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Universidade Estadual do Ceará - UECE

Faculdade de Educação, Ciências e Letras do Sertão Central –


FECLESC
Disciplina: Estrutura da Educação Brasileira
Professora: Mª Priscila Azevedo de Amorim

FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO:
FONTES. RESPONSABILIDADES DAS
TRÊS ESFERAS DO PODER PÚBLICO.
O FUNDEF E NOVO FUNDO: FUNDEB.
Questões Norteadoras
 Como funciona o financiamento da educação básica no
Brasil ?

 De onde vem os recursos para a educação?

 Qual é a principal fonte de recursos?

 Como deve ser investidos os recursos?

 Será que a política de fundos realmente proporciona


uma transformação social ou é somente mais uma
estratégia política?
Breve Histórico do Financiamento da Educação Pública no
Brasil
Pinto (2000, p. 46) destaca três períodos:
a) De 1549 a 1759, período que os Jesuítas tiveram exclusividade na
educação pública e assinalou-se um afastamento da Coroa em
relação ao financiamento da educação;

b) Da expulsão dos Jesuítas até o fim da República Velha (1930) na


qual ocorreu à busca de fontes autônomas para a educação,
ficando por conta das dotações orçamentárias dos governos dos
Estados e das Câmaras Municipais;

c) Da CF de 1934 até a atualidade, caracterizado pela vinculação de


um percentual mínimo de recursos tributários para a educação.

Historicamente, o financiamento da educação no Brasil sempre


esteve relegado a um segundo plano nas prioridades
governamentais (SOUSA, 2019, p. 54).
A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E O
FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO
Art. 211. “A União organizará o sistema federal de ensino e
financiará as instituições de ensino públicas, federais e
exercerá, em matéria educacional, função redistributiva e
supletiva, de forma a garantir equalização de oportunidades
educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensino
mediante assistência técnica e financeira aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios.”

Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de


dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de
impostos, compreendida a proveniente de transferências, na
manutenção e desenvolvimento do ensino.
LDB - ART. 68
Art. 68. Serão recursos públicos destinados à educação os
originários de:
I- Receita de impostos próprios da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios;
II- receita de transferências constitucionais e outras
transferências;
III – Receita do salário-educação de outras contribuições
sociais;
IV- receita de incentivos fiscais;
V - outros recursos previstos em lei.
FUNDEF FUNDEB
Lei 9.424 Lei 11.494
Vigência de 10 anos (1997 à 2006) Vigência de 14 anos (2006 à 2020)
Atende ao ensino fundamental Atende a toda educação básica ( infantil
ao ensino médio)
Objetivos: Garantir a aplicação de Objetivos: promover a equidade;
recursos, com foco no ensino Melhorar a qualidade do ensino;
fundamental, e busca corrigir a má valorizar os profissionais da educação.
distribuição dos recursos entre as
diferentes regiões do país.
60% salário dos professores
40% para ações do Manutenção e Desenvolvimento do Ensino (MDE)
É composto por 15% das receitas dos É composto por 20% das receitas dos
Estados, DF e munícios; Estados, DF e munícios, além da
O valor da União é flexível, devendo complementação de 10% da União, aos
complementar o necessário para que os Fundos que não atingirem o valor mínimo por
valores dos Fundos comtemplem o valor aluno.
mínimo por aluno.
20% dos imposto: ICMS, FPE, FPM, 20% dos imposto: ICMS, FPE, FPM,
IPLX-EXP e LC. IPLX-EXP, LC, ITCM, ITR, IPVA e IPI
FUNDO DE MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO
DA EDUCAÇÃO BÁSICA E DE VALORIZAÇÃO DOS
PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO

Lei n° 11. 494


O QUE É ?
O FUNDEB – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da
Educação Básica;

É um conjunto de 27 fundos (26 estaduais e 1 do Distrito


Federal) que serve como mecanismo de redistribuição de
recursos destinados à Educação Básica ( infantil ao ensino
médio).

60% - salários dos profissionais da educação;


40% - Despesas de MDE.
FUNDEB - DISTRIBUIÇÃO DE RECURSOS
De acordo com a o número de alunos matriculados no ensino
básico, apuradas no último censo escolar realizado pelo
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais
(INEP/MEC).

QUAIS ALUNOS SÃO CONSIDERADOS DO SENSO?

 Das etapas educação infantil fundamental e médio;


 Das modalidades de ensino regular, educação especial,
educação de jovens e adultos, indígenas, quilombolas,
ensino profissional integrado;
 Das escolas localizadas nas zonas urbanas e rurais e escolas
com regime em tempo integral ou parcial.
Quais são os profissionais do magistério que podem ser
remunerados com a parcela de 60% do FUNDEB?

De acordo com o art. 22 da Lei nº 11.494/2007, são


considerados profissionais do magistério:
 aqueles que exercem atividades de docência;
 oferecem suporte pedagógico direto ao exercício da
docência (direção ou administração escolar,
planejamento, inspeção, supervisão, orientação
educacional e coordenação pedagógica).
Dos 40% - o que é gasto com a educação

LDB, Art. 70 define:


• Remunerar e aperfeiçoar os profissionais da educação;
• Adquirir, manter, construir e conservar instalações e
equipamentos necessários ao ensino (construção de escolas,
por exemplo);
• Usar e manter serviços relacionados ao ensino tais como
aluguéis, luz, água, limpeza etc.
• Realizar atividades meio necessárias ao funcionamento do
ensino como vigilância, aquisição de materiais…
• Adquirir material didático escolar.
• Manter programas de transporte escolar.
O que NÃO é gasto com a educação

 Pesquisa não vinculada à educação;

 Subvenção a instituições assistenciais;

 Programas suplementares de alimentação,


assistência médica, psicológica, etc;

 Obras de infraestruturas da cidade;

 Trabalhadores em educação em desvio de função.


