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ATENDIMENTO A ALGUNS
REQUISITOS DAS NORMAS
REGULAMENTADORAS
NR04, NR05, NR07, NR09, NR10,
NR12, NR13, NR17, NR24 e NR26
PREZADOS INDUSTRIAIS,
DEZEMBRO DE 2013
3
NR.12 - Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos............................. 12 Foram utilizados itens das Normas Regulamentadoras do Ministério
do Trabalho e Emprego - MTE, bem como informações coletadas nas
NR.13 - Caldeiras e Vasos de Pressão.......................................................................... 18
indústrias da região.
NR.17 - Ergonomia............................................................................................................. 20
Trata-se, pois, de uma contribuição do SESI à promoção de uma indústria
NR.24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho.................... 31
mais sustentável no setor calçadista.
NR.26 - Sinalização de Segurança................................................................................ 33
Glossário............................................................................................................................................. 34
4 5
DA ORGANIZAÇÃO 5.9 Serão garantidas aos membros da CIPA condições que não descaracterizem
suas atividades normais na empresa, sendo vedada a transferência para outro
5.6 A CIPA será composta de representantes do empregador e dos empregados, estabelecimento sem a sua anuência, ressalvado o disposto nos parágrafos
de acordo com o dimensionamento previsto no Quadro I da norma NR5, primeiro e segundo do artigo 469, da CLT.
ressalvadas as alterações disciplinadas em atos normativos para setores
econômicos específicos. Comentário: A empresa não pode mudar a atividade do membro da CIPA sem que
este concorde.
5.6.1 Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes, serão por eles
designados. DO TREINAMENTO
Comentário: a empresa indicará seus representantes na CIPA. 5.32 A empresa deverá promover treinamento para os membros da CIPA, titulares
e suplentes, antes da posse.
5.6.2 Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em
escrutínio secreto, do qual participem, independentemente de filiação sindical, 5.32.1 O treinamento de CIPA em primeiro mandato será realizado no prazo
exclusivamente os empregados interessados. máximo de trinta dias, contados a partir da data da posse.
5.6.3 O número de membros titulares e suplentes da CIPA, considerando a ordem 5.32.2 As empresas que não se enquadrem no Quadro I, promoverão anualmente
decrescente de votos recebidos, observará o dimensionamento previsto no treinamento para o designado responsável pelo cumprimento do objetivo desta
Quadro I desta NR, ressalvadas as alterações disciplinadas em atos normativos NR.
de setores econômicos específicos.
5.34 O treinamento terá carga horária de vinte horas, distribuídas em no máximo
5.6.4 Quando o estabelecimento não se enquadrar no Quadro I, a empresa oito horas diárias e será realizado durante o expediente normal da empresa.
designará um responsável pelo cumprimento dos objetivos desta NR, podendo ser
adotados mecanismos de participação dos empregados, através de negociação QUADRO I
coletiva. Dimensionamento de CIPA
Comentário: A empresa deverá designar um empregado para ajudar na prevenção Nº de Empregados Acima de 10.000
*Grupos
0 20 30 51 81 101 121 141 301 501 1001 2501 5001
de acidentes e doenças decorrentes do trabalho. Não é necessário eleição, mas no Estabelecimento
a a a a a a a a a a a a a
para cada grupo
Nº de Membros da de 2.500
o nome pode ser sugerido em acordo coletivo. O empregado designado não tem CIPA
19 29 50 80 100 120 140 300 500 1000 2500 5000 10.000
acrescentar
estabilidade como um membro CIPA eleito. Efetivos 1 1 2 3 3 4 4 4 6 9 9 11 2
C-5
Suplentes 1 1 2 3 3 3 4 5 7 7 9 2
5.7 O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano, permitida C-5ª
Efetivos 1 1 2 2 2 3 3 4 6 7 1
uma reeleição. Suplentes 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1
NR.7 - PROGRAMAS DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL – 9.1.5 Para efeito desta NR, consideram-se riscos ambientais os agentes físicos,
químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de
PCMSO
sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes
de causar danos à saúde do trabalhador.
7.1.1 Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece a obrigatoriedade de ela-
boração e implementação do programa por parte de todos os empregadores e
9.1.5.1 Consideram-se agentes físicos as diversas formas de energia a que pos-
instituições que admitam trabalhadores como empregados, visando à promoção
sam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões anor-
e preservação da saúde.
mais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes,
bem como o infrassom e o ultrassom.
