessão do o dirigente de estabelecimento de atenção à
Conselho Superior do Ministério público, poderão saúde de gestante de manter registro das
as associações legitimadas apresentar razões atividades desenvolvidas, na forma e prazo
escritas ou documentos, que serão juntados aos referidos no art. 10 desta Lei, bem como de
autos do inquérito ou anexados às peças de fornecer à parturiente ou a seu responsável, por
informação. ocasião da alta médica, declaração de
nascimento, onde constem as intercorrências do
        § 4º A promoção de arquivamento será
parto e do desenvolvimento do neonato:
submetida a exame e deliberação do Conselho
Superior do Ministério Público, conforme dispuser         Pena - detenção de seis meses a dois anos.
o seu regimento.         Parágrafo único. Se o crime é culposo:
        § 5º Deixando o Conselho Superior de         Pena - detenção de dois a seis meses, ou
homologar a promoção de arquivamento, multa.
designará, desde logo, outro órgão do Ministério         Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou
Público para o ajuizamento da ação. dirigente de estabelecimento de atenção à saúde
        Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no de gestante de identificar corretamente o neonato
que couber, as disposições da Lei n.º 7.347, de e a parturiente, por ocasião do parto, bem como
24 de julho de 1985. deixar de proceder aos exames referidos no art.
10 desta Lei:
Título VII         Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Dos Crimes e Das Infrações Administrativas         Parágrafo único. Se o crime é culposo:
        Pena - detenção de dois a seis meses, ou         Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação
multa. de ato destinado ao envio de criança ou
        Art. 230. Privar a criança ou o adolescente adolescente para o exterior com inobservância
de sua liberdade, procedendo à sua apreensão das formalidades legais ou com o fito de obter
sem estar em flagrante de ato infracional ou lucro:
inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária         Pena - reclusão de quatro a seis anos, e
competente: multa.
        Pena - detenção de seis meses a dois anos.         Parágrafo único. Se há emprego de
        Parágrafo único. Incide na mesma pena violência, grave ameaça ou fraude:
aquele que procede à apreensão sem         Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos,
observância das formalidades legais. além da pena correspondente à violência.
        Art. 231. Deixar a autoridade policial         Art. 240.  Produzir, reproduzir, dirigir,
responsável pela apreensão de criança ou fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio,
adolescente de fazer imediata comunicação à cena de sexo explícito ou pornográfica,
autoridade judiciária competente e à família do envolvendo criança ou adolescente:
apreendido ou à pessoa por ele indicada: Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos,
        Pena - detenção de seis meses a dois anos. e multa.
        Art. 232. Submeter criança ou adolescente § 1o  Incorre nas mesmas penas quem
sob sua autoridade, guarda ou vigilância a agencia, facilita, recruta, coage, ou de qualquer
vexame ou a constrangimento: modo intermedeia a participação de criança ou
        Pena - detenção de seis meses a dois anos. adolescente nas cenas referidas no caput deste
artigo, ou ainda quem com esses contracena.
        Art. 233.    Revogado
§ 2o  Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se
        Art. 234. Deixar a autoridade competente,
o agente comete o crime:
sem justa causa, de ordenar a imediata liberação
de criança ou adolescente, tão logo tenha I – no exercício de cargo ou função pública ou
conhecimento da ilegalidade da apreensão: a pretexto de exercê-la;
        Pena - detenção de seis meses a dois anos. II – prevalecendo-se de relações domésticas,
de coabitação ou de hospitalidade; ou
        Art. 235. Descumprir, injustificadamente,
prazo fixado nesta Lei em benefício de III – prevalecendo-se de relações de
adolescente privado de liberdade: parentesco consangüíneo ou afim até o terceiro
grau, ou por adoção, de tutor, curador, preceptor,
        Pena - detenção de seis meses a dois anos.
empregador da vítima ou de quem, a qualquer
        Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de outro título, tenha autoridade sobre ela, ou com
autoridade judiciária, membro do Conselho seu consentimento.
Tutelar ou representante do Ministério Público no
Art. 241.  Vender ou expor à venda fotografia,
exercício de função prevista nesta Lei:
vídeo ou outro registro que contenha cena de
        Pena - detenção de seis meses a dois anos. sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança
        Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao ou adolescente:
poder de quem o tem sob sua guarda em virtude Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos,
de lei ou ordem judicial, com o fim de colocação e multa.
em lar substituto:
        Art. 241-A.  Oferecer, trocar, disponibilizar,
        Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa. transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por
        Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de qualquer meio, inclusive por meio de sistema de
filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou informática ou telemático, fotografia, vídeo ou
recompensa: outro registro que contenha cena de sexo
        Pena - reclusão de um a quatro anos, e explícito ou pornográfica envolvendo criança ou
multa. adolescente:
        Parágrafo único. Incide nas mesmas penas Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos,
quem oferece ou efetiva a paga ou recompensa. e multa,
§ 1o  Nas mesmas penas incorre quem:  Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos,
I – assegura os meios ou serviços para o e multa.
armazenamento das fotografias, cenas ou Parágrafo único.  Incorre nas mesmas
imagens de que trata o caput deste artigo; penas quem vende, expõe à venda, disponibiliza,
II – assegura, por qualquer meio, o acesso distribui, publica ou divulga por qualquer meio,
por rede de computadores às fotografias, cenas adquire, possui ou armazena o material produzido
ou imagens de que trata o caput deste artigo. na forma do caput deste artigo.
 § 2o  As condutas tipificadas nos incisos I e  Art. 241-D.  Aliciar, assediar, instigar ou
II do § 1o deste artigo são puníveis quando o constranger, por qualquer meio de comunicação,
responsável legal pela prestação do serviço, criança, com o fim de com ela praticar ato
oficialmente notificado, deixa de desabilitar o libidinoso:
acesso ao conteúdo ilícito de que trata o  Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos,
caput deste artigo. e multa.
 Art. 241-B.  Adquirir, possuir ou armazenar,  Parágrafo único.  Nas mesmas penas
por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra incorre quem:
forma de registro que contenha cena de sexo  I – facilita ou induz o acesso à criança de
explícito ou pornográfica envolvendo criança ou material contendo cena de sexo explícito ou
adolescente: pornográfica com o fim de com ela praticar ato
 Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) libidinoso;
anos, e multa.  II – pratica as condutas descritas
 § 1o  A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 no caput  deste artigo com o fim de induzir criança
(dois terços) se de pequena quantidade o material a se exibir de forma pornográfica ou sexualmente
a que se refere o caput deste artigo. explícita.
 § 2o  Não há crime se a posse ou o  Art. 241-E.  Para efeito dos crimes
armazenamento tem a finalidade de comunicar às previstos nesta Lei, a expressão “cena de sexo
autoridades competentes a ocorrência das explícito ou pornográfica” compreende qualquer
condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A e situação que envolva criança ou adolescente em
241-C desta Lei, quando a comunicação for feita atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas,
por: ou exibição dos órgãos genitais de uma criança
 I – agente público no exercício de suas ou adolescente para fins primordialmente sexuais.
funções;         Art. 242. Vender, fornecer ainda que
 II – membro de entidade, legalmente gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a
constituída, que inclua, entre suas finalidades criança ou adolescente arma, munição ou
institucionais, o recebimento, o processamento e explosivo:
o encaminhamento de notícia dos crimes         Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos.
referidos neste parágrafo; Art. 243.  Vender, fornecer, servir, ministrar
 III – representante legal e funcionários ou entregar, ainda que gratuitamente, de qualquer
responsáveis de provedor de acesso ou serviço forma, a criança ou a adolescente, bebida
prestado por meio de rede de computadores, até alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos
o recebimento do material relativo à notícia feita à cujos componentes possam causar dependência
autoridade policial, ao Ministério Público ou ao física ou psíquica:
Poder Judiciário. Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro)
 § 3o  As pessoas referidas no § 2 o deste anos, e multa, se o fato não constitui crime mais
artigo deverão manter sob sigilo o material ilícito grave.
referido..         Art. 244. Vender, fornecer ainda que
 Art. 241-C.  Simular a participação de gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a
criança ou adolescente em cena de sexo explícito criança ou adolescente fogos de estampido ou de
ou pornográfica por meio de adulteração, artifício, exceto aqueles que, pelo seu reduzido
montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou potencial, sejam incapazes de provocar qualquer
qualquer outra forma de representação visual: dano físico em caso de utilização indevida:
        Pena - detenção de seis meses a dois anos, exercício dos direitos constantes nos incisos II, III,
e multa. VII, VIII e XI do art. 124 desta Lei:
        Art. 244-A. Submeter criança ou         Pena - multa de três a vinte salários de
adolescente, como tais definidos no caput do art. referência, aplicando-se o dobro em caso de
2o desta Lei, à prostituição ou à exploração reincidência.
sexual:         Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem
       Pena – reclusão de quatro a dez anos e autorização devida, por qualquer meio de
multa, além da perda de bens e valores utilizados comunicação, nome, ato ou documento de
na prática criminosa em favor do Fundo dos procedimento policial, administrativo ou judicial
Direitos da Criança e do Adolescente da unidade relativo a criança ou adolescente a que se atribua
da Federação (Estado ou Distrito Federal) em que ato infracional:
foi cometido o crime, ressalvado o direito de         Pena - multa de três a vinte salários de
terceiro de boa-fé.  referência, aplicando-se o dobro em caso de
        § 1o Incorrem nas mesmas penas o reincidência.
proprietário, o gerente ou o responsável pelo local         § 1º Incorre na mesma pena quem exibe,
em que se verifique a submissão de criança ou total ou parcialmente, fotografia de criança ou
adolescente às práticas referidas no caput deste adolescente envolvido em ato infracional, ou
artigo. qualquer ilustração que lhe diga respeito ou se
        § 2o Constitui efeito obrigatório da refira a atos que lhe sejam atribuídos, de forma a
condenação a cassação da licença de localização permitir sua identificação, direta ou indiretamente.
e de funcionamento do estabelecimento.         § 2º Se o fato for praticado por órgão de
Art. 244-B.  Corromper ou facilitar a imprensa ou emissora de rádio ou televisão, além
corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com da pena prevista neste artigo, a autoridade
ele praticando infração penal ou induzindo-o a judiciária poderá determinar a apreensão da
praticá-la: publicação ou a suspensão da programação da
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) emissora até por dois dias, bem como da
anos. publicação do periódico até por dois
números.           (Expressão declara
§ 1o  Incorre nas penas previstas
inconstitucional pela ADIN 869-2).
no caput deste artigo quem pratica as condutas
ali tipificadas utilizando-se de quaisquer meios Art. 248. Revogado
eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da Pena - Revogado
internet.         Art. 249. Descumprir, dolosa ou
§ 2o  As penas previstas no caput deste culposamente, os deveres inerentes ao poder
artigo são aumentadas de um terço no caso de a familiar ou decorrente de tutela ou guarda, bem
infração cometida ou induzida estar incluída no rol assim determinação da autoridade judiciária ou
do art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990.. Conselho Tutelar:
Capítulo II         Pena - multa de três a vinte salários de
referência, aplicando-se o dobro em caso de
Das Infrações Administrativas
reincidência.
        Art. 245. Deixar o médico, professor ou
        Art. 250.  Hospedar criança ou adolescente
responsável por estabelecimento de atenção à
desacompanhado dos pais ou responsável, ou
saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou
sem autorização escrita desses ou da autoridade
creche, de comunicar à autoridade competente os
judiciária, em hotel, pensão, motel ou congênere:
casos de que tenha conhecimento, envolvendo
suspeita ou confirmação de maus-tratos contra Pena – multa.
criança ou adolescente: § 1º  Em caso de reincidência, sem prejuízo
        Pena - multa de três a vinte salários de da pena de multa, a autoridade judiciária poderá
referência, aplicando-se o dobro em caso de determinar o fechamento do estabelecimento por
reincidência. até 15 (quinze) dias.
        Art. 246. Impedir o responsável ou § 2º  Se comprovada a reincidência em
funcionário de entidade de atendimento o período inferior a 30 (trinta) dias, o
estabelecimento será definitivamente fechado e         Art. 257. Descumprir obrigação constante
terá sua licença cassada. dos arts. 78 e 79 desta Lei:
        Art. 251. Transportar criança ou adolescente,         Pena - multa de três a vinte salários de
por qualquer meio, com inobservância do referência, duplicando-se a pena em caso de
disposto nos arts. 83, 84 e 85 desta Lei: reincidência, sem prejuízo de apreensão da
        Pena - multa de três a vinte salários de revista ou publicação.
referência, aplicando-se o dobro em caso de         Art. 258. Deixar o responsável pelo
reincidência. estabelecimento ou o empresário de observar o
        Art. 252. Deixar o responsável por diversão que dispõe esta Lei sobre o acesso de criança ou
ou espetáculo público de afixar, em lugar visível e adolescente aos locais de diversão, ou sobre sua
de fácil acesso, à entrada do local de exibição, participação no espetáculo:
informação destacada sobre a natureza da         Pena - multa de três a vinte salários de
diversão ou espetáculo e a faixa etária referência; em caso de reincidência, a autoridade
especificada no certificado de classificação: judiciária poderá determinar o fechamento do
        Pena - multa de três a vinte salários de estabelecimento por até quinze dias.
referência, aplicando-se o dobro em caso de         Art. 258-A.  Deixar a autoridade competente
reincidência. de providenciar a instalação e operacionalização
        Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou dos cadastros previstos no art. 50 e no § 11 do
quaisquer representações ou espetáculos, sem art. 101 desta Lei:
indicar os limites de idade a que não se         Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$
recomendem: 3.000,00 (três mil reais).
        Pena - multa de três a vinte salários de         Parágrafo único.  Incorre nas mesmas penas
referência, duplicada em caso de reincidência, a autoridade que deixa de efetuar o
aplicável, separadamente, à casa de espetáculo e cadastramento de crianças e de adolescentes em
aos órgãos de divulgação ou publicidade. condições de serem adotadas, de pessoas ou
        Art. 254. Transmitir, através de rádio ou casais habilitados à adoção e de crianças e
televisão, espetáculo em horário diverso do adolescentes em regime de acolhimento
autorizado ou sem aviso de sua classificação: institucional ou familiar.
        Pena - multa de vinte a cem salários de         Art. 258-B.  Deixar o médico, enfermeiro ou
referência; duplicada em caso de reincidência a dirigente de estabelecimento de atenção à saúde
autoridade judiciária poderá determinar a de gestante de efetuar imediato encaminhamento
suspensão da programação da emissora por até à autoridade judiciária de caso de que tenha
dois dias. conhecimento de mãe ou gestante interessada
em entregar seu filho para adoção:
        Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra
ou congênere classificado pelo órgão competente         Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$
como inadequado às crianças ou adolescentes 3.000,00 (três mil reais).
admitidos ao espetáculo:         Parágrafo único.  Incorre na mesma pena o
        Pena - multa de vinte a cem salários de funcionário de programa oficial ou comunitário
referência; na reincidência, a autoridade poderá destinado à garantia do direito à convivência
determinar a suspensão do espetáculo ou o familiar que deixa de efetuar a comunicação
fechamento do estabelecimento por até quinze referida no caput deste artigo.        
dias. Art. 258-C.  Descumprir a proibição
        Art. 256. Vender ou locar a criança ou estabelecida no inciso II do art. 81:
adolescente fita de programação em vídeo, em Pena - multa de R$ 3.000,00 (três mil reais)
desacordo com a classificação atribuída pelo a R$ 10.000,00 (dez mil reais);
órgão competente: Medida Administrativa - interdição do
        Pena - multa de três a vinte salários de estabelecimento comercial até o recolhimento da
referência; em caso de reincidência, a autoridade multa aplicada.
judiciária poderá determinar o fechamento do Disposições Finais e Transitórias
estabelecimento por até quinze dias.
        Art. 259. A União, no prazo de noventa dias           § 4º O Ministério Público determinará em
contados da publicação deste Estatuto, elaborará cada comarca a forma de fiscalização da
projeto de lei dispondo sobre a criação ou aplicação, pelo Fundo Municipal dos Direitos da
adaptação de seus órgãos às diretrizes da política Criança e do Adolescente, dos incentivos fiscais
de atendimento fixadas no art. 88 e ao que referidos neste artigo.       
estabelece o Título V do Livro II. § 5o  Observado o disposto no § 4o do art.
        Parágrafo único. Compete aos estados e 3  da Lei no 9.249, de 26 de dezembro de 1995 , a
o

municípios promoverem a adaptação de seus dedução de que trata o inciso I do caput:


órgãos e programas às diretrizes e princípios I - será considerada isoladamente, não se
estabelecidos nesta Lei. submetendo a limite em conjunto com outras
Art. 260.  Os contribuintes poderão efetuar deduções do imposto; e
doações aos Fundos dos Direitos da Criança e do II - não poderá ser computada como
Adolescente nacional, distrital, estaduais ou despesa operacional na apuração do lucro real.
municipais, devidamente comprovadas, sendo
Art. 260-A.  A partir do exercício de 2010,
essas integralmente deduzidas do imposto de
ano-calendário de 2009, a pessoa física poderá
renda, obedecidos os seguintes limites:
optar pela doação de que trata o inciso II
I - 1% (um por cento) do imposto sobre a do caput do art. 260 diretamente em sua
renda devido apurado pelas pessoas jurídicas Declaração de Ajuste Anual.
tributadas com base no lucro real; e
§ 1o  A doação de que trata o caput poderá
II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a ser deduzida até os seguintes percentuais
renda apurado pelas pessoas físicas na aplicados sobre o imposto apurado na
Declaração de Ajuste Anual, observado o declaração:
disposto no art. 22 da Lei n o 9.532, de 10 de
I - (VETADO);
dezembro de 1997.
II - (VETADO);;
          § 1º -          Revogado
III - 3% (três por cento) a partir do exercício
§ 1o-A.  Na definição das prioridades a
de 2012.
serem atendidas com os recursos captados pelos
fundos nacional, estaduais e municipais dos § 2o  A dedução de que trata o caput:
direitos da criança e do adolescente, serão I - está sujeita ao limite de 6% (seis por
consideradas as disposições do Plano Nacional cento) do imposto sobre a renda apurado na
de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de declaração de que trata o inciso II do caput do
Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e art. 260;
Comunitária e as do Plano Nacional pela Primeira II - não se aplica à pessoa física que:
Infância. a) utilizar o desconto simplificado;
§ 2o  Os conselhos nacional, estaduais e b) apresentar declaração em formulário; ou
municipais dos direitos da criança e do
c) entregar a declaração fora do prazo;
adolescente fixarão critérios de utilização, por
meio de planos de aplicação, das dotações III - só se aplica às doações em espécie; e
subsidiadas e demais receitas, aplicando IV - não exclui ou reduz outros benefícios
necessariamente percentual para incentivo ao ou deduções em vigor.
acolhimento, sob a forma de guarda, de crianças § 3o  O pagamento da doação deve ser
e adolescentes e para programas de atenção efetuado até a data de vencimento da primeira
integral à primeira infância em áreas de maior quota ou quota única do imposto, observadas
carência socioeconômica e em situações de instruções específicas da Secretaria da Receita
calamidade. Federal do Brasil.
         § 3º O Departamento da Receita Federal, § 4o  O não pagamento da doação no prazo
do Ministério da Economia, Fazenda e estabelecido no § 3o implica a glosa definitiva
Planejamento, regulamentará a comprovação das desta parcela de dedução, ficando a pessoa física
doações feitas aos fundos, nos termos deste obrigada ao recolhimento da diferença de imposto
artigo. devido apurado na Declaração de Ajuste Anual
com os acréscimos legais previstos na legislação.
§ 5o  A pessoa física poderá deduzir do bens, mediante descrição em campo próprio ou
imposto apurado na Declaração de Ajuste Anual em relação anexa ao comprovante, informando
as doações feitas, no respectivo ano-calendário, também se houve avaliação, o nome, CPF ou
aos fundos controlados pelos Conselhos dos CNPJ e endereço dos avaliadores.
Direitos da Criança e do Adolescente municipais, Art. 260-E.  Na hipótese da doação em
distrital, estaduais e nacional concomitantemente bens, o doador deverá:
com a opção de que trata o caput, respeitado o
I - comprovar a propriedade dos bens,
limite previsto no inciso II do art. 260.
mediante documentação hábil;
Art. 260-B.  A doação de que trata o inciso I
II - baixar os bens doados na declaração de
do art. 260 poderá ser deduzida:
bens e direitos, quando se tratar de pessoa física,
I - do imposto devido no trimestre, para as e na escrituração, no caso de pessoa jurídica; e
pessoas jurídicas que apuram o imposto
III - considerar como valor dos bens
trimestralmente; e
doados:
II - do imposto devido mensalmente e no
a) para as pessoas físicas, o valor
ajuste anual, para as pessoas jurídicas que
constante da última declaração do imposto de
apuram o imposto anualmente..
renda, desde que não exceda o valor de
Parágrafo único.  A doação deverá ser mercado;
efetuada dentro do período a que se refere a
b) para as pessoas jurídicas, o valor
apuração do imposto.
contábil dos bens.
Art. 260-C.  As doações de que trata o art.
Parágrafo único.  O preço obtido em caso
260 desta Lei podem ser efetuadas em espécie
de leilão não será considerado na determinação
ou em bens.
do valor dos bens doados, exceto se o leilão for
Parágrafo único.  As doações efetuadas em determinado por autoridade judiciária.
espécie devem ser depositadas em conta
Art. 260-F.  Os documentos a que se
específica, em instituição financeira pública,
referem os arts. 260-D e 260-E devem ser
vinculadas aos respectivos fundos de que trata o
mantidos pelo contribuinte por um prazo de 5
art. 260.
(cinco) anos para fins de comprovação da
Art. 260-D.  Os órgãos responsáveis pela dedução perante a Receita Federal do Brasil.
administração das contas dos Fundos dos
Art. 260-G.  Os órgãos responsáveis pela
Direitos da Criança e do Adolescente nacional,
administração das contas dos Fundos dos
estaduais, distrital e municipais devem emitir
Direitos da Criança e do Adolescente nacional,
recibo em favor do doador, assinado por pessoa
estaduais, distrital e municipais devem:
competente e pelo presidente do Conselho
correspondente, especificando:: I - manter conta bancária específica
destinada exclusivamente a gerir os recursos do
I - número de ordem;
Fundo;;
II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa
II - manter controle das doações recebidas;
Jurídica (CNPJ) e endereço do emitente;
e
III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas
III - informar anualmente à Secretaria da
Físicas (CPF) do doador;
Receita Federal do Brasil as doações recebidas
IV - data da doação e valor efetivamente mês a mês, identificando os seguintes dados por
recebido; e doador:
V - ano-calendário a que se refere a a) nome, CNPJ ou CPF;
doação.
b) valor doado, especificando se a doação
§ 1o  O comprovante de que trata foi em espécie ou em bens.
o caput deste artigo pode ser emitido
Art. 260-H.  Em caso de descumprimento
anualmente, desde que discrimine os valores
das obrigações previstas no art. 260-G, a
doados mês a mês.
Secretaria da Receita Federal do Brasil dará
§ 2o  No caso de doação em bens, o conhecimento do fato ao Ministério Público.
comprovante deve conter a identificação dos
Art. 260-I.  Os Conselhos dos Direitos da         Art. 261. A falta dos conselhos municipais
Criança e do Adolescente nacional, estaduais, dos direitos da criança e do adolescente, os
distrital e municipais divulgarão amplamente à registros, inscrições e alterações a que se
comunidade: referem os arts. 90, parágrafo único, e 91 desta
I - o calendário de suas reuniões; Lei serão efetuados perante a autoridade
judiciária da comarca a que pertencer a entidade.
II - as ações prioritárias para aplicação das
políticas de atendimento à criança e ao         Parágrafo único. A União fica autorizada a
adolescente; repassar aos estados e municípios, e os estados
aos municípios, os recursos referentes aos
III - os requisitos para a apresentação de
programas e atividades previstos nesta Lei, tão
projetos a serem beneficiados com recursos dos
logo estejam criados os conselhos dos direitos da
Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente
criança e do adolescente nos seus respectivos
nacional, estaduais, distrital ou municipais;
níveis.
IV - a relação dos projetos aprovados em
        Art. 262. Enquanto não instalados os
cada ano-calendário e o valor dos recursos
Conselhos Tutelares, as atribuições a eles
previstos para implementação das ações, por
conferidas serão exercidas pela autoridade
projeto;
judiciária.
V - o total dos recursos recebidos e a
        Art. 263. O Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de
respectiva destinação, por projeto atendido,
dezembro de 1940 (Código Penal), passa a
inclusive com cadastramento na base de dados
vigorar com as seguintes alterações:
do Sistema de Informações sobre a Infância e a
Adolescência; e 1) Art. 121 ...............................
VI - a avaliação dos resultados dos projetos § 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada
beneficiados com recursos dos Fundos dos de um terço, se o crime resulta de inobservância
Direitos da Criança e do Adolescente nacional, de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se
estaduais, distrital e municipais. o agente deixa de prestar imediato socorro à
vítima, não procura diminuir as consequências do
Art. 260-J.  O Ministério Público
seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante.
determinará, em cada Comarca, a forma de
Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada
fiscalização da aplicação dos incentivos fiscais
de um terço, se o crime é praticado contra pessoa
referidos no art. 260 desta Lei.
menor de catorze anos.
Parágrafo único.  O descumprimento do
2) Art. 129 ..............................
disposto nos arts. 260-G e 260-I sujeitará os
infratores a responder por ação judicial proposta § 7º Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer
pelo Ministério Público, que poderá atuar de qualquer das hipóteses do art. 121, § 4º.
ofício, a requerimento ou representação de § 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º
qualquer cidadão. do art. 121.
Art. 260-K.  A Secretaria de Direitos 3) Art. 136................................
Humanos da Presidência da República (SDH/PR) § 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é
encaminhará à Secretaria da Receita Federal do praticado contra pessoa menor de catorze anos.
Brasil, até 31 de outubro de cada ano, arquivo
4) Art. 213 ...............................
eletrônico contendo a relação atualizada dos
Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente Parágrafo único. Se a ofendida é menor de
nacional, distrital, estaduais e municipais, com a catorze anos:
indicação dos respectivos números de inscrição Pena - reclusão de quatro a dez anos.
no CNPJ e das contas bancárias específicas 5) Art. 214................................
mantidas em instituições financeiras públicas, Parágrafo único. Se o ofendido é menor de
destinadas exclusivamente a gerir os recursos catorze anos:
dos Fundos.
Pena - reclusão de três a nove anos.»
Art. 260-L.  A Secretaria da Receita Federal
        Art. 264. O art. 102 da Lei n.º 6.015, de 31
do Brasil expedirá as instruções necessárias à
de dezembro de 1973, fica acrescido do seguinte
aplicação do disposto nos arts. 260 a 260-K.
item:
"Art. 102 .................................. campanhas de divulgação e esclarecimentos
6º) a perda e a suspensão do pátrio poder. " acerca do disposto nesta Lei.
Art. 265. A Imprensa Nacional e demais        Art. 267. Revogam-se as Leis n.º 4.513, de
gráficas da União, da administração direta ou 1964, e 6.697, de 10 de outubro de 1979 (Código
indireta, inclusive fundações instituídas e de Menores), e as demais disposições em
mantidas pelo poder público federal promoverão contrário.
edição popular do texto integral deste Estatuto, Brasília, 13 de julho de 1990; 169º da
que será posto à disposição das escolas e das Independência e 102º da República.
entidades de atendimento e de defesa dos
FERNANDO COLLOR 
direitos da criança e do adolescente.
Bernardo Cabral 
Art. 265-A.  O poder público fará Carlos Chiarelli 
periodicamente ampla divulgação dos direitos da Antônio Magri 
criança e do adolescente nos meios de Margarida Procópio
comunicação social. 
Este texto não substitui o publicado no DOU
Parágrafo único.  A divulgação a que se
16.7.1990 e retificado em 27.9.1990*
refere o caput  será veiculada em linguagem
clara, compreensível e adequada a crianças e
adolescentes, especialmente às crianças com
idade inferior a 6 (seis) anos.       
        Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa
dias após sua publicação.
Fonte:
        Parágrafo único. Durante o período de (consulta em 16.02.2020):
vacância deverão ser promovidas atividades e http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069co
mpilado.htm
PEI = Lei Federal n.º 9.394/96 – LDB : COMPLETO

PEB = Lei Federal n.º 9.394/96 – LDB : COMPLETO

LEI FEDERAL N.º 9.394/96 – ESTABELECE AS DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL.


