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LICENÇAS

URBANÍST ICAS E PLANEJAMENT O URBANO – JOSÉ MARCELO COST A

AULA1 - PLANEJAMENT O URBANO: EVOLUÇÃO NORMAT IVA

1. EVOLUÇÃO HIST ÓRICA


1.1 AT É OS ANOS 8 0

• Art. 113 da C o nstituiçã o de 1934 (interesse so cia l da pro prieda de);


• Decreto -Lei nº 3.365/1941 (desa pro pria çã o po r utilida de pública );
• Lei Federa l nº 4.132/1962 (Desa pro pria çã o po r interesse so cia l);
• Lei Federa l nº 6.766/1979 (Pa rcela m ento do So lo Urba no - Lei Lehm a nn).

OBSERVAÇÃO: C arta de Atenas de 1933 e da Nova C arta de Atenas 1998.

É interessante ter conhecim ento sobre a C arta de Atenas, a fim de dem onstrar

erudição em um a eventual prova subjetiva, dem onstrando um conhecim ento para

além da norm a, o que gera um diferencial na correção.

No século XIX, havia o cham ado de Estado de Polícia, o Estado praticam ente não

regulava nada. Houve um a m anifestação do Papa Leo XIII em um a encíclica rerum

novarum, que dizia que é preciso dar um a destinação social. Essa encíclica foi um a

carta de intenções sociais à população, o que gerou duas C onstituições: a do México e

Alem anha, que trataram desses cham ados inícios de direitos de que a propriedade não

poderia ser exclusiva e tem um com ponente voltado ao coletivo.

Assim , em 1933, há um a reunião de técnicos, arquitetos, sobretudo pessoas que

entendiam sobre cidades, em Atenas, com a finalidade de discutir o crescim ento das

cidades e os problem as, em razão do inchaço populacional, e que seriam necessárias

soluções, visto que as pessoas precisavam se transportar, residir, ter lazer e trabalhar,

dentro desse equipam ento cham ado m áquina de viver, que era a cidade.

A C arta de Atenas não era um tratado internacional, m as um a soft law, isto é, lei

sem efeito cogente. Apesar de não ser obrigatória, é um ajuntam ento de ideias de

com o os países devem seguir; ganha um a força norm ativa, m as não necessariam ente

um a força cogente.

Essa C arta de Atenas influenciou tam bém o Direito Brasileiro, visto que o Estatuto

das C idades traz as quatro regras no art. 2º. Portanto, ao responder questões subjetivas,

deve ser lançada a ideia de que a carta de Atenas foi um m arco de com o esse m undo

ocidental pretende direcionar as cidades, e os seus planejam entos.

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Licen ças U rban íst icas e Plan ejam en t o U rban o – José M arcelo Cost a
Au la1 - Plan ejam en t o U rban o: Evolu ção N orm at iva

A prim eira C onstituição brasileira que lança a propriedade com o interesse social

é a de 1934.

O Decreto-Lei nº 3.365 de 1941 ainda está em vigor. Trata-se de um instrum ento

im portantíssim o de planejam ento, visto que o Poder Público precisa ter força, caso o

particular não pretenda deixar um certo im óvel que é necessário à adm inistração para

im plem entar um a política pública.

EXEMPLO: Um a rodovia, unidade de tratam ento de esgoto, criação de conjunto

habitacional ou presídio. Se o particular não cede, não vende; o poder público estaria à

m ercê de um a vontade privada e não coletiva.

Há, ainda, um a desapropriação por interesse social, que se diferencia da

desapropriação por interesse público, visto que esta tem com o característica um

processo de urbanização que se volta ao funcionam ento da cidade, e a por

desapropriação interesse social tem foco social, para fins de regularização fundiária,

cooperativa agrícola, para m anter um espaço am bientalm ente preservado, etc.

A Lei do Parcelam ento do Solo Urbano em ergiu em 1979, m om ento em que as

cidades brasileiras passam a crescer e ganham um a dim ensão, e o fluxo de pessoas

vindo do cam po para a cidade dem anda m oradia, havendo a necessidade de

urbanizar espaços que estão nos lim ites das cidades. Essa lei, portanto, tem o intuito de

dizer com o tais glebas devem ser parceladas para fins de atendim ento dessa

população que chega e precisa crescer. Trata-se, portanto, de um a intervenção do

Estado nesse período anterior, para dizer que se deseja lotear um a gleba, a fim de que

ela seja utilizada pela população, devendo ser seguidas as norm atizações específicas.

Há, ainda, um protocolo norm ativo para esses loteam entos, controlado pelo poder

público.

1.2 CONST IT UIÇÃO DE 198 8

• a rt. 21, XX: diretrizes pa ra desenvo lvim ento urba no ;


• a rt. 24, I: direito urba nístico (co m petência co nco rrente);
• a rt. 25, §3º: regiõ es m etro po lita na s, a glo m era çõ es urba na s e m icro rregiõ es (Lei
C o m plem enta r Esta dua l);
• a rt. 30, VII: o rdena m ento territo ria l, m edia nte pla neja m ento e co ntro le do uso ,
pa rcela m ento e o cupa çã o do so lo urba no ;

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O s dispositivos acim a m encionados tratam de com petências, seja a

com petência adm inistrativa ou legislativa, isto é, a União tem com petência para dar

diretrizes sobre o desenvolvim ento urbano.

• a rt. 5º, XXIII, e a rt. 170, III: funçã o so cia l da pro prieda de;
• a rt. 182 e 183: po lítica pa ra o desenvo lvim ento e funçã o so cia l da cida de.

O s arts. 182 e 183 são a m atriz, a base constitucional para a disciplina de Direito

Urbanístico.

1.3 LEGISLAÇÃO FEDERAL

São norm as gerais.

• Lei nº 10.257/2001 (Esta tuto da s C ida des);


• Lei nº 11.017/2005 (C o nsó rcio s Público s);

Essa lei é im portante para a solução consensual, entre m unicípios.

• Lei nº 13.089/2015 (Esta tuto da Metró po le);

Trata-se de um protocolo norm ativo para dizer que é necessário reconhecer a

m etrópole. O corre que, quando os lim ites rurais entre um a cidade e outra deixam de

existir, os m unicípios entram em conurbação e, assim , ocorrerão problem as ou a busca

de soluções devem ser conjuntas e consensuais.

EXEMPLO: Saneam ento básico.

Que m f ar á e s s a c apt aç ão e s o luc io nar á o pr o ble ma?

A solução está no estatuto da m etrópole.

• Lei nº 13.465/2017 (Regula riza çã o Fundiá ria ).

C ria os instrum entos de regulação para ajustar os vícios que foram ocorrendo e

gerando problem as ao Município, ao Estado e à União.

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