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Organização da

educação brasileira
História, limites e perspectivas

Rafael Bastos
O que veremos nessa aula?

Constituição Federal de 1988


I Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB)
II Plano Nacional de Educação (PNE)
V Sistema Nacional de Educação (SNE)
Nossa base de organização e legal
Lei de Diret
e
Bases
LDB
Plano Nacional
(1996)
de
Educação
PNE

(1º PNE 2001-2010


2º PNE 2014-2024) Constituição
Federal
Construir o
Sistema Nacional
de
1988
Educação
SNE
(2014 – 2024)
CF
Contexto:

Redemocratização,
Valores
alores universalistas: Como o SUS, seguridade social
Nuances (educação como dever do Estado e da família / a pressão privada)

CAPÍTULO III
DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO
Seção I
DA EDUCAÇÃO

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será


promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho. (CF,
CF, grifo meu)
Liberdade para a iniciativa privada

Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes


condições:
I - cumprimento das normas gerais da educação nacional;
I - autorização e avaliação de qualidade pelo poder público.
público (CF)
Colaboração e sistemas de ensino
(27 unidades federativas e 5.565 municípios)
Pacto Federativo
Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão
em regime de colaboração seus sistemas de ensino.
ensino
§ 1º A União organizará e financiará o sistema federal de ensino e o dos
Territórios, e prestará assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios para o desenvolvimento de seus sistemas de ensino
e o atendimento prioritário à escolaridade obrigatória.
§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e pré-
escolar.
CF, grifo meu)
Padrão de qualidade e regime de
colaboração
Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino
fundamental,, de maneira a assegurar formação básica comum e
respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais.
§ 1º O ensino religioso,, de matrícula facultativa, constituirá disciplina
dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental.
CF, grifo meu)
Limites da noção de sistemas de ensino

Para Saviani (2014):


Ideia de Sistema: remete à unidade.
Intencionalidade, unidade, variedade, coerência interna e coerência
externa. (SAVIANI, 2014)

Situação brasileira – LDB - e os “sistemas” (Equívoco)


Sistema de Ed. básica, média, superior.
Sistema particular e público

Sistema particular e público


Obstáculos da educação brasileira:

a) os obstáculos econômicos decorrentes da histórica resistência à


manutenção da educação pública no Brasil;
b) os obstáculos políticos caracterizados pela descontinuidade nas políticas
educativas;
c) os obstáculos filosófico-ideológicos
ideológicos, isto é, a prevalência das ideias ou
mentalidades pedagógicas refratárias à organização da educação na forma
de um sistema nacional;
d) os obstáculos legais materializados na resistência à incorporação da
ideia de sistema nacional na nossa legislação educacional, cuja ponta de
lança se ancorava na suposta e logicamente inconsistente tese da
inconstitucionalidade da proposta de Sistema Nacional de Educação.
Educação
(SAVIANI)
Financiamento da Educação
Art. 212. A União aplicará, anualmente,
anualmente nunca menos de dezoito, e o
Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, n
mínimo, da receita resultante de impostos*,
impostos* compreendida a
proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento d
ensino.

*Existem formas de burlar a Constituição


Exemplo: não denominar uma taxação de imposto, mas de contribuiçã
(Ex A Lei Complementar nº110 / Atualização do COFINS em 2004).

Também tem a Desvinculação de Receita da União - DRU


A Constituição Federal de 1988 elenca
diretamente três espécies de tributos:

