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II Unidade - Introdução ao Direito Civil

Por tratar da vida desde a concepção até a morte, da relação entre pais e filhos, da
personalidade, das obrigações, da posse, dos bens móveis e imóveis, da herança, ... o
Direito Civil é essencial. Em todas as fases de nossa vida somos "tocados", querendo ou
não pelo direito civil.

Estudar direito civil pode ser mais fácil se tivermos em mente alguns conceitos
básicos. Busco fazer uma breve introdução ao direito civil. Fazendo breve leitura, no
futuro dezenas de horas de leituras serão poupadas:

1. O que é o direito civil?

É um ramo do Direito Privado que regula as relações privadas dos cidadãos entre si.

O direito civil tutela, dar amparo, proteção, auxilio as escolhas de vida, possibilitando
ao sujeito manifestar sua vontade visando alcançar um interesse próprio. Ao manifestar
sua vontade, o sujeito exerce a denominada autonomia privada, criando normas que
irão regulamentar a sua vida. Porém, o exercício dessa autonomia, deverá respeitar os
limites estabelecidos previamente pelo Estado sob pena de sanção, ou seja, a cumprir o
que está na Lei.

Tanto os Países de tradição Civil law ou de tradição Comon law possuem um "perfil de
Estado". Ou seja, o Estado "é mais intervencionista" ou "menos intervencionista" na
esfera civil. Vejamos exemplos:

1) No brasil, não se pode deserdar herdeiro natural. Em outros países, sim, como
alguns estados dos EUA. Ou seja o Brasil, neste caso é intervencionista. O indivíduo não
está livre para fazer o que bem entender. Há um "limite" imposto pelo Estado. Mesmo
o sujeito amando o sobrinho e detestando os filhos que nunca se quer o deram um
telefone, .... esse sujeito não pode transferir via testamento 100% de suas posses ao
herdeiro não natural.

1.2. No Brasil, acima dos 70 anos, o casamento obrigatoriamente é sob regime de


separação total de bens. Em outros países, como alguns estados dos EUA, é de
competência individual. É uma escolha individual que não sofre interferência estatal.
Neste caso o Brasil é intervencionista. O indivíduo não está livre para fazer o que bem
entender. Há um "limite" imposto pelo Estado. Mesmo o sujeito aos 71 anos, tendo
conhecido o grande amor de sua vida, este não poderá sob o regime de comunhão
parcial de bens.

1.3. No Brasil, o aborto é crime. Ou seja mesmo antes do nascimento, o Estado


protege o direito do nascituro (do feto), proibindo assim o aborto. Mais um exemplo de
"limitação estatal". O Estado intervindo na esfera individual do ser.
Ao estudar-se o direito civil, se adotarmos uma postura crítica, ajudará em muito no
entendimento da matéria. Inclusive, com o tempo, seremos capazes de adotar um perfil
crítico em relação ao papel do Estado.

Por isso, muitas das vezes, abrem-se processos na justiça para contestar tal
"imposição" estatal típica do direito civil. Claro algumas regras do direito Público são
incontestáveis (heteronímia da norma) como a necessidade de pagar IPTU, mas por
outro lado, fruto de muita contestação, há por exemplo a isenção do IPTU (em alguns
estados) para quem tem um único imóvel.

O direito civil busca dar ao sujeitos “espaço” para que se possa dentro "desse espaço"
fazer escolhas.

2. O direito civil é o direito das tutelas das escolhas privadas.

O Estado, porém, estabelece Limites para que o indivíduo haja em conformação com
a vontade do ESTADO.

Nas palavras de Miguel Reale:

O Direito Civil é a constituição do homem comum, isto é, do que há de comum entre


todos os homens.
Na verdade, a Lei Civil não considera os seres humanos enquanto se diversificam por
seus títulos de cultura, ou por sua categoria social, mas enquanto são pessoas
garantidamente situadas, com direitos e deveres, na sua qualidade de esposo ou
esposa, pai ou filho, empresário, credor ou devedor, alienante ou adquirente,
proprietário ou possuidor, condômino ou vizinho, testador ou herdeiro etc.

2.1. O que devemos reter do conceito de Miguel Reale é que:

“Nas "curtas" palavras do doutrinador, podemos extrair um resumo do que virá a ser
o Código civil de 2002 e sua respectiva divisão entre Parte Geral e Parte especial. Vale
lembrar que o Código Civil Brasileiro costumamos abreviá-lo "CC") em vigor foi
promulgado pela Lei nº 10.406, de 10 de Janeiro de 2002.

Primeiro precisamos entender o raciocínio de como foi montada a parte geral. O


esquema abaixo representa um aluno que contrata um cursinho preparatório para
concurso.
2.2. O aluno (sujeito) manifesta sua vontade (autonomia) visando alcançar um objeto:
Conhecimento. Para isso contrata um cursinho. A obrigação de fazer do aluno é pagar
em dia suas mensalidades.

