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A Educação de Jovens e Adultos nas Legislações Educacionais CF e LDB

Este projeto compara o estado atual da educação brasileira com suas raízes
históricas para mostrar como o debate sobre a qualidade educacional vem
ocorrendo desde a década de 1980. Além disso, mostra as mudanças nos conceitos
de educação, comparando as propostas atuais com as do passado. A Constituição
Federal de 1988, ou CF/1988, trouxe muitas mudanças significativas na área do
direito, instituições e normas sociais. Ampliou a ideia de educação como um direito
fundamental ao lado da cidadania. A constituição também fez muitos avanços em
questões sociais, como a educação (HADDAD; DI PIERRO, 2000).
A Constituição Federal de 1988 trouxe mudanças significativas nos aspectos
jurídicos, institucionais e sociais do país. Ela transformou toda a educação em um
direito inalienável, e a viu como o direito social fundamental para a cidadania. Além
disso, esse documento específico mostrou grandes avanços em áreas de serviços
públicos, como saúde e educação. A Reforma Educacional garante o acesso à
educação — como direito público — por meio de seus mandatos para os órgãos
federais. Exige que as instituições federais implementem a reforma e garante que
pelo menos um percentual da receita tributária seja utilizado para sua manutenção e
desenvolvimento. Além disso, estabelece um padrão nacional de qualidade
educacional e implementa um Plano Nacional de Educação com o objetivo de
melhorar a educação (HADDAD; DI PIERRO, 2000).
Os padrões de qualidade estão definidos no inciso sétimo do artigo 206.
Esses termos aparecem ao lado da garantia de um padrão de qualidade da
educação. O parágrafo primeiro do artigo 211 descreve a cooperação entre todos os
entes federados. Ele afirma que cada estado pode receber assistência financeira e
técnica do governo federal para oferecer oportunidades educacionais a todos os
cidadãos. Uma função redistributiva e suplementar também é retratada nesta seção.
(HADDAD; DI PIERRO, 2000).
Por meio dos esforços coletivos de educadores nacionais, o objetivo do Artigo
214 é criar um sistema nacional de educação que trabalhe de forma colaborativa
para produzir um plano de dez anos para a educação. Os objetivos do plano devem
ser eliminar o analfabetismo e melhorar a qualidade da educação em todas as suas
modalidades. Cada seção do plano deve ser implementada por meio de ações
integradas que levem a esses fins (HADDAD; DI PIERRO, 2000).
A LDB 9.394/96, ou Lei Nacional de Diretrizes e Bases da Educação, foi
aprovada em 1998 sob os auspícios da CF/1988. Ele delineou os padrões para a
educação nacional e definiu a função da União, estados, municípios e outras
instituições de ensino. A Lei do Canadá/1988 abrange atualizações de certos
conceitos educacionais juntamente com novas estratégias para melhorar a
educação dos alunos. Também aborda a necessidade de avaliar e melhorar a
qualidade da educação. Além disso, esta lei estabelece um padrão mínimo para a
qualidade da educação (HADDAD; DI PIERRO, 2000).
A atual Lei de Princípios Básicos da Educação (LDB) incentiva inúmeras
outras demandas a serem colocadas dentro dela. Isso inclui rastrear o número de
alunos, criar requisitos mínimos nacionais para o número de alunos por turma e
estabelecer um número mínimo de insumos necessários para o progresso
educacional. Além disso, a LDB incentiva as escolas a rastrear custos e estatísticas
que podem ser usadas para pesquisa e estudo. A democratização das escolas
públicas incentivada por essa lei é corroborada por outras demandas atualmente na
LDB (RIBEIRO, 2012).
O Parecer CNE/CEB nº 11/2000 considera as Diretrizes Curriculares
Nacionais para a EJA justa causa para a garantia de determinados mínimos
educacionais. Esses mínimos incluem um padrão de qualidade educacional e altos