Taxas,
Contribuições de melhoria,
Impostos
(BRASIL, 1988, Art. 145
DRU
Criada em 1994, por FHC em 1994 governo FHC, ano de implantação do Plano Real, como Fundo Social de Emergência. Viro
Fundo de Estabilização Fiscal até 1999, e então DRU)
roposta de Emenda à Constituição (PEC) 31/2016,, que altera o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias para
prorrogar a desvinculação de receitas da União e estabelecer a desvinculação de receitas dos Estados, Distrito Federal e
Municípios. A PEC prorroga até 2023 a permissão para que a União utilize livremente parte de sua arrecadação - a
Desvinculação de Receitas da União (DRU); ampliando seu percentual de 20% para 30% de todos os impostos e
contribuições sociais federais. Cria mecanismo semelhante para estados, Distrito Federal e municípios - a Desvinculação d
Receitas dos Estados, Distrito Federal e dos Municípios (DREM) -, ficando desvinculadas 30% das receitas relativas a
impostos, taxas e multas, não aplicado às receitas destinadas à saúde e à educação.
Fonte: http://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2016/08/24/senado-aprova-proposta-que-prorroga-a-dru-ate-202
http://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2016/08/24/senado
. Acesso em: 27 de julho de 2017.
Recursos (Cont.)
§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, ou pelos Estados aos
respectivos Municípios, não é considerada, para efeito do cálculo
previsto neste artigo, receita do governo que a transferir.
§ 2º Para efeito do cumprimento do disposto no caput deste artigo,
serão considerados os sistemas de ensino federal, estadual e
municipal e os recursos aplicados na forma do art. 213.
§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao
atendimento das necessidades do ensino obrigatório, nos termos do
plano nacional de educação.
Recursos (Cont.)
§ 4º Os programas suplementares de alimentação e assistência à
saúde previstos no art. 208, VII, serão financiados com recursos
provenientes de contribuições sociais e outros recursos
orçamentários.
§ 5º O ensino fundamental público terá como fonte adicional de
financiamento a contribuição social do salário-educação,
salário recolhida,
na forma da lei, pelas empresas, que dela poderão deduzir a
aplicação realizada no ensino fundamental de seus empregados e
dependentes. (CF, grifos meus)
Recursos (Cont.)
Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser
dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas,
filantrópicas definidas em lei,
que:
I - comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros
em educação;
II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária,
filantrópica ou confessional, ou ao poder público, no caso de encerramento de
suas atividades.
§ 1º Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a bolsas de
estudo para o ensino fundamental e médio, na forma da lei, para os que
demonstrarem insuficiência de recursos, quando houver falta de vagas e cursos
regulares da rede pública na localidade da residência do educando, ficando o
poder público obrigado a investir prioritariamente na expansão de sua rede na
localidade. (CF, grifo meu)
Recursos (Cont.)
Principais fontes de financiamento da educação:
FUNDEB
Salário-educação,
Os royalties do petróleo, o fundo social do pré-sal
pré e a participação
especial.
O que havia antes era o FUNDEF
O Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino
Fundamental e de Valorização do Magistério)
Criado em 1996 e vigorou de 1997 a 2006
Reter 15% dos 25% previsto pelos Estados numa conta única e
redistribuir para os municípios de acordo com o número de
matrículas – para o ensino fundamental.
FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento d
Educação Básica e de Valorização dos Profissionais d
Educação)
Criado por uma EC 53/2006
o Fundo direciona uma parcela dos recursos integrantes da vinculação
constitucional – 20% das receitas de alguns impostos e transferências
dos estados, Distrito Federal e municípios, bem como de receitas
correspondentes à dívida ativa, juros e multas relacionadas aos
respectivos impostos –para
para a educação básica, mais especificamente,
para “a manutenção e ao desenvolvimento da educação básica
pública e à valorização dos trabalhadores em educação, incluindo sua
condigna remuneração” (BRASIL, 2007, Art. 2°).
2
Como funciona o fundo?