2.3. O cursinho (sujeito) manifesta sua vontade (autonomia) visando alcançar um


objeto: Retorno financeiro. Para isso celebra um contrato e dá as aulas. A obrigação de
fazer do cursinho é dar aulas.

2.4. O Aluno e o cursinho deverão seguir as normas de direito civil, já que estabeleceram
um contrato de comum acordo. Ambos são sujeitos de uma relação jurídica.

2.5. Quantos Elementos tenho nessa relação?

Três elementos representam os 3 livros na parte geral do Código Civil.

1. Sujeitos (aluno e cursinho)


2. Objeto (aulas)
3. Relação jurídica (elo formado entre as partes)

3. PARTE GERAL é dividida em 03 livros:

I – livro dos sujeitos ou seja das PESSOAS

II - Livro do objeto ou seja livro dos BENS

III- Livro dos FATOS que importam para o direito ou seja FATOS JURÍDICOS

3.1. E quem são os sujeitos?

Os Sujeitos são aqueles que manifestam sua vontade. A vontade recae sobre um
objeto. Quando 2 ou mais sujeitos manifestam a sua vontade, surge a relação jurídica.
A relação jurídica é portanto o elo entro os sujeitos.
3.2. Das Pessoas

Para o Código Civil pessoa é o sujeito de direitos e deveres, ente capaz de adquirir
direitos e contrair deveres, podendo ser pessoa física (ente físico) ou jurídica (ficção
jurídica). Todo ser humano é dotado de personalidade jurídica. A regra é a capacidade.
A incapacidade civil é a restrição ao poder de agir e, pela característica da restrição, vem
expressamente prevista em lei, podendo ser absoluta ou relativa. O Código Civil tratar
da cessação (cessa, termina) da incapacidade (voluntária, judicial ou legal),
individualização da pessoa natural e da extinção, fim da personalidade jurídica da pessoa
natural. Também trata da ausência de pessoais naturais, caracteres do direito de
personalidade, personalidade jurídica, desconsideração da personalidade jurídica, entre
outros assuntos.

3.3. Dos Bens

Para o Código Civil bens são valores materiais ou imateriais que podem ser objeto de
uma relação de direito, tendo, portanto, valor econômico.

Algumas das características ensinadas em seus dispositivos são, entre outros:

Bens Móveis, Bens Imóveis, Bens Corpóreos, Bens Incorpóreos, Bens Consumíveis,
Bens Inconsumíveis, Bens Singulares, Bens Coletivos, ...

3.4. Teoria dos Fatos, Atos e Negócios Jurídicos

Na conceituação de Fábio Vieira Milhomenes seminário (2014), considera-se fato


jurídico todo e qualquer acontecimento da vida que seja relevante para o mundo do
Direito.

3.5. Já, O negócio jurídico é modalidade de ato jurídico lícito. Consiste em manifestação
de vontade humana que visa modificar, ou adquirir, ou resguardar, ou transmitir, ou
extinguir direitos. As consequências de referida vontade humana, bem como a forma de
praticá-la, são elencadas em lei, mas as partes podem controlar seus efeitos.

Assim, temos um breve resumo, sintetizamos o que virá a ser a PARTE GERAL do Código
Civil.

3.6. E a parte especial?

São aqueles exemplos o Direito do esposo ou esposa, pai ou filho, credor ou devedor,
alienante ou adquirente, proprietário ou possuidor, condômino ou vizinho, testador ou
herdeiro, ...

A parte especial do Código Civil demonstra as características específicas de cada uma


das modalidades de relações jurídicas regulamentadas por Lei.
4. Já, PARTE ESPECIAL é dividida em V livros:

 Livro I - Direitos das obrigações


 Livro II - Direitos de empresa
 Livro III- Direitos das coisas
 Livro IV - Direito de Família
 Livro V - Direitos de Sucessão.

4. Personalidade e Capacidade jurídica

4.1.O conceito de personalidade

Todo aquele que nasce com vida torna-se uma pessoa, ou seja, adquire personalidade.
Esta é, portanto, qualidade ou atributo do ser humano. Pode ser definida como aptidão
genérica para adquirir direitos e contrair obrigações ou deveres na ordem civil.

É pressuposto para a inserção e atuação da pessoa na ordem jurídica. A personalidade


é, portanto, o conceito básico da ordem jurídica, que a estende a todos os seres
humanos, consagrados na legislação civil e nos direitos constitucionais de vida,
liberdade e igualdade.

Clóvis Beviláqua, assim, define como “a aptidão, reconhecida pela ordem jurídica a
alguém, para exercer direitos e contrair obrigações”.

