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A História da Internet

1969 - A ARPA criou uma rede experimental chamada ARPANET


(Advanced Research Projects Agency Network). Era simultaneamente
um backbone e uma rede experimental, onde novas aplicações eram
testadas.
Inicialmente a ARPANET ligou 4 universidades e permitiu aos
cientistas partilhar remotamente informação e recursos.
A ARPANET continuou a expandir-se durante as décadas de 70 e 80.
Em 72 já ligava 37 nós e em 83, 562.
O objectivo de interligar LANs e WANs ficou conhecido por
Internet, que é abreviatura de internetwork, e aplica-se tanto ao
projecto como à rede protótipo que foi criada.
Em 1983 decidiu usar-se a família de protocolos TCP/IP na ARPANET.
Generalizou-se a partir daí o uso do termo "Internet" para a rede
constituída pelas redes que usam os protocolos TCP/IP ou são
capazes de comunicar com redes TCP/IP.
A Internet é constituída por:
Backbones: infraestruturas de interligação de redes, como o
NSFNET, nos USA, e o EBONE na Europa, bem como backbones
comerciais
Redes regionais, ligando, por exemplo universidades e institutos
de investigação;
Redes comerciais, por exemplo, para uso interno ou para
fornecimento de serviços a assinantes, com ligações à Internet.
Redes locais, como a rede da FEUP
A Internet é um sistema de rede aberto uma vez que todas as suas
especificações são públicas.
A colocação dos RFCs num computador da ARPANET possibilitava que
fossem disponibilizados a todos os investigadores com acesso a
esta rede.
Na década de 80, o UNIX e o TCP/IP passam a ser amplamente
utilizados pela comunidade científica, quer nas universidades,
quer noutros centros de I&D. NYSERnet, Department of Defense
Network.
1980 CSNET (Computer Science Net)
1983 MILNET (Military Network)
1986 NSFNET (National Science Foundation Network)
1990 ARPANET é integrada na NFSNET
1991 ANSNET (Advanced Networks and Services)
1995 vBNS (very high speed Backbone Network System)
IAB (Internet Architecture Board)
ISOC (Internet Society)
IETF (Internet Engineering Task Force)
Evoluiu de 6000 computadores no fim de 1996 para 600000 no fim de
1991.

Em 1969 a Defense Advanced Research Projects Agency (DARPA) foi


encarregue de desenvolver métodos de transmitir dados fiavelmente
através de ligações não fiáveis. Naquela altura os departamentos
do governo possuíam plataformas de computação isoladas e redes que
não podiam falar entre si sem uma implementação cara de soluções
de comunicação, que, além de serem caras, as colocava à mercê do
monopólio do vendedor com que estavam a lidar.
Foi então financiado um projecto de pesquisa e desenvolvimento
para criar uma rede experimental (ARPAnet) de comutação de
pacotes, o que significa que cada pacote é enviado pelo melhor
caminho disponível, independentemente de qualquer outro pacote do
fluxo de dados. A rede tinha de permitir a computadores de todos
os tamanhos comunicarem entre si, independentemente do vendedor,
sistema operativo, plataforma de hardware ou proximidade
geográfica.
Embora a ARPAnet fosse uma rede experimental construída para ser
utilizada no desenvolvimento e teste de tecnologias, as entidades
que participavam no seu desenvolvimento começaram a utilizá-la
para as necessidades diárias de troca de mensagens de correio
electrónico e de transferência de ficheiros.
Em 1975, a ARPAnet foi declarada uma rede operacional, e a DCA (a
Defense Communications Agency, mas tarde mudou de nome para
Defense Information Systems Agency) ficou com a responsailidade de
a administrar. Na altura a ARPAnet era baseada numa rede de linhas
alugadas ligadas por nós especiais de comutação, chamados Internet
Message Processor (IMP).
Por volta de 1979 o desenvolvimento dos protocolos TCP/IP já
estava em curso. A DARPA formou então um comité informal (ICCB -
Internet Control and Configuration Board) para coordenar e guiar o
desenvolvimento dos protocolos e arquitectura de comunicação.
Em 1983 a velha ARPANET foi dividida em duas: a MILNET dedicada a
aplicações militares da Defense Data Network, e uma nova e mais
pequena ARPANET para pesquisa e desenvolvimento. O termo Internet
foi utilizado para se referir a toda a rede: MILNET mais ARPANET.
Em 1990 a ARPANET deixou formalmente de existir.
A meio dos anos 80, a National Science Foundation (NSF) estava à
procura de uma forma de distribuir o acesso aos seus cinco centros
nacionais de supercomputadores. Utilizando os protocolos da
ARPAnet, a NSF ligou os cinco centros entre si, para formar o
backbone NSFNET. As redes regionais foram formadas no fim dos anos
80 para fornecer acesso a este backbone, à qual as universidades e
organizações de pesquisa ligaram as suas redes.
Uma ligação comum é que a maior parte destes internetworks é que
eram largamente financiadas pelo governo. Isso signficava que o
tráfego nas redes tinha de obedecer a certas acceptable use
policies. Isto significava que as organizações podiam utilizar a
Internet para promoção de pesquisa e educação mas não para
promoção de comércio: não se podiam fazer anúncios ou promoção de
produtos comerciais.
No início dos anos 90 as entidades governamentais afastaram-se do
negócio de internetworking, dando lugar a empresas privadas que
forneciam serviços Internet a empresas e indivíduos.