Cada estado e o Distrito Federal têm um fundo que funciona


praticamente como uma conta bancária. Os recursos dos municípios e
dos estados são depositados nessas contas. Então, todo o dinheiro é
somado e a União inclui sua verba. Esse total é redistribuído
conforme as necessidades de cada estado. Essa distribuição é feita de
acordo com o número de alunos da Educação Básica Pública.
Fonte: http://www.todospelaeducacao.org.br/comunicacao-e-
http://www.todospelaeducacao.org.br/comunicacao
midia/noticias/12813/perguntas-ee-respostas-o-que-e-e-como-
funciona-o-fundeb/
Como é feita a distribuição dos
recursos do Fundeb?
Cada estado distribui os recursos de seu próprio fundo, de acordo
com o número de estudantes que estão matriculados em sua rede de
Educação Básica. O número de alunos é baseado nos dados do Censo
Escolar do ano anterior.
Esse método serve para distribuir melhor os recursos pelo País, já que
leva em consideração o tamanho das redes de ensino. Quanto maior
a demanda de alunos, maior os recursos destinados.
Fonte: http://www.todospelaeducacao.org.br/comunicacao-e-
http://www.todospelaeducacao.org.br/comunicacao
midia/noticias/12813/perguntas-ee-respostas-o-que-e-e-como-
funciona-o-fundeb/
Qual é o valor mínimo a ser repassado
por estudante?
Em 2011, o gasto mínimo por estudante será de R$ 1.722,05 (era de
R$ 1.414,85 em 2010) ao ano.
Fonte: http://www.todospelaeducacao.org.br/comunicacao-e-
http://www.todospelaeducacao.org.br/comunicacao
midia/noticias/12813/perguntas-ee-respostas-o-que-e-e-como-
funciona-o-fundeb/
Atualidade em maio de 2018:
https://www.youtube.com/watch?v=Hmh4oFD0eJY
ohttps://www.youtube.com/watch?v=Hmh4oFD0eJY
De onde vem os recursos do FUNDEB?
Quadro de Janaína Specht (2017)
Críticas ao FUNDEB

Segundo Davies (2006):


O FUNDEB proporcinou mais de R$ 5 bilhões em 2010 do que o
Fundef.
Para este autor, a lógica de fundos tem um problema central, que é a
sua vinculação com percentuais mínimos e não com um padrão de
qualidade.
Ainda segundo Davies (2006)
segundo o TCU, este valor (da complementação de verbas da União
ao FUNDEB) foi inferior ao mínimo devido legalmente (R$ 5 bilhões)
ao Fundef em 2004, (3) a complementação é bem inferior ao que o
governo federal tirou da educação através da DRU (mais de R$ 7
bilhões em 2009),, (4) o governo federal detém uma fatia muito maior
(mais de 60%) da receita tributária nacional, ficando os Estados, DF e
municípios com o restante (menos de 40%).
Salário-educação,
O Salário-Educação
Educação é uma contribuição social destinada ao
financiamento de programas, projetos e ações voltados para a
educação básica pública, conforme previsto no § 5º do art. 212 da
Constituição Federal de 1988.
Foi criado pela Lei nº 4.440/1964, tendo como objetivo a
suplementação das despesas públicas com a educação elementar
(ensino fundamental), adotando como base de cálculo 2% do Salário
Mínimo local, por empregado, mensalmente.
Dec. 76.923/1975, novas alterações foram implantadas no contexto
do Salário-Educação,
Educação, passando sua alíquota a ser calculada à base de
2,5% do salário de contribuição das empresas, situação que perdura
até os dias atuais.
Fontes:
http://www.fnde.gov.br/financiamento/salario
http://www.fnde.gov.br/financiamento/salario-educacao
http://www.fnde.gov.br/financiamento/salario
http://www.fnde.gov.br/financiamento/salario-educacao/sobre-o-
plano-ou-programa/entendendo-o o-salario-educacao
Os royalties do petróleo,
petróleo o fundo social do
pré-sal e a participação especial
Lei 12.858/2013, de 09 de setembro de 2013.
“A presidente Dilma Rousseff sancionou sem vetos nesta segunda-
segunda
feira (9/09/2013) a lei que destina 75% dos royalties do petróleo para
a educação e 25% para a saúde. Além disso, o texto prevê que 50% de
todos os recursos do Fundo Social do do pré-sal
pré sejam destinados
para os dois setores.”
O governo prevê que os royalties signifiquem um investimento de R$
112 bilhões na educação em dez anos e R$ 362 bilhões em 30 anos.
Mas é preciso considerar a variação do preço do petróleo.
https://educacao.uol.com.br/noticias/2013/09/09/dilma
https://educacao.uol.com.br/noticias/2013/09/09/dilma-sanciona-
lei-que-destina-royalties-para-educacao
educacao-e-saude.htm
O primeiro repasse, de R$ 770 milhões, deverá ser feito ainda em
2013; chegando a R$ 19,96 bilhões, em 2022, e a um total de R$
112,25 bilhões em dez anos.
http://portal.mec.gov.br/ultimas-noticias/222
noticias/222-537011943/19056-
dilma-sanciona-lei-que-destina-royalties
royalties-do-petroleo-para-educacao
Um pouco do histórico do marco
regulatório do petróleo:
1997 quebra do monopólio da Petrobras
12.351, de 22 de dezembro de 2010 Dispõe sobre a exploração e a
produção de petróleo, de gás natural e de outros hidrocarbonetos
fluidos, sob o regime de partilha de produção,
produção em áreas do pré-sal e
em áreas estratégicas; cria o Fundo Social - FS e dispõe sobre sua
estrutura e fontes de recursos; altera dispositivos da Lei no 9.478, de 6
de agosto de 1997; e dá outras providências.

