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Manual de Formação
Movimentação Manual Cargas

“A forma mais segura de evitar as lesões resultantes da elevação de


cargas é eliminar a necessidade de as realizar.”

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1. Introdução

A Directiva 90/269/CEE estabelece as prescrições mínimas de segurança e de saúde

respeitantes à movimentação manual de cargas que comportem riscos,

nomeadamente dorso-lombares, para os trabalhadores. Foi transcrita para o direito

português, através do DL 330/93 de 25 de Setembro.

A “movimentação manual de cargas” pode ser

definida como sendo: qualquer operação de

transporte ou sustentação de uma carga que, devido

às suas características ou a condições ergonómicas

desfavoráveis, comporte riscos para a segurança e

saúde dos trabalhadores.

A movimentação manual de cargas está

intrinsecamente associada a todos os sectores de

actividade (desde as PME às grandes empresas) no

entanto, há alguns onde assume um papel de destaque, como por exemplo:

armazenamento, metalomecânica, indústria têxtil, construção civil, etc.

A movimentação manual de cargas pressupõe a utilização do corpo do trabalhador

como próprio “instrumento” de trabalho.

A movimentação manual de cargas é uma actividade susceptível de envolver vários

riscos não só adjacentes ao trabalho físico desenvolvido pelo trabalhador para

movimentar as cargas, mas também relacionados com a própria composição dessas

mesmas cargas – muitas vezes constituídas por diversificados materiais, nem sempre

completamente inócuos.

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Em termos biomecânicos, no processo de movimentação de cargas, o peso dos

segmentos corporais juntamente com a carga transportada correspondem à resistência

e a força muscular exercida para realizar o trabalho corresponde à força de potência.

Os trabalhos de transporte manual impõem a existência de uma carga estática a

diversos músculos das goteiras verticais.

Desta forma, os vasos sanguíneos são comprimidos em consequência da contracção dos

músculos, pelo que, o fluxo sanguíneo fica reduzido, com a correspondente falta de

oxigénio para a combustão do açúcar muscular.

Acontece, também, que na contracção muscular repetida ou duradoura a evacuação

de produtos ácidos do metabolismo, faz-se devido à compressão quase permanente

dos vasos, com alguma dificuldade. Esta dificuldade traduz-se posteriormente no

aparecimento da sensação de fadiga. Esta, por sua vez, pode desencadear uma

redução nos reflexos dos trabalhadores, o que pode estar na origem de alguns

acidentes ou incidentes.

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O transporte manual de cargas é uma das formas de trabalho mais antigas e comuns,

sendo responsável por um grande número de lesões e acidentes do trabalho (segundo

a Organização Internacional do Trabalho, a movimentação manual de cargas é

responsável por cerca de 20 a 25% dos acidentes de trabalho). Estas lesões, em sua

grande maioria, afectam a coluna vertebral, mas também podem causar outros

problemas como hérnias.

A manipulação de cargas, em especial o levantamento de cargas, deve ser

considerado trabalho pesado. Mesmo que geralmente, o consumo de energia e a

frequência do pulso não aumentem significativamente, a carga de que as costas são

alvo, é frequentemente tão elevada, que podem surgir complicações patológicas

futuras. O principal problema da manipulação de cargas, não é tanto as exigências dos

músculos, mas sim o desgaste dos discos intervertebrais.

Em Portugal, esta temática é legislada principalmente pela Lei 113/99 de 3 de Agosto e

pelo Decreto-Lei 330/ 93 de 25 de Setembro, que referem as prescrições mínimas de

segurança e saúde na movimentação manual de cargas, transpondo a directiva n.º

90/269/CEE, e ainda pelo Decreto do Governo n.º 17/84 de 4 de Abril, o qual

determina o peso máximo de cargas a transportar por um só trabalhador.

