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ORGANISMOS INTERNACIONAIS

E POLÍTICAS EDUCACIONAIS
Profª. Drª. Andressa Aita Ivo
Porfª. Mrs. Caroline Foggiato Ferreira
POLÍTICAS EDUCACIONAIS????
Política pública, como uma resolução de problema por meio da
produção de textos de políticas como legislações ou outras prescrições e
inserções voltadas local ou nacionalmente à prática (BALL, S. et al.
2016).

As políticas educacionais, em geral, são pensadas e escritas para


contextos que possuem infraestrutura e condições de trabalhos
adequadas, sem levar em conta variações enormes de contextos, de
recursos, de desigualdades regionais ou das capacidades locais (BALL e
MAINARDES, 2011).
POLÍTICAS EDUCACIONAIS????

As políticas podem ser sujeitas a interpretações e traduções e


compreendidas como respostas a problemas da prática (BALL e
MAINARDES, 2011).

Política como textos e “coisas” (legislação e estratégias nacionais), mas


também como processos discursivos que são complexamente
configurados, contextualmente mediados e institucionalmente prestados.
A política é complexamente codificada em textos e artefatos e é
decodificada (e recodificada) de forma igualmente complexa.
POLÍTICAS EDUCACIONAIS????
A atuação de políticas envolve processos criativos de interpretação e
recontextualização – ou seja, a tradução de textos em ação e as
abstrações de ideias políticas em práticas contextualizadas (BALL, S. et
al. 2016).

Os textos/políticas não podem simplesmente ser implementados! Eles


devem ser traduzidos a partir do texto para a ação – colocados em
prática – em relação à história e ao contexto, com os recursos
disponíveis (BALL, S. et al. 2016).
INFLUÊNCIAS INTERNACIONAIS NA PRODUÇÃO DAS POLÍTICAS
NACIONAIS

-As influências dos organismos internacionais na produção de


políticas educacionais locais;

- Organismosinternacionais = difundindo um
conjunto de orientações para a
Educação;

-Diferentes organizações, com um discurso homogêneo quanto


as orientações para a Educação, especialmente, em países em
desenvolvimento;
INFLUÊNCIAS INTERNACIONAIS NA PRODUÇÃO DAS POLÍTICAS
NACIONAIS

-- Orientações: a) melhoria da eficácia da atividade administrativa;


b) melhoria da qualidade na prestação dos serviços públicos; c)
diminuição das despesas públicas; d) aumento da produtividade na
Administração do Estado (SOUZA, 2002).

- Início dessa agenda se dá a partir dos anos 90;

- Conferência mundial de educação para todos (1990), em


Jontiem. Com objetivo primordial a revitalização do
compromisso mundial de educar todos os cidadãos do planeta;
CONFERÊNCIA MUNDIAL DE EDUCAÇÃO PARA
TODOS (EPT)

FINANCIAMENTO:
BANCO MUNDIAL; EDUC A Ç Ã O BÁSIC A :
UNESCO; UNICEF; ENSINO
PNUD FUNDAMENTAL

2000–FÓRUM M UNDIAL COMPROMETIMENTO DO BRASIL


EM EDUC A Ç Ã O C O M POLÍTIC A S
(UNESCO) EDUC A CIONAIS
POLÍTICAS EDUCACIONAIS NO BRASIL

- Países se comprometem em desenvolver políticas públicas educacionais,


ações e avaliações periódicas que venham a atingir os objetivos que foram
propostos.

- 1993–Plano decenal de Educação para todos (PDE): marca o


comprometimento do governo federal com a agenda firmada com os
organismos internacionais;

- 1994–Aprovação do Plano Nacional da Educação (PNE) Lei 10.172: definição


de diretrizes e metasa serem alcançadas nosníveis e
modalidades de ensino, formação de professores e financiamento
da educação em 10 anos.

- 1996–Aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei 9.394;


POLÍTICAS EDUCACIONAIS NO BRASIL

- Legislações que ampliaram a obrigatoriedade da educação:

- 2005 Lei 11.114: tornou obrigatória a matrícula das


crianças de seis anos de idade no ensino fundamental.