© Abril 1998, Pedro Remoaldo

Algumas notas sobre a história da Internet


Lígia Maria Ribeiro
No final dos anos 60, o Departamento de Defesa dos USA interessou-
se pelas redes de computadores. Como o conhecimento neste domínio
era ainda limitado, o Departamento de Defesa Norte Americano
financiou a investigação no domínio da construção e da utilização
de redes. Fê-lo através da Agência de Projectos de Investigação
Avançados – Advanced Research Projects Agency (ARPA).

Em 1972 a ARPA passou a designar-se por DARPA, Defense Advanced


Research Projects Agency.

Um dos principais objectivos desta investigação era criar uma


infra-estrutura de comunicação que funcionasse em situações
críticas, por exemplo em ambiente de guerra. Deveria ser tolerante
a falhas permitindo que a comunicação entre os diferentes
computadores ligados à rede se processasse de uma forma flexível.
A informação deveria ser transmitida mesmo que um determinado
canal de comunicação ficasse inoperacional. A utilização de
"caminhos" alternativos para transmitir a informação garantiria a
sua chegada ao destino pretendido.

Uma rede de computadores é um grupo de computadores ligados entre


si através de hardware e de software. A rede permite aos sistemas
e aos utilizadores comunicarem entre si e partilharem informação.

No início dos anos 70, a ARPA tinha a funcionar várias redes de


computadores, incluindo uma rede WAN chamada ARPANET, e outras que
utilizavam satélites e transmissão rádio para suporte da
comunicação. Portanto existiam protótipos com distintas
tecnologias de base.

LAN: Local Area Network: rede local de comunicação de dados, que


interliga equipamentos num mesmo edifício ou num conjunto de
edifícios próximos, sendo geralmente redes de alto débito.
WAN: Wide Area Network: rede de comunicação de dados de longa
distância, que interliga equipamentos em várias localidades,
podendo ter uma cobertura nacional ou regional. Estas redes são
geralmente de baixo débito, de algumas dezenas de Kbps, embora com
a evolução da tecnologia, nomeadamente com o ATM (Asynchronous
Transfer Mode), comecem a existir linhas com débitos de dezenas e
até centenas de Mbps.

A ARPA começou a transferir tecnologia para a Defesa mas


reconheceu de imediato a importância em ultrapassar as
dificuldades ainda existentes de interligação de redes que
utilizassem tecnologias diferentes. A Agência procurou então, à
custa de bolsas atribuídas a investigadores universitários e da
indústria, criar as sinergias necessárias ao desenvolvimento de um
trabalho cooperativo, tendo em vista a resolução deste problema.
Em reuniões periódicas, os investigadores discutiam as suas ideias
gerando novas abordagens. A Agência assegurou que estas discussões
tivessem um carácter essencialmente prático, tendo por base a
experimentação, insistindo na criação de aplicações protótipo para
teste das ideias que iam surgindo.
O objectivo era pois a interligação de LANs e WANs, o que ficou
conhecido por internetwork. Este termo, internetwork, é geralmente
abreviado para internet e aplica-se tanto ao projecto como à rede
protótipo que foi criada. Para distinguir a sua internet de outras
internets, os investigadores do projecto convencionaram escrever
internet, com letra minúscula, para referir as internetworks em
geral, e Internet com I maiúsculo para referir o seu protótipo.
Esta convenção mantém-se ainda.
A ARPANET foi especialmente importante para o projecto Internet
por ser a WAN que interligava os investigadores que trabalhavam no
projecto. Era simultaneamente um backbone, ou infraestrutura de
comunicação, e uma rede experimental, onde novas aplicações eram
testadas.
Como backbone permitia a ligação de outras redes, que deste modo
se ligavam entre si.
A componente lógica, isto é as aplicações, constituem uma
componente essencial da tecnologia que possibilita a interligação
de redes.