7.4.1 O PCMSO deve incluir, entre outros, a realização obrigatória dos exames
médicos:
9.1.5.2 Consideram-se agentes químicos as substâncias, compostos ou produtos
a) admissional;
que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras,
b) periódico;
fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de
c) de retorno ao trabalho;
exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele
d) de mudança de função;
ou por ingestão.
e) demissional.
9.1.5.3 Consideram-se agentes biológicos as bactérias, fungos, bacilos, parasi-
7.4.4 Para cada exame médico realizado, previsto no item 7.4.1, o médico emitirá
tas, protozoários, vírus, entre outros.
o Atestado de Saúde Ocupacional - ASO, em 2 (duas) vias.
9.3.5.1 Deverão ser adotadas as medidas necessárias suficientes para a elimina-
7.4.4.1 A primeira via do ASO ficará arquivada no local de trabalho do trabalha-
ção, a minimização ou o controle dos riscos ambientais sempre que forem veri-
dor, inclusive frente de trabalho ou canteiro de obras, à disposição da fiscaliza-
ficadas.
ção do trabalho.
9.3.5.2 O estudo, desenvolvimento e implantação de medidas de proteção coleti-
7.4.4.2 A segunda via do ASO será obrigatoriamente entregue ao trabalhador,
va deverá obedecer à seguinte hierarquia:
mediante recibo na primeira via.
a) medidas que eliminam ou reduzam a utilização ou a formação de
agentes prejudiciais à saúde;
NR.9 - PROGRAMAS DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS – PPRA b) medidas que previnam a liberação ou disseminação desses agentes
no ambiente de trabalho;
9.1 Do objeto e campo de aplicação c) medidas que reduzam os níveis ou a concentração desses agentes
no ambiente de trabalho.
9.1.1 Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece a obrigatoriedade da elabo-
ração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que 9.3.5.3 A implantação de medidas de caráter coletivo deverá ser acompanhada
admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos de treinamento dos trabalhadores quanto aos procedimentos que assegurem a
Ambientais - PPRA, visando à preservação da saúde e da integridade dos tra- sua eficiência e de informação sobre as eventuais limitações de proteção que
balhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente ofereçam.
controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir
no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e
dos recursos naturais.
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NR.10 - SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE g) relatório técnico das inspeções atualizadas com recomendações,
cronogramas de adequações, contemplando as alíneas de “a” a “f”.
10.1 - Objetivo e Campo de Aplicação
Comentário: a partir de 75 kW de potência instalada o fornecimento ao consumi-
10.1.1 Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece os requisitos e condições dor se dará pela concessionária de energia elétrica habitualmente em alta ten-
mínimas objetivando a implementação de medidas de controle e sistemas pre- são, com cabine de transformação, posto blindado, transformador montado em
ventivos, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta poste ou de outra forma segundo padronização. Nesta situação as instalações
ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade. se tornam mais complexas, onde devem ser adotados critérios e exigências mais
severas em relação a segurança.
10.2.3 As empresas estão obrigadas a
manter esquemas unifilares atualizados 10.3.4 O projeto deve definir a configuração do esquema de aterramento, a obri-
das instalações elétricas dos seus esta- gatoriedade ou não da interligação entre o condutor neutro e o de proteção e a
belecimentos com as especificações do conexão à terra das partes condutoras não destinadas à condução da eletrici-
sistema de aterramento e demais equipa- dade.
mentos e dispositivos de proteção.
Comentário: O projeto elétrico deve aplicar um esquema de aterramento definido
Comentário: Diagramas Unifilar são a re- de acordo com o que estabelece as normas técnicas.
presentação gráfica dos componentes
elétricos e as suas relações funcionais e 10.4.1 As instalações elétricas devem ser construídas, montadas, operadas, re-
contém apenas os componentes princi- formadas, ampliadas, reparadas e inspecionadas de forma a garantir a seguran-
pais dos circuitos representados por uma ça e a saúde dos trabalhadores e dos usuários, e serem supervisionadas por
linha. profissional autorizado, conforme dispõe esta NR.