A Petrobras era operadora de todos os blocos contratados nesse


regime, porém a Lei 13.365/2016 altera isso.
ATUALIDADE DO DEBATE Projeto de Lei do Senado n° n 747, de 2015
Ementa: Altera a destinação dos royalties do petróleo de forma a
privilegiar a educação pública básica e o ensino profissional.

Destina 80% dos recursos dos royalties e das participações


decorrentes da exploração petrolífera para o desenvolvimento de
programas e projetos que visem à melhoria da educação pública
básica, incluindo o ensino profissional.

Fonte: http://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-
http://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/
/materia/124160
Contexto Histórico da LDB
Redemocratização
Mobilização da Sociedade Civil
Constituição de 1988
IV Conferência Brasileira de Educação (1986) – Carta de Goiânia
1ª LDB 4024. de 1961 (João Goulart), pós constituição de 1934.
( Tramitou de 1948-1961
1948 )
Prezava pelos
Ciclos Ensino fundamental e Médio e Profissional
Cont. do contexto da LDB
Regime Militar (1964-1985)
Lei 5.540/68 (Reforma Universitária): Heteronomia Cultural
MEC -USAID
e
Lei 5.692/71 (Governo Médici) *de Tendência Liberal tecnicista
Diretrizes e Bases para o ensino de primeiro e segundo grau
Nova LDB por Saviani

Participação da Sociedade Civil (ANDE,ANPAE,ANPED,OAB,FNDEP,


ANDES, CNTE, CUT, UNE, UNDIME,CNBB...) cerca de 30 entidades.
Tinha como princípios:
O direito à educação,
o dever e liberdade de educar,
um Sistema Nacional de Educação (SNE),
o financiamento da educação,
Qualidade da educação com base na politecnia,
administração e conselhos (FNE).
Culminou no Primeiro projeto (1988) apresentado à Câmara dos
Deputados
Projeto
Projeto Dep. Octávio Elísio (PMDB)
Relator Jorge Hage PSDB (1988-1990)
1990)
*GT sob a coordenação de Florestan Fernandes, na Comissão de
Educação
PL
PL substitutivo Jorge Hage (relator)
Ainda defensável: previa aspectos importantes no financiamento,
apontava para o SNE, uma “educação politécnica”)
Andamento de um Projeto de Lei:
oO PL é apresentado no plenário da câmara,
câmara por um deputado.
Art. 61(...) cabe a qualquer membro ou comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente
Presi d
República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral
Procurador da República e aos cidadãos, na forma e nos casos
previstos nesta Constituição. (CF 88)

Em seguida vai para à mesa da câmara (Pres. da câmara, Vice e


secretários) para verificação do formato.