Na década de 70 foram introduzidas as aplicações telnet, que


permite criar sessões interactivas remotas, e ftp (File Transfer
Protocol) que padronizou a transferência de ficheiros entre
computadores numa rede.

Desde o início do desenvolvimento do suporte lógico existiu a


preocupação de que constituísse um todo coerente. Esse objectivo
foi atingido, conseguindo-se que as diversas partes funcionem tão
harmoniosamente que o utilizador não se aprecebe da complexidade
subjacente.
Em particular, há duas componentes básicas do suporte lógico. São
elas o IP (Internet Protocol), que possibilita a comunicação, e o
TCP (Transmission Control Protocol) que acrescenta funcionalidades
adicionais, como a de garantir a fiabilidade do fluxo de dados na
transmissão. Informalmente, é usual identificar todo o conjunto de
software de comunicação na Internet pelas iniciais destas duas
componentes: TCP/IP. Mais correctamente deverá dizer-se a família
de protocolos TCP/IP (protocol suite ou protocol stack).
É por esta razão que os termos TCP/IP e Internet se usam muitas
vezes indiferentemente, embora sejam conceitos distintos.
O TCP/IP é uma família de protocolos utilizada para comunicar em
rede e a Internet é uma rede de redes de computadores que
comunicam usando a família de protocolos TCP/IP.

A família de protocolos TCP/IP engloba, além do IP e do TCP,


muitos outros protocolos, nomeadamente o SMTP (Simple Mail
Transfer Protocol), que oferece o serviço de correio electrónico,
o FTP (File Transfer Protocol), que oferece o serviço de
transferência de ficheiros, o Telnet (Telecommunications Network
Protocol), que oferece o serviço de terminal virtual, o ARP
(Address Resolution Protocol), que oferece o serviço de resolução
de endereços IP em endereços Ethernet, o RARP (Reverse Address
Resolution Protocol), que oferece o serviço inverso e o DNS
(Domain Name System), que oferece o serviço de resolução de nomes
em endereços IP e o serviço inverso.
São estes últimos três serviços que permitem a identificação dos
equipamentos numa rede.

Um protocolo é um conjunto de regras que definem o modo como a


informação é enviada numa rede. Para trocarem informação, dois
computadores têm de utilizar o mesmo protocolo.