10.2.4 Os estabelecimentos com carga ins- Comentário: Este item determina a obrigatoriedade dos tomadores de serviços
talada superior a 75 kW devem constituir elétricos de garantir a segurança e saúde de todos os trabalhadores e usuários
e manter o Prontuário de Instalações Elétricas, contendo, além do disposto no envolvidos nas instalações elétricas. Também torna obrigatória a supervisão de
subitem 10.2.3, no mínimo: um profissional autorizado.
a) conjunto de procedimentos e instruções técnicas e administrativas
de segurança e saúde, implantadas e relacionadas a esta NR e descri- 10.4.4 As instalações elétricas devem ser mantidas em condições seguras de
ção das medidas de controle existentes; funcionamento e seus sistemas de proteção devem ser inspecionados e contro-
b) documentação das inspeções e medições do sistema de proteção lados periodicamente, de acordo com as regulamentações existentes e defini-
contra descargas atmosféricas e aterramentos elétricos; ções de projetos.
c) especificação dos equipamentos de proteção coletiva e individual e
o ferramental, aplicáveis conforme determina esta NR; Comentário: É essencial que as instalações elétricas sejam mantidas em per-
d) documentação comprobatória da qualificação, habilitação, capaci- feito estado de conservação, garantindo especialmente, as condições seguras
tação, autorização dos trabalhadores e dos treinamentos realizados; de funcionamento, de forma a proteger os trabalhadores e usuários dos riscos
e) resultados dos testes de isolação elétrica realizados em equipamen- característicos.
tos de proteção individual e coletiva;
f) certificações dos equipamentos e materiais elétricos em áreas clas-
sificadas;
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NR.12 – SEGURANÇA NO TRABALHO EM MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS 12.38. As zonas de perigo das máquinas e equipamentos devem possuir sistemas
de segurança, caracterizados por proteções fixas, proteções móveis e disposi-
PRINCÍPIOS GERAIS tivos de segurança interligados, que garantam proteção à saúde e à integridade
física dos trabalhadores.
12.1. Esta Norma Regulamentadora e seus anexos definem referências técnicas,
princípios fundamentais e medidas de proteção para garantir a saúde e a integri- 12.47. As transmissões de força e os componentes móveis a elas interligados,
dade física dos trabalhadores e estabelece requisitos mínimos para a prevenção acessíveis ou expostos, devem possuir proteções fixas, ou móveis com dispositi-
de acidentes e doenças do trabalho nas fases de projeto e de utilização de má- vos de intertravamento, que impeçam o acesso por todos os lados.
quinas e equipamentos de todos os tipos.
12.47.1. Quando utilizadas proteções móveis para o enclausuramento de trans-
ARRANJO FÍSICO E INSTALAÇÕES missões de força que possuam inércia, devem ser utilizados dispositivos de in-
tertravamento com bloqueio.
12.6. Nos locais de instalação de máquinas e equipamentos, as áreas de circu-
lação devem ser devidamente demarcadas e em conformidade com as normas
técnicas oficiais.
SISTEMAS DE SEGURANÇA 12.56.1. Os dispositivos de parada de emergência não devem ser utilizados como
dispositivos de partida ou de acionamento.
13.6 Vasos de Pressão - Disposições Gerais 13.8.2 Os instrumentos e controles de vasos de pressão devem ser mantidos
calibrados e em boas condições operacionais.
13.6.1 Vasos de pressão são equipamentos que contêm fluidos sob pressão
interna ou externa. As mangueiras utilizadas nos sistemas pressurizados devem possuir indicação
da pressão máxima de trabalho admissível especificada pelo fabricante.
ATUAL PANORAMA DA INDÚSTRIA CALÇADISTA NA ABORDAGEM DA 17.1. Esta Norma Regulamentadora visa estabelecer parâmetros que permitam
a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos
NR.17 - ERGONOMIA trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e
desempenho eficiente.
Antes de aprofundar nas questões relacionadas às posturas de trabalho ALMOXARIFADO E EXPEDIÇÃO: no setor de almoxarifado e expedição, as
em específico, há que se compreender o processo de fabricação do cal- atividades caracterizam-se por deslocamentos frequentes, o que impli-
çado quanto ao modo de produção predominante, a divisão por setores e ca realizar o trabalho predominantemente na posição em pé, exceto em
as características das atividades. O trabalho na indústria calçadista di- alguns postos de revisão e/ou em postos informatizados, como escrita
vide-se em quatro setores principais, dependendo do porte da empresa. fiscal e de faturista, em que a postura poderá ser sentada (figura 2) ou
Os setores apresentam-se na seguinte sequência no processo, de acordo alternada (figura 1).
com as características de fabricação: almoxarifado, corte, costura (pre-
paração e costura), montagem (montagem e acabamento) e expedição.
