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2018
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 5
PROGRAMA NACIONAL
DE ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL PARA AS
INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO SUPERIOR PÚBLICAS ESTADUAIS 6
PRINCIPAIS PROBLEMAS 7
COMO FUNCIONA? 10
Auxílio Permanência nos dois primeiros terços do curso 10
Estágio nos órgãos públicos estaduais 12
Impedimento legal 15
REFERÊNCIAS 28
DADOS DA PERMANÊNCIA ESTUDANTIL NA BAHIA 30
APRESENTAÇÃO
Atravessamos um momento extremamente duro para a juventude trabalhadora brasileira. Em tempos
de crise do capitalismo, para manter os lucros da burguesia, direitos sociais, trabalhistas e políticos estão sendo
atacados. O neoliberalismo instaura no país um projeto de desmonte dos serviços públicos, inclusive saúde e
educação, com intuito de abrir mais espaço para o capital privado por meio das privatizações diretas e indiretas.
Prova disso é a forma absurda de como os gastos públicos são realizados. Em 2015, enquanto os juros e
amortizações da dívida pública levaram 42,43% dos recursos da União, a educação básica e superior recebeu
apenas 3,91% do total, conforme dados da Auditoria Cidadã.
Nos últimos 15 anos, os governos petistas atenderam às determinações do novo contexto neoliberal e
neodesenvolvimentista, que requer o aumento de trabalhadores com formação universitária. O projeto, mascarado
de “democratização” do ensino superior, provocou um boom na oferta de vagas, especialmente na rede privada. No
entanto, a ampliação do número de matriculas não veio acompanhada das condições materiais necessárias para que
estudantes concluam seus cursos e que não comprometam a sua subjetividade no processo.
A incorporação das pautas da permanência estudantil pelos governos petistas (Plano Nacional de Assistência Estudantil
– Pnaes e Programa Nacional de Assistência Estudantil para as Instituições de Educação Superior Públicas Estaduais
– Pnaest) não atendem nem as pautas e muito menos as demandas das/os estudantes, funcionando simplesmente
como paliativos, para uma minoria de estudantes.
Para nós da UJC, a permanência não deve estar submetida à lógica produtivista, meritocrática e de
bolsificação. Entendemos como bolsificação a incorporação da permanência estudantil exclusivamente por meio de
bolsas, que são disponibilizadas somente para uma parte extremamente restrita dos estudantes que comprovem
viver em condições de miséria. Lutamos por uma permanência universal, não punitivista e excludente. Dessa forma
acreditamos que as bolsas permanência devam existir, mas como parte de uma política mais ampla.
Assim lutamos pela construção e ampliação dos restaurantes universitários, que devem ser
custeados pelo Estado e/ou Nação; mais moradias e residências universitárias; vagas nas residências para
estudantes mães e pais; vagas nas creches destinadas às/aos filhas/os de estudantes e construção de novas
onde não existam; ampliação de bibliotecas; oferecimento de transporte para os deslocamentos necessários para
atividades universitárias (viagem de campo, congressos, encontros estudantis, etc). As políticas de permanência
estudantil também devem atuar no acompanhamento da saúde mental das/os estudantes, especialmente por
considerarmos o aumento significativo dos transtornos de ansiedade e depressão entre as/os discentes.
Entendemos ainda que os recursos, administração e responsabilidade da implementação e organização
do programa de permanência devem ser total das próprias Universidades. Apesar de lutarmos por um verba
específica para a permanência estudantil, acreditamos que os programas devem ser organizados e geridos
pelo o corpo universitário – professores, estudantes e técnicos das instituições, respeitando a autonomia das
universidades. Essas e outras medidas necessitam estar diretamente relacionadas a um projeto de educação
emancipadora, o que diverge completamente das propostas colocadas em prática até então.