A Internet é um sistema de rede aberto uma vez que todas as suas


especificações são públicas e qualquer empresa pode construir
tecnologia compatível. Realmente, para encorajar a adoção da
tecnologia Internet a ARPA decidiu tornar públicos os resultados
da investigação. Sempre que um investigador descobria uma nova
técnica a ARPA pedia ao investigador que documentasse os
resultados num relatório, que era tornado público. Inicialmente
planeou-se apresentar os relatórios em duas fases. Primeiro
disponibilizava-se um relatório preliminar para que fosse
comentado por outros investigadores – chamava-se RFC (Request for
Comment). Ao fim de algum tempo, os comentários eram incorporados
no RFC e disponibilizava-se um relatório final chamado IEN
(Internet Engineering Note).
Os IENs acabaram por não se concretizar porque os RFCs ou não
necessitavam de revisão ou acabavam por ser praticamente
reescritos. Por outro lado, os investigadores preferiam investir
em novas ideias do que corrigir relatórios passados. Os
<"http://ds.internic.net/ds/dspg1intdoc.html" Target="new">RFCs
são, na realidade, os registos oficiais dos projectos.
A colocação dos RFCs num computador da ARPANET possibilitava que
fossem disponibilizados a todos os investigadores com acesso a
esta rede. Para facilitar a sua recuperação, cada RFC é
identificado por um número inteiro de quatro algarismos, existindo
um índice que estabelece a correspondência entre o número e o
título do RFC.
O facto dos RFCs estarem acessíveis permitia aos investigadores
coordenarem as suas actividades e manter as aplicações
actualizadas. O projecto Internet avançou assim rapidamente.
Em 1982 o protótipo Internet estava operacional e a Defesa
Americana passou a usar o TCP/IP nas suas redes. Nesta altura
destacou-se da ARPANET a rede utilizada pelos militares, a MILNET.
Este foi um ponto de viragem em que a Internet deixa de ser apenas
uma rede experimental para se tornar numa rede útil a uma
comunidade alargada de utilizadores.
Generalizou-se a partir daí o uso do termo "Internet" para a rede
constituída pelas redes que usam os protocolos TCP/IP ou são
capazes de comunicar com redes TCP/IP.
A rede não estava ainda, porém, em plena fase de exploração. A
tecnologia não era suficientemente robusta, o software precisava
de ser mais extensivamente testado e melhorado e todo o sistema
necessitava de afinação.
Entretanto (final da década de 70), uma outra tecnologia
despontava: um grupo de investigadores dos Laboratórios Bell
apresentava o UNIX Timesharing System. Como os Laboratórios Bell
usavam computadores com diferentes arquitecturas, o sistema
operativo UNIX foi desenhado tendo em vista a portabilidade. O
objectivo era que pudesse ser facilmente instalado em diferentes
plataformas de computação. Para testar a portabilidade do sistema,
os Laboratórios Bell permitiram às universidades ter cópias do
UNIX para fins de ensino e de investigação. Esta era, sem dúvida,
uma boa estratégia para atingir o objectivo desejado. Por outro
lado, as universidades dispunham do código fonte do UNIX o que
possibilitava o seu estudo e exploração por uma comunidade
alargada de investigadores e estudantes, facilitando a sua
beneficiação e desenvolvimento.
Um grupo da Universidade da Califórnia, em Berkeley, interessou-se
particularmente pelo UNIX e desenvolveu para ele um conjunto de
aplicações, chegando mesmo a modificar o núcleo (kernel) do
sistema operativo. Novas funcionalidades foram acrescentadas, em
particular no que respeita às comunicações em rede. A versão UNIX
de Berkeley, intitulada BSD UNIX (da sigla de Berkeley Software
Distribution), foi amplamente disponibilizada às universidades.
Dada a abrangência desta distribuição a ARPA considerou ser este
um bom meio para disseminar o software Internet e negociou com a
Universidade de Berkeley a incorporação do mesmo no UNIX BSD. A
primeira versão a incluir o TCP/IP foi o BSD UNIX 4.2,
disponibilizado em 1983. Rapidamente o UNIX e o TCP/IP passaram a