Comissão Técnica (Ex.de Educação)

Comissão de Constituição e Justiça

Designa-se um relator
Comissão de finanças e tributação
Trâmite de um Projeto de Lei

Câmara Senado Sanção do


dos Art. 65 Presidente
Deputados Art. 66
Art. 64
Fevereiro de 1993 o requerimento de urgência do senador Darcy
Ribeiro
Projeto Darcy Ribeiro)
Até a Nova LDB de dezembro de 1996
I Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional
De 23/12/1996

TÍTULO I
Da Educação
Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se
desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho,
nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e
organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.
(LDB,1996)
TÍTULO II
Dos Princípios e Fins da Educação Nacional

Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos


princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem
por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo
para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
LDB, 1996)
Cont.
Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o
pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;
IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;
Cont.
V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
VII - valorização do profissional da educação escolar;
VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da
legislação dos sistemas de ensino;
IX - garantia de padrão de qualidade;
LDB, 1996, grifos meus)
I Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional
Título IV (Da Organização da Educação Nacional)
Art. 8º:
§ 1º. Caberá à União a coordenação da política nacional de educação,
articulando os diferentes níveis e sistemas e exercendo função
normativa, redistributiva e supletiva em relação às demais instâncias
educacionais.
§ 2º. Os sistemas de ensino terão liberdade de organização nos
termos desta Lei. (LDB, 1996, grifos meus)
Cont.
§ 2º Os sistemas de ensino terão liberdade de organização nos termos
desta Lei.
Art. 9º A União incumbir-se-á de: (Regulamento)
I - elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração com os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
LDB, 1996, grifos meus)
Sistemas de Ensino
Art. 16. O sistema federal de ensino compreende: (Regulamento)
I - as instituições de ensino mantidas pela União;
II - as instituições de educação superior criadas e mantidas pela
iniciativa privada;
III - os órgãos federais de educação.
LDB, grifo meu)
(Cont.) Sistema Nacional de Ensino
Art. 17. Os sistemas de ensino dos Estados e do Distrito Federal compreendem:
I - as instituições de ensino mantidas, respectivamente, pelo Poder Público estadual e pelo
Distrito Federal;
II - as instituições de educação superior mantidas pelo Poder Público municipal;
III - as instituições de ensino fundamental e médio criadas e mantidas pela iniciativa privada;
IV - os órgãos de educação estaduais e do Distrito Federal, respectivamente.
Parágrafo único. No Distrito Federal, as instituições de educação infantil, criadas e mantidas pela
iniciativa privada, integram seu sistema de ensino.
LDB grifos meus)
(Cont.) Sistema Nacional de Ensino
Art. 18. Os sistemas municipais de ensino compreendem:
I - as instituições do ensino fundamental, médio e de educação
infantil mantidas pelo Poder Público municipal;
II - as instituições de educação infantil criadas e mantidas pela
iniciativa privada;
III – os órgãos municipais de educação.
LDB, grifo meu)
TÍTULO V
Dos Níveis e das Modalidades de Educação e Ensino
CAPÍTULO I
Da Composição dos Níveis Escolares
Art. 21. A educação escolar compõe-se
compõe de:
I - educação básica, formada pela educação infantil, ensino
fundamental e ensino médio;
II - educação superior.
CAPÍTULO II DA EDUCAÇÃO BÁSICA

Seção II Da Educação Infantil

Seção III Do Ensino Fundamental

Seção IV Do Ensino Médio

Seção IV-A
A Da Educação Profissional Técnica de Nível Méd

Seção V Da Educação de Jovens e Adultos


CAPÍTULO III
DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

CAPÍTULO IV
DA EDUCAÇÃO SUPERIOR

CAPÍTULO V
DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
Histórico
Protelamento e falta de prioridade

Pioneiros da Educação (1932) e o objetivo de fazer um PNE para a constituição de


1934.
Somente em 1962 surgiu o primeiro PNE, via MEC e não e m forma de lei.
Em 1967 uma nova versão, mas não como lei.
LEI No 10.172, DE 9 DE JANEIRO DE 2001. (1ª em forma de lei)
rojeto da Sociedade brasileira (consenso necessário)
x
PNE aprovado

*II Congresso Nacional de Educação (CONED, BH, 1997)


*FNDEP (1986) Estratégia da resistência ativa
Projeto da Sociedade brasileira (redemocratização) PL nº 4.155/98
(apresentado por Ivan Valente á época no PT/SP)

PRINCÍPIOS: Construir um padrão nacional de qualidade, prevê um financiamento (10% do PIB), gestão
democrática (FNE), valorização dos profissionais da educação e organizar a educação nacional
Cont. projeto da Sociedade brasileira:
Parte de um diagnóstico e define a ideia de sistema
Instância máxima deliberativa Fórum Nacional de Educação (FNE)
Órgão normativo e de coordenação superior do Sistema, o Conselho
Nacional de Educação (CNE)