Nem sempre, porém, foi assim. No direito romano, o escravo era tratado como coisa.
O reconhecimento, hoje, dessa qualidade a todo ser humano representa, pois, uma
conquista da civilização jurídica. O nosso Código Civil de 2002 reconhece os atributos da
personalidade com esse sentido de universalidade ao proclamar, no art. 1º, que

“Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil”.

4.2. Capacidade jurídica

O conceito de capacidade está consagrado no art. 1º do novo Código Civil ao declarar


que toda

“Pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil”.

Expressa que o homem tem personalidade é o mesmo que dizer que ele tem
capacidade para ser titular de direitos. Todavia, embora se interpenetrem, tais atributos
não se confundem, uma vez que a capacidade pode sofrer limitação. “Enquanto a
personalidade é um valor, a capacidade é a projeção desse valor que se traduz em um
quantum. Pode-se ser mais ou menos capaz, mas não se pode ser mais ou menos
pessoa.”
4.3. Domicílio

Acerca do tema teremos uma visão panorâmica e de acordo com o art. 70 do Código
Civil, que assim, expressa:

“O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com
ânimo definitivo.”

Inicialmente, há uma confusão no conceito e portanto, devemos esclarecer que


residência é o local em que a pessoa se estabelece com a intenção de ficar
permanentemente, diferente da moradia, que é determinado local onde o indivíduo
também se estabelece, porém sem intenção de permanecer (hotel, casa de veraneio
etc....

4.3.1. No conceito de domicílio temos dois elementos, um objetivo e um subjetivo:

O objetivo é a caracterização externa do domicílio, que no caso é a residência, e o


subjetivo é aquele representado pelo ânimo de ali permanecer. Logo, domicílio é a ideia
de residência somada com a vontade de se estabelecer permanentemente num local
determinado.

4.4. Classificação do domicílio

Quanto à natureza, um domicílio pode ser classificado de duas maneiras:

O classificado como Voluntário decorre do ato de livre vontade do sujeito, que fixa
residência em um determinado local, com ânimo definitivo; o classificado como
Legal/Necessário decorre da lei, em atenção à condição especial de determinadas
pessoas de acordo com o art. 76 do Código Civil.

Existem dois tipos de domicílio necessário, o originário e o legal.

O domicílio necessário legal é aquele decorrido de imposição da lei, como no caso dos
menores incapazes, que tem por domicílio o mesmo de seus representantes legais.

O domicílio necessário originário é aquele adquirido ao nascer, como ocorre com o


recém-nascido que adquire o domicílio dos pais. Um domicílio também pode receber a
classificação de domicílio de eleição, este decorre do ajuste entre as partes de um
contrato, com fundamento no artigo 78 do Código Civil:

“Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se


exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes.”
Temos como exemplo um indivíduo que por meio de um contrato estipula que
determinada pessoa deve fazer certos serviços em sua residência; teremos então um
domicílio de eleição.

4.5. Pluralidade de domicílios

Hoje em dia, é comum que as pessoas naturais possuam diversas residências. A pergunta
a ser feita é: qual delas é considerada domicílio natural?

Segundo o artigo 71 do Código Civil que estabelece:

“Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva,
considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.”

Tomem cuidado com casos de múltiplas residências, pois como o artigo determina,
a pessoa natural deve viver alternadamente nas diversas residências. Se, por exemplo,
um indivíduo residiu em uma por um tempo, e depois se mudou para outra, a última
residência que será seu domicílio natural.

Para que ambas possam ser consideradas domicílio, a pessoa natural deve viver
frequentemente alternando entre suas diversas residências.

4.6. Domicílio profissional

O Artigo 72 do Código Civil reza outro tipo de domicílio, o domicílio profissional:

“É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o


lugar onde esta é exercida.”

Esse tipo de domicílio é limitado para as relações profissionais que dizem respeito a
aquele lugar, ou seja, é apenas especifico para as questões da profissão do indivíduo,
diferente do domicílio natural, que serve para todas as obrigações da pessoa.

Assim como domicílio natural plural, a pessoa também pode ter vários domicílios
profissionais. Se a pessoa exercitar a profissão em lugares diversos, cada um deles
constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem.

4.7. Domicílio aparente ou ocasional

Existem também casos em que pessoas que vivem em constante passagem por
vários locais, sem uma residência habitual, como por exemplo, circenses, pessoas
desprovidas de moradia, ambulantes, mendigos. Para esse caso o Código Civil no seu
Artigo 73 estabelece a seguinte solução:

“Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar
onde for encontrada.”
4.8. Mudança de domicílio

Uma mudança de domicílio ocorre de maneira bem simples. A pessoa natural precisa
somente de manifestar sua intenção às municipalidades dos lugares, mesmo se não
houver declaração alguma, as circunstâncias da própria mudança servirá de prova da
intenção.

