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Um solo saudável é um ambiente com vida. Ele está cheio de organismos vivos como minhocas,
insetos, ácaros, mamíferos e répteis (que moram no solo), nematoides, bactérias, fungos e outros
microorganismos do solo.
A atividade biológica do solo é uma denominação genérica para a ação dos organismos vivos do
solo, tanto animais quanto vegetais. Esses organismos têm forte influência na gênese e
manutenção da organização dos constituintes do solo, principalmente nos horizontes superficiais.
As raízes das plantas, por exemplo, alteram o pH do solo ao seu redor e, ao morrer e se
decompor, deixam canais. Formigas, cupins e minhocas manipulam, ingerem e excretam material
de solo formando microagregados e construindo poros.
A maioria destes animais e microrganismos são benéficos a seu solo e a suas plantas. Os
fertilizantes químicos pela sua elevada concentração e acidez matam muitos destes organismos
benéficos como as minhocas e as bactérias que fazem com que a matéria orgânica seja
decomposta na forma de húmus.
As plantas formadas no processo orgânico tendem a ser mais saudáveis e mais resistentes à
doença e aos insetos nocivos do que as plantas crescidas com fertilizantes químicos. Por outro
lado, a amônia, incluída na maioria dos fertilizantes químicos pode atrair insetos devido a seu
cheiro. A liberação do excesso de nutrientes solúveis nas plantas, como radicais livres, constituem
fonte de alimentos para as pragas e patógenos.
As frutas e os vegetais orgânicos são muito mais ricos em nutrientes e minerais do que as
plantas crescidas no solo quimicamente fertilizados, uma vez que os adubos orgânicos possuem a
maior parte dos nutrientes essenciais exigidos pelas plantas e sua liberação é lenta no solo
permitindo menor perda e maior aproveitamento.
2. PRINCÍPIOS BÁSICOS
a. Solos arenosos – são leves, soltos; a água, o ar e as raízes penetram com facilidade, porém,
a água se movimenta muito rapidamente, tanto para as camadas mais profundas, até atingir o
lençol freático, como para cima, evaporando para o ar. Como a areia não tem a capacidade da
argila de segurar os nutrientes, estes são levados para as camadas mais profundas, resultando
em solos pobres em nutrientes nas camadas superiores.
b. Solos argilosos – são mais pesados; a água e o ar circulam com dificuldade, oferecem maior
resistência à penetração das raízes; mas, como a argila é capaz de armazenar nutrientes, são
solos mais ricos nas camadas superiores.
Vale aqui uma observação: Os tipo de argila que se forma nas condições de clima tropical e
sub-tropical tem uma capacidade bem menor de reter nutrientes quando comparada com a argila
que se forma em clima temperado, o que quer dizer que os nossos solos são mais pobres que os
solos das regiões temperadas; mas, em compensação, os nossos solos são mais profundos e
oferecem um volume muito maior para as raízes explorarem, desde que não haja nenhum
impedimento para o desenvolvimento delas, como a formação de camadas adensadas, freqüentes
em solos altamente mecanizados – o famoso pé-de-arado.
Conhecer a reação do solo: Os nossos solos tem reação ácida, causada principalmente pela
ação da água da chuva ou irrigação que lava o cálcio e o magnésio do solo, pela retirada de
nutrientes (K, Ca e Mg) do solo pelas raízes das plantas pela remoção através das colheitas e
anteriormente pela utilização de adubos acidificantes. Além da erosão do solo, a acidez do solo
desencadeia sérios efeitos para a planta e sua produtividade. Outro efeito negativo é a presença
de alumínio, elemento tóxico para as plantas que prejudica o crescimento das raízes e aos
baixos teores de cálcio e magnésio do solo, nutrientes essenciais para as plantas. A determinação
da necessidade da correção ou seja a calagem é feita pela análise de solo, que deve ser efetuada
cada 1 a 2 anos. A quantidade empregada de calcário no sistema orgânico não ultrapassa 2,0
toneladas/ha/ano. O mais importante ao fazer os cálculos da calagem é considerar o equilíbrio
dos nutrientes no solo, como a relação Ca/Mg e MG/K, pois afetam todos os processos nutricionais
e de resistência da planta. Como regra geral no sistema orgânico, a calagem deve elevar o pH do
solo a níveis em torno ou pouco superiores a 6 (solos levemente ácidos a neutros). Nesta faixa de
pH não ocorre a toxidez do alumínio e manganês para as plantas, a disponibilidade dos nutrientes
s é mais equilibrada e a atividade dos microorganismos que dão vida ao solo é maior.