Na Bahia, para além do enfrentamento ao Pnaes nas Universidades Federais é preciso combater
também o Mais Futuro (Programa Estadual de Permanência Estudantil), que perpetua a concepção dos
programas federais. Diante dessa realidade, a UJC Bahia decidiu pela construção da campanha “Permanência
é coisa nossa”, para denunciar as deficiências das políticas aplicadas pelos governos federal e estadual, assim
como mobilizar as/os estudantes por uma permanência estudantil que de fato atenda aos interesses da juventude
trabalhadora baiana.
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PROGRAMA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL PARA AS
INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO SUPERIOR PÚBLICAS ESTADUAIS
Universidades Estaduais em todo Brasil realizavam medidas próprias de
permanência estudantil, ou seja, definidas e postas em prática em âmbito interno.
Apenas a partir da publicação da portaria normativa 25, do Ministério da Educação,
em 28 de dezembro de 2010, foi criada uma política nacional através do Programa
Nacional de Assistência Estudantil para as Instituições de Educação Superior Públicas
Estaduais – Pnaest.
Para fazer com que as Estaduais aderissem ao Sistema de Seleção Unificada
(Sisu), o governo federal criou o Pnaest como forma de barganha. A lógica é
simples, quanto mais vagas ofertadas pelo Sisu, maior a contrapartida financeira às
Universidades, conforme o cálculo: até 200 vagas recebimento de R$ 150 mil; entre
201 e 1.000 vagas o recebimento de R$ 750 mil; acima de 1.000 vagas recebimento
de até R$ 1,5 milhão. O argumento é de que como o Sisu facilita a vinda de estudantes
de outros Estados, seria necessário maior destinação de recursos para a permanência
estudantil. Portanto, por meio do Pnaest o governo federal contribuiria financeiramente
para suprir a demanda.
PNAEST ENTRE
201 E 1000
200
VAGAS
R$750 MIL
VAGAS
PRINCIPAIS PROBLEMAS
7
PERMANÊNCIA NAS UNIVERSIDADES ESTADUAIS DA BAHIA
Assim como acontece nacionalmente, permanência estudantil é bandeira
histórica de luta do Movimento Estudantil Baiano. A luta por condições de reprodução
da vida dentro da academia acontece desde a criação das Universidades Estaduais, na
década de 1980. No decorrer do tempo, a luta das e dos estudantes levaram as Instituições
a colocarem em prática algumas políticas desse tipo, de forma ainda muito limitada,
como a criação de programas de bolsas, fornecimento de algumas vagas em moradias
estudantis e a construção de restaurantes em determinados campi universitários com
serviço terceirizado. As ações implementadas, no entanto, não deram conta de atender
as demandas das/os estudantes das Universidades Estaduais Baianas.
O ano de 2011 foi um momento significativo de organização da categoria
por uma pauta unificada. Indignado com o descaso do governo e das reitorias, o
ME das quatro Universidades Estaduais avaliou como necessária a criação de uma
rubrica específica do orçamento estadual e exclusiva para a permanência estudantil,
que foi materializada na reivindicação de 1% da Receita Líquida de Impostos para
essa finalidade. O recurso seria dividido entre as Instituições para a construção e
gestão de creches, residências, restaurantes, oferecimento de transporte, serviços de
reprografia e outras necessidades fundamentais. Desde então o ME tem exigido do
Estado da Bahia o atendimento dessa pauta.
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PROGRAMA MAIS FUTURO
A pressão das/os estudantes, especialmente durante a greve docente em
2015, forçou o governo a finalmente apresentar uma proposta concreta. Mais uma
vez, o governo do Partido dos Trabalhadores, atacou a juventude trabalhadora ao
apresentar um projeto completamente diferente do que o pautado pelo Movimento
Estudantil. As Secretarias de Educação e de Relações Institucionais se reuniram a
portas fechadas com Diretórios Centrais de Estudantes (DCE) ligados ao governo
petista, para apresentar uma proposta já construída e fechada de Programa Estadual
de Permanência Estudantil (PPE).
É importante lembrar que não houve qualquer abertura por parte do governo
para negociação com o ME organizado, que naquele momento se expressava através
do Fórum dos Estudantes das Ueba. O programa foi rejeitado pelo Movimento
Estudantil combativo das Universidades Estaduais por estar longe de atender às reais
necessidades da categoria e distorcer o papel da permanência.
