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DIREITO PENAL MILITAR

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DIREITO PENAL MILITAR

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Art. 42 CF/88

DIREITO PENAL MILITAR Os membros das Polícias Militares e Corpos de


Bombeiros Militares, instituições organizadas com base
na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do
Distrito Federal e dos Territórios.

PROGRAMA:
Art. 125. (…)
DIREITO PENAL MILITAR:
§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e
Crime militar: conceito.
julgar os militares dos Estados, nos crimes militares
Da violência contra superior ou oficial de serviço.
definidos em lei e as ações judiciais contra atos
Do desrespeito a superior e do vilipêndio a símbolo
disciplinares militares, ressalvada a competência do júri
nacional ou farda.
quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal
Da coação irresistível e da obediência hierárquica. competente decidir sobre a perda do posto e da
patente dos oficiais e da graduação das praças.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
DIREITO PENAL MILITAR Há, como exceção a esta regra, o processo e o
julgamento dos crimes dolosos contra a vida praticados
por militar contra civil, os quais por força da Lei n.º
9.299/96 são da competência da Justiça Comum. Assim,
Crime militar: conceito. tais fatos continuam possuindo a classificação de crime
militar, e, portanto, devem ser apurados por meio de
IPM, contudo será a Justiça Comum e não a Auditoria
Art. 124 CF/88. à Justiça Militar compete processar e Militar, no âmbito do estado, a competente para o
julgar os crimes militares definidos em lei. processo e o julgamento de tais crimes.
Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o
funcionamento e a competência da Justiça Militar. CRIME MILITAR
Crime militar (Conceito): Todo aquele definido em lei.
Qual é a competência da justiça militar? (critério ratione legis ou critério objetivo, que teria sido
adotado desde a Constituição de 1946). Lei se entende
A competência da Justiça Militar é restrita de processar o Código Penal Militar (CPM). A parte especial do CPM
e julgar os crimes militares. Esses crimes são tipificados encontra-se dividida em crimes militares em tempo de
no Código Penal Militar. paz, e em crime militares em tempo de guerra.

É correto afirmar que a constituição federal conferiu DOUTRINA CLÁSSICA


competência à justiça militar julgamento apenas de
militares? (Paulo Tadeu Rodrigues Rosa, Jorge Alberto Romeiro,
Célio Lobão, Jorge César de Assis)
- Não CRIMES PROPRIAMENTE MILITARES – somente podem
ser cometidos por militares.
ATENÇÃO Os crimes propriamente militares têm definição diversa
da lei penal comum ou nela não se encontram. Seriam
É possível, nos crimes militares impróprios, que o civil
crimes militares próprios.
seja levado a julgamento perante a Justiça Militar.
Ex: deserção!!! (artigo 187 cpm)
A Justiça Militar da União é competente para julgar
militares e, excepcionalmente, civis, quando cometerem É considerado desertor o militar que se ausenta por
crimes militares, previstos em lei específica. Já a Justiça mais de 08 (oito) dias injustificadamente.
Militar Estadual não processa e nem julga civis, mas
apenas os militares estaduais.

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CRIMES IMPROPRIAMENTE MILITARES - é aquele que o O que é ser convocado?


civil também pode cometer, quando tal conduta é
É aquele cidadão que participou da seleção e tenha sido
prevista no ordenamento militar castrense (CPM) e no
designado para a incorporação ou matrícula em
Código Penal Brasileiro.
Organização Militar.
Ex: furto, roubo, homicídio!!!

Insubmisso e refratário são a mesma coisa?


ATENÇÃO!!!
No atual Código Penal Militar (CPM), são prescritos - Não,
somente os crimes militares. Nele não estão contidas as
Segundo a lei 4.375/64 (lei do serviço militar)
infrações disciplinares;
“o brasileiro que não se apresentar durante a época de
E o crime de insubmissão é crime propriamente militar
seleção do contingente de sua classe ou que, tendo-o
ou impropriamente militar?
feito, se ausentar sem a ter completado, será
Art. 183. Deixar de apresentar-se o convocado à considerado refratário”.
incorporação, dentro do prazo que lhe foi marcado, ou,
apresentando-se, ausentar-se antes do ato oficial de
incorporação: O refratário é aquele que não se alistou para o serviço
militar na época em que deveria, não comparece para a
Pena - impedimento, de três meses a um ano.
seleção ou dela não participa até o fim.