Atualizada até a Lei nº 13.868, de 03 de setembro de 2019
Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.

TÍTULO I IV - respeito à liberdade e apreço à


Da Educação tolerância;
Art. 1º A educação abrange os processos V - coexistência de instituições públicas e
formativos que se desenvolvem na vida familiar, privadas de ensino;
na convivência humana, no trabalho, nas VI - gratuidade do ensino público em
instituições de ensino e pesquisa, nos estabelecimentos oficiais;
movimentos sociais e organizações da VII - valorização do profissional da
sociedade civil e nas manifestações culturais. educação escolar;
§ 1º Esta Lei disciplina a educação VIII - gestão democrática do ensino
escolar, que se desenvolve, predominantemente, público, na forma desta Lei e da legislação dos
por meio do ensino, em instituições próprias. sistemas de ensino;
§ 2º A educação escolar deverá vincular- IX - garantia de padrão de qualidade;
se ao mundo do trabalho e à prática social.
X - valorização da experiência extra-
TÍTULO II escolar;
Dos Princípios e Fins da Educação Nacional XI - vinculação entre a educação escolar,
Art. 2º A educação, dever da família e do o trabalho e as práticas sociais.
Estado, inspirada nos princípios de liberdade e XII - consideração com a diversidade
nos ideais de solidariedade humana, tem por étnico-racial.    
finalidade o pleno desenvolvimento do educando,
XIII - garantia do direito à educação e à
seu preparo para o exercício da cidadania e sua
aprendizagem ao longo da vida.    
qualificação para o trabalho.
TÍTULO III
Art. 3º O ensino será ministrado com
base nos seguintes princípios: Do Direito à Educação e do Dever de Educar

I - igualdade de condições para o acesso Art. 4º O dever do Estado com educação


e permanência na escola; escolar pública será efetivado mediante a
garantia de:
II - liberdade de aprender, ensinar,
pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a I - educação básica obrigatória e gratuita
arte e o saber; dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade,
organizada da seguinte forma:      
III - pluralismo de idéias e de concepções
pedagógicas; a) pré-escola;             
b) ensino fundamental; associação comunitária, organização sindical,
c) ensino médio;           entidade de classe ou outra legalmente
constituída e, ainda, o Ministério Público, acionar
II - educação infantil gratuita às crianças
o poder público para exigi-lo.          
de até 5 (cinco) anos de idade;      
§ 1o  O poder público, na esfera de sua
III - atendimento educacional
competência federativa, deverá:       
especializado gratuito aos educandos com
deficiência, transtornos globais do I - recensear anualmente as crianças e
desenvolvimento e altas habilidades ou adolescentes em idade escolar, bem como os
superdotação, transversal a todos os níveis, jovens e adultos que não concluíram a educação
etapas e modalidades, preferencialmente na básica;         
rede regular de ensino;            II - fazer-lhes a chamada pública;
IV - acesso público e gratuito aos III - zelar, junto aos pais ou responsáveis,
ensinos fundamental e médio para todos os que pela freqüência à escola.
não os concluíram na idade própria;          § 2º Em todas as esferas administrativas,
V - acesso aos níveis mais elevados do o Poder Público assegurará em primeiro lugar o
ensino, da pesquisa e da criação artística, acesso ao ensino obrigatório, nos termos deste
segundo a capacidade de cada um; artigo, contemplando em seguida os demais
VI - oferta de ensino noturno regular, níveis e modalidades de ensino, conforme as
adequado às condições do educando; prioridades constitucionais e legais.
VII - oferta de educação escolar regular § 3º Qualquer das partes mencionadas
para jovens e adultos, com características e no caput deste artigo tem legitimidade para
modalidades adequadas às suas necessidades e peticionar no Poder Judiciário, na hipótese do §
disponibilidades, garantindo-se aos que forem 2º do art. 208 da Constituição Federal, sendo
trabalhadores as condições de acesso e gratuita e de rito sumário a ação judicial
permanência na escola; correspondente.
VIII - atendimento ao educando, em § 4º Comprovada a negligência da
todas as etapas da educação básica, por meio autoridade competente para garantir o
de programas suplementares de material oferecimento do ensino obrigatório, poderá ela
didático-escolar, transporte, alimentação e ser imputada por crime de responsabilidade.
assistência à saúde;           § 5º Para garantir o cumprimento da
IX - padrões mínimos de qualidade de obrigatoriedade de ensino, o Poder Público criará
ensino, definidos como a variedade e quantidade formas alternativas de acesso aos diferentes
mínimas, por aluno, de insumos indispensáveis níveis de ensino, independentemente da
ao desenvolvimento do processo de ensino- escolarização anterior.
aprendizagem. Art. 6o  É dever dos pais ou responsáveis
X – vaga na escola pública de educação efetuar a matrícula das crianças na educação
infantil ou de ensino fundamental mais próxima básica a partir dos 4 (quatro) anos de idade.
de sua residência a toda criança a partir do dia Art. 7º O ensino é livre à iniciativa
em que completar 4 (quatro) anos de privada, atendidas as seguintes condições:
idade.             I - cumprimento das normas gerais da
Art. 4º-A. É assegurado atendimento educação nacional e do respectivo sistema de
educacional, durante o período de internação, ao ensino;
aluno da  educação básica internado para II - autorização de funcionamento e
tratamento de saúde em regime hospitalar ou avaliação de qualidade pelo Poder Público;
domiciliar por tempo prolongado, conforme
III - capacidade de autofinanciamento,
dispuser o Poder Público em regulamento, na
ressalvado o previsto no art. 213 da Constituição
esfera de sua competência federativa.         
Federal.
Art. 5o  O acesso à educação básica
Art. 7º-A  Ao aluno regularmente
obrigatória é direito público subjetivo, podendo
matriculado em instituição de ensino pública ou
qualquer cidadão, grupo de cidadãos,
privada, de qualquer nível, é assegurado, no I - elaborar o Plano Nacional de
exercício da liberdade de consciência e de Educação, em colaboração com os Estados, o
crença, o direito de, mediante prévio e motivado Distrito Federal e os Municípios;
requerimento, ausentar-se de prova ou de aula II - organizar, manter e desenvolver os
marcada para dia em que, segundo os preceitos órgãos e instituições oficiais do sistema federal
de sua religião, seja vedado o exercício de tais de ensino e o dos Territórios;
atividades, devendo-se-lhe atribuir, a critério da
III - prestar assistência técnica e
instituição e sem custos para o aluno, uma das
financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos
seguintes prestações alternativas, nos termos do
Municípios para o desenvolvimento de seus
inciso VIII do caput do art. 5º da Constituição
sistemas de ensino e o atendimento prioritário à
Federal:         
escolaridade obrigatória, exercendo sua função
I - prova ou aula de reposição, conforme o redistributiva e supletiva;
caso, a ser realizada em data alternativa, no
IV - estabelecer, em colaboração com os
turno de estudo do aluno ou em outro horário
Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
agendado com sua anuência expressa;
competências e diretrizes para a educação
II - trabalho escrito ou outra modalidade de infantil, o ensino fundamental e o ensino médio,
atividade de pesquisa, com tema, objetivo e data que nortearão os currículos e seus conteúdos
de entrega definidos pela instituição de mínimos, de modo a assegurar formação básica
ensino.               comum;
§ 1º  A prestação alternativa deverá IV-A - estabelecer, em colaboração com
observar os parâmetros curriculares e o plano de os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
aula do dia da ausência do aluno.                  diretrizes e procedimentos para identificação,
§ 2º  O cumprimento das formas de cadastramento e atendimento, na educação
prestação alternativa de que trata este artigo básica e na educação superior, de alunos com
substituirá a obrigação original para todos os altas habilidades ou superdotação;      
efeitos, inclusive regularização do registro de V - coletar, analisar e disseminar
frequência.               informações sobre a educação;
§ 3º  As instituições de ensino  VI - assegurar processo nacional de
implementarão progressivamente, no prazo de 2 avaliação do rendimento escolar no ensino
(dois) anos, as providências e adaptações fundamental, médio e superior, em colaboração
necessárias à adequação de seu funcionamento com os sistemas de ensino, objetivando a
às medidas previstas neste artigo. definição de prioridades e a melhoria da
§ 4º  O disposto neste artigo não se aplica qualidade do ensino;
ao ensino militar a que se refere o art. 83 desta VII - baixar normas gerais sobre cursos
Lei. de graduação e pós-graduação;
TÍTULO IV  VIII - assegurar processo nacional de
Da Organização da Educação Nacional avaliação das instituições de educação superior,
Art. 8º A União, os Estados, o Distrito com a cooperação dos sistemas que tiverem
Federal e os Municípios organizarão, em regime responsabilidade sobre este nível de ensino;
de colaboração, os respectivos sistemas de IX - autorizar, reconhecer, credenciar,
ensino. supervisionar e avaliar, respectivamente, os
§ 1º Caberá à União a coordenação da cursos das instituições de educação superior e
política nacional de educação, articulando os os estabelecimentos do seu sistema de ensino.
diferentes níveis e sistemas e exercendo função § 1º Na estrutura educacional, haverá um
normativa, redistributiva e supletiva em relação Conselho Nacional de Educação, com funções
às demais instâncias educacionais. normativas e de supervisão e atividade
§ 2º Os sistemas de ensino terão permanente, criado por lei.
liberdade de organização nos termos desta Lei. § 2° Para o cumprimento do disposto nos
Art. 9º A União incumbir-se-á de:   incisos V a IX, a União terá acesso a todos os
dados e informações necessários de todos os V - oferecer a educação infantil em
estabelecimentos e órgãos educacionais. creches e pré-escolas, e, com prioridade, o
§ 3º As atribuições constantes do inciso ensino fundamental, permitida a atuação em
IX poderão ser delegadas aos Estados e ao outros níveis de ensino somente quando
Distrito Federal, desde que mantenham estiverem atendidas plenamente as
instituições de educação superior. necessidades de sua área de competência e
com recursos acima dos percentuais mínimos
Art. 10. Os Estados incumbir-se-ão de:
vinculados pela Constituição Federal à
I - organizar, manter e desenvolver os manutenção e desenvolvimento do ensino.
órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas
VI - assumir o transporte escolar dos
de ensino;
alunos da rede municipal.   
II - definir, com os Municípios, formas de
Parágrafo único. Os Municípios poderão
colaboração na oferta do ensino fundamental, as
optar, ainda, por se integrar ao sistema estadual
quais devem assegurar a distribuição
de ensino ou compor com ele um sistema único
proporcional das responsabilidades, de acordo
de educação básica.
com a população a ser atendida e os recursos
financeiros disponíveis em cada uma dessas Art. 12. Os estabelecimentos de ensino,
esferas do Poder Público; respeitadas as normas comuns e as do seu
sistema de ensino, terão a incumbência de:
III - elaborar e executar políticas e planos
educacionais, em consonância com as diretrizes I - elaborar e executar sua proposta
e planos nacionais de educação, integrando e pedagógica;
coordenando as suas ações e as dos seus II - administrar seu pessoal e seus
Municípios; recursos materiais e financeiros;
IV - autorizar, reconhecer, credenciar, III - assegurar o cumprimento dos dias
supervisionar e avaliar, respectivamente, os letivos e horas-aula estabelecidas;
cursos das instituições de educação superior e IV - velar pelo cumprimento do plano de
os estabelecimentos do seu sistema de ensino; trabalho de cada docente;
V - baixar normas complementares para V - prover meios para a recuperação dos
o seu sistema de ensino; alunos de menor rendimento;
VI - assegurar o ensino fundamental e VI - articular-se com as famílias e a
oferecer, com prioridade, o ensino médio a todos comunidade, criando processos de integração da
que o demandarem, respeitado o disposto no art. sociedade com a escola;
38 desta Lei;      
VII - informar pai e mãe, conviventes ou
VII - assumir o transporte escolar dos não com seus filhos, e, se for o caso, os
alunos da rede estadual.        responsáveis legais, sobre a frequência e
Parágrafo único. Ao Distrito Federal rendimento dos alunos, bem como sobre a
aplicar-se-ão as competências referentes aos execução da proposta pedagógica da escola;      
Estados e aos Municípios. VIII – notificar ao Conselho Tutelar do
Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de: Município a relação dos alunos que apresentem
I - organizar, manter e desenvolver os quantidade de faltas acima de 30% (trinta por
órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas cento) do percentual permitido em lei;
de ensino, integrando-os às políticas e planos IX - promover medidas de
educacionais da União e dos Estados; conscientização, de prevenção e de combate a
II - exercer ação redistributiva em relação todos os tipos de violência, especialmente a
às suas escolas; intimidação sistemática (bullying), no âmbito das
escolas;      
III - baixar normas complementares para
o seu sistema de ensino; X - estabelecer ações destinadas a
promover a cultura de paz nas escolas.           
IV - autorizar, credenciar e supervisionar
os estabelecimentos do seu sistema de ensino; XI - promover ambiente escolar seguro,
adotando estratégias de prevenção e
enfrentamento ao uso ou dependência de III - as instituições de ensino fundamental
drogas.   e médio criadas e mantidas pela iniciativa
Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de: privada;
I - participar da elaboração da proposta IV - os órgãos de educação estaduais e
pedagógica do estabelecimento de ensino; do Distrito Federal, respectivamente.
II - elaborar e cumprir plano de trabalho, Parágrafo único. No Distrito Federal, as
segundo a proposta pedagógica do instituições de educação infantil, criadas e
estabelecimento de ensino; mantidas pela iniciativa privada, integram seu
sistema de ensino.
III - zelar pela aprendizagem dos alunos;
Art. 18. Os sistemas municipais de
IV - estabelecer estratégias de
ensino compreendem:
recuperação para os alunos de menor
rendimento; I - as instituições do ensino fundamental,
médio e de educação infantil mantidas pelo
V - ministrar os dias letivos e horas-aula
Poder Público municipal;
estabelecidos, além de participar integralmente
dos períodos dedicados ao planejamento, à II - as instituições de educação infantil
avaliação e ao desenvolvimento profissional; criadas e mantidas pela iniciativa privada;
VI - colaborar com as atividades de III – os órgãos municipais de educação.
articulação da escola com as famílias e a Art. 19. As instituições de ensino dos
comunidade. diferentes níveis classificam-se nas seguintes
Art. 14. Os sistemas de ensino definirão categorias administrativas:   
as normas da gestão democrática do ensino I - públicas, assim entendidas as criadas
público na educação básica, de acordo com as ou incorporadas, mantidas e administradas pelo
suas peculiaridades e conforme os seguintes Poder Público;
princípios: II - privadas, assim entendidas as
I - participação dos profissionais da mantidas e administradas por pessoas físicas ou
educação na elaboração do projeto pedagógico jurídicas de direito privado.
da escola; III - comunitárias, na forma da lei.
II - participação das comunidades escolar (Incluído pela Lei nº 13.868, de 2019)
e local em conselhos escolares ou equivalentes. § 1º As instituições de ensino a que se
Art. 15. Os sistemas de ensino referem os incisos II e III do caput deste artigo
assegurarão às unidades escolares públicas de podem qualificar-se como confessionais,
educação básica que os integram progressivos atendidas a orientação confessional e a ideologia
graus de autonomia pedagógica e administrativa específicas.   (Incluído pela Lei nº 13.868, de
e de gestão financeira, observadas as normas 2019)
gerais de direito financeiro público. § 2º As instituições de ensino a que se
Art. 16. O sistema federal de ensino referem os incisos II e III do caput deste artigo
compreende:   podem ser certificadas como filantrópicas, na
I - as instituições de ensino mantidas forma da lei.   (Incluído pela Lei nº 13.868, de
pela União; 2019)
II - as instituições de educação superior Art. 20.  (Revogado pela Lei nº 13.868, de
mantidas pela iniciativa privada;     2019)

III - os órgãos federais de educação. TÍTULO V

Art. 17. Os sistemas de ensino dos Dos Níveis e das Modalidades de Educação e
Estados e do Distrito Federal compreendem: Ensino

I - as instituições de ensino mantidas, CAPÍTULO I


respectivamente, pelo Poder Público estadual e Da Composição dos Níveis Escolares
pelo Distrito Federal; Art. 21. A educação escolar compõe-se
II - as instituições de educação superior de:
mantidas pelo Poder Público municipal;
I - educação básica, formada pela c) independentemente de escolarização
educação infantil, ensino fundamental e ensino anterior, mediante avaliação feita pela escola,
médio; que defina o grau de desenvolvimento e
II - educação superior. experiência do candidato e permita sua inscrição
na série ou etapa adequada, conforme
CAPÍTULO II
regulamentação do respectivo sistema de
DA EDUCAÇÃO BÁSICA ensino;
Seção I III - nos estabelecimentos que adotam a
Das Disposições Gerais progressão regular por série, o regimento escolar
Art. 22. A educação básica tem por pode admitir formas de progressão parcial,
finalidades desenvolver o educando, assegurar- desde que preservada a seqüência do currículo,
lhe a formação comum indispensável para o observadas as normas do respectivo sistema de
exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para ensino;
progredir no trabalho e em estudos posteriores. IV - poderão organizar-se classes, ou
Art. 23. A educação básica poderá turmas, com alunos de séries distintas, com
organizar-se em séries anuais, períodos níveis equivalentes de adiantamento na matéria,
semestrais, ciclos, alternância regular de para o ensino de línguas estrangeiras, artes, ou
períodos de estudos, grupos não-seriados, com outros componentes curriculares;
base na idade, na competência e em outros V - a verificação do rendimento escolar
critérios, ou por forma diversa de organização, observará os seguintes critérios:
sempre que o interesse do processo de a) avaliação contínua e cumulativa do
aprendizagem assim o recomendar. desempenho do aluno, com prevalência dos
§ 1º A escola poderá reclassificar os aspectos qualitativos sobre os quantitativos e
alunos, inclusive quando se tratar de dos resultados ao longo do período sobre os de
transferências entre estabelecimentos situados eventuais provas finais;
no País e no exterior, tendo como base as b) possibilidade de aceleração de
normas curriculares gerais. estudos para alunos com atraso escolar;
§ 2º O calendário escolar deverá c) possibilidade de avanço nos cursos e
adequar-se às peculiaridades locais, inclusive nas séries mediante verificação do aprendizado;
climáticas e econômicas, a critério do respectivo
d) aproveitamento de estudos concluídos
sistema de ensino, sem com isso reduzir o
com êxito;
número de horas letivas previsto nesta Lei.
e) obrigatoriedade de estudos de
Art. 24. A educação básica, nos níveis
recuperação, de preferência paralelos ao período
fundamental e médio, será organizada de acordo
letivo, para os casos de baixo rendimento
com as seguintes regras comuns:
escolar, a serem disciplinados pelas instituições
I - a carga horária mínima anual será de de ensino em seus regimentos;
oitocentas horas para o ensino fundamental e
VI - o controle de freqüência fica a cargo
para o ensino médio, distribuídas por um mínimo
da escola, conforme o disposto no seu regimento
de duzentos dias de efetivo trabalho escolar,
e nas normas do respectivo sistema de ensino,
excluído o tempo reservado aos exames finais,
exigida a freqüência mínima de setenta e cinco
quando houver;     
por cento do total de horas letivas para
II - a classificação em qualquer série ou aprovação;
etapa, exceto a primeira do ensino fundamental,
VII - cabe a cada instituição de ensino
pode ser feita:
expedir históricos escolares, declarações de
a) por promoção, para alunos que conclusão de série e diplomas ou certificados de
cursaram, com aproveitamento, a série ou fase conclusão de cursos, com as especificações
anterior, na própria escola; cabíveis.
b) por transferência, para candidatos § 1º  A carga horária mínima anual de
procedentes de outras escolas; que trata o inciso I do caput deverá ser ampliada
de forma progressiva, no ensino médio, para mil
e quatrocentas horas, devendo os sistemas de VI – que tenha prole.    
ensino oferecer, no prazo máximo de cinco anos, § 4º O ensino da História do Brasil levará
pelo menos mil horas anuais de carga horária, a em conta as contribuições das diferentes culturas
partir de 2 de março de 2017.       e etnias para a formação do povo brasileiro,
§ 2o  Os sistemas de ensino disporão especialmente das matrizes indígena, africana e
sobre a oferta de educação de jovens e adultos e européia.
de ensino noturno regular, adequado às § 5º  No currículo do ensino fundamental,
condições do educando, conforme o inciso VI do a partir do sexto ano, será ofertada a língua
art. 4o.      inglesa.
Art. 25. Será objetivo permanente das § 6º  As artes visuais, a dança, a música
autoridades responsáveis alcançar relação e o teatro são as linguagens que constituirão o
adequada entre o número de alunos e o componente curricular de que trata o § 2 o deste
professor, a carga horária e as condições artigo.
materiais do estabelecimento.
§ 7º  A integralização curricular poderá
Parágrafo único. Cabe ao respectivo incluir, a critério dos sistemas de ensino, projetos
sistema de ensino, à vista das condições e pesquisas envolvendo os temas transversais
disponíveis e das características regionais e de que trata o caput.
locais, estabelecer parâmetro para atendimento
§ 8º A exibição de filmes de produção
do disposto neste artigo.
nacional constituirá componente curricular
Art. 26.  Os currículos da educação complementar integrado à proposta pedagógica
infantil, do ensino fundamental e do ensino da escola, sendo a sua exibição obrigatória por,
médio devem ter base nacional comum, a ser no mínimo, 2 (duas) horas mensais.
complementada, em cada sistema de ensino e
§ 9o Conteúdos relativos aos direitos
em cada estabelecimento escolar, por uma parte
humanos e à prevenção de todas as formas de
diversificada, exigida pelas características
violência contra a criança e o adolescente serão
regionais e locais da sociedade, da cultura, da
incluídos, como temas transversais, nos
economia e dos educandos.
currículos escolares de que trata o caput deste
§ 1º Os currículos a que se refere artigo, tendo como diretriz a Lei no 8.069, de 13
o caput devem abranger, obrigatoriamente, o de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
estudo da língua portuguesa e da matemática, o Adolescente), observada a produção e
conhecimento do mundo físico e natural e da distribuição de material didático adequado.
realidade social e política, especialmente do
§ 9º-A.  A educação alimentar e
Brasil.
nutricional será incluída entre os temas
§ 2º  O ensino da arte, especialmente em transversais de que trata o caput.
suas expressões regionais, constituirá
§ 10.  A inclusão de novos componentes
componente curricular obrigatório da educação
curriculares de caráter obrigatório na Base
básica.
Nacional Comum Curricular dependerá de
§ 3º A educação física, integrada à aprovação do Conselho Nacional de Educação e
proposta pedagógica da escola, é componente de homologação pelo Ministro de Estado da
curricular obrigatório da educação básica, sendo Educação.
sua prática facultativa ao aluno;
Art. 26-A.  Nos estabelecimentos de
I – que cumpra jornada de trabalho igual ensino fundamental e de ensino médio, públicos
ou superior a seis horas;      e privados, torna-se obrigatório o estudo da
II – maior de trinta anos de idade;        história e cultura afro-brasileira e indígena.   
III – que estiver prestando serviço militar § 1º  O conteúdo programático a que se
inicial ou que, em situação similar, estiver refere este artigo incluirá diversos aspectos da
obrigado à prática da educação física;          história e da cultura que caracterizam a formação
IV – amparado pelo Decreto-Lei no 1.044, da população brasileira, a partir desses dois
de 21 de outubro de 1969;      grupos étnicos, tais como o estudo da história da
África e dos africanos, a luta dos negros e dos
V – (VETADO)   
povos indígenas no Brasil, a cultura negra e o desenvolvimento integral da criança de até 5
indígena brasileira e o negro e o índio na (cinco) anos, em seus aspectos físico,
formação da sociedade nacional, resgatando as psicológico, intelectual e social, complementando
suas contribuições nas áreas social, econômica a ação da família e da comunidade. 
e política, pertinentes à história do Brasil.         Art. 30. A educação infantil será
§ 2º  Os conteúdos referentes à história e oferecida em:
cultura afro-brasileira e dos povos indígenas I - creches, ou entidades equivalentes,
brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o para crianças de até três anos de idade;
currículo escolar, em especial nas áreas de
II - pré-escolas, para as crianças de 4
educação artística e de literatura e história
(quatro) a 5 (cinco) anos de idade.   
brasileiras.    
Art. 31.  A educação infantil será
Art. 27. Os conteúdos curriculares da
organizada de acordo com as seguintes regras
educação básica observarão, ainda, as seguintes
comuns:    
diretrizes:
I - avaliação mediante acompanhamento
I - a difusão de valores fundamentais ao
e registro do desenvolvimento das crianças, sem
interesse social, aos direitos e deveres dos
o objetivo de promoção, mesmo para o acesso
cidadãos, de respeito ao bem comum e à ordem
ao ensino fundamental;     
democrática;
II - carga horária mínima anual de 800
II - consideração das condições de
(oitocentas) horas, distribuída por um mínimo de
escolaridade dos alunos em cada
200 (duzentos) dias de trabalho educacional; 
estabelecimento;
III - atendimento à criança de, no mínimo,
III - orientação para o trabalho;
4 (quatro) horas diárias para o turno parcial e de
IV - promoção do desporto educacional e 7 (sete) horas para a jornada integral;
apoio às práticas desportivas não-formais.
IV - controle de frequência pela
Art. 28. Na oferta de educação básica instituição de educação pré-escolar, exigida a
para a população rural, os sistemas de ensino frequência mínima de 60% (sessenta por cento)
promoverão as adaptações necessárias à sua do total de horas;
adequação às peculiaridades da vida rural e de
V - expedição de documentação que
cada região, especialmente:
permita atestar os processos de
I - conteúdos curriculares e metodologias desenvolvimento e aprendizagem da criança.     
apropriadas às reais necessidades e interesses
Seção III
dos alunos da zona rural;
Do Ensino Fundamental
II - organização escolar própria, incluindo
adequação do calendário escolar às fases do Art. 32. O ensino fundamental
ciclo agrícola e às condições climáticas; obrigatório, com duração de 9 (nove) anos,
gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6
III - adequação à natureza do trabalho na
(seis) anos de idade, terá por objetivo a
zona rural.
formação básica do cidadão, mediante:
Parágrafo único.  O fechamento de
I - o desenvolvimento da capacidade de
escolas do campo, indígenas e quilombolas será
aprender, tendo como meios básicos o pleno
precedido de manifestação do órgão normativo
domínio da leitura, da escrita e do cálculo;
do respectivo sistema de ensino, que
considerará a justificativa apresentada pela II - a compreensão do ambiente natural e
Secretaria de Educação, a análise do diagnóstico social, do sistema político, da tecnologia, das
do impacto da ação e a manifestação da artes e dos valores em que se fundamenta a
comunidade escolar.   sociedade;

Seção II III - o desenvolvimento da capacidade de


aprendizagem, tendo em vista a aquisição de
Da Educação Infantil
conhecimentos e habilidades e a formação de
Art. 29.  A educação infantil, primeira atitudes e valores;
etapa da educação básica, tem como finalidade
IV - o fortalecimento dos vínculos de progressivamente ampliado o período de
família, dos laços de solidariedade humana e de permanência na escola.
tolerância recíproca em que se assenta a vida § 1º São ressalvados os casos do ensino
social. noturno e das formas alternativas de organização
§ 1º  É facultado aos sistemas de ensino autorizadas nesta Lei.
desdobrar o ensino fundamental em ciclos. § 2º O ensino fundamental será
§ 2º Os estabelecimentos que utilizam ministrado progressivamente em tempo integral,
progressão regular por série podem adotar no a critério dos sistemas de ensino.
ensino fundamental o regime de progressão Seção IV
continuada, sem prejuízo da avaliação do
Do Ensino Médio
processo de ensino-aprendizagem, observadas
as normas do respectivo sistema de ensino. Art. 35. O ensino médio, etapa final da
educação básica, com duração mínima de três
§ 3º O ensino fundamental regular será
anos, terá como finalidades:
ministrado em língua portuguesa, assegurada às
comunidades indígenas a utilização de suas I - a consolidação e o aprofundamento
línguas maternas e processos próprios de dos conhecimentos adquiridos no ensino
aprendizagem. fundamental, possibilitando o prosseguimento de
estudos;
§ 4º O ensino fundamental será
presencial, sendo o ensino a distância utilizado II - a preparação básica para o trabalho e
como complementação da aprendizagem ou em a cidadania do educando, para continuar
situações emergenciais. aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar
com flexibilidade a novas condições de ocupação
§ 5º  O currículo do ensino fundamental
ou aperfeiçoamento posteriores;
incluirá, obrigatoriamente, conteúdo que trate
dos direitos das crianças e dos adolescentes, III - o aprimoramento do educando como
tendo como diretriz a Lei no 8.069, de 13 de julho pessoa humana, incluindo a formação ética e o
de 1990, que institui o Estatuto da Criança e do desenvolvimento da autonomia intelectual e do
Adolescente, observada a produção e pensamento crítico;
distribuição de material didático adequado.        IV - a compreensão dos fundamentos
§ 6º O estudo sobre os símbolos científico-tecnológicos dos processos produtivos,
nacionais será incluído como tema transversal relacionando a teoria com a prática, no ensino de
nos currículos do ensino fundamental. cada disciplina.