padrões para a qualidade da instrução do professor e da educação dos alunos. Essa
opinião também aponta que os alunos da EJA precisam de atenção especial devido
às suas necessidades particulares (RIBEIRO, 2012).
A Lei 10.172 foi sancionada em 9 de janeiro de 2001. Instituiu o Plano
Nacional de Educação que vigora até 2010. Seu principal objetivo é melhorar a
qualidade da educação em todos os níveis. Também busca reduzir a disparidade e a
desigualdade social pública, além de melhorar o nível geral de educação da
população. Objetivos adicionais incluem democratizar a gestão das escolas públicas
e criar padrões nacionais para cada etapa da EJA. Além disso, o plano incentiva os
profissionais da educação nacional a participar de projetos escolares específicos e
conselhos escolares (RIBEIRO, 2012).
Criado originalmente em 2001, o PNE não obteve resultados significativos
devido ao seu foco apenas no levantamento e definição de metas. Em vez disso,
eles lutaram para formar uma proposta de educação que não causasse conflito entre
eles. A falta de recursos fez com que o foco do ensino médio fosse colocado sobre o
ensino fundamental. Essa escolha fez com que os focos do ensino médio fossem
negligenciados em favor do ensino fundamental devido à concorrência desigual.
Consequentemente, a EJA acabou recebendo menos atenção sem nenhuma
indicação do que poderia ser feito a respeito pelo PNE (MACHADO, 2016).
O Governo Federal mudou seu posicionamento sobre a questão da EJA além
de criar algumas ações nesse sentido. No entanto, nenhuma das cinco metas
prioritárias do PNE foi alcançada devido ao fato de que nenhuma reforma
educacional foi implementada. Em vez disso, foram garantidas mais oportunidades
de educação secundária para todos os alunos que concluíssem com sucesso o
ensino fundamental. Além disso, as oportunidades de ensino médio para jovens e
adultos seriam duplicadas em cinco anos e quadruplicadas em 10 anos. Além disso,
todos os indivíduos presos ou privados de liberdade teriam direito à educação básica
ou treinamento vocacional (MACHADO, 2016).
O governo decidiu criar o Plano de Desenvolvimento da Educação, ou PDE,
em 2007. Seu objetivo declarado era descobrir como a educação pode ser
melhorada em todos os aspectos. Feito isso, foi criado um plano para implementar
essas mudanças. Os pilares de sustentação do PDE vêm do financiamento,
responsabilização dos professores da rede pública, ênfase na formação docente,
valorização do ensino, atenção à gestão e mobilização e participação da
comunidade. Isso contrasta com o PNE, que não tem nenhum pilar de sustentação
(MACHADO, 2016).
O movimento “Compromisso com Todos pela Educação” do setor empresarial
inspirou a criação do PDE. Como explica o autor, isso fez com que o documento
adotasse uma abordagem mercantil com metas e ações relacionadas à qualidade
total, satisfação do cliente e voluntariado (PAIVA et al., 2019).
O PDE promulga programas e ações institucionalizadas por meio de Leis,
Decretos, Portarias Interministeriais e Planos de Ação Articulados assinados por
todos os Estados, Distrito Federal e Municípios. O PDE também sugere – e até
exige – que sejam avaliados e discutido o papel do Sindicato. Eles também criam
Planos de Ação Articulados, ou PARs, que são obrigatórios para todos os municípios
(PAIVA et al., 2019).
Além dos cinco pontos listados anteriormente, o próximo é sobre qualidade. O
Documento de Apresentação do PDE para a Educação no Brasil, divulgado em
2007, explica que o sistema educacional do país deve aderir ao princípio do
compromisso público. O estado deve estimular o desenvolvimento institucional
acadêmico por meio da educação, envolvendo seus alunos em um processo
colaborativo sob os auspícios da modalidade EJA. No entanto, o diagnóstico escolar
— realizado pelo IDEB e Prova Brasil — não deve ser confundido com avaliações e