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2. Definições

Podemos definir movimentação manual de cargas por, qualquer operação de

movimentação ou deslocamento voluntário de cargas que inclua as operações

fundamentais de elevação, transporte e descarga, realizadas por um só indivíduo ou

mais indivíduos.

Por transporte de cargas podemos entender um deslocamento de uma carga num

plano horizontal.

Por levantamento de carga um deslocamento vertical de uma carga.

Movimentação de cargas é um deslocamento de uma carga de um ponto para

outro, qualquer que seja a altura a que se inicie e finalize o transporte.

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3. Causas de acidentes

Cerca de 25% de todas as lesões que ocorrem na indústria estão directamente

relacionadas com o levantamento, transporte e deslocação de materiais.

Dores nas costas, hérnias, lesões nos pés e mãos são consequências normais dos

levantamentos que estão para além da capacidade física dos trabalhadores ou ainda

da aplicação de métodos de trabalho impróprios.

A movimentação manual de cargas é responsável, em muitos casos, pela aparição

precoce de fadiga física, assim como lesões, que se podem declarar de uma forma

imediata ou pela acumulação de pequenos traumatismos, aparentemente sem

importância. Este tipo de lesões tanto pode acontecer com quem exerce esta

actividade regularmente como com quem só a exerce ocasionalmente.

As lesões mais comuns são: contusões, cortes, feridas, fracturas, lesões músculo -

esqueléticas. Estas lesões podem aparecer em qualquer parte do corpo, sendo mais

comuns ocorrerem nos membros superiores, na coluna e na zona dorso lombar.

Por norma, os acidentes decorrem deste tipo de operações,

devido a movimentos incorrectos ou esforços físicos

exagerados. Pois é usual realizarem-se grande distâncias

de elevação, de abaixamento e transporte, assim como

usufruir-se de poucos e curtos períodos de repouso. Ao

mesmo tempo movimenta-se grandes e volumosas cargas.

Todos estas atitudes incorrectas, levam a que ocorram lesões, e quem “paga” a factura

mais elevada é o próprio trabalhador.

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3.1. Podem surgir ainda os seguintes problemas ou

complicações:

⇒ Aumento do número de acidentes e incidentes;

⇒ Aumento do absentismo;

⇒ Elevada incidência de traumatismos músculo-esqueléticos;

⇒ Aparecimento de patologias, nomeadamente:

♦ Hérnias discais – uma hérnia discal consiste numa ruptura parcial do


disco intervertebral (a substância mole do seu interior escapa-se através

de uma área débil da camada exterior, que é dura), para fora do

espaço entre as vértebras, podendo assim exercer um efeito de

compressão sobre as raízes nervosas adjacentes, provocando dor.

Geralmente, as hérnias discais surgem na zona inferior das costas (coluna

lombar) e costumam afectar somente uma perna. As hérnias discais na

zona lombar costumam também provocar debilidade nas pernas e, por

isso, a pessoa pode ter muita dificuldade em levantar a parte anterior

do pé (pé pendente). Uma hérnia discal de grande dimensão localizada

no centro da coluna costuma afectar os nervos que controlam a função

intestinal e da bexiga urinária, alterando a capacidade de defecar ou

de urinar.

♦ Lumbagos - situação dolorosa da região lombar ocorrida após um


esforço brusco. É muitas vezes considerada como a consequência do

deslocamento do núcleo do disco inter-vertebral. Trata-se do segundo

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estádio de gravidade: à lombalgia junta-se uma noção de esforço

deslocante assim como uma noção de blocagem lombar,

desencadeando uma atitude anti-dor (geralmente uma inclinação para

a frente).

♦ Ciática – regra geral, a dor ciática é caracterizada pelo facto de ser


muito intensa. Está situada ao longo do trajecto do nervo ciático e suas

ramificações. Encontra-se portanto, por trás da coxa, depois atrás da

rótula ou sobre o seu lado externo. A sua origem está na agressão do

nervo ciático, geralmente por uma hérnia do disco intervertebral, quer

entre a 4ª e a 5ª vértebras lombares, quer entre a 5ª lombar e a 1ª

vértebra sagrada.