Art. 33. O ensino religioso, de matrícula Art. 35-A.  A Base Nacional Comum
facultativa, é parte integrante da formação básica Curricular definirá direitos e objetivos de
do cidadão e constitui disciplina dos horários aprendizagem do ensino médio, conforme
normais das escolas públicas de ensino diretrizes do Conselho Nacional de Educação,
fundamental, assegurado o respeito à nas seguintes áreas do conhecimento:           
diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas I - linguagens e suas tecnologias;       
quaisquer formas de proselitismo.            II - matemática e suas tecnologias;    
§ 1º Os sistemas de ensino III - ciências da natureza e suas
regulamentarão os procedimentos para a tecnologias;   
definição dos conteúdos do ensino religioso e IV - ciências humanas e sociais
estabelecerão as normas para a habilitação e aplicadas.
admissão dos professores.
§ 1º  A parte diversificada  dos 
§ 2º Os sistemas de ensino ouvirão currículos  de  que  trata o caput do art. 26,
entidade civil, constituída pelas diferentes definida em cada sistema de ensino, deverá
denominações religiosas, para a definição dos estar harmonizada à Base Nacional Comum
conteúdos do ensino religioso.       Curricular e ser articulada a partir do contexto
Art. 34. A jornada escolar no ensino histórico, econômico, social, ambiental e
fundamental incluirá pelo menos quatro horas de cultural.   
trabalho efetivo em sala de aula, sendo
§ 2º  A Base Nacional Comum Curricular relevância para o contexto local e a possibilidade
referente ao ensino médio incluirá dos sistemas de ensino, a saber:   
obrigatoriamente estudos e práticas de educação I - linguagens e suas tecnologias;
física, arte, sociologia e filosofia.   
II - matemática e suas tecnologias;
§ 3º  O ensino da língua portuguesa e da
III - ciências da natureza e suas
matemática será obrigatório nos três anos do
tecnologias;
ensino médio, assegurada às comunidades
indígenas, também, a utilização das respectivas IV - ciências humanas e sociais
línguas maternas. aplicadas;

§ 4º  Os currículos do ensino médio V - formação técnica e profissional.


incluirão, obrigatoriamente, o estudo da língua § 1º  A organização das áreas de que
inglesa e poderão ofertar outras línguas trata o caput e das respectivas competências e
estrangeiras, em caráter optativo, habilidades será feita de acordo com critérios
preferencialmente o espanhol, de acordo com a estabelecidos em cada sistema de ensino.  
disponibilidade de oferta, locais e horários I - (revogado);         
definidos pelos sistemas de ensino.      II - (revogado);         
§ 5º  A carga horária destinada ao III – (revogado).          
cumprimento da Base Nacional Comum
§ 2º      (Revogado)
Curricular não poderá ser superior a mil e
oitocentas horas do total da carga horária do § 3o  A critério dos sistemas de ensino,
ensino médio, de acordo com a definição dos poderá ser composto itinerário formativo
sistemas de ensino.    integrado, que se traduz na composição de
componentes curriculares da Base Nacional
§ 6º  A União estabelecerá os padrões
Comum Curricular - BNCC e dos itinerários
de desempenho esperados para o ensino médio,
formativos, considerando os incisos I a V
que serão referência nos processos nacionais de
do caput.       
avaliação, a partir da Base Nacional Comum
Curricular.       § 4º     (Revogado)
§ 7º  Os currículos do ensino médio § 5º  Os sistemas de ensino, mediante
deverão considerar a formação integral do aluno, disponibilidade de vagas na rede, possibilitarão
de maneira a adotar um trabalho voltado para a ao aluno concluinte do ensino médio cursar mais
construção de seu projeto de vida e para sua um itinerário formativo de que trata o caput.
formação nos aspectos físicos, cognitivos e § 6º  A critério dos sistemas de ensino, a
socioemocionais. oferta de formação com ênfase técnica e
§ 8º  Os conteúdos, as metodologias e profissional considerará:
as formas de avaliação processual e formativa I - a inclusão de vivências práticas de
serão organizados nas redes de ensino por meio trabalho no setor produtivo ou em ambientes de
de atividades teóricas e práticas, provas orais e simulação, estabelecendo parcerias e fazendo
escritas, seminários, projetos e atividades on- uso, quando aplicável, de instrumentos
line, de tal forma que ao final do ensino médio o estabelecidos pela legislação sobre
educando demonstre:        aprendizagem profissional;    
I - domínio dos princípios científicos e II - a possibilidade de concessão de
tecnológicos que presidem a produção certificados intermediários de qualificação para o
moderna;         trabalho, quando a formação for estruturada e
II - conhecimento das formas organizada em etapas com terminalidade.
contemporâneas de linguagem.   § 7º  A oferta de formações
Art. 36.  O currículo do ensino médio experimentais relacionadas ao inciso V do caput,
será composto pela Base Nacional Comum em áreas que não constem do Catálogo Nacional
Curricular e por itinerários formativos, que dos Cursos Técnicos, dependerá, para sua
deverão ser organizados por meio da oferta de continuidade, do reconhecimento pelo respectivo
diferentes arranjos curriculares, conforme a Conselho Estadual de Educação, no prazo de
três anos, e da inserção no Catálogo Nacional
dos Cursos Técnicos, no prazo de cinco anos, Art. 36-A.  Sem prejuízo do disposto na Seção IV
contados da data de oferta inicial da formação. deste Capítulo, o ensino médio, atendida a
§ 8º  A oferta de formação técnica e formação geral do educando, poderá prepará-lo
profissional a que se refere o inciso V do caput, para o exercício de profissões técnicas.     
realizada na própria instituição ou em parceria Parágrafo único.  A preparação geral
com outras instituições, deverá ser aprovada para o trabalho e, facultativamente, a habilitação
previamente pelo Conselho Estadual de profissional poderão ser desenvolvidas nos
Educação, homologada pelo Secretário Estadual próprios estabelecimentos de ensino médio ou
de Educação e certificada pelos sistemas de em cooperação com instituições especializadas
ensino.  em educação profissional.
§ 9º  As instituições de ensino emitirão Art. 36-B.  A educação profissional
certificado com validade nacional, que habilitará técnica de nível médio será desenvolvida nas
o concluinte do ensino médio ao prosseguimento seguintes formas:         
dos estudos em nível superior ou em outros I - articulada com o ensino médio;
cursos ou formações para os quais a conclusão
II - subseqüente, em cursos destinados a
do ensino médio seja etapa obrigatória.
quem já tenha concluído o ensino médio.
§ 10.  Além das formas de organização
Parágrafo único.  A educação
previstas no art. 23, o ensino médio poderá ser
profissional técnica de nível médio deverá
organizado em módulos e adotar o sistema de
observar:
créditos com terminalidade específica.
I - os objetivos e definições contidos nas
§ 11.  Para efeito de cumprimento das
diretrizes curriculares nacionais estabelecidas
exigências curriculares do ensino médio, os
pelo Conselho Nacional de Educação;
sistemas de ensino poderão reconhecer
competências e firmar convênios com II - as normas complementares dos
instituições de educação a distância com notório respectivos sistemas de ensino;   
reconhecimento, mediante as seguintes formas III - as exigências de cada instituição de
de comprovação:   ensino, nos termos de seu projeto
I - demonstração prática; pedagógico.      

II - experiência de trabalho Art. 36-C.  A educação profissional


supervisionado ou outra experiência adquirida técnica de nível médio articulada, prevista no
fora do ambiente escolar; inciso I do caput do art. 36-B desta Lei, será
desenvolvida de forma:      
III - atividades de educação técnica
oferecidas em outras instituições de ensino I - integrada, oferecida somente a quem
credenciadas;     já tenha concluído o ensino fundamental, sendo
o curso planejado de modo a conduzir o aluno à
IV - cursos oferecidos por centros ou
habilitação profissional técnica de nível médio,
programas ocupacionais;   
na mesma instituição de ensino, efetuando-se
V - estudos realizados em instituições de matrícula única para cada aluno;      
ensino nacionais ou estrangeiras;    
II - concomitante, oferecida a quem
VI - cursos realizados por meio de ingresse no ensino médio ou já o esteja
educação a distância ou educação presencial cursando, efetuando-se matrículas distintas para
mediada por tecnologias.    cada curso, e podendo ocorrer:   
§ 12.  As escolas deverão orientar os a) na mesma instituição de ensino,
alunos no processo de escolha das áreas de aproveitando-se as oportunidades educacionais
conhecimento ou de atuação profissional disponíveis;      
previstas no caput.   
b) em instituições de ensino distintas,
Seção IV-A aproveitando-se as oportunidades educacionais
Da Educação Profissional Técnica de Nível disponíveis;    
Médio c) em instituições de ensino distintas,
mediante convênios de intercomplementaridade,
visando ao planejamento e ao desenvolvimento § 2º Os conhecimentos e habilidades
de projeto pedagógico unificado.      adquiridos pelos educandos por meios informais
Art. 36-D.  Os diplomas de cursos de serão aferidos e reconhecidos mediante exames.
educação profissional técnica de nível médio, CAPÍTULO III
quando registrados, terão validade nacional e Da Educação Profissional e Tecnológica
habilitarão ao prosseguimento de estudos na
Art. 39.  A educação profissional e
educação superior.      
tecnológica, no cumprimento dos objetivos da
Parágrafo único.  Os cursos de educação educação nacional, integra-se aos diferentes
profissional técnica de nível médio, nas formas níveis e modalidades de educação e às
articulada concomitante e subseqüente, quando dimensões do trabalho, da ciência e da
estruturados e organizados em etapas com tecnologia.
terminalidade, possibilitarão a obtenção de
§ 1º  Os cursos de educação profissional
certificados de qualificação para o trabalho após
e tecnológica poderão ser organizados por eixos
a conclusão, com aproveitamento, de cada etapa
tecnológicos, possibilitando a construção de
que caracterize uma qualificação para o
diferentes itinerários formativos, observadas as
trabalho.     
normas do respectivo sistema e nível de
Seção V ensino.     
Da Educação de Jovens e Adultos § 2º  A educação profissional e
Art. 37.  A educação de jovens e adultos tecnológica abrangerá os seguintes cursos;
será destinada àqueles que não tiveram acesso I – de formação inicial e continuada ou
ou continuidade de estudos nos ensinos qualificação profissional;
fundamental e médio na idade própria e
II – de educação profissional técnica de
constituirá instrumento para a educação e a
nível médio;
aprendizagem ao longo da vida.        
III – de educação profissional tecnológica
§ 1º Os sistemas de ensino assegurarão
de graduação e pós-graduação.       
gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não
puderam efetuar os estudos na idade regular, § 3º  Os cursos de educação profissional
oportunidades educacionais apropriadas, tecnológica de graduação e pós-graduação
consideradas as características do alunado, seus organizar-se-ão, no que concerne a objetivos,
interesses, condições de vida e de trabalho, características e duração, de acordo com as
mediante cursos e exames. diretrizes curriculares nacionais estabelecidas
pelo Conselho Nacional de Educação.         
§ 2º O Poder Público viabilizará e
estimulará o acesso e a permanência do Art. 40. A educação profissional será
trabalhador na escola, mediante ações desenvolvida em articulação com o ensino
integradas e complementares entre si. regular ou por diferentes estratégias de
educação continuada, em instituições
§ 3º  A educação de jovens e adultos
especializadas ou no ambiente de trabalho.
deverá articular-se, preferencialmente, com a
educação profissional, na forma do Art. 41.  O conhecimento adquirido na
regulamento.      educação profissional e tecnológica, inclusive no
trabalho, poderá ser objeto de avaliação,
Art. 38. Os sistemas de ensino manterão
reconhecimento e certificação para
cursos e exames supletivos, que compreenderão
prosseguimento ou conclusão de estudos.
a base nacional comum do currículo, habilitando
ao prosseguimento de estudos em caráter Art. 42.  As instituições de educação
regular. profissional e tecnológica, além dos seus cursos
regulares, oferecerão cursos especiais, abertos à
§ 1º Os exames a que se refere este
comunidade, condicionada a matrícula à
artigo realizar-se-ão:
capacidade de aproveitamento e não
I - no nível de conclusão do ensino necessariamente ao nível de escolaridade.
fundamental, para os maiores de quinze anos;
CAPÍTULO IV
II - no nível de conclusão do ensino
DA EDUCAÇÃO SUPERIOR
médio, para os maiores de dezoito anos.
Art. 43. A educação superior tem por estabelecidos pelas instituições de ensino, desde
finalidade: que tenham concluído o ensino médio ou
I - estimular a criação cultural e o equivalente;          
desenvolvimento do espírito científico e do II - de graduação, abertos a candidatos
pensamento reflexivo; que tenham concluído o ensino médio ou
II - formar diplomados nas diferentes equivalente e tenham sido classificados em
áreas de conhecimento, aptos para a inserção processo seletivo;
em setores profissionais e para a participação no III - de pós-graduação, compreendendo
desenvolvimento da sociedade brasileira, e programas de mestrado e doutorado, cursos de
colaborar na sua formação contínua; especialização, aperfeiçoamento e outros,
III - incentivar o trabalho de pesquisa e abertos a candidatos diplomados em cursos de
investigação científica, visando o graduação e que atendam às exigências das
desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da instituições de ensino;
criação e difusão da cultura, e, desse modo, IV - de extensão, abertos a candidatos
desenvolver o entendimento do homem e do que atendam aos requisitos estabelecidos em
meio em que vive; cada caso pelas instituições de ensino.
IV - promover a divulgação de § 1º  O resultado do processo seletivo
conhecimentos culturais, científicos e técnicos referido no inciso II do caput deste artigo será
que constituem patrimônio da humanidade e tornado público pela instituição de ensino
comunicar o saber através do ensino, de superior, sendo obrigatórios a divulgação da
publicações ou de outras formas de relação nominal dos classificados, a respectiva
comunicação; ordem de classificação e o cronograma das
V - suscitar o desejo permanente de chamadas para matrícula, de acordo com os
aperfeiçoamento cultural e profissional e critérios para preenchimento das vagas
possibilitar a correspondente concretização, constantes do edital, assegurado o direito do
integrando os conhecimentos que vão sendo candidato, classificado ou não, a ter acesso a
adquiridos numa estrutura intelectual suas notas ou indicadores de desempenho em
sistematizadora do conhecimento de cada provas, exames e demais atividades da seleção
geração; e a sua posição na ordem de classificação de
todos os candidatos.               
VI - estimular o conhecimento dos
problemas do mundo presente, em particular os § 2º No caso de empate no processo
nacionais e regionais, prestar serviços seletivo, as instituições públicas de ensino
especializados à comunidade e estabelecer com superior darão prioridade de matrícula ao
esta uma relação de reciprocidade; candidato que comprove ter renda familiar
inferior a dez salários mínimos, ou ao de menor
VII - promover a extensão, aberta à
renda familiar, quando mais de um candidato
participação da população, visando à difusão das
preencher o critério inicial.     
conquistas e benefícios resultantes da criação
cultural e da pesquisa científica e tecnológica § 3º  O processo seletivo referido no
geradas na instituição. inciso II considerará as competências e as
habilidades definidas na Base Nacional Comum
VIII - atuar em favor da universalização e
Curricular.        
do aprimoramento da educação básica, mediante
a formação e a capacitação de profissionais, a Art. 45. A educação superior será
realização de pesquisas pedagógicas e o ministrada em instituições de ensino superior,
desenvolvimento de atividades de extensão que públicas ou privadas, com variados graus de
aproximem os dois níveis escolares.     abrangência ou especialização.     
Art. 44. A educação superior abrangerá Art. 46. A autorização e o
os seguintes cursos e programas reconhecimento de cursos, bem como o
credenciamento de instituições de educação
I - cursos seqüenciais por campo de
superior, terão prazos limitados, sendo
saber, de diferentes níveis de abrangência,
renovados, periodicamente, após processo
abertos a candidatos que atendam aos requisitos
regular de avaliação. 
§ 1º Após um prazo para saneamento de a) toda publicação a que se refere esta
deficiências eventualmente identificadas pela Lei deve ter como título “Grade e Corpo
avaliação a que se refere este artigo, haverá Docente”;
reavaliação, que poderá resultar, conforme o b) a página principal da instituição de
caso, em desativação de cursos e habilitações, ensino superior, bem como a página da oferta de
em intervenção na instituição, em suspensão seus cursos aos ingressantes sob a forma de
temporária de prerrogativas da autonomia, ou em vestibulares, processo seletivo e outras com a
descredenciamento. mesma finalidade, deve conter a ligação desta
§ 2º No caso de instituição pública, o com a página específica prevista neste inciso;
Poder Executivo responsável por sua c) caso a instituição de ensino superior
manutenção acompanhará o processo de não possua sítio eletrônico, deve criar página
saneamento e fornecerá recursos adicionais, se específica para divulgação das informações de
necessários, para a superação das deficiências. que trata esta Lei;         
§ 3º  No caso de instituição privada, além d) a página específica deve conter a data
das sanções previstas no § 1 o deste artigo, o completa de sua última atualização; 
processo de reavaliação poderá resultar em
II - em toda propaganda eletrônica da
redução de vagas autorizadas e em suspensão
instituição de ensino superior, por meio de
temporária de novos ingressos e de oferta de
ligação para a página referida no inciso I;    
cursos.  
III - em local visível da instituição de
§ 4º  É facultado ao Ministério da
ensino superior e de fácil acesso ao público;
Educação, mediante procedimento específico e
com aquiescência da instituição de ensino, com IV - deve ser atualizada semestralmente
vistas a resguardar os interesses dos ou anualmente, de acordo com a duração das
estudantes, comutar as penalidades previstas disciplinas de cada curso oferecido, observando
nos §§ 1o e 3o deste artigo por outras medidas, o seguinte:     
desde que adequadas para superação das a) caso o curso mantenha disciplinas
deficiências e irregularidades constatadas.  com duração diferenciada, a publicação deve ser
§ 5º  Para fins de regulação, os Estados semestral;    
e o Distrito Federal deverão adotar os critérios b) a publicação deve ser feita até 1 (um)
definidos pela União para autorização de mês antes do início das aulas;   
funcionamento de curso de graduação em c) caso haja mudança na grade do curso
Medicina.   ou no corpo docente até o início das aulas, os
Art. 47. Na educação superior, o ano alunos devem ser comunicados sobre as
letivo regular, independente do ano civil, tem, no alterações;        
mínimo, duzentos dias de trabalho acadêmico V - deve conter as seguintes
efetivo, excluído o tempo reservado aos exames informações:    
finais, quando houver. a) a lista de todos os cursos oferecidos
§ 1º  As instituições informarão aos pela instituição de ensino superior;  
interessados, antes de cada período letivo, os b) a lista das disciplinas que compõem a
programas dos cursos e demais componentes grade curricular de cada curso e as respectivas
curriculares, sua duração, requisitos, qualificação cargas horárias;
dos professores, recursos disponíveis e critérios
c) a identificação dos docentes que
de avaliação, obrigando-se a cumprir as
ministrarão as aulas em cada curso, as
respectivas condições, e a publicação deve ser
disciplinas que efetivamente ministrará naquele
feita, sendo as 3 (três) primeiras formas
curso ou cursos, sua titulação, abrangendo a
concomitantemente:   
qualificação profissional do docente e o tempo de
I - em página específica na internet no casa do docente, de forma total, contínua ou
sítio eletrônico oficial da instituição de ensino intermitente.   
superior, obedecido o seguinte:      
§ 2º Os alunos que tenham
extraordinário aproveitamento nos estudos,
demonstrado por meio de provas e outros Art. 51. As instituições de educação
instrumentos de avaliação específicos, aplicados superior credenciadas como universidades, ao
por banca examinadora especial, poderão ter deliberar sobre critérios e normas de seleção e
abreviada a duração dos seus cursos, de acordo admissão de estudantes, levarão em conta os
com as normas dos sistemas de ensino. efeitos desses critérios sobre a orientação do
§ 3º É obrigatória a freqüência de alunos ensino médio, articulando-se com os órgãos
e professores, salvo nos programas de educação normativos dos sistemas de ensino.
a distância. Art. 52. As universidades são instituições
§ 4º As instituições de educação superior pluridisciplinares de formação dos quadros
oferecerão, no período noturno, cursos de profissionais de nível superior, de pesquisa, de
graduação nos mesmos padrões de qualidade extensão e de domínio e cultivo do saber
mantidos no período diurno, sendo obrigatória a humano, que se caracterizam por:         
oferta noturna nas instituições públicas, I - produção intelectual institucionalizada
garantida a necessária previsão orçamentária. mediante o estudo sistemático dos temas e
Art. 48. Os diplomas de cursos problemas mais relevantes, tanto do ponto de
superiores reconhecidos, quando registrados, vista científico e cultural, quanto regional e
terão validade nacional como prova da formação nacional;
recebida por seu titular. II - um terço do corpo docente, pelo
§ 1º Os diplomas expedidos pelas menos, com titulação acadêmica de mestrado ou
universidades serão por elas próprias doutorado;
registrados, e aqueles conferidos por instituições III - um terço do corpo docente em
não-universitárias serão registrados em regime de tempo integral.
universidades indicadas pelo Conselho Nacional Parágrafo único. É facultada a criação de
de Educação. universidades especializadas por campo do
§ 2º Os diplomas de graduação saber.       
expedidos por universidades estrangeiras serão Art. 53. No exercício de sua autonomia,
revalidados por universidades públicas que são asseguradas às universidades, sem prejuízo
tenham curso do mesmo nível e área ou de outras, as seguintes atribuições:
equivalente, respeitando-se os acordos
I - criar, organizar e extinguir, em sua
internacionais de reciprocidade ou equiparação.
sede, cursos e programas de educação superior
§ 3º Os diplomas de Mestrado e de previstos nesta Lei, obedecendo às normas
Doutorado expedidos por universidades gerais da União e, quando for o caso, do
estrangeiras só poderão ser reconhecidos por respectivo sistema de ensino;  
universidades que possuam cursos de pós-
II - fixar os currículos dos seus cursos e
graduação reconhecidos e avaliados, na mesma
programas, observadas as diretrizes gerais
área de conhecimento e em nível equivalente ou
pertinentes;
superior.
III - estabelecer planos, programas e
Art. 49. As instituições de educação
projetos de pesquisa científica, produção artística
superior aceitarão a transferência de alunos
e atividades de extensão;
regulares, para cursos afins, na hipótese de
existência de vagas, e mediante processo IV - fixar o número de vagas de acordo
seletivo. com a capacidade institucional e as exigências
do seu meio;
Parágrafo único. As transferências ex
officio dar-se-ão na forma da lei.       V - elaborar e reformar os seus estatutos
e regimentos em consonância com as normas
Art. 50. As instituições de educação
gerais atinentes;
superior, quando da ocorrência de vagas, abrirão
matrícula nas disciplinas de seus cursos a alunos VI - conferir graus, diplomas e outros
não regulares que demonstrarem capacidade de títulos;
cursá-las com proveito, mediante processo VII - firmar contratos, acordos e
seletivo prévio. convênios;
VIII - aprovar e executar planos, um plano de cargos e salários, atendidas as
programas e projetos de investimentos normas gerais pertinentes e os recursos
referentes a obras, serviços e aquisições em disponíveis;
geral, bem como administrar rendimentos II - elaborar o regulamento de seu
conforme dispositivos institucionais; pessoal em conformidade com as normas gerais
IX - administrar os rendimentos e deles concernentes;
dispor na forma prevista no ato de constituição, III - aprovar e executar planos,
nas leis e nos respectivos estatutos; programas e projetos de investimentos
X - receber subvenções, doações, referentes a obras, serviços e aquisições em
heranças, legados e cooperação financeira geral, de acordo com os recursos alocados pelo
resultante de convênios com entidades públicas respectivo Poder mantenedor;
e privadas. IV - elaborar seus orçamentos anuais e
§ 1º Para garantir a autonomia didático- plurianuais;
científica das universidades, caberá aos seus V - adotar regime financeiro e contábil
colegiados de ensino e pesquisa decidir, dentro que atenda às suas peculiaridades de
dos recursos orçamentários disponíveis, organização e funcionamento;
sobre:         
VI - realizar operações de crédito ou de
I - criação, expansão, modificação e financiamento, com aprovação do Poder
extinção de cursos;       competente, para aquisição de bens imóveis,
II - ampliação e diminuição de instalações e equipamentos;
vagas;         VII - efetuar transferências, quitações e
III - elaboração da programação dos tomar outras providências de ordem
cursos;            orçamentária, financeira e patrimonial
IV - programação das pesquisas e das necessárias ao seu bom desempenho.
atividades de extensão;        § 2º Atribuições de autonomia
V - contratação e dispensa de universitária poderão ser estendidas a
professores;         instituições que comprovem alta qualificação
para o ensino ou para a pesquisa, com base em
VI - planos de carreira docente.
avaliação realizada pelo Poder Público.
§ 2º  As doações, inclusive monetárias,
Art. 55. Caberá à União assegurar,
podem ser dirigidas a setores ou projetos
anualmente, em seu Orçamento Geral, recursos
específicos, conforme acordo entre doadores e
suficientes para manutenção e desenvolvimento
universidades.       
das instituições de educação superior por ela
§ 3º  No caso das universidades públicas, mantidas.
os recursos das doações devem ser dirigidos ao
Art. 56. As instituições públicas de
caixa único da instituição, com destinação
educação superior obedecerão ao princípio da
garantida às unidades a serem
gestão democrática, assegurada a existência de
beneficiadas.        
órgãos colegiados deliberativos, de que
Art. 54. As universidades mantidas pelo participarão os segmentos da comunidade
Poder Público gozarão, na forma da lei, de institucional, local e regional.
estatuto jurídico especial para atender às
Parágrafo único. Em qualquer caso, os
peculiaridades de sua estrutura, organização e
docentes ocuparão setenta por cento dos
financiamento pelo Poder Público, assim como
assentos em cada órgão colegiado e comissão,
dos seus planos de carreira e do regime jurídico
inclusive nos que tratarem da elaboração e
do seu pessoal.       
modificações estatutárias e regimentais, bem
§ 1º No exercício da sua autonomia, como da escolha de dirigentes.
além das atribuições asseguradas pelo artigo
Art. 57. Nas instituições públicas de
anterior, as universidades públicas poderão:
educação superior, o professor ficará obrigado
I - propor o seu quadro de pessoal ao mínimo de oito horas semanais de aulas.
docente, técnico e administrativo, assim como
CAPÍTULO V
DA EDUCAÇÃO ESPECIAL V - acesso igualitário aos benefícios dos
Art. 58.  Entende-se por educação programas sociais suplementares disponíveis
especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade para o respectivo nível do ensino regular.
de educação escolar oferecida preferencialmente Art. 59-A.  O poder público deverá
na rede regular de ensino, para educandos com instituir cadastro nacional de alunos com altas
deficiência, transtornos globais do habilidades ou superdotação matriculados na
desenvolvimento e altas habilidades ou educação básica e na educação superior, a fim
superdotação.       de fomentar a execução de políticas públicas
§ 1º Haverá, quando necessário, destinadas ao desenvolvimento pleno das
serviços de apoio especializado, na escola potencialidades desse alunado.   
regular, para atender às peculiaridades da Parágrafo único.  A identificação precoce
clientela de educação especial. de alunos com altas habilidades ou
§ 2º O atendimento educacional será superdotação, os critérios e procedimentos para
feito em classes, escolas ou serviços inclusão no cadastro referido no caput deste
especializados, sempre que, em função das artigo, as entidades responsáveis pelo
condições específicas dos alunos, não for cadastramento, os mecanismos de acesso aos
possível a sua integração nas classes comuns dados do cadastro e as políticas de
de ensino regular. desenvolvimento das potencialidades do alunado
de que trata o caput serão definidos em
§ 3º  A oferta de educação especial, nos
regulamento.
termos do caput deste artigo, tem início na
educação infantil e estende-se ao longo da vida, Art. 60. Os órgãos normativos dos
observados o inciso III do art. 4º e o parágrafo sistemas de ensino estabelecerão critérios de
único do art. 60 desta Lei. caracterização das instituições privadas sem fins
lucrativos, especializadas e com atuação
Art. 59.  Os sistemas de ensino
exclusiva em educação especial, para fins de
assegurarão aos educandos com deficiência,
apoio técnico e financeiro pelo Poder Público.
transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades ou superdotação:    Parágrafo único.  O poder público
adotará, como alternativa preferencial, a
I - currículos, métodos, técnicas,
ampliação do atendimento aos educandos com
recursos educativos e organização específicos,
deficiência, transtornos globais do
para atender às suas necessidades;
desenvolvimento e altas habilidades ou
II - terminalidade específica para aqueles superdotação na própria rede pública regular de
que não puderem atingir o nível exigido para a ensino, independentemente do apoio às
conclusão do ensino fundamental, em virtude de instituições previstas neste artigo.
suas deficiências, e aceleração para concluir em
TÍTULO VI
menor tempo o programa escolar para os
superdotados; Dos Profissionais da Educação
III - professores com especialização Art. 61.  Consideram-se profissionais da
adequada em nível médio ou superior, para educação escolar básica os que, nela estando
atendimento especializado, bem como em efetivo exercício e tendo sido formados em
professores do ensino regular capacitados para a cursos reconhecidos, são:        
integração desses educandos nas classes I – professores habilitados em nível
comuns; médio ou superior para a docência na educação
IV - educação especial para o trabalho, infantil e nos ensinos fundamental e médio;         
visando a sua efetiva integração na vida em II – trabalhadores em educação
sociedade, inclusive condições adequadas para portadores de diploma de pedagogia, com
os que não revelarem capacidade de inserção no habilitação em administração, planejamento,
trabalho competitivo, mediante articulação com supervisão, inspeção e orientação educacional,
os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles bem como com títulos de mestrado ou doutorado
que apresentam uma habilidade superior nas nas mesmas áreas;
áreas artística, intelectual ou psicomotora;
III – trabalhadores em educação, § 3º  A formação inicial de profissionais
portadores de diploma de curso técnico ou de magistério dará preferência ao ensino
superior em área pedagógica ou afim.          presencial, subsidiariamente fazendo uso de
IV - profissionais com notório saber recursos e tecnologias de educação a
reconhecido pelos respectivos sistemas de distância.         
ensino, para ministrar conteúdos de áreas afins à § 4º  A União, o Distrito Federal, os
sua formação ou experiência profissional, Estados e os Municípios adotarão mecanismos
atestados por titulação específica ou prática de facilitadores de acesso e permanência em cursos
ensino em unidades educacionais da rede de formação de docentes em nível superior para
pública ou privada ou das corporações privadas atuar na educação básica pública.     
em que tenham atuado, exclusivamente para § 5º  A União, o Distrito Federal, os
atender ao inciso V do caput do art. 36;        Estados e os Municípios incentivarão a formação
V - profissionais graduados que tenham de profissionais do magistério para atuar na
feito complementação pedagógica, conforme educação básica pública mediante programa
disposto pelo Conselho Nacional de institucional de bolsa de iniciação à docência a
Educação.      estudantes matriculados em cursos de
Parágrafo único.  A formação dos licenciatura, de graduação plena, nas instituições
profissionais da educação, de modo a atender às de educação superior.         
especificidades do exercício de suas atividades, § 6º  O Ministério da Educação poderá
bem como aos objetivos das diferentes etapas e estabelecer nota mínima em exame nacional
modalidades da educação básica, terá como aplicado aos concluintes do ensino médio como
fundamentos:    pré-requisito para o ingresso em cursos de
I – a presença de sólida formação graduação para formação de docentes, ouvido o
básica, que propicie o conhecimento dos Conselho Nacional de Educação - CNE.
fundamentos científicos e sociais de suas § 7º  (VETADO).      
competências de trabalho;        § 8º  Os currículos dos cursos de
II – a associação entre teorias e práticas, formação de docentes terão por referência a
mediante estágios supervisionados e Base Nacional Comum Curricular.   
capacitação em serviço;       Art. 62-A.  A formação dos profissionais a
III – o aproveitamento da formação e que se refere o inciso III do art. 61 far-se-á por
experiências anteriores, em instituições de meio de cursos de conteúdo técnico-pedagógico,
ensino e em outras atividades.     em nível médio ou superior, incluindo
Art. 62.  A formação de docentes para habilitações tecnológicas.   
atuar na educação básica far-se-á em nível Parágrafo único.  Garantir-se-á formação
superior, em curso de licenciatura plena, continuada para os profissionais a que se refere
admitida, como formação mínima para o o caput, no local de trabalho ou em instituições
exercício do magistério na educação infantil e de educação básica e superior, incluindo cursos
nos cinco primeiros anos do ensino fundamental, de educação profissional, cursos superiores de
a oferecida em nível médio, na modalidade graduação plena ou tecnológicos e de pós-
normal.     graduação.     
§ 1º  A União, o Distrito Federal, os Art. 62-B. O acesso de professores das
Estados e os Municípios, em regime de redes públicas de educação básica a cursos
colaboração, deverão promover a formação superiores de pedagogia e licenciatura será
inicial, a continuada e a capacitação dos efetivado por meio de processo seletivo
profissionais de magistério.      diferenciado.     
§ 2º  A formação continuada e a § 1º  Terão direito de pleitear o acesso
capacitação dos profissionais de magistério previsto no caput  deste artigo os professores
poderão utilizar recursos e tecnologias de das redes públicas municipais, estaduais e
educação a distância. federal que ingressaram por concurso público,
tenham pelo menos três anos de exercício da
profissão e não sejam portadores de diploma de educação, assegurando-lhes, inclusive nos
graduação. termos dos estatutos e dos planos de carreira do
§ 2º As instituições de ensino magistério público:
responsáveis pela oferta de cursos de pedagogia I - ingresso exclusivamente por concurso
e outras licenciaturas definirão critérios público de provas e títulos;
adicionais de seleção sempre que acorrerem aos II - aperfeiçoamento profissional
certames interessados em número superior ao continuado, inclusive com licenciamento
de vagas disponíveis para os respectivos periódico remunerado para esse fim;
cursos.              
III - piso salarial profissional;
§ 3º Sem prejuízo dos concursos seletivos
IV - progressão funcional baseada na
a serem definidos em regulamento pelas
titulação ou habilitação, e na avaliação do
universidades, terão prioridade de ingresso os
desempenho;
professores que optarem por cursos de
licenciatura em matemática, física, química, V - período reservado a estudos,
biologia e língua portuguesa.    planejamento e avaliação, incluído na carga de
trabalho;
Art. 63. Os institutos superiores de
educação manterão:      VI - condições adequadas de trabalho.