Em cada setor são realizadas atividades com características distintas,
embora algumas sejam comuns a todo o processo, o que exige posturas
de trabalho também diferenciadas, de acordo com as atividades.
Figura 1 - Setor de Almoxarifado
Para exemplificar a relação da postura com as características da ativida-
Apesar de ser uma atividade dinâmica e com
de, de acordo com a Nota Técnica – NT 060/2001 do Ministério do Traba-
manipulação de carga ≥4,5kg, a exigência da
lho e Emprego, a postura em pé é justificada quando a tarefa exige des- atividade será em pé. Portanto, de acordo com
locamentos contínuos, manipulação de cargas com peso maior ou igual a a NT 060/2001 do MTE, o posto não necessita de
4,5 kg, alcances amplos frequentes (para cima, para frente ou para baixo), assentos em detrimento desta atividade. Porém,
o setor deverá conter um conjunto de cadeiras
operações frequentes em vários locais de trabalho fisicamente separados adequadas (cadeiras do tipo sala de espera) com
ou aplicação de forças para baixo. fácil acesso, para que os trabalhadores do setor
possam usá-las quando necessitarem.
Assim sendo, ficam evidentes que os fatores que determinam a melhor ora na postura sentada, sendo a postura fator determinante da troca, em-
postura a ser adotada em determinado posto de trabalho são as carac- bora as características da atividade determinem a postura ideal em cada
terísticas da atividade exercida. Portanto, antes de discutir a postura de tarefa (figura 5).
trabalho, há de se caracterizar os componentes da atividade e suas ne-
cessidades.
Figura 4 - Setor de Corte (riscagem)
SETOR DE CORTE: neste setor, a maioria das atividades apresentam gran-
Trabalhadoras em atividade estática sentada e em
de movimentação de membros superiores, assim como a própria configu- pé. Posto sem assento adequado e sem apoio de pés
ração das máquinas requer a postura em pé, especialmente os balancins para que se execute a atividade sentada. Portanto, a
“jacaré” e os balancins ponte. No entanto, existe um grupo de atividades necessidade de cadeira adequada e apoio para os
pés, ajustável, podem ser evidenciados quando a tra-
que pode ser realizada em postura alternada (figura 3 e 4), como as que balhadora utiliza banco alto e faz prévio uso da pra-
têm características de revisão e/ou pequenos ajustes nas peças: colocar teleira inferior da bancada. Para a atividade em pé
zíper manual, cortar e amarrar peça manual, talonar, chanfrar, assim como na bancada, a prateleira inferior substitui o acessório
apoio para os pés ajustável.
as atividades de revisão.
Durante as atividades de trabalho, diversas posturas podem ser adota- SETOR DE MONTAGEM: neste setor, as atividades caracterizam-se pelo
das, no entanto, as posturas comumente utilizadas são sentada ou em pé uso de maquinário e atividades com elementos biomecânicos diversifica-
durante toda a jornada, configurando a postura estática, que é extrema- dos, sendo que ocorre a predominância da postura em pé, em função dos
mente prejudicial à saúde. Portanto a postura estática, seja ela somente alcances e grande movimentação impostos, tanto pela atividade quanto
sentada ou somente em pé, não deve ser mantida durante toda a jornada pela conformação das máquinas.
laboral (Figura 6, pág. 25).
SETOR DE COSTURA: neste setor, que tem inclusas as atividades de pre- Figura 9 - Setor de Montagem (colagem)
paração e costura, as principais características são o envolvimento de Trabalhador em atividade estática sentado, no posto
motricidade fina, acuidade visual e, ainda, quando acionadas, máquinas sem assento adequado, sem bancada e sem espaço
– o acionamento de pedal. Esses aspectos, quando presentes no traba- físico suficiente. Portanto, evidencia-se a necessida-
de de cadeira adequada e bancada quando o mesmo
lho, requerem a postura sentada. No entanto, se o posto de trabalho for faz uso de aparato inadequado para execução da ta-
bem configurado e adaptado, a atividade poderá ser realizada em postura refa de colagem (sentando e apoiando elementos da
alternada (figura 7) – o que é o mais indicado em termos biomecânicos. produção em bancada improvisada).