Em dezembro de 2015, as/os estudantes, em conjunto com o Movimento
Docente, estiveram na Assembleia Legislativa da Bahia para protestarem contra
a aprovação de uma série de projetos que atacavam servidores e discentes
universitários, apelidado de “Pacote de Maldades”. O PPE era um dos projetos a ser
apreciado pelas/os deputadas/os, que impediram estudantes de ocuparem as galerias
durante a votação e autorizaram a agressão física covarde da segurança contra as/os
manifestantes. A plenária continuou mesmo após estudantes terem sido violentadas/
os em frente às emissoras de televisão de toda Bahia e o Programa Estadual de
Permanência Estudantil foi aprovado.
COMO FUNCIONA?
O MAIS FUTURO É DIVIDIDO EM DUAS ETAPAS:
AUXÍLIO PERMANÊNCIA NOS DOIS PRIMEIROS TERÇOS DO CURSO
12
pasme, durante o tempo de licença não receberão bolsa. Um posicionamento desse tipo
demonstra o quanto o governo do Estado possui uma concepção machista e produtivista
em suas relações de trabalho.
Estagiárias/os podem ser desligadas/os por diversos motivos, entre eles quando
o órgão responsável considerar isso interessante ou conveniente; quando a/o estagiária/o
não alcançar a meta prevista na avaliação de desempenho realizada pelo órgão ou pela
Universidade; por conduta considerada incompatível com a exigida pelo Estado.
Desse modo, para continuarem no estágio, as/os estudantes do Mais Futuro
não poderão trancar ou perder nas disciplinas, devem alcançar as metas de desempenho
do órgão e/ou Universidade, não faltar, não atrasar, dar conta de todos os trâmites
burocráticos a cada seis meses e ainda terem “conduta compatível” à exigida pelo Estado.
Na legislação do programa não há definição do que seria esse tipo de conduta, o que abre
margem para perseguições políticas e até mesmo ligadas ao machismo, ao racismo e à
homofobia. Também não ficam explícitas quais tipos de metas serão estabelecidas para
avaliar o desempenho das/os jovens, uma brecha para a superexploração do trabalho.
Mesmo que alguém consiga passar por tudo isso, ainda assim o órgão pode decidir pelo
fim do estágio por julgar “conveniente”. Por fim, não há preocupação do Mais Futuro
com as/os estudantes dos cursos integrais, que impossibilitam o ingresso em estágios
não-obrigatórios.
Na verdade, criar um Programa de Permanência Estudantil com uma etapa
de estágios por si só é um equívoco. Os estágios possuem a finalidade pedagógica
importantíssima de aliar teoria e prática. Contudo, nada liga isso à permanência
estudantil, que é a contribuição para a garantia das condições materiais e subjetivas
às/aos estudantes para a conclusão dos seus cursos. As políticas de permanência não
devem vir aliadas a contrapartida por parte das/os estudantes em horas de trabalho.
Para compreender as motivações para a construção do projeto com tal formato, é
preciso recordar que o Estado da Bahia tem se recusado a fazer concursos públicos e
implementado uma dura política de ajuste fiscal. A segunda etapa do Mais Futuro é uma
tática para contratação de mão-de-obra barata, disfarçada de programa social. Além de
“resolver” o problema de pessoal, o governo ainda faz publicidade por estar “oferendo
oportunidades” aos jovens em vulnerabilidade social.
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O dinheiro seria utilizado para a construção e manutenção de creches,
restaurantes, residências, oferecimento de transporte, serviço de reprografia,
participação em eventos, políticas de acessibilidade, assistências psicossocial, pedagógica
e médica das/os estudantes, dentre outras necessidades. É importante lembrar que a
UJC defende que tudo isso deve ser gerido pelas próprias Universidades, pois somos
contra o processo de terceirização interna das Instituições Públicas.