Fazer análise do solo: A analise do solo é fundamental para saber as condições do solo
(nutrientes, pH, etc) para que possamos oferecer para a planta condições adequadas para uma boa
produtividade e sanidade. Para retirar as amostras, subdividir a área a ser amostrada em glebas ou
talhões homogêneos quanto à cor do solo, textura (maior ou menor presença de areia), grau de
drenagem, tipo de vegetação ou cultura anterior, declividade, histórico de uso e manejo.
COMO RETIRAR AS AMOSTRAS: As amostragens devem ser feitas coletando-se amostras simples
em 20 pontos ao acaso. Caminhar em ziguezague, em cada gleba ou talhão homogêneo. Misturando-
se bem as amostras simples, obtém-se uma amostra composta, da qual separam-se mais ou menos
300 gramas em saco plástico limpo Estas devem ser colocadas dentro de outro saco plástico, junto
com a etiqueta de identificação da amostra Anexar uma ficha com as informações adicionais que
ajudam na interpretação dos resultados da análise.
Esta teoria é um dos princípios básicos da agricultura orgânica. Destacam-se como autor, o
pesquisador Francis Chaboussou, que publicou em 1980, Les plantes malades des pesticides,
traduzido para o português como "Plantas doentes pelo uso de agrotóxicos”. Esta obra contém a
teoria da trofobiose, que é hoje um dos pilares ou fundamentos da agricultura orgânica para explicar
o comportamento da planta ante ao desequilíbrio nutricional e ao ataque de pragas e patógenos.
Na sua obra, Francis Chaboussou, afirma que a presença de pragas ou patógenos não é a causa
principal das plantas serem atacadas ou doentes, porém o desequilíbrio pelo emprego inadequado
de adubos de alta solubilidade ou dos agrotóxicos, que afetam os seus mecanismos de defesa,
liberando os radicais livres. Ele procura mostrar que uma planta em bom estado nutricional, sem
excessos de nutrientes, torna-se mais resistente ao ataque de pragas e doenças. Outro ponto que
o autor destaca é que o uso de agrotóxicos causa um desequilíbrio nutricional e metabólico à
planta, deixando-a mais vulnerável e causando alterações na qualidade biológica do alimento.
Segundo esta teoria o ser vivo somente sobrevive se encontra alimento adequado disponível
Quando a planta absorve os nutrientes, eles são metabolizados e armazenados na forma de
proteínas, processo denominado de Proteossíntese. As proteínas constituem-se de cadeias
complexas, que os insetos nocivos e os patógenos não conseguem desdobrar, pois alimentam-se
de substâncias simples. Nestas condições, as pragas e patógenos tem baixa disponibilidade de
alimentos, fator desfavorável para o crescimento da sua população
No entanto, no manejo incorreto das plantas, quando são aplicados adubos solúveis ou são
empregados agrotóxicos, este processo é afetado, liberando os nutrientes na forma de açucares,
aminoácidos (radicais livres), que são alimentos disponíveis para os insetos nocivos e patógenos,
favorecendo seu desenvolvimento e ataque nas plantas. Na avaliação correta, a presença destes
agentes danosos são a conseqüência de um manejo incorreto, não a causa principal.
Melhorar a estrutura do solo: Tornamos um solo fértil não com aplicação de adubos químicos
de alta solubilidade, mas melhorando as suas condições, de tal forma que a plantas possa
desenvolver-se e produzir. Não podemos modificar a textura de um solo, como visto acima, no
entanto, existe um outro fator muito mais importante para a fertilidade que é a estrutura do solo,
e ela nós podemos construir, manter ou destruir um solo ideal. O melhor da fertilidade do solo é a
sua estrutura. Ela é mais importante que a textura e a riqueza de nutrientes. As raízes das
Os macroporos permitem a circulação do ar. No interior dos agregados os espaços são bem
menores – os microporos, que são muito importantes para a retenção de água através do efeito
da capilaridade.
