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Pregação sobre Ester

Ester em Persa significa “estrela”, e em hebraico


significa “flor de Murta”.
“A história de Ester apresenta grande importância histórica. Se esta
personagem não tivesse existido, o povo Hebreu, muito
provavelmente, teria sido completamente aniquilado antes mesmo da
chegada do Messias. Como consequência, a história do mundo seria
outra.
Felizmente, a soberania divina e a disposição de uma mulher judia
uniram-se para mudar o destino de uma nação inteira”.
A história se passa por volta do ano 470 a.C., em Susã , uma das
capitais do império, essa capital era estadia de verão da família
real. As outras capitais da Pérsia eram a Babilônia (onde se
passa a história de Daniel) e Persépolis. O povo Hebreu estava
sob domínio da Pérsia há mais de 120 anos.

O rei Assuero e a rainha Vasti

Essa parte da história está escrita com detalhes nesse artigo.


Basicamente, o rei Assuero pediu para a rainha Vasti desfilar
diante dos convidados e ela se recusou, então o rei ordenou que
fosse escolhida outra mulher para ocupar o lugar da rainha
Vasti.
A nova esposa do rei

Passado algum tempo, o rei, por conselho de seus sábios,


resolveu convocar todas as mulheres virgens e bonitas do reino.
Após uma seleção, ele iria escolher sua nova rainha.

Morava naquela cidade um homem Judeu, que tinha sido


trazido cativo de Israel para a cidade de Susã. O homem morava
com sua prima, Hadassa (Ester na língua dos persas), uma
jovem moça muito bonita que havia ficado órfã muito cedo.
Mardoqueu a assumiu como filha.

Ocorreu que Ester foi levada pelos guardas juntamente com


outras mulheres ao palácio. Lá ela ficou sobre cuidado de Hagai,
um dos eunucos responsáveis pelo trato feminino, este
simpatizou muito com Ester e lhe acomodou no melhor lugar da
casa das mulheres.

Ester não contou a ninguém que era judia, porque Mardoqueu


tinha lhe advertido a não revelar de onde viera.

Passado um ano, o rei começou a chamar as moças que havia


selecionado. Por fim, Ester foi chamada à presença do rei.

“E o rei amou a Ester mais do que a todas as mulheres, e alcançou


perante ele graça e benevolência mais do que todas as virgens; e pôs
a coroa real na sua cabeça, e a fez rainha em lugar de Vasti”. (Ester
2:17)
O atentado contra a vida de Assuero

Mardoqueu sempre vinha visitar Ester, ficava esperando por ele


na porta do palácio. Certo dia, ouviu dois servos que
trabalhavam no palácio, indignados, tramando tirar a vida do
rei Assuero. Mardoqueu relatou tudo isso para Ester que por
fim contou a Assuero. Desmascarada a trama, os dois servos
foram enforcados e o episódio foi escrito no livro de anotações
reais.

Hamã e Mardoqueu

O rei Assuero decidiu honrar um homem que morava em seu


palácio chamado Hamã, este era Agagita. O rei ordenou que
todos se prostrassem na presença de Hamã. Mas Mardoqueu
descumpria essa ordem e não se dobrava aos pés de Hamã,
porque era judeu e se mantinha fiel a Deus. Alguns empregados
do palácio contaram isso a Hamã e ele ficou muito irritado. Sua
raiva não foi apenas contra Mardoqueu mas contra todos os
judeus que viviam entre os persas.

Hamã foi falar com o rei para conseguir o seu favor contra os
judeus e disse-lhe: “Existe espalhado e dividido entre os povos em
todas as províncias do teu reino um povo, cujas leis são diferentes das
leis de todos os povos, e que não cumpre as leis do rei; por isso não
convém ao rei deixá-lo ficar. Se bem parecer ao rei, decrete-se que os
matem; e eu porei nas mãos dos que fizerem a obra dez mil talentos
de prata, para que entrem nos tesouros do rei“. (Ester 3:8)
O rei atendeu o pedido de Hamã e enviou um decreto alertando
a todos os povos que viviam em Susã que os judeus deveriam
ser mortos, tanto mulheres como crianças e velhos, no dia 13 do
mês de Adar. Os judeus não poderiam se defender, nem fugir.