O Artigo 74, CC expressa:

“Muda-se de domicílio, transferindo a residência, com a intenção manifesta de o


mudar.”

4.9. Domicílio de pessoa jurídica

Assim como as pessoas naturais, as pessoas jurídicas também possuem domicílio, o


artigo 75 é objetivo:

“Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:


I – da União, o Distrito Federal;
II – dos Estados e Territórios, as respectivas capitais;
III – do Município, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações,
ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos."

Se a pessoa jurídica tiver diversos estabelecimentos, cada um deles será considerado


domicílio para os atos nele praticados, conceito semelhante ao de diversos domicílios
profissionais.

4.9.1. Domicílio necessário

Até agora vimos diversos tipos de domicílios voluntários, domicílios estipulados pela
autonomia da vontade privada, porém como foi mostrado em ‘classificação do
domicílio’ existem domicílios legais, ou seja, aqueles estipulados por lei. Portanto, o
Artigo 76 trata dos domicílios necessários:

“Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso.

O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do servidor público, o


lugar em que exercer suas funções permanentemente; o do militar, onde servir, e, sendo
da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente
subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o do preso, o lugar em
que cumprir a sentença."
4.9.2. Domicílio do Agente Diplomático

O artigo 77 do Código Civil dispõe:

“O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar


extraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá ser
demandado no Distrito Federal ou no último ponto do território brasileiro onde o teve.”

4.9.2. É importantíssimo, o estudo do domicílio e está presente nos mais variados


pontos do direito, e não restritamente ao direito civil.

No direito eleitoral, determinando o local de voto da pessoa; no direito processual


civil, a importância se encontra onde se pode definir o local onde certa ação deve ser
proposta, lembrando a regra geral do processo civil que diz que em último caso a ação
deve ser proposta no domicílio do réu; e no direito civil, propriamente dito, podemos
observar a importância nos mais variados pontos: direito de obrigações, direito das
sucessões, direito de família etc.

Como visto, é evidente a importância do estudo de domicílio, pois é por ele que se
determina onde são celebrados os negócios e atos da pessoa, e onde se deve exercer
direitos e obrigações.

Exercício para melhor reter o entendimento


1º) O que é o direito civil
2º) A parte Geral divide-se em quanto livros?
3º A parte Especial é composta de quantos livros?
4º) Quem são sujeitos de direto no Direito Civil?
5º) o que são pessoas?
6º) o que são Bens?
7] O que é fato Jurídico?
8º) O que é ato jurídico?
9º) O que é capacidade jurídica?
10º) O que é domicílio?
11º) O que é Pluralidade de domicílio?
12º) O que Domicílio profissional?
5. COISA/BENS

Conceito de Coisa:

São todos os objetos existentes na natureza, com exceção das pessoas.

Conceito de Bens:

São aquelas coisas que têm valor econômico e que são suscetíveis de apropriação, tais
com: Jóias, animais, livros, automóveis etc.

Ou seja, coisa é o gênero do qual bem é uma espécie.

Coisas são os objetos materiais suscetíveis de valoração econômica.


Já os bens têm acepção mais ampla, abrangendo os objetos dotados ou não de
conteúdo patrimonial. Para essa corrente, bem seria o gênero; e coisa, a espécie.

Na Parte Geral do Código, há um capítulo dedicado aos bens (abrangendo os materiais


e os imateriais) e,

Já, na Parte Especial, um capítulo dedicado ao direito das coisas, para tratar da posse e
dos direitos reais que incidem sobre alguns bens (as coisas).

Conceito de Patrimônio:

É o complexo de relações jurídico-materiais (valoráveis economicamente) de uma


pessoa física ou jurídica, abrangendo os direitos reais e obrigacionais (pessoais).

A noção de patrimônio tem íntima relação com a de personalidade jurídica, pois


representa o conjunto de bens (universalidade de direito) sobre o qual incide as relações
jurídicas econômicas

DAS DIVERSAS CLASSIFICAÇÕES DOS BENS

A classificação dos bens tem por objetivo facilitar o trabalho dos operadores do
Direito, permitindo a aplicação das mesmas regras jurídicas àqueles que se apresentem
com características semelhantes.Com esse propósito o legislador do Código Civil de
2002 classificou os bens de acordo com três critérios:

a) bens considerados em si mesmos (imóveis e móveis; fungíveis e infungíveis;


consumíveis e inconsumíveis; divisíveis e indivisíveis; materiais e imateriais; singulares e
coletivos);

b) bens reciprocamente considerados (principais e acessórios);

c) considerados em relação ao titular (particulares e públicos).