♦ Distracção e fadiga que podem desencadear vários erros. Isto acontece


especialmente quando para além da incumbência de movimentação

manual de cargas os trabalhadores também são solicitados para

realizarem operações de comando de máquinas;

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4. Identificação e avaliação dos riscos

Quando realizamos a movimentação manual de cargas, temos várias situações

potenciais de risco, nomeadamente:

 A queda de objectos sobre os pés;

 Ferimentos causados por marcha sobre, choque contra, ou pancadas

por objectos penetrantes;

 Sobre-esforços ou movimentos incorrectos, dos quais podem resultar

hérnias discais, rotura de ligamentos, lesões musculares e das

articulações;

 Choque com objectos;

 Queda de objectos;

 Entalamento;

De igual modo, quando manipulamos cargas com valores superiores aos

recomendados pela Organização Internacional do Trabalho, (ver tabela a seguir),

aumentamos a probabilidade de risco.

Valores recomendados pela OIT (organização Internacional do Trabalho)


HOMENS MULHERES
Idade Peso até Idade Peso até
< 16 anos 15 Kg < 18anos 8 Kg
> 16 a 18 anos 20 Kg > 18 a 21 anos 10 Kg
> 18 40 anos 32 Kg > 21 a 40 anos 23 Kg
> 40 anos 20 Kg > 40 anos 10 Kg

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4.1. Características das cargas

A movimentação manual de cargas pode representar um risco, nomeadamente dorso

- lombar, quando:

 As cargas a transportar são demasiado pesadas ou demasiadamente grandes;

 Quando a carga é muito volumosa ou difícil de agarrar;

 A carga se encontra em equilíbrio instável ou com conteúdo sujeito a

deslocações;

 Está colocada de tal modo que deva ser mantida ou manipulada à distância

do tronco ou com flexão ou torção do tronco;

 Quando a carga é susceptível, devido ao seu aspecto exterior e/ou à sua

consistência, de provocar lesões no trabalhador, nomeadamente em caso de

choque.

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4.2. Esforço físico exigido

O esforço físico pode provocar lesões nomeadamente:

 Quando apenas se pode realizar mediante um movimento de torção do

tronco.

 Quando implica um movimento brusco da carga.

 Quando é efectuado com o corpo em posição instável.

 Quando seja demasiado importante (esforço superior ao que o trabalhador

consegue suportar).

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4.3. Condições de trabalho

As condições de trabalho também podem aumentar o risco, nomeadamente:

 Quando o espaço livre, nomeadamente o vertical, é insuficiente para o correcto

exercício da actividade em causa.

 Quando o pavimento é irregular ou escorregadio para o calçado do

trabalhador, e consequentemente implique riscos de tropeçamento e de queda.

 Sempre que o local ou as condições de trabalho não permitam ao trabalhador

movimentar manualmente as cargas a uma altura segura e/ou usufruir de

uma postura correcta.

 Quando o pavimento tem desníveis que implicam a movimentação manual de

cargas em diversos níveis.

 Quando o pavimento ou o ponto de apoio são instáveis.

 Quando a temperatura, humidade ou circulação do ar são inadequadas.

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4.4. Exigências da actividade

Quando se verifica uma ou mais das seguintes exigências, aumenta-se o nível de risco,

principalmente quando os esforços físicos solicitados, nomeadamente, à coluna

vertebral, são demasiadamente prolongados ou frequentes.

Igualmente quando se verifica um período insuficiente de descanso fisiológico ou de

recuperação;

Quando as distâncias de elevação, abaixamento ou transporte são demasiadamente

grandes;

Ou ainda quando a cadência imposta por um processo não é susceptível de ser

controlado pelo trabalhador.