Figura 10 - Setor de
Montagem
(conformação)
No caso desta atividade está-
tica em pé, com exigência da
força dos membros superio-
res à frente da máquina, não
há exigência da cadeira ade-
Figura 7 - Setor de Costura (preparação) Figura 8 - Setor de Costura quada. Portanto, respaldar-
se com uma cadeira qualquer
O posto do trabalhador é adequado para a atividade No caso da atividade estática sentada à frente da
(seta) ou cadeira adequada
estática em pé ou assentada devido a mesa ajustá- máquina, o item 17.3.3 da norma exige a cadeira ade-
não garante saúde e eficiên-
vel e o assento. Porém, a falta de orientação quanto quada. No entanto, se o posto de trabalho for bem
cia para o trabalhador nesta
a variação da postura sentada para em pé, faz com configurado e adaptado (elevando a bancada, não
atividade.
que as adequações do posto não sejam exploradas necessariamente sendo ajustável), a atividade pode-
pelo trabalhador. Dessa forma, perde-se a eficácia rá ser realizada em postura alternada. Isso, devido a
da norma, mesmo havendo cadeira adequada. um único elemento ajustável, a cadeira. Contudo, não
se pode esquecer do apoio para os pés.
28 29
De acordo com a interpretação do item 17.3.5, deve-se garantir o aces- A postura mais adequada ao trabalhador é aquela que ele escolhe livre-
so a um assento de descanso ou conjunto de cadeiras na área/setor, mente e que pode ser variada ao longo do tempo. A concepção dos postos
principalmente aquele grupo de trabalhadores que são contemplados na de trabalho ou da tarefa deve favorecer a variação de postura, principal-
interpretação da NT 060/2001 do MTE. mente a alternância entre a postura sentada e em pé. O tempo de manu-
tenção de uma postura deve ser o mais breve possível, pois seus efeitos
Um posto de trabalho, mesmo quando bem projetado do ponto de vista nocivos ou não, serão função do tempo durante o qual ela será mantida.
antropométrico, pode se revelar desconfortável se os fatores organiza-
cionais, ambientais e sociais não forem levados em conta (Figura 11). DISCUSSÃO
O item 17.3.3 diz:
Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos seguintes
requisitos mínimos de conforto: ajuste, borda, entre outras.
Figura 11 - Setor de expedição
(embalagem) Logo, a condição para que o item 17.3.3 seja cumprido, está além da aqui-
sição de específicas cadeiras adequadas, ou seja, está no entendimento
Trabalhador em atividade estática, no posto com
assento adequado e bancada adequada, porém, da atividade em questão para o efetivo uso, inclusive.
evidencia-se a falta do uso da cadeira. Uma lacu-
na na organização do trabalho (política da empresa,
O item 17.3.5 diz:
comunicação, orientação, meta etc.). Portanto, deve- Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados de pé, devem ser
se investigar o fato, mesmo que a cadeira adequada colocados assentos para descanso em locais em que possam ser utilizados por
esteja presente no posto adequado. todos os trabalhadores durante as pausas.
Logo, a condição para que o item 17.3.5 seja cumprido, está além de se ter
um conjunto de cadeiras adequadas atendendo ao trabalhador do setor,
e/ou uma cadeira no posto de trabalho, ou seja, está na real condição de
Por fim, ao confrontar as características das atividades realizadas na in- disponibilizá-la ao uso.
dústria calçadista e o que está disposto na Nota Técnica 060/2001, res-
salta-se que a postura de trabalho adotada deve ocorrer em função da ALGUMAS RECOMENDAÇÕES
atividade desenvolvida, das exigências da tarefa (visuais, emprego de for-
ças, precisão dos movimentos etc.), dos espaços de trabalho, da ligação • De acordo com os especialistas da área da ergonomia e da Nota Técni-
do trabalhador com máquinas e equipamentos de trabalho, por exemplo, o ca 060/2001do MTE, a postura mais adequada ao trabalhador é aquela
acionamento de comandos. As amplitudes de movimentos dos segmentos que ele escolhe livremente e que pode ser variada ao longo do tempo.
corporais, como os braços e a cabeça, assim como as exigências da tarefa Considerando o posto com assentos adequados.
em termos visuais, de peso ou esforços influenciam na posição do tronco • A alternância da postura deve sempre ficar à livre escolha do traba-
e no esforço postural, tanto no trabalho sentado como no trabalho em pé. lhador. Ele é quem vai saber, diante da exigência momentânea da tare-
fa, se é melhor a posição sentada ou em pé.