Eixo
Eixo central“Educação, Democracia e Qualidade Social”
LEI No 10.172/2001
/2001 Aprovada
aulo Renato de Souza (ministro da Educação de FHC), enviou à Câmara
Deputados
eputados a proposta oficial do governo, em 11 de fevereiro de 1998, s
L n. 4.173/1998.
PL= Projeto SBT
de Lei substitu

Apensado =
anexo, PRL= P
acrescido do Re

REC =
ESB= E
Recurso
a
substi
PAR = Parecer
da comissão
Prioridades do PNE 2001-2010
2001 Lei
10.172/2001
1. Garantia de ensino fundamental obrigatório de oito anos a todas as crianças de 7 a 14 anos,
assegurando o seu ingresso e permanência na escola e a conclusão desse ensino.
2. Garantia de ensino fundamental a todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria ou
que não o concluíram.
3. Ampliação do atendimento nos demais níveis de ensino – a educação infantil, o ensino médio e
a educação superior
4. Valorização dos profissionais da educação.
5. Desenvolvimento de sistemas de informação e de avaliação em todos os níveis e modalidades
de ensino,, inclusive educação profissional, contemplando também o aperfeiçoamento dos
processos de coleta e difusão dos dados, como instrumentos indispensáveis para a gestão do
sistema educacional e melhoria do ensino.
Fonte: Revista Nova Escola Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/2901/balanco-do-plano-nacional-
https://novaescola.org.br/conteudo/2901/balanco
de-educacao-pne-2001-2010 Acesso: 21/09/17
LEI No 10.172/2001
/2001 Aprovada
O PNE (2001-2010):
2010): tinha como base diagnóstico-diretrizes-metas e
não estratégias .
7% do PIB / vetos de FHC em nome da Lei de Responsabilidade Fiscal
Universalização do ensino fundamental
Não contemplava o Sistema Nacional de Educação , nem o Fórum
Nacional de Educação
Lógica de avaliação
(Sistema Nacional de Avaliação)
De 295 metas, em 2001, a maioria foi descumprida.
PNE 2014-2024 Lei nº 13.005/2014
Redução para 20 metas
O PNE 2014-2024
2024 aponta para a criação do sistema nacional de
educação
Estabelece o Fórum Nacional de Educação
Plano oriundo das Conferências Nacionais de Educação (CONAEs 2010
e 2014)
PNE 2014-2024
2014
Lei nº 13.005/2014

Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação,


educação de
duração plurianual, visando à articulação e ao desenvolvimento do
ensino em seus diversos níveis e à integração das ações do poder
público que conduzam à:
- erradicação do analfabetismo;
I - universalização do atendimento escolar;
II - melhoria da qualidade do ensino;
V - formação para o trabalho;
V - promoção humanística, científica e tecnológica do País.
(CF, grifo meu
A Constituição Federal de 1988 previu expressamente o
estabelecimento do PNE por lei. A LDBEN (Lei nº 9.394/1996) dispôs
que a União deveria elaborar o PNE, em colaboração com os estados,
o Distrito Federal e os municípios (art. 9º, I) e, no prazo de um ano,
encaminhá-lo lo ao Congresso Nacional, com suas diretrizes e metas
para os dez anos seguintes.
(JULIÃO, 2017, p.46, grifo meu
PNE 2014-2024
2014
Art. 2o São diretrizes do PNE:
I - erradicação do analfabetismo;
II - universalização do atendimento escolar*;
III - superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e na erradicação de t
formas de discriminação;
IV - melhoria da qualidade da educação;
V - formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase nos valores morais e éticos em que se fundame
sociedade;
VI - promoção do princípio da gestão democrática da educação pública;
VII - promoção humanística, científica, cultural e tecnológica do País;
VIII - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do Produto
Interno Bruto - PIB, que assegure atendimento às necessidades de expansão, com padrão de qualidade e
equidade;
IX - valorização dos (as) profissionais da educação;
X - promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à sustentabilidade socioambi
(Lei nº 13.005/2014 PNE, grifos
* Mesmas diretrizes da CF de 1988
Art. 4o As metas previstas no Anexo desta Lei deverão ter como
referência a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD, o
censo demográfico e os censos nacionais da educação básica e
superior mais atualizados, disponíveis na data da publicação desta
Lei.
(Lei nº 13.005/2014 PNE
O monitoramento do PNE
Art. 5o A execução do PNE e o cumprimento de suas metas serão objeto de monitoramento
contínuo e de avaliações periódicas,, realizados pelas seguintes instâncias:
I - Ministério da Educação - MEC;
II - Comissão de Educação da Câmara dos Deputados e Comissão de Educação, Cultura e Esporte
do Senado Federal;
III - Conselho Nacional de Educação - CNE;
IV - Fórum Nacional de Educação.
§ 1o Compete, ainda, às instâncias referidas no caput:
I - divulgar os resultados do monitoramento e das avaliações nos respectivos sítios institucionais
da internet;
II - analisar e propor políticas públicas para assegurar a implementação das estratégias e o
cumprimento das metas;
III - analisar e propor a revisão do percentual de investimento público em educação.
(Lei nº 13.005/2014 PNE,grifos meus
Controle social do PNE
Art. 6o A União promoverá a realização de pelo menos 2 (duas) conferências nacionais de educação até o
final do decênio, precedidas de conferências distrital, municipais e estaduais, articuladas e coordenadas
pelo Fórum Nacional de Educação, instituído nesta Lei, no âmbito do Ministério da Educação.
§ 1o O Fórum Nacional de Educação, além da atribuição referida no caput:
I - acompanhará a execução do PNE e o cumprimento de suas metas;
II - promoverá a articulação das conferências nacionais de educação com as conferências regionais, estaduai
e municipais que as precederem.
§ 2o As conferências nacionais de educação realizar-se-ão com intervalo de até 4 (quatro) anos entre elas,
com o objetivo de avaliar a execução deste PNE e subsidiar a elaboração do plano nacional de educação
para o decênio subsequente.
Art. 7o A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios atuarão em regime de colaboração, visando
ao alcance das metas e à implementação das estratégias objeto deste Plano.
§ 1o Caberá aos gestores federais, estaduais, municipais e do Distrito Federal a adoção das medidas
governamentais necessárias ao alcance das metas previstas neste PNE.
(Lei nº 13.005/2014 PNE, grifos meus
Metas do PNE 2014-2024
2014
Metas do PNE 2014-2024
2014
Metas do PNE 2014-2024
2014
Metas do PNE 2014-2024
2014
Metas do PNE 2014-2024
2014
Importância da Meta 20

Histórico dos vetos de FHC (PNE 2001 -2010)


Características da nossa política de postergação, protelação,
improvisação, privatização.
Modificar o cenário da educação brasileira
Custo Aluno Qualidade
e
Custo Aluno Qualidade Inicial (R$ 46 bilhões a mais)
Fonte do quadro abaixo: Campanha Nacional pelo Direito à Educação
Acompanhamento da consolidação dos planos estaduais
Fonte: http://pne.mec.gov.br/planos-de-educacao/situacao
educacao/situacao-dos-planos-de-educacao
Acesso:30/06/2017)
Atualidade do Rio de Janeiro:
PME aprovado: LEI Nº 6.362 DE 28 DE MAIO DE 2018
III Sistema Nacional de Educação
(Cont.)
A Lei nº 13.005/2014 (O PNE) estabelece em seu
Art. 13 que "o
o poder público deverá instituir, em lei específica,
contados 2 (dois) anos da publicação desta Lei, o Sistema Nacional de
Educação, responsável pela articulação entre os sistemas de ensino,
em regime de colaboração, para efetivação das diretrizes, metas e
estratégias do Plano Nacional de Educação".
Educação"
Emenda Constitucional 95/2016
Golpe de 2016: impeachment de Dilma Rousseff
CF, art. 51, inciso I - 2/3 das Câmaras do Congresso Nacional)