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5. Deveres da entidade patronal

Tendo como objectivo a prevenção de riscos para a saúde dos trabalhadores, a

entidade patronal deve:

Colocar à disposição dos colaboradores os meios apropriados tendo em vista a

eliminação da necessidade de movimentação manual de cargas pelos trabalhadores.

Quando tal não seja possível, a entidade patronal deverá tomar as medidas de

organização apropriadas, a fim de reduzir o risco incorrido.

A entidade patronal deve ainda velar para que os trabalhadores recebam

informações gerais relativamente ao peso da carga, ao centro de gravidade da mesma

e ao lado mais pesado, assim como avisar quando o conteúdo de uma embalagem

estiver colocado de forma excêntrica (pouco convencional).

Deve igualmente fornecer formação adequada e informações precisas sobre a

movimentação correcta de cargas e os riscos em que incorrem, especialmente se essa

movimentação não for executada de maneira tecnicamente correcta.

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6. Prevenções

Ao logo do tempo concluiu-se que a movimentação manual de cargas é cara e

ineficaz, pois o rendimento útil para operações de levantamento é da ordem de 8 a

10%. De igual modo observou-se que é penosa, pois provoca fadiga intensa e causa

inúmeros acidentes.

Portanto, sempre que possível, deve ser evitada ou minimizada.

Quando numa empresa existe um ou mais trabalhadores responsáveis pela

movimentação manual de cargas, é necessário tomar algumas medidas, no intuito de

salvaguardar a segurança e saúde dos trabalhadores.

Assim sendo, é necessário ter em consideração os seguintes pontos:

Características e tipo de carga que é necessário movimentar / transportar:

⇒ Constituição da carga (material, forma, volume, etc.);

⇒ Localização da carga no contexto do espaço de trabalho;

⇒ Intensidade (peso da carga).

Esforço físico exigido na tarefa:

⇒ Intensidade das forças que é necessário exercer para vencer a resistência que a

carga oferece;

⇒ Tipo de músculos e órgãos envolvidos na manipulação da carga;

Frequência do número de elevações e outros movimentos efectuados.

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Condições físicas dos trabalhadores:

⇒ Sexo;

⇒ Idade;

⇒ Capacidade e condição física no momento;

⇒ Outras características individuais.

Exigências específicas de cada actividade em particular:

⇒ Condições ambientais do local / espaço de trabalho onde é efectuada a

movimentação das cargas;

⇒ Duração e frequência dos ciclos de trabalho;

⇒ Percurso e deslocamentos que os trabalhadores têm de percorrer.

6.1. Exemplos de Procedimentos inadequados

Como já foi referido, a movimentação manual de cargas pode acarretar uma série de

riscos e patologias para os trabalhadores, caso as condições de trabalho não sejam as

mais indicadas. Para que se possa compreender melhor, as situações de perigo e risco

associadas à movimentação manual de cargas, apresentam-se a seguir, alguns

exemplos de más práticas:

⇒ Carga mal equilibrada ou com conteúdo sujeito a oscilações;

⇒ Carga mal posicionada, de tal modo que tenha que ser mantida ou

manipulada a grande distância do tronco ou com flexão / torção do tronco;

⇒ Carga susceptível, devido ao seu aspecto exterior e/ou à sua consistência, de

provocar lesões no trabalhador, nomeadamente em caso de choque ou

balanceamento;

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⇒ Carga demasiado pesada ou demasiado volumosa;

⇒ Carga muito pesada (inadequada às características fisiológicas do

trabalhador) ou difícil de agarrar;

⇒ Inexistência de espaço suficiente para o trabalhador se movimentar

juntamente com a carga;

⇒ Movimentação da carga a alturas desapropriadas ou adoptando posturas

incorrectas;

⇒ Pavimento degradado com desníveis;

⇒ Movimentação de cargas a diversos níveis (ex. ter que transportar cargas entre

diferentes pisos);

⇒ Ponto de apoio instáveis – ex.: existência de tapetes ou carpetes não fixadas ao

chão;

