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Programa Formação pela Escola

Plano de ações articuladas (PAR) ES

Alunas: Gleiciani Venturine Ahnert Agustine

Ireni Aparecida Partelli Pessin

Sheila Cândido da Silva

Tutora: Geórgia do Nascimento Capelli Sodré

Vila Valério – ES 2021


O PLANO DE AÇÕES ARTICULADAS COMO ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL DOS
SISTEMAS PÚBLICOS DE ENSINO: AVANÇOS, LIMITES E POSSIBILIDADES.

Este trabalho tem como objetivo analisar uma das ações desenvolvidas pelo MEC para
promover a melhoria dos índices da educação básica: o Plano de Ações Articuladas - PAR.
Analisar os efeitos desse Plano sobre os sistemas públicos de ensino Para desenvolver essa
análise, foram levantados dados referentes ao preenchimento desse trabalho de orientação
realizado pelos técnicos do MEC e aos indicadores educacionais alcançados pelos sistemas
de ensino envolvidos. Mediante os dados obtidos, depreende-se que o MEC instaurou, com
relativo sucesso, uma nova forma de regulação sobre as redes de ensino do país.

Palavras-chave: política educacional; regulação; Plano de Ações Articuladas

INTRODUÇÃO
A partir dos anos 1980/90, inúmeras reformas educacionais foram
implementadas, na tentativa de atender às novas necessidades impostas pela
sociedade.
(OLIVEIRA, 2001; FONSECA, 2001; ANTUNES, 2001) que afetaram
diretamente a educação. Documentos produzidos em larga escala por organismos
internacionais e reproduzidos no âmbito nacional foram veiculados de forma massiva
a fim de justificar as mudanças necessárias. Novos princípios e objetivos
educacionais passaram a configurar as políticas públicas educacionais.
Autonomia, descentralização, eficiência, gestão democrática, entre outras, são
palavras que passaram a fazer parte do discurso educacional do continente e a orientar
as ações governamentais nos diversos países.
No caso do Brasil, não foi diferente: em 1996, uma nova Lei de Diretrizes e
Bases da Educação - LDB (Lei nº 9.394/96) foi homologada norteando as ações e
estratégias que se seguiram.
A descentralização da gestão de recursos financeiros é, sem dúvida, uma das
grandes alterações trazidas com a nova LDB para os sistemas estaduais e municipais
de ensino. Gestores escolares e professores passaram a exercer novas funções e, em
consequência, exigiu-se um novo perfil desses profissionais.
A REALIDADE DO PLANO DE AÇÕES ARTICULADAS

O Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação, instituído pelo Decreto nº 6.094 de
24 de abril de 2007, foi, por sua vez, um programa estratégico do PDE que iniciou um novo
regime de colaboração entre os entes federados e a União, sem ferir sua autonomia. Tal
regime de colaboração envolveu decisão política, ação técnica e atendimento da demanda
educacional, visando à melhoria dos indicadores educacionais. Esse compromisso entre a
União e os entes federados se baseou em 28 diretrizes que se materializaram mediante um
plano de metas que compartilhou competências políticas, técnicas e financeiras para a
execução de programas de manutenção e desenvolvimento da educação básica. A partir da
adesão ao Plano de Metas, estados, municípios e o Distrito Federal se comprometeram,
entre outras ações, a preencher um instrumento disponibilizado pelo MEC em seu sistema
de dados denominado Planos de Ações Articuladas – PAR. Mediante o preenchimento desse
instrumento, estados, municípios e o Distrito Federal foram levados a analisar as condições
de funcionamento de seus respectivos sistemas de ensino no que tange a quatro dimensões
básicas: 1-gestão educacional, 2-formação de professores, 3-práticas pedagógicas e 4-
infraestrutura física e recursos pedagógicos. A auto-avaliação realizada mediante o
preenchimento desse instrumento gera automaticamente uma série de ações que envolvem
assistência técnica e financeira.
A elaboração do PAR envolve o levantamento da realidade, um minucioso diagnóstico que
pretende que o Plano esteja de acordo com as principais necessidades locais.
Independente das mudanças de governo, as ações selecionadas, mediante análise técnica,
devem expressar as prioridades da educação. Portanto, a assistência técnica do MEC é
garantida pela assinatura do Compromisso Todos Pela Educação, que viabiliza o
acompanhamento da elaboração do diagnóstico local e do Plano de Ações Articuladas
(PAR),
O principal objetivo do PAR, segundo os documentos oficiais, é o aprendizado do aluno e a
maior eficiência no trabalho desenvolvido nas escolas, conforme as quatro dimensões, que
se complementam e podem contribuir qualitativamente para a aprendizagem dos alunos,
objetivo esse que necessita de muito investimento de recursos financeiros, mas técnico
também, pois os profissionais precisam ser qualificados e valorizados para a realização de
tal trabalho. Os documentos informam que PAR pretende que as metas do Compromisso
Todos pela Educação se cumpram; que a gestão realmente seja participativa; que a
comunidade tenha uma voz nas tomadas de decisões; que os recursos voluntários sejam,
de fato, repassados; e que o município/estado se empenhe em
executar/encaminhar/colaborar para que esses objetivos sejam cumpridos. No entanto,
parte desses objetivos fica no âmbito do discurso governamental, havendo a necessidade
de avançar na prática do planejamento nos sistemas educacionais do Brasil.
Segundo dados colhidos no municipio de Vila Valério Na etapa do Diagnóstico concluído e
planejamento realizado com todas as demandas em “análise”.
As demandas consideradas mais críticas quanto à situação educacional do município
reforma, construção de escolas e o baixo índice do IDEB.
• Há Equipe Local e Comitê Local instituídos que atuam em parceria observando e
analisando as demandas do município.
• Não foram firmados termos de compromisso com o FNDE ,todos os processos estão
aguardando análise e as obras estão em planejamento. Alguns planejamentos já estão com
o termo de compromisso assinados aguardando liberação.
• O CACS está desempenhando o seu papel em relação ao PAR e acompanha o
desenvolvimento de todas as ações em parcerias com a SEMED.
CONCLUSÃO