Há também outros conceitos estabelecidos pela doutrina como veremos abaixo:

Classificação dos bens Quanto a mobilidade:

1) Bens móveis: Dispõe o art. 82 a 84 CC:

“São aqueles que podem ser movidos de um local para outro sem que seja alterada
a substância ou a destinação econômico-social”.

A remoção de um lugar a outro pode ocorrer por força própria (semoventes), no caso
dos animais, ou por força alheia, que são os móveis propriamente ditos (p. ex.: livro,
caneta, fruta etc.). Os bens móveis podem ser classificados em:

A) Por natureza ou essência:

São aqueles que tem movimentação própria ou remoção por força alheia sem alteração
da substância ou da destinação econômica. Compreendem tanto os semoventes
(aqueles que se movem por força própria – exemplo: os animais) como as coisas
inanimadas que possam ser transportadas de um lugar a outro, sem que se destruam,
isto é, sem que ocorra alteração de sua substância ou de sua destinação social–
exemplos: carro, lápis, cadeira etc. O bem móvel por natureza é sempre uma coisa
corpórea.

B). Por antecipação: São aqueles mobilizados (transformados em bens móveis) pelos
seres humanos em atenção a sua finalidade econômica (p. ex.: fruta colhida, madeira
cortada, pedra extraída, casa vendida para ser demolida etc.). Por receberem o
tratamento de bens móveis, não exigem escritura pública para sua alienação e
dispensam a vênia conjugal (autorização do cônjuge).

C. Por disposição de lei: art. 83 CC:

a) as energias que têm valor econômico: elétrica, térmica, solar, nuclear, eólica,
radioativa, radiante, sonora, da água represada etc.;

b) os direitos reais sobre bens móveis (direito de propriedade, usufruto, penhor e


propriedade fiduciária) e as ações correspondentes;

c) os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações: direitos obrigacionais,


também denominados de crédito;

d) os direitos autorais:

e) a propriedade industrial

Chamo atenção para o fato de que: Navios e aeronaves: embora sejam registrados e
transmitidos da mesma forma que os bens imóveis são bens móveis.

2) Bens imóveis: art. 79 a 81 CC;


Bens imóveis ou bens de raiz são aqueles que não podem ser transportados, sem
destruição, de um lugar para outro. A remoção causaria alteração de sua substância ou
de sua forma. Compreende o solo e tudo quanto lhe for incorporado de maneira natural
ou artificial.

a) Por natureza ou essencial; é o solo e tudo quanto se lhe incorporar naturalmente. Ex:
arvores, frutos, pedras, espaço aéreo do imóvel e seu subsolo (estes 2 últimos com
restrições no próprio CC)

b) Por acessão física industrial ou artificial; são os bens que o homem incorpora no solo
de forma artificial ou permanente. – não podem ser retirados em regra, sem destruição,
modificação, fratura ou danos. Uma exceção é uma casa de maneira pré-fabricada - um
exemplo de bem imóvel. Outro ex se o prédio for demolido para reconstrução, os
materiais continuarão sendo tratados como imóveis. Se a demolição não tiver esse
propósito, os materiais passarão à condição de móveis.

c). Por acessão intelectual: são móveis que são imobilizados. Como exemplos de bens
imóveis por acessão intelectual, a doutrina costumeiramente aponta os ornamentos
(vasos, estátuas nos jardins, cortinas etc.), máquinas agrícolas, animais e materiais
utilizados para plantação, escadas de emergência justapostas nos edifícios, geradores,
aquecedores, aparelhos de ar-condicionado etc.

No Código Civil de 1916, o art. 43, III, consagrava expressamente os bens imóveis
por acessão intelectual, que foram retirados do rol dos bens imóveis no Código Civil de
2002 (art. 79)

d). Por disposição legal:

São os bens considerados imóveis por força da lei para receber maior proteção
jurídica, consistente, em regra, na exigência de escritura pública para a disposição de
direitos. É o caso da herança (direito à sucessão aberta – Código Civil, art. 80, I),
considerada bem imóvel ainda que composta só de bens móveis. Para a cessão de
direitos hereditários, é exigida a escritura pública (art. 80 CC).Podem ser considerados
bens imóveis os seguintes direitos constituídos sobre imóveis: propriedade, superfície,
servidão, usufruto, uso, habitação, direito do promitente comprador, hipoteca ,
DIREITOS REAIS SOBRE IMOVEIS E AS AÇÕES QUE OS ASSEGURAM E O DIREITO A
SUCESSAO ABERTA.

Classificação dos bens Quanto a fungibilidade:

1) Bens fungíveis:

São BENS MÓVEIS substituíveis por outros de mesma espécie, qualidade e


quantidade. Ex: dinheiro, milho, água etc. s partes podem transformar, mediante
simples manifestação de vontade (contrato), um bem fungível em infungível.
2) Bens infungíveis:

São bens personalizados ou individualizados. Pode ser MÓVEL ou IMÓVEL. Ex:


veículos automotores (chassi único), obras de arte, ... A infungibilidade pode resultar da
natureza do bem ou da vontade das partes.