- 2006 11.274: ensino fundamental obrigatório,


Lei
com duração de nove anos, iniciando-se aos seis anos de idade.
do ensino de

- 2009 Emenda Constitucional nº59: prevê a obrigatoriedade


quatro a dezessete anos.

- 2014 Lei 13.005: estabelece o PNE com vigência de 2014 a 2024


POLÍTICAS EDUCACIONAIS NO BRASIL

- 2007 Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE): emaranhado de ações


e programas do MEC atendendo todos os níveis e modalidades de ensino.

- 2007 Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB): indicador


criado pelo MEC para medir a qualidade da educação.

- IDEB reúne num único índice o fluxo escolar (aprovação e reprovação) e as


médias
de desempenho nas avaliações em larga escala (Prova Brasil).

- O índice varia de 1 a 10 sendo a meta estipulada até 2022 a média 6,0


(corresponde a um sistema educacional de qualidade comparável ao dos
países desenvolvidos.
POLÍTICAS EDUCACIONAIS NO BRASIL

- 2018 Base Nacional Comum Curricular: documento de caráter normativo


que estabelece os Direitos e Objetivos de Aprendizagem e
Desenvolvimento da Educação Básica Brasileira.

- 2019 Novo Ensino Médio (Lei nº 13.415): altera a estrutura curricular do


Ensino Médio, definindo que a formação nesta etapa da EB será
composta por componentes curriculares da BNCC e por itinerários
formativos.

- 2020 FUNDEB (Lei nº 14.113): tornou-se o fundo permanente de


financiamento da educação brasileira.
- Até o ano de 2026, a contribuição da União deverá ser de 23%.
ALGUMAS REFLEXÕES

- A relação do Estado brasileiro com os organismos internacionais, se


modifica de acordo com a necessidade do Brasil em realizar
empréstimos para a área da educação.

-Visão do Banco mundial:sob uma perspectiva economicista, a


educação é vista como uma ferramenta para o desenvolvimento
de habilidades técnicas para força de trabalho, para a redução da
pobreza e da desigualdade, e para atender as demandas do
século XXI com o menor gasto possível.
ALGUMAS REFLEXÕES

-Visão da UNESCO: sob o lema“Educaçãoao longo davida”,amplia-se


a definição
de educação como formação para o trabalho, tornando-a um processo
de formação de competências para a vida, principalmente, a
produtividade e flexibilidade.

-Visão da OCDE:sob a perspectiva da Teoria do Capital Humano, a


educação é vista como a aprendizagem de conhecimentos,
competências e habilidades necessários para a formação de
cidadãos ativos, engajados e responsáveis.
Referências

ANTUNES, Jucemara; ZWETSCH, Patrícia; SARTURI, Rosane. As


influências das orientações de organismos internacionais nas
políticas públicas educacionais para a Educação Básica no Brasil.

BALL, S. e MAINARDES, J. Políticas educacionais: questões e dilemas.


São Paulo: Cortez, 2011.

BALL, S. et al. Como as escolas fazem as políticas. Ponta Grossa:


Editora UEPG, 2016.
Referências

PACHECO, Bruna Erica L. D.; DAROS, Armando. A Concepção de


Educação sob a Perspectiva da Unescocom Enfoque no Documento
“Educação, um Tesouro a Descobrir”. Pleiade,10(19): 68-75, Jan./Jun.,
2016.

SOUZA, A. Estado e educação pública: tendências administrativas e de gestão.


In: OLIVEIRA; D. e ROSAR, M. Política e Gestão da Educação. Belo
Horizonte: Autêntica, 2002.

SILVA, Maria Abadia da; FERNANDES, Edison Flávio. O projeto da


Educação 2030 da OCDE: uma bussola para a aprendizagem.Revista
Exitus, Santarém/PA, Vol. 9, N° 5, p. 271 - 300, Edição Especial 2019.

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