Aprovação de Emenda Constitucional


3/5 de ambas as Câmaras do Congresso Nacional - CF art. 60, parágrafo 2º)

Novo Regime Fiscal:


Limites e possibilidades do PNE 2014
(Por Daniel Cara)
https://www.youtube.com/watch?v=EaBr4RjUglI Globo News

Vai permitir a PPP parágrafo 4º Art. 5º: contabilização de PPP na meta de investimento público
em educação. (Isso é uma contradição jurídica)
Na prática ,a meta pode ser reduzida, pois não será cumprida somente com recursos públicos.
*Estratégia 7.36: Remuneração por resultado: todos os lugares que implementaram isso a política
fracassou.
 A razão mercantil não funciona em escolas. A razão pedagógica é que deve prevalecer.
Estabelece mecanismos de parceria entre entes que fazem o controle interno e externo. Isso é
inédito.
MEC / Comissões de Educação do Congresso / CNE / FNE
Através do INEP deve fazer relatórios bienais sobre as metas do plano.
Atualmente a EC 95/2016 (promulgada em 15/12/2016)
Referências
PNE da sociedade brasileira
BOLLMANN, Maria da Graça Nóbrega. Revendo o plano nacional de
educação: proposta da sociedade brasileira. Educ. Soc., Campinas, v.
31, n. 112, p. 657-676, jul.-set.
set. 2010
Vetos de FHC: http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2001/lei-
http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2001/lei
10172-9-janeiro-2001-359024-veto veto-14596-pl.html
MARGARIDA, Silvania Mendonça Almeida . O trâmite de um projeto
de lei diante da casa legislativa e sua eficácia no estado democrático
de direito.Publicado
Publicado em 21/12/2009.
"O Sistema Nacional de Educação – Documento Propositivo para o debate
ampliado" elaborado a partir do debate do PLP nº 413/2014 em tramitação no
Congresso Nacional.
o Despacho atual:
o DataDespacho04/08/2014Às Comissões de Educação; Finanças e Tributação
(Mérito e Art. 54, RICD) e Constituição e Justiça e de Cidadania (Art. 54
RICD)Proposição Sujeita à Apreciação do Plenário. Regime de Tramitação:
Prioridade
o Última Ação Legislativa
o DataAção07/06/2017Comissão
Comissão de Educação ( CE )
Retirado de pauta, de ofício.
o Fonte:
http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?
http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=62
0859
Contribuições pós 2001
http://artigoscheckpoint.thomsonreuters.com.br/a/2398/consideraco
es-sobre-as-contribuicoes-sociais-instituidas
instituidas-pela-lei-complementar-
n-1102001-antonio-s-poloni
file:///C:/Documents%20and%20Settings/Rafael/Meus%20document
os/Downloads/20130318_DISSERTACAO_Afonso_Henrique_Arantes_
de_Paula.pdf
ÁRVORE DE APENSADOS do PL PNE (2001-2010)Soc.
(2001 Brasil
http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_arvore_tramitacoe
s?idProposicao=25633
BRASIL. Câmara dos Deputados.. Plano Nacional de Educação. Brasília,
F, 2001. Disponível em: http://www.camara.gov.br
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do
rasil. Brasília, DF: Senado, 1988. Disponível em: www.planalto.gov.br
BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as
iretrizes e bases da Educação Nacional. Diário Oficial da União,
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41.
Disponível em: http://www.mec.gov.br
DAVIES, Nicholas. FUNDEB: A REDENÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA?
Educ. Soc., Campinas, vol. 27, n. 96 - Especial, p. 753-774, out. 2006
JULIÃO, Elionaldo Fernandes.O Plano Decenal e o Sistema Nacional de
Educação . In: MORAES, Bianca Mota de [et. al.]. Políticas Públicas de
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______. A nova lei da educação: trajetória, limites e perspectivas.
4ed. Campinas, SP: Autores Associados, 1998.
______ SAVIANI, Dermeval. Sistema Nacional de Educação e Plano
Nacional de Educação: significado, controvérsias e perspectivas.
perspectivas
Campinas, SP: Autores Associados, 2014.

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