Os grumos se formam pela ação cimentante de várias substâncias entre as quais destacamos o
húmus, que é um dos produtos da decomposição da matéria orgânica.
A textura de um solo não pode ser modificada, porém a sua estrutura sim. A estrutura do solo,
consiste na formação de agregados de areia, silte e argila. Este são cimentados pela ação do
humus. Esta estrutura dá condição de macro e microporos, que permitem a presença de ar e
água no solo.
Melhorar com a matéria orgânica: A matéria orgânica presente nos solos é formada por restos
animais e vegetais em diferentes fases de decomposição, decomposição esta realizada pelos
organismos decompositores – a micro e mesovida do solo – fungos, bactérias, minhocas, cupins,
etc. Portanto, a matéria orgânica é o alimento da vida do solo e como ela está em constante
decomposição, nós precisamos também repô-la com freqüência.
Durante a decomposição são liberados nutrientes, água e gás carbônico, e são formadas outras
substâncias orgânicas entre as quais o húmus, que além de funcionar como cimento na formação
dos agregados de areia-silte-argila, tem também a mesma capacidade da argila de atrair e reter
nutrientes, só que em grau muito mais elevado.
A matéria orgânica tem a capacidade de reter duas a três vezes maior o seu volume a água, que
será fornecido para as plantas e para a vida de toda flora e fauna presente no solo, assim como
manter a sua temperatura em condições adequadas à vida.
As plantas cultivadas em solos adubados com matéria orgânica são mais resistentes às pragas e
às doenças por dois motivos principais: estão nutricionalmente equilibradas porque recebem
todos os nutrientes que necessitam, tanto macro como micronutrientes, sem falta nem excesso; a
atividade biológica produz diversas outras substâncias, inclusive antibióticos, que protegem as
plantas dos microorganismos que causam doenças.
Melhorar com a atuação do humus: O húmus melhora não apenas as propriedades físicas do
solo, através da sua estruturação, mas também melhora as suas propriedades químicas, isto
tanto nos solos arenosos como nos solos argilosos. Mas, nas condições de clima tropical e sub-
tropical, o húmus não é estável, ele não se acumula como nos solos de clima temperado; pelo
contrário, ele continua sendo decomposto em nutrientes, água e gás carbônico, através da
atividade das bactérias do solo, o que resulta na perda da estrutura dos agregados e no
comprometimento da fertilidade, diretamente ligada à essa estrutura.
No sistema orgânico, é recomendado o emprego do humus sempre em complementação com a
aplicação de elevadas quantidades de matéria orgânica, como compostos orgânicos, que
permitem a sobrevida da fauna do solo, como macro e microrganismos.
a) Direto - O elemento participa de algum composto ou de alguma reação, sem os quais a planta
não vive.
b) Indireto - Muitos elementos químicos são indispensáveis à vida vegetal, os elementos não
podem ser substituídos por nenhum outro, sem eles, as plantas não conseguem completar o seu
ciclo de vida.
Macronutrientes primários: N, P, K
Macronutrientes secundários: S, Ca, Mg
Micronutrientes: B, Cl, Cu, Fe, Mn, Mo, Zn
Outros como o sódio, silício e o cobalto são considerados elementos essenciais apenas
para algumas espécies. A separação entre macro e micronutrientes baseia-se apenas na matéria
seca, a qual vai ser refletida nas quantidades exigidas, contidas ou fornecidas, pelo solo, pelo
adubo ou ambos.
NUTRIENTES FUNÇÃO
Nitrogênio Componente do citoplasma, enzimas e
coenzimas. Maior vegetação e perfilhamento.
Aumenta o teor de proteína. Favorece o vigor e
o desenvolvimento das plantas e dos frutos.
Diminui a resistência à secas, geadas, pragas e
moléstias.
Fósforo Armazenamento e fornecimento de energia.
Favorece e acelera o desenvolvimento do
sistema radicular. Aumenta o florescimento e a
frutificação. Ajuda a fixação simbiótica do
nitrogênio.