I - cursos formadores de profissionais § 1º A experiência docente é pré-


para a educação básica, inclusive o curso normal requisito para o exercício profissional de
superior, destinado à formação de docentes para quaisquer outras funções de magistério, nos
a educação infantil e para as primeiras séries do termos das normas de cada sistema de ensino.  
ensino fundamental; § 2º  Para os efeitos do disposto no § 5º
II - programas de formação pedagógica do art. 40 e no § 8o do art. 201 da Constituição
para portadores de diplomas de educação Federal, são consideradas funções de magistério
superior que queiram se dedicar à educação as exercidas por professores e especialistas em
básica; educação no desempenho de atividades
educativas, quando exercidas em
III - programas de educação continuada
estabelecimento de educação básica em seus
para os profissionais de educação dos diversos
diversos níveis e modalidades, incluídas, além
níveis.
do exercício da docência, as de direção de
Art. 64. A formação de profissionais de unidade escolar e as de coordenação e
educação para administração, planejamento, assessoramento pedagógico.
inspeção, supervisão e orientação educacional
§ 3º  A União prestará assistência
para a educação básica, será feita em cursos de
técnica aos Estados, ao Distrito Federal e aos
graduação em pedagogia ou em nível de pós-
Municípios na elaboração de concursos públicos
graduação, a critério da instituição de ensino,
para provimento de cargos dos profissionais da
garantida, nesta formação, a base comum
educação.         
nacional.
TÍTULO VII
Art. 65. A formação docente, exceto para
a educação superior, incluirá prática de ensino Dos Recursos financeiros
de, no mínimo, trezentas horas. Art. 68. Serão recursos públicos
Art. 66. A preparação para o exercício do destinados à educação os originários de:
magistério superior far-se-á em nível de pós- I - receita de impostos próprios da União,
graduação, prioritariamente em programas de dos Estados, do Distrito Federal e dos
mestrado e doutorado. Municípios;
Parágrafo único. O notório saber, II - receita de transferências
reconhecido por universidade com curso de constitucionais e outras transferências;
doutorado em área afim, poderá suprir a III - receita do salário-educação e de
exigência de título acadêmico. outras contribuições sociais;
Art. 67. Os sistemas de ensino IV - receita de incentivos fiscais;
promoverão a valorização dos profissionais da V - outros recursos previstos em lei.
Art. 69. A União aplicará, anualmente, despesas realizadas com vistas à consecução
nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito dos objetivos básicos das instituições
Federal e os Municípios, vinte e cinco por cento, educacionais de todos os níveis, compreendendo
ou o que consta nas respectivas Constituições as que se destinam a:
ou Leis Orgânicas, da receita resultante de I - remuneração e aperfeiçoamento do
impostos, compreendidas as transferências pessoal docente e demais profissionais da
constitucionais, na manutenção e educação;
desenvolvimento do ensino público.        
II - aquisição, manutenção, construção e
§ 1º A parcela da arrecadação de conservação de instalações e equipamentos
impostos transferida pela União aos Estados, ao necessários ao ensino;
Distrito Federal e aos Municípios, ou pelos
III – uso e manutenção de bens e
Estados aos respectivos Municípios, não será
serviços vinculados ao ensino;
considerada, para efeito do cálculo previsto
neste artigo, receita do governo que a transferir. IV - levantamentos estatísticos, estudos
e pesquisas visando precipuamente ao
§ 2º Serão consideradas excluídas das
aprimoramento da qualidade e à expansão do
receitas de impostos mencionadas neste artigo
ensino;
as operações de crédito por antecipação de
receita orçamentária de impostos. V - realização de atividades-meio
necessárias ao funcionamento dos sistemas de
§ 3º Para fixação inicial dos valores
ensino;
correspondentes aos mínimos estatuídos neste
artigo, será considerada a receita estimada na lei VI - concessão de bolsas de estudo a
do orçamento anual, ajustada, quando for o alunos de escolas públicas e privadas;
caso, por lei que autorizar a abertura de créditos VII - amortização e custeio de operações
adicionais, com base no eventual excesso de de crédito destinadas a atender ao disposto nos
arrecadação. incisos deste artigo;
§ 4º As diferenças entre a receita e a VIII - aquisição de material didático-
despesa previstas e as efetivamente realizadas, escolar e manutenção de programas de
que resultem no não atendimento dos transporte escolar.
percentuais mínimos obrigatórios, serão Art. 71. Não constituirão despesas de
apuradas e corrigidas a cada trimestre do manutenção e desenvolvimento do ensino
exercício financeiro. aquelas realizadas com:
§ 5º O repasse dos valores referidos I - pesquisa, quando não vinculada às
neste artigo do caixa da União, dos Estados, do instituições de ensino, ou, quando efetivada fora
Distrito Federal e dos Municípios ocorrerá dos sistemas de ensino, que não vise,
imediatamente ao órgão responsável pela precipuamente, ao aprimoramento de sua
educação, observados os seguintes prazos: qualidade ou à sua expansão;
I - recursos arrecadados do primeiro ao II - subvenção a instituições públicas ou
décimo dia de cada mês, até o vigésimo dia; privadas de caráter assistencial, desportivo ou
II - recursos arrecadados do décimo cultural;
primeiro ao vigésimo dia de cada mês, até o III - formação de quadros especiais para
trigésimo dia; a administração pública, sejam militares ou civis,
III - recursos arrecadados do vigésimo inclusive diplomáticos;
primeiro dia ao final de cada mês, até o décimo IV - programas suplementares de
dia do mês subseqüente. alimentação, assistência médico-odontológica,
§ 6º O atraso da liberação sujeitará os farmacêutica e psicológica, e outras formas de
recursos a correção monetária e à assistência social;
responsabilização civil e criminal das autoridades V - obras de infra-estrutura, ainda que
competentes. realizadas para beneficiar direta ou indiretamente
Art. 70. Considerar-se-ão como de a rede escolar;
manutenção e desenvolvimento do ensino as
VI - pessoal docente e demais § 4º A ação supletiva e redistributiva não
trabalhadores da educação, quando em desvio poderá ser exercida em favor do Distrito Federal,
de função ou em atividade alheia à manutenção dos Estados e dos Municípios se estes
e desenvolvimento do ensino. oferecerem vagas, na área de ensino de sua
Art. 72. As receitas e despesas com responsabilidade, conforme o inciso VI do art. 10
manutenção e desenvolvimento do ensino serão e o inciso V do art. 11 desta Lei, em número
apuradas e publicadas nos balanços do Poder inferior à sua capacidade de atendimento.
Público, assim como nos relatórios a que se Art. 76. A ação supletiva e redistributiva
refere o § 3º do art. 165 da Constituição Federal. prevista no artigo anterior ficará condicionada ao
Art. 73. Os órgãos fiscalizadores efetivo cumprimento pelos Estados, Distrito
examinarão, prioritariamente, na prestação de Federal e Municípios do disposto nesta Lei, sem
contas de recursos públicos, o cumprimento do prejuízo de outras prescrições legais.
disposto no art. 212 da Constituição Federal, Art. 77. Os recursos públicos serão
no art. 60 do Ato das Disposições destinados às escolas públicas, podendo ser
Constitucionais Transitórias e na legislação dirigidos a escolas comunitárias, confessionais
concernente. ou filantrópicas que:
Art. 74. A União, em colaboração com os I - comprovem finalidade não-lucrativa e
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, não distribuam resultados, dividendos,
estabelecerá padrão mínimo de oportunidades bonificações, participações ou parcela de seu
educacionais para o ensino fundamental, patrimônio sob nenhuma forma ou pretexto;
baseado no cálculo do custo mínimo por aluno, II - apliquem seus excedentes financeiros
capaz de assegurar ensino de qualidade. em educação;
Parágrafo único. O custo mínimo de que III - assegurem a destinação de seu
trata este artigo será calculado pela União ao patrimônio a outra escola comunitária,
final de cada ano, com validade para o ano filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público,
subseqüente, considerando variações regionais no caso de encerramento de suas atividades;
no custo dos insumos e as diversas modalidades
IV - prestem contas ao Poder Público dos
de ensino.
recursos recebidos.
Art. 75. A ação supletiva e redistributiva
§ 1º Os recursos de que trata este artigo
da União e dos Estados será exercida de modo a
poderão ser destinados a bolsas de estudo para
corrigir, progressivamente, as disparidades de
a educação básica, na forma da lei, para os que
acesso e garantir o padrão mínimo de qualidade
demonstrarem insuficiência de recursos, quando
de ensino.
houver falta de vagas e cursos regulares da rede
§ 1º A ação a que se refere este artigo pública de domicílio do educando, ficando o
obedecerá a fórmula de domínio público que Poder Público obrigado a investir prioritariamente
inclua a capacidade de atendimento e a medida na expansão da sua rede local.
do esforço fiscal do respectivo Estado, do Distrito
§ 2º As atividades universitárias de
Federal ou do Município em favor da
pesquisa e extensão poderão receber apoio
manutenção e do desenvolvimento do ensino.
financeiro do Poder Público, inclusive mediante
§ 2º A capacidade de atendimento de bolsas de estudo.
cada governo será definida pela razão entre os
TÍTULO VIII
recursos de uso constitucionalmente obrigatório
na manutenção e desenvolvimento do ensino e o Das Disposições Gerais
custo anual do aluno, relativo ao padrão mínimo Art. 78. O Sistema de Ensino da União,
de qualidade. com a colaboração das agências federais de
§ 3º Com base nos critérios fomento à cultura e de assistência aos índios,
estabelecidos nos §§ 1º e 2º, a União poderá desenvolverá programas integrados de ensino e
fazer a transferência direta de recursos a cada pesquisa, para oferta de educação escolar
estabelecimento de ensino, considerado o bilingüe e intercultural aos povos indígenas, com
número de alunos que efetivamente freqüentam os seguintes objetivos:
a escola.
I - proporcionar aos índios, suas por instituições especificamente credenciadas
comunidades e povos, a recuperação de suas pela União.
memórias históricas; a reafirmação de suas § 2º A União regulamentará os requisitos
identidades étnicas; a valorização de suas para a realização de exames e registro de
línguas e ciências; diploma relativos a cursos de educação a
II - garantir aos índios, suas distância.
comunidades e povos, o acesso às informações, § 3º As normas para produção, controle
conhecimentos técnicos e científicos da e avaliação de programas de educação a
sociedade nacional e demais sociedades distância e a autorização para sua
indígenas e não-índias. implementação, caberão aos respectivos
Art. 79. A União apoiará técnica e sistemas de ensino, podendo haver cooperação
financeiramente os sistemas de ensino no e integração entre os diferentes sistemas.      
provimento da educação intercultural às § 4º A educação a distância gozará de
comunidades indígenas, desenvolvendo tratamento diferenciado, que incluirá:
programas integrados de ensino e pesquisa.
I - custos de transmissão reduzidos em
§ 1º Os programas serão planejados com canais comerciais de radiodifusão sonora e de
audiência das comunidades indígenas. sons e imagens e em outros meios de
§ 2º Os programas a que se refere este comunicação que sejam explorados mediante
artigo, incluídos nos Planos Nacionais de autorização, concessão ou permissão do poder
Educação, terão os seguintes objetivos: público;           
I - fortalecer as práticas sócio-culturais e II - concessão de canais com finalidades
a língua materna de cada comunidade indígena; exclusivamente educativas;
II - manter programas de formação de III - reserva de tempo mínimo, sem ônus
pessoal especializado, destinado à educação para o Poder Público, pelos concessionários de
escolar nas comunidades indígenas; canais comerciais.
III - desenvolver currículos e programas Art. 81. É permitida a organização de
específicos, neles incluindo os conteúdos cursos ou instituições de ensino experimentais,
culturais correspondentes às respectivas desde que obedecidas as disposições desta Lei.
comunidades; Art. 82.  Os sistemas de ensino
IV - elaborar e publicar sistematicamente estabelecerão as normas de realização de
material didático específico e diferenciado. estágio em sua jurisdição, observada a lei federal
§ 3º No que se refere à educação sobre a matéria.          
superior, sem prejuízo de outras ações, o  Parágrafo único. (Revogado).        
atendimento aos povos indígenas efetivar-se-á, Art. 83. O ensino militar é regulado em lei
nas universidades públicas e privadas, mediante específica, admitida a equivalência de estudos,
a oferta de ensino e de assistência estudantil, de acordo com as normas fixadas pelos sistemas
assim como de estímulo à pesquisa e de ensino.
desenvolvimento de programas especiais.       
Art. 84. Os discentes da educação
Art. 79-A. (VETADO)         superior poderão ser aproveitados em tarefas de
Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o ensino e pesquisa pelas respectivas instituições,
dia 20 de novembro como ‘Dia Nacional da exercendo funções de monitoria, de acordo com
Consciência Negra’.         seu rendimento e seu plano de estudos.
Art. 80. O Poder Público incentivará o Art. 85. Qualquer cidadão habilitado com
desenvolvimento e a veiculação de programas a titulação própria poderá exigir a abertura de
de ensino a distância, em todos os níveis e concurso público de provas e títulos para cargo
modalidades de ensino, e de educação de docente de instituição pública de ensino que
continuada.       estiver sendo ocupado por professor não
§ 1º A educação a distância, organizada concursado, por mais de seis anos, ressalvados
com abertura e regime especiais, será oferecida os direitos assegurados pelos arts. 41 da
Constituição Federal e 19 do Ato das Art. 87-A.  (VETADO).        
Disposições Constitucionais Transitórias. Art. 88. A União, os Estados, o Distrito
Art. 86. As instituições de educação Federal e os Municípios adaptarão sua
superior constituídas como universidades legislação educacional e de ensino às
integrar-se-ão, também, na sua condição de disposições desta Lei no prazo máximo de um
instituições de pesquisa, ao Sistema Nacional de ano, a partir da data de sua publicação.   
Ciência e Tecnologia, nos termos da legislação § 1º As instituições educacionais
específica. adaptarão seus estatutos e regimentos aos
TÍTULO IX dispositivos desta Lei e às normas dos
Das Disposições Transitórias respectivos sistemas de ensino, nos prazos por
estes estabelecidos.
 Art. 87. É instituída a Década da
Educação, a iniciar-se um ano a partir da § 2º O prazo para que as universidades
publicação desta Lei. cumpram o disposto nos incisos II e III do art. 52
é de oito anos.
§ 1º A União, no prazo de um ano a partir
da publicação desta Lei, encaminhará, ao Art. 89. As creches e pré-escolas
Congresso Nacional, o Plano Nacional de existentes ou que venham a ser criadas deverão,
Educação, com diretrizes e metas para os dez no prazo de três anos, a contar da publicação
anos seguintes, em sintonia com a Declaração desta Lei, integrar-se ao respectivo sistema de
Mundial sobre Educação para Todos. ensino.
§ 2º  (Revogado).            Art. 90. As questões suscitadas na
transição entre o regime anterior e o que se
§ 3º O Distrito Federal, cada Estado e
institui nesta Lei serão resolvidas pelo Conselho
Município, e, supletivamente, a União,
Nacional de Educação ou, mediante delegação
devem:         
deste, pelos órgãos normativos dos sistemas de
I - (revogado);              ensino, preservada a autonomia universitária.
a) (Revogado)                  Art. 91. Esta Lei entra em vigor na data
b) (Revogado) de sua publicação.
c) (Revogado) Art. 92. Revogam-se as disposições
II - prover cursos presenciais ou a das Leis nºs 4.024, de 20 de dezembro de 1961,
distância aos jovens e adultos insuficientemente e 5.540, de 28 de novembro de 1968, não
escolarizados; alteradas pelas Leis nºs 9.131, de 24 de
III - realizar programas de capacitação novembro de 1995 e 9.192, de 21 de dezembro
para todos os professores em exercício, de 1995 e, ainda, as Leis nºs 5.692, de 11 de
utilizando também, para isto, os recursos da agosto de 1971 e 7.044, de 18 de outubro de
educação a distância; 1982, e as demais leis e decretos-lei que as
modificaram e quaisquer outras disposições em
IV - integrar todos os estabelecimentos
contrário.
de ensino fundamental do seu território ao
sistema nacional de avaliação do rendimento Brasília, 20 de dezembro de 1996; 175º
escolar. da Independência e 108º da República.

