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Tendências em Educação
Matemática I
Fichamento - Texto 1
Davi Cardoso
Araraquara, 4 de março de 2020
Informações Gerais
Resumo
1 - Introdução
As autoras introduzem seu artigo dando um contexto geral de seus estudos sobre
Resolução de Problemas, que se iniciaram em 1989, citando dois de seus trabalhos, e
assim mostrando o processo de amadurecimento pelo qual passaram até a realização deste
presente artigo.
O primeiro trabalho citado consiste em um artigo intitulado Ensino-Aprendizagem
de Matemática através da Resolução de Problemas (ONUCHIC, 1999) presente no livro
Pesquisa em Educação Matemática: concepções e perspectivas (BICUDO, 1999), onde
fizeram referência ao tratamento de problemas matemáticos ao longo da História da
Matemática, e o segundo trabalho, publicado após a consolidação do Grupo de Trabalho e
Estudos em Resolução de Problemas (GTERP) e a aquisição de novos conhecimentos no
tema, consiste em um artigo intitulado Novas Reflexões sobre Ensino- Aprendizagem de
Matemática através da Resolução de Problemas (ONUCHIC; ALLEVATO, 2004) presente
no livro Educação Matemática – pesquisa em movimento (BICUDO; BORBA, 2004), onde
foi apresentada e discutida uma nova e mais atual possibilidade de abordagem para a
resolução de problemas em sala de aula de Matemática.
2 - Situando Historicamente a Resolução de Problemas
I) Exercı́cio e Prática (aprox. 1920 - 1930): Tinha como foco a facilidade com o
cálculo, e para tal, eram enfatizados a memorização de fatos e algoritmos e a quebra do
trabalho em séries de pequenos passos.
II) Aritmética Significativa (aprox. 1930 - 1950s): Tinha como foco a compreensão
de ideias e habilidades aritméticas e a aplicação da matemática em problemas do mundo
real, e estas seriam atingidas através da aprendizagem incidental, de uma abordagem de
atividades orientadas e enfatizando-se as relações matemáticas.
III) Matemática Moderna (aprox. 1960 - 1970s): Movimento que buscava ensinar
matemática apoiada em estruturas lógica, algébrica, topológica e de ordem, enfatizando a
teoria dos conjuntos. Fadou-se ao fracasso por falta de participação dos pais dos alunos e
por despreparo dos professores, além de um tratamento exageradamente abstrato.
IV) Volta às bases (aprox. 1970s): Tentativa de trazer a aprendizagem de fatos por
exercı́cio e prática à Matemática Moderna. Conseguiu adeptos somente nos EUA e não
causou grandes efeitos.
Com as muitas reformas pelas quais a Educação Matemática passou no século XX, o
GTERP passou a empregar o termo ensino-aprendizagem-avaliação para descrever sua
metodologia de ensino de matemática através da resolução de problemas, por entender
que estes três elementos deveriam ocorrer simultaneamente durante o processo de ensino.
Neste tipo de trabalho, o problema é o ponto de partida e, através de sua resolução, o
aluno, como um participante ativo, analisaria e criaria métodos para solucionar o problema,
assim, gerando novos conceitos e conteúdos e construindo seu conhecimento.
Como são muitas as definições de problemas, trabalhar com resolução de problemas
exige que o professor se atente à seleção destes, que prepare ou escolha o mais adequado ao
conteúdo ou conceito que vai ser ensinado, e que coloque o aluno como principal responsável
pelo seu aprendizado.
Em 1998, buscando ajudar os professores a empregar essa metodologia em suas au-
las, com a participação de 45 professores participantes de um Programa de Educação
Continuada, foi criado um Roteiro de Atividades para o uso dessa metodologia. Porém,
através de pesquisas e experiências desenvolvidas com formação de professores, as autoras
constataram dificuldades envolvendo a realização de algumas etapas descritas no roteiro, e
com isso, criaram um segundo roteiro com novos elementos:
II) Leitura individual: Cada aluno recebe uma cópia do problema e faz a sua leitura.
III) Leitura em conjunto: Formam-se grupos e é feita uma nova leitura do problema,
com o auxı́lio do professor caso seja necessário.
VI) Registro das resoluções na lousa: Representantes dos grupos registram suas
soluções na lousa para que todos os alunos as analisem e discutam.
Surgindo como resposta das ciências matemáticas para a necessidade de uma melhor
compreensão das bases combinatórias da Matemática, a Matemática Discreta começou
a ser trabalhado como uma área separada de estudo nos anos sessenta e, devido às suas
aplicações na ciência computacional e nas áreas de negócios, tem crescido rapidamente nas
últimas décadas, sendo também inserida nos projetos da GTERP.
Para as autoras, assim como recomendado pelo Curriculum and Evaluation Standards
for School Mathematics (NCTM, 1989), é necessário que os alunos aprendam os conceitos
e métodos da matemática discreta, pois este ramo da matemática é muito importante para
a resolução dos problemas que se colocam na atualidade.
Buscando que seus estudos atinjam as salas de aulas, boa parte da produção cientı́fica
dos membros da GTERP narra e analisa situações de intervenção pedagógica realizadas em
sala de aula ou no âmbito da formação de professores. Seus trabalhos envolvem conteúdos
em todos os nı́veis de ensino, gerando diversas possibilidades de pesquisa na educação
matemática.
6 - Considerações finais
Apesar das diversas metodologias de ensino e de toda a publicação cientı́fica em
Educação Matemática, ainda existem queixas sobre o ensino de matemática devido a dados
de pesquisas e avaliações que revelam que os alunos saem da escola incapazes de pensar
matematicamente, mesmo após tantos anos de estudo. Nisso, por meio da metodologia
apresentada no artigo e da citação de alguns dos diversos trabalhos produzidos pelos
membros do GTERP, é possı́vel conhecer o que se tem produzido na linha de Resolução
de Problemas, e assim, incentivar novas práticas e pesquisas na área.
Considerações Pessoais
Ao conhecer um pouco do trabalho dos membros da GTERP e entender como funciona
a Metodologia de Ensino-Aprendizagem de Matemática através da Resolução de Problemas
apresentada pelas autoras, foi possı́vel reconhecer a importância da resolução de problemas
no ensino de matemática e como esta pode ser trabalhada de diversas formas, entendo
assim a sua complexidade.