• A concepção dos postos de trabalho ou da tarefa deve favorecer a va-
riação de postura, principalmente a alternância entre a postura sen-
tada e em pé.
30 31
• A opinião dos trabalhadores antes da compra de mobiliário tem mos- NR.24 - CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE CONFORTO NOS LOCAIS DE TRABALHO
trado um bom resultado em nossa prática de trabalho. Algumas em-
presas colocam algumas opções para teste e decidem por aqueles que 24.2 Vestiários
24.2.1 Em todos os estabelecimentos industriais e naqueles em que a atividade
tiveram melhor aceitação.
exija troca de roupas ou seja imposto o uso de uniforme ou guarda-pó, haverá
• Aquisição de cadeiras com base nas características da atividade do local apropriado para vestiário dotado de armários individuais, observada a se-
trabalhador quando tal atividade favoreça o uso, seguindo prioritaria- paração de sexos.
mente os seguintes requisitos do item 17.3.3:
24.2.11 Nas atividades e operações insalubres, bem como nas atividades incom-
a) altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da patíveis com o asseio corporal, que exponham os empregados a poeiras e produ-
função exercida; tos graxos e oleosos, os armários serão de compartimentos duplos.
b) características de pouca ou nenhuma conformação na base do
assento;
24.2.14 Nas atividades comerciais, bancárias, securitárias, de escritório e afins,
c) borda frontal arredondada;
nas quais não haja troca de roupa, não será o vestiário exigido, admitindo-se ga-
d) encosto com forma levemente adaptada ao corpo para
vetas, escaninhos ou cabides, onde possam os empregados guardar ou pendurar
proteção da região lombar.
seus pertences.
CONCLUSÃO
Baseado neste panorama percebeu-se que o entendimento do conceito
ergonomia, com a NR17, o manual de aplicação da NR17, a Nota Técnica
do MTE – NT 060/2001, o envolvimento do trabalhador e o bom senso do
empresário serão os quesitos fundamentais para solucionar as demandas
da ergonomia em questão.
32 33
24.3.15.1 As condições de conforto de que trata o item 24.3.15 deverão preencher NR.26 - SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA
os seguintes requisitos mínimos:
26.2.2 A rotulagem preventiva do produto químico classificado como perigoso à
a) local adequado, fora da área de trabalho; segurança e saúde dos trabalhadores deve utilizar procedimentos definidos pelo
b) piso lavável; Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos
c) limpeza, arejamento e boa iluminação; Químicos (GHS), da Organização das Nações Unidas.
d) mesas e assentos em número correspondente ao de usuários;
e) lavatórios e pias instalados nas proximidades ou no próprio local;
f) fornecimento de água potável aos empregados;
g) estufa, fogão ou similar, para aquecer as refeições.
RE F E RÊ NC I A S BIBL IOGR Á F IC A S
Cartilha de segurança em máquinas e equipamentos para calçados- requisitos mínimos
de segurança /ABRAMEQ; SEBRAE-RS – Novo Hamburgo/RS 2010
Cartilha de ergonomia na indústria calçadista: diretrizes para segurança e saúde do
trabalhador / ABICALÇADOS ; FETICVERGS; Ministério do Trabalho e Emprego. – Novo
Hamburgo: Feevale, 2011.
Güérin, F. et al. Compreender o trabalho para transformá-lo: a prática da ergonomia. São
Paulo: Edgard Blucher, 2001
Iida, Itiro. Ergonomia – Projeto e produção. São Paulo: Asisc, 8 reimpressão, 2002.
Abrahão, Julia... et al. – Introdução à ergonomia: da prática à teoria. São Paulo: Blucher,
2009.
Ministério do Trabalho e Emprego – Fundacentro. Pontos de Verificação Ergonômica.
São Paulo, 2001.
Ministério do Trabalho e Emprego – Manual de Aplicação da Norma Regulamentadora
N° 17. Brasília, 2002.
Ministério do Trabalho e Emprego – Norma regulamentadora 17 – Ergonomia. Brasília,
2007.
Ministério do Trabalho e Emprego – Normas regulamentadoras da portaria 3214/78
Brasília, 1978.
NR.4 - Serviços em Eng.º de Segurança e Medicina do Trabalho
NR.5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA
NR.7 - Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO
NR.9 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA
NR.10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade
NR.12 - Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos
NR.13 - Caldeiras e Vasos de Pressão
NR.17 - Ergonomia
NR.24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho
NR.26 - Sinalização de Segurança