¹ Os Agagitas são o mesmo povo que Israel guerreou na época de Saul. Deus havia ordenado que Saul

destruísse completamente todas as pessoas do povo, mas Saul não obedeceu (ver I Samuel 15)

O luto do povo e a resposta de Ester

Quando Mardoqueu ficou sabendo do decreto do rei ele rasgou


as suas vestes e se vestiu de pano e cinzas. Essa prática era
tradição entre os judeus para expressar tristeza. Mardoqueu se
dirigiu a entrada do palácio e lá pranteou a situação de seu
povo. A rainha Ester ao saber disso, enviou roupas para cobrir
seu tio, mas ele não as aceitou.

Um dos servos de Ester lhe contou tudo o que havia acontecido


no reino, e o decreto que o rei havia proposto contra os judeus.
Ester enviou um de seus servos para dizer a Mardoqueu:

– Não há nada que eu possa fazer. Você sabe, qualquer um que


se apresentar diante do rei sem ser chamado é morto. E eu não
fui mais chamada, não tenho mais acesso ao rei.

Então Mardoqueu disse a Ester:


Não imagines no teu íntimo que, por estares na casa do rei,
escaparás só tu entre todos os judeus. Porque, se de todo te
calares neste tempo, socorro e livramento de outra parte sairá
para os judeus, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem
sabe se para tal tempo como este chegaste a este reino? (Ester 4:
13-14)

Ester respondeu:

Vai, ajunta a todos os judeus que se acharem em Susã, e jejuai


por mim, e não comais nem bebais por três dias, nem de dia
nem de noite, e eu e as minhas servas também assim
jejuaremos. E assim irei ter com o rei, ainda que não seja
segundo a lei; e se morrer, morri. (Ester 4:16)

Então Mardoqueu falou a todo povo conforme Ester lhe pediu.

O convite de Ester

Ester vestiu suas melhores roupas e entrou no pátio interno do


palácio do rei. Ao avistá-la, o rei se agradou de Ester e estendeu
o cetro de ouro para ela, o que simbolizava que ela não seria
morta se chegasse perto dele.

– O que você quer minha rainha? Você sabe que eu te daria até
metade do meu reino! – falou Assuero
– Obrigada meu rei, mas apenas peço que você e Hamã
compareçam ao banquete que eu vou preparar.

O rei concordou. Ele e Hamã foram ao banquete e estando os


dois sentados a mesa Ester ainda fez mais um pedido:

– Meu rei, venha você e Hamã novamente a um banquete que


vou preparar amanhã e lá eu lhe farei um pedido especial.

Hamã saiu do banquete muito alegre, se sentia honrado por ter


sido convidado por Ester. Quando saia do palácio cruzou com
Hamã na porta de entrada do palácio, ao observar que ele não
se curvou ficou muito brabo, mas se conteve e foi para casa.

Chegando em casa, convidou seus amigos e sua mulher para


uma festa e durante a festa se gabava contando aos convidados
sobre suas riquezas e sobre a honra que o rei lhe concedera.

– Contudo tudo isso não me satisfaz, enquanto eu não vir


aquele judeu Mardoque se curvar diante de mim – disse Hamã.

Então a mulher de Hamã e seus amigos lhe deram o seguinte


conselho:

Faça-se uma forca de cinquenta côvados de altura, e amanhã


dize ao rei que nela seja enforcado Mardoqueu; e então entra
alegre com o rei ao banquete. (Ester 5:14)
Esse conselho agradou muito a Hamã, tanto que decidiu pô-lo
em prática.

A insônia do rei

O rei Assuero, naquela noite, perdeu o sono e mandou que lhe


trouxessem o livro de registro de crônicas, onde ficava escrito
tudo o que acontecia no palácio.

Os seus servos leram sobre a denuncia que Mardoqueu fizera e


sobre a trama de assassinato de dois camareiros. O rei
perguntou:

– Que recompensa foi dada a esse homem que salvou minha


vida?

– Nada foi feito – responderam os servos.

Nessa mesma hora entrou Hamã decidido a pedir que o rei


enforcasse a Mardoqueu.

– Que se fará com o homem a quem o rei deseja honrar, Hamã?


– imediatamente perguntou ao rei ao vê-lo.