Hoje as Universidades Estaduais não chegam a destinar 20% desse valor nas
políticas de permanência estudantil. Devemos levar em consideração que atualmente
a verba utilizada para essa finalidade vem basicamente do orçamento das próprias
Universidades, que sofrem há anos com a política de ajuste fiscal e contingenciamento.
Associado a isso, as reitorias por vezes não priorizam essa pauta e algumas, diante da
crise, buscam enxugar os recursos utilizados na permanência estudantil.
IMPEDIMENTO LEGAL
Por diversas vezes representantes do governo recorrem à legislação para
considerar inviável a concretização do 1% da RLI. A Constituição da Bahia impediria a
subvinculação dos recursos em uma rubrica específica, ou seja, não permitiria engessar
uma parcela dos recursos anualmente. A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) também
restringiria a criação de novas despesas obrigatórias de caráter continuado.
Para nós da UJC a discussão ultrapassa a questão legal e concentra-se no
debate político. A Constituição não deve ser colocada como um obstáculo para melhoria da
qualidade de vida da população. Não se trata de algo imutável, pois como bem sabemos, para
a retirada de direitos da classe trabalhadora baiana, a proposta de emenda constitucional nº
22 foi apresentada e aprovada em 30 dias, em dezembro de 2015.
Sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal, vale retomar a origem da sua criação.
Ao contrário da imagem de zelo pelas contas públicas que ela construiu no imaginário
social, a LRF foi criada para garantir que as despesas públicas com pessoal, saúde,
educação, segurança, dentre outros, não ampliassem a ponto de impedir que os
pagamentos dos juros e amortizações da dívida pública não fossem realizados. Portanto, a
Lei de Responsabilidade Fiscal foi instituída com o objetivo de priorizar as transferências
do fundo público para o capital financeiro, em detrimento da população. Com esses
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elementos em vista, entendemos que se houver realmente disposição política em atender
a pauta do Movimento Estudantil, ela será garantida.
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O FORTALECIMENTO DO CAPITAL ESTRANGEIRO NO ENSINO SUPERIOR
A ameaça que sofrem as Universidades Públicas não é um elemento abstrato,
mas sim um elemento concreto-real. A aprovação da PEC 55 promove um risco as
Universidades Públicas devido ao sucateamento combinado destas para com o capital
estrangeiro, em prol da sinalizada “saída” do Governo Federal em privatizar as IES
(Instituições de Ensino Superior) públicas para as multinacionais do ramo educacional.
Aqueles que pensam que esta realidade está distante, se enganam. Afinal, 70% das
Universidades são privadas no atual cenário, segundo dados do MEC.
Para termos uma ideia, até 2014, a UFBA tinha uma dívida de R$ 28 milhões de
reais, imaginem o quantitativo desta dívida hoje com o congelamento orçamentário nos
gastos primários (o que engloba a manutenção dos serviços públicos universitários). No
mesmo ano, a UNB teve um rombo de R$ 60 milhões; a UFAL e o IF-Sul de Minas vêm,
de lá para cá, economizando quanto aos custeios (água, energia, etc.) da Universidade
para garantir o mínimo funcionamento. A PEC 55 reduziu em, pelo menos, 40% do
orçamento universitário no país; na UFAL, o orçamento deste ano, se comparado ao do
ano passado, reduziu em 17%, o equivalente a R$ 14 milhões de reais.
Michel Temer e sua corja afirmam ser a “crise econômica”, contudo silenciam
em vossos discursos que 45% do Orçamento da União é destinado ao pagamento dos
títulos da dívida pública aos bancos internacionais (como HSBC, Itaú e afins); desta
forma, transferem a responsabilidade e a conta da dívida pública para a juventude e
trabalhadores, por meio das reformas trabalhistas, previdência, de terceirização para as
atividades fins, PEC do teto de Gastos e demais medidas de ajuste fiscal.
É inegável que a atual forma de sociabilidade passa por uma crise econômica.
