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Resumo—Neste trabalho são apresentadas a modelagem e um controle on/of f acionado de acordo com alteração dos
controle de um sistema de dessalinização por osmose reversa. parâmetros medidos pelo sistema, nas válvulas que regula-
As entradas do sistema são as válvulas de bypass e da água vam, de forma direta, vazão de produção e condutividade
de concentrado. As saı́das do sistema são o fluxo da água
de produto e a pressão de entrada do sistema. O modelo elétrica da água de produto. Em [3], foi aplicado um con-
não linear obtido é linearizado para o ponto de operação trolador preditivo baseado em modelo (MPC) a uma planta
considerado um controlador por alocação de pólos com ação com reversão de fluxo com a finalidade de se determinar
integral é projetado. Resultados preliminares são promissores, as condições operacionais ótimas a fim de evitar golpe de
com bons resultados para rastreamento de referência e rejeição arı́ete. Em [6], foi desenvolvido o modelo OR, a partir
de distúrbios.
Index Terms—Dessalinização, Osmose Reversa, Modelagem de simulações, para analisar e otimizar o mecanismo de
redução e controle de encrustações. Em [7], foi implemen-
tado controlador robusto baseado no modelo apresentado em
I. I NTRODUÇ ÃO [3] em que foram considerados as incertezas, distúrbios e
ruı́dos presentes no processo. Em [8], foram estudadas as
A dessalinização é um processo fı́sico-quı́mico de membranas e construção do modelo de transporte a partir
separação soluto-solvente usado para reduzir a quantidade dos parâmetros nominais do processo.
de sais dissolvidos em água salgada ou salobra para um nı́vel O objetivo desse trabalho consiste nas aplicações de
adequado ao consumo humano, agricultura e de pecuária. linearização da dinâmica do sistema e da técnica de controle
Tal processo tem sido estudado, há algumas décadas, como via realimentação de estados com inserção de ação integral
uma possı́vel solução para o problema de escassez de água por meio de aumentação da planta. A inserção da ação
em algumas regiões do mundo. integral é necessária para que o erro em regime permanente
Os dois principais métodos de dessalinização são seja nulo. Dessa maneira, espera-se obter o controle das
dessalinização por destilação flash de múltiplos estágios saı́das fluxo de água de produto e pressão do sistema.
(MSF) e dessalinização por osmose reversa (OR). Este artigo está organizado da seguinte maneira. A Seção
Atualmente, a OR tem sido bastante discutida como alter- II apresenta os modelos não-linear e linearizado de OR. É
nativa à forte escassez de água doce no Nordeste brasileiro mostrado, na Seção III, a estratégia de controle utilizada.
[1], por apresentar maior eficiência e economia, ter neces- Nas Seções IV e V são dados os resultados e conclusões
sidade de baixa energia e temperatura de operação, design deste trabalho, respectivamente.
modular e baixos custos de produção de água potável [2].
Por esses motivos, o estado do Ceará vem desenvolvendo II. M ODELAGEM DE OR
forte estudo e aprofundamento do assunto, buscando, de
forma efetiva, instalar plantas dessalinizadoras destinadas ao O processo de OR consiste em aplicar uma pressão
fornecimento de água potável para a população do estado dinâmica externa sobre uma solução salina, conhecida
[1]. também como água de alimentação, a fim de que a sua
Em [3], enfatizou-se que o desempenho do processo pressão osmótica seja superada, resultando na separação
de OR depende da concentração de sólidos dissolvidos e solvente-soluto. A pressão aplicada ao processo força a
pressão na água de alimentação, capacidade da membrana passagem da água de alimentação através do conjunto de
em resistir à pressão do sistema e encrustação, rejeição membranas semipermeáveis, retendo a maioria das impure-
do soluto e condições ideais de concentração da água de zas (sais, contaminantes e microrganismos) e permitindo a
produto. passagem de água com baixo teor salino [9].