Classificação dos bens Quanto a consuntibilidade:

1) Bens consumíveis:

São BENS MÓVEIS cujo uso importa destruição imediata da própria substância, bem
como aqueles que podem ser alienados.

a) Consumíveis de fato: são os bens cujo uso importa na destruição imediata da própria
substância ou na sua extinção – a consuntibilidade é natural – p. ex.: frutas, verduras
etc.;

b) Consumíveis de direito: são os bens destinados à alienação – a consuntibilidade


(característica dos bens consumíveis) é jurídica – ex.: livros e automóveis à venda em
uma loja.

2) Bens inconsumíveis:

São os que podem ser usados de forma contínua e reiterada, sem que isso importe
na sua destruição imediata. Os bens inconsumíveis caracterizam-se pela possiblidade
de retirada de suas utilidades, sem que seja atingida sua integridade.

Classificação dos bens Quanto a divisibilidade:

1) Bens divisíveis:

São aqueles que se podem fracionar sem alteração de sua substância, do seu valor
ou que gere prejuízo de uso a que se destinam. Exemplo: um saco de feijão é divisível,
pois pode ser fracionado em duas ou mais partes, mantendo as suas características
originais. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por
determinação legal ou por vontade das partes.

2) Bens indivisíveis:

São os bens desprovidos de caráter fracionário devido à própria natureza do bem, à


disposição legal, à manifestação das partes ou a seu caráter econômico. Exemplos: touro
reprodutor, automóvel, obra de arte , direito à sucessão aberta/herança, que é
considerado indivisível até o momento da partilha , o condomínio forçado instituído pela
usucapião coletiva.

Classificação dos bens quanto a individualidade:

1) Bens singulares:
São aqueles avaliados em sua individualidade, representados por uma unidade
autônoma independente dos demais, mesmo quando reunidos. Em regra os bens são
singulares. Somente serão considerados coletivos quando houver determinação legal ou
determinação das partes.

2) Bens coletivos: são aqueles constituídos por bens singulares:

a. Universalidade de fato (universitas rerum):

São bens singulares, pertencentes a mesma pessoa, que tenham destinação única.
Exemplos: rebanho, biblioteca, pinacoteca, frota, floresta, cardume, etc

b. Universalidade de direito:

São o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico.


Exemplo: herança, patrimônio, massa falida.

Classificação dos bens Quanto a reciprocidade OU dependência

1) Bens principais: Considera-se bem principal todo aquele que tem sua existência
independente de qualquer outro, abstrata ou concretamente.

2) Bens acessórios: são aqueles cuja existência dependa do principal.

Quanto aos imóveis, o solo é o bem principal e tudo que se incorpora nele de forma
permanente é acessório. Quanto aos móveis, bem principal é aquele para o qual os
outros bens se destinam (para enfeitar, permitir o uso ou servir como complemento).
Exemplos: a caneta é o principal, a tampa é o acessório; o computador é o principal, o
teclado é o acessório; o automóvel é o principal, o pneu é o acessório; o capital é o
principal, os juros são acessórios etc.

Chamo atenção para Fruto:

Fruto é toda utilidade que um bem produz de forma periódica e cuja percepção
mantém intacta a substância do bem que a produziu. Embora sejam bens acessórios,
podem ser objeto de relação jurídica independentemente do bem principal. Em relação
à sua natureza, os frutos podem ser classificados em: naturais ou verdadeiros (p. ex.:
frutas), civis (p. ex.: aluguel) e industriais (p. ex.: canetas fabricadas). Os frutos também
podem ser classificados de acordo com a vinculação com o bem principal e o seu estado.

Importante! Produtos:

São bens que se retiram da coisa desfalcando a sua substância e diminuindo a sua
quantidade. Os cereais colhidos de uma plantação de arroz, assim como os minerais
extraídos de uma jazida e o petróleo extraído de um poço, são produtos, por não se
renovarem.

Ainda dentro de bem acessórios temos as benfeitorias:


Benfeitoria é toda espécie de despesa ou obra (melhoramento) realizada em um bem,
com o objetivo de:

a) Evitar sua deterioração (benfeitoria necessária)

b) Aumentar seu uso (benfeitoria útil)

c) Dar mais comodidade (benfeitoria voluptuária).

Os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção do


proprietário, possuidor ou detentor, não devem ser considerados como benfeitorias
segundo o art. 97 do Código Civil.

Pertenças são os bens que, não constituindo partes integrantes, destinam-se, de modo
duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro (p. ex.: trator em uma
fazenda, cama, mesa ou armários de uma casa, o ar-condicionado de uma loja etc.).

