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II.

2 CONTABILIDADE EMPRESARIAL E COMERCIAL


Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza
ETE – Lauro Gomes – S.B.Campo - SP

Aula do dia 24-08-09

Conceitos Fundamentais (Livro CG – pág.38)

Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido

Podemos dizer que pelo método das partidas dobradas:

Aplicações dos Recursos = Origens dos Recursos

Conceitos

Ativo
Entende-se por Ativo a aplicação de recursos da qual se espera a geração de
benefícios econômicos futuros. Pode-se dizer também, que o Ativo representa os
bens e os direitos da entidade, ou seja, tudo o que a empresa possui (caixa,
máquinas, prédios, terrenos, estoque, material de escritório, etc.) e tudo que lhe é
devido.
O Ativo aumenta de valor pelo reconhecimento contábil de uma receita, pela
obtenção de recursos com terceiros ou com sócios da entidade, ou pela venda de
um outro ativo com lucro.

Passivo
Entende-se por Passivo a origem de recursos financiados por terceiros, além das
obrigações assumidas pela entidade que exigirão desembolso de recursos no
futuro, ou seja, fornecedores, contas a pagar, salários a pagar, impostos a pagar,
entre outros.
O Passivo aumenta de valor pela captação de um empréstimo ou financiamento,
pela compra de um ativo a prazo ou pelo reconhecimento contábil de uma
despesa ainda não paga. Por outro lado, o Passivo diminui de valor pelo efetivo
pagamento ou reconhecimento contábil de uma receita que havia sido recebida
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antecipadamente, como o adiantamento de clientes.

Patrimônio Líquido
Assim como o Passivo, a Patrimônio Líquido (PL) também representa origem de
recursos, sendo que o PL corresponde aos recursos financiados pelos sócios da
entidade, na forma de capital, e também pelos lucros retidos.

Resultado
O resultado deriva do confronto das receitas com as despesas e,
conseqüentemente, pode ser positivo – lucro -, se as receitas forem maiores que
as despesas, ou negativo – prejuízo -, se as receitas forem menores que as
despesas.
No caso de lucro, representa a riqueza gerada pela empresa durante determinado
período de tempo, que pertence aos acionistas da entidade.
Quando a empresa incorre em prejuízo, ocorre uma destruição da riqueza dos
acionistas.

Receita
Corresponde à geração de recursos provenientes da venda de mercadorias (como
no setor varejista), da prestação de serviços (como consultas médicas,
manutenção de computadores, serviços contábeis) entre outros. Resulta em um
aumento em caixa ou em contas a receber.

Despesa
Corresponde ao consumo de recursos decorrentes das mesmas atividades que
deram origem às receitas, tais como salário de vendedores (Despesas com
Vendas), Salário dos diretores (Despesa Administrativa), Juros sobre Empréstimos
(Despesas Financeiras), Venda do Imobilizado com Prejuízo (Despesa não
Operacional).
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Como Receita e Despesa afetam o Patrimônio Líquido


Os ativos da empresa contribuem para a sua continuidade e seu futuro
crescimento. As receitas e despesas irão afetar o Patrimônio Líquido, sendo
apuradas para determinar se a empresa apurou um lucro (receitas superiorres a
despesas) ou prejuízo (despesas superiores a receitas).

A Equação contábil e a natureza das Contas


A equação contábil é baseada na dupla entrada, ou seja, cada transação possui
efeito duplo. Uma transação pode afetar ambos os lados da equação, no mesmo
valor, ou apenas um lado da equação, aumentando e diminuindo na mesma
quantia, anulando a mudança neste lado da equação.

Exemplo 1
Se um negócio possui Ativos de $500.000 obrigações (Passivo) de $300.000 e
Patrimônio Líquido de $200.000, a equação contábil é a seguinte:

Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido


$500.000 = $300.000 + $200.000

ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO


ATIVO = PASSIVO + Capital Social + Reservas de Lucros (Receitas – Despesas).

Se há uma receita, esta irá aumentar o resultado do período. Em contrapartida, se


há uma despesa, essa irá diminuir o resultado do período.
Logo, se há uma receita ou despesa do período, está irá alterar o resultado (Lucro
ou Prejuízo) do período. No final do período é efetuado o confronto entre o total
das receitas e das despesas, sendo apurado o resultado, e conseqüentemente
verificado o efeito no Patrimônio Líquido. Este será aumentado se houver lucro ou
reduzido se ocorrer prejuízo.