É importante resgatarmos que o processo de crise que se espalha à nível global, tem
início nos Estados Unidos da América e demais países centrais. Com a crise, observa-se
a degradação do trabalho contratado e regulamentado – herdeira das lutas populares
operárias por direitos sociais que constituíam a era taylorista e fordista – pela
superexploração, como em estágio dos universitários em cargos ociosos do Estado, o
que impede futuras contratações por meios de concursos públicos (como o programa
mais futuro do Governo do Estado), e autoexploração – revestida pela falsa ideia de
autonomia no trabalho – do trabalhador por meio do empreendedorismo, cooperativismo,
trabalho voluntário, etc. Sem levar em conta o desemprego que assola os trabalhadores.
Em contraste a isto, em 2014, a Kroton-Anhanguera (fusão entre duas multinacionais
do capital estrangeiro voltadas para a entrada no ensino privado em 2013) teve lucros
de R$455 milhões [isso mesmo, estou falando apenas de UMA empresa do capital
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estrangeiro, apesar de ser a que mais concentra capital no ramo educacional pelo país
e no mundo]. Só para vocês terem uma ideia da dimensão, a tão famosa UNOPAR, que
aparece constantemente nos comerciais televisivos, e a UNIME (Salvador-Ba) são redes
que integram o sistema Kroton. O governo Lula promoveu esse incentivo ao capital
estrangeiro na educação que se aprofunda, de forma mais célere ainda, no mandato do
governo puro sangue da burguesia de Michel Temer.
Esta é a prova de que o governo de conciliação de classes, tão adorada por
uns, é uma grande farsa como alternativa para a juventude e os trabalhadores. Pelo
contrário, essa política continua dando lucros para os grandes tubarões da educação,
mas principalmente para os banqueiros.
O governo de conciliação de classe não mudou essa história, nem irá mudar
a favor da juventude e dos trabalhadores, o que irá mudar este cenário é a mobilização
nas ruas, construção de uma consciência crítica nos locais de estudo, trabalho e moradia
que dispute com a narrativa da grande mídia. É a consciência da força que tem o Poder
Popular, nas manifestações populares nas ruas e na criação dos comitês de bairros,
que cada dia mais, de forma unificada entre todas as categorias, poderemos mudar este
cenário. Não há sociedade de classes que resista ao poder do povo.
Compreender o cenário político da UFBA e os limites na permanência estudantil,
perpassa por apreender a dinâmica do desmonte promovido ao ensino público pelo
interesse do capital nas faculdades privadas. A evasão das(os) jovens trabalhadores
nas universidades públicas ocorrem na medida em que não são contempladas pelas
bolsas de Assistência Estudantil, e sequer a universidade oferece meios para que esta
permanência se materialize.
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e inativos, pensionistas, de acordo com seus respectivos cargos e funções, vencimentos,
adicionais, gratificações, subsídios, aposentadoria, horas extras e quaisquer outros
benefícios que permeiam o servidor público;
b) Outras despesas correntes: referente a despesas com material de consumo,
como despesas referidas ao custeio universitário (agua, energia e telefonia), auxílios e
bolsas universitárias aos estudantes, contratos de prestação de serviços com forma
contratual independente a universidade (vigilância, limpeza, manutenção, etc), diárias e
passagens em visitas de campo e eventos, apoio a pós-graduação, pesquisa e extensão.
c) e por último, o item de Investimento que refere aos gastos com o patrimônio
público seja por construções de novos departamentos, extensão universitárias, novos
equipamentos e materiais permanentes adquiridos pela UFBA.
2015 R$10.536.210,00
2015 R$8.768.455,00
Outra variação ocorre com a Política de Assistência Estudantil ao Ensino
Superior, no qual sofre uma queda de 1,3% entre 2015-2016, mas um aumento de 7,7%
de 2016-2017, e de 2017-2018, outro aumento de 0,8%. Entretanto, esses aumentos
orçamentários não têm refletido em aumento significativo na quantidade de bolsas e
auxílios oferecidos pela Universidade.