Potássio Efeito coloidal (promove a hidratação),
armazenamento de energia (fosforilação) açúcar
e amído, fotossíntese e respiração, síntese de
aminoácidos e proteínas, abertura de estômatos,
translocação de carboidratos. Favorece a
formação dos frutos e sua resistência.
c. Equilíbrio na nutrição
A procura por um alimento com maior valor biológico e com propriedades organolépticas
melhores, fez com que surgissem outras formas mais equilibradas de fertilização dos solos que
levam em conta as proporções dos nutrientes no solo e não só os teores totais. No sistema
orgânico deve-se fazer constantemente a análise do solo e foliar, quantas vezes forem
necessárias, para que os teores dos nutrientes esteja enquadrados em níveis adequados,
mantendo assim o equilíbrio e saúde da planta. No plantio, quando forem incorporados adubos
verdes, estercos e compostos orgânicos, é geralmente recomendada a análise foliar para justificar
a aplicação em cobertura de adubos orgânicos de cobertura.
Sabe-se que o cálcio e o magnésio têm uma estreita relação com a absorção do potássio e,
conseqüentemente, com o ataque de pragas e doenças. Da mesma forma, o enxofre com o
nitrogênio, o boro com o cálcio e o potássio, o zinco com o fósforo, entre outras relações que,
direta ou indiretamente, afetam a produção e a sanidade das culturas e criações.
Nesse novo enfoque se diz equilíbrio de bases do solo e não calagem, onde os diferentes tipos de
calcário serão utilizados com mais critério e não apenas o econômico. A Tabela abaixo apresenta
os níveis e relações considerados ideais para os nutrientes no solo.
orgânicos e verdes, os microrganismos passam pôr um período de ajuste, até atingir o equilíbrio
do solo.
Tabela: Proporção, teores e relações entre nutrientes do solo para a agricultura orgânica.
NUTRIENTES NÍVEIS ADEQUADOS NO OBSERVAÇÃO
SOLO
Abaixo de 2,5 % os microrganismos do solo
Matéria Orgânica Elevar para 5% não encontram alimento para sua sobrevida.
· Cálcio: 70 a 85 % A matéria orgânica no solo, favorece a troca
% Capacidade de · Magnésio: 12 a 18% catiônica. Além disso, poderemos ativar a
Troca Catiônica · Potássio: 3 a 5% vida e as raízes, com maior disponibilidade
(CTC) · Hidrogênio: menos de 5%. dos nutrientes para as plantas.
O pH elevado torna indisponível os
pH ideal 5,8 a 6,8 micronutrientes. O pH ideal está em torno de
6,0
Relações · Cálcio/Magnésio: 5:1 a 7:1 O cálcio na agricultura orgânica tem maior
· Magnésio/Potássio: 2:1 importância como nutriente.
· Solos leves: 3,5%
Potássio · Solos médios 3,0%
· Solos pesados 3,0%
Fósforo Mínimo 25 ppm, com 3% M.O. Relação fósforo disponível/fixado: 1/2
Ideal: 50 ppm solúvel
Enxofre 25 ppm Relação S: ideal 1:10
· Zinco (Zn): 5 ppm Os micronutrientes molibdênio, cobalto,
· Manganês (Mn): 20 ppm silício, selênio, cloro: podem ser fornecidos
Micronutrientes · Ferro (Fe): 20 ppm ao solo através de pós de rochas
· Cobre (Cu) 2 ppm magmáticas.Devem ser fornecidos em dose
· Boro (B): 2 ppm homeopáticas ao solo.
Para determinar quantidade dos nutrientes a ser aplicado, principalmente o nitrogênio deve ser
considerando vários fatores: a fertilidade do solo, o teor de matéria orgânica, a época do cultivo
(condições climáticas: temperatura e umidade) e o estado sanitário.
Não somente os adubos químicos solúveis disponiblizam aminoácidos, como adubos orgânicos
com baixa relação C/N, como esterco de galinha ou de suínos, húmus de minhoca,
biofertilizantes, entre outros. Por estas razões, devem ser feitas a análise do solo, análise foliar e
solicitada a orientação agronômica.