O Plano de Ações Articuladas (PAR) inclui, entre suas dimensões, a gestão educacional,
porém, essa área não se desenvolve da forma esperada, porque há necessidade de
mudança na cultura de administração do bem público. A comunidade deveria também fazer
parte da prestação de contas dos recursos descentralizados, mas isto ainda não é uma
prática efetiva nos sistemas de ensino. A segunda dimensão do PAR é denominada como
formação de professores e de profissionais de serviço e apoio escolar. Desde a
implementação do PAR, o quadro educacional, mais precisamente a qualificação de
profissionais da educação, não tem sofrido grandes mudanças. Há um grande espaço entre
a proposta e os investimentos para a sua realização.
As normativas do PAR envolvem leis, decretos e termos de compromisso, mas há algo além
que não pode ser ignorado, é a necessidade de zelar pela justiça educacional; garantir mais
investimentos governamentais para a educação; efetivar, verdadeiramente, a
descentralização de decisões concernentes à realidade de cada estado/município;
assegurar investimento no monitoramento das ações em execução com a participação
social.
Findamos que o PAR é uma ferramenta de planejamento governamental que avança em
relação a experiências anteriores, pois no Plano podem ser englobadas diversas ações que
abrangem vários aspectos do setor educacional. Porém, de modo geral, ainda tem muito a
avançar, tanto nos investimentos e na fiscalização quanto na participação da sociedade em
todo o processo de construção e execução.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Emenda Constitucional nº 53, de 19 de dezembro de 2006. Dá nova redação aos
arts.7º, 23, 30, 206, 208, 211 e 212 da Constituição Federal e ao art.60 do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias.
BRASIL. Emenda Constitucional nº 59, de 11 de novembro de 2009. Acrescenta §3º ao art.
76 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias para reduzir, anualmente, a partir do
exercício de 2009, o percentual da Desvinculação das Receitas da União incidente sobre os
recursos destinados à manutenção e desenvolvimento do ensino de que trata o art. 212 da
Constituição Federal, dá nova redação aos incisos I e VII do art.208, de forma a prever a
obrigatoriedade do ensino de quatro a dezessete anos e ampliar a abrangência dos
programas suplementares para todas as etapas da educação básica, e dá nova redação ao
§4º do art.211 e ao §3º do art.212 e ao caput do art.214, com a inserção neste dispositivo
de inciso VI.
BRASIL. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Apresentação do programa
PAR.2007b.

BRASIL. Ministério da Educação. O Plano de Desenvolvimento da Educação: razões,


princípios e programas PDE. Brasília: MEC, 2007. (Caderno de divulgação das razões,
princípios e programas do PDE). BRASIL. Ministério da Educação. PAR – Plano de Ações
Articuladas–Relatório Público.2007c.

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