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JOGOS TEATRAIS
RESUMO
O presente artigo discute o estímulo na ação de criar por meio da execução dos jogos teatrais,
procurando entender como estes últimos desenvolvem a criatividade de seus jogadores. Este
trabalho se trata de uma pesquisa exploratória, em que há a análise da bibliografia do assunto
em questão e seu objetivo é analisar a influência da aplicação, no âmbito escolar, de jogos
teatrais para o desenvolvimento da criatividade dos alunos. Conclui-se que o processo se dá
pelo fato de que os jogos teatrais produzem experiências nos educandos que os jogam e estas
experiências servem de acervo para possíveis e futuras criações. As experiências fazem com
que se desenvolva a criatividade no sujeito.
1. INTRODUÇÃO
O jogo tem a finalidade de produzir uma interação com o outro, de maneira que há um
acordo estabelecido (regras do jogo). Cada qual traz uma intenção, no entanto para que ocorra
o jogo a de se exercitar a intuição, tendo a ideia inicial de um jogador prevalecendo. E o
outro jogador deixa sua prévia intenção, sendo generoso e indo a favor da ideia do outro.
Acaso cada um não ceder e permanecer na sua ideia, não há jogo, não há interação. “A
presença, a disponibilidade, a escuta, a facilidade para acolher as novidades são qualidades
que se desenvolvem nos jogos e que nos levam a uma ideia humanista.” (RYNGAERT, 2009,
p.60). No jogo o aluno desenvolve a sensibilidade de ir a favor da proposta do outro, o saber
reagir ao outro. Ancorado pela imaginação, criando possibilidades maiores que o outro
continue a jogar. Escutar a fala do parceiro, apropriando-se dela e posteriormente conduzindo
esta proposta como desejar.
3. ENTENDENDO A CRIATIVIDADE
50-51). A base de toda atividade criadora acaba por ser a imaginação e a soma de
experiências, que se manifesta em todos os aspectos da vida cultural, possibilitando a criação
artística, científica e técnica.
Os jogos teatrais fazem com que o aluno tenha contato com situações e problemas que
o fazem resolver para dar continuidade e solidez ao jogo. O educando utiliza-se para isso da
improvisação e a partir dos resultados dos jogos tem-se uma gama de repertório para criações.
“Cada jogo é construído a partir de um FOCO especifico, desenvolvido a partir de instruções
e regras que levam o jogador a desenvolver formas de arte.” (CAMILOTTI; CUNHA, 2012,
p.8) O aluno se põe pronto para a cena e possíveis imprevistos. Além de que produz a
interação com corpo do outro. Os jogos então vão produzindo experiências de propostas
teatrais.
[...] os jogos teatrais não são quaisquer jogos, mas uma preparação e
vivência da prática teatral, onde estruturas operacionais (O QUE, O
QUEM, O COMO) procuram possibilitar a experiência das
convenções da interpretação teatral e de suas técnicas na forma de
vivências de teatro. (CAMILOTTI; CUNHA, 2012, p.7-8)
O acumulo de experiências faz com que o aluno possua uma criatividade mais
desenvolvida. Há, então, o estímulo da criatividade por meio dos jogos teatrais, pois estes
fazem com o sujeito produza uma variedade de experiências nas situações de interação e
imaginação conduzidas pela a atividade de jogar.
5. CONCLUSÃO
Educação Física, já que seus efeitos são importantes para todas as áreas do saber.
Outra possibilidade que o jogo teatral viabiliza é o desenvolvimento da criatividade,
sendo um estímulo para ações de criação. Este processo se dá pelo fato de que os jogos
teatrais produzem experiências nos sujeitos que os jogam. Os jogadores são levados a
exercitar a interpretação, expressão corporal, vocal e imaginação. Isso faz com que os
educandos tenham contato com experiências que cotidianamente não teriam. Levam os
sujeitos a vivenciarem um corpo não cotidiano. Estas experiências servem de acervo para
possíveis e futuras criações. A criatividade está relacionada com as experiências vívidas e,
portanto, os jogos teatrais oportunizam situações de experiência.
REFERÊNCIAS
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RYNGAERT, J.P. Jogar, Representar. Tradução de Cassia Raquel da Silveira. 1. ed. São
Paulo: Cosac &Naify, 2009.
SANTOS, A.N.; SANTOS, A.N. O Teatro e suas Contribuições para Educação Infantil na
Escola Pública. In: Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino, 10. 2012. Campinas.
Anais... Campinas: Junqueira & Marin Editores, 2012, p. 5452-5463. Livro 3.
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