Em regra: São bens móveis que servem a um imóvel, mas, excepcionalmente, um bem
imóvel também pode ser pertença. São consideradas coisas anexadas (res annexa) ao
bem principal, embora não o integrem.

Conforme prescreve o art. 94 do Código Civil, os negócios jurídicos que dizem


respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da
lei, da manifestação de vontade ou das circunstâncias do caso.

Classificação dos bens quanto a titularidade

Além dos bens particulares e públicos, existem aqueles que não pertencem a
ninguém, por nunca terem sido apropriados (res nullius) ou por terem sido abandonados
(res derelictae). Exemplos: animais selvagens, conchas na praia, águas pluviais não
captadas etc.

1) Bens particulares: O conceito de bens particulares é extraído por exclusão do


conceito de bens públicos, tendo em vista que o Código Civil de 2002 limitou-se a definir
apenas estes últimos. São bens particulares todos aqueles que não forem públicos, isto
é, que não pertencerem às pessoas jurídicas de direito público interno.

2) Bens públicos: São públicos os bens de domínio nacional, pertencentes às pessoas


jurídicas de direito público interno, como os de propriedade da União, Estados e
Municípios.

Quatro características importantes dos bens públicos são:

a)Inalienabilidade dos Bens públicos de uso comum do povo e de Bens públicos de uso
especial

b)Imprescritibilidade – São imprescritíveis as pretensões da administração pública com


relação aos bens públicos. Logo não podem ser adquiridos por usucapião.
c)Impenhorabilidade- Decorre de sua inalienabilidade. Dessa forma os bens públicos não
podem ser dados em garantia e não podem ser objetivo de execução judicial .

Não podem ser adquiridos por usucapião – Sumula 340 do STF

Os bens públicos podem ser classificados em três tipos:

Bens públicos de uso comum do povo:

São aqueles bens que, embora pertencentes a uma pessoa jurídica de direito público,
podem ser utilizados por qualquer pessoa do povo. O domínio é da entidade de direito
público e o uso é do povo (p. ex.: mares, rios, estradas, ruas, praias, praças etc.).
Importante ressaltar que os bens públicos não perdem a sua característica ainda que a
administração pública limite ou suspenda o seu uso ou imponha o pagamento de
retribuição (p. ex.: cobrança de pedágio etc.), conforme previsão do art. 103 do Código
Civil. São inalienáveis.

Bens públicos de uso especial:

São os bens que as pessoas jurídicas de direito público interno destinam aos seus
serviços ou outros fins determinados. Como exemplos, podem ser citados os imóveis
onde estão instalados prefeituras, escolas, creches, hospitais, quartéis, museus e teatros
públicos e os móveis utilizados na realização dos serviços públicos (radar, caneta,
computador etc.). São inalienáveis.

De acordo com o Código Civil, abrangem não só aqueles destinados a serviço ou


estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, como
também os de suas autarquias (art. 99, II).

Bens públicos dominicais: também conhecidos como patrimoniais, são aqueles que
compõem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público interno, como objeto de
direito pessoal ou real, de cada uma dessas entidades (Código Civil, art. 99, III).

Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às


pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado.
São alienáveis.

Classificação Dos Bens De acordo Com a Materialidade ou tangibilidade

Bens materiais (res corporalis) Também denominados bens corpóreos ou tangíveis, são
aqueles que têm existência material, podendo ser percebidos por nossos sentidos.
Exemplos: armários, lâmpadas, telefones celulares, livros etc. 5.8.2.

Bens imateriais (res incorporalis) Também chamados de bens incorpóreos ou


intangíveis, são todos os bens que possuem existência abstrata, não podendo ser
sentidos/tocados fisicamente pelos seres humanos. São bens que consistem em
direitos. Somente existem porque a lei assim determina, por força de determinação
jurídica.
Exemplo: direitos autorais de quem escreveu um livro, direitos de crédito, direito à
herança, invenções, direitos reais, direitos obrigacionais etc.

O Código Civil atual não prevê a classificação dos bens quanto à tangibilidade. Logo, os
bens corpóreos podem ser objeto de posse e, portanto, de proteção possessória e
somente os bens corpóreos podem ser objeto de tradição (entrega) e de aquisição por
usucapião.

Exercícios para melhor entendimento

1º) Qual o conceito de coisa no direito civil?

2º) Qual o conceito de Bens no direito civil?

3º) Qual o conceito de bens móveis e Imóveis?

4º) Qual a classificação dos bens quanto a fungibilidade?

5º) Qual a classificação dos bens quanto a titularidade?

Direito das Sucessões

Conceito

É o conjunto de princípios e normas que regem a transferência da herança, ou do legado,


ao herdeiro ou legatário, em razão da morte de alguém. Está fundamentado no
princípio da perpetuidade da propriedade, consubstanciada na sua transmissibilidade
post mortem.