§ 4º  (Revogado)                FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

§ 5º Serão conjugados todos os esforços Paulo Renato Souza


objetivando a progressão das redes escolares
públicas urbanas de ensino fundamental para o
regime de escolas de tempo integral.
§ 6º A assistência financeira da União
aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de
Municípios, bem como a dos Estados aos seus
23.12.1996.*
Municípios, ficam condicionadas ao cumprimento
do art. 212 da Constituição Federal e dispositivos
legais pertinentes pelos governos beneficiados.
Fonte (consulta em 16.02.2020):
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394compi
lado.htm 
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL:

Lei n.º 6.058/2005 – Dispõe sobre a estrutura, organização e funcionamento da carreira e


remuneração do magistério público do município de Guarulhos - Atualizada pelas Leis
n.º 6.122/2006, 6.338/2007, 6711/2010 e 6839/2011.

LEI Nº 6.058, DE 4 DE MARÇO DE 2005.


Autor: Prefeito Municipal.

Dispõe sobre a estrutura, organização e funcionamento da


carreira e
remuneração do Magistério Público do Município de Guarulhos.

A Câmara Municipal de Guarulhos aprova e eu promulgo a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

e Organiza o Magistério Público do Município de Guarulhos, nos termos do artigo 206 da


Constituição da República, da Lei Federal nº 9.394, de 20/12/1996 - Lei de Diretrizes e Bases da
Educação - LDB, da Lei Federal nº 9.424, de 24/12/1996, da Lei Federal nº 11.494, de
20/06/2007 e da Lei Orgânica do Município de Guarulhos.

Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei consideram-se fundamentais os seguintes


conceitos:

I - Plano de Carreira: conjunto de diretrizes e normas que informam, disciplinam


e estabelecem a estrutura do quadro de pessoal e a progressão funcional, e estabelece os
respectivos vencimentos. (NR - Lei nº 6.711/2010)
II - Emprego Público: conjunto de deveres, atribuições e responsabilidades
cometidas a uma pessoa contratada sob a égide da Consolidação das Leis do Trabalho, nos casos
previstos em lei. (NR - Lei nº 6.711/2010)
III - Servidor: aquele que integra o quadro de pessoal da administração pública. (NR - Lei nº
6.711/2010)

IV - Quadro: é o conjunto de empregos públicos do Magistério da Secretaria


Municipal de
Educação. (NR - Lei nº 6.711/2010)

V - Enquadramento: é o ato pelo qual se estabelece a posição correspondente dos


atuais servidores, integrando-os nas novas carreiras, mediante critérios e regras estabelecidos
nesta Lei. (NR - Lei nº 6.711/2010)
VI - Carreira: é o conjunto dos graus e das referências hierarquicamente
escalonados possibilitando a evolução do servidor capaz de executar trabalhos de maior
complexidade e responsabilidade, sendo de acesso exclusivo dos titulares dos empregos públicos
que a integram. (NR - Lei nº 6.711/2010)
VII - Grau: é o elemento representado por letras do sistema alfabético e indica a
posição horizontal que o servidor ocupa na respectiva carreira. (NR - Lei nº 6.711/2010)
VIII - Referência: é o elemento representado por números e indica a posição
vertical que o servidor ocupa no respectivo nível da carreira. (NR - Lei nº 6.711/2010)
IX - Classe: é a posição hierárquica ocupada pelo servidor na carreira do
Magistério Municipal. (NR - Lei nº 6.711/2010)
X - Função: é o conjunto de atribuições assemelhadas quanto à natureza das ações
e às qualificações exigidas de seus ocupantes com responsabilidades previstas na estrutura
organizacional. (NR - Lei nº 6.711/2010)
XI - Função Gratificada: conjunto de responsabilidades e atribuições adicionais,
instituído por lei e conferido transitoriamente a um servidor ocupante de emprego do quadro
permanente da Secretaria da Educação Municipal, nos termos desta lei. (NR - Lei nº 6.711/2010)
XII - Salário: é a retribuição pecuniária estabelecida no contrato de trabalho,
legalmente prevista, conforme tabela salarial instituída para o respectivo emprego público. (NR -
Lei nº 6.711/2010)
XIII - Remuneração: é a soma dos valores mensais recebidos em decorrência do
trabalho realizado pelo servidor. (NR - Lei nº 6.711/2010)
Art. 2º As disposições desta Lei se aplicam aos servidores públicos da Secretaria Municipal de
Educação que exercem atividades de natureza docente e aos que oferecem suporte pedagógico
direto a tais serviços, aos quais cabem as atribuições de ministrar, planejar, executar, coordenar,
administrar e supervisionar o ensino mantido pela Prefeitura Municipal de Guarulhos ou
submetido ao seu controle e fiscalização.

CAPÍTULO II
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Art. 3º As atividades referidas no artigo anterior serão exercidas com base nos princípios do art.
3º da Lei Federal nº 9.394, de 1996, observado ainda o seguinte:

I - a gestão democrática da educação, abrangendo a participação dos usuários do


serviço e de todos os envolvidos na administração do ensino;
II - o aprimoramento da qualidade do ensino público municipal; III - a valorização
dos servidores públicos do ensino;
IV - a oferta, o acesso amplo e democrático e o oferecimento de uma escola
gratuita, de qualidade, que ofereça as condições adequadas para a permanência do educando nas
escolas mantidas pelo Município;
V - o preparo do educando para o exercício da cidadania e do trabalho;
VI - o respeito ao educando, que deve ser considerado agente do processo de
construção do conhecimento;
VII - a incorporação das informações disponíveis do saber socialmente acumulado
nas experiências culturais do educando;
VIII - a igualdade de tratamento vedada qualquer forma de discriminação;
IX - a progressiva ampliação do tempo de permanência do educando na escola e o
aumento gradativo do atendimento especializado aos portadores de qualquer espécie de
deficiência;
X - a garantia do direito de organização e de representação tanto para os educandos
quanto para os profissionais do ensino;
XI - o oferecimento de oportunidades e meios para o contínuo aperfeiçoamento
profissional dos integrantes do Magistério Municipal;
XII - o pluralismo de idéias e concepções pedagógicas;
- condições adequadas para permanência do educando nas escolas mantidas pelo

Município.
Art. 4º Fica instituído no âmbito de todas as unidades escolares municipais o
Conselho de
Escola, órgão de participação democrática da comunidade na administração da escola, cuja
constituição e atribuições será estabelecida em regulamento.

Art. 5º A Administração Municipal envidará esforços contínuos para valorização dos


profissionais do ensino incentivando e promovendo:

I - a formação permanente e sistemática de todo o pessoal do quadro do


Magistério, promovida diretamente pela Secretaria Municipal de Educação ou por outras
instituições capacitadas para tal mister, inclusive as universitárias e representativas da categoria
profissional;
II - as condições dignas de trabalho para os servidores públicos do ensino; III - a
progressão funcional baseada na titulação e desempenho profissional;
IV - a realização periódica de concurso público de provas ou de provas e títulos;
V - a concessão de todos os direitos e vantagens compatíveis com as atribuições e
responsabilidades dos integrantes do Magistério;
VI - remuneração mínima;
VII - respeito ao direito de livre negociação, de associação e de representação
sindical, observado os limites estabelecidos pela Constituição Federal.

CAPÍTULO III
DO QUADRO DO MAGISTÉRIO MUNICIPAL

Art. 6º O Quadro do Magistério Municipal, cujo regime jurídico é o previsto na Consolidação


das Leis do Trabalho, é composto de empregos e funções, na seguinte conformidade:

I - empregos de preenchimento por concurso público de provas e títulos:


a) Professor de Educação Básica I Professor de Educação Básica; (NR - Lei nº 6.839/2011)
b) Professor Adjunto de Educação Básica I; (REVOGADA - Lei nº 6.711/2010)
c) Professor de Educação Especial;
d) Pedagogo;
e) Diretor de Escola;
f) Supervisor Escolar; (NR - Lei nº 6.711/2010)
g) Psicólogo Escolar;
h) Agente de Desenvolvimento Infantil.
i) Professor de Educação Infantil. (NR - Lei nº 6.711/2010)

II - funções de suporte pedagógico de preenchimento por designação de integrante do Quadro do


Magistério Municipal: (NR - Lei nº 6.122/2006)

a) Professor Coordenador Pedagógico;


b) Coordenador de Programas Educacionais; (NR - Lei nº 6.711/2010)
c) Vice-Diretor de Escola; (NR - Lei nº 6.711/2010)
d) Coordenador de Centro Educacional; (NR - Lei nº 7.274/2014)
§ 1º Observar-se-á no que refere aos requisitos de habilitação para o preenchimento dos
empregos e para o exercício das funções abaixo referidas o seguinte:

a) Professor de Educação Básica com atuação no Ensino Fundamental I: formação


de nível superior, em curso de licenciatura de pedagogia, de graduação plena, ou curso normal
superior, com habilitação para os anos iniciais do ensino fundamental, admitida, como formação
mínima a oferecida em nível médio, na modalidade normal; (NR - Lei nº 6.839/2011)
b) Professor de Educação Especial: formação de nível superior, em curso de
licenciatura de pedagogia, de graduação plena, com habilitação na respectiva área da educação
especial; (NR - Lei nº 6.839/2011)
c) (REVOGADA - Lei nº 6.711/2010)
d) Agente de Desenvolvimento Infantil: formação mínima, em nível médio, na modalidade
Normal;

e) Pedagogo: formação de nível superior, em curso de graduação em Pedagogia ou em nível


de pós-graduação nos termos do estabelecido na legislação federal;

f) Diretor de Escola e Vice-Diretor de Escola: formação de nível superior na área


da Educação ou em nível de pós-graduação nos termos do estabelecido na legislação federal; (NR
- Lei nº 6.711/2010)
g) Supervisor Escolar: formação de nível superior, em curso de graduação em
pedagogia ou em nível de pós-graduação estricto sensu na área da educação; (NR - Lei nº
6.839/2011)
h) Psicólogo Escolar: formação de nível superior, em curso de graduação em
Psicologia, nos termos do estabelecido na legislação federal;
i) Professor Coordenador Pedagógico: formação de nível superior, em curso de
licenciatura, admitida, como formação mínima a oferecida em nível médio, na modalidade
Normal;
j) Coordenador de Programas Educacionais: formação de nível superior, em curso
de licenciatura, admitida, como formação mínima a oferecida em nível médio, na modalidade
Normal; (NR - Lei nº 6.711/2010)
k) (REVOGADA - Lei nº 6.711/2010)
l) Professor de Educação Infantil: formação de nível superior, em curso de
licenciatura em Pedagogia, de graduação plena, admitida, como formação mínima a oferecida em
nível médio, na modalidade Normal. (NR - Lei nº 6.711/2010)
m) Coordenador de Centro Educacional: formação em nível superior na área de Educação ou em
nível de pós graduação nos termos do estabelecido na legislação federal. (NR - Lei nº 7.274/2014)

§ 2º Para o exercício das funções e empregos adiante mencionados serão exigidos os seguintes
requisitos de experiência anterior:

a) Supervisor Escolar: cinco anos de efetivo exercício em emprego docente ou


função de suporte pedagógico; (NR - Lei nº 6.711/2010)
b) Diretor de Escola: dois anos de efetivo exercício em emprego docente;
c) Vice-Diretor de Escola e Professor Coordenador Pedagógico: dois anos de
efetivo exercício em emprego docente da Rede Municipal de Ensino. (NR - Lei nº 6.711/2010)
d) Coordenador de Centro Educacional: dois anos de efetivo exercício em
emprego docente da Rede Municipal de Ensino. (NR - Lei nº 7.274/2014)
§ 3º Como retribuição pecuniária pela designação para o desempenho das atividades de Vice-
Diretor de Escola, de Professor Coordenador Pedagógico e de Coordenador de Programas
Educacionais, perceberá o servidor gratificação de 17% (dezessete por cento) sobre o valor do
padrão do emprego relacionado à jornada de trabalho de 125 (cento e vinte e cinco) ou 200
(duzentas) horas mensais, conforme o caso, nos termos previstos na Tabela III, A ou B, do
Anexo II da presente Lei. (NR - Lei nº 6.711/2010)

§ 4º Como retribuição pecuniária pela designação para desempenho da atividade de Coordenador


de Centro Educacional, perceberá o servidor gratificação de 17% (dezessete por cento) sobre o
valor do padrão do emprego relacionado à jornada de trabalho de 200 (duzentas) horas mensais,
nos termos previstos na Tabela IV do anexo II da presente Lei. (NR - Lei nº 7.274/2014)

Art. 7º Ressalvados os casos de contratação temporária, nos termos do inciso IX, do art. 37 da
Constituição Federal e o disposto na Lei Orgânica do Município, os empregos públicos serão
providos mediante aprovação do candidato, devidamente habilitado para o exercício das
respectivas atribuições, na forma da legislação federal vigente, em concurso público de provas e
títulos.

§ 1º O candidato aprovado será contratado pela Administração, segundo critérios de


conveniência e oportunidade, obedecida à estrita ordem de classificação no concurso público.

§ 2º A Secretaria Municipal de Educação baixará normas visando a regulamentação da


contratação, por meio de processo seletivo simplificado, de docentes em caráter temporário,
visando atendimento de necessidade temporária e de excepcional interesse público nos casos de:
I - interrupção da atividade docente; (NR - Lei nº 6.711/2010)
II - impossibilidade de atendimento de toda a demanda escolar com professores
devidamente concursados;
III - outros casos nos quais a necessidade de atendimento de excepcional interesse
público inviabilize a realização de concurso público.

Art. 8º As funções de livre designação serão preenchidas exclusivamente pelos


ocupantes de emprego público previstos nesta Lei.

Parágrafo único. A designação do Vice-Diretor e do Professor Coordenador Pedagógico fica


condicionada à demonstração pelo candidato de disponibilidade de tempo para atender às
necessidades do serviço, observado ainda o seguinte: (NR - Lei nº 6.711/2010)

I - Vice-Diretor: deve ser escolhido dentre os relacionados em lista tríplice,


elaborada pelo Diretor de Escola e aprovada pelo Conselho de Escola; (NR - Lei nº 6.711/2010)
II - Professor Coordenador Pedagógico: deve ser escolhido dentre os relacionados
em lista tríplice, elaborada por seus pares e aprovada pelo Conselho de Escola; (NR - Lei nº
6.711/2010)

III - o processo de escolha e designação acima previsto deverá ser regulamentado


pela Secretaria de Educação. (NR - Lei nº 6.711/2010)
Art. 9º O tempo de serviço prestado no Magistério Público Municipal de Guarulhos poderá ser
computado como título nos concursos públicos para preenchimento dos empregos referidos no
art. 6º, inciso I desta Lei, na forma disciplinada no respectivo edital.

Art. 10. Nos concursos públicos para preenchimento dos empregos públicos indicados nesta Lei,
reservar-se-á nunca menos de cinco por cento das vagas para os portadores de deficiência física.

CAPÍTULO IV DA ATUAÇÃO

Art. 11. Os integrantes do Quadro do Magistério Municipal atuarão: I - na Docência:

a) Professor de Educação Básica: na educação infantil, no ensino fundamental, e


na Educação de Jovens e Adultos; (NR - Lei nº 6.839/2011)
b) Professor de Educação Especial: na educação especial;
c) ; (REVOGADA - Lei nº 6.711/2010)

d) Agente de Desenvolvimento Infantil e Professor de Educação Infantil: na primeira etapa, da


educação infantil, em creches para crianças de até três anos de idade. (NR - Lei nº 6.711/2010)

II - no Suporte Pedagógico:

a) Diretor de Escola e Vice-Diretor de Escola: nas atividades relativas à


administração escolar e do projeto pedagógico dos estabelecimentos municipais de ensino; (NR -
Lei nº 6.711/2010)
b) Professor Coordenador Pedagógico: nas atividades de docência e coordenação
pedagógica referentes à educação infantil, fundamental, regular ou supletiva e na educação
especial, nos estabelecimentos municipais de ensino;
c) Coordenador de Programas Educacionais: nas atividades de auxílio nos
programas de estímulo à permanência, de favorecimento do acesso e outros necessários à
melhoria da qualidade de ensino; (NR - Lei nº 6.711/2010)
d) Pedagogo: no apoio à formação de docentes e no assessoramento e
acompanhamento das atividades escolares;
e)
e) Supervisor Escolar: nas atividades de assessoramento, planejamento,
supervisão e fiscalização do ensino mantido pelo Município e das demais escolas e instituições
submetidas à fiscalização municipal; (NR - Lei nº 6.711/2010)
f) Psicólogo Escolar: no apoio à formação de docentes e no assessoramento e
acompanhamento das atividades escolares.
g) Coordenador de Centro Educacional: nas atividades relacionadas à
administração e ao desenvolvimento do projeto pedagógico dos Centros de Educação em
consonância com a rede municipal de ensino público de Guarulhos. (NR - Lei nº 7.274/2014)

CAPÍTULO V
DA MOVIMENTAÇÃO DO PESSOAL DO MAGISTÉRIO

Art 12. A movimentação do pessoal do Quadro do Magistério Municipal entre as unidades


escolares da rede de ensino mantida pelo Município dar-se-á na forma e periodicidade que
dispuser a regulamentação editada pela Secretaria Municipal de Educação nos casos de:

I - permuta;
II - atribuição de classes; III - remoção.

CAPÍTULO VI
DO PROCESSO DE ATRIBUIÇÃO DE CLASSES

Art. 13. Para fins de atribuição de classes, os docentes serão classificados com base no tempo de
serviço prestado como professores da Rede Municipal de Ensino e nos títulos. (NR - Lei nº
6.711/2010)

Parágrafo único. A Secretaria Municipal de Educação editará normas para regulamentar o


disposto neste artigo, estabelecendo, inclusive, as ponderações quanto ao tempo de serviço e
valores dos títulos. (NR - Lei nº 6.711/2010)

CAPÍTULO VII
DA JORNADA DE TRABALHO
Art. 14. A jornada semanal dos docentes é constituída de horas de atividades com alunos e horas
de trabalho pedagógico, na seguinte conformidade:

I - Jornada Básica de Trabalho Docente, correspondente a vinte e cinco horas


semanais de trabalho sendo: (NR - Lei nº 6.711/2010)
a) vinte horas em atividades com alunos;
b) cinco horas de trabalho pedagógico, sendo três horas de atividades coletivas na
unidade escolar ou em outros locais definidos pela Secretaria Municipal de Educação e duas
horas de atividade de livre escolha do educador. (NR - Lei nº 6.711/2010):

II - Jornada Completa de Trabalho Docente, correspondente a trinta horas


semanais de trabalho sendo: (NR - Lei nº 6.711/2010)
a) vinte e cinco horas em atividades com aluno; e

b) cinco horas de trabalho pedagógico, sendo três horas de atividades coletivas na


unidade escolar ou em outros locais definidos pela Secretaria Municipal de Educação e duas
horas de atividade de livre escolha do educador. (NR - Lei nº 6.711/2010)

III - . (REVOGADO - Lei nº 6.711/2010)


IV - (NR - Lei nº 6.338/2007) (REVOGADO - Lei nº 6.711/2010)
a) (REVOGADA - Lei nº 6.711/2010

b)
. (NR - Lei nº 6.338/2007) (REVOGADA - Lei nº 6.711/2010)
V - Jornada Integral de Trabalho, correspondente a trinta e cinco horas semanais
de trabalho sendo: (NR - Lei nº 6.711/2010)
a) trinta horas em atividade
b) s com alunos; (NR - Lei nº 6.711/2010)
c) cinco horas de trabalho pedagógico, sendo três horas de atividades coletivas na
unidade escolar ou em outros locais definidos pela Secretaria Municipal de Educação e duas
horas de atividade de livre escolha do educador. (NR - Lei nº 6.711/2010)
VI- Jornada Pedagógica Parcial, correspondente a trinta horas semanais de trabalho, sendo:
(NR - Lei nº 7.274/2014)

a) vinte horas em atividades com alunos; e (NR - Lei nº 7.274/2014)


b) dez horas em atividade pedagógica extraclasse, sendo: (NR - Lei nº 7.274/2014)
1. três horas de formação em serviço; (NR - Lei nº 7.274/2014)
2. quatro horas de trabalho coletivo na unidade escolar; e (NR - Lei nº 7.274/2014)
3. três horas de atividade de livre escolha do educador. (NR - Lei nº 7.274/2014)
VII - Jornada Pedagógica Integral, correspondente a trinta e oito horas semanais de
trabalho, sendo: (NR - Lei nº 7.274/2014)
a) vinte e cinco horas em atividades com alunos; e (NR - Lei nº 7.274/2014)
b) treze horas de atividade pedagógica extraclasse, sendo: (NR - Lei nº 7.274/2014)
1. cinco horas de formação em serviço; (NR - Lei nº 7.274/2014)
2. quatro horas de trabalho coletivo na unidade escolar; e (NR - Lei nº 7.274/2014)
3. quatro horas de atividade de livre escolha do educador. (NR - Lei nº 7.274/2014)

§ 1º. (REVOGADO - Lei nº 6.711/2010)

§ 2º. (REVOGADO - Lei nº 6.711/2010)

§ 3º De acordo com as necessidades do serviço e a critério da Secretaria Municipal de Educação,


os ocupantes de emprego de Agente de Desenvolvimento Infantil e de Professor de Educação
Infantil poderão ser enquadrados na Jornada Completa de Trabalho Docente ou na Jornada
Integral de Trabalho. (NR - Lei nº 6.711/2010)

§ 4º O trabalho pedagógico nas horas destinadas à formação em serviço será estabelecido em


regulamento a ser expedido pela Secretaria Municipal de Educação. (NR - Lei nº 7.274/2014)

§ 5º Poderá ser considerado como tempo de formação em serviço as horas de estudo dedicadas
pelo docente nos cursos de Mestrado ou Doutorado, conforme regulamentação. (NR - Lei nº
7.274/2014)

Art. 15. (REVOGADO - Lei nº 6.711/2010)

Art. 16. A inclusão do docente em uma das jornadas de trabalho previstas nesta Lei dependerá
de sua expressa opção, observada a necessidade do serviço e a disponibilidade de classes ou
aulas, a ser realizada anualmente nos termos do que dispuser a regulamentação editada pela
Secretaria de Educação. (NR - Lei nº 6.711/2010)

Art. 17. Os ocupantes de emprego de Pedagogo, Diretor de Escola, Supervisor Escolar e


Psicólogo Escolar ficam sujeitos a jornada de quarenta horas semanais e jornada diária sem
interrupções, excetuados os intervalos legais de refeição e descanso. (NR - Lei nº 6.711/2010)

Art. 18.. (REVOGADO - Lei nº 6.122/2006)

Parágrafo único.. (REVOGADO - Lei nº 6.122/2006)


CAPÍTULO VIII
DA EVOLUÇÃO FUNCIONAL

Art. 19. Evolução funcional é a passagem do integrante do Quadro do Magistério Municipal


para referência numérica mais elevada dentro da respectiva tabela em decorrência da titulação,
do desempenho profissional e do desenvolvimento de projetos pedagógicos inovadores que
envolvam os alunos e/ou a comunidade escolar.

Parágrafo único. A evolução funcional relativa à titulação dar-se-á pela obtenção de


habilitações acadêmicas de grau superiores àquela exigida para o exercício do emprego e pela
frequência de cursos de aperfeiçoamento.

Art. 20. A evolução funcional decorrente de habilitação acadêmica é assegurada por


enquadramento automático, em referência numérica superior dispensado quaisquer interstícios,
na seguinte conformidade:

I Professor de Educação Básica: (NR - Lei nº 6.711/2010) (NR - Lei nº 6.839/2011)


a) mediante a apresentação de diploma ou certificado de nível superior de ensino,
de graduação correspondente à licenciatura plena, será enquadrado na quarta referência numérica
subsequente àquela em que se encontra;
b) mediante apresentação de título de Mestre, será enquadrado na terceira
referência numérica subsequente àquela em que se encontra; (NR - Lei nº 6.711/2010)

c) mediante a apresentação de título de Doutor, será enquadrado na sexta referência


numérica subsequente àquela em que se encontra ou na terceira referência numérica no caso de
ter sido contemplado na alínea anterior. (NR - Lei nº 6.711/2010)

II- - Pedagogo, Diretor de Escola, Supervisor Escolar, Psicólogo Escolar e Professor de Educação
Especial: (NR - Lei nº 6.711/2010)
a) mediante apresentação de título de Mestre, será enquadrado na terceira
referência numérica subsequente àquela em que se encontra; (NR - Lei nº 6.711/2010)

b) mediante apresentação de título de Doutor, será enquadrado na sexta referência


numérica subsequente àquela em que se encontra ou na terceira referência numérica no caso de
ter sido contemplado na alínea anterior. (NR - Lei nº 6.711/2010)

III - Professor de Educação Infantil: (NR - Lei nº 6.839/2011)

a) mediante a apresentação de diploma ou certificado de nível superior de ensino,


de graduação correspondente à licenciatura plena em pedagogia, será enquadrado na quarta
referência numérica subsequente àquela em que se encontra; (NR - Lei nº 6.839/2011)
b) mediante apresentação de título de Mestre será enquadrado na terceira
referência numérica subsequente àquela em que se encontra; (NR - Lei nº 6.839/2011)
c) mediante apresentação de título de Doutor será enquadrado na sexta referência
numérica subsequente àquela em que se encontra ou na terceira referência numérica no caso de
ter sido contemplado na alínea anterior. (NR - Lei nº 6.839/2011)
§ 1º Para os fins previstos neste artigo somente serão considerados os títulos de Mestre e Doutor
obtidos na área da Educação. (NR - Lei nº 6.711/2010)
§ 2º O Professor de Educação Básica I Professor de Educação Básica, portador de licenciatura
plena que ingressar na carreira com nível superior, será enquadrado na quinta referência da
Tabela II, A ou B, do Anexo II da presente lei. (NR - Lei nº 6.711/2010) (NR - Lei nº 6.839/2011)

§ 3º Fica vedada a utilização cumulativa de habilitações acadêmicas equivalentes para efeito de


evolução funcional. (NR - Lei nº 6.711/2010)

Art. 21. A evolução funcional decorrente da habilitação acadêmica e da frequência de cursos de


aperfeiçoamento dar-se-á segundo critérios que serão fixados por regulamento do Poder
Executivo.