Se no final do período, a empresa gerou uma receita de vendas de $300.000 e


uma despesa de $250.000, apresentou lucro líquido de $50.000 (compreendido
exclusivamente, por receitas e despesas que transitaram pelo caixa), a equação
contábil será:
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ATIVO = PASSIVO + PATRIMONIO LÍQUIDO


$550.000 = $300.000 + $250.000
($500.000 + $50.000) ($200.000 + $50.000)
Ativo anterior + Ativo da = PL anterior + Lucro do Período
Venda a Vista

Exemplo 2

Se $10.000 forem, então, utilizados para pagar fornecedores (passivo), a equação


contábil passará a ser:

ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO

$540.000 = $290.000 + $250.000

($550.000 - $10.000) = ($300.000 - $10.000)

(Ativo Anterior – Pagamento) = (Passivo anterior – Pagamento Passivo)

Neste caso a conta Caixa (Ativo) diminuiu em $10.000, assim, como a conta
Fornecedores (passivo), pois a dívida diminuiu no mesmo valor.

Demonstrações contábeis obrigatórias

Balanço Patrimonial (BP): evidencia a situação patrimonial da entidade em


determinado momento, ou seja, apresenta a estrutura patrimonial como uma
fotografia dos bens, direitos e obrigações de uma entidade em determinada data.
Demonstra como o patrimônio da entidade está aplicado – Ativo – e como esse
mesmo patrimônio está sendo financiado – Passivo e Patrimônio Líquido.
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Demonstração do Resultado do Exercício (DRE): mensura a riqueza gerada


pela entidade para o acionista, evidenciando as receitas e as despesas de
determinado período, isto é, demonstra o lucro líquido (ou resultado contábil) que,
em última análise, pertence aos acionistas.

A DRE evidencia de forma ordenada, todas as receitas auferidas e as despesas


incorridas pela entidade durante determinado período, ou seja, a riqueza
(resultado) gerada no período.

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL ou DEMUT)

Evidencia as alterações do Patrimônio Líquido de uma entidade ocorrida em


determinado período. Dentre essas alterações, as mais comuns são os aumentos
do capital social, a apuração e a destinação dos lucros.

A rigor, a legislação obriga as empresas a fazerem apenas a Demonstração dos


Lucros ou Prejuízos Acumulados, que é uma parte da Demonstração das
Mutações do Patrimônio Líquido, que é exigida pela CVM para as Companhias
abertas. Entretanto na prática, as empresas elaboram a DMPL por ser muito mais
informativa, indicando o movimento ocorrido ao patrimônio do acionista.

Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC): evidencia as transformações no


caixa e equivalente de caixa, ou seja, caixa, bancos e aplicações financeiras
disponíveis em 90 dias.

Demonstração do Valor Adicionado (DVA): evidencia a riqueza gerada pela


entidade, em determinado período, pertencente a sociedade e como ela é
distribuída entre os empregados, o Governo, os financiadores e os sócios.
Portanto, valor adicionado = receita – insumos e serviços adquiridos de terceiros.
Essa Demonstração somente é obrigatória para as companhias abertas.
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Nota: Tais demonstrações contábeis, assinadas pelo administrador – responsável


legal da empresa – e pelo contabilista responsável – contador ou técnico em
Contabilidade -, devem ser publicadas em dois jornais: no Diário Oficial e em um
jornal de grande circulação na localidade onde é situada a sede da empresa
(segundo o artigo 289 da Lei das Sociedades Anônimas). Tal publicação deve ser
feita no prazo de até cinco dias antes da data da Assembléia Geral Ordinária dos
Acionistas, o que deve ocorrer dentro dos quatro meses subseqüentes à data-
base de 31 de Dezembro, terá até 25 de abril do ano seguinte para publicar suas
demonstrações contábeis (conf. Arts. 132 e 133 da Lei das Sociedades
Anônimas).

Pela legislação do Imposto de Renda (art. 274 do RIR/99 – Decreto 3.000/99, par.
4 do art. 7 do Decreto Lei 1.598/77 e art. 18 da Lei 7.450/85), as sociedades por
quotas de responsabilidade limitada são obrigadas a apresentar à Secretaria da
Receita Federal – SRF – três dessas Demonstrações, a saber, Balanço
Patrimonial, Demonstração de Resultado do Exercício e Demonstração de Lucros
ou Prejuízos Acumulados, que corresponde a uma simplificação da DMPL.
O sistema contábil, enquanto responsável pela geração de informação acerca do
patrimônio da entidade e útil à tomada de decisão, por meio de mecanismos
próprios, pode, ainda, fornecer diversos relatórios – alguns padronizados e outros
que devem ser moldados, em caráter espontâneo, mediante às necessidades
específicas dos usuários.