Em 2015, apenas 6.819 estudantes da graduação foram contemplados pelas
bolsas e auxílios oferecidos pela Universidade, e pelo MEC. Em 2016, na graduação,
apenas 6.424 foram assistidos com as ações afirmativas e assistência estudantil da
Universidade, conforme dados extraídos no site da PROPLAN-UFBA, através do
documento Ufba em números.
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COMPARAÇÃO ENTRE BENEFÍCIOS CONCEDIDOS (ORÇADOS PELO LOA) E
BENEFÍCIOS CONCEDIDOS CONCRETAMENTE (UFBA EM NÚMEROS)
CRECHE UNIVERSITÁRIA
A Creche da Universidade Federal da Bahia - CRECHE/UFBA foi fundada em
19/09/1983, não foi possível achar o número total de vagas na creche, mas em seu último
edital em 2017 foram colocadas 26 vagas para novas crianças e 92 para renovação e
funciona para crianças de 4 meses até 4 anos. A creche é um serviço restrito a alunos,
técnicos administrativos e professores da UFBA, fazendo com que os terceirizados não
tenham acesso a creche.
Contudo, até para o(a) estudante da UFBA ter direito a creche, o respectivo
sujeito não pode ter vínculo empregatício. A seleção é feita via edital, onde é colocado o
número de vagas por idade. Por exemplo, no último edital não fora disponibilizada vaga
para crianças de 1 ano até 1 ano e 11 meses para o turno matutino.
Além do serviço da creche, também existe o auxílio creche no valou de R$
180,00. Contudo, é exclusivo para estudantes e seus requisitos, além de não ter vínculo
empregatício, são: não ser formado em nenhuma graduação, ter renda familiar de até um
salário mínimo e meio, e ser cadastrado na PROAE (Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e
Assistência Estudantil na UFBA).
Assim, dois problemas são facilmente identificados: se uma mãe tiver um filho
de certa idade, em que o edital não contemple essa vaga, ela não consegue concorrer
para colocar a criança na creche. Intensificando o processo de invisibilidade social
sobre os terceirizados, a creche e o auxílio os excluem, sendo que é a categoria mais
precisa da creche, junto aos estudantes. Reflexo disso, é que as mulheres são quem
majoritariamente ocupam os serviços terceirizados, e muitas vezes são mães, não tendo
com quem deixar seus filhos, no momento do trabalho, e não possuindo condições
financeiras em bancar creches.
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Para os estudantes, o auxílio-creche tem uma problemática. É necessário o cadastro na
PROAE que, por sua vez, é muito burocrático e que a finalização do cadastro pode levar
meses. Podemos exemplificar com uma estudante de química, a qual iniciou o cadastro
durante 4-5 meses de gestação, entretanto, a filha nasceu e a PROAE ainda não tinha
finalizado o seu cadastro.
AS UNIVERSIDADES FEDERAIS E O PROJETO DE UNIVERSIDADE POPULAR
ADUSB. Deputado José Raimundo rejeita emenda que garante 7% da RCL para as Universidades. Adusb
[site]. Disponível em: <http://www.adusb.org.br/web/page?slug=news&id=8406&pslug=#.WedQ4kxDQfE>
Acesso em: 10 de outubro de 2017.
ANDRÉS, Aparecida. Aspectos da assistência estudantil nas Universidades Brasileiras. Câmara dos
Deputados, outubro de 2011.
BAHIA. Programa Mais Futuro oferece estágio e auxílio permanência para estudantes. Secom Bahia
[site]. Disponível em: <http://www.secom.ba.gov.br/2017/03/137709/Abertas-inscricoes-do-Mais-Futuro-
para-alunos-de-universidades-estaduais.html> Acesso em 2 de outubro de 2017.
BAHIA. Lei nº 13.458, de 11 de dezembro de 2015. Institui o Projeto Estadual de Auxílio Permanência
aos estudantes em condições de vulnerabilidade socioeconômica dasUniversidades Públicas Estaduais da
Bahia e dá outras providências. Diário Oficial do Estado da Bahia, Salvador, ano C, nº21.835.