Art. 22. Para fazer jus à evolução funcional decorrente da frequência de cursos de
aperfeiçoamento, deverá o integrante do Quadro do Magistério Municipal cumprir interstício
mínimo de permanência de dois anos em uma mesma referência numérica.

Art. 23. Suspende-se a contagem do prazo do interstício a que se refere o artigo anterior quando
o integrante do Quadro do Magistério Municipal estiver afastado, a qualquer título, de suas
funções, salvo quando estiver exercendo as funções de Professor Coordenador Pedagógico, de
Vice- Diretor de Escola e de Coordenador de Programas Educacionais. (NR - Lei nº 6.711/2010)

Art. 24. A evolução funcional baseada na avaliação do desempenho é assegurada por


enquadramento em escala de graus superiores, dispensado quaisquer interstícios, que será
realizada bienalmente, observado que a inclusão do integrante do Quadro do Magistério
Municipal a níveis retribuitórios mais elevados fica condicionada ao desempenho profissional
satisfatório aferido com base no seguinte: (NR - Lei nº 6.711/2010)

I - dedicação ao trabalho; II - assiduidade;

III - pontualidade;
IV - participação efetiva nas horas de trabalho pedagógico e nos projetos do
interesse da escola ou da comunidade;
V - a aprendizagem dos alunos, individual ou coletivamente considerados, e da
integração com a comunidade escolar;
VI - conduta idônea no ambiente de trabalho e urbanidade com os colegas.
§ 1º (REVOGADO - Lei nº 6.711/2010)

§ 2º A evolução funcional decorrente do desenvolvimento de projetos pedagógicos inovadores


que envolvam os alunos e/ou a comunidade escolar será realizada respeitando a periodicidade
prevista no caput deste artigo.

§ 3º As disposições deste artigo serão regulamentadas pela Secretaria Municipal de

Educação.

CAPÍTULO IX
DAS FÉRIAS E RECESSO ESCOLAR

Art. 25. Os docentes em exercício nos estabelecimentos de ensino mantidos pela


Municipalidade gozarão férias de acordo com o fixado no Calendário Escolar, cuja elaboração
deverá obedecer às diretrizes traçadas pela Secretaria Municipal de Educação.
Art. 26. O integrante do quadro do magistério poderá ser dispensado do ponto durante os
períodos de recesso escolar, nos termos do que vier a ser estabelecido pela Secretaria da
Educação ou ser convocado para frequentar cursos destinados ao aperfeiçoamento profissional
continuado. (NR - Lei nº 6.711/2010)

Parágrafo único. O diretor de escola, o vice diretor, o pedagogo, o supervisor escolar, o


psicólogo escolar e o coordenador de centro educacional terão suas férias definidas nos termos
da regulamentação da Secretaria Municipal de Educação, observado o estabelecido na
Consolidação das Leis do Trabalho. (NR - Lei nº 7.274/2014)

CAPÍTULO X
DA CAPACITAÇÃO DO INTEGRANTE DO QUADRO DO MAGISTÉRIO MUNICIPAL

Art. 27. Aperfeiçoamento é o conjunto de procedimentos que visam proporcionar aos integrantes
do Quadro do Magistério Municipal a sua atualização profissional, com vistas à melhoria da
qualidade do ensino.

§ 1º O aperfeiçoamento de que trata o caput deste artigo será desenvolvido através de cursos,
congressos, seminários, encontros, simpósios, palestras, fórum de debates, semanas de estudos e
outros similares organizados ou credenciados pela Secretaria Municipal de Educação.

§ 2º A Secretaria Municipal de Educação deverá incentivar e promover a formação continuada e


constante dos integrantes do Quadro do Magistério Municipal bem como desenvolver projetos e
estabelecer convênios com universidades, instituições e entidades, visando à formação
profissional necessária e exigida pela LDB - Lei de Diretrizes e Bases para o exercício do
magistério.

CAPÍTULO XI
DOS DIREITOS E DEVERES

Art. 28. Além dos previstos em outras normas são direitos dos integrantes do Quadro do
Magistério Municipal:

I - ter a seu alcance informações pedagógicas e técnicas, materiais didáticos e


outros instrumentos necessários ao desempenho de suas funções;
II - contar com assistência pedagógica e técnica que auxilie e estimule a melhoria
de seu desempenho profissional e a ampliação de seus conhecimentos;
III - ter liberdade de escolha e de utilização de materiais e procedimentos
didáticos, instrumentos de avaliação escolar, observadas as diretrizes estabelecidas pela
legislação, pelos órgãos normativos do Sistema Nacional de Ensino e pela Secretaria Municipal
de Educação;
IV - ter assegurado igualdade de tratamento no plano técnico-pedagógico
independente da situação funcional ou do regime jurídico de admissão;
V - participar do Conselho de Escola;
VI - participar do processo de planejamento, execução e avaliação das atividades
escolares; VII - dispor no ambiente de trabalho de condições materiais adequadas
a ministração do
ensino;

VIII - reunir-se, no ambiente de trabalho para tratar de assuntos de interesse


profissional ou
da educação em geral, sem prejuízo das atividades regulares;

IX - ter assegurado aperfeiçoamento profissional continuado.

Art. 29. Os integrantes do Quadro do Magistério têm o dever constante de considerar a


relevância social de suas atribuições, mantendo conduta moral e funcional, no ambiente de
trabalho, adequadas à dignidade profissional, em razão da qual, além das obrigações previstas
em outras normas, deverão:

I - conhecer e respeitar as leis;


II - considerar o projeto político-pedagógico da Administração, a realidade sócio-
econômica da comunidade escolar e as diretrizes da política educacional na escolha e utilização
de materiais, procedimentos didáticos e instrumentos de avaliação do processo ensino-
aprendizagem, assegurado o desenvolvimento da autonomia moral e intelectual do educando;
III - participar do processo de planejamento, execução e avaliação das atividades
escolares, bem como das reuniões pedagógicas, Conselhos de Escola, Associação de Pais e
Mestres e cursos de formação, quando convocado;
IV - participar das atividades educacionais que lhe forem atribuídas por força de
suas funções, executando suas tarefas com eficiência, zelo e presteza;
V - ser assíduo e pontual, comunicando com antecedência suas ausências e, na
impossibilidade, justificando-as no primeiro dia de retorno ao trabalho;
VI - manter espírito de cooperação e solidariedade com a equipe escolar, alunos,
estagiários e a comunidade;
VII - comunicar ao superior imediato as irregularidades de que tiver conhecimento,
na sua área de atuação ou às autoridades superiores, no caso de omissão da primeira;
VIII - incentivar a participação, o diálogo e a cooperação entre os educandos,
demais educadores e a comunidade em geral, visando a construção de uma sociedade justa e
democrática;
IX - não fumar na presença do aluno;
X - zelar pela defesa dos direitos profissionais e pela reputação da categoria profissional;
XI - respeitar o aluno como sujeito do processo educativo e comprometer-se com a
eficácia de seu aprendizado;
XII - fornecer elementos para a permanente atualização de seus assentamentos
junto aos órgãos da Administração;
XIII - respeitar, promover e divulgar os direitos estabelecidos pelo Estatuto da
Criança e do Adolescente;
XIV - permitir que o aluno participe das atividades escolares mesmo em razão de carência
material;

XV - impedir qualquer forma de discriminação.

CAPÍTULO XII
DO SISTEMA REMUNERATÓRIO

Art. 30. Os valores da remuneração dos integrantes do Quadro do Magistério Municipal


abrangidos por esta Lei são fixados na Escala de Remuneração do Quadro do Magistério
Municipal, composta de cinco Tabelas nos termos do previsto no Anexo II desta Lei, a saber:
(NR - Lei nº 6.711/2010)

I - Tabela dos empregos na atuação de natureza docente;

I - Tabela I dos empregos de Agente de Desenvolvimento Infantil e Professor de Educação


Infantil; (NR - Lei nº 6.711/2010)

a) A - Jornada Completa de Trabalho; (NR - Lei nº 6.711/2010)


b) B - Jornada Integral de Trabalho; (NR - Lei nº 6.711/2010)
c) C - Jornada Completa de Trabalho dos Professores de Educação Infantil; (NR - Lei nº
7.274/2014)

d) D - Jornada Integral de Trabalho; (NR - Lei nº 7.274/2014)


e) E - Jornada Pedagógica Integral. (NR - Lei nº 7.274/2014)
II - Tabela dos empregos de suporte pedagógico; e

II - Tabela II dos empregos de Professor de Educação Básica I Professor de


Educação Básica e

Professor de Educação Especial; (NR - Lei nº 6.711/2010) (NR - Lei nº 6.839/2011)

a) A - Jornada Básica de Trabalho; (NR - Lei nº 6.711/2010)


b) B - Jornada Completa de Trabalho; (NR - Lei nº 6.711/2010)
c) C - Jornada Pedagógica Parcial; (NR - Lei nº 7.274/2014)
d) D - Jornada Pedagógica Integral. (NR - Lei nº 7.274/2014)

III - Tabela dos empregos dos Agentes de Desenvolvimento Infantil.

III - Tabela III dos empregos de Vice-Diretor, Professor Coordenador Pedagógico


e Coordenador de Programa; (NR - Lei nº 6.711/2010)
a) A - cento e vinte e cinco horas mensais; (NR - Lei nº 6.711/2010)
b) B - duzentas horas mensais. (NR - Lei nº 6.711/2010)
IV - Tabela IV dos empregos de Diretor de Escola, Pedagogo e Psicólogo Escolar; (NR - Lei nº
6.711/2010)
V - Tabela V dos empregos de Supervisor Escolar. (NR - Lei nº 6.711/2010)
§ 1º A amplitude remuneratória de cada emprego integrante do Quadro do Magistério Municipal
corresponde a dezessete referências numéricas - incluídas a inicial e a final - e dos graus
correspondentes das letras “A” a “T”, nos termos do Anexo II previsto no caput deste artigo. (NR
- Lei nº 6.711/2010)

§ 2º Para os efeitos desta Lei, o padrão remuneratório é composto de uma referência


numérica e dos graus a que alude o art. 10, § 2º da Lei Municipal nº 4.274, de 1993, que fica
mantida em todos os seus termos.

§ 2º Para os efeitos desta Lei, o padrão remuneratório é composto de uma referência numérica e
do grau a que alude o parágrafo anterior desse artigo. (NR - Lei nº 6.711/2010)

§ 3º O salário inicial do quadro do magistério, conforme o previsto nas tabelas acima referidas,
não será inferior ao previsto na Lei Federal nº 11.738 de 16 de Julho de 2008, que institui o piso
salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da educação básica. (NR
- Lei nº 6.711/2010)
Art. 31. O integrante do Quadro do Magistério Municipal incluído em jornada Docente de
Dedicação Integral e Exclusiva a que alude o art. 14, inciso II desta Lei receberá gratificação
adicional de trinta por cento calculada sobre o padrão remuneratório em que se encontrar
enquadrado o seu emprego.

Parágrafo único. A gratificação prevista no caput deste artigo não se incorporará à remuneração
do emprego para nenhum fim ou efeito legal sendo devida apenas nos casos de frequência
regular ao serviço, de férias e de outras licenças e afastamentos que a legislação considerar para
fins de pagamento.

Art. 31. O integrante do Quadro do Magistério Municipal incluído nas jornadas laborais a
que aludem os incisos II e IV do artigo 14 desta Lei serão remunerados na seguinte conformidade: (NR -
Lei nº 6.338/2007) (REVOGADO - Lei nº 6.711/2010)

I - para a Jornada Docente de Dedicação Integral e Exclusiva referida no inciso II


do artigo 14: gratificação adicional de 30% (trinta por cento) calculada sobre o padrão
remuneratório em que se encontrar enquadrado o seu emprego; (NR - Lei nº 6.338/2007)
(REVOGADO - Lei nº 6.711/2010)
II - para a Jornada Docente de Dedicação Integral referida no inciso IV do artigo
14: gratificação adicional de 20% (vinte por cento) calculada sobre o padrão remuneratório em
que se encontrar enquadrado o seu emprego. (NR - Lei nº 6.338/2007) (REVOGADO - Lei nº 6.711/2010)
Parágrafo único. As gratificações previstas neste artigo não se incorporarão à remuneração
do emprego para nenhum fim ou efeito legal, sendo devida apenas nos casos de frequência regular ao
serviço, de férias, de outras licenças e de afastamentos que a legislação considerar para fins de
pagamento. (NR - Lei nº 6.338/2007) (REVOGADO - Lei nº 6.711/2010)

Art. 31-A. O Diretor de Escola receberá Gratificação de Chefia, graduada de acordo com o porte
da unidade escolar em que desempenha suas atribuições, da seguinte forma: (NR - Lei nº
6.711/2010)

a) escola de pequeno porte: gratificação de 15% sobre o padrão remuneratório no


qual está enquadrado seu emprego; (NR - Lei nº 6.711/2010)
b) escola de médio porte: gratificação de 20% sobre o padrão remuneratório no
qual está enquadrado seu emprego; (NR - Lei nº 6.711/2010)
c) escola de grande porte: gratificação de 25% sobre o padrão remuneratório no
qual está enquadrado seu emprego. (NR - Lei nº 6.711/2010)

Art. 31-B. O Supervisor Escolar fará jus à Gratificação de Locomoção destinada à utilização de
transporte para diligências nas unidades escolares quando do desempenho das funções do seu
emprego no valor correspondente a 15% (quinze por cento) sobre o padrão remuneratório inicial
do emprego de Supervisor Escolar previsto na Tabela V do Anexo II da presente Lei. (NR - Lei nº
6.711/2010)

Art. 31-C. Os integrantes do Quadro do Magistério Municipal farão jus a Gratificação de Mérito
relacionada ao desempenho anual da rede de ensino municipal, cujo montante não será inferior à
metade e nem superior a uma vez o piso salarial das respectivas tabelas, nos termos da
regulamentação a ser editada pelo Poder Executivo. (NR - Lei nº 6.711/2010)

Art. 31-D. O Vice-Diretor de Escola que substituir o Diretor de Escola por um período superior
a 30 (trinta) dias, terá sua remuneração equiparada à de Diretor, durante o período da
substituição. (NR - Lei nº 6.711/2010)

Art. 31-E. O servidor designado para exercício de funções gratificadas, funções de chefia,
encarregatura, direção ou cargos de confiança de livre nomeação na Prefeitura de Guarulhos,
quando da cessação desta condição, incorporará eventual diferença, limitada à 100% (cem por
cento), entre sua remuneração permanente decorrente da função original e a base salarial da
ocupação transitória, da seguinte forma: (NR - Lei nº 6.711/2010)

I - 20% (vinte por cento) da diferença, se completados 2 (dois) anos de designação


ou nomeação; (NR - Lei nº 6.711/2010)
II - 10% (dez por cento) da diferença por ano de designação ou nomeação, a partir
do 4º (quarto) ano; (NR - Lei nº 6.711/2010)
III - 5% (cinco por cento), a partir do 3º (terceiro) ano para períodos superiores a 6
(seis) meses e inferiores a 1 (um) ano, vedados fracionamentos inferiores. (NR - Lei nº 6.711/2010)
§ 1º Quando o período de designação ou nomeação for composto por ocupações com bases
salariais diversas, a incorporação dar-se-á pela média das bases salariais, respeitadas as regras
dos incisos anteriores. (NR - Lei nº 6.711/2010)

§ 2º A incorporação de que trata este artigo não comporá a base salarial original para fins de
enquadramento na carreira, devendo ser paga de forma destacada. (NR - Lei nº 6.711/2010)

§ 3º É vedada a incorporação de vínculos empregatícios anteriores, exceto em casos de


reintegração ao serviço público, por decisão judicial. (NR - Lei nº 6.711/2010)

§ 4º Considera-se como remuneração para fins da incorporação de que trata este artigo, todas as
parcelas remuneratórias acrescidas ao salário do servidor de forma permanente. (NR - Lei nº
6.711/2010)

§ 5º O cálculo da incorporação tratada neste artigo será proporcional à jornada


efetivamente praticada pelo servidor. (NR - Lei nº 6.711/2010)

CAPÍTULO XIII
DA GESTÃO DEMOCRÁTICA DA UNIDADE ESCOLAR

Art. 32. A gestão democrática do ensino público municipal será desenvolvida mediante a
organização dos Conselhos de Escola em cada uma das unidades escolares mantidas pelo
Município de Guarulhos.

Parágrafo único. Os Conselhos de Escola deverão contar com a representação de pais e


responsáveis pelos alunos, de docentes e de outros profissionais que atuam na unidade escolar e
terá natureza deliberativa e consultiva.

CAPÍTULO XIV DOS AFASTAMENTOS

Art. 33. Aos integrantes do Quadro do Magistério Municipal poderão ser concedidos os
seguintes afastamentos:

I - sem prejuízo da remuneração e das demais vantagens do emprego público, para:


a) prover cargo ou função em comissão na Administração Municipal;
b) ocupar função de suporte pedagógico no âmbito da Secretaria Municipal de Educação;
c) participar de simpósios, congressos ou similares, certames desportivos,
culturais ou científicos, cursos de aperfeiçoamento ou especialização em instituição credenciada,
com autorização expressa da Secretaria Municipal de Educação;
d) exercer mandato de representação sindical.
II - com prejuízo da remuneração e das demais vantagens do emprego público, para:
a) frequentar cursos de pós-graduação, em nível de mestrado ou doutorado por, no
máximo, vinte e quatro meses, mas sem prejuízo da contagem do tempo para fins de
aposentadoria caso haja contribuição previdenciária regular nos termos do estabelecido na
legislação específica;
b) tratamento de assuntos particulares.

§ 1º Os critérios para deferimento dos afastamentos serão estabelecidos em regulamento.


§ 2º Os afastamentos a que se refere o caput serão concedidos desde que não haja conflito entre
esses e as regras do sistema de previdência ao qual estiver vinculado o integrante do Quadro do
Magistério Municipal.

CAPÍTULO XV
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E FINAIS

Art. 34. Os empregos existentes na Secretaria Municipal de Educação na data da publicação


desta Lei ficam com sua denominação e enquadramento na conformidade dos termos do Anexo I
desta Lei.

Art. 35. Os docentes integrantes do Quadro do Magistério Municipal em efetivo exercício em


unidades escolares situadas em locais de difícil acesso farão jus a gratificação adicional de vinte
por cento de estímulo à permanência, calculada sobre o valor do padrão remuneratório em que
estiver enquadrado o emprego, com base em estudos a serem promovidos pelos órgãos técnicos
competentes da Prefeitura Municipal de Guarulhos e estabelecidos em Decreto do Poder
Executivo.

Art. 35. Os integrantes do Quadro do Magistério Municipal em efetivo exercício em unidades


escolares situadas em locais de difícil acesso farão jus a gratificação adicional de vinte por cento
(20%) de estímulo à permanência, calculada sobre o valor do padrão remuneratório em que
estiver enquadrado o emprego, com base em estudos a serem promovidos pelos órgãos técnicos
competentes da Prefeitura Municipal de Guarulhos e estabelecidos em Decreto do Poder
Executivo. (NR - Lei nº 6.711/2010)

Art. 36. Os integrantes do Quadro do Magistério Municipal portadores de laudo médico


expedido pelo órgão oficial do Município que recomende a readaptação funcional, poderão
exercer atividades correlatas às do magistério nas escolas em que se encontram em exercício, em
outras escolas da Rede Municipal de Ensino ou em locais a serem fixados pela Secretaria
Municipal de Educação, ainda que em horário diverso do estabelecido no processo de atribuição
de aulas, nos termos do que vier a ser estabelecido em regulamento.

Art. 37. As despesas resultantes da aplicação desta Lei correrão por conta do previsto nas
dotações próprias da lei orçamentária, ficando o Poder Executivo autorizado a abrir os créditos
adicionais necessários a sua execução, nos termos dos arts. 40 e seguintes da Lei Federal nº
4.320, de 17 de março de 1964.

Art. 38. . (REVOGADO - Lei nº 6.711/2010)

§ 1º . (REVOGADO - Lei nº 6.711/2010)

§ 2º. (REVOGADO - Lei nº 6.711/2010)

Art. 39. Fica alterada a denominação do emprego de Psicólogo para Psicólogo Escolar. (NR - Lei
nº 6.711/2010)
Parágrafo único. Ficam alteradas as denominações do emprego de Supervisor de Ensino e das
funções de Assistente de Diretor de Escola e Professor Coordenador de Programas Educacionais
para Supervisor Escolar, Vice-Diretor de Escola e Coordenador de Programas Educacionais,
respectivamente. (NR - Lei nº 6.711/2010)

Art. 39-A. As gratificações previstas nos artigos 31-B, 31-C e 35 da presente Lei não se
incorporarão à remuneração do servidor para nenhum fim ou efeito legal. (NR - Lei nº 6.711/2010)

Art. 39-B. Fica alterada a denominação do emprego de Professor Adjunto de Educação Básica
para Professor de Educação Básica, ficando convalidado o provimento das vagas ofertadas
através do Edital de Abertura de Concurso Público nº 01/2009-SAM, sendo os mesmos
contratados para a função de Professor de Educação Básica. (NR - Lei nº 6.839/2011)

Art. 39-C. Após o prazo estabelecido pela Secretaria Municipal de Educação, nos termos do
artigo 5º, § 1º, do Ato das Disposições Transitórias da presente Lei, o emprego de Agente de
Desenvolvimento Infantil será extinto na vacância. (NR - Lei nº 6.711/2010)

Art. 40. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, ficando revogadas as disposições em
contrário.

ATO DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Art. 1º VETADO.

Art. 2º. (REVOGADO - Lei nº 6.711/2010)

Art. 3º (REVOGADO - Lei nº 6.711/2010)

Art. 4º Esta Lei será regulamentada pelo Poder Executivo no prazo máximo de cento e vinte dias
a contar de sua publicação.

Guarulhos, 4 de março de 2005.

ELÓI PIETÁ
Prefeito Municipal

Registrada no Departamento de Assuntos Legislativos da Prefeitura do Município de Guarulhos


e afixada no lugar público de costume aos quatro dias do mês de março do ano de dois mil e
cinco.

JOSÉ JOÃO BEZERRA BICUDO


Diretor

Publicada no Diário Oficial do Município nº 018 de 8 de março de 2005 - Páginas 1 a 8. PA nº 15620/2004.


Texto atualizado em 30/5/2014.

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Município.


ANEXO I

(NR - Lei nº 6.839/2011)

Jornada Semanal
Denominação Atual Padrão Remuneratório Inicial
de Trabalho
Tabela I-A Referência 1 - Grau A ou
Agente de Desenvolvimento Infantil 30h ou 35h Tabela I-B Referência 1 - Grau A

Tabela I-A Referência 5 - Grau A ou


Professor de Educação Infantil 30h ou 35h Tabela I-B Referência 5 - Grau A

Tabela II-A Referência 1 - Grau A ou


Professor de Educação Básica
25h ou 30h Tabela II-B Referência 1 - Grau A
(atuação no Ensino Fundamental I)
Tabela II-A Referência 5 - Grau A ou
Professor de Educação Básica
25h ou 30h Tabela II-B Referência 5 - Grau A
(atuação no Ensino Fundamental II)
Tabela II-A Referência 14 - Grau A ou
Professor de Educação Especial 25h ou 30h Tabela II-B Referência 14 - Grau A

Pedagogo 40h Tabela IV - Referência 1 - Grau A


Psicólogo Escolar 40h Tabela IV - Referência 1 - Grau A
Diretor de Escola 40h Tabela IV - Referência 1 - Grau A
Supervisor Escolar 40h Tabela V - Referência 1 - Grau A

Anexo II - Tabela I - A (NR - Lei nº 6.711/2010) Anexo II - Tabela I - B (NR - Lei nº 6.711/2010) Anexo II - Tabela
I - C (NR - Lei nº 7.274/2014) Anexo II - Tabela I - D (NR - Lei nº 7.274/2014) Anexo II - Tabela I - E (NR - Lei nº
7.274/2014) Anexo II - Tabela II - A (NR - Lei nº 6.711/2010) Anexo II - Tabela II - B (NR - Lei nº 6.711/2010)
Anexo II - Tabela II - C (NR - Lei nº 7.274/2014) Anexo II - Tabela II - D (NR - Lei nº 7.274/2014) Anexo II -
Tabela III - A (NR - Lei nº 6.711/2010) Anexo II - Tabela III - B (NR - Lei nº 6.711/2010) Anexo II - Tabela IV (NR
- Lei nº 6.711/2010) Anexo II - Tabela V (NR - Lei nº 6.711/2010)

- Ver Lei nº 7.380/2015 que dispõe sobre o reajuste salarial ao funcionalismo público municipal para os exercícios de 2015 e
2016.

Fonte (consulta 16.02.2020):

https://www.guarulhos.sp.gov.br/06_prefeitura/leis/leis_download/06058lei.pdf

Lei n.º 7.598/2017 – Aprova o Plano de Educação da Cidade de Guarulhos – PME


LEI Nº 7.598, DE 1º DE DEZEMBRO DE 2017.
Substitutivo nº 01 apresentado ao Projeto de Lei nº 5629/2017 de autoria do Poder Executivo.

Aprova o Plano de Educação da Cidade de Guarulhos - PME para o período 2017/2027

O Prefeito da Cidade de Guarulhos, no uso da atribuição que lhe confere o inciso VI do artigo 63 da Lei
Orgânica Municipal, sanciona e promulga a seguinte lei:

Art. 1º Fica aprovado o Plano de Educação da Cidade de Guarulhos - PME para o


período de 2017/2027, constante do Anexo Único integrante desta Lei, com vistas ao
cumprimento do disposto no artigo 11, I, da Lei Federal nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, no
artigo 8º da Lei Federal nº 13.005, de 25 de junho de 2014, e no artigo 205 da Lei Orgânica do
Município de Guarulhos.

Art. 2º São diretrizes do Plano Municipal de Educação da Cidade de Guarulhos - PME: I -


erradicação do analfabetismo;

II - universalização do atendimento escolar;


III - superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da
cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação;
IV - melhoria da qualidade social da educação;
V - formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase nos princípios éticos
em que se fundamenta a sociedade;
VI - promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à
sustentabilidade socioambiental;
VII - promoção humanística, cultural, científica e tecnológica;
VIII - estabelecimento de metas que ampliem os investimentos na Educação
pública; IX - valorização dos profissionais da Educação;
X - fortalecimento da gestão democrática da Educação e dos princípios que a
fundamentam.