ser utilizados pela comunidade científica, quer nas universidades,
quer noutros centros de I&D.
Foi sem dúvida a aposta no ensino e na investigação destas
tecnologias que permitiu o seu rápido desenvolvimento.
Em 1969 a ARPANET interligava quatro computadores (nós da rede)
nas Universidades da Califórnia Los Angles, Califórnia San
Bernadino, Stanford e Utah. Em 1983, eram já 562 os computadores
ligados à Internet. A partir de 1983 o crescimento da Internet
começa a ser muito rápido, duplicando em cada ano o número de nós
ligados à rede. Esta situação obrigou os investigadores a
alterações constantes quer no suporte físico, quer nas aplicações,
quer ainda nos procedimentos de administração adoptados.

Em 1974 a rede baseava-se em linhas alugadas a 56 Kbps.

Note-se que, quando em 1983 os militares Norte Americanos aderiram


à Internet já muitos cientistas, nas universidades e centros de
I&D, a utilizavam. Realmente, no fim da década de 70 surgiu uma
rede financiada pelo NFS, Nacional Science Fundation, que visava
interligar a comunidade de investigadores em ciência da
computação. Este projecto, igualmente apoiado pela ARPA, ficou
conhecido por CSNET (Computer Science Net). Com o rápido
crescimento da Internet a ARPA decidiu que estes grupos de
cientistas deveriam organizar-se e ter maior responsabilidade na
coordenação da investigação no TCP/IP e no desenvolvimento da
Internet. Criou-se assim o grupo IAB – Internet Activities Board,
cujo responsável se designou por Internet Architect. Outro membro
do IAB foi nomeado como RFC Editor, tendo a responsabilidade de
rever e editar todos os RFCs.
Para estudar um determinado problema que lhe fosse atribuído, cada
elemento do IAB arranjava voluntários na comunidade académica
criando as chamadas task force. O membro do IAB era o responsável
da task force e representava-a nos encontros do IAB. Como
resultado do trabalho de uma task force deveria surgir uma
aplicação protótipo que demonstrasse como as ideias entretanto
desenvolvidas se aplicavam na prática. A task force submetia então
uma especificação na forma de um RFC.
Em 1985 o NFS, reconhecendo a importância da Internet para os
cientistas em geral, apresentou ao Congresso Norte Americano um
programa para ligar 100 Universidades à Internet. Um dos
principais objectivos era o acesso dos investigadores aos cinco
centros de supercomputação do País. Na sequência deste projecto
surge a NFSNET. Rapidamente o projecto evoluiu, visando ligar à
rede toda a comunidade de cientistas e engenheiros. A Internet não
tinha, reconhecidamente, capacidade para suportar este programa.
Foi necessário criar uma nova rede de elevado débito (448 Kbps): o
NFSNET Backbone, suportado financeiramente pelo NSF, pela IBM,
pelo MCI e pelo MERIT. Apesar deste esforço para beneficiação da
infra-estrutura, no final de 1991 a capacidade da Rede
apresentava-se, de novo, próxima do limite (e a largura de banda
já tinha sofrido, entretanto, um aumento para 1.544 Mbps). A IBM,
MCI e MERIT criam então uma companhia sem fins lucrativos chamada
Advanced Networks and Services (ANS) que cria a ANSNET. Esta usa
linhas de transmissão com capacidade trinta vezes superior às do
NFS Backbone, que substituiu (45 Mbps). Existe aqui uma diferença
significativa em relação ao passado. A ANS, e não o Governo, é
agora a dona da infra-estrutura activa e passiva da ANSNET.
Em 1995 a MCI Coorporation desenvolve uma WAN para substituir a
ANSNET. É esta WAN que constitui o very high-Speed Backbone
Network System (vBNS). A passagem da Rede para uma companhia
privada foi o passo decisivo no sentido da comercialização e
privatização da Internet.
Na realidade, o ponto de viragem que esteve na origem da Internet
tal como a conhecemos hoje em dia deu-se em 1989, quando entraram
para o IAB representantes de organizações com carácter comercial.
Foi este caminhar no sentido da privatização da Rede que
determinou a sua explosão quer em número de utilizadores, quer em
número de serviços.

