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UNIDADE I

CAPÍTULO I- TEORIA DA PROVA

1.Conceito de prova

Prova é um termo plurissignificante.

4 significados (Daniel Assumpção Neves):


- procedimento probatório: produção dos atos tendentes ao convencimento do juiz
Ex: o autor tem o ônus de provar

- o próprio meio pelo qual a prova será produzida


Ex: prova testemunhal, prova documental

- fonte da prova- a coisa ou a pessoa da qual se extrai informação


Ex: documento, testemunha

- o resultado do convencimento do juiz


Ex: fato provado

2. Verdade e Prova

-Verdade absoluta- inalcançável.


Mas então, qual a verdade dos autos que se deve buscar?

3. Atipicidade das Provas

Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais,


bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste
Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou
a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz.

- A prova não precisa estar prevista em lei


- Prova deve respeitar o contraditório e a ampla defesa
- O fato de existir a possibilidade de prova atípica não pode ser uma exceção às provas
já consideradas nulas ou vetadas por lei.

4. O juiz e a produção da prova


4.1 Direito à prova?

Decorre do direito ao contraditório e ao Devido Processo Legal


Não é um direito absoluto. Sofre limitações de a) forma, b) momento processual, c)
espécie de prova (prova ilícita) (art. 370 do CPC, parágrafo único),

4.2 Produção de prova de ofício e “poderes” instrutórios do juiz

Art. 370 Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte,


determinar as provas necessárias ao julgamento do mérito.

Parágrafo único. O juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as


diligências inúteis ou meramente protelatórias.

Prova de Ofício X Prova requerida pelas partes X Ônus da prova

Art. 373. O ônus da prova incumbe:


I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou
extintivo do direito do autor.

5. Ônus da Prova

5.1. Sistema de distribuição do ônus da prova

a) Sistema Estático: as regras de distribuição são previamente determinadas por lei.

b) Sistema Dinâmico: as regras de distribuição são definidas pelo juiz, analisando o caso
concreto, levando em consideração a capacidade da parte em produzir a prova

-No Brasil:
Sistema Híbrido:
Regras fixas (Art. 373)
+
Inversão da regra legal (atribuir o ônus da prova de modo diverso)
(§1º de Art. 373 do CPC)

5.2. A inversão do ônus da prova

Conceito:

Art. 373, § 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades


da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de
cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de
obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da
prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada,
caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do
ônus que lhe foi atribuído.

a) Inversão convencional (§4º do Art. 373 do CPC)

- Limitações (§3º, do Art. 373 do CPC):


1º. Direito indisponível
2º. Tornar excessivamente à parte o exercício do direito

b) Inversão Legal

-Trata-se de regra legal especial sobre regra geral.

Exemplos:
Art. 12, §3º; Art. 14, §3º; Art. 38 do CDC.

OBS: É correto dizer “inversão”?

c) Inversão Judicial (§1º de Art. 373 do CPC)


Exemplo: Art. 6º, VIII, do CDC

-O problema do momento da inversão judicial do ônus da prova (Art. 357, III, NCPC).

6. Sistema de valoração das provas

a) Ordálias (juízo de Deus)

b) Prova Tarifada (prova legal)

c) Livre convencimento (persuasão íntima)

d) Livre convencimento motivado (persuasão racional)

7. Objeto da prova

Controvérsia: Fato ou alegação do fato?

1º Corrente: O fato é objetivo (existe ou não existe, independentemente de prova) e inatingível.


Só é possível no processo lidar com as alegações das partes a respeito dos fatos. Portanto, são
as alegações os objetos de prova.
2º Corrente: O objeto é o fato. O juiz pode utilizar fatos levantados de ofício, e não
necessariamente alegados pelas partes no processo. Parece ser a escolha do legislador (Art. 374
do CPC).

7.1. Fatos que não dependem de prova

a) Fatos notórios:

b) Fatos confessados*:

c) Fatos não controvertidos:

d) Presunção:
-relativa (iuris tantum) – admite prova em contrário
- absoluta (iuris et de iure) - não admite prova em contrário

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