Art. 3º As metas previstas no Anexo Único integrante desta Lei:

I - deverão ser cumpridas no prazo de vigência do Plano desde que não haja prazo
inferior definido para metas específicas;
II - têm como referência os censos mais atualizados da educação básica e superior,
disponíveis na data da elaboração desta Lei.
Art. 4º No terceiro ano de vigência desta Lei deverá ser avaliada a meta da
ampliação progressiva do investimento público em educação, podendo ser revista, conforme o
caso, para atender as necessidades financeiras do cumprimento das demais metas do Plano
2017/2027.
Art. 5º O Município deverá promover, em colaboração com o Estado e a União, a
realização de, pelo menos, duas conferências de Educação na Cidade até o final do período de
vigência deste Plano, com intervalo de até três anos entre elas, por coordenação conjunta entre a
Secretaria de Educação, Cultura, Esporte e Lazer, Conselho Municipal de Educação e o Fórum
Municipal de Educação, com o objetivo de avaliar e monitorar a execução do Plano 2017/2027 e
subsidiar a elaboração do próximo Plano Municipal de Educação.

Art. 6º A aplicação deste Plano será em regime de colaboração entre o Município, o


Estado e a União para a consecução de suas metas.

Parágrafo único. O Sistema Municipal de Educação deverá criar mecanismos para


acompanhamento e consecução das metas do PME.

Art. 7º Para a garantia da equidade educacional o Município deverá considerar o


atendimento às necessidades específicas da Educação Especial, assegurando uma educação
inclusiva em todos os níveis, etapas e modalidades nos sistemas de ensino existentes no
município.

Art. 8º O Plano de Educação da Cidade de Guarulhos abrange os diversos Sistemas de

Ensino.

Art. 9º O plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais do Município

deverão ser elaborados de modo a assegurar a consignação de dotações orçamentárias


compatíveis com as diretrizes, metas e estratégias do Plano Municipal de Educação.

Art. 10. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em
contrário.

Guarulhos, 1º de dezembro de 2017.

GUTI
Prefeito

Registrada no Departamento de Assuntos Legislativos da Prefeitura de Guarulhos e afixada no


lugar público de costume ao primeiro dia do mês de dezembro do ano de dois mil e dezessete.

TONINHO MAGALHÃES
Diretor do Departamento de Assuntos Legislativos

Publicada no Diário Oficial do Município nº 134 de 11 de dezembro de 2017 - Páginas 1 a 3. PA nº 45054/2017

Texto atualizado em 11/12/2017.

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Município.


Anexo Único

METAS E ESTRATÉGIAS

Meta 1: Garantir a universalização do atendimento da Educação Infantil na pré-escola (4 e 5


anos) e atender a demanda escolar da população de 0 a 3 anos, sendo 50% até o ano de 2020,
atingindo 100% até final deste Plano, preferencialmente na rede pública própria.

Estratégias:
1.1 Garantir a adequação do número de crianças por classe, respeitando a relação
criança/adulto, e criança por metro quadrado, conforme Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação Infantil e/ou legislação vigente.
1.2 Ampliar, gradativamente, o funcionamento de todas as escolas que atendem a
Educação Infantil, no máximo, em dois turnos diurnos, sem prejuízo ao atendimento da demanda
e da qualidade social da Educação.
1.3 Garantir 25% das vagas, ao atendimento em período integral na creche,
prioritariamente, para crianças comprovadamente em vulnerabilidade social ou por motivo de
trabalho da mãe ou responsável legal.
1.4 Garantir no currículo da Educação Infantil, ensino de artes para todos os educandos e
educação física para crianças de 4 e 5 anos.
1.5 Fiscalizar e acompanhar as instituições particulares e comunitárias de Educação
Infantil, para adequação aos padrões mínimos de funcionamento estabelecidos em lei.
1.6 Fortalecer, a partir do primeiro ano de vigência do Plano, mecanismos de colaboração
entre os setores da Educação, Saúde e Assistência Social, para o atendimento às instituições
públicas de Educação Infantil, de acordo com suas necessidades.
1.7 Instituir documento de orientações administrativo-pedagógicas que sirva de referência
para esta etapa de ensino, pautando-se nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
Infantil.
1.8 Garantir o atendimento para crianças de 0 a 3 anos de idade, em creches noturnas em
parceria com a Secretaria de Desenvolvimento e Assistência Social, em escolas próximas a
terminais de ônibus ou centros urbanos, favorecendo as mães/pais/responsáveis trabalhadores(as)
e/ou estudantes que necessitem, comprovadamente, desse atendimento.

Meta 2: Garantir a universalização do Ensino Fundamental de 9 anos, em regime de colaboração


entre o Poder Público Municipal e Estadual, ampliando o atendimento de todas as escolas, no
máximo, em dois turnos diurnos, até o final deste Plano sem prejuízo ao atendimento da
demanda e da qualidade social da Educação.

Estratégias:
2.1 Ampliar a rede física do sistema público de ensino, priorizando as necessidades da
demanda escolar nas áreas de maior expansão populacional, de modo a garantir a existência de
escolas mais próximas às residências dos educandos.
2.2 Implementar, gradativamente, o atendimento de no máximo 25 educandos por classe,
nos anos iniciais e 30 educandos por classe nos anos finais do Ensino Fundamental.
2.3 Nas escolas em que houver redução do número de educandos, oferecer, se possível,
período integral, ao invés do fechamento de turma(s) ou da unidade escolar.
2.4 Garantir programa de atendimento à saúde dos educandos das redes Municipal e
Estadual de ensino em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde por meio das unidades
Básicas de Saúde e Unidades de Saúde da Família.
Meta 3: Universalizar no município, até 2018, o atendimento escolar para toda a população de
15 a 17 anos e elevar, até o final do período de vigência deste plano, a taxa líquida de matrículas
no Ensino Médio para 85% (oitenta e cinco por cento).

Estratégias:
3.1. Estimular a flexibilização dos tempos e espaços escolares, de modo a permitir a
construção de currículos e itinerários formativos que melhor respondam à heterogeneidade e
pluralidade das condições, interesses e aspirações dos estudantes, assegurando o
desenvolvimento pleno dos educandos e a formação comum como direito, conforme o artigo 205
da Constituição Federal e o artigo 22 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
3.2. Fomentar no Ensino Médio, em todas as suas modalidades, o desenvolvimento integrado,
multi e interdisciplinar dos componentes curriculares obrigatórios e eletivos, articulados em
dimensões: trabalho, ciência, tecnologia, cultura, esporte e pesquisa, como eixo articulador das
áreas do conhecimento indicadas nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio,
garantindo-se a correspondente formação continuada dos professores.
3.3. Aprimorar as avaliações da Educação Básica na Rede Estadual - SARESP, para se
tornarem recursos pedagógicos efetivos, transformando os resultados das avaliações em
instrumentos de gestão pedagógica do currículo.
3.4. Garantir a oferta pública e a qualidade do Ensino Médio noturno, pela Rede Estadual,
em suas diferentes modalidades, a todos os jovens e adultos.
3.5. Garantir, como apoio ao desenvolvimento do currículo, disponibilização de materiais
didáticos, espaços e instalações às escolas públicas de Ensino Médio.
3.6. Diminuir as taxas de abandono e evasão, pela adoção de estratégias pedagógicas, de
formação de professores e de melhoria da infraestrutura escolar.
3.7. Redimensionar a oferta de Ensino Médio nos turnos diurno e noturno, pela Rede
Estadual, atendendo as necessidades específicas dos alunos.
3.8. Implementar políticas de prevenção à evasão motivada por qualquer forma de
preconceito e discriminação.
3.9. Estabelecer programa de formação inicial e continuada aos professores do Ensino
Médio, pela Rede Estadual, para atuarem nas áreas de conhecimento com carência de recursos
humanos habilitados.

Meta 4: Universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com deficiência,


Transtorno do Espectro Autista (TEA) e altas habilidades ou superdotação, o acesso à Educação
Básica e ao Atendimento Educacional Especializado (AEE), preferencialmente na rede regular
de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais,
classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados em regime de colaboração
com a União e o Estado, no prazo de 5 anos.

Estratégias:
4.1 Garantir, no mínimo, uma sala de atendimento educacional especializado, por
microrregião das Redes de Ensino de Guarulhos, dirigida aos educandos com deficiência,
Transtorno do Espectro Autista (TEA) e altas habilidades ou superdotação, de acordo com a
Política para a Educação Especial do Ministério da Educação.
4.2 Atender o disposto na Lei Estadual nº 15.830/2015, que prevê o limite de alunos em
salas de aula onde haja alunos com deficiência, Transtorno do Espectro Autista (TEA) e altas
habilidades ou superdotação.
4.3 Expandir e fortalecer o atendimento educacional especializado, que deve ser realizado
no contraturno da escolarização do educando, disponibilizando o acesso ao currículo e
proporcionando independência para a realização de tarefas da vida diária e da construção da
autonomia.
4.4 Divulgar, anualmente, por meio da rede mundial de computadores, os resultados do
censo escolar, cadastrado junto ao MEC, dos educandos atendidos pela Política Municipal de
Educação Inclusiva.
4.5 Estabelecer e/ou ampliar as parcerias com as instituições públicas e/ou privadas de Ensino
Superior a fim de demandar, favorecer e incentivar a realização de estudos e pesquisas
relacionados às diversas áreas ligadas à aprendizagem dos educandos com deficiência,
Transtorno do Espectro Autista (TEA) e altas habilidades ou superdotação.
4.6 Incentivar, apoiar e realizar ações de combate ao preconceito e/ou discriminação em
relação à pessoa com deficiência, Transtorno do Espectro Autista (TEA) e altas habilidades ou
superdotação, por meio de campanhas de conscientização nos diferentes meios de comunicação,
nos estabelecimentos de ensino de todas as modalidades, nos bairros, na cidade, convidando à
participação os pais de todos os educandos e a sociedade civil de modo geral.
4.7 Implantar e ampliar programas de formação para os profissionais da Educação Básica
voltados ao atendimento dos educandos com deficiência, Transtorno do Espectro Autista (TEA)
e altas habilidades ou superdotação.
4.8 Realizar convênios com universidades, preferencialmente públicas, e organizações da
sociedade civil que trabalhem com a temática da Diversidade e Inclusão Educacional, para a
oferta de cursos de formação aos profissionais da Educação.
4.9 Garantir, anualmente, a aplicação de teste de acuidade visual e auditiva aos educandos de
todas as escolas de Educação Básica, em parceria com as Secretarias de Saúde, de modo a
detectar problemas e adotar providências e apoio adequado/preventivo aos educandos com
deficiência, Transtorno do Espectro Autista (TEA) e altas habilidades ou superdotação.
4.10 Promover parcerias com as áreas de Assistência Social, Cultura, Organizações não-
governamentais e Redes de Ensino para tornar acessíveis, em todas as escolas da cidade:
dicionários, enciclopédias em Libras, CD’s e DVD’s de histórias infantis, literatura com
interpretação em Libras e outros materiais destinados aos educandos com deficiência
auditiva/surdos; livros falados de literatura, livros em Braille e livros com caracteres ampliados,
destinados aos educandos com baixa visão/cegos.
4.11 As Instituições de Ensino Particular deverão disponibilizar livros falados de literatura,
livros em Braille e livros com caracteres ampliados, destinados aos educandos cegos e aos
educandos de baixa visão e tradução de livros para Libras.
4.12 Garantir o conteúdo de Libras para a cultura surda, com base na Lei Federal nº
10.436/2002, que dispõe acerca da obrigatoriedade de Libras como idioma oficial da
comunidade surda, e na Lei Municipal nº 4.980/1997, que dispõe acerca da linguagem inclusiva
no município de Guarulhos.
4.13 Garantir intérprete de Libras ou implantar a dupla docência, nas escolas de ensino
regular onde houver educando surdo ou deficiente auditivo, tendo garantido Libras como língua
materna.
4.14 Garantir atendimento educacional aos educandos surdos/ou com deficiência auditiva,
na Educação Básica, em salas de educação bilíngue (Libras/Língua Portuguesa), com educadores
habilitados/especializados e, fluentes em Libras, e educadores-instrutores para o ensino de
Libras, com perspectiva à inclusão.
4.15 Supervisionar as escolas particulares para que seja cumprido o atendimento
educacional especializado dirigido aos educandos com deficiência, Transtorno do Espectro
Autista (TEA) e altas habilidades ou superdotação, de acordo com a Política para a Educação
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva do Ministério da Educação.
4.16 Garantir, na rede pública de ensino, a presença de um profissional de apoio,
exclusivamente, para o atendimento de educandos nas atividades de higiene, alimentação,
locomoção, entre outras, que exijam auxílio constante no cotidiano escolar.
4.17 Garantir a acessibilidade de todos os educandos com deficiência com base no
desenho arquitetônico universal em todos os equipamentos educacionais.
4.18 Garantir, gradativamente, no prazo de 5 anos, transporte escolar aos educandos com
deficiência, transporte escolar adaptado aos educandos com mobilidade reduzida, para acesso ao
AEE - Atendimento Educacional Especializado, no turno e contraturno à sua escolarização em
todas as unidades escolares da cidade de Guarulhos.
4.19 Desenvolver indicadores específicos de avaliação da qualidade da Educação Inclusiva,
bem como da qualidade da educação bilíngue para surdos, coerentes com as diretrizes expostas
neste Plano Municipal, bem como com a Política Municipal de Educação em desenvolvimento.

Meta 5: Alfabetizar, na perspectiva do letramento, todas as crianças até, no máximo, os 8 anos


de idade, 3º ano do Ensino Fundamental.

Estratégias:
5.1 Estruturar os processos pedagógicos de alfabetização, nos anos iniciais do Ensino
Fundamental, articulando-os com as estratégias desenvolvidas na Educação Infantil, com
qualificação e valorização dos(as) educadores(as) alfabetizadores e com apoio pedagógico
específico, destinado a garantir a alfabetização plena de todas as crianças.
5.2 Garantir a alfabetização nas áreas de Ciências da Natureza e Matemática articulada
com a alfabetização inicial, de forma a garantir a continuidade do processo de aprendizagem
entre os ciclos.
5.3 Identificar e divulgar tecnologias educacionais para a alfabetização de crianças,
assegurada a diversidade de métodos e propostas pedagógicas, bem como o acompanhamento do
processo de ensino-aprendizagem, devendo ser disponibilizadas, preferencialmente, como
recursos educacionais abertos.
5.4 Fomentar o desenvolvimento de tecnologias educacionais e de práticas pedagógicas
inovadoras que potencializem a alfabetização e forneçam a melhoria do fluxo escolar e a
aprendizagem dos(as) educandos(as), consideradas as diversas abordagens metodológicas e sua
efetividade.
5.5 Promover e estimular a formação continuada dos educadores(as) para a alfabetização
de educandos, com o conhecimento de novas tecnologias educacionais e práticas pedagógicas
inovadoras, estimulando a articulação entre programas de pós-graduação.
5.6 Garantir projeto de apoio pedagógico aos educandos com dificuldades no processo
ensino- aprendizagem.
5.7 Implementar estratégias de articulação entre os profissionais que atuam na Educação
Infantil e na Educação Fundamental, que sejam potencializadas na formação continuada.
5.8 Criar estratégias de articulação do trabalho entre as diferentes redes de ensino, que
minimizem o impacto na transição dos alunos da Educação Infantil para a Educação
Fundamental.
Meta 6: Promover, com o apoio da União e do Estado, a ampliação da jornada diária em todas as
escolas do município, para no mínimo 5 horas, em no máximo 2 turnos diurnos, até o final deste
Plano.

Estratégias:
6.1 Promover, com o apoio da União e do Estado, a oferta de ampliação progressiva do
tempo de permanência dos educandos, por meio de atividades de acompanhamento pedagógico e
multidisciplinares, inclusive culturais e esportivas.
6.2 Instituir, em regime de colaboração, programa de construção de escolas para atendimento
em no mínimo 5 horas diárias, em no máximo 2 turnos diurnos, prioritariamente em
comunidades com maior situação de vulnerabilidade social.
6.3 Institucionalizar e manter, em regime de colaboração, programa nacional de ampliação
e reestruturação das escolas públicas, por meio da instalação de quadras poliesportivas,
laboratórios, espaços para atividades culturais, bibliotecas, auditórios, cozinhas, refeitórios,
banheiros e outros equipamentos, bem como da aquisição de material didático e da formação de
recursos humanos.
6.4 Fomentar a articulação da escola com os diferentes espaços educativos, culturais e
esportivos e com equipamentos públicos, como centros comunitários, bibliotecas, praças,
parques, museus, teatros, cinemas e planetários.
6.5 Estimular a oferta de atividades voltadas à ampliação da jornada escolar de
educandos(as) matriculados nas escolas da rede pública de Educação Básica por parte das
entidades privadas de serviço social vinculadas ao sistema sindical, de forma concomitante e em
articulação com a rede pública de ensino.
6.6 Orientar a aplicação da gratuidade de que trata o artigo 13 da Lei Federal nº 12.101, de
27 de novembro de 2009, em atividades de ampliação da jornada escolar de educandos(as) das
escolas da rede pública de Educação Básica, de forma concomitante e em articulação com a rede
privada de ensino.
6.7 Garantir a ampliação da jornada para pessoas com deficiência, Transtornos do Espectro
Autista (TEA) e altas habilidades ou superdotação, assegurando atendimento educacional
especializado, complementar e suplementar, ofertado em salas de recursos multifuncionais na
própria escola ou em instituições especializadas.
6.8 Adotar medidas para otimizar o tempo de permanência dos alunos na escola,
direcionando a expansão da jornada para o efetivo trabalho escolar, combinado com atividades
recreativas, esportivas e culturais.

Meta 7: Atingir, até o ano de 2021, as seguintes médias municipais tomando-se como base o
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB:

IDEB 2015 2017 2019 2021


EF-Anos Iniciais 6,0 6,5 7,0 7,5
EF-Anos Finais 5,8 6,4 7,0 7,5
Ensino Médio 4,5 5,4
5,0 5,2

Estratégias:

7.1 Estabelecer políticas de estímulo às escolas que melhorarem o desempenho no IDEB, de


modo a valorizar o mérito do corpo docente, da direção e da comunidade escolar.
7.2 Estabelecer políticas de apoio técnico e financeiro às escolas para que melhorem o
desempenho no IDEB e promovam o desenvolvimento do corpo docente.
7.3 Orientar as políticas das redes públicas, de forma a buscar atingir as metas do IDEB,
diminuindo diferença entre as escolas com os menores índices e as respectivas médias,
garantindo equidade da aprendizagem e reduzindo pela metade as diferenças entre as médias das
escolas.
7.4 Implementar programas de apoio pedagógico aos educandos com dificuldades no
processo de ensino-aprendizagem.
7.5 Garantir a formação permanente, na perspectiva do letramento, para todos os
educadores que atuam no Ensino Fundamental.
7.6 Garantir a autonomia de elaboração e decisão dos Projetos Político-Pedagógicos das
escolas, definidos como expressão da sua organização educativa, orientadas pelas concepções e
diretrizes da Política Municipal de Educação.
7.7 Assegurar que, no quinto ano de vigência deste Plano, ao menos 70% (setenta por cento)
dos(as) educandos(as) do Ensino Fundamental tenham alcançado nível suficiente de aprendizado
em relação aos direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento de seu ano de estudo, e
50% (cinquenta por cento), pelo menos, o nível desejável.
7.8 Constituir, em colaboração entre a União, o Estado e o Município, um conjunto
nacional de indicadores de avaliação institucional com base no perfil do alunado e do corpo de
profissionais da educação, nas condições de infraestrutura das escolas, nos recursos pedagógicos
disponíveis, nas características da gestão e em outras dimensões relevantes, considerando as
especificidades das modalidades de ensino.
7.9 Induzir processo contínuo de autoavaliação das escolas de Educação Básica, por meio
da constituição de instrumentos de avaliação que orientem as dimensões a serem fortalecidas,
destacando-se a elaboração de planejamento estratégico, a melhoria contínua da qualidade
educacional, a formação continuada dos(as) profissionais da educação e o aprimoramento da
gestão democrática.
7.10 Formalizar e executar os planos de ações articuladas, dando cumprimento às metas de
qualidade estabelecidas para a Educação Básica pública e às estratégias de apoio técnico e
financeiro voltadas à melhoria da gestão educacional, à formação de educadores(as) e
profissionais de serviços e apoio escolares, à ampliação e ao desenvolvimento de recursos
pedagógicos e à melhoria e expansão da infraestrutura física da rede escolar.
7.11 Aprimorar continuamente os instrumentos de avaliação da qualidade social do Ensino
Fundamental.
7.12 Divulgar bienalmente os resultados pedagógicos dos indicadores do sistema nacional de
avaliação da Educação Básica e do IDEB, relativos às escolas e às redes públicas de Educação
Básica, assegurando a contextualização desses resultados, com relação a indicadores sociais
relevantes, como os de nível socioeconômico das famílias dos(as) educandos(as), e a
transparência e o acesso público às informações técnicas de concepção e operação do sistema de
avaliação.
7.13 Incentivar, gradativamente, na rede pública de ensino, a elaboração de material
didático- pedagógico na própria escola, em consonância com o respectivo projeto político-
pedagógico e com as diretrizes da Rede de Ensino a qual pertence, ao lado dos materiais que são
oportunizados pelo Governo Federal, Estadual e/ou Municipal, respeitando-se a realidade
sociocultural de cada escola.
7.14 Dar continuidade ao processo gradual de ampliação de vagas para educandos na Rede
de Ensino Pública, objetivando a redução do número de educandos por sala, a ampliação do
tempo de permanência na escola e a aproximação da escola com a moradia do educando.
7.15 Dar continuidade a modernização das escolas, por meio da tecnologia e da
informática, garantindo acesso dos profissionais às novas tecnologias.
7.16 Garantir transporte escolar para todos(as) os(as) educandos que residam acima de 2
quilômetros da unidade escolar, por meio de recursos próprios ou por financiamento da União e
do Estado, visando a reduzir a evasão escolar.
7.17 Disponibilizar Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), como apoio ao
processo ensino- aprendizagem, objetivando a qualidade social da Educação.
7.18 Apoiar técnica e financeiramente a escola mediante transferência direta de recursos
financeiros, garantindo a participação da comunidade escolar no planejamento e na aplicação dos
recursos, visando a ampliação da transparência e o efetivo desenvolvimento da gestão
democrática.
7.19 Garantir a aquisição de equipamentos para escolas públicas, mediante o Programa
Nacional de Reestruturação e Aquisição de Equipamentos para a Rede Escolar Pública.
7.20 Garantir políticas de combate à violência na escola, inclusive pelo desenvolvimento
de ações destinadas à capacitação de educadores para detecção dos sinais de suas causas, como a
violência doméstica e sexual, favorecendo a adoção das providências adequadas para promover a
construção da cultura de paz e um ambiente escolar dotado de segurança para a comunidade.
7.21 Mobilizar as famílias e setores da sociedade civil, articulando a educação formal com
experiências de educação popular e cidadã, com os propósitos de que a educação seja assumida
como direito de todos e de ampliar o controle social sobre o cumprimento das políticas públicas
educacionais.
7.22 Estabelecer ações efetivas especificamente voltadas para a promoção, prevenção,
atenção e atendimento à saúde e à integridade física, mental e emocional dos(as) profissionais da
educação, como condição para a melhoria da qualidade educacional.
7.23 Promover, com especial ênfase, em consonância com as diretrizes do Plano Nacional
do Livro e da Leitura, a formação de leitores(as) e a capacitação de educadores(as) e agentes da
comunidade para atuar como mediadores(as) da leitura, de acordo com a especificidade das
diferentes etapas do desenvolvimento e da aprendizagem.
7.24 Garantir em todos os novos projetos de escolas, a inserção de espaços específicos e
adequados à organização de brinquedotecas e salas de leitura, como espaços relevantes para o
processo ensino- aprendizagem, garantindo sua atualização permanente.
7.25 Garantir a ampliação e manutenção do acervo bibliográfico (documentos de consulta,
pesquisa, leitura e material vídeo-gráfico), existentes nas escolas de Ensino Básico, Bibliotecas,
Centros de Incentivo à Leitura e CEUs.
7.26 Divulgar e estimular os Programas de renda mínima ligados à Educação, com o
objetivo de garantir o acesso e a permanência, na escola, da população escolar da Educação
Básica.
7.27 Desenvolver Programas de assistência estudantil que possam assegurar a
permanência dos educandos nas instituições de ensino da cidade.
7.28 Garantir o provimento da alimentação escolar, de modo a assegurar o equilíbrio
necessário dos níveis calórico-proteicos por faixa etária, nas Redes Públicas de Ensino.
7.29 Garantir recursos financeiros e materiais necessários à execução do projeto político-
pedagógico das escolas públicas de Educação Básica.
7.30 Garantir no currículo do Ensino Fundamental: Artes, Língua Estrangeira e Educação
Física para todos os educandos, inclusive para os anos iniciais.
7.31 Garantir programas no contraturno escolar que contemplem as artes e atividades
desportivas com cunho pedagógico.
7.32 Garantir o acesso dos educandos às novas tecnologias, assim como às artes, às
bibliotecas (garantindo a renovação do acervo bibliográfico e recursos pedagógicos), entre outros
equipamentos em todas as unidades de Ensino Fundamental.
7.33 Implementar programas específicos para reduzir o analfabetismo funcional no
Ensino Fundamental.
Meta 8: Elevar a escolaridade média da população a partir de 18 (dezoito) anos a 29 (vinte e
nove) anos de modo a alcançar o mínimo de 12 anos de estudo, até o último ano de vigência
deste plano, para as populações dos territórios de menor escolaridade e de maior vulnerabilidade
no município, dos 25% mais pobres, bem como igualar a escolaridade média entre negros e não
negros, declarados ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de acordo com a
competência de cada ente da Federação.

Estratégias:
8.1 Institucionalizar programas e desenvolver tecnologias para correção de fluxo, para
acompanhamento pedagógico individualizado e para recuperação e progressão parcial, bem
como priorizar estudantes com rendimento escolar defasado, considerando as especificidades dos
segmentos populacionais.
8.2 Implementar políticas de educação de jovens e adultos para os segmentos populacionais
considerados, que estejam fora da escola e com defasagem idade-série, associados a outras
estratégias que garantam a continuidade da escolarização, após a alfabetização inicial.
8.3 Garantir acesso gratuito a exames de certificação da conclusão dos Ensinos Fundamental e
Médio.
8.4 Expandir a oferta gratuita de educação profissional técnica por parte das entidades
privadas de serviço social e de formação vinculadas ao sistema sindical que atuam no município,
de forma concomitante ao ensino ofertado na rede pública, para os segmentos populacionais
considerados.
8.5 Efetivar, em parceria com as áreas de saúde e assistência social, o acompanhamento e o
monitoramento do acesso à escola para os segmentos populacionais considerados, identificando
motivos de absenteísmo para a garantia de frequência e apoio à aprendizagem, de maneira a
estimular a ampliação do atendimento desses(as) estudantes na rede pública Estadual de Ensino.
8.6 Efetivar busca ativa, em colaboração com os municípios, de jovens fora da escola
pertencentes aos segmentos populacionais considerados, em parceria com as áreas de assistência
social, saúde e proteção à juventude.

