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Apostila Hazop
Apostila Hazop
Fluxograma Hazop
CAPÍTULO III
3.1. APRESENTAÇÃO
O estudo de operabilidade e riscos (HazOp) é uma metodologia de Análise de Riscos que foi
desenvolvida para identificar riscos e problemas operacionais em plantas de processos industriais, os
quais, apesar de aparentemente não apresentarem riscos imediatos, podem comprometer a
produtividade e a segurança da planta. Apesar de ter sido desenvolvido originalmente para análise
qualitativa de riscos e problemas operacionais principalmente quando da utilização de novas tecnologias,
onde o conhecimento sobre a operacionalidade das mesmas é escasso ou inexiste, esta técnica tem sido
efetivamente utilizada em qualquer estágio da vida útil de plantas industriais.
A técnica de Análise de Riscos HazOp orienta a realização de um estudo eficiente, detalhado e completo
sobre as variáveis envolvidas no processo. Através da utilização do HazOp, é possível identificar
sistematicamente os caminhos pelos quais os equipamentos que constituem o processo industrial podem
falhar ou serem inadequadamente operados, o que levaria à situações de operação indesejadas.
O HazOp atualmente tem sua maior aplicação em projetos de novas unidades industriais e em
ampliações de unidades já existentes, principalmente devido a algumas imposições legais. Porém, as
instalações industriais em operação, quando não sujeitas à modificações, não tem sido objeto de
aplicação de HazOp ou qualquer outro método sistemático de Análise de Riscos.
Apesar de se tratar de uma técnica desenvolvida na década de 60, pela indústria química ICI, não existe
ainda uma padronização quanto ao seu uso, quanto as formas de apresentação dos resultados obtidos e
sobre como conduzir eficientemente o estudo. Este é um dos fatores que muitas vezes afastam os
analistas desta técnica. Deste modo, o objetivo principal deste capítulo é fundamentar a técnica HazOp.
Além disso, buscamos, também neste capítulo, introduzir o HazOp como um processo de aquisição e
representação do conhecimento sobre um domínio, no caso uma planta industrial, de modo que este
possa ser implementado como base de conhecimentos de uma ferramenta computacional a ser utilizada
em instrução programada, a qual será apresentada nos capítulos seguintes.
Os conceitos e os procedimentos que serão apresentados a seguir baseiam-se, principalmente, no
modelo de HazOp apresentado pela AIChE, em sua publicação Guidelines for Hazard Evaluation
Procedures26, e, em menor proporção, no trabalho de KLETZ34.
" A maior dificuldade encontrada foi formar a equipe e mantê-la estável em sua composição durante todo
o estudo do projeto. A alternância de alguns componentes, assim como a falta de um treinamento prévio
por parte de outros, mostrou-se altamente prejudicial."
Benedito Cardella6
" Quando se descreve a técnica de HazOp, uma das preocupações dos ouvintes se refere ao tempo
gasto na análise, em razão do exame exaustivo de todas as linhas de processo. Verificamos que o
homem-hora utilizado representou 2,5 % do dispensado na elaboração do projeto básico. Consideramos
que este número é baixo, em relação aos benefícios obtidos; situa-se na ordem de grandeza do utilizado
na análise de um único acidente de proporções relativamente sérias que venha a ocorrer na instalação."
Benedito Cardella6
Este processo então continua, selecionando outros parâmetros de processo e combinando-os com as
palavras-guia. Após o término do estudo, à medida que as ações sugeridas sejam executadas e
satisfeitas, passam a integrar os registros do estudo como ações requeridas, as quais serão exigidas
para operação segura da planta.
Tomando como exemplo a ação sugerida para o desvio gerado pela aplicação da quarta palavra-guia ao
parâmetro de processo "fluxo", a qual se trata de: "estabelecer procedimento de checagem da
concentração do ácido fosfórico do tanque de suprimento de ácido após o carregamento do tanque", o
cumprimento desta recomendação resulta no estabelecimento de um procedimento operacional de
checagem da concentração do ácido fosfórico que será integrado, ou mencionado, nos registros do
estudo como uma ação requerida, de forma a se evitar o referido desvio.
Esta complementação do estudo desenvolvido é de vital importância para que os resultados do HazOp
possam ter utilidade para análises futuras ou consultas de suas informações sobre o processo.
A forma mais utilizada de registro das informações decorrentes do estudo de HazOp é em tabelas, como
segue:
" Quando se decidiu aplicar o HazOp ao projeto básico, este já havia sido analisado pelo método
tradicional. Assim mesmo, foram recomendadas 90 modificações no projeto. Mas o HazOp não controla
os riscos apenas através de alterações no projeto. No caso analisado, foram recomendados 110 itens de
procedimento operacional. Houve também seis recomendações especiais sobre itens que merecem
atenção especial no treinamento de pessoal. Além desses resultados, há outros benefícios difíceis de
serem quantificados, como por exemplo o conhecimento que a equipe adquiriu ao efetuar a análise."
Benedito Cardella6