BAHIA. Edital nº 002/DDE/SRH/SAEB. Cadastro para formação do Banco de Jovens para Estágio de
Nível Superior do Governo do Estado da Bahia.
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BAHIA. Edital nº 003/DDE/SRH/SAEB. Cadastro para preenchimento das vagas do Banco de Jovens do
Programa de Estágio Não Obrigatório de Nível Superior do Estado da Bahia.
BAHIA. Edital SEC nº 001/2017. Abertura das inscrições para estudantes dos cursos presenciais de
graduação das Universidades Públicas Estaduais em condições de vulnerabilidade socioeconômica para o
auxílio permanência (Programa Mais Futuro) – Ano letivo de 2017.
BAHIA. Edital SEC nº 006, de 4 de outubro de 2017. Abertura de inscrições e confirmações para
estudantes dos cursos presenciais de graduação das Universidades Públicas Estaduais e, condições de
vulnerabilidade socioeconômica para o auxílio permanência (Mais Futuro).
BAHIA. Instrução nº 004, de 7 de março de 2017. Orienta a Administração direta, autárquica, fundacional,
sociedades de economia mista e empresas públicas do Poder Executivo Estadual, quanto aos procedimentos
referentes à execução do Programa de Estágio. Diário Oficial do Estado da Bahia, Salvador, ano CI, nº 130.
BAHIA. Programa Mais Futuro – Guia Prático: Inscrição de Estudantes no Sistema.Versão 1.0, 2017.
BRASIL. Portaria normativa MEC nº 25, de 28 de dezembro de 2010. Dispõe sobre o Programa Nacional
de Assistência Estudantil para as instituições de educação superior públicas estaduais – PNAEST.
FATORELLI, Maria Lúcia. Explicação sobre o gráfico do orçamento elaborado pela Auditoria Cidadã
da Dívida. Auditoria Cidadã da Dívida [site]. Disponível em: <http://www.auditoriacidada.org.br/
blog/2016/11/09/explicacao-sobre-o-grafico-do-orcamento-elaborado-pela-auditoria-cdada-da-divida/>
Acesso em: 11 de outubro de 2017.
NASCIMENTO, M. Clara. Assistência estudantil e contrarreforma universitária nos anos 2000. 2013.
159 f. Trabalho de conclusão de curso (dissertação). Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, Recife,
2013.
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DADOS DA PERMANÊNCIA ESTUDANTIL NA BAHIA
Quanto seria 1% da RLI para permanência estudantil em 2015 para as UEBA conforme divisão de cotas
orçamentária atual.
1% da RLI = R$ 225.200.000,00
UNEB – R$ 87.647.840,00 (38,92%)
UESB – R$ 47.539.720,00 (21,11%)
UEFS – R$ 49.498.960,00 (21,98%)
UESC – R$ 40.513.480 (17,99%)
PRAE
O que é o PRAE
O Programa de Assistência Estudantil – PRAE, faz parte da Pro-reitoria de Extensão – PROEX e o setor
responsável por gerenciar as ações da assistência estudantil na UESB. Os Editais de Habilitação, para
que as e os estudantes possam fazer parte do programa são lançados anualmente. Para concorrer as e
os discentes devem está matriculados e frequentando regularmente os cursos presenciais de graduação,
que é permitido que já tenha diploma de nível superior, e que se encontrem em situação de vulnerabilidade
socioeconômica mediante comprovação de renda per capita de até 1,5 salário mínimo.
Como funciona
As e os estudantes inscritos no programa passam ter acompanhamento com assistente social e psicóloga,
sendo que para o campus de Vitória da Conquista o setor tem apenas uma assistente social e conta com a
colaboração de uma psicóga de outro setor que atende alguns dias da semana no PRAE.