Significado de Insubmissão
ATENÇÃO!!!
• Rebeldia; ausência de submissão; qualidade de
A condição de refratário, não configura crime militar, e
quem não se submete. Desobediência;
sim irregularidade administrativa.
comportamento que denota insubordinação.
• Particularidade ou atributo do que é
insubmisso. É possível o crime de insubmissão no âmbito estadual?
• [Jurídico] Delito militar cometido pela pessoa - NÃO, pois o serviço militar obrigatório não engloba as
que não se apresenta à incorporação quando é Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, mas
chamada para prestar serviço. apenas as Forças Armadas.
• SUJEITO ATIVO:
• O civil convocado para prestar serviço militar Teoria de Jorge Alberto Romeiro: “TEORIA
obrigatório. (Brasileiro do sexo masculino de 17 PROCESSUAL”
ou 18 anos de idade que se alistou Afirma que crime propriamente militar traduz-se por
obrigatoriamente) aquele “cuja ação penal somente pode ser proposta
contra militar”
É possível o sujeito ativo do crime de insubmissão ser o
militar? Logo, a INSUBMISSÃO é um crime propriamente militar,
uma vez que a ação penal somente pode ser
-Não, pois a conduta típica é necessariamente anterior à
desencadeada após a incorporação do sujeito ativo.
incorporação do agente nas forças armadas.
• O insubmisso apenas responderá a ação penal
Conceito de insubmisso segundo a lei 4.375/64 (lei do
depois que se apresentar ou for capturado, e
serviço militar)
for incorporado às forças armadas.
“o convocado selecionado e designado para
• DOUTRINA TOPOGRÁFICA
incorporação ou matrícula, que não se apresentar à
Organização Militar que lhe for designada, dentro do • (Coimbra Neves)
prazo marcado ou que, tendo-o feito, se ausentar antes
do ato oficial de incorporação ou matrícula”.

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• Crimes propriamente militares aqueles FURTO DE USO


tipificados APENAS no Código Penal Militar, sem
Aquele em que o agente se apodera da coisa sem a
correspondente na lei penal comum.
intenção de conservá-la e sim com o objetivo de usá-la
• Ex: Deserção, a insubmissão, etc. momentaneamente, tanto é verdade, que vem a
recolocá-la no mesmo local de onde havia retirado!!!
• Crimes impropriamente militares aqueles
tipificados tanto no Código Penal Militar O furto de uso se caracteriza pela ausência de vontade
quando no Código Penal Comum. do agente em se apropriar da coisa, de subtrair o bem
para si ou para outrem.
Segundo o Código Penal Comum
DOUTRINA TRICOTÔMICA
O furto de uso é conduta atípica, pois não se adequa ao
(Ione Souza e Cláudio Amin)
modelo abstrato previsto no artigo 155:
• Crimes propriamente militares: praticados
Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
apenas por militares.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
• Crimes tipicamente militares: previstos apenas
no Código Penal Militar.
Furto de uso
• Crimes impropriamente militares: previstos
tanto no Código Penal Militar quanto no Código Art. 241. Se a coisa é subtraída para o fim de uso
Penal. momentâneo e, a seguir, vem a ser imediatamente
restituída ou reposta no lugar onde se achava:
Pena - detenção, até seis meses.
ATENÇÃO!!!
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se a
Alguns doutrinadores dizem que o conceito de crime
coisa usada é veículo motorizado; e de um têrço, se é
propriamente militar não se confunde com o conceito
animal de sela ou de tiro.
de crime militar próprio. Crime militar próprio é aquele
que não pode ser praticado por qualquer militar, mas só
aqueles que se encontrem em determinada posição.
Logo:
Ex: CPM art. 157 (praticar violência contra superior).
É possível o crime de furto de uso como crime militar!!!

Crime militar
ATENÇÃO!!!
Ratione legis
O autor de um crime militar pode ser um militar ou um
(em razão da lei) civil!!!
Exceção:
Crimes propriamente militares Na Justiça Militar Estadual, somente o militar estadual
poderá ser autor de crime militar!!!
Código penal militar
Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de
ASSIM SENDO:
paz:
No âmbito dos Estados da Federação e do Distrito
I - os crimes de que trata este Código, quando definidos
Federal, caso o crime de furto de uso seja praticado por
de modo diverso na lei penal comum, ou nela não
um civil o fato será atípico por falta de previsão desta
previstos, qualquer que seja o agente, salvo disposição
espécie de crime no Código Penal Brasileiro.
especial;
Ex: Deserção; Motim

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Crime Impropriamente Militar


Artigo 9 CPM III - os crimes praticados por militar da reserva, ou
reformado, ou por civil, contra as instituições militares,
II - os crimes previstos neste Código, embora também o
considerando-se como tais não só os compreendidos no
sejam com igual definição na lei penal comum, quando
inciso I, como os do inciso II, nos seguintes casos:
praticados: Exemplo: Homicídio; Roubo
a) contra o patrimônio sob a administração militar, ou
De acordo com o inciso II do artigo 9 do CPM, apesar
contra a ordem administrativa militar;
de previstos no CPM e no CPB, o crime será considerado
militar quando for praticado nas hipóteses que foram b) em lugar sujeito à administração militar contra
enumeradas nas alíneas a seguir: militar em situação de atividade ou assemelhado, ou
contra funcionário de Ministério militar ou da Justiça
a) por militar em situação de atividade ou assemelhado,
Militar, no exercício de função inerente ao seu cargo;
contra militar na mesma situação ou assemelhado;
c) contra militar em formatura, ou durante o período de
prontidão, vigilância, observação, exploração, exercício,
C.P.M. acampamento, acantonamento ou manobras;
Art. 22. É considerada militar, para efeito da aplicação d) ainda que fora do lugar sujeito à administração
deste Código, qualquer pessoa que, em tempo de paz militar, contra militar em função de natureza militar, ou
ou de guerra, seja incorporada às forças armadas, para no desempenho de serviço de vigilância, garantia e
nelas servir em posto, graduação, ou sujeição à preservação da ordem pública, administrativa ou
disciplina militar. judiciária, quando legalmente requisitado para aquele
fim, ou em obediência a determinação legal superior.
Parágrafo único. Os crimes de que trata este artigo
CF/88
quando dolosos contra a vida e cometidos contra civil
Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de serão da competência da justiça comum, salvo quando
Bombeiros Militares, instituições organizadas com base praticados no contexto de ação militar realizada na
na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do forma do art. 303 da Lei no 7.565, de 19 de dezembro
Distrito Federal e dos Territórios. de 1986 - Código Brasileiro de Aeronáutica. (Redação
dada pela Lei nº 12.432, de 2011)