O trabalho pioneiro em modelagem e controle de um De modo geral, em uma planta de dessalinização há
sistema OR foi apresentado em [4], o qual considerou uma um fluxo de entrada (água de perfil salino) e dois fluxos
planta localizada no laboratório R&D em Doha/Kuwait em de saı́da (concentrado e água de produto). Diferente da
que foi aplicada uma estratégia de controlador PI descen- água de produto, o concentrado consiste em um solução
tralizado nas variáveis de controle fluxo e condutividade com concentração salina fora dos padrões adequados ao
do permeado (água de produto). Em [5], foi implementado consumo.
Alterações sazonais, mensais ou diárias na alimentação são:
das OR afetam consideravelmente a qualidade da água, dvc Ar
Ar ∆π
2
alterando a atuação dos módulos das membranas, levando-os = (vf − vc − vb ) + − 0, 5Rvc vc ,
dt V SKm ρ
a um desempenho sub-ótimo com a diminuição da produção (1)
de água de produto e o aumento de danos permanentes
ao sistema [7]. Dessa forma, técnicas de controle podem
dvb Ar Ar ∆π
ser utilizadas para diminuir o efeito das alterações sazo- = (vf − vc − vb ) + − 0, 5Rvb vb2 ,
nais, fazendo que os parâmetros da planta se mantenham dt V SKm ρ
(2)
nas condições ideais de operação. O modelo do sistema em que V é o volume do sistema, Ar é a área de seção
representa seu comportamento dinâmico e, assim, permite transversal da tubulação utilizada, S é a área de membrana,
o estudo de ajustes, previsão e controle do mesmo. Os Km é o coeficiente global de transferência de massa da
principais tipos de modelagens de OR são fenomenológicos membrana, ρ é a densidade do fluido, vf é a velocidade do
e matemáticos [10]. fluxo da água de alimentação, vb é a velocidade do fluxo
de água de bypass, vc é a velocidade do fluxo da água de
concentrado e vp velocidade do fluxo da água de produto.
A. Modelo Não-linear
O termo ∆π é a pressão osmótica, que pode ser calculado
Um dos modelos RO mais difundidos foi desenvolvido como:
em [3], em que admitiu-se o modelo termodinâmico irre-
versı́vel, fluidos incompressı́veis e volume interno de massa (1 − R) + R (vf − vb )
∆π = Cf βT α + (1 − α) ,
constante. São desprezadas as fricções de contato durante vc
todo o processo. O diagrama esquemático desse modelo está (3)
representado na Fig.1. em que β é a constante que relaciona a concentração efetiva
com a pressão osmótica, α é um coeficiente efetivo de
ponderação da concentração salina, R é a fração de rejeição
salina da membrana, Cf é a concentração da água de
alimentação e T é a temperatura do processo.
O fluxo de água do produto e pressão do sistema são
definidas como:
Arρ
Ps = (vf − vc − vb ) + ∆π. (5)
SKm
O motor DC que aciona a bomba é descrito pelas seguin-
Figura 1. Diagrama esquemático apresentado em [3] tes equações:
Equação diferencial da parte elétrica:
Como pode ser observado na Fig.1, o esquema do sistema dIa VT Ra Ia Km ωm
OR proposto por [3] inclui uma bomba de alta pressão, um = − − . (6)
dt Laa Laa Laa
conjunto de membranas e duas válvulas. A bomba força a
água de alimentação a passar pelo conjunto de membranas Equação diferencial da parte mecânica:
(responsável por reter suas impurezas), tornando-a água de dωm Km Ia TL B m ωm
produto. A válvula de bypass é responsável pelo alı́vio da = − − . (7)
dt J J J
pressão do sistema. A válvula de concentração é responsável .
por rejeitar a água que não permeia, m, pela totalidade do A bomba é modelada pelas seguinte equaçãos:
conjunto de membranas para outros sistemas responsáveis
por recuperação. O tratamento da água de concentrado está ηVT Ia ηVT
Q= = Ia . (8)
fora do escopo deste trabalho. ρgH ρgH
As duas variáveis a serem controladas pelas válvulas de Onde os parâmetros são representados por: Ia a corrente
concentração e de bypass são, respectivamente, fluxo de de armadura (A), VT a atensão da armadura (V ), Ra a
água do produto, Fp (monitorado pelo sensor de fluxo SF), e resistência da armadura (Ω), Laa a indutância de enrola-
a pressão do sistema, Ps (monitorada pelo sensor de pressão mento da armadura (H), Km a constante de torque do rotor
SP). Os sinais de controle representam as resistências das (V.s/rad) e ωm a velocidade angular do rotor (rpm).