⇒ Condições ambientais desfavoráveis (temperatura, humidade, velocidade do

ar);

⇒ Utilização de calçado desapropriadas ex.: calçado com saltos altos;

⇒ Realização de esforços que solicitem, a coluna vertebral por períodos

demasiadamente prolongados;

⇒ Tempo insuficiente de descanso fisiológico ou de recuperação quando se

realizam tarefas que implicam esforços mais pesados;

⇒ Necessidade de movimentos de abaixamento ou elevação das cargas

demasiado grandes;

⇒ Ritmos de trabalho excessivo sem possibilidade de os trabalhadores efectuarem

pequenas pausas.

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Caso alguma destas regras de más práticas seja identificada, convém que seja alvo de

correcção imediata. A sua continuidade ao longo do tempo pode provocar sérias lesões

nos trabalhadores atingidos, ou ainda, determinados tipos de acidentes ou incidentes.

A correcção das referidas não conformidades deve pautar-se pela correcta aplicação

dos vários princípios ergonómicos a fim de optimizar a compatibilidade entre o

homem, as máquinas e o ambiente físico de trabalho. Isto conseguir-se-á através do

equilíbrio entre as exigências das tarefas, das máquinas e as características anatómicas,

fisiológicas, cognitivas e percepto-motoras do homem.

“É necessário ter sempre em conta que se deve tentar sempre proceder à

adequação do trabalho ao Homem e não do Homem ao Trabalho.”

O conhecimento dos factores de risco é importante, visando a prevenção das

lombalgias.

A seguir, serão referidos alguns factores intrinsecamente relacionados com os

trabalhadores que é necessário ter em consideração, uma vez que podem limitar ou

mesmo impedir a realização de trabalho – movimentação manual de cargas:

 Altura superior a 1,80 m no homem, e 1,70 m na mulher;

 Obesidade;

 gravidez;

 alterações da estática da coluna, nomeadamente as escolioses, as hipercifoses

dorsais e as hiperlordoses lombares. A hipercifose e a hiperlordose são exageros

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das curvas normais da coluna vertebral. As escolioses são desvios laterais da

coluna, e nem sempre são patológicas.

 Malformações da coluna vertebral;

 Traumatismos diverso;

 Trabalhos com máquinas ou utilização de ferramentas susceptíveis de provocar

elevados níveis de vibrações;

 Desportos violentos ou actividades radicais.

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6.2. Ao levantar cargas

No caso de ser estritamente necessário procedermos ao levantamento de cargas, tais

como, caixas, barras, sacos, etc., devemos proceder da seguinte forma:

Devemo-nos baixar colocando um dos joelhos adiantado de maneira a que forme um

ângulo de 90 graus. Os braços devem ficar esticados entre as pernas, para realizarem

o movimento de tracção e não o de elevação da carga em questão. Devemos manter

o dorso (costas) plano e o queixo deve ficar na sua posição normal e não dirigido para

baixo. As pernas devem distar entre si lateralmente (equilíbrio). A carga deve ser

manipulada o mais próximo possível do eixo vertical do corpo.

Deste modo o tronco estará em mínima flexão.

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6.3. Movimentação lateral cargas

Relativamente à movimentação lateral de cargas, técnica que devemos adoptar é a

seguinte:

Devemos colocar os pés em ângulo de 90 graus, tendo em vista minimizar a torção do

tronco. O porte da carga deve ser realizado com os braços rectos (esticados), para

diminuir a tensão nos músculos dos mesmos. Podemos e devemos utilizar o peso do

corpo para servir de contrapeso. Devemos evitar o manuseamento de cargas não

adequadas ao indivíduo, ou seja, que sejam de difícil manuseamento, que pelo seu

volume, forma, peso, etc.

Devemos procurar a técnica adequada em função do tipo de carga.