Meta 9: Elevar a taxa de alfabetização da população com 15 (quinze) anos ou mais para 97%
(noventa e sete por cento) até o quinto ano de vigência do Plano e, até o final de sua vigência,
superar o analfabetismo absoluto e reduzir o analfabetismo funcional na cidade.

Estratégias:
9.1 Ampliar o número de cursos de EJA nas escolas do Ensino Fundamental que ofereçam
currículo e módulos de funcionamento adequados às necessidades da população a que se
destinam, garantindo os recursos pedagógicos, materiais, financeiros e corpo docente
especializado, visando à erradicação do analfabetismo e a elevação da escolarização.
9.2 Realizar diagnóstico destinado a identificar os jovens e adultos com Ensino
Fundamental incompleto, como subsídio a ações de ampliação de vagas para o atendimento desta
população.
9.3 Criar mecanismos de cooperação destinados a ampliação de vagas nas redes Municipal e
Estadual.
9.4 Universalizar a alfabetização na perspectiva do letramento para a população jovem e
adulta que não teve oportunidade de se alfabetizar no tempo adequado.
9.5 Realizar um mapeamento por bairro da população analfabeta, utilizando como base o
último levantamento do censo do IBGE, visando localizar e garantir o atendimento da Educação
de Jovens e Adultos para essa população.
9.6 Estabelecer parcerias/convênios com universidades públicas e privadas para a
formação dos profissionais da Educação Básica, objetivando atender às especificidades da
Educação de Jovens e Adultos (EJA).
9.7 Desenvolver campanhas e ampliar as parcerias com os movimentos sociais para incentivar
e garantir o acesso e permanência, na EJA e no MOVA, daqueles que não tiveram oportunidade
de se alfabetizar/letrar no tempo adequado.
9.8 Ampliar a intersetorialidade, mediante parcerias com outras secretarias, a fim de
fortalecer o diálogo da EJA com o campo de trabalho, da saúde, do meio ambiente, da cultura, da
comunicação, entre outros.
9.9 Elaborar e implementar programas de apoio pedagógico aos educandos da EJA com
dificuldades de aprendizagem.
9.10 Elaborar e implementar programas específicos para reduzir o analfabetismo funcional.

Meta 10: Oferecer, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) das matrículas de Educação de
Jovens e Adultos, nos ensinos fundamental e médio, na forma integrada à educação profissional.

Estratégias:
10.1 Ampliar e articular o currículo da EJA com os conhecimentos específicos do mundo do trabalho.
10.2 Investir na formação continuada do profissional que atua na EJA.
10.3 Articular as políticas municipais destinadas à qualificação profissional integrando com a EJA.
10.4 Adaptar e sistematizar as inúmeras políticas públicas, inclusive àquelas que
direcionam a Educação profissional ao respeito à diversidade, ao emprego e à proteção contra o
desemprego.
10.5 Reorganizar, reestruturar e manter, nas Secretarias de Ensino, setor destinado a promover a EJA.
10.6 Promover ações contínuas de orientação profissional aos alunos de EJA, articuladas
com as Secretarias de Relações do Trabalho, de Desenvolvimento Social, Posto de Atendimento
ao Trabalhador, Sociedade Amigos de Bairros e organizações sociais não governamentais.
10.7 Articular e fortalecer parcerias entre o Município e o Estado visando a reestruturação e
aquisição de equipamentos destinados à ampliação e melhoria da rede física de escolas públicas
que atuam com EJA, integrada à Educação profissional.
10.8 Orientar a aplicação da gratuidade de que trata o artigo 13 da Lei Federal nº 12.101, de
27 de novembro de 2009, em atividades de ampliação da jornada escolar de educandos (as) das
escolas da rede pública de Educação Básica, de forma concomitante e em articulação com a rede
privada de ensino.

Meta 11: Triplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível médio, assegurando a
qualidade da oferta e pelo menos 50% (cinquenta por cento) da expansão no segmento público.

Estratégias:
11.1 Acompanhar o Plano Estadual de Educação do Estado de São Paulo e monitorar o
desenvolvimento dessa meta.
11.2 Articular ações juntamente com os movimentos sociais e sociedade civil organizada no
sentido de cobrar o cumprimento dessa meta junto aos órgãos competentes.

Meta 12: Elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% (cinquenta por cento)
e a taxa líquida para 33% (trinta e três por cento) da população de 18 (dezoito) a 24 (vinte e
quatro) anos, assegurada à qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40% (quarenta por
cento) das novas matrículas, no segmento público.

Estratégias:
12.1 Acompanhar o Plano Nacional de Educação e o Plano Estadual de Educação, além de
monitorar o desenvolvimento dessa meta.
12.2 Articular ações juntamente com os movimentos sociais e sociedade civil organizada no
sentido de cobrar o cumprimento dessa meta junto aos órgãos competentes.
12.3 Promover, com o apoio técnico e financeiro do Governo Federal e Estadual, a expansão
do Sistema Federal e Estadual de Ensino Superior na Cidade de Guarulhos.
12.4 Otimizar a capacidade instalada da estrutura física e de recursos humanos das instituições
públicas de educação superior, mediante ações planejadas e coordenadas, de forma a ampliar o
acesso à graduação em colaboração com os Governos Estadual e Federal.
12.5 Ampliar a oferta de vagas de nível superior, por meio da expansão das universidades
estaduais e federais e Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, considerando a
densidade populacional, a oferta de vagas públicas em relação à população na idade de
referência.
12.6 Fomentar a oferta de educação superior pública e gratuita prioritariamente para a
formação de professores para a Educação Básica, bem como para atender ao déficit de
profissionais em áreas específicas.
12.7 Proporcionar condições e mecanismos para disponibilizar recursos, aos estudantes do
ensino superior, durante sua permanência nos cursos.
12.8 Ampliar as políticas de inclusão e de assistência estudantil dirigidas aos estudantes de
instituições públicas e bolsistas de instituições privadas de educação superior, de modo a reduzir
as desigualdades sociais e/ou étnico-raciais e ampliar as taxas de acesso e permanência na
educação superior de estudantes egressos da escola pública, afrodescendentes, indígenas e de
estudantes com deficiência, Transtorno do Espectro Autista (TEA) e altas habilidades ou
superdotação, de forma a apoiar seu sucesso acadêmico.
12.9 Ampliar a oferta de estágio como parte da formação na educação superior.
12.10 Ampliar a participação proporcional de grupos historicamente excluídos na educação
superior pública, inclusive mediante a adoção de políticas afirmativas nas Instituições de Ensino
Superior (IES) públicas federais e estaduais, em todos os cursos.
12.11 Assegurar condições de acessibilidade nas instituições de educação superior, na forma
da legislação.
12.12 Fomentar estudos e pesquisas que analisem a necessidade de articulação entre
formação, currículo, pesquisa e mundo do trabalho, considerando as necessidades econômicas,
sociais e culturais do País.
12.13 Fomentar a oferta de formação de pessoal de nível superior, destacadamente a que se
refere à formação nas áreas de ciências e matemática, considerando as necessidades do
desenvolvimento do País, a inovação tecnológica e a melhoria da qualidade da Educação Básica.
12.14 Assegurar a composição de acervo digital de referências bibliográficas e audiovisuais
para os cursos de graduação, assegurada a acessibilidade às pessoas com deficiência.
12.15 Estimular mecanismos para ocupar as vagas ociosas em cada período letivo na educação
superior pública.
12.16 Implantar Universidades Estaduais no município de Guarulhos, com o apoio técnico e
financeiro do Governo Federal.
12.17 Expandir as matrículas de educação profissional tecnológica de nível superior das
instituições estaduais, com a sua vinculação com arranjos produtivos, sociais e culturais locais e
regionais.
12.18 Fomentar sistema de avaliação da qualidade da educação profissional tecnológica de
nível superior da rede escolar pública e do setor privado.
Meta 13: Garantir a formação dos professores da Educação Básica, em nível de graduação, em
curso de licenciatura na área de conhecimento em que atuam, para 100% (cem por cento),
estabelecendo parcerias com as Instituições de Ensino Superior, em regime de colaboração com
a União e o Estado.

Estratégias:
13.1 Assegurar que todos os educadores da Educação Básica tenham formação superior,
mediante parcerias com Universidades Públicas, prioritariamente, com Estado e União.
13.2 Estabelecer o intercâmbio entre as Instituições de Ensino Superior e as escolas de
Educação Básica da cidade de Guarulhos.
13.3 Divulgar informações relacionadas a cursos de graduação destinadas aos educadores da
Educação Básica.
13.4 Articular discussões com universidades e faculdades públicas e privadas, no sentido de
incluir no currículo temas prioritários à formação dos educandos, tendo por base a realidade da
Educação Básica.
13.5 Incentivar e favorecer a realização de projetos acadêmicos, aplicados aos contextos das
escolas de Guarulhos, para promover a inovação educacional e a gestão escolar.
13.6 Promover diálogo com as instituições de graduação existentes na cidade, de modo a que
se inclua nos currículos de formação de educadores, conteúdos que contemplem a concepção de
Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva, visando ao desenvolvimento de ações
complementares ou suplementares à educação regular.

Meta 14: Formar, em nível de pós-graduação lato sensu e scricto sensu na área da Educação,
50% (cinquenta por cento) dos profissionais da educação, estabelecendo parcerias com as
Instituições de Ensino Superior, em regime de colaboração com a União e o Estado.

Estratégias:
14.1 Promover ações junto às instituições de Ensino Superior de pós-graduação,
prioritariamente públicas, com o objetivo de potencializar e qualificar a formação dos
educadores que atuam na Educação Básica, com foco no currículo específico desta modalidade
de ensino.
14.2 Assegurar parcerias/convênios com Universidades públicas e privadas para a realização
de cursos de pós-graduação para educadores da Educação Básica, ligados à temática da
diversidade humana e da educação em direitos humanos para romper com toda forma de
discriminação e preconceito na garantia das singularidades dos sujeitos.
14.3 Incentivar, favorecer e garantir aos educadores da Educação Básica atividades de
pesquisas e elaboração de subsídios teóricos, como suportes ao trabalho docente.
14.4 Incentivar a elaboração e divulgação das produções científicas e artístico-culturais dos
educadores e dos educandos de todas as escolas de Guarulhos.

Meta 15: Valorizar os (as) profissionais do magistério da rede pública de Educação Básica, de
forma a equiparar seu rendimento médio ao dos (as) demais profissionais com escolaridade
equivalente, até o final da vigência deste Plano.
Estratégias:
15.1 Acompanhar as discussões no âmbito do Fórum permanente constituído pelo
Ministério da Educação, destinado a atualização progressiva do valor do piso salarial nacional
para os profissionais do magistério público.
15.2 Garantir interlocução permanente com o Governo Federal destinada a assistência
financeira para potencializar as políticas de valorização salarial dos (as) profissionais do
magistério público.
15.3 Participar do Fórum permanente, com representação da União, dos Estados, do Distrito
Federal, dos Municípios e dos trabalhadores da educação, prevista como estratégia para a
viabilização da Meta 16 do PNE.
15.4 Acompanhar, no âmbito do Fórum permanente, a evolução salarial por meio de
indicadores da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD, periodicamente
divulgados pelo IBGE.
15.5 Realizar concursos públicos de provas e títulos para provimento de todos os cargos ou
empregos públicos ocupados pelos profissionais da educação, na rede pública de Ensino.
15.6 Instituir, nas redes públicas de Educação, jornada de trabalho preferencialmente em
tempo integral, de forma gradual.
15.7 Aplicar o disposto no artigo 2º da Lei Federal nº 11.738/2008, que determina que na
composição da jornada de trabalho, observar-se-á o limite máximo de 2/3 (dois terços) da carga-
horária para o desempenho das atividades de interação com os estudantes.
15.8 Implantar políticas públicas, especialmente políticas salariais, destinadas a garantir a
ampliação de profissionais em Regime de Dedicação Plena e Exclusiva.

Meta 16: Assegurar a existência, a revisão e a regulamentação dos Planos de Carreira para os
profissionais da Educação, até o final deste Plano.

Estratégias:
16.1 Regulamentar, em 2 (dois) anos, e revisar, em 5 (cinco) anos, o Plano de Carreira do
Magistério, Leis Municipais n/s. 6.058/2005, 6.711/2010 e a 7.274/2014 e Lei Estadual nº
836/1997.

16.2. Incluir o Quadro de Apoio no Plano de Carreira do Magistério, durante o processo de


regulamentação.

16.3 Garantir o provimento do pessoal do Quadro de Apoio ao Magistério, por meio de


concurso público.
16.4 Estruturar as redes públicas de Educação Básica de modo que, até o início do terceiro
ano de vigência deste Plano, 90% (noventa por cento), no mínimo, dos respectivos profissionais
do magistério e 50% (cinquenta por cento), no mínimo, dos respectivos profissionais da
Educação não docentes, sejam ocupantes de cargos de provimento efetivo e estejam em exercício
nas redes escolares a que se encontrem vinculados.
16.5 Assegurar que a movimentação dos profissionais do magistério seja realizada
conforme o Plano de Carreira, de acordo com o artigo 12 da Lei nº 6.058/2005 e suas
atualizações.
16.6 Viabilizar, no Plano de Carreira dos Profissionais da Rede Pública de Educação, a
possibilidade de alcançar o nível salarial mais elevado até a aposentadoria.
16.7 Aplicar o disposto no artigo 2º da Lei Federal nº 11.738/2008, que determina que, na
composição da jornada de trabalho, observar-se-á o limite máximo de 2/3 (dois terços) da carga-
horária para o desempenho das atividades de interação com os estudantes.
16.8 Promover, gradualmente, o regime de dedicação plena e exclusiva para todos os
profissionais do quadro do magistério.
16.9 Cumprir as regras de aposentadoria especial (aos 25 anos de trabalho, se mulher, e 30
anos para homem) para todos os cargos e funções: professor, professor-coordenador pedagógico,
diretor e supervisor.
16.10 Promover os mesmos direitos aos professores readaptados em relação ao Plano de
Carreira do Magistério.
Meta 17: Assegurar condições, no prazo de 2 (dois) anos, para o fortalecimento da gestão
democrática na educação, prevendo recursos e apoio técnico para sua efetivação.

Estratégias:
17.1 Estabelecer mecanismos que assegurem a transparência e o controle social na utilização
dos recursos públicos aplicados em Educação, garantindo a realização de audiências públicas, a
manutenção e atualização dos portais eletrônicos, e a participação efetiva da comunidade escolar.
17.2 Promover a capacitação dos membros do Conselho Municipal de Educação, Conselho
Municipal de Alimentação Escolar, Conselho do FUNDEB e Conselhos Escolares, com a
participação da comunidade escolar.
17.3 Incentivar e garantir a participação democrática dos diferentes sujeitos da
comunidade educacional, bem como, da sociedade civil, na avaliação e no acompanhamento da
implementação do presente Plano.
17.4 Garantir, no calendário escolar, datas para discussão, elaboração e avaliação da
proposta pedagógica, com a efetiva participação da comunidade.
17.5 Favorecer e assegurar a elaboração e implementação de programas para aproximar
família e escola por meio de cursos, palestras e/ou oficinas, encontros temáticos, dando
prioridade a horários convenientes aos pais/responsáveis e prevendo a disponibilidade de espaços
e condições adequados à atividade proposta, com efetiva participação dos Conselhos Escolares.
17.6 Garantir a formação de servidores e de docentes com vistas a democratização das
informações educacionais.
17.7 Incentivar, favorecer e garantir a participação da comunidade escolar, principalmente
dos participantes do Conselho Escolar, na discussão e elaboração do Planejamento e
Replanejamento escolares.
17.8 Garantir que as escolas do Município coloquem à disposição da população informações
de caráter geral, por meio de materiais de divulgação (impresso, virtual entre outros), para
acompanhamento e controle social.
17.9 Assegurar que todas as unidades escolares apresentem e discutam, no conselho escolar
e com a comunidade escolar, os critérios utilizados para a avaliação do processo de
aprendizagem dos educandos das diferentes modalidades, níveis e etapas de ensino.
17.10 Apresentar e discutir com a comunidade o calendário anual de reunião de pais.
17.11 Incentivar e garantir a criação de assembleias escolares, grêmios estudantis e centros
acadêmicos, democráticos e representativos em todas as unidades de ensino da cidade, como
espaços privilegiados de participação e exercício da cidadania, com espaços físicos adequados
em todas as escolas.
17.12 Instituir, por meio de Lei Municipal, durante o primeiro ano de vigência deste Plano, o
Fórum Municipal de Educação do Município de Guarulhos, como instância de gestão
democrática, consultivo e debatedor das políticas públicas de educação no Município.
17.13 Garantir a realização de Conferências Municipais de Educação, a cada dois anos,
coordenadas pelo Fórum Municipal de Educação, para avaliar os resultados das metas
estabelecidas no presente Plano e, caso os prazos estabelecidos para o alcance das metas não
estejam a contento, prever mudanças de estratégias e de prazos respectivamente.
17.14 Garantir a transferência direta de recursos financeiros à escola, assegurando a
autonomia pedagógica, administrativa e de gestão financeira e a participação da comunidade
escolar no planejamento e na aplicação dos recursos, visando à melhoria da qualidade social da
educação, com transparência e efetivo desenvolvimento da gestão democrática.
17.15 Os sistemas de ensino deverão regulamentar os critérios e procedimentos para a
efetivação da gestão democrática da educação no Município.

Meta 18: Implementar nos sistemas de educação da cidade a Política Nacional de Defesa dos
Direitos Humanos.

Estratégias:
18.1 Promover ações contínuas de formação da comunidade escolar em educação para os
Direitos Humanos, mediante parcerias com Instituições de Ensino Superior, preferencialmente
públicas, e desenvolvendo, garantindo e ampliando os programas de formação continuada aos
educadores da Educação Básica.
18.2 Implementar, em regime de cooperação com os governos Federal e Estadual, políticas de
inclusão e permanência na escola para adolescentes e jovens que se encontram em regime de
liberdade assistida e em situação de rua, assegurando os princípios do Estatuto da Criança e do
Adolescente - ECA, Lei Federal nº 8.069/1990.
18.3 Desenvolver ações e projetos voltados à implementação da Lei Federal nº 10.639/03, da
Lei Federal nº 11.645/08 e da Lei Municipal nº 6.494/09, sendo que as duas primeiras dispõem a
respeito da obrigatoriedade da inclusão do conteúdo de História e Cultura Afro-Brasileira e
Indígena no currículo oficial nas escolas públicas e privadas de Guarulhos e, a terceira, inclui
também esta obrigatoriedade na Educação Infantil.
18.4 Realizar mapeamento/diagnóstico dos educandos(as) de origem cigana, indígena e
demais etnias cuja língua materna não seja o Português, destinado a implantar políticas públicas
para o atendimento destes segmentos sociais.
18.5 Implementar políticas afirmativas, garantindo o direito de igualdade e respeito às
diversidades existentes na comunidade escolar, favorecendo o reconhecimento social.
18.6 Desenvolver políticas afirmativas e de promoção de cultura de respeito à diversidade
religiosa, favorecendo o reconhecimento social e garantindo a laicidade da escola.
18.7 Incentivar atividades de promoção e integração da família no ambiente escolar.

Meta 19: Fomentar a Política Municipal de Educação Ambiental nos sistemas de educação da
cidade.

Estratégias:
19.1 Garantir programas de formação permanente a respeito da temática da Educação
Ambiental a todos os profissionais da Educação Básica e Comunidade Escolar.
19.2 Implementar programas e projetos que promovam práticas ecoeficientes permanentes
nas unidades de ensino da cidade, objetivando a redução do consumo energético, de água, de
papel, de copos descartáveis etc.
19.3 Inserir, além das questões específicas, momentos formativos a respeito do tema nas
reuniões de pais e educadores previstas ao longo do ano letivo nas escolas de Educação Básica.
19.4 Garantir que todos os programas e projetos de Educação Socioambiental estejam de
acordo com a Política Nacional de Educação Ambiental e demais legislações vigentes.
19.5 Garantir parcerias/convênios com as Secretarias Municipal e Estadual de Educação, com
IES públicas e/ou privadas, para oferecer aos profissionais da educação, cursos de Educação
Socioambiental.
19.6 Oferecer cursos de formação à comunidade escolar acerca da educação Socioambiental
com ênfase na relação Homem/Natureza, ou seja, nas interações sociais, culturais e políticas
refletidas no meio ambiente.
CURSO RELÂMPAGO: PREPARATÓRIO LEGISLAÇÃO CONCURSO PROFESSO PEI - PEB -
GUARULHOS/SP - 2020

19.7 Promover a divulgação e a inclusão da Carta da Terra e do Tratado de Educação


Ambiental no trabalho pedagógico em todas as unidades escolares do Município.
19.8 Garantir que as escolas da cidade desenvolvam, anualmente, projetos de intervenção
local, envolvendo a comunidade do entorno, visando a consolidação de práticas sustentáveis
nos bairros onde as unidades de ensino estão inseridas.
19.9 Desenvolver projetos de educação nutricional nas escolas e na comunidade escolar,
com vistas ao reaproveitamento de alimentos de maneira a reduzir a quantidade de resíduos
orgânicos.

Meta 20: Ampliar o investimento em Educação pública.

Estratégias:
20.1. Promover estudos, no prazo de dois anos, destinados à ampliação dos
investimentos em Educação, vinculados ao PIB municipal e levando em consideração o Plano
Nacional de Educação.
20.2. Ampliar as fontes de financiamento que permitam maior disponibilização de
recursos para a Educação e assegurem maior justiça social, aplicando de modo eficiente,
eficaz, efetiva e transparente os recursos vinculados à manutenção e desenvolvimento do
ensino.
20.3. Garantir fontes de financiamento permanentes e sustentáveis para todos os níveis,
etapas e modalidades da Educação Básica, observando-se as políticas de colaboração entre os
entes federados, § 1º do artigo 75 da Lei nº 9.394/96, que trata da capacidade de atendimento
e do esforço fiscal do estado, com vistas a atender suas demandas educacionais à luz do
padrão de qualidade nacional.
20.4. Desenvolver, em ação conjunta com outros municípios e outras instâncias do
governo Estadual, estudos para alteração do sistema tributário que compõe as transferências
de recursos previstas na Constituição Federal.
20.5. Aplicar progressivamente recursos em manutenção e desenvolvimento do Ensino na
remuneração dos profissionais da educação.

20.6 Articular, junto aos demais municípios, entes federados e sociedade civil organizada,
movimento destinado à alteração da Lei de Responsabilidade Fiscal, tendo em vista a
necessidade de ampliação da remuneração dos profissionais da Educação.

20.7. Definir critérios para distribuição dos recursos adicionais dirigidos à educação ao
longo do decênio, que considerem a equalização das oportunidades educacionais, a
vulnerabilidade socioeconômica e o compromisso técnico e de gestão do sistema de ensino.
20.8. Fortalecer os mecanismos e instrumentos que promovam a transparência e o controle
social na utilização dos recursos públicos aplicados em Educação, promovendo o combate a
sonegação, a isenção e a anistia fiscal.
20.9. Garantir que os recursos financeiros oriundos da exploração de petróleo e gás natural,
além dos provenientes de outros recursos naturais, sejam aplicados à Educação, de acordo
com a meta prevista no inciso VI do caput do artigo 214 da Constituição Federal.

Marlon Lelis de Oliveira - advogado e psicólogo


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CURSO RELÂMPAGO: PREPARATÓRIO LEGISLAÇÃO CONCURSO PROFESSO PEI - PEB -
GUARULHOS/SP - 2020

PEB =>
Resolução CNE/CEB 04/2010 – Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a
Educação Básica. Brasília: CNE, 2010.

PEI =>
Resolução CNE/CEB n.º 5/09 e Parecer CNE/CEB n.º 20/2009 – Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação Infantil.

PEB =>
Resolução CNE/CEB 07/2010 – Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino
Fundamental de 9 (nove) anos. Brasília: CNE, 2010.

Base Nacional Comum Curricular (BNCC): Introdução (p. 7 – 21); A Etapa da Educação
Infantil (p. 35 – 55). Disponível em:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

PEB - GUARULHOS - 2020

ENSINO SUPERIOR COMPLETO

Legislação e Documentos Institucionais

BRASIL. Constituição Federal. Título VIII – Da Ordem Social: Capítulo III – Da Educação, da
Cultura e do Desporto: Seção I – Da Educação.

BRASIL. Lei Federal nº 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente.

BRASIL. Lei Federal nº 9.394, de 20/12/96 – Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação


Nacional.

BRASIL. Resolução CNE/CEB 04/2010 – Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a


Educação Básica. Brasília: CNE, 2010.

BRASIL. Resolução CNE/CEB 07/2010 – Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino


Fundamental de 9 (nove) anos. Brasília: CNE, 2010.

BRASIL/MEC. Base Nacional Comum Curricular. Ensino Fundamental: anos finais.


Disponível em:

<http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf>

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GUARULHOS/SP - 2020

ENSINO MÉDIO COMPLETO

Legislação e Documentos Institucionais

BRASIL. A criança de 6 anos, a linguagem escrita e o Ensino Fundamental de nove anos.


Ministério da Educação/Secretaria de Educação Básica. Brasília, 2009.

BRASIL. Constituição Federal. Título VIII – Da Ordem Social: Capítulo III – Da Educação, da
Cultura e do Desporto: Seção I – Da Educação, e artigo 60 das Disposições Constitucionais
Transitórias. Emenda 14/96.

BRASIL. Ensino Fundamental de nove anos: orientações para a inclusão da criança de seis
anos de idade. Brasília, 2007.

BRASIL. Lei Federal nº 8.069/1990 – Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente


e dá outras providências.

BRASIL. Lei Federal nº 9394, de 20/12/96 – Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação


Nacional.

BRASIL. Resolução CNE/CEB 03, de 15 de junho de 2010. Institui Diretrizes Operacionais


para a Educação de Jovens e Adultos nos aspectos relativos à duração dos cursos e idade
mínima para ingresso nos cursos de EJA; idade mínima e certificação nos exames de EJA;
e Educação de Jovens e Adultos desenvolvida por meio da Educação a Distância.

BRASIL. Resolução CNE/CEB 04/2010 – Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a


Educação Básica. Brasília: CNE, 2010.

BRASIL. Resolução CNE/CEB 07/2010 – Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino


Fundamental de 9 (nove) anos. Brasília: CNE, 2010.

BRASIL. Resolução CNE/CEB 4/2009 – Institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento


Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial. Brasília:
CNE, 2009.

BRASIL/MEC. Base Nacional Comum Curricular. Ensino Infantil; Ensino Fundamental.


Disponível em:

<http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf>

BRASIL/MEC. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília: MEC/SEF,


1998. Volumes 1, 2, 3.

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GUARULHOS/SP - 2020

ANEXOS

Marlon Lelis de Oliveira - advogado e psicólogo


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