Geralmente são aplicados no sulco ou cova de plantio adubos orgânicos determinados pela análise
do solo, enquanto que aplicações com adubos de coberturas poderão ser feitos somente com a
Para a aplicação de adubos orgânicos, deve ser feita a análise do solo para que seja feita a
recomendação da dosagem. Por exemplo, na aplicação de composto orgânico ( com 2% N; 1,9%
P ; 1,5% K20 e C/n= 18/1) em cova de fruteira, para solos fracos, a sugestão é de 3 a 5 kg/cova;
solos médios 3 kg/cova e solos ricos 2 a 3 kg/cova.
Para uma boa disponibilidade de matéria orgânica para as plantas, a análise do solo deve
apresentar um teor entorno de 5% de M.O.
a. FÓSFORO
As quantidades a serem aplicadas dependem dos teores de fósforo do solo, determinados pela
análise do solo, da produtividade esperada e o tipo de cultura. A análise do solo e foliar,
considerando a produtividade da cultura, são dados importantes para a determinação da
quantidade a ser aplicada.
Há quatro grupo de culturas, com exigências crescentes de maior disponibilidade de fósforo, com
diferentes teores médios: florestais (6-8), perenes (13-30), anuais (16-40) e hortaliças (26-60).
Deve ser considerado que os solos apresentam um acúmulo resídual de fósforo, pelas aplicações
sucessivas de fósfato. De outro lado, geralmente a exportação de fósforo através da planta é
geralmente muito pequena. Por exemplo para produzir 20-24 t/há de pêssegos, uma planta
exporta apenas 5,1 kg de fósforo.
O fósforo disponível no solo para as plantas pode variar e ser bem maior que o apresentado pelo
laboratório de análise, pois dependendo das condições biológicas, o fungo Aspergillus niger tem
capacidade extratora de fósforo de solo, 30 vezes superior aos ácidos extratores usados nos
laboratórios.
As principais fontes de fósforo para o cultivo orgânico são: Fosfatos naturais ( 24% P205),
Farinha de ossos, Termofosfatos ( 17 %) e Hiperfosfato em pó (30%), sendo este último de alta
reatividade. As fontes solúveis, como supersimples e supertriplo não podem ser utilizadas no
sistema orgânico.
b. POTÁSSIO
As principais fontes de potássio são: Fontes naturais: cinzas vegetais, resíduos (cascas de
café), culturas recicladoras de potássio (aveia preta), granito, basalto,etc. Sulfato de potássio
(tolerado), caso as outras fontes não supram as necessidades.
As fonte solúveis, como cloreto de potássio não podem ser utilizadas no sistema orgânico. O
sulfato de potássio poderá ser utilizado no sistema orgânico, caso haja necessidade, sob
autorização da certificadora orgânica.
c. NITROGÊNIO
O nitrogênio é para a maioria das culturas, o nutriente de maior requerimento pelas plantas, com
uma exigência em torno de 10 vezes o fósforo e 1,5 vez o potássio.
Na agricultura orgânica recomenda-se que o solo forneça os nutrientes, principalmente o
nitrogênio, de forma bastante lenta, de acôrdo com a necessidade da planta, para que não haja
excesso e desequilíbrio de nutrientes e queda na sua resistência fitossanitária. O solo deve estar
provido de nutrientes orgânicos de forma suficiente a sustentar as plantas.
Podem ser utilizados compostos orgânicos, tortas, humus e outros adubos orgânicos, com
bastante critério. As necessidades das plantas também poderão ser supridas pela ação das
bactérias Rhizobium das leguminosas e demais microorganismos do solo fixadores de nitrogênio
do ar e mineralizadores da matéria orgânica.
FONTE NITROGENADA MINERAL: Na agricultura orgânica não são aceitas as fontes sintéticas
de nitrogênio, como o sulfato de amônia, nitrato de potássio, nitrato de amônia e a uréia. A
razão é devido aos prejuízos às condições químicas e biológicas do solo e afetar os processos de
absorção e metabolismos das plantas.
As fontes amoniacais acidificam o solo, uma vez que no processo de absorção de NH4+ pela raiz
ocorre liberação de H+ para a solução do solo, abaixando o pH.
Segundo Malavolta (1989), para cada 1.000 kg de uréia ou sulfato de amônio são necessários 840
e 996 kg de calcário, respectivamente, para neutralizar a acidez gerada por estas fontes.