O art.1º artigo do CC inicia prescrevendo ser toda pessoa capaz de direitos e deveres
na ordem civil e, embora não se restrinja exclusivamente à pessoa física, porquanto a
pessoa jurídica também possa ser sujeito de direitos e de obrigações, é somente a
existência da pessoa natural que termina com a morte.

Ocorrendo a morte, os bens e as obrigações deixadas pelo falecido transmitem-se de


imediato aos seus herdeiros e legatários, conferindo uma transcendência jurídica
desses direitos e deveres aos sucessores do de cujus, embora o óbito extinga
definitivamente outras relações jurídicas que não são transmitidas aos sucessores.

Portanto, o Direito das Sucessões regula a herança deixada pelo óbito do primitivo
titular deste patrimônio, que abrange ao mesmo tempo os seus direitos e as suas
obrigações.
Formas de sucessão no Brasil

São duas as formas de sucessão:

1ª) Legítima e

2ª) Testamentária.

Na sucessão legítima, defere-se a herança aos herdeiros expressamente indicados


pela lei, cuja ordem de vocação hereditária encontra-se no art. 1.829 do CC. Dá-se a
sucessão legítima quando não houver testamento, ou quando este caducar ou for
anulado por decisão.

Na sucessão testamentária, a herança ou legado são deferidos aos herdeiros instituídos


ou legatários indicados no ato de última vontade.

No universo da herança, são compreendidos bens de qualquer natureza e valor


econômico, como móveis, imóveis, semoventes, valores, direitos de crédito por haveres
ou ações judiciais ainda pendentes de pagamento ou de execução judicial, direitos de
autor, compreendendo também as dívidas do defunto, o passivo deixado pelo autor da
herança e inclui ainda as despesas de seu funeral, que também são transmitidas aos
seus herdeiros, que não podem responder por encargos superiores às forças da herança
segundo CC, art. 1.792.

A morte de uma pessoa faz com que seus familiares recolham sua herança, tendo o
legislador buscado inspiração na solidariedade como instrumento de proteção familiar,
ao conservar para depois de sua morte o seu patrimônio com seus familiares, sendo
permitidas certas liberalidades testamentárias nos limites das garantias dos eventuais
herdeiros necessários. Com isso, fica harmonizada a sucessão legítima em coexistência
com a testamentária, reservados por lei os direitos sucessórios dos herdeiros
necessários.

A Sucessão Legítima

Hoje há outro conceito de família, com o surgimento de novas relações que merecem o
reconhecimento como entidade familiar e a devida tutela estatal, a fim de ter
regulamentado os seus efeitos jurídicos. De acordo com a obra Sucessão Legítima, do
renomado autor Rolf Madaleno, é importante analisar essas mudanças pelo âmbito do
Direito das Sucessões.

Nesse contexto, temas como a multiparentalidade, poliafetividade e filiação


socioafetiva ganham destaque.

a)A filiação multiparental ou multiparentalidade é quando há o estabelecimento de


vínculo do filho com mais de um pai ou com mais de uma mãe;

b)A união poliafetiva, decorrente da poliafetividade e do poliamor, trata-se do poliamor


qualificado pelo objetivo de constituir família, isto é, relaciona-se com a entidade
familiar formada de três ou mais pessoas, que manifestam livremente a sua vontade de
constituir família, partilhando objetivos comuns, fundados na afetividade, boa-fé e
solidariedade;

c) Já a filiação socioafetiva trata-se do reconhecimento jurídico da maternidade e/ou


paternidade com base no afeto, sem que haja vínculo de sangue entre as pessoas.

De acordo com Madaleno, existe um movimento internacional de se repensar e reavaliar


o Direito das Sucessões. “Hoje em dia as pessoas vivem mais, as famílias mudaram, os
objetivos também e isso acaba refletindo no Direito”.

“Essas figuras novas – como a multiparentalidade e filiação socioafetiva, por exemplo –


que não existem nem no Código Civil de 2002, geram efeitos no Direito de Família e das
Sucessões.

Sabemos que hoje uma criança pode ter vários pais. Se um pai morre, de quantos pais
o filho pode herdar? A madrasta se tornou mais mãe do que a própria mãe biológica.
Como tratar a questão de sucessão nesses casos? E em famílias extensas, com várias
mães e pais? São novos paramentos que devem ser abordados.

Exercício para melhor fixação do assunto

1º) Qual o conceito de família hoje para efeito de sucessão?

2º) Quais são as formas de sucessão no Brasil?

3º) O que é sucessão legítima?

4º) O que é sucessão testamentária?

5º) O que é multiparental?

5º) Existe no nosso ordenamento filiação socioafetiva?

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