válvulas de concentração e de bypass, Rvc e Rvb , respecti- Para a equação (7) também foi utilizado J como momento
vamente. Desta forma, temos sistema multivariável do tipo de inércia (Kg.m), TL como torque da carga (N m) e Bm
TITO (two-input, two-output). como constante (N.m.s).
As equações diferenciais não-lineares que descrevem o Finalmente, para modelagem da bomba na equação (8),
comportamento dinâmico dos fluxos através das válvulas de aplicou-se η constante de eficiência da planta, Q é a vazão
concentração e de bypass, respectivamente, conforme [7], (m/s), ρ é a densidade do fluido (Kg/m), g aceleração
gravitacional padrão (9, 80665m/s) e H é a altura de carga
total que causa o escoamento.
4, 5110 (m/s)
5011, 5
A Tab.I mostra os valores dos parâmetros utilizados nas ẋ = , u=
1, 1230 (m/s) 310, 5837
simulações desse trabalho e são os mesmos utilizados em
1996, 1 (m3 /s)
[3]. e y= .
3, 182 × 106 (P a)
Tabela I Pelo método da linearização dinâmica, [11], é possı́vel
VALORES DOS PAR ÂMETROS DO MODELO escrever um sistema como:
Parâmetros da planta de OR
.
Parâmetro Valor φx(t) = A1 φx(t) + B1 φu(t),
ρ 1000 (kg/m3 ) (10)
VT 105 (V ) φy(t) = C1 φx(t) + D1 φu(t),
Ia 5,2 (A)
Raa 20 (Ω) em que A1 , B1 , C1 e D1 são matrizes que descrevem o
Laa 1,06 (mH) modelo linearizado em espaço de estados e são calculadas
J 1,06×10−6 (kg.m²) como as derivadas parciais explicitadas a seguir:
Bm 3,79×10−3 (N.m.s/rad)
Km 0,52
δf1 δf1
V 0,04 (m3 ) δvc 0 δvb 0 ,
Ar 1, 26 × 10−4 (m3 )
A1 = δf2 δf 2
S 30 (m2 ) δvc
0
δvb
Km 9, 218 × 10−9 (s/m)
Cf 10000 (ppm) δf1 δf1
δRvc δRvb
α 0.5 B1 = 0 0 ,
δf2 δf2
T 25 (◦C )
δRvc δRvb
R 0,993 0 0
β 0.2641 (P a/(ppm × K))
δg1
δg1
vb 1,123 (m/s) δvc δvb
vc 4,511 (m/s) C1 = 0 0 e
δg2 δg2
vf 10 (m/s) δvc δvb
0 0
Ps 3, 154420 × 106 (P a)
Rvc 5000 δg1 δg1
Rvb 310 δRvc δRvb
D1 = 0 0 .
δg2 δg2
δRvc δRvb
0 0
Como esse trabalho considera apenas as equações ma- Sendo n a ordem do sistema, m o número de entradas e
temáticas em operações normais, a inversão das válvulas p o número de saı́das.
não está incluı́da no diagrama de blocos da Fig.1 e nem nas Adaptando as Eqs.(1), (2), (4) e (5) para (9), temos:
Eq.(1), (2),(3), (4) e (5).