Em 1992, o IAB passou a designar-se Internet Architecture Board.


Esta reorganização pretendeu essencialmente dar maior autonomia
técnica aos vários grupos ficando a direcção mais como árbitro de
políticas e padrões. O IAB integrou-se na Internet Society.
A fundação da ISOC (Internet Society ) ocorreu em 1992. Trata-se
de uma organização Internacional dedicada à expansão,
desenvolvimento e acessibilidade da Internet.
Entre os vários task force do IAB há um que se destaca em especial
pela sua actividade. Trata-se do Internet Engineering Task Force
(IETF), principal responsável pelas questões técnicas da Internet.
O IETF realiza encontros aproximadamente de três em três anos. Os
participantes, na ordem das centenas, são voluntários que procuram
conhecer os últimos desenvolvimentos e participar neste projecto
conjunto que continua a ser a Internet.

Embora desenvolvida nos U.S.A, a Internet tem actualmente uma


abrangência mundial. Ainda na fase inicial de desenvolvimento da
Rede a agência ARPA utilizou satélites para experimentar as
comunicações para a Noruega e para a Inglaterra, tendo sido estes
os primeiros países europeus a disporem de acesso à Rede.
Na europa foram as companhias de telefones, portanto empresas
públicas, que se interessaram pelas redes. Estas companhias
pediram ao ITU (International Telecommunication Union),
previamente designado por CCITT (Consultive Committee for
International Telephone and Telegraph), que criasse um padrão que
lhes desse garantias de compatibilidade. O resultado foi a
tecnologia X.25 que passou a ser usada na Europa. Sendo as
companhias de telefone a controlar as comunicações, seguindo as
recomendações do ITU, tal como para as comunicações de voz, era
difícil experimentar alternativas. No entanto, alguns
investigadores nas Universidades e laboratórios de investigação
fizeram-no. Por exemplo, na Inglaterra, a JANET (Joint Academic
Network) estava operacional em 1970. A EARN (European Academic
Research Network) foi a primeira rede de longa distância a servir
a comunidade académica e de investigação na Europa, Médio Oriente
e África. Este projecto foi financiado pela IBM e iniciou-se em
1983.
No âmbito do projecto Eureka COSINE, criou-se em 1987 uma rede
pan-europeia de suporte à investigação. Tratou-se da rede IXI
(International X.25 Interconnection). Como o próprio nome indica,
tratava-se de uma rede X.25 (64kbps). Nesta rede era dada ênfase à
adoção de padrões de comunicações, quer houvesse ou não produtos
comerciais disponíveis (ex: X.25, X.400, X.500 etc.). O
financiamento dependia da manutenção desta política. A utilização
do IP era completamente posta de parte. Isto desagradava à
comunidade académica. Defendia-se também que deveriam admitir-se
como utentes desta rede empresas industriais, na sua vertente de
I&D. Esta política atraiu as operadoras nacionais. Um concurso
público então lançado foi ganho pela PTT Telecom Holandesa. A
mudança de propriedade levou à mudança de nome para EuropaNet (2
Mbps). O relacionamento com a gestão técnica e "comercial" da
Europanet foi sempre bastante burocrático. Isto levou, em 1991/92,
um grupo de redes académicas, especialmente nos países nórdicos, a
estabelecer uma rede alternativa pan-europeia, que não fosse tão
restritiva quanto aos protocolos utilizados (admitindo o IP) e que
tivesse uma gestão mais flexível. Chamaram-lhe EBONE (European
Backbone). O EBONE é a congénere na Europa da NSFBONE Norte
Americana. A partir do segundo trimestre de 1997, a Eurapanet tem
vindo a ser substituída pela rede TEN-34, que suporta velocidades
de 34 Mbps (compare-se com os actuais 622Mbps dos USA!). A EBONE
já propõs uma evolução semelhante. Entretanto ocorreu o termo do
contrato da PTT Telecom Holandesa para a Europanet, passando a ser
a British Telecom a explorá-la.
A utilização da Internet em Portugal ocorreu no início dos anos
80, através da rede tefefónica e da rede pública da dados (X.25).
Esta utilização era sobretudo a dos estudantes pós-graduados em
universidades estrangeiras que, uma vez regressados a Portugal,
mantinham assim o contacto com estas instituições.
Só depois da criação do primeiro nó EARN em Portugal, na
Universidade de Lisboa, começaram a ser criadas ligações a este nó
a partir de várias instituições nacionais. As ligações faziam-se
através da rede pública de dados (Telepac). A ligação
internacional a Espanha era feita por uma linha dedicada.
No final de 1986 é criada a Fundação para a Computação Científica
Nacional, responsável pela Rede para a Comunidade Científica
Nacional (RCCN) e, actualmente, também pela a recentemente criada
Rede de Ciência, Tecnologia e Sociedade (RTCS). É através da RCTS
que se ligam actualmente à Internet as escolas públicas, privadas
e profissionais do 5º ao 12º anos e as bibliotecas municipais.
Informações actualizadas sobre estas redes, nomeadamente dados de
crescimento em Portugal, encontram-se no sítio Web da FCCN, no
endereço www.fccn.pt. Pode também encontrar-se informação sobre a
RCTS no sítio Web da uARTE (Unidade de Apoio à Rede Telemática
Educativa), no endereço www.uarte.mct.pt.
A FEUP é um Point-of-Presence (PoP) da RCTS, ligando à Internet
234 escolas e 14 bibliotecas das regiões do Porto e Penafiel
(www.pop-feup.rcts.pt).

O crescimento da Internet duplica em aproximadamente cada 10


meses. As implicações deste facto são interessantes. Por exemplo,
apesar de a Internet existir há várias décadas, cerca de metade
dos cibernautas acederam à Internet no último ano. Curiosamente,
esta mesma afirmação era válida em 1984.
Este crescimento exponencial obriga, por um lado, a um trabalho
técnico incessante dos responsáveis por operar a rede, obrigando
simultaneamente os engenheiros a disponibilizar novas tecnologias
que suportem a expansão e, por outro lado, abre hipóteses de
negócio fascinantes, quer de produtos quer de serviços.
Quando terminará este crescimento? Poderá manter-se?
Já por várias vezes o colapso da Internet parecia inevitável e
todavia ela continuou a crescer. Embora os cientistas concordem
que o crescimento não pode ser ilimitado, poucos se atrevem a
adivinhar o futuro (veja-se, a título de exemplo, o IPng, já na
"calha" para resolver o problema actual da exaustão do espaço de
endereços IP).

Do ponto de vista da utilização, metade dos nós actualmente


ligados à Internet têm natureza comercial. Há aqui um conflito
potencial com os objectivos iniciais da Internet: a comunicação
aberta entre organismos de investigação e universidades.
Reconhecendo-se que o crescimento acentuado do uso comercial da
Internet é inevitável, tem havido algum esforço de regulamentação.
Assim surgem os AUPs (Acceptable Use Police). O primeiro AUP
surgiu em 1992, na NSFNET, no qual se inspiraram muitos outros
AUPs. A FCCN tem um AUP. Alguns AUPs são bastante restritivos
quanto a actividades comerciais enquanto que outros são bastante
mais liberais desse ponto de vista. Muitos têm vindo a ser
actualizados, contemplando actividades comerciais.
A utilização comercial da Internet foi potenciada pelos ISPs
(Internet Service Providers), que oferecem conectividade Internet
quer a empresas quer a indivíduos. Muitos não têm AUPs.