Hamã supôs em sua mente que esse homem fosse ele mesmo,
então respondeu:

– Tragam a veste real que o rei costuma vestir, como também o


cavalo em que o rei costuma andar montado, e ponha-se-lhe a
coroa real na sua cabeça. E entregue-se a veste e o cavalo à mão
de um dos príncipes mais nobres do rei, e vistam delas aquele
homem a quem o rei deseja honrar; e levem-no a cavalo pelas
ruas da cidade, e apregoe-se diante dele: Assim se fará ao
homem a quem o rei deseja honrar! (Ester 6:8,9)

Ótima ideia! Faça exatamente isso a Mardoqueu! Pois ele salvou


a minha vida e eu não lhe retribui. Então Hamã cumpriu a
ordem do rei e fez exatamente tudo quando sugeriu. Andou com
Mardoqueu montado em um cavalo anunciando “Assim se fará
ao homem a quem o rei deseja honrar”
Voltou para casa extremamente entristecido e contou tudo a sua
mulher que lhe disse:

“Visto que Mardoqueu, diante de quem começou a sua queda, é de


origem judaica, você não terá condições de enfrentá-lo. Sem dúvida,
você ficará arruinado!” Ester 6:13
Nesse momento os servos do rei vieram buscar Hamã para o
jantar de Ester.

A petição de Ester

O rei Assuero e Hamã estavam reunidos com Ester a mesa. E o


rei mais uma vez perguntou o que está queria lhe pedir. Ester
respondeu:
Se, ó rei, achei graça aos teus olhos, e se bem parecer ao rei, dê-
se-me a minha vida como minha petição, e o meu povo como
meu desejo.

Porque fomos vendidos, eu e o meu povo, para nos destruírem,


matarem, e aniquilarem de vez; se ainda por servos e por servas
nos vendessem, calar-me-ia; ainda que o opressor não poderia
ter compensado a perda do rei. (Ester 7:3-5)

E Assuero respondeu a Ester:

– Minha rainha, quem é este homem que planejou fazer essas


coisas que você está dizendo?

– Este homem mau e opressor é Hamã.

Quando ouviu isso, o rei saiu esbravejando para o pátio interno


do palácio e Hamã se jogou aos pés de Ester para implorar por
sua vida. Quando o rei voltou Hamã estava deitado aos pés da
cama de Ester.

– Você também quer forçar a minha esposa na minha frente? –


falou Assuero muito irritado.

Tendo dito isso, o rosto de Hamã foi coberto.

Um dos camareiros do palácio disse:

– Este homem Hamã construiu uma forca, para enforcar o


judeu Mardoqueu, o mesmo que livrou o senhor de ser morto.
– Enforcai-o nela, decretou Assuero.

Enforcaram Hamã na forca que ele havia preparado para


Mardoqueu e assim o rei ficou mais calmo.

Ester e Mardoqueu são honrados

Após estas coisas o rei deu a Ester a casa de Hamã e deu a


Mardoqueu o seu anel real que antes pertencia a Hamã.

Ester ainda se lançou aos pés do rei e chorou e implorou por seu
povo. Porque o decreto contra eles ainda vigorava e seria
cumprido dentro de algum tempo.

Ester pediu para que o decreto fosse revogado, mas o rei


respondeu:

“Escrevei, pois, aos judeus, como parecer bem aos vossos olhos, em
nome do rei, e selai-o com o anel do rei; porque o documento que se
escreve em nome do rei, e que se sela com o anel do rei, não se pode
revogar”. (Ester 8:8)
Ester e Mardoqueu escreveram um outro decreto que convocava
todos os judeus de todas as províncias a se defenderem e
lutarem por suas vidas contra todos que tentassem atacá-los.

E para os judeus houve luz, e alegria, e gozo, e honra. (Ester


9:16)
Por onde era anunciado o novo decreto os judeus se alegravam e
faziam festa. Muitos dentro os povos que moravam perto se
fizeram judeus porque tiveram temor.

A vingança dos judeus

Chegou o dia marcado para o extermínio dos judeus, conforme


Hamã havia decretado anteriormente. Mas nesse dia, ao invés
de serem massacrados, os judeus se vingaram de todos os povos
que os odiavam. Os 10 filhos de Hamã foram todos mortos.

A festa de Purim

Depois desses acontecimentos os judeus começaram a


comemorar a festa de Purim. Purim significa sorte e faz uma
alusão a maneira como Hamã escolheu a data do massacre dos
judeus (lançando sorte).

Essa festa é um comemoração ao livramento divido, nesse dia os


judeus costumam recitam o livro de Ester publicamente, por
duas vezes e distribuem dinheiro aos mais necessitados.

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