indicadores oficiais. Isso porque a EJA, oficialmente, não participa desse processo
(PAIVA et al., 2019).
O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de
Valorização dos Profissionais da Educação foi criado pela Emenda Constitucional nº
53/2006 e regulamentado pela Lei nº 11.494/2007. Este substituiu o Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Básico e de Valorização do Ensino, que
foi criado em 1996 e não preenchia os critérios da modalidade. Trata-se de um fundo
especial de contabilidade formado quase que integralmente por receitas tributárias
estaduais e repasses de municípios, Distrito Federal e educação nos termos do
artigo 212 da Constituição Federal. Seus recursos gerados são redistribuídos como
um componente de um complemento composto por recursos federais sempre que o
valor mínimo nacional por aluno não é atingido em um estado. A finalidade total do
Fundo é fornecer recursos exclusivamente para a educação básica (PAIVA et al.,
2019).
Antes da Emenda Constitucional 59, de 11 de novembro de 2009, o art. 208
do C.F/1988 determinava que a educação básica era obrigatória apenas para
crianças de 4, 7 e 11 anos. No entanto, as crianças mais velhas não podiam adiantar
suas antigas demandas devido à redação estagnada do Art 208. Também não podia
garantir seus direitos por estar fora da escola e socialmente ou culturalmente
diferente. Com a aprovação dessa emenda, foi acrescentada nova redação ao Art.
208, que garantia a educação básica gratuita e obrigatória para todas as idades
entre 4 e 17 anos. O Estado determina que a educação seja gratuita para todas as
idades. Isso significa que o estado deve garantir que a educação esteja disponível
para todas as idades, mesmo que isso signifique excluir pessoas mais jovens ou
mais velhas do que as diretrizes estabelecidas. Além disso, o estado deve tornar a
educação disponível para todas as idades sem exigir educação prévia (STRELHOW,
2010).
A Resolução CNE/CEB nº 3, de 15 de junho de 2010, estabeleceu as
Diretrizes Operacionais para a EJA no que diz respeito à idade mínima para
matrícula nos cursos, requisitos relativos à conclusão de cursos e exames
administrados pela secretaria de educação. Além disso, a recém-criada Resolução
CNE/CEB nº 4, de 13 de julho, introduziu o termo “qualidade social da educação”
nas diretrizes curriculares gerais nacionais. A qualidade na educação é medida por
padrões de excelência e inclusão. Quando medido por esses padrões, a educação
deve estar disponível para todos. Isso ocorre porque a educação deve promover
altos padrões de excelência, bem como a inclusão (STRELHOW, 2010). Nesse
contexto, a inclusão significa que todos os brasileiros são capazes de tomar
decisões, resolver problemas e questionar criticamente. Isso também significa que
eles são capazes de buscar soluções coletivas possíveis e necessárias para seus
problemas e que podem viver e trabalhar em sua comunidade.

REFERÊNCIAS

HADDAD, Sérgio; DI PIERRO, Maria Clara. Aprendizagem de


jovens e adultos: avaliação da década da educação para todos.
São Paulo em perspectiva, v. 14, p. 29-40, 2000.

MACHADO, Maria Margarida. A educação de jovens e adultos


após 20 vinte anos da Lei nº 9.394, de 1996. Retratos da
Escola, v. 10, n. 19, p. 429-451, 2016.

PAIVA, Jane; HADDAD, Sérgio; SOARES, Leôncio José


Gomes. Pesquisa em educação de jovens e adultos: memórias
e ações na constituição do direito à educação para todos.
Revista brasileira de educação, v. 24, 2019.

RIBEIRO, Joyce Mirella Lacki. Aspectos legais da educação de


jovens e adultos e a autoformação do educador. EDUCAÇÃO,
v. 1, n. 1, p. 37-55, 2012.

STRELHOW, Thyeles Borcarte. Breve história sobre a


educação de jovens e adultos no Brasil. Revista HISTEDBR
on-line, v. 10, n. 38, p. 49-59, 2010.

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