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Educação Básica
O levantamento nacional de dados educacionais realizado pelo Censo Escolar 2012 apurou que
em mais de 192 mil estabelecimentos de educação básica do País, estão matriculados mais de 50
milhões de alunos, sendo 83,5% em escolas públicas e 16,5% em escolas privadas.
Considerando a multiplicidade que este universo representa é importante implementar políticas
diferenciadas para cada etapa e modalidade da educação básica, considerando as especificidades
das diferentes regiões e públicos.
Diversas são as ações desenvolvidas pelo MEC com o objetivo de melhorar a qualidade da
educação. Ações que perpassam a aprendizagem do aluno, a valorização do profissional de
educação, a infraestrutura física e pedagógica da escola e o apoio aos entes federados. No
presente documento serão relatadas as ações de maior destaque na educação básica, que em seu
conjunto contribuem de forma significativa para a melhoria do Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica (Ideb).
Por meio do programa também são repassados recursos para equipar as escolas em fase final de
construção, com itens padronizados e adequados ao funcionamento das creches e pré-escolas. A
partir de 2013, passaram a ser utilizadas metodologias inovadoras para a construção das
unidades mediante a adesão dos municípios às atas de registro de preços do FNDE. Tal
procedimento permitiu a redução do prazo de execução e do custo das obras, garantindo elevado
padrão de qualidade.
Ainda com relação à política de construção de creches e pré-escolas, o MEC repassa recursos
financeiros aos Municípios e ao Distrito Federal, a título de apoio à manutenção dos novos
estabelecimentos públicos de educação infantil que tenham sido construídos com recursos do
Governo Federal, que estejam em plena atividade e que ainda não são contemplados com
recursos do Fundeb.
Outra importante estratégia relativa à educação infantil, no âmbito da Ação Brasil Carinhoso
pertencente ao Plano Brasil Sem Miséria, é o repasse de recurso suplementar para os
municípios que atendam crianças de zero a 48 meses beneficiárias do Programa Bolsa Família,
em creches públicas ou conveniadas com o poder público. A partir de 2013, o valor de repasse
sofreu aumento de 25% para 50% do menor valor do Fundeb definido nacionalmente.
Com relação à alfabetização das crianças, foi lançado em 2012 o Pacto Nacional pela
Alfabetização na Idade Certa, que constitui um compromisso formal assumido pelos
Governos Federal, do Distrito Federal, dos Estados e Municípios de assegurar que todas as
crianças estejam alfabetizadas até os oito anos de idade, ao final do 3º ano do ensino
fundamental. Envolve um conjunto integrado de iniciativas, de materiais e de referências
curriculares e pedagógicas que serão disponibilizados aos entes federados. O projeto tem como
eixos estruturantes: formação continuada de professores alfabetizadores, os quais receberão
bolsas de estudo por dois anos; orientação aos resultados das avalições externas universais a
serem aplicadas pelo Inep; material didático; e gestão, controle social e mobilização.
Visando à melhoria da estrutura física e pedagógica das escolas públicas de educação básica,
bem como das escolas privadas de educação especial mantidas por entidade privada sem fins
lucrativos, o Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) destina recursos financeiros, de
forma suplementar, diretamente para as escolas, para serem empregados na aquisição de
material permanente e de consumo, na realização de pequenos reparos e ainda no
desenvolvimento de atividades educacionais complementares. O PDDE reforça a autogestão
escolar e o controle social, mediante a decisão participativa descentralizada sobre o emprego
dos recursos.
Em 2013, foram apoiadas pelo PDDE ações voltadas à: i) realização de atividades de educação
integral; ii) adequação e benfeitoria na infraestrutura física em escolas do campo; iii) realização
de adequações arquitetônicas para acesso e permanência de alunos de educação especial; iv)
abastecimento de água em condições apropriadas para consumo e esgotamento sanitário; v)
desenvolvimento da prática esportiva e de valores olímpicos e paraolímpicos entre os jovens e
adolescentes, vi) desenvolvimento da sustentabilidade socioambiental nas unidades escolares; e
vii) apoio ao desenvolvimento de propostas curriculares inovadoras em escolas do ensino
médio.