PONTOS POSITIVOS

 A incorporação e a manutenção de alunos do ensino fundamental


nas redes públicas estaduais e municipais de ensino fundamental;

 A melhoria da remuneração do magistério dessa etapa da


educação básica particularmente onde os salários praticados eram
muito baixo;

 O favorecimento da articulação nos três níveis de governo


(federal, estadual e municipal);

 O incentivo a participação da sociedade civil por meio da


organização de conselhos de controle social.
PONTOS NEGATIVOS

 A prática do baixo valor mínimo por aluno/ano;

 A pequena contribuição da união no montante do Fundo;

 A não agregação, pelo Fundo, de novos recursos para o sistema


educacional brasileiro; sua contribuição ficou limitada ao
processo de redistribuição desses recursos e de sua gestão
descentralizada;

 A ineficiência dos conselhos de acompanhamento e controle


social;

 A não cobertura da educação infantil, do ensino médio e da


educação de Jovens e Adultos.
Quais foram as principais alterações ?
Maior investimento com salários: O valor deve subir para 70%. Além da
remuneração dos professores, também entra os psicólogos e assistentes sociais
que estiverem inseridos na educação.

Maior participação do Governo Federal: no antigo fundo, o Governo


Federal contribuía apenas com 10% do valor total. Já no novo modelo, esse
valor deve aumentar para 12% iniciais e ir aumentando gradualmente até
atingir 23% em 2026.

Novo critério de participação do governo federal: até o ano de 2026 a


participação do Governo Federal deve aumentar de 10%, para 20,5% e depois
para 23% seguindo critérios bem estabelecidos.

Indicadores de melhoria: 2,5% do fundo deve ser destinado aos estados que
tiverem 80% dos estudantes participantes, conseguirem reduzir a desigualdade
socioeconômica e racial, entre outros critérios;

Custo Aluno-Qualidade: esse critério não existe no atual fundo, mas de forma
simples, esse parâmetro definirá o valor que deve ser investido de modo que o
ensino seja de qualidade; TÁSSIA CRUZ , 2020.
TÁSSIA CRUZ , 2020.
Situação Problema:
Após analisarmos a estrutura de financiamento da
educação pública do Brasil, a luz do FUNDEF ao Novo
FUNDEB, realize uma reflexão considerando a seguinte
problemática:
A política dos Fundos de financiamento da educação
básica pública, tem garantido a qualidade da educação no
Brasil?
Referências Bibliográficas
PINTO, José Marcelino de Rezende. Os recursos para Educação no Brasil
no contexto das finanças públicas. Brasília: Editora Plano, 2000. 160 p.

LIBÂNEO, J. C.; OLIVEIRA, J. F.; TOSCHI, M. S. Educação escolar:


políticas, estrutura e organização. São Paulo: Ed. Cortez, 2003.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. 1996.


  
LIBÂNEO, J. C.; OLIVEIRA, J. F.; TOSCHI, M. S. Educação escolar:
políticas, estrutura e organização. São Paulo: Ed. Cortez, 2003.

SOUSA, Neto, Marcelo de. O FUNDEF e o financiamento da educação:


desvendando trilhas / Marcelo de Sousa Neto. – Teresina, PI: EDUESPI, 2019.

CRUZ . Tássia . Financiamento da educação básica e o novo FUNDEB. In:


Webinar. FGV. Rio de Janeiro. 2020. Disponível em: <
https://www.youtube.com/watch?v=Y65UeroysBA&t=999s>. Acessado em 02
de fevereiro de 2020.
Aplicação nas escolas públicas para o 5º e o 9º ano do ensino fundamental e para
a 3ª e a 4ª série do ensino médio. Essas mesmas etapas serão avaliadas em
formato amostral, nas escolas privadas. Os estudantes responderão a um
questionário e testes de língua Portuguesa (leitura) e matemática. Professores e
diretores também participarão da avaliação, por meio de questionários.
O 2º ano do ensino fundamental será avaliado em formato amostral, nas
disciplinas de língua portuguesa e matemática. Além disso, haverá aplicação
amostral de testes de ciências humanas e ciências da natureza para os alunos do 9º
ano do ensino fundamental.
A novidade de 2021 é a avaliação da educação infantil, que será realizada de
forma amostral, por meio de questionários aplicados aos secretários municipais
de Educação, diretores e professores dessa etapa. No Saeb 2019, essa avaliação
foi realizada como estudo-piloto.
https://www.gov.br/inep/pt-br/assuntos/noticias/saeb/publicada-portaria-de-
realizacao-do-saeb-2021
Implementando, desde 1992;
Avaliação externa em larga escala que avalia as competências e habilidades
dos alunos do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, em Língua
Portuguesa e Matemática, abrange as escolas estaduais e municipais;

O SPAECE passa a ter três focos:


 
 Avaliação da Alfabetização – SPAECE-Alfa (2º ano);
 Avaliação do Ensino Fundamental (5º e 9º anos);
 Avaliação do Ensino Médio (3a séries).
 
A Avaliação Nacional do Rendimento Escolar também conhecida
como Prova Brasil, é uma avaliação criada em 2005 pelo Ministério
da Educação;
Ela é realizada a cada dois anos e participam todos os estudantes de
escolas públicas urbanas do 5° e do 9º e 3º ano do ensino médio de
turmas com mais de 20 alunos.
A avaliação é dividida em duas provas: Língua Portuguesa, onde é
medida a capacidade de leitura, interpretação de textos e de fixação
da mensagem. E a Prova de Matemática onde é avaliado o
raciocínio em contexto com a realidade do aluno.

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