Não nos devemos curvar para levantar cargas, a coluna deve servir como suporte e

não como “alavanca”. Quando estiver a deslocar um peso, evite rir, espirrar ou tossir.

Não devemos efectuar movimentos de torção. Mantenha a carga na posição mais

próxima do eixo vertical do corpo. Distribua simetricamente a carga. Adopte uma

posição correcta (erecta) de transporte da carga.

Sempre que possível movimente as cargas por rolamento.

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6.4. Transporte de cargas

Sempre que vamos proceder à movimentação de cargas, devemos ter em conta os

seguintes aspectos:

 Os pés devem enquadrar a carga, por uma questão de equilíbrio;

 O dorso deve estar direito e as pernas flectidas;

 Podemos e devemos usar a força das pernas, pois ajudam na elevação;

 Os braços devem suster a carga e não levantá-la;

 Usar o peso do corpo como contrapeso;

 Garantir uma posição correcta das mãos, as mãos devem contactar com

o máximo de superfície possível.

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6.5. Cuidados a ter

Ao realizarmos a movimentação manual de cargas, devemos, a titulo preventivo,

utilizar meios, que podem ser mecânicos ou de outro tipo, que facilitem essa mesma

movimentação, mas mesmo assim devemos ter alguns cuidados:

Podemos utilizar chariots, que iram facilitar o transporte das cargas. Não devemos

transportar em carro de mão cargas que sejam desproporcionais ao próprio carro nem

que impeçam a visão. Devemos manter as zonas de movimentação arrumadas assim

como sinalizar as zonas de passagem perigosas. Convém igualmente utilizar

ferramentas que facilitem e nos protejam no manuseamento das cargas. e tomar

precauções acrescidas aquando da movimentação de cargas longas. Devemos ainda

adoptar uma posição correcta de trabalho, tendo em atenção os seguintes aspectos:

 O centro de gravidade do trabalhador deve estar o mais próximo possível e por

cima do centro de gravidade da carga;

 O equilíbrio de quem movimenta uma carga depende essencialmente da

posição dos pés, que devem enquadrar a carga;

 O trabalhador deve adoptar um posicionamento

correcto, para tal o dorso deve estar direito e as

pernas flectidas;

 Em qualquer acção de elevação, devemos usar a

força das pernas em primeiro lugar;

 Quando vamos trabalhar com os braços, devemos

utiliza-los em tracção simples, ou seja, devem estar

estendidos e suster a carga, não a devem levantar;

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 Devemos usar o peso do corpo para reduzir o esforço das pernas e braços;

 Devemos orientar os pés na direcção em que vamos transportar a carga. Tendo

em vista facilitar o deslocamento com o levantamento.

 Devemos igualmente escolher a direcção de impulso da carga. O impulso pode

ser usado para deslocar ou empilhar uma carga;

 Devemos garantir uma correcta posição das mãos. Principalmente, quando

vamos realizar a manipulação de objectos pesados ou volumosos, devemos usar

a palma das mãos e a base dos dedos. Quanto maior for a superfície de

contacto das mãos com a carga, mais segurança existe.

 Nos casos em que for possível deve-se colocar calços sob as cargas, pois deste

modo facilita-se o seu manuseamento (pegar nas mesmas), assim como, a

colocação de pegas nas cargas.

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6.6. Formas de Automatizar

Sempre que alguma actividade recorra à movimentação de cargas de forma regular,

essa mesma deve ser automatizada.

Essa automatização pode ser realizada com alguns dos equipamentos descritos abaixo,

que todos nós conhecemos:

 Guindastes

 Gruas

 Tapetes rolantes

 Monta cargas

 Elevadores

 Porta - paletes

 Porta-paletes eléctricos

Contudo convêm referir que sempre que se mudam os processos de movimentação de

carga, nomeadamente, quando se trocam os processos manuais para processos

mecânicos, todos os trabalhadores devem ser alvo de formação adequada para que

não venham a sofrer acidentes.

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