Com relação ao Ensino Médio, o Programa Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio,
lançado em 2013, tem como objetivos promover a valorização e a formação continuada dos
professores e coordenadores pedagógicos que atuam nas áreas urbanas e rurais nesse nível de
ensino; contribuir para o aperfeiçoamento da formação dos professores e coordenadores
pedagógicos do Ensino Médio; e rediscutir e atualizar as práticas docentes em conformidade
com as Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio (DCNEM).
Especialmente para jovens e adultos, que em suas histórias de vida tiveram seus direitos sociais
negados, sem acesso a processos educacionais formais ou com trajetórias interrompidas, a oferta
educacional que integre a educação profissional com a educação básica na modalidade de
educação de jovens e adultos é uma questão de direito a ser garantido pelo Estado Brasileiro. No
que se refere à ampliação de oportunidades de alfabetização e escolarização a jovens e adultos, é
importante mencionar o Programa Brasil Alfabetizado (PBA) e o Programa Nacional de
Inclusão de Jovens (ProJovem).
O ProJovem Urbano objetiva elevar a escolaridade de jovens com idade entre 18 e 29 anos,
que sejam alfabetizados e não tenham concluído o ensino fundamental, visando à conclusão
desta etapa por meio da modalidade de EJA integrada à qualificação profissional e o
desenvolvimento de ações comunitárias com exercício da cidadania, na forma de cursos com 18
meses de duração. Aos entes federados que aderem ao ProJovem Urbano são repassados
recursos calculados com base na meta de atendimento e na frequência dos alunos matriculados
para o desenvolvimento das ações previstas. O Programa contempla também atendimento a
jovens das unidades prisionais e a jovens moradores dos municípios com os maiores índices de
violência contra a juventude negra, integrante do Plano Juventude Viva.
No âmbito da educação escolar indígena, em 2013 foi lançado o Programa Nacional dos
Territórios Etnoeducacionais (PNTEE), conjunto articulado de ações de apoio técnico e
financeiro do MEC aos sistemas de ensino para a organização, fortalecimento e gestão da
Educação Escolar Indígena, que tem como objetivo ampliar e qualificar a oferta da educação
básica e superior para os povos indígenas.
O MEC tem ampliado suas políticas voltadas para a formação inicial e continuada de
professores da educação básica em parceria com as instituições de ensino superior e com os
sistemas de ensino estaduais e municipais.
Outro elemento estruturante da educação básica é a avaliação. A busca por qualidade pressupõe
um instrumento de aferição que permita acompanhar a evolução da melhoria do ensino. Nesse
sentido, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) representa a iniciativa de
reunir num só indicador, dois conceitos igualmente importantes para a qualidade da educação:
fluxo escolar e médias de desempenho nas avaliações. Ele agrega ao enfoque dos resultados das
avaliações em larga escala a possibilidade de resultados sintéticos, facilmente assimiláveis, e
que permitem traçar metas de qualidade educacional para os sistemas. Dados do Ideb de 2011
mostram que o País atingiu metas estabelecidas em todas as etapas da educação básica — nos
anos iniciais e finais do ensino fundamental e no ensino médio.
A Avaliação Nacional da Educação Básica (Aneb) abrange, de maneira amostral, alunos das
redes públicas e privadas do País, em áreas urbanas e rurais, matriculados no 5º ano e 9º anos do
ensino fundamental e no 3º ano do ensino médio. Apresenta os resultados do País como um
todo, das regiões geográficas e das unidades da federação, em provas de leitura e matemática.
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Essa meta está presente nos três Programas Temáticos: 2030-Programa Educação Básica; 2031-Programa Educação
Profissional e Tecnológica; e 2032- Programa Educação Superior-Graduação, Pós-Graduação, Ensino, Pesquisa e
Extensão. Nesse sentido, optou-se por dispor o texto da análise apenas no Objetivo 0598 do Programa 2030.