Iniciativas recentes visando criar infraestruturas de rede


adequadas no futuro e discutir os aspectos tecnológicos, culturais
e económicos a elas associados são a criação nos USA, por
iniciativa do vice presidente Al Gore, do Advisory Council para a
NII (National Information Infrastructure), que pretende dar à
criação da "rede das redes" uma prioridade nacional, e a reunião
do G7, em Fevereiro de 95, sobre a Global Information
Infrastructure. A revista electrónica G7 Live contém notícias
sobre a conferência, que foram então apresentadas diariamente na
Rede.
Nos próximos 10 a 15 anos o projecto NREN (National Research and
Education Network) prevê disponibilizar velocidades de 3Gbps às
Universidades e Institutos de investigação nos USA, tendo em vista
possibilitar quer a computação distribuída, quer a investigação
nas tecnologias e aplicações das redes de elevada velocidade.
Em Portugal, a problemática relacionada com a Sociedade da
Informação tem vindo a ser abordada no âmbito da Missão para a
Sociedade da Informação, do MCT.

Lígia Maria Ribeiro


FEUP-CICA
1998-3-6

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Internet Research Task Force

A Internet Research Task Force (IRTF, Força-Tarefa de Pesquisa da


Internet, em português) promove pesquisas de grande importância
para o desenvolvimento da Internet, criando grupos de pesquisa
focados em assuntos como: protocolos de internet, aplicações,
arquitetura e tecnologia. A IRTF se concentra em pesquisas de
longa duração para problemas relacionados com a Internet, enquanto
que a IETF (Força-Tarefa de Engenharia de Internet) concentra-se
em pesquisas de curta duração sobre problemas de engenharia e
normas.

Índice

História da IRTF
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Antes de 1989, a IAB (naquela época Internet Activities Board e
agora Internet Architecture Board) supervisionava algumas forças
tarefas. Neste ano, mudanças organizacionais foram feitas para
dividir essas forças tarefas em dois grupos, IETF (Internet
Engineering Task Force) e IRTF (Internet Research Task Force). À
IRTF foi atribuído o papel de trabalhar em pesquisas de problemas
de longo prazo, enquanto à IETF foi atribuído problemas de médio a
curto prazo. O propósito da IRTF é de se concentrar na
investigação em áreas ainda não consideradas maduras para
padronização pela IEFT, assim como na investigação de áreas ainda
não sujeitas à padronização, mas que podem chegar a se tornar um
esforço para se tornar algum padrão.
Papel da IRTF
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O papel da IRTF não é determinar os padrões da Internet, mas ter
uma visão sobre o futuro da Internet como um todo, desenvolvendo
pesquisas deste futuro dentro de vários grupos de pesquisa, e
documentando os resultados em artigos, revistas e conferências.
Todas as tecnologias criadas como resultado destas pesquisas são
levadas aos grupos de trabalho do IETF.

Grupos de Pesquisa
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Os Grupos de Pesquisa do IRTF possuem membros comprometidos em
pesquisas de longo prazo necessários para promover o
desenvolvimento de estudos colaborativos sobre o assunto. As
participações são feitas através de contribuições individuais, ao
invés de representantes de organizações.
Os grupos de pesquisa são:
ASRG - Grupo de pesquisa anti-spam [1]
CFRG - Grupo de pesquisa em criptografia[2]
DTNRG Grupo de pesquisa[3]
HIPRG Pesquisas sobre Identificações de Hosts[4]
ICCRG - Pesquisas em congestionamento de banda.[5]
MOBOPTS - Otimização de ip’s móveis[6]
NMRG - Estuda novas tecnologias para o gerenciamento da
internet.[7]
P2PRG - Pesquisas na estrutura Peer-to-Peer (P2P).[8]
RRG - Pesquisa soluções para endereçamento e roteamento.[9]
SAMRG - Pesquisa técnicas para aprimorar o Multicast.[10]
TMRG - Produz documentos para validar protocolos de
transporte.[11]
VNRG - Reaproveitamento de recursos, como rotas, links,
infraestrutura, etc[12]

Referências
? ASRG
? CFRG
? DTNRG
? HIPRG
? ICCRG
? MOBOPTS
? NMRG
? P2PRG
? RRG
? SAMRG
? TMRG
? VNRG

Ligações externas
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Página Oficial da IRTF
http://www.livinginternet.com/i/iw_mgmt_irtf.htm
RFC 4440 - IAB Thoughts on the Role of the Internet Research Task
Force (IRTF)