B. Linearização do modelo A A ∆π
f1 (x, u) = (vf − vc − vb ) + − 0, 5Rvc vc2 ,
V SKm ρ
Dado um sistema não linear descrito por: (11)
- s
Ke
-
B
s
C
De acordo com a ordem do sistema aumentado, que
depende da matriz de estados Ag , deve-se escolher um
A
vetor p com 4 pólos de malha fechada. O ajuste desses
pólos foi feito levando-se em consideração as caracterı́sticas
K
desejadas para o desempenho da planta pensando-se em uma
operação real. Desta forma, desejou-se obter uma resposta
com velocidade de seguimento de referência satisfatório,
Figura 2. Controle integral para projeto de erro em regime permanente. levando-se em conta o compromisso com os limites reais
de operação dos atuadores da planta. Dessa forma:
Assim, a partir da Fig. 2, obtemos:
p = −9 −11 −10 −20 . (33)
A partir da estratégia de controle apresentada, as matrizes
ẋ = Ax + Bu,
ampliadas Ag , Bg e Cg são dadas por
−4, 8793 −0, 1041 0 0
ẋN = −Cx + r e −0, 0942 −0, 1779 0 0
Ag = 457, 2000 457, 2000 0 0 ,
6
Pressão do Sistema referência e também perturbações. Percebe-se erro de regime
×10
2.008
Modelo linear
nulo, seguimento de referência e rejeição de distúrbios
2.006 Modelo não-linear
Pa (Pascal)
satisfatórios.
2.004
2.002
Fp
2 P1
Rvc
+ 1 + + B2 1 C2
Ke
1.998 - s - +
+
+
+ s
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3
Tempo (segundos) Ps
A2
Rvb P2
K
Figura 3. Modelagem da variável fluxo de água do produto (Fp ) e pressão
dos sistema (Ps ) ) com variação de 1% do valor de referência: comparativo
entre modelo não linear e modelo linearizado.
Figura 6. Arranjo da planta linearizada com os controladores em malha
fechada e inserção das perturbações P1 e P2 .
Fluxo de Água Potável
Litros por hora (L/h)
2000
Modelo linear
Modelo não-linear
2000 2455
1900
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 1000 Saída
2450
Referência 2445
×106 Pressão do Sistema 5 6 7 8 9 10
2.05 0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Modelo linear
Pascal (Pa)
1.95 4.65
4.6
1.9 Saída
4.55
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 Referência
Tempo (segundos) 4.5
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
-2 Rvc
Rvb
-4
é esperada, pois o modelo linear está em um ponto de 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Tempo (segundos)
operação diferente daquele utilizado na linearização.
B. Simulação em malha fechada Figura 7. Resposta ao controlador aplicado à planta. Simulação referente
à saı́da fluxo de água do produto (Fp ).
Na Fig. 6 é apresentado o diagrama em blocos do sistema
em malha fechada com a inserção da lei de controle por
O teste de simulação de malha fechada com a planta não-
linear é apresentado na Fig. 8 e 9. Inicializou-se a simulação
Fluxo de Água Potável com os valores de Rvc e Rvb conforme valores da Tab. I.
Litros por hora(L/h)
2000
Modelo linear
Foram aplicados nas entradas de controle perturbações em 9
1800 Modelo não linear e 12 segundos. Aos 6 segundos de simulação, anterou-se as
1600 entredas de referência para 10% a mais dos valores iniciais.
1400 Percebe-se que o controlador estabilizou a planta e re-
1200
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3
sultou em respostas com alto amortecimento e rejeitou os
×106 Pressão do Sistema disturbios aplicados na planta de forma satisfarória.
2.2
Modelo linear
Pa (Pascal)
2 V. C ONCLUS ÕES
Modelo não linear
1.8
Neste trabalho foi apresentado a modelagem de uma
1.6
planta OR. Através da linearização de sistemas dinâmicos,
1.4
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 obteve-se o modelo linearizado. Alcançou-se êxito ao com-
Tempo (segundos)
parar o modelo não linear ao linearizado, ambos apre-
sentando similaridade e convergência na modelagem. De
Figura 5. Modelagem da variável pressão do sistema (Ps ), com variação
de 100% do valor de referência: comparativo entre modelos não linear e acordo com a metodologia apresentada no artigo, o projeto
linearizado. do controlador via realimentação de estados com inserção
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2013.
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AGRADECIMENTOS
Os autores do trabalho agradecem o apoio financeiro
recebido pelo CNPQ, CAPES e FUNCAP. Como, também,
à Universidade Federal do Ceará pelo apoio.
R EFER ÊNCIAS
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