A evolução do investimento público total em educação em relação ao PIB de 4,7% em 2000 para 6,4% do
PIB em 2012 resultou basicamente de alterações na forma de financiamento da educação negociadas entre
o Poder Executivo, o Legislativo e a sociedade, principalmente pela introdução do Fundo de Manutenção
e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) a partir
de 2007 e pela eliminação progressiva da Desvinculação das Receitas da União (DRU) para a educação
entre 2009 e 2011.
Para o atendimento das diretrizes educacionais foram propostas metas para o período de vigência do PNE
2011-2020, ainda em tramitação no Congresso Nacional. No caso do financiamento, a meta proposta
prescreve 10% do PIB para o décimo ano, o que exigirá um esforço maior de todos os entes federados
para manter a evolução positiva do investimento público em educação. Será também necessário o
estabelecimento de novas fontes de financiamento. Nesse sentido, o ano de 2013 foi pródigo, com a
recente vinculação de parcela substancial da participação no resultado ou da compensação financeira pela
exploração do petróleo e gás natural a ser aplicada na educação.
Com as jazidas da área do Pré-sal, as receitas dos royalties e da participação especial pela sua exploração
irão proporcionar recursos adicionais para a educação. A Lei nº 12.858/2013 reserva para a educação
(75%) e para a saúde (25%) todas as receitas dos órgãos da administração direta da União, dos estados,
Distrito Federal e municípios provenientes dos royalties e da participação especial sobre a exploração de
petróleo e gás natural. A Lei também destina a aplicação de 50% dos recursos recebidos pelo Fundo
Social da União até que sejam cumpridas as metas estabelecidas no PNE. Prescreve ainda que os recursos
destinados para a educação e saúde sejam aplicados em acréscimo ao mínimo obrigatório previsto na
Constituição Federal.
Ressalta-se, ainda, no âmbito do financiamento da educação, o Fundeb, com vigência estabelecida para o
período de 2007-2020. O Fundo financia toda a educação básica brasileira e foi criado como mecanismo
de redistribuição de recursos visando à equidade, à redução de desigualdades, à valorização do magistério
e à qualidade da educação. A União complementa o Fundeb com recursos quando o valor por aluno não
alcançar o mínimo definido nacionalmente em alguns estados. Para a distribuição dos recursos do
Fundeb, em 2013, foram consideradas 41,9 milhões de matrículas da educação básica, nas redes estaduais
e municipais de ensino, apuradas no Censo Escolar de 2012. A receita dos estados e municípios chegou a
R$ 107,4 bilhões, sendo que a complementação da União foi de R$ 10,2 bilhões, totalizando um montante
de 117,6 bilhões.
Estados e Municípios são responsáveis por 79% dos recursos públicos para a educação, enquanto os
gastos da União respondem por 21%. Ressalta-se que mais da metade dos recursos da União é transferida
para os demais entes federados com o propósito de garantir a equalização de oportunidades educacionais
e padrões mínimos de qualidade do ensino.
Na Lei 12.593/2012, que aprovou o PPA 2012-2015, não foram definidas metas quantitativas para este
objetivo.
METAS QUANTITATIVAS REGIONALIZADAS
d)%
Unidade b)Realizada c)Realizada
Sequencial Descrição da Meta a)Prevista 2015 Realização
medida em 2013 até 2013
(c/a)
Na Lei 12.593/2012, que aprovou o PPA 2012-2015, não foram definidas metas quantitativas
regionalizadas para este objetivo.
METAS QUALITATIVAS*
Sequencial Descrição da Meta
1 Aprimorar continuamente os instrumentos de avaliação da qualidade da educação básica.
Elevar o percentual de diretores de escola com nomeação vinculada a critérios técnicos de
2 mérito e desempenho e à participação da comunidade escolar, em consonância com o PNE
2011-2020.
*a análise situacional de cada meta consta do Relatório de Gestão da Secretaria de Educação Básica -
Exercício 2013 .