Do outro lado, as fontes amoniacais (NH4+), exigem uma metabolização muito rápida por parte
da planta para evitar excesso de aminoácidos livres na seiva e gastam mais energia (fósforo) que
as formas nítricas (NO3-), como o nitrato de cálcio, salitre do chile.
Os amoniacais na seiva deslocam os cátions K,Ca e Mg, reduzindo o processo metabólico da
planta, com abaixamento do teor de fenóis em 40%, que possuem características fungiostáticos.
Análise do solo: Meio importante para a determinação dos teores de cálcio, magnésio
e potássio no solo e sua correção. Ela deve ser realizada anualmente para áreas de cultivo
intensivo e cada dois anos para culturas perenes.
Exigências das plantas, quanto aos nutrientes: Cada espécie vegetal, por sua
origem tem exigências nutricionais (retiram do solo quantidades distintas de nutrientes) e
condições de solo (saturação em base, pH, teores de enxofre, etc), que devem ser levados
em conta na adubação.
Período de maior demanda de cada nutriente: Há períodos que eles estão menos
disponíveis no solo, como exemplo o N e K no período seco ou de estiagens. Uma parte do
nitrogênio/potássio e o total de fósforo são sempre aplicados no plantio, para favorecer
uma boa germinação e formação do sistema radicular. Outra parte do nitrogênio/potássio,
são aplicados em cobertura, na fase de crescimento das plantas, para favorecer a fase final
de frutificação e produção.
Para a determinação da adubação orgânica, deve-se obter os teores dos nutrientes presentes no
adubo orgânico sólido, que é dado com base na matéria seca, o teor de matéria seca ou matéria
orgânica e o índice de conversão da forma orgânica para a forma mineral (Tabela).
Com estes dados pode-se calcular, dentro de um raciocínio lógico, a quantidade de fertilizante a
ser aplicada.
X = ________A_________
B ÷100 x C÷100 x D÷100
Sendo:
Para o caso dos fertilizantes orgânicos líquidos (chorume e vinhaça), a fórmula passa a ser
a seguinte:
X= ______A_____
C´ x D ÷100
Onde:
Tabela 3 : Índices de conversão dos nutrientes aplicados na forma orgânica para a forma
mineral, em cultivos sucessivos, considerando a incorporação de fertilizantes orgânicos no solo.
Observação: A conversão dos nutrientes corresponde a um tempo de cultivo de 100 a 150 dias
de um cultivo anual ou ao período de máxima exigência de lavouras perenes. O tempo de
liberação dos nutrientes ocorre no período para materiais com a relação C/N abaixo de 25.
TEXTO DE LEITURA
Composto orgânico;
Vermicomposto;
Restos orgânicos;
Esterco: sólido ou líquido;
Restos de cultura;
Adubação verde;
Biofertilizantes;
Fezes humanas, somente quando compostadas
na unidade de produção e não empregadas no cultivo de
olerícolas;
Microorganismos benéficos ou enzimas, desde que
não sejam OGM/transgênicos; e
Outros resíduos orgânicos.
Vermicomposto;
Esterco composto ou esterco líquido;
Biomassa vegetal;
Resíduos industriais, chifres, sangue, pó de osso, pêlos e penas, tortas,
vinhaça e semelhantes, como complementos da adubação
Algas e derivados, e outros produtos de origem marinha;
Peixes e derivados;
Pó de serra, cascas e derivados, sem contaminação por conservantes;
Microorganismos, aminoácidos e enzimas, desde que não sejam OGM/
transgênicos;
Cinzas e carvões vegetais
Pó de rocha;
Biofertilizantes;
Argilas ou ainda vermiculita;
Compostagem urbana, quando oriunda de coleta seletiva e
comprovadamente livre de substâncias tóxicas.
6. BIBLIOGRAFIA
FREITAS, ESCOLÁSTICA R. - Curso Regional em Agricultura Ecológica - Pindamonangaba-
abril/1999.
PENTEADO, SILVIO R. – Introdução à Agricultura Orgânica-. Campinas SP. Edit.
Grafimagem (out/2000) 115 p.
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