Quem é o militar em atividade?


O militar das Forças Armadas, ou das Forças Militares de
Segurança, Polícias Militares e Corpos de Bombeiros
Militares!!!
a) Quando um militar prática um ilícito contra outro
militar a competência é da justiça militar, estejam eles
de serviço ou não, basta que não sejam da reserva!
b) por militar em situação de atividade ou assemelhado,
em lugar sujeito à administração militar, contra militar
da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;
c) por militar em serviço, em comissão de natureza
militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar
sujeito a administração militar contra militar da reserva,
ou reformado, ou assemelhado, ou civil;
d) por militar durante o período de manobras ou
exercício, contra militar da reserva, ou reformado, ou
assemelhado, ou civil;
e) por militar em situação de atividade, ou
assemelhado, contra o patrimônio sob a administração
militar, ou a ordem administrativa militar;

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a pena do crime contra a pessoa é diminuída de


metade.
(...)
CAPÍTULO IV
TÍTULO II
DO DESRESPEITO A SUPERIOR E A
DOS CRIMES CONTRA A AUTORIDADE OU DISCIPLINA
MILITAR SÍMBOLO NACIONAL OU A FARDA
Desrespeito a superior
CAPÍTULO III Art. 160. Desrespeitar superior diante de outro militar:
DA VIOLÊNCIA CONTRA SUPERIOR OU Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não
constitui crime mais grave.
MILITAR DE SERVIÇO
Desrespeito a comandante, oficial general ou oficial de
Violência contra superior
serviço
Art. 157. Praticar violência contra superior:
Parágrafo único. Se o fato é praticado contra o
Pena - detenção, de três meses a dois anos. comandante da unidade a que pertence o agente,
Formas qualificadas oficial-general, oficial de dia, de serviço ou de quarto, a
pena é aumentada da metade.
§ 1º Se o superior é comandante da unidade a que
pertence o agente, ou oficial general: Desrespeito a símbolo nacional

Pena - reclusão, de três a nove anos. Art. 161. Praticar o militar diante da tropa, ou em lugar
sujeito à administração militar, ato que se traduza em
§ 2º Se a violência é praticada com arma, a pena é ultraje a símbolo nacional:
aumentada de um terço.
Pena - detenção, de um a dois anos.
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal, aplica-se,
além da pena da violência, a do crime contra a pessoa. Despojamento desprezível

§ 4º Se da violência resulta morte: Art. 162. Despojar-se de uniforme, condecoração


militar, insígnia ou distintivo, por menosprezo ou
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. vilipêndio:
§ 5º A pena é aumentada da sexta parte, se o crime Pena - detenção, de seis meses a um ano.
ocorre em serviço.
Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o
Violência contra militar de serviço fato é praticado diante da tropa, ou em público.
Art. 158. Praticar violência contra oficial de dia, de
serviço, ou de quarto, ou contra sentinela, vigia ou
plantão:
Pena - reclusão, de três a oito anos.
Formas qualificadas
§ 1º Se a violência é praticada com arma, a pena é
aumentada de um terço.
§ 2º Se da violência resulta lesão corporal, aplica-se,
além da pena da violência, a do crime contra a pessoa.
§ 3º Se da violência resulta morte:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
Ausência de dolo no resultado
Art. 159. Quando da violência resulta morte ou lesão
corporal e as circunstâncias evidenciam que o agente
não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo,

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(...)
TÍTULO II
DO CRIME
(...)

Art. 38. Não é culpado quem comete o crime:


Coação irresistível
a) sob coação irresistível ou que lhe suprima a faculdade
de agir segundo a própria vontade;
Obediência hierárquica
b) em estrita obediência a ordem direta de superior
hierárquico, em matéria de serviços.
1° Responde pelo crime o autor da coação ou da ordem.
2° Se a ordem do superior tem por objeto a prática de
ato manifestamente criminoso, ou há excesso nos atos
ou na forma da execução, é punível também o inferior.

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