Notas Explicativas (NE): devem complementar – esclarecendo em textos ou com


quadros analíticos – os critérios de cálculo dos itens que afetam o lucro eo
patrimônio, tais como critérios de depreciação, critérios de avaliação dos
estoques, critérios de provisionamento para créditos de liquidação duvidosa,
detalhamento das obrigações de longo prazo – destacando os credores, taxa de
juros e garantias à dívida -, composição do capital social por tipo de ações e
ajustes de exercícios anteriores.

Relatório da Administração (RA): apesar de não ser uma demonstração


contábil, propriamente dita, este é divulgado pelas empresas, juntamente com as
Demonstrações Contábeis – por isso, merece ser destacado.
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Esse relatório não tem sua estrutura padronizada, mas, normalmente contempla:
a) Análise Corporativa, isto é, comentários sobre a estratégia corporativa,
fatores externos à empresa que afetam seu desempenho, resultado de
investimentos, s políticas de responsabilidade social desenvolvida pela
entidade, programas de pesquisa e desenvolvimento e projeções quanto ao
desempenho futuro da entidade;
b) Análise Setorial; isto é, uma comparação entre o desempenho da entidade
com outras empresas que atuam no mesmo segmento econômico;
c) Análise Financeira, ou seja, comentários sobre o desempenho e a
situação econômico-financeira da entidade, especificamente com relação à
composição e ao comportamento do resultado operacional e com relação à
liquidez, ao endividamento, à lucratividade e à rentabilidade;
d) Análise de Risco, isto é, questões relacionadas com a diversificação (ou
concentração) dos negócios da empresa entre ramos de atividade, clientes,
fornecedores, ativos e regiões geográficos, por exemplo;
e) Práticas de Governança Coorporativa, ou seja, comentários sobre os
diretores e as responsabilidades que assumem e informações sobre a
composição do Capital Social, os critérios de divulgação de informações
aos investimentos no processo decisório.

♦ Nota: Veja o relatório da Administração da Cia. Brasileira de


Distribuição no portal da empresa (em Abril/2008 o endereço do
portal era http://www.cbd-ri.com.br).

Parecer dos Auditores Independentes: tem por escopo a validação das


Demonstrações Contábeis quanto à adoção das práticas contábeis de aceitação
geral e apropriadas às circunstâncias que afetam a entidade. Além disso, sinaliza
que informações suficientes – sobre assuntos que possam afetar seu uso,
entendimento e interpretação do desempenho e da situação econômico-financeira
e patrimonial da entidade – estão adequadamente evidenciadas nas
Demonstrações Contábeis e nas notas explicativas.
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Veja o Parecer dos Auditores Independentes que analisaram as demonstrações


contábeis da CBD, relativas ao período encerrado em 31/12/2007. O parágrafo
grifado é de fundamental importância, pois representa que os auditores
independentes não identificaram nenhum aspecto que constitui um problema
relevante. Esse parecer é conhecido como “Limpo”.

RESUMO
1. O ciclo contábil consiste na seqüência dos procedimentos contábeis utilizados para
identificar, mensurar, classificar, registrar e sumarizar a informação contábil. Representa o
processo executado ns empresas para elaborar as Demonstrações Contábeis, a partir das
transações econômicas realizadas. O terceiro ciclo terceiro ciclo indica que tais
procedimentos devem ser repetidos continuamente para possibilitar que se preparem
demonstrações contábeis atualizadas, em intervalos razoáveis.
2. As fases do ciclo contábil são Captação, Reconhecimento, Processo de Acumulação
Sumarização e Evidenciação.
3. De forma sintética, pode-se dizer que o Balanço Patrimonial é formado por três
componentes, a saber, Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. O termo Balanço Patrimonial
indica o equilíbrio entre eles.
4. A equação contábil é baseada na dupla entrada, ou seja, cada transação possui efeito
duplo. Uma transação pode afetar ambos os lados da equação, no mesmo valor, ou um
lado da equação, aumentando e diminuindo na mesma quantia, anulando a mudança neste
lado da equação.
5. A equação fundamental da Contabilidade:
ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO
6. Para melhor visualização desta equação as contas são registradas no Razão, que de
forma didática é visualização através de conta que tem o formato da letra T. O lado
esquerdo é chamado de débito, representando as aplicações dos recursos da empresa. O
direito é chamado do crédito, e representa as origens dos recursos.
7. De acordo com a Lei nr. 11.638/07, a contabilidade deverá apresentar os seguintes
relatórios contendo, em termos monetários, informações acerca dos negócios das
empresas; Balanço Patrimonial (BP); Demonstração do Resultado do exercício – DRE;
Demonstrações do Patrimônio Líquido – DMPL; a Demonstração dos Fluxos de Caixa –
DFC, a Demonstração do Valor Adicional – DVA e Notas Explicativas – NE.
Algumas empresas apresentam, ainda, o Balanço Social (BS).

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