Última modificação há 5 anos por Tuga1143


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IRTF

Research Groups
People
Other
Internet Research Task Force

The Internet Research Task Force (IRTF) promotes research of


importance to the evolution of the Internet by creating focused,
long-term Research Groups working on topics related to Internet
protocols, applications, architecture and technology.
Overview
The Internet Research Task Force (IRTF) focuses on longer term
research issues related to the Internet while the parallel
organization, the Internet Engineering Task Force (IETF), focuses
on the shorter term issues of engineering and standards making.
The IRTF is a composed of a number of focused and long-term
Research Groups. These groups work on topics related to Internet
protocols, applications, architecture and technology. Research
Groups have the stable long term membership needed to promote the
development of research collaboration and teamwork in exploring
research issues. Participation is by individual contributors,
rather than by representatives of organizations.
The IRTF is managed by the IRTF Chair in consultation with the
Internet Research Steering Group (IRSG). The IRSG membership
includes the IRTF Chair, the chairs of the various Research Groups
and other individuals (“members at large”) from the research
community selected by the IRTF Chair.
The RFC Editor publishes documents from the IRTF and its Research
Groups on the IRTF Stream (RFC 5743).
More Information
The detailed IRTF Research Group guidelines and procedures are
described in RFC 2014. In RFC 4440, the Internet Architecture
Board (IAB) further details the role of the IRTF.
The procedures for publishing documents on the IRTF RFC Stream are
defined in RFC 5743, with additional details found in RFC 5742.
The concept of RFC Streams is defined in RFC 4844.
The IRTF follows the IETF Intellectual Property Rights (IPR)
disclosure rules. Also see Section 3.2 of RFC 5743.
The IETF Anti-Harassment Policy also applies to the IRTF.
Current Research Groups
These 13 Research Groups are currently chartered or proposed for
chartering:
CFRG
Crypto Forum Research Group
DINRG
Decentralized Internet Infrastructure Proposed Research Group
GAIA
Global Access to the Internet for All Research Group
HRPC
Human Rights Protocol Considerations Research Group
ICCRG
Internet Congestion Control Research Group
ICNRG
Information-Centric Networking Research Group
MAPRG
Measurement and Analysis for Protocols Research Group
NMRG
Network Management Research Group
NWCRG
NetWork Coding for Efficient Network Communications Research Group
PANRG
Path Aware Networking Research Group
PEARG
Privacy Enhancements and Assessments Proposed Research Group
QIRG
Quantum Internet Proposed Research Group
T2TRG
Thing-to-Thing Research Group
ANRP Awards for IETF-103
Two Applied Networking Research Prizes for 2018 will be awarded at
IETF-103 to Johanna Amann and Arash Molavi Kakhki.
Chair
The current IRTF Chair is Allison Mankin (irtf-chair@irtf.org).
Mailing Lists
irtf-announce@irtf.org is a low-volume announcement list for
Research Group creations and conclusions, IRTF RFC publication,
etc.
irtf-discuss@irtf.org is the main discussion list for general IRTF
topics.
Wiki
A wiki with more information about the IRTF is here.
IRTF sponsors:

Modified: 2018-11-19

Significados
TECNOLOGIA SIGLAS LÍNGUA MEDICINA DIREITO FILOSOFIA RELIGIÃO
CIÊNCIA
Significados›Geral› WWW
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Significado de WWW

O que é WWW:

WWW é a sigla para World Wide Web, que significa rede de alcance
mundial, em português.

O www é um sistema em hipermídia, que é a reunião de várias mídias


interligadas por sistemas eletrônicos de comunicação e executadas
na Internet, onde é possível acessar qualquer site para consulta
na Internet. A tradução literal de world wide web é "teia em todo
o mundo" ou "teia do tamanho do mundo", e indica a potencialidade
da internet, capaz de conectar o mundo, como se fosse uma teia.

A Web funciona através de três parâmetros: a URL, que especifica o


endereço único que cada página vai receber, e é como ela vai ser
encontrada quando os usuários digitarem; HTTP, que é um protocolo
de comunicação que permite a transferência de informação entre
redes; e HTML, que é um método de codificar a informação da
internet, para ser exibida de diversas maneiras.

História da sigla www


A internet nasceu como uma rede fechada, nos anos 60, com o nome
de Aparnet. Criada em laboratórios militares dos Estados Unidos,
servia para trocar informações entre computadores do governo. Só
em 1989 a proposta ganhou a característica que conhecemos hoje com
o surgimento do www (World Wide Web).

Desenvolvido pelo físico inglês Tim Berners-Lee, nos laboratórios


da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern), o www
estabeleceu uma linguagem padrão para a circulação de dados na
rede, permitindo que qualquer computador, de qualquer parte do
planeta, tivesse livre acesso ao mundo virtual.

Data de atualização: 17/03/2017. O significado de WWW está nas


categorias: Geral, Tecnologia, Siglas

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