As e os discentes podem ter acesso aos Cursos Livres (Inglês, Espanhol, Português), conforme vagas
disponibilizadas no site da Uesb; participação no processo seletivo de Concessão das Bolsas Auxílios
(Moradia, Alimentação, Permanência, Transporte Urbano, Transporte Intermunicipal, Emergencial) e
vaga na Residência Universitária; ao processo seletivo nas ações do Programa Nacional de Assistência
Estudantil (PNAEST); e também nas ações que são, ou serão, oferecidas pelo PRAE, através dos projetos
e/ou atividades promovidas pela UESB ou pela equipe multidisciplinar da PROEX/GAE.
Orçamento do PRAE
2017 – R$1.659.200,00
Habilitados no PRAE2017
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1.594 Janeiro de 2017
Mulheres – 1.094 ITAPETINGA
Homens - 500 Moradia: 26
Campus de Itapetinga: 295 Alimentação: 20
Campus de Jequié: 457 Permanência: 24
Campus de Vitória da Conquista: 842 Transporte Urbano: 10
Transporte Intermunicipal: 13
Emergencial: 0
Inscritos no CADÚnico
2015 – 1.624 estudantes JEQUIÉ
2017 – sem dados atualizados Moradia: 65
Alimentação: 38
Bolsas Permanência: 24
Transporte Urbano: 16
MORADIA Transporte Intermunicipal: 18
2017 Emergencial: 1
Janeiro – 175
VITÓRIA DA CONQUISTA
Outubro – 164
Moradia: 84
Alimentação: 45
ALIMENTAÇÃO Permanência: 39
2017 Transporte Urbano: 29
Janeiro – 103 Transporte Intermunicipal: 22
Outubro – 103 Emergencial: 4.
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RESIDÊNCIA UNIVERSITÁRIA – UESB
Uma residência no campus de Vitória da Conquista, com capacidade para atender 26 discentes.
2017 – 20 discentes residindo.
MAIS FUTURO
Edital 001/17
474 discentes homologados
330 – Mulheres
144 - Homens
Edital 006/17
691 inscritos
Sem número de homologados até outubro.
RECURSOS DO PNAEST
São aprovados de acordo as deliberações da Comissão do PNAEST, sendo estabelecido em um Plano de
Trabalho que é aprovado pelo MEC. Distribuídos em: materiais permanentes (itens para atender a promoção
das Entidades Estudantis; atender a Residência Universitária e ações específicas, exemplo Cessão de
Equipamentos (como: netbooks, notebooks, bicicletas); aquisição de materiais de consumo (atender à
Residência Universitária, às Entidades Estudantis e às demandas das ações do setor); contratação de
serviços de terceiros (exemplo: locação de veículo; passagens; cópias).
A Pró-Reitoria de Políticas Afirmativas e Assuntos Estudantis – PROPAAE atualmente gerencia dois tipos
de bolsa: Bolsa Auxílio Especial – BAE e Bolsa Estágio Acadêmico – BEA. Está em construção o Programa
de Assistência e Permanência Estudantil da UEFS, a princípio com auxílio residente, auxílio permanência
e auxílio emergencial.
Número de bolsas
BAE - 98
BEA – 112
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Quantidade de estudantes atendidos
BAE - 25
BEA - 55
BOLSAS
TRANSPORTE
2011 – R$ 265.685,87
2012 – R$ 186.218,97
2013 – R$ 197.073,04
2014 – R$ 198.897,63
2015 – R$ 55.602,22
ESTÁGIO
2011 – 1101
2012 – 132
2013 – 1190
2014 – 998
MORADIA
Vagas na residência
2011 – 179
2012 – 161
2013 – 147
2014 – 149
2015 – 187
RESIDÊNCIA UNIVERSITÁRIA
Indígena
20 vagas disponíveis
23 vagas ocupadas
33
Tradicional
176 vagas disponíveis
172 vagas ocupadas
MAIS FUTURO
Edital 001/17
639 discentes homologados
MAIS FUTURO
Edital 002/17
Orçamento – R$24.000,00
RESIDÊNCIA UNIVERSITÁRIA
568 estudantes residem na moradia universitárias
477 – recebem bolsa permanência
34
BOLSAS
35
FB/UJCBAHIA
UJC.ORG.BR